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Pauta do mês.

Introdução
Oi Galera do Pauta Musical, tudo bem?
Hoje iniciamos o Pauta do Mês de Junho, com o tema: Música Brasileira,
conhecida também como Música Popular Brasileira.
A escolha da temática foi possível por meio da colaboração de vocês, que alguns
meses atrás, responderem a seguinte enquete “Música de Qualidade: Qual sua
preferência?” com as seguintes opções: Nacional ou Internacional, a partir do resultado
surpreendente de 78% para Nacional contra 22% para Internacional, resolvemos abordar
a Música de nosso país, uma vez que a mesma por via da indústria musical atualmente,
não é muito veiculada pelos meios midiáticos mais acessíveis.
Inicio este texto, abordando uma reflexão sobre o próprio título: Música Brasileira
ou Música Popular Brasileira, ambos os termos não engloba e representa de maneira
total a música de nosso país.
O termo Música Brasileira, seria para uma espécie de Música unicamente
representativa ao nosso pais, no caso o Brasil, no qual, ao vincular este título a dessa
criação musical, teríamos um único gênero , que descreveria todo o nosso país, sem
referencias externas, sendo necessário a exclusão de todas as influências de
miscigenação que contém nosso país e conseqüentemente nossa música.
Houve tentativas em décadas atrás, para a criação de uma música única e
totalmente Brasileira, mas devido a grande mescla cultural, regional, religiosa e étnica
que nosso país obteve durante sua história, foi possível a criação de uma diversidade
musical imensurável, criando assim vários gêneros musicais, e impossibilitando tal
criação.Todos os gêneros surgidos durante a história em nosso país, todos são por igual
considerados Brasileiros.
Já o termo Música Popular Brasileira, também não deve ser considerado
totalmente representativo para a música em nosso país, além da explicação acima, a
união das palavras Música Popular, contém significado de que o objetivo desta música
é: apenas o fazer para o povo e pelo o povo, criando assim uma visão de pré-conceito no
sentido de qualidade acadêmica, neste tipo de música, ao utilizar este termo, podendo
pensar que na nossa música foi e ainda é criada e executada, apenas de forma orgânica,
sugestiva, inconsciente, improvisada, entre tantos outros adjetivos que remetem de
maneira total a inexistência da presença de estudos e conhecimento musical qualificado
da criação e composição dos músicos que formaram e contribuíram para a existência de
nossa música.
Sendo assim, os termos Música Brasileira e/ou Música Popular Brasileira, são
utilizados pela falta de outro(s) que em palavras não haja exclua e lesione a nossa
história como país e cultura.
Bibliografia utilizada: Livro - Andrade,Mario, de, 1945. Ensaio sobre a Música
Brasileira. 4ª Ed. Itatiaia, Belo Horizonte,2006; Trabalho de Conclusão de Curso –
Silva,Vitor, Emanuel, Guimarães,Vieira,da. O estudo e o ensino do samba e do baião
na bateria. Universidade Católica de Santos (Unisantos), Santos, Sp, 2016. Artigo –
Neder Àlvaro. O estudo cultural da música popular brasileira: dois problemas e uma
contribuição.Revista Acadêmica de Música (Per Musi), nº 22, pg.181-195. Belo
Horizonte, 2010.
Texto produzido e postado por: @yayadeoliveira_

A terceira parte de hoje, será um resumo histórico de acontecimentos marcantes


até as décadas de 1920 que envolvem o mundo musical e cultural, com foco em nossa
música e país.
O século XX teve grandes mudanças no mundo inteiro, contou com o início da
tecnologia, criação e inovação em diversas áreas da: indústria, economia, saúde e
ciência; houve também a ascendência e decadência de governos e costumes, surgimento
de gêneros artísticos e artistas, locais culturais e marcos históricos. Sem dúvida, o
século XX foi grandioso e marcando por acontecimentos bons e ruins mundialmente,
que jamais serão esquecidos por toda humanidade, se tornando uma época épica.
Nossa linha do tempo inicia-se em 1900 á 1920, neste período de tempo tivemos a
primeira transmissão transoceânica de telegrafia sem fio, (Inglaterra e Estados Unidos).
No Brasil houve a inauguração do bondinho aéreo do Pão de Açúcar e a Casa Edison
(RJ) com o lançamento do primeiro suplemento de discos gravados no Brasil.
Foi o período também do nascimento da rádio, com a primeira transmissão
experimental de um programa radiofônico, seguida pela inauguração da primeira
emissora de rádio dos Estados Unidos.
No fim do período, a música popular brasileira, passou por uma fase de transição,
marcada pela renovação devido ao período pós guerra, abrindo portas para a criação de
um fato importante, que se tornou tradição em nossa música: o samba e a marchinha de
carnaval. Até o presente momento, não se havia música para específica para o carnaval,
onde o mesmo, ainda era comemorado em bailes pelos foliões.
O primeiro samba “Pelo telefone”, foi o sucesso que despertou a atenção dos
compositores, assim deu-se início a se compor sambas e marchas carnavalescas criando
novos hábitos mantidos até hoje.
Nas décadas 1920 até 1930, os acontecimentos foram: as empresas fonográficas
brasileiras que entraram na onda da música americana, diminuindo assim as gravações
de bandas e conjuntos de choro, proliferando as chamadas jazz-bands. Só na Casa
Edison, gravaram: a Jazz Band do Batalhão Naval, a Orquestra Ideal Jazz Band, a
American Jazz Band Sílvio de Souza e, sobretudo, a Jazz Band Sul-Americana de
Romeu Silva. Em compensação, fora do Brasil, fazia sucesso o conjunto organizado e
dirigido pelo mestre Pixinguinha - Os Oito Batutas, que se apresentaram na Argentina e
França. Além de Pixinguinha, outro músico que fez sucesso na mesma época, foi
Américo Jacomino, mais conhecido como Canhoto.
A primeira grande fase da música brasileira, chamada Época de Ouro, foi de 1920
até 1945, neste período a música se profissionalizou, viveu uma de suas mais férteis
etapas e estabeleceu padrões que passaram a vigorar dali em diante.
A Época de Ouro originou-se da conjunção de três fatores.
1º fator: a renovação musical iniciada com a criação do samba, da marchinha e de
outros gêneros.
2º fator a chegada ao Brasil: do rádio, da gravação eletromagnética do som e do
cinema falado;
3º fator: o aparecimento de considerável número de artistas talentosos numa
mesma geração, criando a necessidade de quadros musicais nas estações de rádio, fato
importante para a consolidação da carreira dos novos grandes talentos da era de 1930:
Noel Rosa, Lamartine Babo, João de Barro, Assis Valente, Ismael Silva e Custódio
Mesquita; cantores como Mário Reis, Sílvio Caldas, Almirante, Carlos Galhardo,
Carmem e Aurora Miranda; Marília Barbosa e Moreira da Silva; além de músicos como
Luperce Miranda, Radamés Gnattali, Carolina Cardoso de Menezes e Benedito Lacerda
somando-se aos mais renomados e consagrados como: Francisco Alves, Vicente
Celestino, Araci Cortes, Cândido das Neves e Pixinguinha.

