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A princípio pode parecer estranho falar em um único problema para o Brasil. Afinal, são tantas
as mazelas que percebemos em nosso dia a dia, especialmente quando comparamos nossas
rotinas aqui com aquelas que temos quando fazemos alguma viajem para o exterior a trabalho
ou mesmo a lazer, que falar em um único problema parece coisa de político demagogo que vai
prometer o paraíso por meio de um programa de governo não implementável. O que dizer
então da vida dos cidadãos menos favorecidos aqui quando comparadas com a do “povão”
destes outros países? Mas o ponto aqui é que, embora minha proposta seja apontar um único
problema mais fundamental, ou até a causa raiz dos maiores problemas que vivenciamos em
nossas vidas no Brasil, a solução deste problema ou a remoção desta causa raiz não são tarefas
simples. De fato, envolvem programas e projetos para uma ou duas gerações. Mas a vantagem
da Dinâmica da Espiral e da Abordagem Integral, modelos para entender nossas mentes e
nossos mundos, é que elas nos permitem sintetizar toda a complexidade das nossas
dificuldades em algumas poucas páginas. E é isso que eu pretendo fazer nesse texto.
Vou começar apresentando a Dinâmica da Espiral (SD, do inglês Spiral Dynamics). Esse modelo,
desenvolvido pelo americano Clare Graves na década de 1960 e aperfeiçoado por Don Back e
Chris Cowan na década de 1990, pretende simplificar a evolução psicossocial dos seres
humanos desde a pré-história até a atualidade e desde o berço até a iluminação. Sim, o
primeiro ponto fundamental do modelo é seu caráter evolucionista: assim como evoluímos
como seres humanos desde o nascimento, a raça humana também evolui desde que surgiu na
Terra. Uma primeira pergunta nesse ponto pode ser: Evoluímos? Se uma criança não faz mal a
ninguém, o que falar dos adultos bandidos que matam cruelmente nas ruas de nossas grandes
cidades? E as matanças de inocentes no Oriente Médio? “Na Idade da Pedra esse tipo de coisa
não acontecia”, alguém pode argumentar! Aqui entra um ponto fundamental enfatizado por
Ken Wilber, o grande filósofo integral que adotou a SD para mapear o desenvolvimento da
raça humana: Quanto maior o desenvolvimento, maior a complexidade e maior as chances de
as coisas darem muito errado. Crianças não matam porque não conseguem fazê-lo! O homem
pré-histórico não praticava genocídios porque não tinha capacidade intelectual de desenvolver
armas de destruição em massa. Ambos se tivessem estas capacidades matariam, e matariam
por muito pouco. Aliás, um ótimo lembrete de Wilber sobre nosso desenvolvimento moral e
psicossocial vem da Teoria de Piaget: a criança de menos de cinco anos é tão egoísta que é
totalmente incapaz de ver pelo prisma de outro. O teste da bola vermelha e azul é infalível
neste sentido1.
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Se você duvida do egoísmo das crianças, experimente pintar uma bola de tênis, metade de azul e
metade de vermelho. Mostre essa bola para seu filho(a) ou sobrinho(a) de até cinco anos para que ele
veja que a bola tem as duas cores. Depois disso coloque a face vermelha da bola virada para si e a azul
virada para ele ou ela e pergunte: Qual a cor que o papai/mamãe/titio/titia está vendo?
atributos dos que as necessidades mapeadas por Maslow. Assim, trata-se de uma hierarquia
de níveis pelos quais os seres humanos evoluem ao longo de suas vidas e ao longo de história
de sua raça, sempre que as condições para esta evolução são favoráveis. Abaixo apresento os
oito principais níveis de consciência da SD, denotados por cores, com algumas de suas
principais características:
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Ken Wilber e outros autores aventam o surgimento recente de mais um nível de consciência, no caso
pós Turquesa, que ele denomina “Coral”.
A evolução na espiral é, portanto, uma permanente alternância entre o foco no individual e no
coletivo, no lócus de controle interno e no lócus de controle externo. Nota-se um salto
quântico de consciência na passagem do nível verde para o amarelo, da luta contra as
adversidades da vida para o alinhamento com as necessidades da vida. Do ponto de vista dos
objetivos deste texto, três níveis de consciência são especialmente importantes para nós e
merecem um detalhamento mais específico: azul, laranja e verde.
