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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP


FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ROSILENE ADRIELLE PINTO

EFEITOS DO FINANCIAMENTO PÚBLICO DOS PROGRAMAS FIES E


PROUNI NA CONCENTRAÇÃO REGIONAL DO ENSINO SUPERIOR PRIVADO
BRASILEIRO NO PERÍODO 2006-2014

SINOP-MT
2017
ROSILENE ADRIELLE PINTO

EFEITOS DO FINANCIAMENTO PÚBLICO DOS PROGRAMAS FIES E


PROUNI NA CONCENTRAÇÃO REGIONAL DO ENSINO SUPERIOR PRIVADO
BRASILEIRO NO PERÍODO 2006-2014

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Ciências Econômicas
da Universidade do Estado de Mato Grosso
como requisito de obtenção de nota na
disciplina de TCC I.

Orientador(a): Dr. Ademir Machado de Oliveira

SINOP-MT
2017
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Elemento “quando for o caso” (ou seja, caso existam tais elementos deve existir tal lista)
que deve ser elaborada de acordo com a ordem em que as ilustrações aparecem no texto (figuras,
quadros, gráficos, desenhos, fotografias, organogramas, gravuras e outros).

Quadro 1- Diferenças entre títulos e subtítulos. ...................... Error! Bookmark not defined.
LISTA DE TABELAS

Elemento “quando for o caso” (ou seja, caso existam tais elementos deve existir tal lista)
que deve ser elaborada de acordo com a ordem em que as tabelas aparecem no texto.
RESUMO

Este trabalho teve o objetivo de descrever a expansão do financiamento público pelos


programas FIES e PROUNI e seus efeitos sobre a concentração regional do ensino superior
privado brasileiro no período 2006-2014. Os dados utilizados na pesquisa envolvem dados
sobre indicadores da Instituições de Ensino Superior (IES) privadas, como: contratos do FIES,
bolsas do PROUNI, matriculas, cursos, vagas, concluintes, docentes e instituições. Além destes
usou-se dados do ensino médio, além de dados de PIB per capita, população total e área total
em km2. Todos os dados são por unidade da federação (estados). Esta pesquisa se classifica
como uma pesquisa descritiva e quantitativa que se utiliza do modelo Mínimos Quadrados
Ordinários (MQO) para dados em painel de efeito fixo. Os resultados para as três variáveis de
resultados testadas: i) total de instituições de ensino superior privadas (inst_tot); ii) total de
cursos de ensino superior ofertados (cursos_tot); e iii) total de vagas no ensino superior
ofertadas (vagas_tot), mostram que tanto o FIES quanto o PROUNI possuem efeitos sobre
indicadores das IES privadas. Os programas de financiamento público do ensino superior
privado, FIES e PROUNI, segundo as evidências desta pesquisa, se tornaram elementos
importantes na mudança estrutural regional do setor de educação superior privada brasileiro,
pois podem ter gerado um aumento da concentração regional ao estimularem fusões e
aquisições entre as empresas do setor. Entretanto, os resultados da literatura foram parcialmente
observados, o que sugerem, no geral, que o modelo utilizado nesta pesquisa carece de ajustes
seja quanto o próprio modelo em si, seja quanto às variáveis de controle que fizeram parte das
estimações, e também quanto ao período, em que um período maior poderia melhorar o ajuste
dos dados e os resultados.

PALAVRA-CHAVE: Ensino superior privado. Prouni. Fies. Competitividade.


ABSTRACT

KEYWORDS:
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BM&F BOVESPA Bolsa de Mercadorias & Futuros e Bolsa de Valores de São Paulo
CADE Conselho Administrativo de Defesa Econômica
EBRADI Escola Brasileira de Direito
F&A Fusões e Aquisições
Fies Fundo de Financiamento Estudantil
IES Instituições de Ensino Superior
IESP Instituições de Ensino Superior Privadas
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MCRL Modelo Clássico de Regressão Linear
MEC Ministério da Educação
MELNT Melhor Estimador Linear não Viesado
MQO Mínimos Quadrados Ordinários
PROUNI Programa Universidade para Todos
REUNI Restruturação e expansão das Universidades Federais
SBDC Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência
SDE Secretaria de Direito Econômico
SEAE Secretaria de Acompanhamento Econômico
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ..................................................................................................... 13
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 15
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 17
2.1 COMPETITIVIDADE E CONCORRÊNCIA ............. Error! Bookmark not defined.
2.3.1 Fatores Determinantes da Competitividade ................... Error! Bookmark not defined.
2.2 CONCENTRAÇÃO DE MERCADO .......................................................................... 19
2.2.1 Medidas de Concentração de Mercado .................. Error! Bookmark not defined.
2.2.2 Classificação das Medidas de Concentração de Mercado .. Error! Bookmark not
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2.3 CONTROLE DA CONCENTRAÇÃO DE MERCADO ............................................. 21
2.2.1 Controle de Condutas: Práticas de Concentração Horizontais e Verticais .... 22
2.2.2 Delimitação de Mercado Relevante ........................ Error! Bookmark not defined.
2.2.3 O CADE e o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência ........................... 24
2.3 O PROCESSO RECENTE DE CONCENTRAÇÃO DO MERCADO DE
EDUCAÇÃO SUPERIOR PRIVADO NO BRASIL ............................................................... 25
2.3.1 A Estrutura de mercado e de concorrência vigente no mercado de educação
superior privado no Brasil ..................................................................................................... 27
2.3.2 Fusões e aquisições no mercado de educação superior privado no Brasil a
partir de 2005 .......................................................................................................................... 28
2.3.3 As Possíveis mudanças na competitividade decorrentes das fusões e aquisições
no mercado de educação superior privado no Brasil a partir de 2005 .............................. 29
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 32
3.1 DESCRIÇÕES DOS DADOS, PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DA
PESQUISA ............................................................................................................................... 32
3.2 MODELO TEÓRICO ................................................... Error! Bookmark not defined.
3.3 MODELO EMPÍRICO - ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA ........ Error!
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3.3.1 Estimador dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) ............. Error! Bookmark not
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4 RESULTADOS ESPERADOS ............................................... Error! Bookmark not defined.
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57
9

FIGUEIREDO, Orlando. Concentração e desempenho na indústria brasileira de bens de


consumo. Rev. adm. empres. vol.24 no.3, São Paulo July/Sept. 1984. ................................ 63
ANEXO A – XXXXX ................................................................. Error! Bookmark not defined.
APÊNDICE A – XXXXXX ........................................................ Error! Bookmark not defined.
1 INTRODUÇÃO

