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29/05/2019 Marie Curie – Wikipédia, a enciclopédia livre

Marie Skłodowska Curie (Varsóvia, 7 de novembrode 1867 — Passy, Sallanches, 4 de julho de 1934) foi
uma cientista polonesa de naturalização francesa que conduziu pesquisas pioneiras no ramo da radioatividade.
Foi a primeira mulher a ser laureada[2] com um Prêmio Nobel e a primeira pessoa e única mulher a ganhar o
prêmio duas vezes. A família Curie ganhou um total de cinco prêmios Nobel. Marie Curie foi a primeira mulher a
ser admitida como professora na Universidade de Paris. Em 1995, a cientista se tornou a primeira mulher a ser
enterrada por méritos próprios no Panteão de Paris.
Nascida Maria Salomea Skłodowska em Varsóvia, no então Reino da Polônia, parte do Império Russo.
Estudou na Universidade Floating, em Varsóvia, onde começou seu treino científico. Em 1891, aos 24 anos,
seguiu sua irmã mais velha, Bronislawa, para estudar em Paris, cidade na qual conquistou seus diplomas e
desenvolveu seu futuro trabalho científico. Em 1903, Marie dividiu o Nobel de Físicacom o seu marido Pierre
Curie e o físico Henri Becquerel. A cientista também foi laureada com o Nobel de Química em 1911.
As conquistas de Marie incluem a teoria da radioatividade (termo que ela mesma cunhou), técnicas para isolar
isótopos radioativos e a descoberta de dois elementos, o polônio e o rádio. Sob a direção dela foram conduzidos
os primeiros estudos sobre o tratamento de neo plasmas com o uso de isótopos radioativos. A cientista fundou
os Institutos Curie em Paris e Varsóvia, que até hoje são grandes centros de pesquisa médica. Durante
a Primeira Guerra Mundial, fundou os primeiros centros militares no campo da radioatividade.
Apesar da cidadania francesa, Marie Curie nunca deixou sua identidade polonesa de lado. Ensinou suas duas
filhas a falar polonês e as levou em viagens para a Polônia. Nomeou o primeiro elemento químico que descobriu
de polônio, em homenagem ao seu país de origem. Marie Curie morreu aos 66 anos, em 1934, em um sanatório
em Sancellemoz, na França, por conta de uma leucemia[3] causada pela exposição a radiação ao carregar
testes de rádio em seus bolsos durante a pesquisa e ao longo de seu serviço na Primeira Guerra, quando
montou unidades móveis de raio-X.

Índice
1 Juventude
1.1 Mudança para Paris
2 Estudos
2.1 Carreira científica
2.2 Educadora
2.3 Reconhecimento
3 Referências
4 Bibliografia
5 Referências
6 Ver também
7 Ligações externas

Juventude
Maria Sklodowska nasceu na atual capital da Polônia, Varsóvia, em 7 de
novembro de 1867, quando essa ainda fazia parte do Império Russo e foi a
quinta e mais nova filha de professores bem conhecidos da cidade.[4] A família
havia perdido suas propriedades e fortunas devido ao envolvimento em levantes
patrióticos poloneses que visavam a restauração da independência da
Polônia,[5] o que condenou Maria e seus irmãos a uma vida difícil.[5] Educou-se
em pequenas escolas da região de Varsóvia, obtendo um nível básico de
formação científica com seu pai, Władysław Skłodowski,[6] que era professor de
física e matemática e havia levado instrumentos de laboratório para casa após
autoridades russas proibirem este ensino em escolas polonesas.[4] Sua mãe,
que era católica,[7] faleceu quando ela tinha dez anos e a irmã mais velha dois
anos depois,[4] o que a influenciou a abandonar o catolicismo e se
tornar agnóstica.[8]

