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FUNCÕES SINTÁTICAS

FUNÇÕES SINTÁTICAS AO NÍVEL DA FRASE

Sujeito  Elemento que controla a concordância, em pessoa e em


número, relativamente ao núcleo. Pode ser:

Simples – constituído apenas por um grupo nominal ou por


uma frase.

Ex.: O João pintou a casa.

Composto – constituído por duas ou mais expressões nominais


ou por duas ou mais frases.

Ex.: Eu e a Joana fomos passear.

Nulo – não está realizado lexicalmente, sendo possível


classificá-lo em:

Subentendido – quando é possível identificar no


contexto o referente para o qual remete o sufixo
flexional.

Ex.: «[Tu] Querias crescer depressa, aí tens.»

Indeterminado – quando o verbo se encontra na 3ª


pessoa do plural ou do singular, acompanhado, neste
último caso, do pronome pessoal se com valor
impessoal, não sendo possível identificar o referente
do sujeito nulo indeterminado, uma vez que não é
definido nem específico.

Ex.: «Disseram-me que ia chover.»; «Via-se bem que


alguns deles faziam logo as contas.»

Expletivo – ocorre apenas com verbos impessoais.

Ex.: «Havia já algumas pessoas à sombra dos toldos ou


estendidos ao sol.»

Predicado  Função sintática desempenhada pelo grupo verbal.

Ex.: O António telefonou à irmã.


Modificador da frase  grupo preposicional (1) ou adverbial (2),
oração subordinada adverbial condicional (3) ou oração
subordinada adverbial concessiva (4) que, ao contrário dos
complementos, não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no,
acrescentando informação suplementar. Caracterizam-se
essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo ocorrer em
várias posições da frase.

Ex.: (1) Na verdade, eles têm toda a razão.

(2) Felizmente, eles conseguiram chegar a tempo à reunião.

(3) Se estiver sol, iremos passear.

(4) Ainda que o percurso seja difícil, vale a pena realizá-


lo.

Vocativo  Constituinte (não obrigatório) que identifica o


interlocutor, ocorrendo em frases imperativas (1), exclamativas
(2) e interrogativas (3).

Ex.: (1) «Fecha a porta, João.»

(2) «Dói-me muito o peito, mãe!»

(3) «Quando tenho alta, senhor doutor?»

FUNÇÕES SINTÁTICAS INTERNAS AO GRUPO VERBAL

Complementos – constituintes da frase selecionados pelo verbo:

 Complemento direto – grupo nominal (1) ou oração


substantiva completiva (2) que pode ser substituído
respetivamente pelo pronome pessoal de 3ª pessoa (o/a,
os/as) e pelo pronome demonstrativo átono o.

Ex.: (1) «Dois homens seguravam o porco.» «Dois homens


seguravam-no»

(2) «Hão de jurar que não me conhecem.» «Hão de jurá-


lo.»
 Complemento indireto – grupo preposicional (geralmente
introduzido pela preposição a) que pode ser substituído por
um pronome pessoal de 3ª pessoa (lhe/lhes).

Ex.: «Perguntem aí ao Gouveia.» «Perguntem-lhe aí.»

 Complemento oblíquo – grupo adverbial (1) ou preposicional


(2) que, ao contrário do complemento indireto, não pode ser
substituído por um pronome pessoal (lhe/lhes).

Ex.: (1) «Faz bem à alma.» «Faz-lhe à alma.»

(2) «Também me lembro do sopro do maçarico.» «Também me


lembro-lhe.»

EXEMPLOS DE VERBOS QUE PEDEM COMPLEMENTO OBLÍQUO:

Ir a, vir de, estar em, partir de (nome ou pronome precedido


de preposição; advérbio);

Comunicar com, concordar com, discordar de, precisar de,


necessitar de, troçar de, casar-se com, divorciar-se de,
dispor-se a, arrepender-se de, interessar-se por (nome ou
pronome precedido de preposição).

Complemento agente da passiva – grupo preposicional


(geralmente introduzido pela preposição por) que, na frase
ativa correspondente, passa a grupo nominal com função de
sujeito.

Ex.: «Uma Câmara não é eleita pelo povo, é nomeada pelo


Governo.» «O povo não elege uma Câmara, o Governo nomeia-
a.»
Predicativos

 Predicativo do sujeito – grupo nominal (1), adjetival (2),


adverbial (3) ou proposicional (4) ou oração (5)
selecionado por um verbo copulativo (estar, ficar,
continuar, parecer, permanecer, revelar-se, ser, tornar-
se…) que atribui uma propriedade ou uma localização
(espacial ou temporal) ao sujeito.

