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Na China, detenção de ativistas e censura marcam

aniversário do massacre na Praça da Paz Celestial


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Nesta terça-feira, governo chinês reforçou a segurança nos arredores da Praça da Paz
Celestial para evitar manifestações| Foto: MATHEW KNIGHT/AFP
Estadão Conteúdo
[04/06/2019] [09:49]

A China recorda nesta terça-feira (4) os 30 anos da repressão na Praça da Paz Celestial
(Praça Tiananmen) com um doloroso silêncio e um forte esquema de segurança que deteve
ativistas e tornou mais rígido o controle da internet.

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Em um dia cinza e nublado, a polícia verificava documentos de identidade de cada turista e


passageiro que saía da estação de trem nas proximidades da Praça, palco da sangrenta
repressão de junho de 1989. O esquema de segurança dificultava a entrada de jornalistas
estrangeiros no local, enquanto os policiais gritavam que não era permitido tirar fotos.

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A Praça estava ocupada por centenas de pessoas, incluindo crianças com a bandeira chinesa
sobre os ombros dos pais, que formaram fila para passar pelos controles policiais e entrar
no local para a cerimônia de içamento da bandeira.

Na noite de 3 de junho de 1989, soldados sufocaram a revolta após sete semanas de


manifestações e greves de fome de estudantes e operários que pediam o fim da corrupção
e mais democracia.

O número exato de mortos é desconhecido. Dois dias depois do massacre, o governo falou
em "quase 300", incluindo militares, na repressão do que qualificou como "distúrbios
contrarrevolucionários".

O embaixador do Reino Unido na época falou em 10 mil mortos e a Cruz Vermelha Chinesa,
em 2,7 mil. Em geral, segundo dados hospitalares, estima-se que houve entre 400 e mil
mortos.

O governo chinês impõe silêncio sobre o tema na imprensa, na internet, nos livros, nas
apostilas escolares e nos filmes, exceto em raras ocasiões, em que se descreve o massacre
como "agitação política do ano 1989".

Vigília em Hong Kong


Ativistas pró-democracia em Hong Kong se preparam para uma vigília à luz de velas nesta
terça-feira para relembrar o 30º aniversário da sangrenta repressão na Praça da Paz
Celestial, ressaltando preocupação com os direitos humanos no território semiautônomo.

Hong Kong é a única região administrativa sob jurisdição de Pequim que realiza
comemorações públicas significativas da repressão de 1989 e tem memoriais para a sua
vítimas. O território tem um grau de liberdade não visto no continente, legado do domínio
britânico que terminou em 1997.

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