O setor de ensino superior no Brasil para Sécca e Leal (2009), apresentou grande mudança
no início dos anos 1990 até primeiros anos do século XXI. Verificou-se um grande crescimento
no número de alunos matriculados, em particular na rede privada. Nesse período, inúmeras
novas Instituições de Ensino Superior (IES) surgiram, o governo federal melhorou seus
métodos de análise das instituições de ensino e dos seus cursos superiores, e alguns dos
participantes do mercado profissionalizaram sua coordenação, inclusive abrindo capital na
Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), sendo que algumas aquisições ocorreram em
recentes investimentos por todo o País.
Pereira e Brito (2013), ressaltam que o ensino superior privado no Brasil teve seu início
na década de 1940, com a publicação do Decreto nº 6.409, de 30 de outubro de 1940, no governo
de Getúlio Vargas.
Segundo a pesquisa realizada por Sécca e Leal (2009), no início dos anos 1990 até os
primeiros anos dos anos 2000, com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de
1996, e outras alterações, contribuíram para a evolução do setor de ensino superior nos anos
1990, em que se ressalta o crescimento acentuado do número de alunos matriculados, de 1,76
milhão, em 1995, para 4,88 milhões, em 2007, o que expressa um acréscimo de 177%. Esse
acréscimo se deu em parte na rede privada, cuja participação no total de matrículas avançou de
60,2% para 74,6% no período. Sendo que, o número de instituições privadas aumentou em
197,1% entre 1995 e 2007 no acumulado do período. Entretanto, o número de instituições
públicas (federais, estaduais e municipais) cresceu apenas 18,6%, em todo o período, o que
sinaliza que houve grande expansão do número de cursos e/ou vagas em universidades públicas
já existentes, pois em 2007, eram 2.032 instituições privadas e apenas 249 públicas.
Conforme Bouchut (2014), o Brasil possui cerca de 2.400 Instituições de Ensino
Superior (IES), responsável pela graduação de aproximadamente um milhão de pessoas
anualmente, sendo que passou há pouco tempo por um período de crescimento no setor da
educação superior privada. Segundo Costa, Barbosa e Goto (2010), entre o período de 2003-
2014, considerando as reduzidas oportunidades de concorrer em instituições de ensino superior,
11

a renda da maior parte das famílias brasileiras não possibilitava estas financiar a educação
superior em uma entidade privada, sendo essas instituições que proporcionam o maior número
de oportunidades disponíveis. Diante disso, a população demanda juntamente às políticas
governamentais a obtenção da educação superior através da concepção ou reserva de vagas a
grupos sociais (especialmente os excluídos socialmente: baixa renda e negros e pardos) em
instituições de ensino superior pública ou então através de financiamentos de vagas em
instituições de ensino superior privadas, além da popularização do ingresso de todos no
território brasileiro. Ademais o Governo Federal, apresentou ao longo dos ultimos anos uma
quantidade de programas que pretende amenizar os problemas de acesso ao ensino superior dos
grupos excluidos socialmente, não só em termos quantitativamente (cotas com número minímo
de vagas ou tantas bolsas parciais ou integrais no ensino superior privado), mas também
qualitativamente (suporte aos ingressantes no ensino superior público: subsídios à alimentação,
bolsa moradia, etc).
Para a rede privada, segundo Andrés (2008), existem dois programas que se apresentam
como os principais: PROUNI e FIES. O FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), foi criado
pela Medida Provisória nº 1.827, de 27 de Maio de 1999 e convertido na Lei n°10.260 em 12
de Julho de 2001, responsável por financiar a graduação na educação superior de estudantes
matriculados em instituições privadas e com certo nível de deficiência econômica. E, de acordo
com Andrés (2008), o segundo programa que mais se destaca é o PROUNI (Programa
Universidade para Todos), criado pela medida provisória nº213/2004, convertido na Lei nº
11.096 em 13 de janeiro de 2005 e regulamentado pelo Decreto nº 5.493/2005 que é responsável
pela trasnferência de bolsas de estudos integrais e parciais (de 50% e de 25%) para a graduação
dos estudantes de instituições privadas de ensino superior, sendo as memas com ou sem fins
lucrativos, e que não dispõe diploma de curso superior.
Objetivando o crescimento através da rede Federal, segundo Andrés (2008), em 24 de
abril de 2007 por meio do Decreto nº 6.096, manisfesta-se o Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), o qual procurar dar uma
atribuição estratégica às universidades federais em termos de contribuição para a evolução
social e econômica local, a partir dos objetivos: de crescimento das vagas de ingresso; da
diminuição das taxas de dessistências nos cursos presenciais de graduação; e do aumento da
qualidade do ensino. Para o Ministério da Educação-MEC (2010), o REUNI partilhará mais de
2 bilhões de reais entre as Universidades Federais para que estas aperfeiçoem seus recursos
humanos, ampliem a infraestrutura física e melhorem a qualidade dos cursos de graduação
12

ofertados, ou seja, avançem no geral nos indicadores de educação superior das instituições
federais.
De acordo com Bouchut (2014), o crescimento do crédito estudantil está extremamente
relacionado à expansão recente do mercado de ensino superior no Brasil, sendo que, nota-se a
tendência de concentração do mercado de educação superior privada decorrente de processos
de fusões e aquisições de grandes empresas e grupos (ou conglomerados) empresariais
(conjunto de empresas que dependem de uma mesma empresa matriz – holding) em relação a
pequenas e médias empresas e pequenos grupos empresariais do setor.
Em uma pesquisa realizada recentemente pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2014) mostra que a oferta de ensino superior no Brasil
em 2014 foi de 32.878 cursos de graduação em 2.368 instituições. Sendo que 87,4% das IES
são privadas e apenas 12,4% das IES são públicas, ou seja, a oferta em sua maioria está
concentrada no ensino superior privado, processos de fusão e aquisições que ampliem a
concentração de mercado podem afetar a competitividade deste setor, podendo também
comprometer a solvência e lucratividade de empresas e grupos menores que não tenham escala
para competir com empresas e grupos maiores.
A concentração e competitividade do setor de educação superior privada é relevante
também por conta da importância econômica que o setor tem para a economia como um todo,
em que de acordo com Hoper Educacional (2014), o setor apresentou um faturamento líquido
de R$ 32 bilhões em 2013, o que se caracteriza por cerca de 0,7% do PIB nominal brasileiro.
No CADE, (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, 2014) os atos de
concentração entre instituições de ensino superior privada inicialmente tramitaram mediante
procedimento sumário, por não apresentarem indícios de que poderiam gerar efeitos negativos
ao ambiente concorrencial. Na medida em que se avolumaram os casos, as análises tornaram-
se mais complexas, demandando maior aprofundamento em temas como definição de mercado
relevante, barreiras à entrada e rivalidade. O alto nível de concentração verificado em
determinados segmentos do mercado e o poder de mercado de algumas empresas levaram à
aplicação de metódos estruturais e comportamentais como condição para aprovação de algumas
operações, destacadas a seguir ao longo deste estudo.
Assim, os programas de financiamento público do ensino superior privado, FIES e
PROUNI, podem ter se tornado elementos importantes na mudança estrutural regional do setor
de educação superior privada brasileiro, pois podem ter gerado um aumento da concentração
regional do setor, em que alguns Estados e regiões (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e
13

