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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CURSO DE PEDAGOGIA


PROPOSTA DE PROJETO DIDÁTICO
COMPONENTE: ARTE E EDUCAÇÃO

Docente: Francileide Batista de Almeida Vieira


Discente: Cíntia Medeiros de Araújo

Apresentação
A aprendizagem artística envolve uma série de diversos tipos de
conhecimentos que objetivam à criação de significações, isto é, o
desenvolvimento artístico pessoal, exercitando essencialmente a constante
possibilidade de transformação que o próprio homem carrega em si.
A arte possibilita, como momento de conhecimento, a aproximação entre
os sujeitos de culturas diversas, fornecendo aspectos que as aproximam e
também as suas diferenciam. A partir disso, propicia ao homem a sua
humanização como ser histórico, do particular ao universal.

TEMA: Arte e criatividade

 TÍTULO: “Compartilhando arte”


 PÚBLICO ALVO: Alunos do 5º ano do ensino fundamental
 DURAÇÃO: Dez dias
 PROFESSORA: Cíntia Araújo
 COMPONENTES ENVOLVIDOS: Artes e história.

 JUSTIFICATIVA

O projeto se justifica pela importância que deve se dá a expressão artística


individual de cada estudante, como desenvolvimento artístico pessoal, fruto de
uma construção curricular na escola e também de aspectos que como ser
humano, a sociedade lhe propicia. Assim, como explica os Parâmetros
Curriculares Nacionais de Arte – PCN (2001, p. 26):

A manifestação artística tem em comum com o conhecimento


científico, técnico ou filosófico seu caráter de criação e inovação.
Essencialmente, o ato criador, em qualquer dessas formas de
conhecimento, estrutura e organiza o mundo, respondendo aos
desafios que dele emanam, num constante processo de transformação
do homem e da realidade circundante. O produto da ação criadora, a
inovação, é resultante do acréscimo de novos elementos estruturais ou
da modificação de outros. Regido pela necessidade básica de
ordenação, o espírito humano cria, continuamente, sua consciência de
existir por meio de manifestações diversas.

Portanto, a arte é um “produto” que se manifesta através das


representações imaginárias das diferentes culturas, que diante do tempo e da
transformação que a própria sociedade sofre diante de todos os seus aspectos
social, político e econômico que a envolvem. A arte não pode ser vista como algo
isolado e estanque. E essa é a magia que a envolve. Entender a arte como objeto
de conhecimento a partir do momento histórico da sociedade na qual ela faz
parte, pois elas se encontram relacionadas entre si. A arte carrega consigo
aspectos coletivos, mas também, aspectos individuais.
No Brasil, desde o século XIX, existiram importantes movimentos culturais
na correlação entre arte e educação, influenciando a expansão e a organização
do ensino da arte nas Universidades e nas escolas. A preocupação com a
educação em arte tem mobilizado estudiosos e artistas marcando o ensino e a
aprendizagem desde:

[...] os comprometimentos do ensino artístico (desenho) com a


industrialização visando a uma preparação para o trabalho (operários),
originado no século 19 durante o Brasil Imperial e presente até as
primeiras décadas do século 20. (FERRAZ E FUZARI, 2014. p. 38)

Até “promulgação da Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96, tornando o


