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Dissertação de Mestrado
JOÃO PESSOA
2018
FICHA CATALOGRÁFICA
77 f.
Orientador: Prof. Dr. Yuri Percy Molina Rodriguez e Prof. Dr. Fabrício Braga
Soares de Carvalho.
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Sensores Sem Fio (RSSF) consiste em uma grande quantidade de nós sem fio para
monitorar variáveis espaciais e temporais de maneira distribuída. As RSSFs são
amplamente aplicadas para monitorar o ambiente natural, incluindo a invasão da
vegetação (MESTRE, SERÔDIO, et al., 2010).
Neste trabalho, é introduzida uma solução para monitorar a invasão de
vegetação automaticamente e de forma distribuída ao longo das linhas de
transmissão de energia. A idéia principal é implantar vários nós de uma RSSF ao
longo da linha de transmissão de energia a ser monitorada, em que cada nó
transmite dados para o próximo nó vizinho. A RSSF implantada ao longo da linha de
energia de transmissão permite, com base em uma métrica de qualidade de
transmissão/recebimento, o monitoramento do nível de invasão da vegetação ao
longo da linha. A métrica de qualidade usada é a potência recebida do sinal em cada
nó, de maneira que quanto menor for a potência recebida em um determinado nó,
maior será a invasão da vegetação no trecho em que o mesmo está localizado.
Fonte: Própria.
Conforme mostrado na Figura 1.1, pode-se inferir que: quanto maior for o
número de nós, maior será o comprimento da linha de transmissão monitorada. A
idéia principal para monitorar a invasão da vegetação baseia-se no fato de que, se
dois nós compartilham a linha de visada com o caminho da linha de energia, então a
qualidade de transmissão/recebimento destes nós é afetada pelo nível de invasão
da vegetação na sua linha de visada. Dessa forma, com a aplicação correta do
método proposto e uma métrica de qualidade adequada da transmissão/recepção,
INTRODUÇÃO 23
1.4 OBJETIVOS
Neste trabalho será avaliada a utilização de uma rede de sensores sem fio
no contexto do monitoramento da invasão de vegetação uniforme nas faixas de
passagem. O objetivo principal é propor um método para o monitoramento do
crescimento uniforme de vegetação, desenvolver protótipos e qualificar a eficiência
do método proposto por meio de experimentos laboratoriais e de campo em
diferentes condições de operação. Além disto, objetiva-se propor um modelo
matemático para representar o decaimento da potência do sinal.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo será exposta uma abordagem sobre redes de sensores sem
fio, sensoriamento das linhas de transmissão e unidades de radiofrequência e
processamento. Por fim, a unidade de conversão de energia e regulação de tensão
utilizada no sistema proposto é apresentada.
Fonte: Própria.
O coordenador atua como um nó central, que é configurado para sincronizar
a transmissão na rede e estabelecer rotas entre os roteadores e os dispositivos
finais. Desta maneira, a rede pode se auto-organizar em casos de falhas, o que
representa mais uma vantagem do protocolo. Para a problemática deste trabalho,
em caso de falha em um trecho da rede, o sistema irá passar pelo processo de self-
healing, em que uma nova tabela de rotas pode ser estabelecida pelo nó
coordenador e a parte da rede que permanece sem falhas pode continuar sendo
monitorada normalmente.
Fonte: Própria.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
haverá corte de árvores que podem pôr em risco a operação da linha (ANDRE e
MATOS, 2009). Este método é caro devido à necessidade de manter grandes
equipes de funcionários qualificados (que sejam capazes de identificar riscos para a
linha de transmissão), equipados com laptops, dados geográficos, mapas, etc,
conforme ilustrado na Figura 3.1. Além disso, a operação exige muito tempo em
função da dimensão das linhas e também depende do julgamento humano, que
pode resultar em erros.
mostraram que as imagens capturadas podem não ser tão precisas devido aos
parâmetros dos sensores e a variações atmosféricas (AHMAD, MALIK, et al., 2013).
