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Introdução

É importante ler as poesias do século XlX, pois é o período do verdadeiro


nascimento da nossa literatura. Nele, criaram-se o romance e o teatro nacionais,
tão necessários ao estimulo da vida literária. Com a vinda da família real
portuguesa para o Brasil, em 1808, dos atos de D. João V que tiveram
ressonâncias culturais significativas destacam-se: A abertura dos portos as nações
amigas; a criação de bibliotecas e escolas superiores. Os poemas do século XIX
são vistos como ‘’um ato de brasilidade’’ pois abandonam aos poucos os tons
lusitanos em favor da fala brasileira, ressaltando o nacionalismo.
No século XIX, muito do que lemos hoje, temos graça aos autores da época. Em
toda história sendo na arte ou na literatura, o conteúdo que é produzido na época é
sempre um espelho de sociedade que os consome. Seguindo o povo da época, que
não tinha smartphones, televisão e muito menos internet.
Não só pela riqueza histórica, os textos do século XIX enriquecem o vocabulário,
expande a mente para novos horizontes. Sem falar que ‘nossos’ clássicos são
considerados os mais belos do mundo.
O Louco do Cemitério: Poema
Romântico em Seis Cantos – Canto I:
O Coveiro
(Gonçalves de Magalhães)

Vivo co'os mortos,


Na cova os ponho,
Entre eles durmo,
Com eles sonho.
Quantos defuntos
Já enterrei!
Defunto eu mesmo
Também serei.

No pão que como,


No ar que respiro,
Na água que bebo,
A morte aspiro.
Já cheira a morto
O corpo meu.
Abre-te, oh terra,
Que serei teu.

Da morte o aspecto
Já não me assusta,
Que a vida ganho
Da morte à custa.
Sempre cavando
Sem descansar,
Vivo enterrado,
Para enterrar.

Um dia, ou outro,
Cavando o fosso,
Co'o cheiro infecto,
Cair bem posso.
Agora mesmo
Posso cair!...
Não diz a morte
Quando há de vir.

Mas os que folgam


Na excelsa Corte
Não estão mais longe
Das mãos da morte.
Cá os espera
A minha pá...
O que foi terra,
Terra será.

Quantos lá vivem
Nessa cidade
Aqui têm todos
Segura herdade.
Ricos e pobres,
Todos virão,
Dormir no leito
Da podridão.

Ternos amantes,
Pais extremosos,
Esposos caros,
Filhos saudosos,
Vêde o que resta
Do vosso amor:
Podre cadáver,
Que causa horror!

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O poema fala sobre a vida de um coveiro que graças ao seu trabalho já está muito
familiarizado com a morte e não tem medo de quando chegar a sua vez de se
tornar um defunto. Outro assunto mencionado é que o fato de uma pessoa ser mais
rica que a outra não mudará o seu destino, no fim todos estarão mortos e debaixo
da terra.
Se eu morresse amanhã
(Álvares de Azevedo)

Se eu morresse amanhã, viria ao menos


Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!


Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! Que doce n’alva


Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora


A ânsia de glória, o dolorido afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

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O poema mostra o sentimento contraditório de alívio e dor ante a morte. Com a


morte o sofrimento do eu lírico desapareceria, mas o mesmo seria causado para
sua família. Há também a exaltação da natureza.
Morte
(Junqueira Freire)

Pensamento gentil de paz eterna,


Amiga morte, vem. Tu és o termo
De dois fantasmas que a existência formam,
— Dessa alma vã e desse corpo enfermo.

Pensamento gentil de paz eterna,


Amiga morte, vem. Tu és o nada,
Tu és a ausência das moções da vida,
Do prazer que nos custa a dor passada.

Pensamento gentil de paz eterna,


Amiga morte, vem. Tu és apenas
A visão mais real das que nos cercam,
Que nos extingues as visões terrenas.

(...)

Amei-te sempre: — e pertencer-te quero


Para sempre também, amiga morte.
Quero o chão, quero a terra — esse elemento;
Que não se sente dos vaivéns da sorte.

Para tua hecatombe de um segundo


Não falta alguém? — Preenche-a tu comigo.
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo.

