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pt.wikipedia.org/wiki/Newsgame
Para Miguel Sicart, newsgames são jogos sérios baseados em eventos atuais, produzidos
com a intenção de estimular o debate público. [1] Já o designer de jogos uruguaio, Gonzalo
Frasca, um dos pioneiros no trabalho e pesquisa com newsgames, associa esse gênero de
jogos eletrônicos às charges e cartuns políticos, que buscam transmitir uma opinião e fazer
com que os jogadores analisem um determinado fato, notícia ou acontecimento, a partir de
uma visão determinada pela mecânica e os objetivos do jogo. Esse processo é chamado por
Ian Bogost de “retórica processual”.[5] No Brasil o gênero tem sido usado em sites de de
publicações como Superinteressante, Estadão e G1. [6] O newsgame Filosofighters da
Superinteressante, inclusive, atingiu repercussão internacional[7] numa apuração que
explicava conceitos básicos de filosofia através de um jogo de luta.
No livro “Newsgames: Journalism at Play”, Ian Bogost, Simon Ferrari e Bobby Schweizer
dividem os newsgames em seis categorias: atualidades, infográficos, jogos documentários,
quebra-cabeças, educativos e jogos em comunidade.
Newsgames sobre atualidades – com a facilidade cada vez maior de se produzir jogos
rapidamente e a custos menores, é possível produzir games sobre notícias e
acontecimentos recentes. Esse jogos geralmente são jogos marcados por uma forte opinião
e/ou critica por parte do autor. Esse tipo de newsgames possui forte identificação com os
editoriais jornalísticos e cartuns políticos e de críticas sociais.
Newsgames infográficos – são jogos que surgem de uma evolução dos infográficos
jornalísticos, adaptados para os meios digitais. Os infográficos digitais permitem novas
formas de interação e se comportam mais como games, onde os jogadores podem simular
diferentes cenários e situações, baseados em informações de acontecimentos reais.
Newsgames documentários – são jogos que abordam fatos históricos e atuais de forma
semelhante aos documentários e reportagens investigativas. Normalmente são jogos
maiores, que oferecem experiências dos acontecimentos que são noticia, impossíveis de
serem assimiladas no noticiário convencional; ou que recriam espaços, acontecimentos e
sistemas do passado que só poderiam se compreendidos, de outra forma, por meio de
filmes de arquivo ou da imaginação.
O Brasil tem tido papel de destaque na criação de jogos jornalísticos [10], especialmente
através do site da Superinteressante. Os newsgames passaram a ser produzidos no Brasil
por volta de 2007[11], ainda de maneira intuitiva , em sites como Mundo Estranho, G1 e
Aventuras na História. O primeiro newsgame da Superinteressante foi "CSI: Ciência contra o
[12] 2/4
Crime"[12], desenvolvido pelo Núcleo Jovem Digital, na época coordenada pelo jornalista
Rafael Kenski - pioneiro na criação de ARGs (Alternate reality game) no Brasil. A produção de
jogos no Núcleo Jovem cresceu entre os anos 2009 e 2012, quando sua equipe digital foi
liderada pelo jornalista Fred Di Giacomo[13] e contava com colaboradores pioneiros no
gênero como os designers Daniel Apolinario e Fabiane Zambon e os programadores Bruno
Xavier e Doug Kawazu. Entre os jogos da Super, o que atingiu maior repercussão foi o jogo
Filosofighters que recebeu resenhas elogiosas da PC Gamer inglesa[14], ganhou prêmios e
atraiu jogadores do mundo todo. Em 2012, para uma reportagem sobre trânsito, o
periódico Diário da Manhã criou um newsgame que simulava[15] o caminho percorrido e a
aceleração de um motociclista. O jogador-leitor controlava a moto através do teclado de um
computador.
A produção inovadora de jogos jornalísticos no Brasil foi tema de matéria no "Niemans Lab"
de Harvard e no site do Kinght Center[16], ligado à Universidade do Texas. Conforme
Welliton[17], a grande questão teórica do newsgame consiste agora em situá-lo dentro do
debate de gêneros jornalísticos para web, se o termo se comporta como um tipo dos
formatos ou se insere como formato além da dicotomia jornalismo opinativo e informativo.
Referências
1. ↑ a b SICART, Miguel. Newsgames: Theory and Design,in Entertainment Computing –
ICEC 2008, Lecture Notes in Computer Science, November 2009.
2. ↑ FONSECA, André Azevedo da; CARUSO, Leonardo. «Os desafios editoriais dos
NewsGames». Liinc em Revista. 10 (2): 691-702. Consultado em 18 de abril de 2019
3. ↑ "Newsgames: Journalism at Play," by Ian Bogost, Simon Farrari, and Bobby
Schweizer.
4. ↑ Silva, Welliton Carlos da (15 de abril de 2012). «NEWSGAMES: WEBJORNALISMO E
CONEXÕES COM JOGOS ELETRÔNICOS». RENEFARA. 2 (2): 245–264. ISSN 2236-8779
5. ↑ http://super.abril.com.br/blogs/newsgames/como-surgiram-os-newsgames-no-
nucleo-jovem/
6. ↑ http://www.pcgamer.com/2012/02/23/filosofighters-takes-the-phrase-battle-of-
ideas-rather-literally/
7. ↑ a b http://ludology.typepad.com/games/kabulkaboom.html
8. ↑ a b http://www.newsgaming.com/games/index12.htm
9. ↑ http://www.niemanlab.org/2013/08/journalism-and-video-games-come-together-as-
a-new-form-of-storytelling-in-brazil/
10. ↑ http://super.abril.com.br/blogs/newsgames/como-surgiram-os-newsgames-no-
nucleo-jovem/
11. ↑ http://super.abril.com.br/blogs/newsgames/como-surgiram-os-newsgames-no-
nucleo-jovem/
12. ↑ http://www.pcgamer.com/filosofighters-takes-the-phrase-battle-of-ideas-rather-
literally/
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13. ↑ https://knightcenter.utexas.edu/blog/00-14254-spanning-line-between-journalism-
and-entertainment-newsgame-growing-brazil
14. ↑ Silva, Welliton Carlos da (15 de abril de 2012). «NEWSGAMES: WEBJORNALISMO E
CONEXÕES COM JOGOS ELETRÔNICOS». RENEFARA. 2 (2): 245–264. ISSN 2236-8779
15. ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 8 de outubro de 2012. Arquivado do original em 3 de
outubro de 2012
16. ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 8 de outubro de 2012. Arquivado do original em 3 de
agosto de 2006
17. ↑ http://www.wired.com/special_multimedia/2009/cutthroatCapitalismTheGame
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