O terceiro nível fundamental para nossa discussão é o verde. Aqui a pessoa percebe que a
competição exacerbada causou danos a vida pessoal (família, amizades, saúde) e, pior, muitas
vezes não gerou os melhores resultados em termos de alcance material privado e nos
negócios. Ocorre então um novo foco nos relacionamentos como forma de abordar os
problemas de forma mais sistêmica, rompendo com a lógica maquinal anterior. Neste novo
nível de foco coletivo da SD, o grupo se expande do foco restrito na “meu povo”, “meu país” e
“meu time” (do nível azul) para englobar a diversidade plural de “todos os seres humanos”.
Em segundo lugar, embora se trate de uma hierarquia psicossocial, cada nível da mesma vai
exigir uma determinada “infraestrutura” biológica para o seu aparecimento. Por isso não
existem crianças ecologistas (a compreensão da necessidade de preservar o planeta é algo que
aparece no nível verde e exige um cérebro maduro), embora elas possam criar hábitos
alinhados com a preservação do meio ambiente quando assim ensinadas. Da mesma forma,
traumas psicológicos ou problemas físicos (como os genéticos) podem bloquear a ascensão na
hierarquia. Um portador de Síndrome de Down dificilmente conseguirá estabilizar um nível
mais complexo que o azul, assim como um adulto com esquizofrenia.
E agora passemos à questão do Brasil e dos demais países do mundo, ou seja, olhemos a
distribuição desses níveis de pensamento (predominantes) pela população de cada país.
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Viver em determinadas culturas onde os valores compartilhados são mais próximos de um
determinado nível pode acelerar o processo de passagem por outros. Por exemplo, o caráter coletivista
da cultura japonesa (e oriental de forma geral), faz com que a passagem pelas cores “quentes” e
individualistas tenda a ser breve. Da mesma forma, na Escandinávia, a forte predominância de valores
pluralistas e de cuidado com o próximo faz com que a passagem pelo nível laranja tenda a ser bem
rápida. Por outro lado, alguns dos valores ligados ao American Way of Life tendem a retardar a
passagem das pessoas no nível laranja nos EUA, impedindo sua rápida progressão ao nível verde.
Figura 1: Distribuição dos Níveis de Consciência entre a população adulta no Japão, Dinamarca,
Noruega e Suécia.
Levando em conta que tanto os EUA quanto o Japão e os países Nórdicos estão entre as
maiores rendas per capitas do mundo, percebe que a curva da Figura 1 (Japão e Nórdicos) é
muito mais fechada em torno do “centro de gravidade” do que a da Figura 2 (EUA), refletindo
o fato desses países terem renda muito mais igualmente distribuída do que os EUA. O fato é
que a distribuição de renda está fortemente correlacionada com o grau de disseminação de
uma educação de longa duração e de qualidade, estando os níveis de consciência também
fortemente correlacionados com estas características. Percebe-se também que o nível de
consciência médio (assim como a MODA, ou seja, o nível de consciência de maior incidência)
dos adultos japoneses e nórdicos é o laranja/VERDE, enquanto que o nível de consciência
médio dos norte-americanos (assim como sua MODA) seria o LARANJA. Entre outras coisas,
isso explicaria o maior sucesso das iniciativas de cunho ambiental no Japão e Suécia, bem
como suas prisões muito mais vazias, quando comparadas com os EUA. Japoneses e nórdicos
são os povos com modos de pensamento mais complexos na atualidade, ou seja, estão “na
fronteira” do desenvolvimento humano de uma forma geral. Entretanto, isso não significa que
estes sejam os países que possuem a maior quantidade de pessoas com pensamento mais
complexo. Ao lembrarmos que os EUA têm mais de 300 milhões de habitantes (contra 110
milhões de Japoneses e menos de 50 milhões de nórdicos), conclui-se que o país com maior
efetivo de pessoas com nível de consciência verde, amarelo ou turquesa são os EUA (de fato a
Costa Oeste, o Nordeste e os a Região dos Grandes Lagos dos EUA têm média e moda nos seus
perfis de níveis de consciência próximos do Gráfico 1, embora com uma dispersão bem maior).