Nordeste) brasileiras podem ter se beneficiado mais que outras, ou seja, alguns Estados e
regiões podem ter aumentado a oferta de vagas, entre outras ações, em proporções maiores que
outras regiões.
Um elemento decorrente deste processo de concentração regional foram as aquisições e
fusões ocorridas no ensino superior privado no Brasil, e que evidenciam um aumento da
concentração setorial, que apesar de relevantes, são elementos e fatos que fogem do escopo de
análise deste estudo.

Portanto, o objeto deste estudo é análise da concentração regional (e não da


concentracão setorial) a partir do expansão do financiamento público. No caso, a análise ocorre
sobre os efeitos dos programas de financiamentos públicos FIES e PROUNI sobre a
concentração regional do ensino superior privado brasileiro ao longo do período 2006-2014.
Dessa forma, o foco desta pesquisa é entender melhor como o aumento da concentração
regional do ensino superior privado, em que o elemento marcante é a espansão do número de
vagas, possa ter ocorrido a partir dos programas de financiamento público FIES e PROUNI.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

Para analisar a competitividade de um mercado Coutinho e Ferraz (1993), dizem que a


competitividade deve ser conhecida como a prática da empresa de elaborar e implementar
estratégias concorrenciais, que lhe possibilitem conservar, de forma definitiva, uma colocação
sustentável no mercado.
No mesmo sentido Kupfer (1992), conceitua a competitividade como sendo uma função
da adequação das estratégias das empresas individuais ao padrão de concorrência válido no
mercado específico. Em cada mercado prevalece um determinado padrão de concorrência a
partir da relação entre estrutura de mercado (características relevantes são: número de empresas
participantes e a participação (%) de mercado de cada uma) e condutas dominantes (as
estratégias competitivas) pelas empresas participantes do setor.
Sendo assim, uma empresa é competitiva quando consegue se sobressair (apresentar
alguma vantagem, normalmente em termos de custos, preços e volumes) sobre seus
concorrentes em um determinado mercado, obtendo lucros superiores ao capital investido e a
média setorial. Porter (1992) conceitua a competitividade empresarial como sendo as práticas
de uma empresa que determina e desempenha uma estratégia ampla, a fim de alcançar e
14

sustentar uma vantagem competitiva (vantagem sobre seus concorrentes) de acordo com seu
ambiente de negócios (mercado). Ainda de acordo com Porter (2009), a análise setorial é
fundamental para a elaboração de uma estratégia competitiva, para se poder lidar com a
competição e se situar no mercado em relação aos concorrentes.
A concentração de mercado para Luft e Zilli (2013) é tema de grande relevância para a
análise econômica. Através da análise do grau de concentração de mercado se é capaz de
verificar a viabilidade de exercer poder de mercado, ou poder de monopólio (capacidade de se
estabelecer um preço a cima do custo marginal de produção) e, também, analisar o grau de
competitividade decorrente da estrutura de mercado (concorrência perfeita, concorrência
monopolística, oligopólio ou monopólio) existente no setor em que atua.
Assim, os índices de concentração de mercado são importantes por fornecerem um
indicador da concorrência existente em um determinado mercado. Quanto maior o valor da
concentração, menor é o grau da concorrência (menos competitivo é o setor) entre as empresas
e mais concentrado estará o poder de mercado (KUPFER e HASENCLEVER, 2002).
A competitividade e concentração de mercado podem ser verificadas perante vários
aspectos e parâmetros. O aspecto mais visto na literatura oferece um padrão competitivo
colocado na produção e na comercialização de bens. Medeiros e Ostroski (2006), analisam os
modelos competitivos que visam o aumento do poder de mercado das empresas em
determinados segmentos.
A concentração econômica (ou concentração industrial, sendo que o termo industrial se
refere a todas as empresas e setores econômicos e não tão somente às empresas e atividades
industriais) é uma reação das empresas mundo a fora em relação à expansão de mercados,
anteriormente nacionais, para uma concepção macro, globalizada, resultante do crescimento
econômico das potências mundiais e de suas empresas, procedendo em um perceptível aumento
do número de fusões, incorporações e aquisições, entre outras formas (OLIVEIRA, 2014).
Segundo o CADE (2014), diante do contexto histórico do setor de ensino privado, a
atuação dos fundos de investimentos no capital social de empresas de educação provoca
consequências para justificam a análise concorrencial realizada pelo órgão, não só pelo aumento
natural das concentrações de mercado resultantes de compra de concorrentes, mas também da
necessidade de se verificar a possibilidade de tais fundos apresentarem participação em outras
empresas concorrentes ou, ainda, participantes de outras fases da cadeia produtiva capazes de
gerar um processo de integração vertical entre as instituições de ensino superior privado.
Portanto, a forma como se dá a presença do capital externo no setor pode alterar as dinâmicas
15

de competitividade e de concentração de mercado do setor, exacerbando o fortalecimento de


algumas empresas no setor dado estas poderem controlar indiretamente uma parcela ainda
maior do mercado.
De acordo com a EBRADI (Escola Brasileira de Direito, 2017) a Kroton e a Estácio,
duas grandes participantes no ensino superior privado, tiveram parecer desvantajoso da
supervisão geral do CADE a respeito do ato de fusão que objetivavam realizar, com interesse
de formar um gigante do ensino superior – CADE até julho de 2017 ainda não tinha proferido
sua decisão final sobre o caso. A supervisão geral do órgão apontou graves problemas de
concentração de mercado com a pretendida ação e resolveu não aprovar preliminarmente o ato
de concentração de acordo com o que foi apresentado. Isso porque a fusão idealizaria um
gigante de 1,5 milhão de alunos inscritos e 25% de atuação no mercado de ensino superior
privado no Brasil. Segundo analistas do setor, tal interferência do órgão justifica-se, pois, a
atuação competente vem ocupando um papel significativo dentro da sociedade atual.
O recente movimento de fusões e aquisições no mercado educacional privado brasileiro
pode elevar a concentração do ensino superior no país, com consequências sobre: oferta (vagas),
preços (mensalidades) e qualidade (inserção dos formandos no mercado de trabalho), segundo
consultorias especializadas no setor. Diante da situação apresentada este estudo busca
compreender melhor: Como a expansão do financiamento público pelos programas FIES e
PROUNI afetou a concentração regional do ensino superior privado brasileiro no período
2006-2014?