De 1930 á 1940 no mundo da música, uma importante notícia para a indústria


fonográfica, foi o surgimento do disco long-playing, com 33 rotações por minuto. O
primeiro LP lançado continha a gravação da Quinta Sinfonia de Beethoven, com isso foi
possível também que a norte-americana Billie Holiday gravava seu primeiro disco.
No Rio de Janeiro, foi inaugurado a estátua do Cristo Redentor, no Morro do
Corcovado, também contou com o primeiro desfile competitivo entre as escolas de
samba, e a oficialização dos concursos para a escolha das melhores músicas
carnavalescas.
Os primeiros registros em gravações de vinil no Brasil foram de: Carlos Galhardo
e Aurora Miranda. Em 1933, Ataulfo Alves teve sua primeira canção (Sexta Feira)
gravada, e foi registrada em disco por Almirante.
O Rio de Janeiro teve um papel importantíssimo neste período, contanto com a
inauguração das emissoras de rádio, sendo imprescindível, pois continha programas ao
vivo e de lançando os discos dos mais variados artistas (compositores, instrumentistas,
regentes e cantores) todos considerados grandes nomes para a nossa música até hoje.
Os lançamentos foram: os discos de estréia da cantora Araci de Almeida e da
dupla Joel e Gaúcho, os cantores Carlos José, Sílvia Teles e Dóris Monteiro; o maestro
Isaac Karabtchewsky; o instrumentista Raul de Souza; o compositor João do Vale; o
instrumentista e compositor João Donato e o letrista, além de ator e dramaturgo,
Gianfrancesco Guarnieri; os cantores Cauby Peixoto e Alaíde Costa; os compositores
Candeia, Geraldo Vandré, Chico Feitosa, Carlos Imperial, Durval Ferreira e Hermínio
Bello de Carvalho; além dos instrumentistas Heraldo Monte, Milton Banana e
Caçulinha.
Com o crescimento do rádio foi inaugurada a Rádio Nacional, pioneira em
programas de auditório, humorísticos, concertos e também no jornalismo radiofônico. A
Rádio Nacional entrou com a música Luar do sertão, um clássico do cancioneiro
popular brasileiro de autoria de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco.
O ano de 1937 foi de tristeza e felicidade para a nossa música. Contou com o
falecimento de Noel Rosa tendo apenas 26 anos de idade, compositor de sucessos
inesquecíveis como Conversa de botequim, Com que roupa e Palpite infeliz, mas
felizmente, também despontava no nosso cenário musical a gravação de dois clássicos
da nossa música: “Carinhoso” e “Rosa”, ambos da lavra de Pixinguinha, no qual foi
homenageado na Rádio Nacional com série - Os Batutas.
Pixinguinha foi compositor e um multiinstrumentista genial. Aliando
harmonização sofisticada a uma linha melódica de contornos modernos e tipicamente
brasileiros, ele fez para o violão composições da maior relevância sob os pontos de vista
musical e técnico. A harmonização – baseada em acordes alterados, com progressões
incomuns para a época – fez com que sua obra fosse considerada percursora das
características que seriam desenvolvidas, mais tarde, na Bossa Nova.
No fim deste período o Brasil, começou-se a sofrer com a censura aos meios de
comunicação, com a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, que
tinha como objetivo promover o Estado Novo. Na área cultural mundial, os destaques
foram: a primeira transmissão pública da televisão, realizada em Nova York; a estréia
do filme “E o vento levou”, clássico campeão de bilheteria; e as primeiras gravações em
disco de Frank Sinatra nos Estados Unidos e Emilinha Borba aqui. Mas o grande
sucesso por aqui foi mesmo um samba de Ary Barroso, que virou marca registrada do
país: “Aquarela do Brasil”.
A bibliografia utilizada para os últimos dois textos, são resumos que foram retiradas do site
Instituto Moreira Salles (IMS), do programa Canção no Tempo, seu conteúdo foi baseado no
livro de mesmo nome, pelos autores: Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello.
Post feito por: @yayadeoliveira_

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