Miríadas de vermes lá me esperam


Para nascer de meu fermento ainda.
Para nutrir-se de meu suco impuro,
Talvez me espera uma plantinha linda.

Vermes que sobre podridões refervem,


Plantinha que a raiz meus ossos ferra,
Em vós minha alma e sentimento e corpo
Irão em partes agregar-se à terra.
E depois nada mais. Já não há tempo,
Nem vida, nem sentir, nem dor, nem gosto.
Agora o nada, — esse real tão belo
Só nas terrenas vísceras deposto.

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O poema fala sobre a morte e o eu lírico a vê como algo belo, uma chance de se ter
paz eternamente, um pensamento gentil, uma amiga. Basicamente, ele ama a
morte e quer fazer parte dela.
Como eu te amo
(Gonçalves Dias)

Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,


O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;

Como se ama o clarão da branca lua,


Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua,

Como se ama das aves o gemido,


Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;

Como se ama o crepúsculo da aurora,


A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;

Como se ama o calor e a luz querida,


A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:

Assim eu te amo, assim; mais do que podem


Dizer-to os lábios meus, - mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. - Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.

De mim não saberás como te adoro;


Não te direi jamais,
Se te amo, e como, e a quanto extremo chega
Esta paixão voraz!

Se andas, sou o eco dos teus passos;


Da tua voz, se falas;
o murmúrio saudoso que responde
Ao suspiro que exalas.

No odor dos teus perfumes te procuro,


Tuas pegadas sigo;
Velo teus dias, te acompanho sempre,
E não me vês contigo!

Oculto e ignorado me desvelo


Por ti, que me não vês;
Aliso o teu caminho, esparjo flores,
Onde pisam teus pés.
Mesmo lendo estes versos, que m'inspiras,
- "Não pensa em mim", dirás:
Imagina-o, se o podes, que os meus lábios
Não to dirão jamais!

Sim, eu te amo; porém nunca


Saberás do meu amor;
A minha canção singela
Traiçoeira não revela
O prêmio santo que anela
O sofrer do trovador!

Sim, eu te amo; porém nunca


Dos lábios meus saberás,
Que é fundo como a desgraça,
Que o pranto não adelgaça,
Leve, qual sombra que passa,
Ou como um sonho fugaz!

Aos meus lábios, aos meus olhos


Do silêncio imponho a lei;
Mas lá onde a dor se esquece,
Onde a luz nunca falece,
Onde o prazer sempre cresce,
Lá saberás se te amei!

E então dirás: Objeto


Fui de santo e puro amor:
A sua canção singela;
Tudo agora me revela;
Já sei o prêmio que anela
O sofrer do trovador.

"Amou-me como se ama a luz querida,


Como se ama o silêncio, os sons, os céus,
Qual se amam cores e perfume e vida,
Os pais e a pátria, e a virtude e a Deus!"

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O poema fala sobre um amor não correspondido, o eu lírico compara o amor que
sente com a natureza. Ele sofre por não ser visto, ser ignorado pela pessoa amada
e ele talvez por medo da rejeição não revela os seus sentimentos.
Olhos Verdes
(Gonçalves Dias)

Eles verdes são:


E têm por usança,
Na cor esperança,
E nas obras não.
CAM., Rim.

São uns olhos verdes, verdes,


Uns olhos de verde-mar,
Quando o tempo vai bonança;
Uns olhos cor de esperança,
Uns olhos por que morri;
Que ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

Como duas esmeraldas,


Iguais na forma e na cor,
Têm luz mais branda e mais forte,
Diz uma — vida, outra — morte;
Uma — loucura, outra — amor.
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

São verdes da cor do prado,


Exprimem qualquer paixão,
Tão facilmente se inflamam,
Tão meigamente derramam
Fogo e luz do coração;
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

São uns olhos verdes, verdes,


Que podem também brilhar;
Não são de um verde embaçado,
Mas verdes da cor do prado,
Mas verdes da cor do mar.
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

Como se lê num espelho,


Pude ler nos olhos seus!
Os olhos mostram a alma,
Que as ondas postas em calma
Também refletem os céus;
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

Dizei vós, ó meus amigos,


Se vos perguntam por mi,
Que eu vivo só da lembrança
De uns olhos cor de esperança,
De uns olhos verdes que vi!
Que ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

Dizei vós: Triste do bardo!


