Coaching por quem é coach

O mundo corporativo parece, de tempos em tempos, ser seduzido pelas

palavras da moda: houve o tempo da Reengenharia, o boom do CRM
(Customer Relationship Management), a aposta total nos modelos de
consultorias, dentre outras, que, mais do que palavras, são verdadeiras
técnicas de apoio à gestão. Agora, a bola da vez é o coaching. É certo que
cada uma dessas ferramentas não foi ou é apenas um modismo, mas trouxe, e
ainda traz, seus devidos benefícios às empresas. A problemática não está na
exploração intensiva de uma técnica, mas sim na generalização, ou seja, hoje,
tudo virou coaching. Treinamento e desenvolvimento virou coaching
(constatado inclusive em um anúncio publicado no Caderno Empregos e
Oportunidades, de Zero Hora, no segundo semestre de 2009: a vaga
anunciada foi intitulada de Coaching, mas as funções descritas eram de
Treinamento e Desenvolvimento), consultoria de Recursos Humanos passou a
ser denominada de coaching, profissionais de diversas áreas e com as mais
variadas formações passaram a se aventurar no novo nicho de mercado, e
formou-se a confusão.

Em meio a isso tudo, é fundamental que gestores, líderes e profissionais de

Recursos Humanos saibam exatamente o que é e para que serve o coaching,
para que se tire o melhor proveito da técnica e para que outras áreas, como o
mentoring, a psicoterapia e a consultoria não sejam confundidas com o
processo.

Coaching pode ser definido como um facilitador da aprendizagem, liberando o

potencial de uma pessoa, com o objetivo de maximizar sua performance.
Trabalha, basicamente, em cima da transformação (individual ou de um grupo),
atendendo questões do momento presente, do agora. Serve para potencializar
o melhor de cada um, pessoal ou profissionalmente e deve ser conduzido
sempre por profissional com a devida formação para a condução do processo.
Um dos exemplos de desenvolvimento é o Curso de Formação de Coaches
Executivos e Empresariais, desenvolvido pela ABRACEM – Associação
Brasileira de Coaching Executivo e Empresarial.
O mentoring é um dos processos muito confundidos com o coaching, mas pode
ser entendido como transferência de sabedoria, ou seja, tem enfoque no
conhecimento do mentor, que é visto como uma espécie de mestre. Já
consultoria, por exemplo, traz soluções e linhas de ação a serem
implementadas, sendo o consultor normalmente chamado para fornecer
informações específicas sobre uma determinada questão. O treinamento, que,
em geral, é ministrado para equipes, também vem sendo muito confundido com
coaching, como citado em exemplo anterior, e apesar de ser um processo de
aprendizagem, tem foco na execução de um dado trabalho. Por fim, a
psicoterapia tem seu principal diferencial por não focar no presente, mas sim
no passado das pessoas e nos eventos acontecidos que levam ao
comportamento presente.

Fica, por fim, um alerta, tanto aos executivos, que devem ficar atentos quando
da contratação do serviço de um coache, tanto para empresas, para que
confiem o trabalho a quem realmente possui o devido conhecimento e vai, de
fato, atuar na ampliação do processo de conhecimento de seus coachees,
fazendo do coaching mais do que um modismo e sim, construindo novos
futuros e transformando potenciais.

Tatiana Rheinheimer
Daniele Gerber Dorn

KRAUSZ, Rosa R. Coaching executivo: a conquista da liderança. São

Paulo: Nobel, 2007, 204 p.