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Lei Maria da Penha

Lei Maria da Penha - Lei 11340/06 | Lei nº 11.340,


de 7 de agosto de 2006
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal,
da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a
Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República
Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica
e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às
mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Em 1983, o marido de Maria da Penha Maia Fernandes tentou assassiná-la por
duas vezes. Na primeira vez simulou com assalto na residência do casal e atirou
em Maria da Penha, a deixando paraplégica. Na segunda, ele tentou matá-la por
eletrocussão e afogamento.
O marido foi condenado a apenas oito anos de prisão, porém teve seu julgamento
anulado pois a defesa entrava com recursos, garantindo sua liberdade enquanto o
processo estava parado na justiça. Em 2002 ele finalmente foi preso, 19 anos
depois do acontecimento, e cumpriu apenas dois anos de reclusão pelos crimes
cometidos. A lei vai além de agressões físicas, também identifica como casos de
violência doméstica:
Violência psicológica: isolamento da mulher, constrangimento, vigilância constante, o
insulto, entre outros.
Violência sexual: forçar uma relação sexual não desejada ou que a mulher esteja
desacordada, forçar o casamento ou impedir que a mulher use métodos
contraceptivos.
Violência patrimonial: destruição ou subtração dos seus bens, recursos econômicos
ou documentos pessoais.
O agressor não precisa ser o marido, a lei também engloba casos que independem
do parentesco. O agressor pode ser o padrasto/madrasta, sogro/sogra,
cunhado/cunhada ou agregados, desde que a vítima seja mulher

A aplicação da lei Maria da Penha garante o mesmo atendimento para mulheres que
estejam em relacionamento com outras mulheres, a violência é independente da
orientação sexual. Além disso, recentemente, o Tribunal de Justiça de São Paulo
garantiu a aplicação da lei para transexuais que se identificam como mulheres em
sua identidade de gênero.
Depois que a mulher apresenta queixa na delegacia de polícia ou à Justiça, o
magistrado tem o prazo de até 48 horas para analisar a concessão de proteção. A
urgência da lei corresponde à urgência dos problemas de violência contra a mulher.
Para garantir a efetividade da Lei Maria da Penha, o CNJ trabalha para divulgar e
difundir a legislação entre a população e facilitar o acesso à justiça a mulher que
sofre com a violência. Para isso, realiza campanha contra a violência doméstica, que
foca a importância da mudança cultural para a erradicação da violência contra as
mulheres.
O Brasil foi o 18° país da América Latina em adotar uma legislação no combate à
violência doméstica. A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu a Lei Maria
da Penha como uma das três leis mais importantes do mundo no combate a este
tipo de agressão.
A Lei trouxe grandes avanços no combate à impunidade, pois encorajou as vítimas
de violência doméstica a buscarem pelos seus direitos e a denunciarem os seus
agressores. Criou-se também meios humanizados de atendimento às mulheres,
incluindo políticas públicas e a conscientização de toda a sociedade.
Medidas protetivas:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao


órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o


limite mínimo de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de


comunicação;

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e


psicológica da ofendida;

Segundo dados de 2015 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a lei


Maria da Penha contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de
homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas.
A lei Maria da Penha é reconhecida pela ONU como uma das três melhores
legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres.
Com a prometida e já esperada facilitação da posse de arma de fogo, a questão da
violência doméstica e familiar contra a mulher em nosso país tende a se agravar. O
potencial lesivo da arma inquestionavelmente transmutará quase que
automaticamente os casos de ameaça e lesão corporal dentro de casa em homicídio
consumado, tornando impossível a defesa da mulher.
Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para autorizar,
nas hipóteses que especifica, a aplicação de medida protetiva de urgência, pela
autoridade judicial ou policial, à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, ou a seus dependentes, e para determinar o registro da medida protetiva de
urgência em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça.
De acordo com nova norma, quando constatada a existência de risco atual ou
iminente à vida ou à integridade física da mulher, ou de seus dependentes, o
“agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência”
com a vítima,
O texto prevê que a autoridade policial poderá determinar a medida protetiva em cidades
onde não haja um juiz para fazê-lo. Assim, o delegado ou até o próprio agente, na ausência
do delegado, poderá determinar que o agressor saia de casa, mantendo distância da vítima
até a análise do juiz. Segundo o texto, a autoridade policial deverá informar a decisão ao juiz
da comarca mais próxima em até 24 horas.