Não é, portanto, à toa, que a maior parte dos livros e teorias inovadoras sobre filosofia,
liderança, comportamento e gestão (e não só sobre tecnologia e consumo) são americanos!
Figura 2: Distribuição dos Níveis de Consciência entre a população adulta no Japão, Dinamarca,
Noruega e Suécia.
Vendo os gráficos para alguns dos países mais ricos do mundo, surge inevitavelmente a
questão: E como fica a distribuição dos níveis de consciência nos países pobres? A Figura 3
mostra a distribuição dos níveis de consciência em Angola, país africano de colonização
portuguesa. Décadas de Guerra Civil desde a independência conquistada no início da Década
de 1970 fazem de Angola um exemplo de subdesenvolvimento: altos índices de analfabetismo,
alta mortalidade infantil, corrupção endêmica e uma péssima distribuição da baixa renda
nacional (apesar do petróleo), representada por um PIB de US$ 115 bilhões divididos pelos 21
milhões de angolanos. A ausência de um sistema sequer razoável de educação básica pública
ao longo das últimas décadas faz da tarefa de encontrar um adulto operando no nível
convencional (de AZUL em diante) algo bastante difícil. A média e a moda do nível
predominante de consciência da população adulta é o VERMELHO e o VERMELHO-azul, com
uma minoria operando no AZUL, uma elite correspondente a menos de 5% da população
operando em torno do LARANJA e um ou outro intelectual chegando ao nível VERDE.
Transformar Angola em uma sociedade focada em VIVER ao invés de SOBREVIVER é uma tarefa
para pelo menos três gerações, desde que que tudo seja feito de forma correta a partir de
agora: Investimentos maciços em educação básica, com gastos volumosos na formação e
remuneração de professores (incluindo a “importação” de multiplicadores de Portugal e do
Brasil), reforma agrária, saneamento, renda mínima, fortalecimento das instituições,
desenvolvimento de uma indústria de transformação local, etc.
Figura 3: Distribuição dos Níveis de Consciência da população adulta em Angola.
Por mais desesperadora que a situação de Angola possa parecer, serve de consolo o fato de
que a distribuição dos níveis de consciência dos EUA no Século XVIII era mais ou menos a
mesma da que aparece na Figura 3. O número de intelectuais pluralistas preocupados com
igualdade de gênero e condições ideais de trabalho (VERDE) era baixo o suficiente para manter
sua zona de influência restrita a academia e alguns eventuais bons empresários e políticos.
Além disso, o número de empreendedores (LARANJA) era bem menor que o número de
cidadãos em condições de seguir um trabalho padronizado (AZUL), evitando o problema de
“muito cacique para pouco índio” e viabilizando eventuais empreendimentos industriais de
baixo custo. Isso vale para tanto para os EUA pré-Taylor quanto para Angola hoje. Ou seja, se
Angola implementasse a mesma receita dos EUA a partir de agora poderia chegar a uma boa
situação ao final de um século. E aí vem a pergunta que não quer calar: e o Brasil?