1.2 OBJETIVO GERAL

Descrever a expansão do financiamento público pelos programas FIES e PROUNI e


seus efeitos sobre a concentração regional do ensino superior privado brasileiro no período
2006-2014.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Apresentar as relações teórico-práticas entre concentração econômica-produtiva e


financiamento produtivo, destacando as características do mercado de ensino superior
no Brasil;
16

2. Levantar as características recentes do mercado e do financiamento do setor de educação


superior privada brasileiro, destacando correlações entre os programas PROUNI e FIES
com a evolução estrutural regional do setor;
3. Analisar os reflexos da expansão do financiamento público a partir do PROUNI e FIES
sobre o grau de concentração regional do setor de ensino superior privado no Brasil.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Esta revisão bibliográfica encontra-se estruturada em três seções principais. Na primeira


são evidenciados os fundamentos da importância do crédito e financiamento para a o
crescimento econômico setorial. Na segunda são destacados os elementos teóricos de
concentração setorial regional. Na terceira são apresentados aplicações da teoria em modelos
empíricos e casos reais.

2.1 CRÉDITO E FINANCIAMENTO E CRESCIMENTO SETORIAL REGIONAL

Segundo Costa e Manolescu (2004), o crédito tem um importante papel no processo de


acumulação de capital, ou seja, atua como um inovador financeiro de inúmeras modalidades,
prazos e níveis de risco, sendo fundamental no desempenho dos setores produtivos e também
às famílias, portanto os dados financeiros servem como um indicador da trajetória futura de
crescimento do PIB, motivando diretamente o nível de poupança das economias.
Para Costa e Manolescu (2004), o Brasil é um país capitalista sem capital, se o nosso
sistema econômico é fundamentado na propriedade privada dos meios de produção, usado com
fins lucrativos, então é fundamental que o sistema financeiro passe a disponibilizar mais
créditos, ou seja, é preciso que o crédito seja extremamente entendido como um verdadeiro
gerador do desenvolvimento.
De acordo com o Desenvolve (2014), o crescimento setorial regional do setor de
serviços fechou o mês de abril com crescimento nominal de 6,2%, em relação ao mesmo mês
do ano anterior, acumulando nos quatro primeiros meses de 2014 um crescimento nominal de
8% em todo o Brasil. Em Alagoas, esta estatística ficou acima do esperado no país com um
aumento de 10,1% em abril. Um dos motivos para o crescimento deste setor da economia foi a
expansão de linhas de crédito e recursos que foram liberados para as empresas alagoanas
prestadoras de serviços.
18

Segundo Desenvolve (2014), o setor de serviços tem hoje um importante desempenho


para a economia brasileira e sua expansão é vista como uma expectativa para o desenvolvimento
do país. O setor representa recentemente, cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional
e é o maior gerador de empregos formais do país.

2.2 CRESCIMENTO SETORIAL E CONCENTRAÇÃO DE MERCADO

O mercado brasileiro varejista de supermercados tem se tornado alvo de grandes


investimentos de redes estrangeiras que vêm em busca de novos mercados consumidores, uma
vez que seus mercados de origem apresentam sintomas de saturação. Nesse sentido, para
Conha-Amim (2005), foi a partir do Plano Real que houve maior entrada em redes
supermercadistas estrangeiras no Brasil.
Segundo Sesso Filho (2003), após 1995, verificou-se uma modernização no setor
supermercadista, através do uso de novas tecnologias, modificação nas relações com
fornecedores, migração do poder de mercado da indústria para o varejo e processos de fusão e
aquisição. A modernização dos sistemas e aparelhos operacionais brasileiros acelerou-se com
abertura econômica em 1994 e avança mais rapidamente, quanto mais ameaçadas as redes
sentirem-se com a entrada de novas empresas estrangeiras no País.
Os grupos estrangeiros estão cada vez mais interessados em investir no Brasil, para
Conha-Amim (2005), sendo exemplo, dos grupos Sonae, Carrefour Wal Mart e Royal Ahold.
O Brasil oferece atrativos para estas grandes redes comerciais, visto que há grande mercado
consumidor, baixo poder de competitividade instalado e pouca restrição da legislação quanto à
entrada de novas empresas no mercado.
O nível de concentração do setor de supermercados para Conha-Amim (2005), continua
abaixo de índices de concentração de outros países, tanto é que alegam que é necessário somar
o faturamento das 50 maiores empresas do ramo para se obter 60% do mercado.
Um dado divulgado pela ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados, 2003), que
chama atenção, foi o fato de se verificar a expansão não só nas empresas de grande porte, o que
colaborou para reduzir o índice de concentração do setor. Fato esse que melhorou o cenário das
50 maiores empresas do setor, apesar de que as cinco primeiras empresas do setor responderam
por 40% do faturamento do setor. Os índices de crescimentos das três primeiras colocadas
foram inferiores às redes de menor porte. Em 2005, por exemplo, a Cia. Zaffari cresceu
nominalmente mais de 11%; a sergipana G. Barbosa, cresceu 19%, enquanto a primeira do
19

Ranking, a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), e a segunda empresa, Carrefour,


cresceram respectivamente 4,75% e 3,5%, nominalmente.
Sendo assim o nível de concentração brasileiro é baixo se comparado a países Europeus
e da América Latina. Conforme a ABRAS (2003), o processo de aquisição de redes menores
pelas redes maiores se iniciou no Sul e se expandiu pelo país, e que o fenômeno deve se
estabilizar quando cerca de 50% das vendas estarão nas mãos das cinco maiores redes do ramo.
O fenômeno representa uma tendência mundial, visto que a concentração já chegou à saturação
nos países desenvolvidos, onde os mercados consumidores já não apresentam perspectivas de
expansão. Os países desenvolvidos, principalmente europeus, passaram a criar restrições à
construção de hipermercados, na tentativa de proteger os pequenos e médios estabelecimentos.

