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Tratamento de Água

Prof: Bruno

Aula 4: 09/05/2019
Fluxograma da utilização da Água
Padrão 1 Padrão 2
Água
bruta
Tratamento e
Análise acondicionamento Análise Rede
da água Distribuição

Tratamento
Análise Efluente Consumidor
esgoto
Manancial

Padrão 1 e 3 Padrão 1: Resolução CONAMA 357/2005

Padrão 2: Portaria de Consolidação nº 5/2017

Padrão 3: Resolução CONAMA 430/2011


Ciclo de Utilização da Água

*O ciclo está sujeito a interferências antropogênicas  Poluição


Poluição Hídrica
Causas da Poluição Hídrica
*Resulta do acúmulo de resíduos gerados pelas atividades humanas, sejam
as relacionadas à fisiologia (metabolismo) ou as relacionadas às diversas
formas de atividade produtiva.

*Todavia, à medida que o conhecimento humano avança, com ele avançam


as técnicas pertinentes para garantir a nossa sobrevivência  assegurada
pela motivação política para a sua implementação.
Tipos de Fontes de Poluição
* Difusas: lançadas de forma distribuída em áreas extensas, não são fáceis
de identificar o ponto de origem ou como são produzidas. Chegam aos
corpos de água de forma intermitente

Escoamento superficial urbano e


agrícola. Graxas.
* Pontuais: introduzidas por lançamentos facilmente identificáveis,
localizáveis e individualizados o que facilita sua identificação.

Criadouros/
matadouros

Cemitério Indústrias
Alterações ecológicas provenientes de
lançamentos pontuais com carga orgânica
Sistema de Abastecimento de Água
(SAA)
Consumos de Água (público alvo) a ser atendido
que devem ser Considerado em um SAA
*Residencial
*Comercial (hotéis, shoppings, restaurantes,…)
*Industrial
*Públicos (Edifícios públicos, irrigação de área públicas, ….)
*Perdas: Brasil (30-45%)
Normas a serem observadas:

*NBR 12.211/1992 – Estudos de Concepção de Sistemas Públicos de


Abastecimento de Água;

*NBR 12.212/1992 – Projeto de Poço para Captação de Água Subterrânea;

*NBR 12.213/1992 – Projeto de Captação de Água de Superfície para


Abastecimento Público;

*NBR 12.214/1992 – Projeto de Sistema de Bombeamento de Água para


Abastecimento Público;

*NBR 12.215/1991 – Projeto de Adutora de Água para Abastecimento Público;

*NBR 12.216/1992 – Projeto de Estação de Tratamento de Água para


Abastecimento Público;
Elementos do SAA
*São construções hidráulicas capazes de permitir captar,
condicionar, transportar, reservar, e distribuir água para os
consumidores.

1 2 3 4 5 6
Q1 Q2 Q3

Adução de água bruta Adução de água tratada

1 - Manancial 4 – Elevatória de água tratada


2 – Elevatória de água bruta 5 – Reservatória de Distribuição
3 – Estação de Tratamento de água (ETA) 6 – Rede de Distribuição  outra disciplina
SAA

Manancial
Manancial
Mananciais para Abastecimento
* São RESERVAS HÍDRICAS ou fontes disponíveis de
água utilizadas para o abastecimento.

* Dependem fortemente do ciclo da água;

* Podem ser do tipo: Subterrâneo e Superficial


E, quais são fontes que abastecem a
grande Aracaju????
*As ETAs da região metropolitana de Aracaju alimentam-se
principalmente do rio São Francisco como sua principal fonte para
captação de água, no entanto os rios Poxim e Pitanga e o manancial
subterrâneo de Ibura (piscina de 50m x 25m x 2,5m) também são
utilizados.

*O estado de Sergipe ao total utiliza 29 mananciais superficiais e 92 poços


profundos. Em 2010, cerca de 27 % dos municípios possuiam seu
atendimento por poços e 11% de forma mista. Fonte: ANA
Alguns Sistemas e Mananciais de Abastecimento de Sergipe
Manancial Sistema ETA Região atendida
Rios São Francisco Integrado São Visgueiro, Oviedo Aracaju, Nossa Senhora do
/Poxim Francisco Teixeira e João Socorro
Ednaldo
Rio Poxim Integrado Poxim Poxim Aracaju e São Cristóvão
Fonte Ibura I (Piscina Integrado Ibura I (Cloração) Aracaju, Nossa Senhora do
pública) e Ibura II e II Socorro
(Poços Profundos)
Rio Pitanga Cabrita Cabrita Aracaju
Aquífero Barra dos (Filtração) Barra dos Coqueiros
Quaternário Coqueiros
Interior do Estado
Rio Piauitinga Integrado Lagarto Lagarto, Riachão Dantas e
Piauitinga Simão Dias
Rio São Francisco Integrado Gilberto Freire Amparo do São Francisco,
Sertaneja Nossa Senhora de
Lourdes, Aquidabã
Rio Poxim