Deixou-se de amor finar!
Viu uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos da cor do mar:
Eram verdes sem esp'rança,
Davam amor sem amar!
Dizei-o vós, meus amigos,
Que ai de mi!
Não pertenço mais à vida
Depois que os vi!

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O poema fala sobre amor não correspondido, os olhos verdes se refere a pessoa
amada e é comparada à natureza. As antíteses presentes demonstram as
contradições do amor.
A Beleza
(Gonçalves de Magalhães)

Oh Beleza! Oh potência invencível,


Que na terra despótica imperas;
Se vibras teus olhos
Quais duas esferas,
Quem resiste a teu fogo terrível?

Oh Beleza! Oh celeste harmonia,


Doce aroma, que as almas fascina;
Se exalas suave
Tua voz divina,
Tudo, tudo a teus pés se extasia.

A velhice, do mundo cansada,


A teu mando resiste somente;
Porém que te importa
A voz impotente,
Que se perde, sem ser escutada?

Diga embora que o teu juramento


Não merece a menor confiança;
Que a tua firmeza
Está só na mudança;
Que os teus votos são folhas ao vento.

Tudo sei; mas se tu te mostrares


Ante mim como um astro radiante,
De tudo esquecido,
Nesse mesmo instante,
Farei tudo o que tu me ordenares.

Se até hoje remisso não arde


Em teu fogo amoroso meu peito,
De estóica dureza
Não é isto efeito;
Teu vassalo serei cedo ou tarde.
Infeliz tenho sido até agora,
Que a meus olhos te mostras severa;
Nem gozo a ventura,
Que goza uma fera;
Entretanto ninguém mais te adora.

Eu te adoro como o anjo celeste,


Que da vida os tormentos acalma;
Oh vida da vida,
Oh alma desta alma,
Um teu riso sequer me não deste!

Minha lira que triste ressoa,


Minha lira por ti desprezada,
Assim mesmo triste,
Assim malfadada,
Teu poder, teus encantos pregoa.

Oh Beleza, meus dias bafeja,


Em teu fogo minha alma devora;
Verás de que modo
Meu peito te adora,
E que incenso ofertar-te deseja.

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Esse poema fala sobre amor não correspondido, o eu lírico está disposto a fazer de
tudo pela pessoa amada, mas é infeliz por ser desprezado pela mesma. Ele relata
que nem um simples riso foi capaz de ter ganhado, a severidade que ela possui
mesmo que nenhuma outra pessoa a adora como ele.
I-Juca-Pirama
(Gonçalves Dias)

Meu canto de morte,


Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.

Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.

(...)

Andei longes terras,


Lidei cruas guerras,
Vaguei pelas serras
Dos vis Aimorés;
Vi lutas de bravos,
Vi fortes — escravos!
De estranhos ignavos
Calcados aos pés.

E os campos talados,
E os arcos quebrados,
E os piagas coitados
Já sem maracás;
E os meigos cantores,
Servindo a senhores,
Que vinham traidores,
Com mostras de paz.
Aos golpes do imigo
Meu último amigo,
Sem lar, sem abrigo
Caiu junto a mi!
Com plácido rosto,
Sereno e composto,
O acerbo desgosto
Comigo sofri.

Meu pai a meu lado


Já cego e quebrado,
De penas ralado,
Firmava-se em mi:
Nós ambos, mesquinhos,
Por ínvios caminhos,
Cobertos d'espinhos
Chegamos aqui!

(...)

Então, forasteiro,
Caí prisioneiro
De um troço guerreiro
Com que me encontrei:
O cru dessossego
Do pai fraco e cego,
Enquanto não chego,
Qual seja, — dizei!

Eu era o seu guia


Na noite sombria,
A só alegria
Que Deus lhe deixou:
Em mim se apoiava,
Em mim se firmava,
Em mim descansava,
Que filho lhe sou.

Ao velho coitado
De penas ralado,
Já cego e quebrado,
Que resta? — Morrer.
Enquanto descreve
O giro tão breve
Da vida que teve,
Deixai-me viver!