Além disso, a baixa altitude de vôo necessária para este método dificulta a sua
execução em áreas remotas e acidentadas (MILLS, CASTO, et al., 2010).
blindado), que precisam ser montados em cada poste que esteja cercado por
vegetação densa. A principal vantagem do método é que ele pode fornecer
resultados mais precisos quando comparado com os métodos de captura de
imagens aéreas, visto que as imagens capturadas por este método são próximas
das linhas e da vegetação (AHMAD, MALIK, et al., 2014).
Uma das desvantagens deste método está associada à grande quantidade
de informações a serem processadas, o que exige grande esforço computacional.
Outra desvantagem está ligada ao investimento inicial, que deve incluir uma câmera
e uma bateria solar para cada nó sensor, o que aumenta o custo por nó do sistema.
4 MODELAMENTO MATEMÁTICO
MODELAMENTO MATEMÁTICO 41
4 MODELAMENTO MATEMÁTICO
colina, o sinal pode ser totalmente perdido. Por outro lado, se o obstáculo exibir um
perfil pontiagudo, do tipo "gume de faca", alguma porção da frente de onda pode ser
difratada em torno ou sobre o obstáculo. Este é o caso de vegetações ou montanhas
rochosas (INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION, 2001). O nível de
sinal difratado que atinge a antena receptora depende da geometria do caminho.
Esta geometria está ligada à altura relativa do obstáculo em relação à linha de
visada direta, bem como à localização do obstáculo ao longo do caminho da
propagação. Na Figura 4.2 pode-se observar o formato elíptico de uma zona de
Fresnel, no qual se pode notar que o maior raio está localizado no meio da elipsoide,
quando .
Fonte: Própria
A Equação (1) pode ser usada para calcular o raio em um determinado ponto da
elipsóide (CAMPBELL SCIENTIFIC, 2016):
(1)
√
Sendo:
= raio da enésima zona de Fresnel (em metros);
= distância do ponto em que se deseja calcular o raio para a antena transmissora
(em metros);
= distância do ponto em que se deseja calcular o raio para a antena receptora
(em metros);
λ = comprimento de onda do sinal transmitido (em metros).
MODELAMENTO MATEMÁTICO 45
(2)
( ) ∫ ( ) (( ))
(3)
Em que
= altura da obstrução (em metros);
= altura da curvatura da superfície no ponto do obstáculo como resultado do raio
efetivo da terra (em metros);
= altura da antena transmissora (em metros);
= altura da antena receptora (em metros);
d = distância total entre as antenas (em quilômetros);
= distância entre a antena transmissora e o obstáculo (em metros).
Para o caso do modelamento proposto, o termo da Equação 3 é
desconsiderado, visto que as distâncias entre transmissores e receptores são
pequenas, o que causa uma pequena influência em „h‟ por parte da curvatura da
terra. Considera-se que e são iguais. Obtendo-se o valor de „h‟, pode-se
calcular o parâmetro de difração de Fresnel-Kirchoff por meio da Equação (4)
(CAMPBELL SCIENTIFIC, 2016):
MODELAMENTO MATEMÁTICO 47
(4)
( )
√
Em que
h = altura do obstáculo em relação à linha de visada (em metros);
= distância entre a antena transmissora e o obstáculo (em metros);
= distância entre a antena receptora e o obstáculo (em metros);
λ = comprimento de onda (em metros).
Com o valor do parâmetro de difração, a perda de sinal devido à difração
pode ser calculada em dB. Esta perda „ ‟ é uma função da integral de Fresnel, em
que soluções aproximadas são apresentadas nas equações (5), (6), (7), (8) e (9),
para diferentes valores de „ ‟ (LEE, 1993).
(5)
( ) (6)
( ( )) (7)
( √ ( )) (8)
(9)
( )
causada no sinal pelos múltiplos obstáculos pode ser calculada pela soma dos
efeitos individuais de cada um deles, conforme apresentado na Equação (10)
(INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION, 2001).
