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Da morte o aspecto
Já não me assusta,
Que a vida ganho
Da morte à custa.
Sempre cavando
Sem descansar,
Vivo enterrado,
Para enterrar.
Um dia, ou outro,
Cavando o fosso,
Co'o cheiro infecto,
Cair bem posso.
Agora mesmo
Posso cair!...
Não diz a morte
Quando há de vir.
Quantos lá vivem
Nessa cidade
Aqui têm todos
Segura herdade.
Ricos e pobres,
Todos virão,
Dormir no leito
Da podridão.
Ternos amantes,
Pais extremosos,
Esposos caros,
Filhos saudosos,
Vêde o que resta
Do vosso amor:
Podre cadáver,
Que causa horror!
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O poema fala sobre a vida de um coveiro que graças ao seu trabalho já está muito
familiarizado com a morte e não tem medo de quando chegar a sua vez de se
tornar um defunto. Outro assunto mencionado é que o fato de uma pessoa ser mais
rica que a outra não mudará o seu destino, no fim todos estarão mortos e debaixo
da terra.
Se eu morresse amanhã
(Álvares de Azevedo)
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(...)
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O poema fala sobre a morte e o eu lírico a vê como algo belo, uma chance de se ter
paz eternamente, um pensamento gentil, uma amiga. Basicamente, ele ama a
morte e quer fazer parte dela.
Como eu te amo
(Gonçalves Dias)
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O poema fala sobre um amor não correspondido, o eu lírico compara o amor que
sente com a natureza. Ele sofre por não ser visto, ser ignorado pela pessoa amada
e ele talvez por medo da rejeição não revela os seus sentimentos.
Olhos Verdes
(Gonçalves Dias)
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O poema fala sobre amor não correspondido, os olhos verdes se refere a pessoa
amada e é comparada à natureza. As antíteses presentes demonstram as
contradições do amor.
A Beleza
(Gonçalves de Magalhães)
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Esse poema fala sobre amor não correspondido, o eu lírico está disposto a fazer de
tudo pela pessoa amada, mas é infeliz por ser desprezado pela mesma. Ele relata
que nem um simples riso foi capaz de ter ganhado, a severidade que ela possui
mesmo que nenhuma outra pessoa a adora como ele.
I-Juca-Pirama
(Gonçalves Dias)
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
(...)
E os campos talados,
E os arcos quebrados,
E os piagas coitados
Já sem maracás;
E os meigos cantores,
Servindo a senhores,
Que vinham traidores,
Com mostras de paz.
Aos golpes do imigo
Meu último amigo,
Sem lar, sem abrigo
Caiu junto a mi!
Com plácido rosto,
Sereno e composto,
O acerbo desgosto
Comigo sofri.
(...)
Então, forasteiro,
Caí prisioneiro
De um troço guerreiro
Com que me encontrei:
O cru dessossego
Do pai fraco e cego,
Enquanto não chego,
Qual seja, — dizei!
Ao velho coitado
De penas ralado,
Já cego e quebrado,
Que resta? — Morrer.
Enquanto descreve
O giro tão breve
Da vida que teve,
Deixai-me viver!
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O poema fala sobre o índio Juca Pirama, que é um guerreiro bravo, forte e que não
tem medo de morrer. Ao ser capturado pelos Timbras, ele oferece se tornar o
escravo deles em troca de continuar vivo, isso por causa do pai dele que já está
fraco.
O Canto do Guerreiro
(Gonçalves Dias)
I
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
II
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?
III
IV
Na caça ou na lide,
Quem há que me afronte?!
A onça raivosa
Meus passos conhece,
O imigo estremece,
E a ave medrosa
Se esconde no céu.
— Quem há mais valente,
— Mais destro que eu?
VI
Se as matas estrujo
Co’os sons do Boré,
Mil arcos se encurvam,
Mil setas lá voam,
Mil gritos reboam,
Mil homens de pé
Eis surgem, respondem
Aos sons do Boré!
— Quem é mais valente,
— Mais forte quem é?
VII
VIII
E o Piaga se ruge
No seu Maracá,
A morte lá paira
Nos ares frechados,
Os campos juncados
De mortos são já:
Mil homens viveram,
Mil homens são lá.
IX
E então se de novo
Eu toco o Boré;
Qual fonte que salta
De rocha empinada,
Que vai marulhosa,
Fremente e queixosa,
Que a raiva apagada
De todo não é,
Tal eles se escoam
Aos sons do Boré.
— Guerreiros, dizei-me,
— Tão forte quem é?
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O poema fala sobre os índios, suas características positivas e de seus feitos. São
valentes, fortes, não fazem escravos e estimam a vida. O eu lírico relata sobre seus
golpes fatais, caçadas e guerras.