Não vil, não ignavo,


Mas forte, mas bravo,
Serei vosso escravo:
Aqui virei ter.
Guerreiros, não coro
Do pranto que choro;
Se a vida deploro,
Também sei morrer.

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O poema fala sobre o índio Juca Pirama, que é um guerreiro bravo, forte e que não
tem medo de morrer. Ao ser capturado pelos Timbras, ele oferece se tornar o
escravo deles em troca de continuar vivo, isso por causa do pai dele que já está
fraco.
O Canto do Guerreiro
(Gonçalves Dias)
I

Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.

II

Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?

III

Quem guia nos ares


A frecha emplumada,
Ferindo uma presa,
Com tanta certeza,
Na altura arrojada
onde eu a mandar?
— Guerreiros, ouvi-me,
— Ouvi meu cantar.

IV

Quem tantos imigos


Em guerras preou?
Quem canta seus feitos
Com mais energia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me:
— Quem há, como eu sou?

Na caça ou na lide,
Quem há que me afronte?!
A onça raivosa
Meus passos conhece,
O imigo estremece,
E a ave medrosa
Se esconde no céu.
— Quem há mais valente,
— Mais destro que eu?

VI

Se as matas estrujo
Co’os sons do Boré,
Mil arcos se encurvam,
Mil setas lá voam,
Mil gritos reboam,
Mil homens de pé
Eis surgem, respondem
Aos sons do Boré!
— Quem é mais valente,
— Mais forte quem é?

VII

Lá vão pelas matas;


Não fazem ruído:
O vento gemendo
E as matas tremendo
E o triste carpido
Duma ave a cantar,
São eles — guerreiros,
Que faço avançar.

VIII

E o Piaga se ruge
No seu Maracá,
A morte lá paira
Nos ares frechados,
Os campos juncados
De mortos são já:
Mil homens viveram,
Mil homens são lá.

IX

E então se de novo
Eu toco o Boré;
Qual fonte que salta
De rocha empinada,
Que vai marulhosa,
Fremente e queixosa,
Que a raiva apagada
De todo não é,
Tal eles se escoam
Aos sons do Boré.
— Guerreiros, dizei-me,
— Tão forte quem é?

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O poema fala sobre os índios, suas características positivas e de seus feitos. São
valentes, fortes, não fazem escravos e estimam a vida. O eu lírico relata sobre seus
golpes fatais, caçadas e guerras.
Canção do Tamoio
(Gonçalves Dias)

Não chores, meu filho;


Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.

II

Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.

III

O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!

IV
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!

E pois que és meu filho,


Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.

VI

Teu grito de guerra


Retumbe aos ouvidos
Dimigos transidos
Por vil comoção;
E tremam douvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.

VII

E a mão nessas tabas,


Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!
VIII

Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.

IX

E cai como o tronco


Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.

As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.

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No poema o índio está falando com o seu filho, ensinando que não deve chorar que
a vida é uma luta cruel que tem que ser trilhada com bravura, que a morte não deve
ser temida e que ela há de vir. O eu lírico também fala que por ser seu filho ele será
corajoso e forte.
Canção do Exílio
(Gonçalves Dias)

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,


Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

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O tema do poema é a pátria, o eu lírico foi exilado e por isso sente falta do Brasil
(sua terra natal), há a exaltação da natureza e a saudade. Ele utiliza o “mais” como
uma forma de mostrar que a sua terra natal é melhor que a terra onde ele está
atualmente.
Minha Terra
(Casimiro de Abreu)

Todos cantam sua terra,


Também vou cantar a minha,
Nas débeis cordas da lira
Hei de fazê-la rainha;
— Hei de dar-lhe a realeza
Nesse trono de beleza
Em que a mão da natureza
Esmerou-se em quanto tinha.

Correi pr'as bandas do sul:


Debaixo dum céu de anil
Encontrareis o gigante
Santa Cruz, hoje Brasil;
— É uma terra de amores
Alcatifada de flores,
Onde a brisa fala amores
Nas belas tardes de abril.

(...)

