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SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO

(Adaptação da peça de Shakespeare para 16 personagens)

Personagens – 6 masculinos: Egeu (pai de Hérmia), Lisandro (amor de Hérmia), Demétrio (prometido de Hérmia),
Oberon (rei dos Elfos), Puck (duende malandro) e camponês(Botton); e dez femininos: Hérmia (moça ateniense
apaixonada por Lisandro), Helena (amiga de Hérmia, apaixonada por Demétrio), Titânia (rainha das fadas), 3 fadas (Flor-
de-ervilha, Teia-de-aranha, Semente-de-mostarda), 4 atrizes.

Ato I – Em Atenas
Cena 1 – Egeu conta a Hérmia o seu destino
Egeu – Minha filha, sabemos que já estás na idade de se casar.
Hérmia – Já, papai? Sou tão jovem ainda e Lisandro ainda nem me pediu em casamento, apenas namoramos.
E – Lisandro? Vais casar com Demétrio.
H - Mas Demétrio é o grande amor de minha amiga Helena!!!
E – Está decidido, vais casar daqui a quatro dias.
H – Jamais me casarei com quem não amo, ainda mais traindo minha amiga.
E – Então, pelas leis atenienses, serás morta por desobedeceres ao teu pai.
H – Mas, papai...
E – Nem mais nem meio mais, vou agora mesmo relatar ao duque de Atenas, Teseu.
H – Oh, não!!!
(Egeu sai e Hérmia fica chorando)

Cena 2 – Hérmia e Lisandro tem um plano


(Hérmia grita para Lisandro que passa na rua)
H – Lisandro, Lisandro!!!
Lisandro – Hérmia! Hérmia!
H – Oh, Lisandro, preciso te contar algo, meu amor.
L – Sim, querida, estava com saudades.
H – Oh, Lisandro, daqui a quatro dias terei que casar com Demétrio por ordem de meu pai.
L – Oh, não!!! Se desrespeitares o teu pai a punição será a morte.
H – E então, o que faremos?
L – Já sei! Tenho uma tia que mora fora de Atenas, onde não existe esta lei. Lá me casarei contigo. Fugiremos
pela floresta.
H – Mas a floresta é mal assombrada e é noite do solstício de verão. Na noite mais curta do ano a floresta fica
cheia de duendes, elfos, fadas e demônios.
L – São lendas querida, devemos lutar contra as crendices deste povo ignorante. Imagina, matar uma pessoa
que ama e acreditar em duendes e fadas.
H – Como és inteligente!
L – São seus olhos...
(Egeu chama dos fundos)
Egeu – Filha, quem está aí?
H – Ninguém, papai. (para Lisandro) Fuja, querido.
(Lisandro sai e chega, Helena, trazida por Egeu).

Cena 3 – Hérmia conta seu plano a Helena


Egeu – Minha filha, Helena quer conversar contigo.
Helena – Obrigado, senhor Egeu. Agora gostaria de falar a sós com Hérmia.
Egeu – Vou ficar aqui para ouvir o que conversam.
Helena – Pelas leis atenienses os pais não podem ouvir o que as filhas confidenciam para as amigas.
Egeu – Malditas leis atenienses! (Sai Egeu)
Hérmia – Que bom que vieste, estou com um problema terrível.
Helena – Amiga falsa, queres casar com meu ex-noivo!!!
Hérmia – Quero nada, ele foi escolhido por meu pai.
Helena – Mas ainda estou apaixonada por ele. Como pudeste fazer uma coisa desta comigo?