2.3 ELEMENTOS DE CONCENTRAÇÃO DE MERCADO

Sendo o mercado o ambiente econômico no qual ofertantes (produtores) e demandantes


(consumidores) atuam a partir de interesses particulares, em que a atuação (comportamento)
dos produtores depende das características do mercado do qual fazem parte. Assim, as formas
concorrenciais que estão por trás da organização de um setor caracterizam o que denomina-se
de estruturas de mercado, a saber: concorrência perfeita; concorrência monopolista (ou
concorrência monopólica/monopolística); oligopólio (ou concorrência oligopolista/
oligopolística) e monopólio (VASCONCELOS, 2009).
Estas estruturas de mercados são organizadas em função de alguns fatores como:
número de firmas atuando no mercado; o grau de homogeneidade (ou diferenciação) dos bens;
o grau de controle das firmas sobre os preços; o grau de concorrência extrapreço (capacidade
de uso do poder de mercado) das firmas; e as barreiras (condições) à entrada no mercado. A
concorrência de mercado é a rivalidade (disputa) entre dois ou mais agentes em um mercado a
fim de atingirem seus objetivos competitivos, assim, quanto mais concorrência existir em um
mercado, maior rivalidade ele possui e maior pode ser a eficiência deste mercado
(VASCONCELOS, 2009).
O mercado de concorrência perfeita é chamado de mercado perfeitamente competitivo,
ou seja, um mercado em que as empresas não possuem condições de exercer condutas
competitivas, quais sejam, condutas que venham a lhe trazer alguma vantagem competitiva
sobre os demais concorrentes. Assim, com exceção da concorrência perfeita as demais
20

estruturas formam o que chamamos de estruturas de mercado de concorrência imperfeita, em


que os seus agentes atuantes em cada estrutura podem adotar diversas estratégias competitivas
e exercer diferentes níveis de poder de mercado (ou poder de monopólio) e, consequentemente,
obterem lucros extraordinários – ou lucros anormais (VASCONCELOS, 2009). Dessa forma,
estaremos abordando ao longo do estudo o comportamento de empresas que atuam em
mercados de concorrência imperfeita, em especial a competição que se dá nos mercados de
concorrência monopolista e oligopolista, principalmente no mercado oligopolista.
Segundo Kupfer e Hansenclever (2002), concentração de mercado é o termo empregado
para identificar situações nas quais os participantes perdem sua autonomia (fusão, aquisição,
incorporação, formação de grupo). Nossa lei atual, todavia, não delimita os tipos formais de
atos que devem ser submetidos à análise e, a rigor, nem faz referência á necessidade de que tais
atos consistam em transferência de propriedade ou qualquer forma de administração
compartilhada. Dai que alguns tipos de contratos, apesar de não implicarem mudança na
estrutura societária nem transferência de propriedade, podem provocar efeitos estruturais nos
mercados e, por isso, podem ser obrigados a passar pelo controle prévio das autoridades
antitruste: por exemplo, contratos de cooperação, contratos de distribuição, consórcios
societários, redes de franquias entre outros.
De acordo com Bouchut (2014), a concentração industrial é um fator determinante no
nível de competição e concorrência empresarial, sendo, uma das características representativas
do mercado em particular, por exemplo. A quantidade de empresas e concorrentes, a
diferenciação dos produtos e a importância das barreiras de entrada (barreiras que as
características de cada estrutura de mercado impõem aos que querem participar do mercado) e
de saída (geralmente são chamadas de custos irrecuperáveis, ou seja, as possíveis perdas que a
saída de um mercado ocasiona a uma dada empresa) do mercado. Dessa forma, as modificações
nos níveis de concentração afetam propriamente um acontecimento de atitudes não
competitivas, especialmente nos mercados oligopolistas e monopolistas.
Para Kon (1994), a concentração industrial é entendida como um dos determinantes
fundamentais mais consideráveis da competição, pois, de acordo com a teoria econômica
neoclássica, toda indústria muita concentrada e estabelecida por um número pequeno de
grandes firmas afeta a competição pelo episódio de que estas são estimuladas a atuarem de
forma interdependente no que diz respeito à tomada de decisão sobre preços, produção entre
outros. Neste contexto, quanto mais alta a concentração de mercado, menos competitivo o
21

mercado tende a apresenta-se, uma vez que poucas empresas dispõem de uma parcela
significante no mercado.
Conforme Porter (1979), a existência de uma alta concentração está além de condutas
oligopolistas visando a obtenção de economias de escala e passa, normalmente, decorre: da real
existência de barreiras de entrada, da existência de serviços/produtos substitutos, e do alto nível
de desenvolvimento tecnológico da indústria. Complementarmente, pode-se mencionar que
uma alta concentração pode depender: do grau de marketing/publicidade requisitado pelo setor,
do número de empresas atuantes à jusante do segmento (empresas que atuam para frente ao
longo da cadeia de produção), das políticas governamentais para o setor, da tendência setorial
de fusões e aquisições (F&A) e joint-ventures entre as empresas operantes.

2.3.1 Controle da Concentração de Mercado

O desempenho do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), segundo


Sicsú e Melo (2011), tem como principal objetivo o controle de concentrações nas diversas
estruturas de mercado, via perspectiva de fusões, aquisições e inserções de empresas e a punição
a condutas anticoncorrenciais com a utilização de poder de mercado para atração de preços ou
práticas abusivas em agravos de possíveis concorrentes.
Os atos de concentração, perante a qualquer aspecto que vierem a ser apresentados, que
sejam capazes de limitar ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou ocasionem
influência negativa nos mercados relevantes, necessitarão ser sujeitos à avaliação pelo
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Incluem-se aqueles que tencionem a
qualquer formato de concentração econômica (seja por meio de fusão ou inserções de empresas,
organização de sociedade para praticar o controle de empresas ou qualquer outro aspecto nocivo
de concentração social), que acarrete participação da firma ou grupo de firmas resultante em
vinte por cento (20%) de um mercado relevante, ou em que qualquer empresa participante que
tenha apontado faturamento bruto anual no último balanço correspondente a R$ 400.000.000,00
(quatrocentos milhões). Sendo atos que precisam ser apresentados antecipadamente ou com
quinze dias úteis de sua verificação (SICSÚ e MELO, 2011).
De acordo com Alves (2006), recentemente, a política antitruste (ou de defesa da
concorrência) já está exposta na maioria dos países beneficiados de uma economia de mercado.
As últimas décadas foram fundamentais para o aperfeiçoamento e normatização deste
importante mecanismo regulatório, cujos interesses fundamentais constituem na efetivação da
22

concorrência e da eficiência econômica, realizados por meio de controles preventivos de atos


de concentração e coercitivos contra condutas anticompetitivas.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) opera de três formas
principais: preventivamente, repressivamente e de forma educacional. Diante de uma ação
preventiva, o CADE, por meio do controle de concentrações, examina as operações que possam
ter maior impacto no mercado e que possam prejudicar a livre concorrência, consentindo a
autorização para a promoção dessas operações. Contudo, quando opera em sua forma
repressiva, o Conselho supervisiona as práticas que tencionem á dominação de mercados,
banimento da concorrência e aumento exorbitante dos lucros, regulamenta os processos,
estabelece e aplica as penalidades cabíveis (VORONKOFF, 2014).
Por fim, do ponto de vista educacional o CADE tem por intuito: informar o público em
geral sobre as inúmeras condutas que sejam capazes de prejudicar a livre concorrência; instigar
e estimular estudos e pesquisas acadêmicas sobre o assunto, estabelecendo parcerias com
institutos de pesquisa, com universidades, corporações e órgãos do governo; elaborar ou apoiar
cursos, seminários, palestras e outros eventos relativos ao assunto; organizar publicações, como
a Revista de Direito da Concorrência e as cartilhas (VORONKOFF, 2014).