https://jus.com.br/artigos/71132/facilitacao-de-posse-de-arma-de-fogo-e-violencia-domestica

http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/10/9-fatos-que-voce-precisa-saber-sobre-a-lei-
maria-da-penha

http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/lei-maria-da-penha/sobre-a-lei-maria-da-penha

https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/95552/lei-maria-da-penha-lei-11340-06

http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2019-05/publicada-lei-que-garante-mais-
protecao-mulher-vitima-de-violencia

Lei do Feminicídio
Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para
prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da
Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos.

Para tentar impedir os crimes contra as pessoas do sexo feminino, a presidente do


Brasil, Dilma Rousseff, sancionou a Lei 13.104, em 9 de março de 2015, conhecida
como a Lei do Feminicídio.
A lei altera o Código Penal, incluindo o assassinato de mulheres na lista de crimes
hediondos, cujas penas previstas pelo Código Penal são de 12 a 30 anos de
reclusão.

No Brasil, o crime de homicídio (assassinato) prevê pena de seis a 20 anos de


reclusão. No entanto, quando for caracterizado feminicídio, a punição parte de 12
anos de reclusão.

O feminicídio é o crime de homicídio caracterizado como ato discriminatório e de


ódio, quando a razão pela qual foi cometido é a questão de gênero, ou seja, pelo
fato da vítima ser mulher. A legislação brasileira trata o feminicídio como crime
qualificado, ou seja, torna o crime de homicídio mais grave do que ele já é, em casos
praticados contra a mulher.
Considerado como crime hediondo, o feminicídio tem pena prevista que pode variar
de 12 a 30 anos de prisão. Dependendo da circunstância em que o crime aconteceu
e de fatores relativos à vítima, alguns agravantes sobre a pena podem ser aplicados.
Esses fatores agravantes podem aumentar os anos de prisão em 1/3 ou metade da
pena sancionada.
A pena pode ser agravada quando o crime cometido envolve uma mulher grávida,
ou quando o fato ocorre dentro de três meses depois que a vítima passou pelo
processo de parto. O agravante para o feminicídio também pode ser aplicado em
casos de a vítima ser menor de 14 anos de idade ou maior de 60 anos de idade,
bem como mulheres que possuem algum tipo de deficiência. O terceiro fator
agravante é quando o crime é praticado na presença dos pais ou filhos da vítima.
Agressões físicas e psicológicas, como abuso ou assédio sexual, estupro,
escravidão sexual, tortura, mutilação genital, negação de alimentos e maternidade,
espancamentos, entre outras formas de violência que gerem a morte da mulher,
podem configurar o feminicídio.

O feminicídio pode ser classificado em três situações:

Feminicídio íntimo: quando há uma relação de afeto ou de parentesco entre a vítima


e o agressor;

Feminicídio não íntimo: quando não há uma relação de afeto ou de parentesco entre
a vítima e o agressor, mas o crime é caracterizado por haver violência ou abuso
sexual;

Feminicídio por conexão: quando uma mulher, na tentativa de intervir, é morta por
um homem que desejava assassinar outra mulher;

De acordo com o texto da lei do feminicídio, a pena do crime pode ser aumentada
em 1/3 (um terço) até a metade caso tenha sido praticado sob algumas condições
agravantes, como:

 Durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto;

 Contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou


com deficiência;

 Na presença de descendente ou ascendente da vítima;

Atualmente, um homem que matar uma mulher "por ela ser mulher", não cometerá
mais um homicídio e sim um homicídio qualificado, um crime hediondo, cometerá
um feminicídio. Indubitavelmente, era mais fácil para o Estado generalizar crimes
do que, de fato, admitir que sérios problemas existiam, que necessitavam ser
analisados e empregados políticas públicas sérias e eficazes para encará-los de
frente.
https://www.mundoadvogados.com.br/artigos/entenda-a-lei-do-feminicidio

https://www.significados.com.br/feminicidio/

https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/08/18/lei-maria-da-penha-x-lei-do-feminicidio-
qual-a-diferenca.htm

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