Rio Poxim Mirim

Rio Poxim
Rio Poxim Açu
Interior (entre Estância e
Lagarto): Rio Piauitinga
Rio Pitanga

Rio Pitanga
Rio São Francisco
Sistema Ibura (aquífero subterrâneo)

Sistema que alimenta uma piscina de alvenaria (50x 25x 2,5m)


Para a Etapa de Captação, a sequência
metodológica a seguir é:

* Definição do Manancial;
* Definição do ponto de Captação;
* Definição da forma de Captação (tipo de estrutura);
Escolha do Manancial para atender
uma ETA
Para realizar o abastecimento de uma cidade, existem duas opções de manancial,
com características distintas, conforme apresentado no Quadro 1. Analise-o e diga
qual é a opção mais viável.
Estimação da Vazão de um Manancial
Importância do Conhecimento da Vazão
Mínima do Manancial em um SAA

*Um Manancial só poderá ser utilizado como fonte hídrica do


Sistema de Abastecimento de Água se tiver condições de
atender com segurança o consumo total de água estimado para
a região do projeto;

Tipos de Processos de Medição:


- Direta;
- Por Vertedor;
- Por Flutuadores;
- Por Molinetes;
- Por Substâncias químicas (traçadores)
*Métodos recomendados para a medição de vazão
Método Vazão (L/s)
<1 1-5 5 - 30 30 - 300 300 – 1.000 1.000 – 4.000 > 4.000
Direto x x
Flutuador x x x x x x x
Molinete x x x x
Vertedor x x x
Triangular
Vertedor x x
Retangular
Vertedor x x x x
Trapezoidal
Calha Parshall x x x x x x x
Medição Direta
* Utiliza-se de recipientes graduados para determinar a vazão em
função do tempo de preenchimento.

a) Volumétrico:
* Baseia-se no tempo gasto para que a água ocupe um recipiente de
volume conhecido.
* Quanto maior o tempo gasto maior a precisão do dado. Realizado
com réplicas. É muito comum o uso de baldes ou recipientes simples
nesta medição.

𝑉
𝑄=
𝑡
b) Gravimétrico: Consiste na pesagem (massa) de um determinado
volume de água coletado em um determinado tempo. Maior
precisão.
𝑉 𝑚
𝑄= 𝑄=
𝑡 𝜌𝐻2𝑂 × 𝑡
𝑚 𝑚
𝜌𝐻2𝑂 = →𝑉=
𝑉 𝜌𝐻2𝑂

*Na medição direta, devido ao pequeno porte das fontes de água, é possível
construir diques para armazenagem e canalização da água de modo a
auxiliar a medição;
Medição Por Vertedores
* Determinação por nível de água (altura);

* São instrumentos hidráulicos construídos para medir vazão em


cursos de água natural ou canais construídos.

* De um modo simples são aberturas feitas na parte superior de


uma parede (anteparo) por onde o líquido escoa.

* Devem ser projetados com dimensões geométricas definidas 


onde a medição da vazão é realizada em função da secção de
escoamento;
Medição Por Vertedores

* Podem ser feitos de concreto, metal ou madeira.

* São de extrema precisão;

* Demandam grandes despesas de instalação e de tempo;

* Necessitam ser posicionados em um trecho retilíneo apropriado


(natural ou artificial);

* Podem ser elaborados de modo a estarem fixos


permanentemente no local da medição ou transferíveis;
Formas:

a.1) Vertedor Retangular com contrações laterais (indicado para baixas


vazões)

3
𝑄 =1,838 × (𝐿 − 0,2𝐻) × 𝐻 2

Q (m3 s-1); L (m); H (m)

> 2H
Observações:
- A régua pode ser colocada em um poço lateral ao canal para fugir da influência de ondas;
- O nível da água a jusante não deve estar próximo da soleira do vertedor .
a.2) Vertedor Retangular sem contrações laterais

3
𝑄 =1,838 × 𝐿 × 𝐻 2

Q (m3 s-1); L (m); H (m)

Recomendações para construção de um vertedor retangular:

A soleira deve ser reta, em nível com o plano horizontal e normal à direção do fluxo;

A distância da soleira ao fundo e aos lados do canal deve ser igual a 3H (no mínimo 20 cm);