Edmar Bacha cunhou um termo na década de 1970 que frequentava quase todas os discursos
políticos da centro-esquerda logo após a redemocratização do país na segunda metade da
década de 1980: BELÍNDIA. Em sua crítica das consequências do período do “Milagre
Brasileiro”, Bacha afirmava que o Brasil estava se tornando uma país com legislação e carga
tributária da Bélgica e realidade social da Índia. Isso tinha consequências diretas para a
distribuição de renda, gerando um país dividido em dois: um Brasil educado, utilizando
tecnologias avançadas e usufruindo das benesses da sociedade de consumo e outro,
semianalfabeto, com baixa produtividade e à margem da sociedade de consumo. Nesse ponto
muitos podem argumentar: “ora, mas a sociedade angolana também tem uma minoria que
usufrui dos benefícios da sociedade de consumo!” Sim, mas trata-se de uma minoria
superprivilegiada e não de 30% da população. De fato, pode-se dizer que o segmento formado
pelos 30% de brasileiros com nível sociocultural mais avançado tinham um perfil de
distribuição de nível de consciência similar ao da Itália (não exatamente ao da Bélgica) àquela
época. Por outro lado, os outros 70% tinham um perfil similar ao de um país mulçumano do
Oriente Médio, e não exatamente o da Índia. Porém, como se trata de apenas um país, quando
tentamos colocar toda a população brasileira em uma curva de distribuição de níveis de
consciência, encontramos o gráfico da Figura 4. Sim, trata-se de uma aberração, pois nossa
distribuição não obedece à Curva Normal como as três vistas anteriormente. Algo realmente
raro, que a princípio os economistas (como Bacha o fez) poderiam relacionar à política de
industrialização baseada na Substituição de Importações, adotada pelo Brasil com Juscelino e
levada ao seu auge durante o Regime Militar, em função de seu caráter inflacionário e
concentrador de renda. Nesse ponto, o Brasil estaria acompanhado por Argentina e México,
para não citar outros países latino-americanos que adotaram a mesma política. Ocorre que
nenhum de nuestros hermanos tiveram junto à Substituição de Importações, em um único
pacote, todas as condições abaixo: i) um passado de colônia de exploração baseada em
escravidão negra; ii) seguido de massivas imigrações europeias com características de
colonização de povoamento; e iii) a instalação de um sistema de educação cruel, que garante
aos que estudam nas melhores escolas básicas privadas (e caras) o acesso às melhores
universidades gratuitas, subsidiando o ensino das elites socioculturais e garantindo a
perpetuação da desigualdade. Assim, se procurarmos em todo o globo algum país com
distribuição de níveis de consciência similar a nossa curva esquisita da Figura 4, só iremos
encontrar um: a África do Sul, outro caso de distribuição absurda de renda (e
consequentemente de níveis de consciência), no caso deles motivada pelo regime do
Apartheid, que separou a minoria branca e a maioria negra até a década de 1990.
Ocorre que temos a Curva da Figura 4 e quem pensa as leis e forma opinião do povo sobre
como elas devem ser opera no nível VERDE. Deputados, Senadores, Juízes e Promotores
idealistas criam e implementam uma legislação “Belga” (na verdade quase “Sueca”) no que se
refere à direitos dos acusados e condenados, fazendo com que a massa VERMELHA acredite
cada vez mais que o crime compensa. Artistas e jornalistas enfatizam esta mesma lógica na
televisão e nas demais mídias on-line. É comum ouvir formadores de opinião nessa área
dizendo que o Brasil deveria seguir o exemplo da Suécia e não dos EUA no que se refere à
construção de prisões e condenação de réus. Meu Deus! Que Suécia? A de hoje ou a do Século
XVIII? Sim porque se a Suécia hoje está preocupada em fechar presídios é porque ela os
construiu durante séculos e lá colocava todos que transgrediam a lei, quando seus níveis de
consciência eram aproximadamente aqueles da Curva mais alta da Figura 4! Ouve-se muito
falar que punição não melhora o criminoso, especialmente se a pena for cumprida em uma
cela amontoada com mais 20 presos perigosos. E aqueles que estão do lado de fora e ainda
não aderiram ao crime? O que eles acham quando veem um conhecido que fez um arrastão na
praia ser “absolvido por não oferecer maiores riscos a sociedade” ou o reincidente traficante e
assaltante ser condenado a uma “pena alternativa”? Vale ressaltar que em nenhum momento
a prescrição da SD seria maltratar presos! Muito pelo contrário! Beck e Cowan (os criadores da
SD) sempre enfatizaram que a lógica POA (Politeness, Openess, Autocracy – aqui no sentido de
tratar com educação, estar aberto a ouvir e assumir a responsabilidade) faz com que qualquer
nível de consciência funcione de forma mais adequada. Portanto, mais do que dar a
mensagem no nível adequado, dá-la com educação e cuidado a fortalece ainda mais!
Portanto, teríamos, sim, é de construir muitos e muitos presídios de ótima qualidade para
poder cumprir a lei e prender os criminosos de forma exemplar, para eles e para os outros.