3.1.1 2.3.2 Controle de Condutas: Práticas de Concentração Horizontais e Verticais

Concentração de mercado horizontal consiste em uma associação de empresas em um


mesmo segmento produtor (ou mercado produtor) com o objetivo de evitar a concorrência neste
mercado de atuação. Por sua vez, a concentração de mercado vertical consiste na integração,
numa mesma empresa, de todas as fases de uma cadeia de produção, podendo ir desde o
segmento produtor de matéria-prima até à venda do produto ao consumidor final (KUPFER e
HANSENCLEVER, 2002).
As práticas horizontais para Kupfer e Hansenclever (2002) são as que diminuem a
concorrência entre as empresas de um mercado, constitui-se em atuações combinadas entre os
concorrentes. Em ambos os atos acarreta em restringir ou descartar a concorrência do mercado
objetivando o acréscimo de poder de mercado em coletividade, via negociações, ou
individualmente, via custos, a curto ou em longo prazo relativamente.
23

A concentração horizontal para Toigo (2010) é o aspecto mais frequente e tradicional


de banimento da concorrência, pois se concretiza no procedimento entre empresas do mesmo
padrão de cadeia produtiva, ou seja, concorrentes objetivos. Portanto, tem por finalidade
aniquilar a concorrência entre os agentes operantes no mesmo mercado, proporcionando a estes
um acréscimo abusivo de preços, controles de mercado tanto para fornecedores como para
consumidores, um exemplo seria: os cartéis que são criados sempre com o intuito por parte dos
empresários de acrescer abusivamente os preços e assim alcançarem maiores lucros, sem o risco
de uma maior concorrência por parte de outros participantes, que levem os preços a serem mais
competitivos.
Os principais efeitos anticoncorrenciais das condutas verticais de acordo com Kupfer e
Hansenclever (2002), e que estão presente em todos os tipos, são a facilitação de práticas
concertadas (cartéis) ou o reforço unilateral de poder de mercado de empresa no mercado
relevante de origem. As que ocorrem no âmbito das relações entre empresas que se relacionam
como compradoras e vendedoras ao longo da cadeia produtiva
Para Toigo (2010), a concentração vertical verifica-se entre agentes econômicos que
operam em diferentes padrões da cadeia produtiva incorporado em um mesmo segmento. Tem
por intuito complicar o acesso do concorrente à delimitado insumo ou matéria-prima. Opera-se
normalmente entre uma empresa e seus fornecedores ou distribuidores. Trata-se de uma
delimitação indireta da concorrência, do qual impossibilita a entrada de um novo concorrente
no mercado bem como a evolução de sua ação empresarial.
As práticas horizontais, isto é, as que atingem os concorrentes em um mesmo mercado,
são as notáveis de maior potencial de dano. Entretanto, admite-se que a economia desenvolvida
requer determinadas práticas cooperativas, as quais não conduzem impacto à concorrência, e
por isso não carecem ser qualificadas como ilícitas (OLIVEIRA & RODAS, 2004).
Os ajustes verticais abrangem empresas correlacionadas dentro da mesma cadeia
produtiva com ligações a montante (para trás) junto a fornecedores ou com ligações a jusante
(para frente) junto a distribuidores ao longo da sua cadeia de atuação. Prática mais regular é a
divisão dos mercados entre os fornecedores ou entre os distribuidores. Também, é comum a
venda casada tying, na qual o fornecedor de um bem, em posição principal, adéqua a sua venda
de acordo com a aquisição de outro bem de sua produção pelo distribuidor. Já a lesividade ao
mercado consumidor dos acordos verticais é fruto de amplo debate dado que muitas ligações
verticais acarretam um aumento da eficiência decorrente da redução dos custos (NUSDEO,
2002).
24

3.1.2 2.3.2 O CADE e o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência

De acordo com Toigo (2010), o CADE é a jurisdição administrativa que examina as


infrações concorrenciais e é também o responsável pelo controle de atos que podem afetar a
estrutura de mercado. O CADE foi criado pela Lei n. 4.137/62 como órgão da administração
direito federal vinculado inicialmente ao Conselho de Ministros e, posteriormente ao Ministério
da Justiça. Pelo regime da Lei n. 8.884/94, o CADE transformou-se em autarquia, o que visou
propiciar maior agilidade para atuação em juízo. O CADE possui a chamada jurisdição
administrativa e não judicial isto porque, a autarquia integra o Poder Executivo e não o
judiciário. É composto por 6 Conselheiros e um Presidente, e suas decisões são tomadas pelo
voto da maioria.
De acordo com a Assessoria de Comunicação Social do CADE (2016), em maio de
2012, com a entrada em vigor da nova Lei de Defesa da Concorrência, Lei nº 12.529/2011, o
SBDC foi transformado e a administração de defesa da concorrência no Brasil obteve
consideráveis mudanças. Pela nova legislação, o CADE passou a ser encarregado por participar
dos procedimentos administrativos de averiguação de infrações à ordem econômica, tal como
os procedimentos de pesquisa de atos de concentração, habilidades que eram antes da Secretaria
de Direito Econômico (SDE) e da Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE).
A Lei 12.529/2011 segundo nogueira (2016), elaborou a estrutura do SBDC, que
também incentiva a prevenção e punição às infrações contra a ordem econômica, voltada para
as advertências constitucionais de liberdade de ação, livre concorrência, serviço social de
particularidade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. O mesmo
é formado pelo CADE e pela secretaria de acompanhamento econômico do ministério da
fazenda, suas atribuições estão previstas na mesma lei.
Para a Assessoria de Comunicação Social do CADE (2016), o órgão também obteve
uma nova sustentação, sendo respaldado pelo Tribunal Administrativo de Defesa Econômica,
pela Superintendência-Geral e pelo Departamento de Estudos Econômicos. A SDE foi apagada
e a SEAE deixou de operar na informação processual e deslocou-se para a função de promover
a advocacia da concorrência na presença de órgãos do governo e a sociedade.
Segundo a Assessoria de Comunicação Social do CADE (2016), a Superintendência-
Geral serve para executar um novo sistema, grande parte das funcionalidades que eram
executadas pela SDE e pela SEAE, como a verificação e a explicação de procedimentos de
punição ao excesso do poder econômico e a análise dos atos de concentração. Por sua vez,
25