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Hérmia – Não foi escolha minha. Meu amor é Lisandro, mas se não me casar com Demétrio meu destino será a
morte.
Helena – Meu Deus, tenho que te salvar. Mas como posso te ajudar?
Hérmia – Até já arquitetamos um plano. Vamos fugir pela floresta até a casa da tia de Lisandro que mora em
outra cidade e lá casaremos.
Helena – Mas a floresta é minada de duendes e seres fantásticos, e esta é a noite do solstício de verão. Na noite
mais curta do ano a floresta fica cheia de duendes, elfos, fadas e demônios.
Hérmia – Até tu, Helena!!!
Helena – Tenho que ir querida.
Hérmia – Reza por mim, cara Helena.
(Saem as duas)

Cena 4 – Helena conta o plano a Demétrio


(No proscênio, que estabelece a rua, Helena encontra Demétrio).
Helena – Demétrio, Demétrio!!!
Demétrio – O que tu queres, não vês que não posso mais me encontrar contigo!
Helena – Sei, estás arrastando a asa para Hérmia.
D – Não estou, mas fomos confirmados como noivos desde criança. Tenho que respeitar as leis atenienses. Se
não casar, ela será morta.
H – E o nosso amor?
D – Não sei, às vezes fico em dúvida.
H – Homem é tudo igual. Mas sei que não casarás com ela.
D – Por quê?
H – Porque ela fugirá com Lisandro pela floresta até a casa de uma tia dele que mora em outra cidade.
D – Mas nessa noite do solstício de verão?Na noite mais curta do ano a floresta fica cheia de duendes, elfos,
fadas e demônios.
H – Pra você ver!!!
D – Isto não vai adiantar. Os soldados atenienses irão até lá e então os dois serão mortos.
H – Então precisamos salvá-los.
D – Isto mesmo, vamos atrás deles.
(Demétrio sai e Helena fica pensando enquanto as atrizes chegam)
Cena 5 – Os artistas se preparam
(Todos são mulheres fazendo-se passar por homens, já que mulheres não podiam representar em Atenas).
Atriz 4 – Helena, por que estava conversando com Demétrio?
Atriz 3 – Você sabe que ele está prometido à Hérmia!
Helena – E o que vocês estão fazendo com essas roupas de homem e esses bigodes.
Atriz 4 – Isso não interessa, é problema nosso.
Atriz 3 – Mas você não quer saber onde se meteu Demétrio?
Helena – É mesmo! Ei, volte querido!
(Helena sai e entra o camponês).
Atriz 1 – Nosso grupo de teatro está todo aqui?
Camponês – Será melhor fazermos a chamada. Vocês tem certeza que são homens? Vocês me parecem com
mulheres. Mulheres não podem representar em Atenas, é proibido.
Todas – Somos homens. Olha aqui ó!
(Fazem gestos masculinos para o Camponês)
Atriz 1 – Aqui está a chamada com a indicação dos que foram considerados capazes de representar o interlúdio
diante dos reis da cidade de Atenas.
Camponês – Vamos ver, primeiro conta como vai ser a peça e depois lê o nome dos atores.
Atriz 1 – Ora bem, a nossa peça intitula-se: A mais lamentável comédia , a mais cruel morte de Píramo e Tisbe.
Camponês – É uma bela peça, é o que vos digo, e divertida. Vamos à chamada.
Atriz 1 – Botton, o camponês.
Camponês – Presente. Farei o papel de Píramo. O que morre por questões de amor.
Atriz 1 – Francisco Flauta.
Atriz 2 – Presente, o que farei?

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Atriz 1 – Você será Tisbe.
Atriz 2 – O que é Tisbe?
A 1 – É a moça que Píramo deve amar.
A2 – Ah, não dá. Tá me crescendo a barba.
Camponês – Pouco importa. Usa uma máscara. Fala fininho.
A 2 – Vou tentar!
Atriz 1 – Robim Starverling, alfaiate. Você será a mãe de Tisbe. Eu farei o pai e Snug, marceneiro fará o papel
de leão. Pronto. Já distribuí os papéis.
Camponês – Droga, queria fazer o papel de leão.
Atriz 3 – Não. Não. Se o rei ouvir sua voz muito forte, mandará matar a todos. Queres isto?
Atriz 4 – Você ficará bem com o papel de Píramo. És bem apessoado, tens distinção.
Atriz 1 – Aqui estão os papéis. Nos encontraremos na floresta para o ensaio.
Ator 3 e 4 – Oh, não! Mas nessa noite do solstício de verão?Na noite mais curta do ano a floresta fica cheia de
duendes, elfos, fadas e demônios.
Camponês – Estou cansado destas histórias...
Todos – Vamos ao ensaio. Vamos!!!