É um país majestoso
Essa terra de Tupá,
Desd'o Amazonas ao Prata,
Do Rio Grande ao Pará!
— Tem serranias gigantes
E tem bosques verdejantes
Que repetem incessantes
Os cantos do sabiá.

(...)

Quando Dirceu e Marília


Em terníssimos enleios
Se beijavam com ternura
Em celestes devaneios;
Da selva o vate inspirado,
O sabiá namorado,
Na laranjeira pousado
Soltava ternos gorjeios.

Foi ali, foi no Ipiranga,


Que com toda a majestade
Rompeu de lábios augustos
O brado da liberdade;
Aquela voz soberana
Voou na plaga indiana
Desde o palácio à choupana,
Desde a floresta à cidade!

Um povo ergueu-se cantando


— Mancebos e anciãos —
E, filhos da mesma terra,
Alegres deram-se as mãos;
Foi belo ver esse povo
Em suas glórias tão novo,
Bradando cheio de fogo:
— Portugal! somos irmãos!

Quando nasci, esse brado


Já não soava na serra
Nem os ecos da montanha
Ao longe diziam — guerra!
Mas não sei o que sentia
Quando, a sós, eu repetia
Cheio de nobre ousadia
O nome da minha terra!

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O poema se refere a exaltação da pátria, em que o eu lírico fala sobre as belezas


da sua terra, há personificação/prosopopeia (por exemplo, onde a brisa fala
amores). O eu lírico também relata sobre o brado da liberdade e que quando ele
nasceu já não ecoava mais.
Na Minha Terra
(Álvares de Azevedo)

Amo o vento da noite sussurrante


A tremer nos pinheiros
E a cantiga do pobre caminhante
No rancho dos tropeiros;

E os monótonos sons de uma viola


No tardio verão,
E a estrada que além se desenrola
No véu da escuridão;

A restinga dareia onde rebenta


O oceano a bramir,
Onde a lua na praia macilenta
Vem pálida luzir;

E a névoa e flores e o doce ar cheiroso


Do amanhecer na serra,
E o céu azul e o manto nebuloso
Do céu de minha terra;

E o longo vale de florinhas cheio


E a névoa que desceu,
Como véu de donzela em branco seio,
Às estrelas do céu.

Não é mais bela, não, a argêntea praia


Que beija o mar do sul,
Onde eterno perfume a flor desmaia
E o céu é sempre azul;

Onde os serros fantásticos roxeiam


Nas tardes de verão
E os suspiros nos lábios incendeiam
E pulsa o coração!

Sonho da vida que doirou e azula


A fala dos amores,
Onde a mangueira ao vento que tremula
Sacode as brancas flores,

E é saudoso viver nessa dormência


Do lânguido sentir,
Nos enganos suaves da existência
Sentindo-se dormir;

Mais formoso não é: não doire embora


O verão tropical
Com seus rubores e alvacenta aurora
Na montanha natal,

Nem tão doirada se levante a lua


Pela noite do céu,
Mas venha triste, pensativa — e nua
Do prateado véu —

Que me importa? se as tardes purpurinas


E as auroras dali
Não deram luz às diáfamas cortinas
Do leito onde eu nasci?

Se adormeço tranqüilo no teu seio


E perfuma-se a flor
Que Deus abriu no peito do Poeta,
Gotejante de amor?

Minha terra sombria, és sempre bela,


Inda pálida a vida
Como o sono inocente da donzela
No deserto dormida!

No italiano céu nem mais suaves


São as noites os amores,
Não tem mais fogo o cântigo das aves
Nem o vale mais flores!

Quando o gênio da noite vaporosa


Pela encosta bravia
Na laranjeira em flor toda orvalhosa
De aroma se inebria,

No luar junto à sombra recendente


De um arvoredo em flor,
Que Saudades e amor que influi na mente
Da montanha o frescor!

E quando à noite no luar saudoso


Minha pálida amante
Ergue seus olhos úmidos de gozo,
E o lábio palpitante...

Cheia de argêntea luz do firmamento


Orando por seu Deus,
Então... eu curvo a fronte ao sentimento
Sobre os joelhos seus...