ensino de arte componente curricular obrigatório nos diversos níveis da
educação básica”. Ferraz e Fuzari (2014, p. 39). Além disso, o século XXI trouxe
além das novas tecnologias, encaminhamentos que nos levam a pensar a
importância da singularidade humana.
A partir do PCN de Arte e do conhecimento artístico como produção e
fruição, observa-se que cada obra de arte é tanto um produto cultural de um
sociedade determinado no tempo quanto também é uma criação única da
imaginação do homem. Por isso, segundo o PCN (2001, p. 36), “a obra de arte
revela para o artista e para o espectador uma possibilidade de existência e
comunicação, além da realidade de fatos e relações habitualmente conhecidos”.
É através do “canal” da sensibilidade que se consegue estabelecer o contato do
artista com o espectador mediado pela percepção estética da obra. Esse contato
pode gerar diversos significados pois é resultado de experiência de apreciação
de cada um, tanto do artista quanto do espectador. Por isso, de acordo com o
PCN (2001, p. 40): “A personalidade do artista é ingrediente que se transforma
em gesto criador, fazendo parte da substância mesma da obra”.
Quando se produz arte e a aprecia, neste momento estão presentes
habilidades que envolvem o exercício em conjunto do pensamento, intuição,
sensibilidade e imaginação. “No caso do conhecimento artístico, o domínio do
imaginário é o lugar privilegiado de sua atuação: é no terreno das imagens que
a arte realiza sua força comunicativa”. (PCN, 2001. p. 41).
O presente projeto no qual denominamos “Compartilhando arte”, tem
como pressuposto alavancar a criatividade de cada estudante, partindo da ideia
de que cada um use da sua subjetividade, de suas vivências e de seu olhar sobre
o mundo e as coisas para assim projetá-la em sua arte. Por isso, utilizaremos
dos momentos de execução e apreciação da sua obra de arte como
desenvolvimento artístico pessoal. Será o seu olhar para criar sua arte e o seu
olhar sobre a arte do outro.
Diante disso, percebe-se a importância dos momentos que tivemos
durante todo o ano, quando apresentamos aos estudantes a história da arte, em
seu espectro mais geral, desde a Grécia antiga até chegarmos ao Brasil e
consequentemente tratarmos dos nossos artistas locais. E em contraponto a
isso, dialogamos com as linguagens do componente curricular arte no ensino
fundamental, que são as artes visuais, dança, música e teatro. Quando
dialogamos com todas as linguagens, percebemos o quanto é importante
investigar com qual dessas linguagens o estudante mais se identifica.
Percebemos que antes mesmo de apenas apresentá-los, deveríamos valorizar
o desenvolvimento pessoal de cada um, partindo da linguagem que ele mais se
identifica, e assim, saímos da perspectiva de reprodução e entramos na
valorização da produção individual da arte.
De acordo com a BNCC (2019), a aprendizagem artística deve alcançar a
experiência e a própria vivência que o estudante tem sobre arte como prática
social, permitindo que os estudantes sejam protagonistas e criadores. Por sua
vez, a prática em arte possibilita o compartilhamento de saberes e de produções
entre os alunos “por meio de exposições, saraus, espetáculos, performances,
concertos, recitais, intervenções e outras apresentações e eventos artísticos e
culturais, na escola e em outros locais”.

 OBJETIVOS:

 Desenvolver o gosto pela arte mundial;


 Despertar o gosto pela arte local;
 Reconhecer e valorizar os artistas locais;
 Vivenciar experiências diversas pela arte que contribuam para o
desenvolvimento do pensamento, intuição, sensibilidade e imaginação;
 Potencializar essas experiências através da produção da arte;
 Expressar-se por meio da sua arte;
 Reconhecer a sua própria arte;
 Vivenciar as possibilidades de representação de suas ideias, utilizando-se da
arte, através de uma exposição como evento artístico e cultural;

 DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO:

Partimos dos conhecimentos prévios dos alunos, visto que pretendemos


alcançar o desenvolvimento pessoal artístico de cada estudante, a partir do que
cada um mais se identifica diante das linguagens do componente curricular de
Arte.
práticas de criar, ler,
produzir, construir, exteriorizar e refletir sobre formas artísticas
 Apreciação da arte mundial;
 Apreciação da arte local;
 Diferentes técnicas para criar arte;
 Produção, a partir do desenvolvimento como gosto individual, de sua arte;
 Exteriorizar suas ideias na arte;
 Refletir sobre sua arte e sobre a arte do outro;

 CULMINÂNCIA:

Realização de um evento cultural no qual contará com exposição das


obras de arte produzidas pelos estudantes durante a execução do projeto. Contará
também com entrevistas com artistas locais sobre como tudo começou com a arte
em suas vidas e apresentação de artistas ligados a música e teatro. Serão
convidados os pais dos alunos para prestigiarem suas produções artísticas.

 AVALIAÇÃO:

A avaliação será feita a partir de observações sobre: a participação nas


atividades propostas; socialização entre os grupos; envolvimento e desempenho
dos alunos nas aulas e na sua identificação artística. A mediação do professor
nesse momento não ultrapassa a orientação pois cada produção artística deve
partir do desenvolvimento artístico de cada estudante.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares


nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF,
20012.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino
Fundamental. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2019.
FERRAZ, Maria Heloísa C. de; FUZARI, Maria F. de Rezende e. Metodologia do
ensino da arte. Cortez Editora – São Paulo. 2014.

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