Ato II – Na floresta
Cena 1 – Oberon e Titânia encontram-se na floresta (Oberon com Puck e Titânia com as fadas. Estão
discutindo durante a música e apresentam seus tronos).
Oberon – Titânia, minha rainha, estou de mal contigo desde que roubaste aquele elfo que seria do meu séqüito.
Titânia – Eu o escondi na floresta para que não recebesse a educação que tu dás aos teus seguidores.
Fada 1 – Isto mesmo, atrapalhas todos os atenienses montando estrepolias com Puck.
Puck – Alto lá!!! Eu, como todo bom duende, devo deixar a vida das pessoas, como direi... mais interessante.
Fada 2 – Mais interessante, pois sim! Colocando caranguejos nos copos de leite das senhoras...
Fada 3 – Puxando os bancos quando vão se sentar...
Puck – Aquelas gordas senhoras são muito tristes. Só reclamam da vida. Merecem punição.
Oberon –Titânia, ordeno-te que me devolvas o elfo. Quero ele para meu pajem, Sou o rei e senhor das florestas.
Titânia – Pois vais ter muito que esperar por isso. Jamais te darei o elfo, ele está bem escondido e terá uma
ótima educação. Vamos, minhas fadas.
(Titânia e as fadas saem)

Cena 2 – Oberon contrata Puck para punir Titânia


Oberon – Estou contrariado, o que me dizes?
Puck – Na noite mais curta do ano a floresta fica cheia de duendes, elfos, fadas e demônios. Deves aprontar-lhe
algo.
Oberon – Já sei: estou precisando daquela flor que as moças chamam de amor-perfeito. O suco desta flor,
derramado sobre as pálpebras de quem dorme, desperta na pessoa uma paixão violenta pela primeira visão que
encontrar ao acordar. Vou derramar suco de amor-perfeito nas pálpebras da minha Titânia e ela se apaixonará
pela imagem mais repulsiva em que pousar os olhos.
Puck – Ótima idéia, meu rei Oberon.
Oberon – Depois que ela passar essa vergonha, farei me devolver o menino-elfo. Vá, Puck.
Puck – Já retornarei com o suco. Estou pulando de alegria. (Sai Puck)

Cena 3 – Oberon vê Helena e Demétrio na floresta


(Entram Demétrio e Helena na floresta, Oberon fica observando, escondido).
Helena – Demétrio, espere, quero ir com você.
Demétrio – Por que me persegues?
Helena – Eu te amo e quero te seguir.
Demétrio – Pois vou andar mais rápido e deixá-la a mercê desta floresta sombria.
Helena – Não farias isto comigo! Ei, espere!!!
(Helena sai seguindo Demétrio)

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Cena 4 – Oberon pede a Puck que faça o encantamento aos atenienses (Chega Puck)
Oberon – Meu caro Puck, necessito de outro favor teu.
Puck – Oba!!! Mais uma brincadeira?
Oberon – Não, agora é sério. Há pouco vi passar por aqui dois jovens atenienses. Ela, muito apaixonada por ele.
Puck – Diga seu plano, meu rei.
Oberon – Quero que tu derrames a poção nos olhos do rapaz.
Puck – E aí ele vai se apaixonar por um porco-espinho e vai ser aquela...
Oberon – Nada disso. Faça-os dormir, coloque-os juntinhos e derrame a poção no rapaz. A moça não precisa, já
está apaixonada.
Puck - Como é que eu vou saber quem são?
Oberon – Estão vestidos como atenienses.
Puck – Está bem, mas deixa primeiro eu passar na rainha, deixa?
Oberon – Não, caro Puck, com você sempre vem primeiro a diversão depois o trabalho!!! Mas quem vai colocar
a poção na rainha serei eu. Você irá atrás dos atenienses.
Puck – Droga!!! Ups, desculpa, meu rei.
(saem por lados diferentes)