E quando sua voz entre harmonias


Sufoca-se de amor,
E dobra a fronte bela de magias
Como pálida flor,

E a arma pura nos seus olhos brilha


Em desmaiado véu,
Como de um anjo na cheirosa trilha
Respiro o amor do céu!

Melhor a viração uma por uma


Vem as folhas tremer,
E a floresta saudosa se perfuma
Da noite no morrer,

E eu amo as flores e o doce ar mimoso


Do amanhecer da serra
E o céu azul e o manto nebuloso
Do céu de minha terra

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O assunto do poema é a pátria e por causa disso existe a exaltação da natureza, há
também a personificação/prosopopeia (por exemplo, a argêntea praia que beija o
mar do sul). É descrito as belezas da terra, como o vale de florinhas, o doce ar
cheiroso, o céu sempre azul e outros.
Ilustrações
Tema: Morte

Tema: Amor não correspondido


Tema: Índio

Tema: Pátria
Gonçalves de Magalhães

Domingos José Gonçalves de Magalhães, Visconde de Araguaia, era filho de


Pedro Gonçalves de Magalhães Chaves. Formou-se em Medicina, em 1832.

Também estudou filosofia com o orador religioso Monte Alverne, sofrendo a sua
influência.

Em 1832 publicou "Poesias" e, no ano seguinte, foi para a Europa aperfeiçoar-se


em medicina. Em 1836, lançou, em Paris, um manifesto do Romantismo: "Discurso
sobre a Literatura no Brasil". Em parceria com Araújo Porto-Alegre e Torres
Homem, lançou "Niterói, Revista Brasiliense". No mesmo ano, editou, também em
Paris, "Suspiros Poéticos e Saudades", considerado o livro que deu início ao
Romantismo no Brasil.

No prefácio desse livro, Magalhães expõe os tópicos fundamentais do Romantismo,


em sua primeira fase: religião, individualismo, sentimentalismo, patriotismo,
liberdade de expressão, senso da história e evocação da infância.

De retorno ao Brasil em 1837, foi aclamado chefe da "nova escola". Segundo


Antonio Candido, durante uns dez anos, Magalhães foi "a" literatura brasileira.
Levou a sério sua função de criar uma nova literatura do país recém-independente.
Quis, portanto, reformar a poesia lírica e a epopéia; e dotar a literatura brasileira de
teatro, romance, ensaio crítico, histórico e filosófico.

Além das obras de poesias acima mencionadas, escreveu: "A Confederação dos
Tamoios" (1858), "Os Mistérios" (1858), "Urânia" (1861), "Cânticos Fúnebres"
(1864). Foi autor de duas tragédias, "Antônio José" (1838) e "Olgiato" (1839); dos
ensaios de "Opúsculos Históricos e Literários" (1865); e das obras de filosofia:
"Fatos do Espírito Humano" (1858), "A Alma e o Cérebro" (1876) e "Comentários e
Pensamentos" (1880).
Foi ainda secretário do Duque de Caxias, no Maranhão e no Rio Grande do Sul. Em
1847, entrou para a diplomacia, foi Ministro, em missão especial, no Paraguai, e
depois, na Áustria, nos Estados Unidos, Argentina e Santa Sé. Exerceu ainda o
cargo de Encarregado de Negócios no reino das Duas Sicílias, no Piemonte, na
Rússia e na Espanha.

O poema "A Confederação dos Tamoios" causou grande polêmica, devido ao seu
caráter paradoxal, que celebra ao mesmo tempo o índio e o catequizador num
poema épico, que deveria, por suas próprias características, ter apenas um ponto
de vista. Assim, foi atacado por muitos escritores, entre os quais um nome de peso
como José de Alencar. Por outro lado, defenderam-no, entre outros, Monte Alverne
e o próprio imperador Pedro 2o, seu amigo.
Álvares de Azevedo

Manuel Antônio Álvares de Azevedo foi poeta, escritor e contista da segunda


geração romântica brasileira. É conhecido como "o poeta da dúvida".

Nasceu em São Paulo no dia 12 de setembro de 1831 e aos dois anos de idade sua
família mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1836, falece seu irmão mais novo, fato
que o deixou bastante abalado.