Canção do Tamoio
(Gonçalves Dias)
II
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
III
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!
IV
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!
VI
VII
Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.
IX
As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.
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No poema o índio está falando com o seu filho, ensinando que não deve chorar que
a vida é uma luta cruel que tem que ser trilhada com bravura, que a morte não deve
ser temida e que ela há de vir. O eu lírico também fala que por ser seu filho ele será
corajoso e forte.
Canção do Exílio
(Gonçalves Dias)
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O tema do poema é a pátria, o eu lírico foi exilado e por isso sente falta do Brasil
(sua terra natal), há a exaltação da natureza e a saudade. Ele utiliza o “mais” como
uma forma de mostrar que a sua terra natal é melhor que a terra onde ele está
atualmente.
Minha Terra
(Casimiro de Abreu)
(...)
É um país majestoso
Essa terra de Tupá,
Desd'o Amazonas ao Prata,
Do Rio Grande ao Pará!
— Tem serranias gigantes
E tem bosques verdejantes
Que repetem incessantes
Os cantos do sabiá.
(...)
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O assunto do poema é a pátria e por causa disso existe a exaltação da natureza, há
também a personificação/prosopopeia (por exemplo, a argêntea praia que beija o
mar do sul). É descrito as belezas da terra, como o vale de florinhas, o doce ar
cheiroso, o céu sempre azul e outros.
Ilustrações
Tema: Morte
Tema: Pátria
Gonçalves de Magalhães
Também estudou filosofia com o orador religioso Monte Alverne, sofrendo a sua
influência.
Além das obras de poesias acima mencionadas, escreveu: "A Confederação dos
Tamoios" (1858), "Os Mistérios" (1858), "Urânia" (1861), "Cânticos Fúnebres"
(1864). Foi autor de duas tragédias, "Antônio José" (1838) e "Olgiato" (1839); dos
ensaios de "Opúsculos Históricos e Literários" (1865); e das obras de filosofia:
"Fatos do Espírito Humano" (1858), "A Alma e o Cérebro" (1876) e "Comentários e
Pensamentos" (1880).
Foi ainda secretário do Duque de Caxias, no Maranhão e no Rio Grande do Sul. Em
1847, entrou para a diplomacia, foi Ministro, em missão especial, no Paraguai, e
depois, na Áustria, nos Estados Unidos, Argentina e Santa Sé. Exerceu ainda o
cargo de Encarregado de Negócios no reino das Duas Sicílias, no Piemonte, na
Rússia e na Espanha.
O poema "A Confederação dos Tamoios" causou grande polêmica, devido ao seu
caráter paradoxal, que celebra ao mesmo tempo o índio e o catequizador num
poema épico, que deveria, por suas próprias características, ter apenas um ponto
de vista. Assim, foi atacado por muitos escritores, entre os quais um nome de peso
como José de Alencar. Por outro lado, defenderam-no, entre outros, Monte Alverne
e o próprio imperador Pedro 2o, seu amigo.
Álvares de Azevedo
Nasceu em São Paulo no dia 12 de setembro de 1831 e aos dois anos de idade sua
família mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1836, falece seu irmão mais novo, fato
que o deixou bastante abalado.
Durante seus estudos foi um aluno brilhante, estudou no Colégio do professor Stoll
e foi constantemente elogiado. Em 1845 ingressou no Colégio Pedro II.
Tuberculoso, em 1851 adotou a ideia de que a morte era fato consumado em sua
vida e começou a escrever cartas à sua mãe, irmã e aos amigos certificando-os do
seu inevitável destino.
Sua temática voltada à morte pode ser considerada um refúgio, para aliviar a
realidade em que vivia e a sensação de impotência com o mundo que o cercava.
Álvares encarava a morte como solução de todas as suas crises e de suas dores.
Também abordava constantemente o tédio da vida e as frustrações amorosas. A
figura da mulher aparece em seus versos sempre como um ser inacessível,
oscilando entre anjo e ser fatal.
Como poeta indianista, exaltou a coragem e a valentia do índio, que passa a ser o
personagem principal. Escreveu “Marabá”, “O Canto do Piaga”, “Leito de Folhas
Verdes” e “I – Juca Pirama”. Enquanto poeta da natureza, Gonçalves Dias canta o
amor, as florestas, a imensa luz do sol brasileiro. “Canção do Exílio” é um clássico
da literatura brasileira.
Casimiro José Marques de Abreu, nasceu na Barra de São João, no Estado do Rio
de Janeiro, no dia 4 de janeiro de 1839. Com apenas 13 anos, enviado pelo pai, vai
para a cidade do Rio de Janeiro, trabalhar no comércio.