compete ao Departamento de Estudos Econômicos a tarefa de aprimorar as análises econômicas


e fornecer maior segurança sobre os efeitos das decisões do CADE no mercado.
De acordo com Assessoria de Comunicação Social do CADE (2016), a principal
mudança introduzida pela Lei 12.529/2011 abarcou na imposição de resignação prévia ao
CADE de fusões e aquisições de empresas que sejam capazes de ter eficiências
anticompetitivas. A análise precedente apresentou mais defesa jurídica às empresas e maior
desenvoltura à análise dos atos de concentração, sendo assim, o CADE passou a ter prazo
máximo de 240 dias para investigar as fusões, sendo, portanto adiáveis por mais 90 dias em
situação de operações complexas. O CADE não é uma agência reguladora da concorrência,
mais sim um especialista de defesa da concorrência. Seu dever é julgar e punir oficialmente,
em jurisdição única, pessoas jurídicas e físicas que cometam infrações à ordem econômica, não
sucedendo recurso para outro órgão. Logo, o conselho também examina os atos de
concentração, de maneira a diminuir possíveis efeitos negativos no âmbito concorrencial de
determinado mercado.
De acordo nogueira (2016), o tribunal administrativo desempenha as competências
previstas pelo artigo 9º da Lei nº 12.529/2011. Que se refere ao julgamento dos procedimentos
administrativos para verificação ou apuramento de atos de concentração econômica; o
julgamento dos procedimentos oficiais para determinação de punições administrativas por
crime contra a ordem econômica (estabelecidos pela Superintendência-Geral); o julgamento
dos capitais contra as medidas de prevenção (admitidas pela Superintendência-Geral ou pelo
Conselheiro-Relator); e a aceitação dos termos do compromisso de interrupção de práticas e
dos negócios em controle de concentrações.
Para nogueira (2016), o CADE é uma associação judicante com competência em todo
território nacional, que se representa em autarquia federal, relacionada ao Ministério da Justiça,
com sede e foro no Distrito Federal, e competências previstas de acordo com a mesma lei.

2.4 O PROCESSO RECENTE DE CONCENTRAÇÃO DO MERCADO DE EDUCAÇÃO


SUPERIOR PRIVADO NO BRASIL

Esta seção relata as evidências empíricas de aumento da concentração de mercado no


setor de ensino superior privado brasileiro e descreve também alguns resultados de pesquisas
semelhantes a esta, em especial em termos de uso de metodologia similar à que propormos no
capítulo seguinte.
26

De acordo com o CADE (2016) em meados do ano de 2000, o ensino superior privado,
que correspondia por pouco menos de 70% das matrículas e 85% das instituições de ensino,
passou a responder por taxas declinantes de crescimento e um acréscimo da porcentagem de
capacidade improdutiva, ou seja, vagas sendo ofertadas e consequentemente não sendo
preenchidas. As instituições prosseguiram confiando nas estratégias de ampliação para outras
áreas e interiorização. Com isso, novos produtos foram criados objetivando intensificar o
crescimento da demanda.
Segundo Teixeira (2005) as modificações ocorridas no Ensino Superior Brasileiro
diante das mudanças estimuladas pela nova LDB de 1996 e a resultante entrada de um mercado
com uma demanda superior contida produziram um ambiente de ampliação de possibilidades
no mercado de ensino superior que se transformou gradativamente a competitividade do ensino
no setor privado. Na estruturação do novo mercado de ensino superior, a concessão de
autonomia acadêmica aos centros de ensino superior e as universidades junto com a autocracia
conquistada pelas IES na fundação, preservação e ociosidade de vagas e de seus procedimentos
de seleção de ingressantes tornaram-se soluções para o crescimento da atividade e sua
estruturação nos moldes atuais.
Segundo Valor Econômico (2013) o método de associação de instituições de ensino
superior brasileira a favor de capital estrangeiro fez surgir novas estruturas organizacionais de
gestão universitária e criou oportunidades para que os setores bancários pudessem participar no
financiamento do setor e também que rentistas pudessem aplicar em ações daquelas empresas
de capital aberto e também como sócios majoritários nas aquisições e fusões no setor. Através
de fundos de investimentos private equity, o processo de aquisições tem acontecido de modo
mais acelerado, propiciando inédita uma maior profissionalização da gestão das empresas
educacionais, com isso, as empresas de natureza familiar, que sempre foram uma característica
marcante do setor, começam a se reduzir.
De acordo com o CADE (2016) a abertura de capital e a entrada na bolsa de valores e a
busca de financiamentos de capital por fundos de investimentos privados nacionais e
estrangeiros são processos recentes no setor de educação superior privada no Brasil. A junção
desses fatores foi positiva para o seu crescimento do setor, que se deu em muitos casos, via
fusões e aquisições no setor.
Portanto, os processos recentes de investimentos (inclusive com capital estrangeiro), e
a reorganização setorial decorrente, no setor de educação superior privada no Brasil, acredita-
27

se que tenha afetado o grau de concentração do setor e, consequentemente, a sua


competitividade, por isso, a importância de sua análise.

3.1.3 2.3.1 A Estrutura de mercado e de concorrência vigente no mercado de educação


superior privado no Brasil

Segundo Bertolin (2007) em relação as universidades, a rivalidade não é nenhuma


novidade. Há bastante tempo verificam-se acirradas competições por vagas entre alunos, por
bolsas entre pós-graduandos ou por diferenciações acadêmicas e científicas entre professores e,
isso se dá entre as diferentes instituições. Entretanto, nos anos 1990 e 2000, um atual tipo de
competição vem surgindo no encadeamento da educação superior: a competição de mercado
por sistemas educacionais.
De acordo com Behring (2011) o início da competição na educação superior nacional
está relacionada às diretrizes internacionais no setor que, sob a fundamento de maximizar as
vantagens sociais dos métodos educacionais, têm introduzido reformas educacionais
fundamentadas na visão de mercado e de serviço comercial, incluindo a própria percepção de
educação superior como um bem público, mas que deve gerar retorno econômico.
De acordo com Pereira e Brito (2013) os conglomerados de empresas se constituem para
atingir mais facilmente alguns objetivos, sendo que se destacam como principais: a
diversificação ou crescimento, a sinergia, o acréscimo de fundos, o incremento da prática
administrativa ou da tecnologia, o acréscimo da liquidez dos proprietários e a razão contra a
aquisição de uma empresa desconhecida por outra.
Segundo Bouchut (2014) a exemplo disso, o setor do ensino superior privado brasileiro,
antevendo, a priori, que o referido configure-se em um mercado atomístico ou ainda
aproximando do tipo de concorrência perfeita, é propenso de maneira que a concorrência seja
elemento ainda mais determinante no propósito estratégico das instituições.
Para Corbucci, Kubota e Meira (2016) diante das mudanças fundamentais no contexto
da educação superior privada no Brasil, torna-se considerável averiguar as implicações desse
novo modelo de empresa educacional, tanto em condições das suas relações de mercado, quanto
no que se refere à política educacional no aspecto social. Conforme afirma Carvalho (2013), os
objetivos das empresas sobrexcedem a maximização do lucro, uma vez que encontra-se este
objetivo secundário à maximização do valor acionário no mercado de capitais. De outra forma,
o gerenciamento dessas empresas determina o engajamento estreitado com o capital estrangeiro
28