Władysław Skłodowski e Após se graduar no equivalente ao ensino secundário, passou um ano no


suas filhas (a partir da interior com seus parentes paternos possivelmente devido a
esquerda) Maria, Bronisława, uma depressão,[4] e após retornou a viver com seu pai na Varsóvia, onde foi
Helena, 1890 tutora.[9] Impedida de prosseguir com a sua educação de nível superior devido
ao fato de ser mulher, ela e a irmã Bronisława se envolveram com a
Universidade Volante, uma instituição de ensino clandestina com um currículo
pró-Polônia que desafiava as autoridades russas e admitia mulheres.[9][4]
Após combinar com sua irmã apoiá-la financeiramente nos estudos de medicina em Paris, e posteriormente
receber o mesmo favor em troca, tornou-se governanta. Primeiro na Varsóvia e depois por dois anos em Szczuki
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com a família dos Żorawski, que tinham parentesco com seu pai.[9][10]Enquanto trabalhando para esta família se
apaixonou por Kazimierz Żorawski, que viria a ser um matemático eminente, mas a família dele rejeitou a ideia
do casamento com ela devido a sua condição financeira, o qual Kazimierz não conseguiu se opor.[10] O término
do relacionamento foi ruim para ambos. Ele tornou-se doutor e seguiu carreira como matemático, vindo a se
tornar professor e Reitor da Universidade da Varsóvia.[5] Porém, ainda velho se sentava contemplativo diante da
estátua de Maria diante do Instituto de Rádio que ela havia fundado em 1932.[5][11]
No início da década de 1890 Bronisława convidou Maria a morar com ela em Paris, mas ela recusou porque não
tinha permissão para prosseguir com seus estudos de nível superior. Levaria ainda um ano e meio para que
juntasse os recursos financeiros necessários. Durante todo este período, Maria havia continuado seus estudos
de maneira independente lendo livros, trocando cartas e estudando por conta própria. No início de 1889 voltou a
morar com seu pai na Varsóvia e continuou trabalhando como governanta até 1891. Ela então começou a
receber seu treinamento científico prático no laboratório de química no Museu da Indústria e Agricultura
na Krakowskie Przedmieście66, perto do centro antigo da cidade.[4][9][10] O laboratório era dirigido pelo seu
primo Józef Boguski, que havia sido auxiliar do químico russo Dimitri Mendeleev.[12][13][14]

Mudança para Paris


No final de 1891 mudou para Paris, indo morar com a irmã e o cunhado antes de alugar um sótão perto
do Quartier Latin. Prosseguiu os estudos da física, matemática e química na Universidade de Paris, onde havia
se matriculado. Na época, sobrevivia com poucos recursos chegando até a desmaiar devido a
fome. [15][16] Marie, nome pelo qual viria a ser conhecida na França, estudava de dia e ensinava à noite mas
conseguindo o suficiente para se manter. Em 1893, concluiu uma graduação em física e começou a trabalhar no
laboratório industrial do professor Gabriel Lippmann. Enquanto isso, continuou com os estudos e com a ajuda de
uma bolsa de estudos conseguiu uma segunda graduação em 1894.[9][16] [b]
Marie iniciou sua carreira científica em Paris com estudos das propriedades magnéticas de diferentes tipos de
aço, estudos estes encomendados pela Sociedade de Encorajamento da Indústria Nacional (Société
d’encouragement pour l’industrie nationale.[17])[18] Naquele mesmo ano conheceu Pierre Curie; o interesse de
ambos pelas ciências naturais os aproximou.[19] Pierre era instrutor na Escola de Física e Química, a École
supérieure de physique et de chimie industrielles de la ville de Paris (ESPCI).[20] Eles foram apresentados pelo
fisicista polonês, professor Józef Wierusz-Kowalski, quem ouvira que Marie procurava um espaço mais amplo
para seus estudos em laboratório e pensou que Pierre tinha acesso a tal.[21][22] Apesar de Pierre não possuir um
laboratório grande, ele foi capaz de disponibilizar espaço para que Marie pudesse trabalhar.[23]