Cena 5 – Os atores chegam à floresta


Camponês – Estamos todos reunidos?
A 1 – Sem faltar um. Que lugar maravilhoso. Escutai este eco. Eco.Eco. Eco...
A 2 – Temos um problema. Píramo terá que se matar com uma espada, as senhoras atenienses vão achar muita
violência.
A 3 – Acho melhor ele não se matar.
A 4 – De jeito nenhum. Vamos colocar um narrador que diga que as espadas são de mentira para não assustar
as mulheres.
Todos – Boa!
Camponês – Vamos escrever em versos de seis ou oito sílabas?
A 1 – Em versos fica muito complicado. Vamos improvisar.
A 2 – O leão não vai causar medo às senhoras?
A 3 – Nesse caso o narrador vai dizer que não é um leão de verdade e nem uma espada de verdade!
Todos – Boa!
A 4 – Temos outro problema. E a lua? Os amantes se encontram ao luar.
Camponês – Vamos usar uma lanterna.
Todos – Boa!
A 1 – E o muro? Vamos ter que ter um muro. Pois os amantes conversam na frestinha do muro.
A 2- Alguém vai ter que fazer o papel de muro.
A 1 – Tá bom, eu faço o muro.
Todos – Vamos ao ensaio.
(Todos se preparam, a Atriz 4 faz o narrador explicando que as espadas e o leão são de mentira e todos ensaiam
cheio de ohs)
Camponês e Atriz 2- Ó Piramo, Ó Tisbe. ...
(Chega Puck e assusta as atrizes, que fogem. Puck pega o camponês e leva para o fundo do palco, batendo
nele).

Ato III – Na floresta


Cena 1 – Titânia dá as ordens às suas fadas
Titânia – Você, Grão-de-ervilha, matará os insetos daninhos que moram nos botões das rosas silvestres.
Fada 1 – Mas, minha rainha, eu detesto usar o martelo.
Titânia – Use isto, será inventado no futuro, chama-se Rodasol. (Fada 1 sai)
Titânia – Você, Teia-de-aranha, atacará os morcegos, preciso de um novo casaco de asas de morcego.
Fada 2 – Mas, minha rainha, eles são fedorentos!
Titânia – Use isto, será inventado no futuro e se chamará Bom-Ar, uma variação do Rodasol. (Fada 2 sai)
Titânia - E você, Grão-mostarda, anote aí na minha agenda: amanhã, reunião com as corujas. Preciso ter uma
conversa muito séria com aquelas agourentas. Ah, mas antes...cante para mim.

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Fada 3 – Rainha, estou muito cansada. Deixo com a senhora este invento futurista, CD player e uma cantora
muito boa.
Titânia – Pode retirar-se. Ligue e vá.
(Toca a música Borboleta Pequenina ou outra música de ninar. Titânia adormece e chegam Oberon e Puck)
Oberon – Quando os olhos abrires, ao despertar, o que primeiro vires, terás de amar. (derrama a poção).
Agora... devo esconder a rainha ali atrás para que ninguém chegue antes do futuro amor dela. Ah, Ah, Ah!!!
Puck – Ande, Rainha, ande!
(Escondm a rainha e saem).