(10)
( ) ∑ ( ) ∑ ( )
Em que
= contribuição dos obstáculos principais;
= contribuição dos obstáculos secundários;
( )( ) (11)
[ ]
( )( )( ) ( )
Em que
= distância entre o pico do enésimo obstáculo principal e o pico do próximo
obstáculo principal (em km).
Para o modelamento matemático proposto neste trabalho, que considera a
vegetação uniforme entre as antenas, não há obstáculos secundários, sendo assim,
desconsidera-se este fator nos cálculos. Sabe-se que o fator de correção empírico
da atenuação tem seu cálculo baseado na distância entre os picos dos obstáculos
principais. Sendo assim, considerando-se a vegetação uniforme e contínua em toda
MODELAMENTO MATEMÁTICO 49
sua extensão no trecho entre as antenas, este fator de correção torna-se desprezível
devido à proximidade entre os picos dos obstáculos principais.
5 MATERIAIS E MÉTODOS
MATERIAIS E MÉTODOS 51
5 MATERIAIS E MÉTODOS
Fonte: Própria.
MATERIAIS E MÉTODOS 53
Fonte: Própria.
MATERIAIS E MÉTODOS 54
Fonte: Própria.
MATERIAIS E MÉTODOS 55
redor dos nós. O campo magnético gerado em laboratório foi equivalente ao campo
magnético das linhas de transmissão com correntes que variam de 0 a 50 A,
realizando mudanças bruscas durante o período de transmissão dos pacotes, que
possuiu duração de 20 segundos. A carga utilizada é um resistor variável, que
controla a corrente durante o experimento.
Fonte: Própria.
( ) ( ) (12)
Em que,
= Perda no espaço livre;
d = Distância até o transmissor (em metros);
= Frequência do sinal (em Hz).
A perda total sofrida pelo sinal pode então ser calculada somando-se as
perdas no espaço livre às perdas por difração. A Equação (13) pode ser utilizada
para realizar este cálculo.
(13)
Em que
= Total de perdas;
= Perda no espaço livre;
DL = Perdas devido à difração.
Com o valor total das perdas, pode-se determinar a potência recebida na
antena receptora por meio da Equação (14):
(14)
Em que
= Potência recebida;
= Potência transmitida;
= Total de perdas.
Para simplificar a aplicação do modelo em diferentes distanciamentos entre
nós, faz-se o uso de dois obstáculos do tipo "gume de faca" para modelar o efeito
destrutivo no sinal causado pela interferência da vegetação. Além disso, adota-se
um distanciamento fixo entre os obstáculos e as antenas receptora e emissora. A
Figura 5.5 apresenta conceitualmente o modelo proposto, onde se pode observar o
distanciamento uniforme entre os obstáculos e as antenas transmissora e receptora,
visto que se considera e .
MATERIAIS E MÉTODOS 58
Fonte: Própria.
O distanciamento adotado entre as antenas e os obstáculos varia de acordo
com a distância total entre os nós. Para determinar uma equação que generalize o
posicionamento relativo dos obstáculos em relação às antenas, calculou-se o
decaimento da potência do sinal em diferentes posicionamentos das antenas em
relação à vegetação. Para isto, foram calculados os decaimentos para três diferentes
distanciamentos entre nós: 150, 200 e 250 metros (mesmos distanciamentos para os
quais foram coletados dados experimentais). Para cada distanciamento entre nós,
variou-se o afastamento entre os obstáculos e as antenas uniformemente em passos
de 1 m até que os obstáculos se aproximassem no centro ( ). A Figura 5.6
apresenta graficamente este procedimento.
Para cada variação de , calculou-se a curva de decaimento do sinal
utilizando-se uma alteração da distância entre a linha de visada das antenas e o
topo dos obstáculos ( e ) de 1 até 0 m em passos de 10 cm. Para cada valor de
e , o parâmetro de Fresnel-Kirchoff foi calculado, por meio da Equação (4).