Estudos
Em 1896, Henri Becquerel incentivou-a a estudar as radiações emitidas pelos
sais de urânio, que por ele tinham sido descobertas. Juntamente com o seu
marido, Marie começou, então, a estudar os materiais que produziam tais
radiações, procurando novos elementos que, segundo a hipóteseque os dois
defendiam, deveriam existir em determinados minérios como a pechblenda (que
tinha a curiosa característica de emitir ainda mais radiação que o urânio dela
extraído).[24] Efetivamente, em 1898 deduziram que haveria, com certeza,
na pechblenda, algum componente liberando mais energia que o urânio; em 26
de dezembro do mesmo ano, Maria Skłodowska Curie anunciou a descoberta
dessa nova substância à Academia de Ciências de Paris.
Após vários anos de trabalho constante, através da concentração de várias
classes de pechblenda, isolaram dois novos elementos químicos.[25] O primeiro
foi nomeado polônio, em referência a seu país nativo, e o outro rádio, devido à
sua intensa radiação, do qual conseguiram obter 0,1 g em 1902. Posteriormente
partindo de oito toneladas de pechblenda, obtiveram mais 1 g de sal de rádio.
Propositalmente, nunca patentearam o processo que desenvolveram. Os
termos radioativo e radioatividade foram inventados pelo casal para caracterizar
a energia liberada espontaneamente por este novo elemento químico.
Com Pierre Curie e Antoine Henri Becquerel, Marie recebeu o Nobel de Em um laboratório em
Física de 1903, "em reconhecimento aos extraordinários resultados obtidos por Varsóvia, em 1890–91, Maria
suas investigações conjuntas sobre os fenômenos da radiação, descoberta por Skłodowska fez seu primeiro
Henri Becquerel". Foi a primeira mulher a receber tal prêmio. trabalho científico.

Carreira científica

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Marie Curie conseguiu que seu marido, Pierre Curie, se tornasse chefe do Laboratório de Física da Sorbonne.
Doutorou-se em ciências em 1903, e após a morte de Pierre Curie em 1906, em um acidente rodoviário, ela
ocupou o seu lugar como professora de Física Geral na Faculdade de Ciências. Foi a primeira mulher a ocupar
este cargo. Foi também nomeada Diretora do Laboratório Curie do Instituto do Radium, da Universidade de
Paris, fundado em 1914.[6]
Participou da 1ª à 7ª Conferência de Solvay.

Educadora
Marie Curie teve também um papel significativo como educadora. Já em 1885, com apenas 18 anos, exercera a
profissão de professora particular para filhos de famílias ricas na Polônia.
O país estava dominado pelo Império Russo, era impedido de repassar sua cultura e sua língua aos jovens, mas
não para Marie, que com a ajuda de sua irmã Bronislawa Sklodowska lecionou numa universidade ilegal (por
desafiar as políticas da época), frequentada principalmente por mulheres proibidas de seguirem seus cursos
regularmente.
Aos 33 anos, já na França, Marie torna-se professora secundária, sendo a primeira mulher a participar do corpo
docente da Universidade de Sorbonne. Suas ex-alunas contam que ela foi inovadora pois ampliou o tempo de
suas aulas, levava-as para conhecer os laboratórios de pesquisa, colocava-as diante equipamentos de
experimentos (o que até então era restrito apenas aos garotos) e produzia seu próprio material didático.
Irène Joliot-Curie, filha de Marie, também conta que sua mãe, em parceria com outros cientistas, participava de
um projeto de ensino nomeado de "cooperativa de ensino" que visava ensinar ciência aos próprios filhos de
forma mais prática, experimental. As próprias crianças faziam os experimentos, obviamente sempre
supervisionadas, buscando sempre instigá-las a terem interesse pelo aprendizado. Jean Baptiste Perrin, Paul
Langevin, Marie Henriette Mouton, Henriette Perrin, Alice Chavannes e Jean Magrou são cientistas que a
ajudaram nesse projeto.[26]

