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Resumo
O presente artigo pretende demonstrar que os estudos sobre gestão, num conceito mais
ampliado da organização e da administração, é anterior àqueles abordados no final do século
XIX por Taylor e nos meados da primeira década de XX por Fayol, onde, já na sua fase final,
a Revolução Industrial parecia, não entrar em declínio, todavia ter sua ascensão lastreada com
as novas contribuições advindas de um enfoque mecanicista e que não fossem apenas
justificadas sob o prisma econômico dos clássicos e neoclássicos do século XVIII e XIX. As
primeiras definições de uma gestão industrial foram postuladas pelos economistas, em parte
na Inglaterra, em parte na França. A primeira, tendo Smith capitaneando essa tese, para
justificar uma divisão ordinal de trabalho para o aumento da produtividade e a segunda, sob o
ângulo de um novo fator de produção, Say rompe os paradigmas formais da época, ampliando
o conceito de uma direção dos negócios industriais, o que algum tempo depois viria a ser
tema de estudos sobre o desenvolvimento econômico – tendo em Schumpeter seu expoente
principal – e motivando diversos indivíduos a empreender em variadas formas de negócios.
1
Professor da FAESC (Escada-PE) e da FAFICA (Caruaru-PE). Bacharel em Administração/FCAP-FESP/UPE,
Mestrando em Administração e Desenvolvimento Rural/PADR-UFRPE, Especialização em Business:
Empreendedorismo e Gestão Empresarial/DLCH-UFRPE.
2
Professor e pesquisador do PADR-Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Administração e
Desenvolvimento Rural, da UFRPE. Phd em Economia pela University College London,
Abstract
The present article intends to demonstrate that the studies on management, in an extended
concept more of the organization and of the administration, it is previous to those boarded
ones in the end of century XIX for Taylor and in the middles of the first decade of XX for
Fayol, where, already in its final phase, the Industrial Revolution seemed, not to enter in
decline, however to have its ascension based with the new happened contributions of a
mechanist approach and that only classics prism of and neoclassics of century XVIII and XIX
were not justified under the economic. The first definitions of an industrial management ware
claimed by the economists, in part in England, part in France. First, having Smith
commanding this thesis, to justify an ordinal division of work for the increase of the
productivity and second, under the angle of a new factor of production, Say breaches the
formal paradigms of the time, extending the concept of a direction of the industrial
businesses, what some time later would come to be subject of studies on the economic
development (with Schumpeter) and motivating diverse individuals to undertake in varied
business-oriented forms.
Pode-se afirmar, baseado-se nos seus estudos, que ele foi o primeiro a estudar a
administração industrial como forma de melhorar, não só a produção das indústrias inglesas,
como também da produtividade do trabalhador/operário, em toda a história da Administração
e da Economia.
Dizia Smith que a Divisão do Trabalho aumenta a quantidade de trabalho
produzido por três motivos: a) cada trabalhador desenvolve destreza crescente no
desempenho de uma tarefa simples; b) poupa-se tempo se o trabalhador não precisa mudar o
tipo de trabalho que realiza e c) pode inventar máquinas para aumentar a produtividade,
uma vez que as tarefas foram simplificadas e rotinizadas com a divisão do trabalho (OSER e
BLANCHFIELD, 1983, p.72). A interpretação dada por Smith à administração industrial do
século XVIII estava muito próxima de ser o primeiro estudo científico dado à administração
pela sua função de simplesmente organizar.
Terra O proprietário de toda dádiva da terra (rios, mares, matas, minas, etc.);
Trabalho Quase todo trabalho mental, manual ou corporal. Todo e qualquer profissional,
o artista, o executivo, o operário;
Capital O proprietário ou investidor de bens físicos, de um investimento, de um prédio, de
máquinas, etc.;
Empresariedade O empreendedor e seu ‘espírito empreendedor’.
O chamado modelo taylorista, foi para a época, um modelo inovador, pois via no
homem o elemento-chave para se conseguir a máxima eficiência. O empirismo foi
fundamental para que o ser humano, trabalhador das indústrias americanas, pudesse
acompanhar a evolução da indústria estadunidense. Desta situação, Taylor mediu todo o
processo operativo de tal forma que os operários fossem otimizados em padrões de execução
operacionais, em busca de um modelo de gestão das operações fabris. Contudo, desde os
primeiros esforços até a admissão científica dos processos, aquele homem-operário, buscou
suas recompensas na troca que a própria indústria os instigava a produzir, retribuindo com
pagamentos por peças produzidas levando-os a uma condição de elementos integrantes de
máquina, ou seja: um ‘modelo tipicamente mecanicista’.
Daí, o taylorismo foi o sistema de organização e padronização de trabalho, que
consistia em calcular o máximo esforço que pode depender normalmente um trabalhador
(operário) em certa unidade de tempo, para então exigir de todos os trabalhadores da fábrica
um trabalho idêntico. É estabelecida uma tabela gradual de salários, conforme o operário se
aproxima mais ou menos do rendimento-padrão ou típico (MAGALHÃES, 1969). De acordo
com Taylor, a implantação da Administração Científica deve ser gradual e obedecer a um
certo período de tempo, para evitar alterações bruscas que causem descontentamento por parte
dos empregados e prejuízo aos patrões. Essa implantação requer um período de quatro a cinco
anos para um progresso efetivo.
Apesar de sua atitude francamente pessimista a respeito da natureza humana, já
que considera o operário como irresponsável, vadio e negligente, Taylor se preocupou em
criar um sistema educativo baseado na intensificação do ritmo de trabalho em busca da
eficiência empresarial e, em nível mais amplo, ressaltar a enorme perda que o país vinha
sofrendo com a vadiagem e a ineficiência dos operários em quase todos os atos diários.
Algumas críticas foram destacadas pelo uso intensivo dessas práticas técnico-
operacionais como o abuso do sistema que deturpou sua finalidade, criado para ajustar a
técnica do operário e lhe oferecer um justo salário, entretanto muitos deles se valeram para
conseguir maior produção e maior lucro. Uma outra crítica é que passou assim, a ser uma
mecanização do trabalho, estabelecendo uma seleção desumana que levou os menos dotados à
estafa.
3
PRINCÍPIOS básicos de Ford. Disponível em: <http://www.admbrasil.com.br/tex_ford.htm>.
2.4.1 Sobre a Profissionalização da Administração
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referências Bibliográficas
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