Durante seus estudos foi um aluno brilhante, estudou no Colégio do professor Stoll
e foi constantemente elogiado. Em 1845 ingressou no Colégio Pedro II.

Em 1848, Álvares volta para São Paulo e ingressa na prestigiada Faculdade de


Direito do Largo de São Francisco, onde passa a ter contato com vários escritores
românticos.

Nessa época fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano, traduziu a


obra “Parisina” de Byron e o quinto ato de “Otelo” de Shakespeare, entre outros
trabalhos.

Álvares de Azevedo passava o maior tempo às voltas com os livros da faculdade e


dedicado a escrever suas poesias. É importante destacar que toda sua obra poética
foi escrita durante os quatro anos que cursou a faculdade. O sentimento de solidão
e tristeza, que podem ser observados em seus poemas, era reflexo de saudades da
família que ficara no Rio de Janeiro.

Tuberculoso, em 1851 adotou a ideia de que a morte era fato consumado em sua
vida e começou a escrever cartas à sua mãe, irmã e aos amigos certificando-os do
seu inevitável destino.

Sua temática voltada à morte pode ser considerada um refúgio, para aliviar a
realidade em que vivia e a sensação de impotência com o mundo que o cercava.
Álvares encarava a morte como solução de todas as suas crises e de suas dores.
Também abordava constantemente o tédio da vida e as frustrações amorosas. A
figura da mulher aparece em seus versos sempre como um ser inacessível,
oscilando entre anjo e ser fatal.

Dessa forma, a maioria de suas obras se encaixa no lado dramático


do Romantismo brasileiro, apesar do escritor também se mostrar irônico e com
grande senso de humor em algumas poesias.

Álvares faz parte dos autores que deixaram em segundo plano os


temas nacionalistas e indianistas, preferindo abordar temas existenciais e o mundo
interior.

Acometido pela tuberculose e sofrendo com um tumor, precisou abandonar a


faculdade. Foi operado e não resistiu. Faleceu no dia 25 de abril de 1852, sem
nenhuma obra publicada em vida. O livro "Lira dos Vinte Anos" foi a única obra
preparada pelo poeta. Álvares de Azevedo é Patrono da cadeira número 2 da
Academia Brasileira de Letras.
Junqueira Freire

Junqueira Freire, patrono da cadeira nº 25 da Academia Brasileira de Letras, fez


parte da segunda geração dos poetas românticos.

Era filho de José Vicente de Sá Freire e Felicidade Augusta Junqueira. Feitos os


estudos primários e os de Latim, de maneira irregular por motivo de saúde,
matriculou-se em 1849 no Liceu Provincial, onde foi excelente aluno, grande ledor e
já poeta. Por motivos familiares, ingressou na Ordem dos Beneditinos em 1851, aos
19 anos, sem vocação, professando no ano seguinte com o nome de Frei Luís de
Santa Escolástica Junqueira Freire.

Na clausura do Mosteiro de São Bento de Salvador viveu amargurado, revoltado e


arrependido por certo da decisão irrevogável que tomara. Mas ali pôde fazer suas
leituras prediletas e escrever poesias, além de exercer atividade como professor.
Em 1853 pediu a secularização, que lhe permitiria libertar-se da disciplina
monástica, embora permanecendo sacerdote, por força dos votos perpétuos.
Obtida a secularização no ano seguinte, recolheu-se à casa, onde redigiu a breve
“Autobiografia”, em que manifesta um senso agudo de autoanálise. Ao mesmo
tempo, cuidou da impressão de uma coletânea de versos, a que deu o nome
de Inspirações do claustro, impressa na Bahia pouco antes de sua morte, aos 23
anos, motivada por moléstia cardíaca de que sofria desde a infância.