Ressalta-se aqui que a esmagadora maioria destas mentes VERDES que condena a prisão como
forma de punição é absolutamente bem-intencionada! Mas ao mesmo tempo é totalmente
incapaz de perceber que a maioria das pessoas que serão submetidas às suas intenções e aos
suas leis e julgamentos não pensam igual a elas!
Vamos agora falar de Saúde Pública. Desde a Década de 1980 o Brasil voltou a sofrer com
epidemias de Dengue e agora tem de aturar ainda a Chikungunha e Zika, sendo que esta última
vem apavorando a todos em função dos casos crescentes de microcefalia. Quando falamos
que o Brasil voltou a sofrer com a dengue, é porque já tivemos antes este problema e o
erradicamos! Sim, Osvaldo Cruz debelou a Dengue no início do Século XX! Repetindo: início do
Século XX! Como isso foi feito? Simples. Ele descobriu o ciclo da larva e criou uma força tarefa
para, uma vez por semana, pulverizar todas as residências e logradouros com acúmulo de
água. E quem não estava em casa ou tinha a casa vazia? Ela era invadida, pois os mata-
mosquitos contavam com o apoio da justiça e da polícia. O mesmo valia para o caso de alguém
estar em casa e dificultar a ação dos agentes sanitários. Reincidentes em dificultar a vida dos
agentes eram presos e condenados. Sim, porque campanha educativa é ótima e funciona
muito bem a partir da predominância dos níveis AZUL-laranja de consciência. Não é o caso da
maioria da população nas áreas onde o mosquito faz mais e mais vítimas a cada ano. A
estratégia tem de começar pelo vermelho-AZUL e com o tempo evoluir para abordagens
educativas. A campanha educativa dos últimos anos é uma estratégia LARANJA-verde. Ou seja,
não tem eficácia e não vai erradicar o mosquito. No início do Século XX éramos mais ANGOLA
ou os EUA do Século XVIII do que hoje, pois não tínhamos tido os 50 anos em 5 de Juscelino e o
Milagre Brasileiro do Regime Militar, que sedimentaram de vez a “Índia” e a “Bélgica” da nossa
Figura 4. Por isso erradicamos a Dengue. Esse é o problema hoje!
Talvez a mais séria consequência de termos estas “duas curvas em uma” seja a “Dissonância
AZUL-VERDE”, abundante nos setores produtivos de nossa economia. Nos países em que a
distribuição de níveis de consciência segue a curva normal, é comum contingentes operando
no AZUL serem liderados por pessoas operando no LARANJA no setor produtivo. No Brasil,
tornou-se comum pessoas operando no AZUL (ou pior, no VERMELHO-azul ou no vermelho-
AZUL) sendo lideradas por pessoas operando no VERDE. Isso causa uma enorme dissonância,
um verdadeiro structural misunderstanding, no qual líderes VERDES se esforçam por serem
mais democráticos e darem mais voz e participação a funcionários que clamam por conhecer
as regras do jogo para poder desempenhar seus papéis. São incentivados a participarem da
tomada de decisão enquanto o que mais gostariam era ter alguém competente decidindo por
eles. Ou seja, temos líderes “Belgas” que trazem coisas que funcionam nos EUA, no Canadá e
na Escandinávia para implementar na “Índia”! Ora se esse problema é gravíssimo no nível
empresarial, imagina seu efeito nas demais esferas da nossa vida, especialmente na política!
Embora totalmente relacionado ao que escrevi até aqui neste texto, isso é assunto para um
outro artigo! O importante neste ponto é sabermos que nosso país tem solução. E a solução,
com certeza passa pela Abordagem Integral e a Dinâmica da Espiral. Por isso, muitas vezes é
imprescindível dar um passo atrás para poder dar dois à frente em seguida. Por isso é tão
importante que mais e mais formadores de opinião que hoje operam no nível VERDE deem o
salto para o nível AMARELO de consciência e passem a ter uma visão integral. Que passem a
perceber que ABSOLUTISTA pensa como ABSOLUTISTA e não como PLURALISTA! E passem a
planejar (e executar) suas ações levando este fato em conta! Por isso eu escrevi esse artigo e,
se você chegou até aqui, espero que a leitura dele o tenha ao menos provocado neste sentido!