Reconhecimento
Oito anos depois, recebeu o Nobel de Química de 1911, «em
reconhecimento pelos seus serviços para o avanço da química, com o
descobrimento dos elementos rádio e polônio, o isolamento do rádio e o
estudo da natureza dos compostos deste elemento». Com uma atitude
generosa, não patenteou o processo de isolamento do rádio, permitindo
a investigação das propriedades deste elemento por toda a comunidade
científica.
O Nobel da Química foi-lhe atribuído no mesmo ano em que a
Academia de Ciências de Paris a rejeitou como sócia, após uma
Diploma do Nobel de Física 1903 votação ganha por Eduard Branly com diferença de apenas um voto.
Foi a primeira pessoa a receber duas vezes o Prêmio Nobel. Linus
Pauling repetiu o feito, ganhando o Nobel de Química, em 1954 e o Nobel da Paz em 1962 e tornou-se a única
personalidade a ter recebido dois Prémios Nobel não compartilhados. Por outro lado, Marie Curie foi a única
pessoa a receber duas vezes o Prémio Nobel, em áreas científicas distintas.[25]
Em 1906 sucedeu ao seu marido na cadeira de Física Geral, na Sorbonne.[24]
Depois da morte do seu marido, Marie teve um relacionamento amoroso com o físico Paul Langevin, que era
casado, fato que acabou resultando num escândalo jornalístico com referências xenófobas, devido à sua origem
polaca.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Curie propôs o uso
da radiografiamóvel para o tratamento de soldados feridos. Em 1921
visitou os Estados Unidos, onde foi recebida triunfalmente. O motivo da
viagem era arrecadar fundos para a pesquisa. Nos seus últimos anos foi
assediada por muitos físicos e produtores de cosméticos, que faziam
uso de material radioativo sem precauções. Visitou também o Brasil, em
1926,[27] atraída pela fama das águas radioativas de Lindóia, hoje
conhecida pelo nome de Águas de Lindóia.
Fundou o Instituto do Rádio, em Paris. Em 1922 tornou-se membro
associado livre da Academia de Medicina.
Em 1924 foi homenageada por Alfred Schoep que nomeou um mineral M. Currie (sentada, da direita para
então recentemente descoberto de sklodowskita.[28] a esquerda, ao lado de H. Poincaré)
na 1ª Conferência de Solvay

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Marie Curie morreu perto de Salanches, França, em 1934, de leucemia, (1911)juntamente com outros
devido, seguramente, à exposição maciça a radiações durante o seu participantes ilustres, como Albert
trabalho. Sua filha mais velha, Irène Joliot-Curie, recebeu o Nobel de Einstein e Ernest Rutherford.
Química de 1935, ano seguinte à morte de Marie.
O seu livro "Radioactivité" (escrito ao longo de vários anos), publicado a título póstumo, é considerado um dos
documentos fundadores dos estudos relacionados à Radioactividade clássica.
Em 1995 seus restos mortais foram transladados para o Panteão de Paris, tornando-se a primeira mulher a ser
sepultada neste local.
Durante o período da hiperinflação nos anos 90, sua efígie foi impressa nas notas de banco de 20000 zloty da
sua Polônia natal.
A sua filha, Éve Curie, escreveu a mais famosa das biografias da cientista, traduzida em vários idiomas. Em
Portugal, é editada pela editora "Livros do Brasil". Esta obra deu origem em 1943 ao argumento do filme:
"Madame Curie", realizado por Mervyn LeRoy e com Greer Garson no papel de Marie Curie.
Foram também feitos dois telefilmes sobre a sua vida: "Marie Curie: More Than Meets the Eye" (1997) e "Marie
Curie - Une certaine jeune fille" (1965), além de uma minissérie francesa, "Marie Curie, une femme honorable"
(1991).
O elemento 96 da tabela periódica, o Cúrio, símbolo Cm foi batizado em honra do Casal Curie

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