Cena 2 – A bagunça do Puck


(Entram Hérmia e Lisandro)
Hérmia – Espera, Lisandro, estou muito cansada.
Lisandro – Então, dorme aqui. Também estou cansado. Ninguém deve vir a floresta na noite do solstício de
verão. Na noite mais curta do ano a floresta fica cheia de duendes, elfos, fadas e demônios. Todos na cidade
temem os duendes.
Hérmia – Estou tão cansada que nem medo tenho.
Lisandro – Durmamos, então.
(Chega Puck)
Puck – Estes devem ser os atenienses. Vou pingar. Ih!!! Será que devo pingar nos olhos da moça ou do rapaz?
Sei lá, minha mãe mandou escolher esta daqui, mas eu sou teimoso e escolho... ela mesma. Nossa!!! Ali estão
mais dois, vou fazer o feitiço de adormecer. Durmam, durmam!!! (Demétrio e Helena adormecem). Agora, levo
esta pra este, ou seria ou contrário (carrega as pessoas e se confunde). Bom, vou por a poção nos rapazes. Ih,
vou sair daqui, acho que fiz uma bobagem.
(Puck, receoso que fizera algo errado, sai. Helena acorda e tenta acordar Demétrio e Lisandro).
Lisandro – Helena, eu te amo.
Demétrio – Helena, eu te amo.
Helena – Ih, não tinha nenhum e agora tenho dois.
Hérmia – (acordando) O que é isto, queres me tirar o noivo?
Lisandro – Lutarei contigo pelo amor de Helena.
Demétrio – Isto mesmo, vamos até a clareira. (saem)
Helena – Hei, esperem por mim!
Hérmia – Volte aqui, o noivo é meu!
(Saem brigando)

Cena 3 – Oberon encontra com Puck


Oberon – Viste só o que aprontaste?
Puck – A culpa não foi minha. O senhor me disse que estavam com trajes atenienses, e eu me confundi. Mas a
briga vai ser bem interessante!
Oberon – Agora, trate de consertar. Faça cair uma neblina para atrapalhar a briga e eles se perderem na
floresta. Depois, cansados e adormecidos, é só pingar o antídoto nos rapazes e em todos para se esquecerem
do acontecido.

Cena 4 – Cena muda com bagunça


(Música alta, todos se procurando na neblina. Puck batendo na cabeça deles para adormecer e derramando as
poções, por via das dúvidas, muita poção para todos. Os jovens acordam e saem da floresta com medo).

Ato IV – Na floresta
Cena 1 – Um camponês aparece à Titânia
Oberon – Tu és muito desastrado, Puck! Mas por que estás com este camponês?
Puck – Eu peguei por aí. Tens alguma idéia sinistra, senhor?
Oberon – Sim, tenho. Vamos usá-lo contra a Titânia..
Camponês – Credo em cruz, quê é que ocêis são?

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Oberon – Somos os diabinhos da floresta. Você deve usar esta cabeça de burro e nos seguir.
Camponês – Tá bom, mas não me machuquem. Não devia ter vindo a floresta na noite do solstício de verão. Na
noite mais curta do ano a floresta fica cheia de duendes, elfos, fadas e demônios.
(Puck põe a cabeça de burro no camponês).
Oberon – Agora, Puck, traga a rainha.
(Puck puxa a rainha. Oberon e Puck se escondem e ela acorda).
Titânia – Ah! Estou vendo um anjo!
Camponês – Benza Deus, quero sair deste bosque.
Titânia – Não faça isso, fique comigo. Meu amor lhe pertence. As fadas da minha corte serão suas servas
eternas. Fadas!!! (batendo palmas, Oberon e Puck rindo). Ordeno que sirvam este gentil fidalgo.

Cena 2 – As fadas viram escravas do camponês


Fada 1 – Nos chamou?
Fada 2 – O que quereis de nós?
Fada 3 – Estava eu dormindo...
Titânia – Silêncio! Atendam ao meu amado.
Fada 1 – Mas, rainha Titânia, é um burro.
Titânia – Não vês que é a coisa mais linda do mundo?
Fada 2 – Se a senhora pensa assim...
Fada 3 - ... quem somos nós para contrariá-la.
Camponês – Você aí que parece uma ervilha, coce a minha cabeça. E você, esfarrapenta como uma teia de
aranha, mate aquela abelha vermelha e depois me traga um bocado de mel. E você, mostardenta, quero ser
barbeado.
Fada 1 – Que horror!
Titânia – Oh, como estou apaixonada por você. Venha para junto de mim. Quero dormir nos seus braços.
(As fadas fazem as tarefas e Puck e Oberon riem)
Oberon – Cara Titânia, queres te libertar do meu encanto?
Fada 2– Bem que eu vi que era armação dos dois.
Fada 3 – O que a rainha deve fazer para se libertar de tal tormento?
Oberon – Devolver o meu elfo.
Titânia – Devolvo, mas me libertem.
Puck – Aqui está o antídoto. (Titânia bebe)
Camponês – Ai!!! Vou dar o fora daqui. Nunca mais saio pra passear na noite do solstício de verão. Na noite
mais curta do ano a floresta fica cheia de duendes, elfos, fadas e demônios.
(O camponês sai correndo)