Ex.: (1) «A mãe era uma criatura desagradável e azeda.»

(2) «Garcia ficou aturdido.»

(3) «Olhe que isto é preciso é que todos fiquem bem.»

(4) «Caeiro era de estatura média.»

(5) «Pensar é estar doente dos olhos.»

 Predicativo do complemento direto – grupo nominal (1),


adjetival (2) ou preposicional (3), selecionado por um
verbo transitivo predicativo (achar, chamar, considerar,
eleger, julgar, nomear, tratar,…) que atribui uma
propriedade ou uma localização (espacial ou temporal) ao
complemento direto.

Ex.: (1) «[…] se o ministro fizer esse ladrão recebedor de


comarca.»

(2) «Todos a achavam simpática.»

(3) «Todos o tinham por tolo.»


Modificador do grupo verbal  grupo preposicional (1), adverbial
(2) ou oração subordinada (3) que, ao contrário dos complementos,
não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no, acrescentando
informação suplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua
grande mobilidade, podendo ocorrer em várias posições da frase.

Ex.: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.»

(2) «O conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de


seda da Índia.»

(3) «Não te posso dar minha filha, porque já não tenho


filha.»

FUNÇÕES SINTÁTICAS INTERNAS AO GRUPO NOMINAL

Complemento do nome  grupo preposicional [oracional (1) ou não


oracional (2)] ou, menos frequentemente, adjetival (3) que
integra o grupo nominal, ocorrendo sempre à direita do nome que
completa e sendo sempre de preenchimento opcional.

EX: (1) «Tem curiosidade de saber como é esta pobre máquina por
dentro […].»

(2) «Ter pena dele seria como ter pena dum plátano […].»

(3) «A procura turística tem aumentado.»


Modificador do nome – função sintática que integra o grupo
nominal, modificando-o através de informações suplementares.

 Restritivo – grupo preposicional (1), grupo adjetival (2)


ou oração relativa restritiva (3) que modifica o nome,
restringindo a sua referência.

EX: (1) «Fechou a porta da cela atrás de si […].»

(2) «De repente, a rapariga loira viu uma criança sair


a correr.»

(3) «Há palavras que fazem bater mais depressa o coração


[…].»

 Apositivo – grupo nominal (1), adjetival (2) ou


preposicional (3) ou oração relativa explicativa (4) que,
ao modificarem o nome, não limitam a sua referência. Na
escrita, está sempre separado por vírgulas do nome que
modifica e ocorre normalmente à direita do mesmo.

EX: (1) «Alguma vez a sua Loló, magra e frenética criatura


de olhos verdes, brincara nos jardins dos palacetes […]?»

(2) «Que doença estranha, lenta mas tenaz, matava o


Rei?»

(3) «A velha tinha-se dado preparatoriamente um choro,


de grande efeito em corações de viajante.»

(4) «O rapaz, que chegou pelo lado de trás, abriu a


cancela de madeira.»

FUNÇÕES SINTÁTICAS INTERNAS AO GRUPO ADJETIVAL

Complemento do adjetivo  grupo preposicional [não oracional (1)


ou oracional (2)] que integra o grupo adjetival, ocorrendo sempre
à sua direita. Não é de preenchimento obrigatório.

EX: (1) «E será o pai feliz com o meu sacrifício?»

(2) «Sou fácil de definir.»


Modificador do adjetivo  grupo adverbial que integra o grupo
adjetival, correspondendo a um advérbio colocado à esquerda do
adjetivo.

EX: «Verão como o elefante se enfrenta com os mais furiosos


ventos contrários.»

Testes práticos para identificar os complementos do verbo e o


modificador do grupo verbal

Complemento direto: pode ser substituído pelo pronome pessoal o,


a, os, as. Se for uma oração, pode substituir-se pelo pronome
demonstrativo isso. Surge na resposta à questão: O sujeito +
verbo + o quê? ou + quem?

Complemento indireto: pode ser substituído pelo pronome pessoal


lhe, lhes. Surge na resposta à questão: O sujeito + verbo (+
complemento direto) + a quem?

Complemento agente da passiva: na frase ativa, desempenharia a


função de sujeito.

Complemento oblíquo: não pode ser substituído pelos pronomes


pessoais o e lhe.

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