Deve haver livre admissão de ar debaixo da lâmina de água (veia livre);

H deve ser menor que 60 cm;

O comprimento da soleira deve ser no mínimo igual a 3H;

A montante do vertedor deve haver um trecho retilíneo para regularizar o movimento da


água, de preferência com o fundo em nível
b) Vertedor Circular

𝑄 =1,518 × 𝐷0,693 × 𝐻1,807


c) Vertedor Trapezoidal (ou Cipolleti)
b >3H
a >2H

3
𝑄 =1,861× 𝐿 × 𝐻 2

Q (m3 s-1); L (m); H (m)


c) Vertedor Triangular
5
𝑄 =1,42× 𝐻 2

Q (m3 s-1); H (m)


> 2h

* São usualmente construídos a partir de chapas metálicas, com ângulo de 90


graus;
Medição Por Molinetes (muito preciso)
* Velocímetro em forma de torpedo. Pequeno equipamento metálico que
utiliza uma série de palhetas ou hélices dispostas simetricamente em torno
de um eixo que gira impulsionado pela passagem da água fornecendo a
contagem de rotações da hélice em um tempo estipulado (normalmente 1
minuto) resultando na no valor da revolução (rps) em um ponto do canal.

* Uma tabela fornecida pelo fabricante permite conhecer a velocidade do


canal em função do número de rotações dadas pelo molinete. Em alguns
casos é dada a equação do molinete que fornece a velocidade em função
das rotações (Vel = a + b*rot). Valores de a e b fornecidos pelo fabricante
(por ex. a= 0,1 e b = 2,2)
* Determina-se a velocidade num ponto, ou com auxílio de uma canoa e uma
corda, posta de uma margem à outra, determina-se a velocidade da água em
muitos pontos daquela secção.

* A média desses valores será a velocidade de água, a qual multiplicada pela área
daquela secção dará a vazão do rio.
*Troca-se as hélices (maiores e menores) em
função do escoamento (baixo, médio e alto)
Contador de revoluções
Medição Por Flutuadores
* De baixa Precisão.
* São dispositivos simples que permitem calcular a velocidade superfical de
escoamento.
* Os flutuadores podem ser uma garrafa, vazia ou preenchida com 1/3 de água
(mais indicada, menor ação do vento), bóias, bolas, gravetos, etc…

* Determina-se o tempo necessário para que o flutuador percorra um determinado


circuito estabelecido (espaço de A até B), distanciados de L metros. Deve-se repetir
várias vezes e determinação e empregar o valor médio;

* Escolhe-se um trecho do córrego mais ou menos uniforme em largura e profundidade,


normalmente em baixo de pontes;
h h
𝐿
𝑣𝑒𝑙 = b b
𝑡
* Acontece, porém, que a velocidade na água na parte central de um córrego é maior que
nas margens e nas partes mais profundas. Assim, usa-se um fator de 0,85 para obter uma
velocidade média mais aproximada, “corrigida”.

𝑣𝑒𝑙𝑚𝑒𝑑 = 0,85 × 𝑣𝑒𝑙 𝑄 = 𝑣𝑒𝑙𝑚𝑒𝑑 × 𝐴𝑟𝑒𝑎

CÁLCULO DA ÁREA  Para se determinar a secção é comum utilizar para o cálculo da


profundidade uma haste de madeira que é imersa no córrego em pelo menos três pontos
distintos e medida essa profundidade de imersão (h) realizando a média dos valores. O valor
de b (distância entre as margens) é feita com o auxilio de uma corda posicionada nas duas
extremidades do rio.
Medição Por Traçadores Químicos
* Indicado para águas turbulentas.

* Consiste em lançar a montante do curso de água uma vazão constante de uma


solução que não seja encontrada em grande quantidade nestas águas e, a jusante,
medir a concentração dessa solução. No caso da substância química usada for
natural ao rio deve ser feita uma comparação de valores.

* É comum utilizar-se uma solução de cloreto de sódio, nitrito de sódio, sulfato de


manganês, bicromato de sódio por serem inofensivos.
Ponto de coleta da
Ponto de lançamento amostra de água
da substância

Sentido de
direção do rio
Para calcular a vazão utiliza-se: 𝑄𝑟 × 𝐶2 − 𝐶0 = 𝑄𝑟 + 𝑞𝑠 × 𝐶1 − 𝐶2

Qr = vazão do rio
qS = vazão constante da solução;
C0 = concentração inicial da substância no curso de água;
C1 = concentração da solução lançada no curso;
C2 = concentração final da substância no curso de água

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