Cena 3 – Oberon e Titânia fazem as pazes


Titânia – Oberon, seu brincalhão. Não gostei da tua façanha.
Oberon – Agora você tem que prometer que não será tão rigorosa com todos.
Titânia – Prometo. Mas o que aconteceu na floresta nesta noite mágica?
Oberon – Na noite do solstício de verão, sempre acontecem coisas estranhas, mas conseguimos salvar a vida
de uma moça e seu amor.
Titânia – Ah, mas precisamos ajudá-los. Vamos minhas fadas, vamos lançar um feitiço sobre a cidade para
respeitar o amor.
Fadas – Vamos!!!
Puck – Deixe-me ajudá-las.
Todos – Não, Puck, você já aprontou demais!
Oberon – Vamos preparar o feitiço lá na clareira ao lado do riacho.
Todos – Vamos.
(Saem com música)

Cena 4 – Os jovens encontram Egeu


(Aparecem os jovens meio tontos)
Lisandro – Onde estamos?

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Hérmia – Meu amor, estamos perto da cidade, ouço vozes.
Demétrio – Sabe, Helena, acho que estou cada vez mais apaixonado por ti.
Helena – Oh, querido. Ei, veja!!! É Egeu quem está chegando.
Egeu – Sim, sou eu mesmo.
Lisandro – Morrerei com Hérmia.
Hérmia – Isso mesmo, defenderemos o nosso amor.
Egeu – Meus filhos, não se preocupem. Por alguma razão desconhecida, o nosso rei aboliu a lei de morte por
desobediência. E, de agora em diante, todos se casarão por amor. Venham comigo, parece que teremos um
casamento duplo!
Demétrio – Tenho a impressão que esta floresta é encantada. Na noite de solstício de verão. Na noite mais curta
do ano a floresta fica cheia de duendes, elfos, fadas e demônios.
Helena – Eu também sinto isto. Mas quem pode provar? Numa noite de solstício de verão tudo pode acontecer.

Cena 5 – As atrizes encontram Botton


A 1 – Meu Deus, onde estará Botton?
A 2 – Não há notícias dele. Decerto aqueles seres horrorosos levaram o coitado.
A 3 – Sem ele não poderemos representar.
A 4 – Apesar de tudo, ele é o único que pode fazer o Píramo.
A 1 – Será que ninguém vai desconfiar que somos mulheres?
A 2 – De jeito nenhum. Somos atrizes ou não somos. Podemos fingir que somos homens fazendo papel de
mulher.
A 3 – Olha ali. Vem vindo o Botton.
A 4 – Que bom vê-lo.
Camponês – Que bom ver vocês, podemos ensaiar a peça.
Todas – É claro. Vamos até Atenas. Suspeito que faremos o maior sucesso.

Última cena – Festa de casamento


Egeu – E então, tudo acabou bem. Como vimos, a minha filha casou-se com quem amava. Helena e Demétrio se
juntaram. Acredito que tudo isto aconteceu por causa daquela noite mágica. Comemoremos. Com vocês agora o
grande espetáculo de Píramo e Tisbe, com os atores do cidade de Atenas.
(Chegam os atores e começa a música. Todos podem agradecer ao público, sendo que os elfos e fadas no
proscênio).

FIM
Obs – Esta adaptação é livre, mas recomenda-se ler o original de Shakespeare, principalmente na parte das
confusões de Puck.
Professor Jarbas Griebeler
São Leopoldo, verão de 2003/revisto em abril de 2006

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