Com os valores dos parâmetros, foi possível calcular, por meio das Equações (5),
(6), (7), (8) ou (9), a perda devido à difração sofrida pelo sinal mediante a variação
de e . Após os cálculos das perdas por difração para cada obstáculo,
calcularam-se as perdas no espaço livre por meio da Equação (12). A perda total é
formada pela soma das perdas no espaço livre com as perdas devido à difração. Por
meio da Equação (14), a variação da potência recebida, mediante as alterações nos
MATERIAIS E MÉTODOS 59
Fonte: Própria.
Após esta etapa, calculou-se o erro quadrático médio entre as diferentes
curvas de atenuação do sinal modeladas e as curvas obtidas experimentalmente,
para os diferentes distanciamentos entre nós. Este procedimento permitiu identificar
qual afastamento entre obstáculos e antenas reproduz uma curva de decaimento
próxima da curva experimental, para cada distanciamento entre nós. Os
afastamentos ideiais encontrados para as distâncias de 150, 200 e 250 metros,
MATERIAIS E MÉTODOS 60
Este valor de referência serve como fator de comparação para detectar alterações
nos novos valores de potência recebida calculados pelo software. Em termos
práticos, este valor também pode ser composto pela média dos valores de potência
recebida no momento da inicialização.
Fonte: Própria.
O valor atual (c) refere-se aos valores de potência medidos após a
inicialização do sistema. Após esta etapa, em (d), o software compara o valor atual
medido com o valor de referência. Ao detectar uma alteração acima do limiar
MATERIAIS E MÉTODOS 62
.
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
RESULTADOS E DISCUSSÕES 64
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
sensores podem estar separados é de 250 m, e sua potência recebida para esta
distância é de aproximadamente -99 dBm, conforme apresentado na Tabela 6.2.
Fonte: Própria.
RESULTADOS E DISCUSSÕES 67
Figura 6.2 – Gráfico da distância entre a linha de visada dos nós sensores e a
vegetação pela potência recebida.
Fonte: Própria.
Pode-se observar uma alteração da potência recebida mediante a
aproximação da vegetação em relação aos nós sensores. Sabe-se que „h‟
representa a distância entre a linha de visada dos nós sensores e a vegetação,
conforme comentado em 4.1.2. Observa-se que à medida que a distância da linha
de visada entre os nós sensores e a vegetação aumenta, há um aumento da
potência recebida. Nota-se pelo gráfico que quanto maior o valor de „h‟, maior é a
potência recebida no nó receptor. Quando „h‟ se aproxima de zero, ou seja, quando
a vegetação aproxima-se da linha de visada dos nós sensores, a potência recebida
no nó receptor é menor do que a potência recebida referente a valores maiores de
„h‟. Percebe-se que há uma alteração de mais de 25 dB no nível de potência à
medida que a vegetação aproxima-se dentro do raio de 1 m da linha de visada dos
nós sensores.
O modelamento matemático objetiva calcular curvas de decaimento
próximas às curvas obtidas experimentalmente. Conforme comentado na seção
4.1.2, aplicando-se as equações (4) e (5), (6), (7), (8) ou (9), pode-se realizar
cálculos aproximados do decaimento da potência recebida para diferentes
RESULTADOS E DISCUSSÕES 68
distanciamentos entre nós. A Figura 6.3 apresenta as curvas teóricas calculadas por
meio do modelamento matemático e as curvas obtidas experimentalmente, para as
distâncias entre nós de 150, 200 e 250 m. Observa-se um erro quadrático médio de
no máximo 1,0525 dB das curvas do modelamento matemático em relação às curvas
dos dados experimentais.
Fonte: Própria.
Fonte: Própria.
7 CONCLUSÕES
CONCLUSÕES 71
7 CONCLUSÕES
iminente no trecho, mas torna mais eficaz o planejamento das inspeções visuais da
equipe.
7.2 PUBLICAÇÕES
REFERÊNCIAS