A sua obra poética enquadra-se na terceira fase do Romantismo, dita de ultra-


Romantismo. Na sua geração foi o mais ligado aos padrões do Neoclassicismo
português, ele próprio sendo autor de um compêndio conservador, Elementos de
retórica nacional, que explica a sua concepção de poesia como cadência medida e
até certo ponto prosaica. A sua mensagem, como a dos românticos em geral, era
complexa demais para caber na regularidade do sistema clássico. O drama que
tencionava mostrar era o erro de vocação que o levou ao claustro, seguido da crise
moral e do conflito interior que o levaram a abandoná-lo. Daí provieram os temas
mais frequentes da sua poesia, misturados a preces e blasfêmias: o horror ao
celibato; o desejo reprimido que o perturbava e aguçava o sentimento de pecado; a
revolta contra a regra, contra o mundo e contra si próprio; o remorso e, como
consequência natural, a obsessão da morte. O poeta clama na sua cela e traz
desordenadamente este tumulto ao leitor. Sua poesia, ora do cunho religioso, ora
social, tem lugar relevante no Romantismo brasileiro. Possuía também um
sentimento nacional, além de uma tendência antimonárquica, liberal e social.
Gonçalves Dias

Gonçalves Dias (1823-1864) foi um poeta, teatrólogo e professor brasileiro. Foi o


grande poeta da 1.ª geração romântica, o único a dar uma dimensão poética ao
tema índio.

Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias, no Maranhão, no dia 10 de agosto de


1823. Era filho de um comerciante português e de uma mestiça. Fez os primeiros
estudos no Brasil e em 1838 foi para Coimbra, onde ingressou no Colégio das
Artes. Em 1840 matriculou-se na Universidade de Direito de Coimbra. Em 1943,
com saudades do Brasil, escreve o poema “Canção do Exílio”. Nessa época
escreve grande parte dos poemas de “Primeiros Cantos” e “Segundos Cantos”.

Em 1845, retorna ao Brasil. Procurando integrar-se ao meio literário, em 1846, vai


morar no Rio de Janeiro. Em 1947 é nomeado professor de Latim e História do
Brasil do Colégio Pedro II. Durante esse período escreve para diversos jornais.
A obra poética de Gonçalves Dias se articula em torno do amor, da natureza, do
índio e da saudade da pátria. A parte amorosa, contida nos versos de “Se se Morrer
de Amor”, “Ainda uma vez - Adeus” e “Minha Vida e Meus Amores”, foi inspirada
por Ana Amélia, jovem amada, cujo casamento não foi permitido pela família.

Como poeta indianista, exaltou a coragem e a valentia do índio, que passa a ser o
personagem principal. Escreveu “Marabá”, “O Canto do Piaga”, “Leito de Folhas
Verdes” e “I – Juca Pirama”. Enquanto poeta da natureza, Gonçalves Dias canta o
amor, as florestas, a imensa luz do sol brasileiro. “Canção do Exílio” é um clássico
da literatura brasileira.

Como oficial da Secretária de Negócios Estrangeiros, Gonçalves dias fez várias


viagens à Europa. No dia 03 de novembro de 1864, na volta de uma viagem, o
navio naufraga em costas brasileiras, perto do Maranhão e o poeta falece.
Casimiro de Abreu

Casimiro de Abreu, poeta da segunda geração romântica, período da geração


do amor e medo, foi um dos poetas mais populares do Brasil. Viveu pouco,
escreveu pouco, mas mostrou em suas poesias um lirismo ingênuo de adolescente,
representado por ele mesmo em seu único livro “As Primaveras”.

Casimiro José Marques de Abreu, nasceu na Barra de São João, no Estado do Rio
de Janeiro, no dia 4 de janeiro de 1839. Com apenas 13 anos, enviado pelo pai, vai
para a cidade do Rio de Janeiro, trabalhar no comércio.

Em novembro de 1853 vai para Portugal, para completar a prática comercial e


nesse período inicia sua carreira literária. No dia 18 de janeiro de 1856 sua peça
Camões e o Jaú é encenada em Lisboa.

Casimiro de Abreu volta ao Brasil, em julho de 1857 e continua trabalhando no


comércio. Conhece vários intelectuais e faz amizade com Machado de Assis,
ambos com 18 anos de idade. Em 1859 publica seu único livro de poemas “As
Primaveras”.

No início de 1860, Casimiro de Abreu fica noivo de Joaquina Alvarenga Silva


Peixoto. Com vida boêmia, contrai tuberculose. Vai para Nova Friburgo tentar a
cura da doença, mas no dia 18 de outubro de 1860, não resiste e morre, aos 21
anos de idade.

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