e os lucros dos cotistas e acionistas, o que se expressa pela busca de proporcionar ganhos de
curto prazo, o qual pode se contrapor a qualidade do ensino e a outros objetivos importantes
para um setor de suma importância social.

3.1.4 2.3.2 Fusões e aquisições no mercado de educação superior privado no Brasil a partir
de 2005

De acordo com Gitman (1997) uma fusão acontece quando duas ou mais empresas se
estabelecem, e a empresa decorrente mantém a similaridade de uma delas, logo, uma aquisição
decorre com a compra de um número considerável de ações participantes de uma determinada
empresa, tal compra pode ser cordial ou desfavorável.
Sarfati e Shwartzbaum (2013) declaram que a maior parte das transações de fusões e
aquisições é fundamentada pela existência de sinergias, sendo poucos os casos ocasionados por
outros fatores na prática. Os autores explicam também que o valor gerado por estas sinergias
constitui o limite do ganho que pode ser liquidado pela empresa conquistada, ou seja, é a
diferença entre o valor de fato liquidado na transação e o desta empresa-alvo no denominado
cenário stand-alone (hipótese em que a empresa-alvo seguiria suas ações de forma
completamente independente, como se a operação não acontecesse). Segundo os autores
praticamente todas as transações de fusões e aquisições que são julgadas como fracassadas após
a sua realização são aquelas que não concedem um valor de sinergias maior ao ganho pago aos
vendedores da empresa conquistada, e isto se deve diversas vezes por erros na avaliação da
capacidade destas sinergias. Consequentemente, a compreensão dominante das sinergias é
fundamental para sustentar a própria estratégia de fusões e aquisições.
Segundo Camargos e Barbosa (2003) os procedimentos de fusões e aquisições
estabelecem uma maneira acelerada de uma firma progredir, entrar em mercados, proteger-se
de aquisições indesejadas, para se beneficiar de oportunidades de investimento, ou também de
alguns participantes desses métodos lucrarem à custa de outros.
O procedimento de fusões e aquisições entre grupos econômicos e IES privadas para
Santos (2010) é um acontecimento recente, no entanto, faz parte do mundo organizacional
capitalista. As fusões e aquisições têm grande valor na realocação dos recursos na economia e
na realização de estratégias corporativas, pois, se instituem em possibilidades para a adaptação
da conduta e da estrutura institucional das empresas ao mercado e ao ambiente econômico
mundial.
29

De acordo com Pereira e Brito (2013) a primeira onda de fusões e aquisições aqui
demonstrada iniciou-se no país em 2005, havendo como referência a aquisição do controle
correspondente da mantedora da Universidade Anhembi-Morumbi através do grupo americano
Laureate. De acordo com Gorgulho (2009) foram registradas, por volta dos anos de 2005 a
2009, 78 fusões e aquisições de instituições privadas de ensino superior no Brasil. Sendo assim,
pelo menos 27 transações moveram, no mínimo, R$ 11 bilhões, de acordo com o levantamento
da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
Segundo os valores divulgados pela CM Consultoria (2009) no período entre janeiro de
2007 e abril de 2009, o procedimento de fusões e aquisições no mercado de ensino superior
privado no Brasil estimulou mais de R$ 1,6 bilhão nesse intervalo. Três grandes grupos
educacionais comandaram essas aplicações: as transações incluindo o grupo Anhanguera
Educacional acresceram mais de R$ 671 milhões, ou 40% de todos os valores abrangidos, as
transações incluindo a Estácio Participações acresceram R$ 364 milhões (22%), e o grupo
Kroton Educacional abrangeu R$ 132 milhões (8%).

3.1.5 2.3.3 As Possíveis mudanças na competitividade decorrentes das fusões e aquisições no


mercado de educação superior privado no Brasil a partir de 2005

Esta seção relata as evidências empíricas de possíveis mudanças na competitividade


setorial decorrentes do aumento da concentração de mercado no setor de ensino superior
privado brasileiro.
Sécca e Leal (2009) analisaram o mercado brasileiro de ensino superior privado em nível
de graduação, a partir de uma visão de sua evolução recente e da caracterização do ambiente
competitivo atual, identificando seus segmentos de clientes, as características principais dos
concorrentes, tendências de mercado, oportunidades e ameaças. Além disso, com base nas
análises realizadas, foi feita uma avaliação acerca da atratividade do mercado, com a aplicação
da metodologia das Cinco Forças de Porter para análise estrutural do setor. Partindo de uma
perspectiva para interpretação do comportamento empresarial, pode ser insumo para a análise
de projetos de investimento. Além disso, foi utilizado como insumo para a análise de políticas
públicas relacionadas ao setor de ensino superior privado no Brasil, como as políticas de defesa
da concorrência e de financiamento, como no caso do BNDES.
Pereira e Brito (2013) analisaram as aquisições e fusões ocorridas no ensino superior no
Brasil, entre 2005 e 2013, a fim de verificar como se deram esse processo de fusões e aquisições
30

nas instituições de ensino superior privadas. Os autores concluíram que partir de 2007
verificou-se um crescimento exponencial de matrículas e de instituições privadas de ensino
superior no país. O setor privado foi o principal responsável por esse processo, obtendo no
referido período, um crescimento de 195%, contra apenas 18% nas IES públicas, dados esses
obtidos pelo INEP (2007).
Luft e Zilli (2013) avaliam o comportamento da concentração de mercado para a oferta
de crédito pelo setor bancário brasileiro de 1995 a 2011 no período pós Plano Real. Com base
em dados secundários, calculou-se o índice de concentração de Herfindahl-Hirschman (HH) e
as razões de concentração (CR) para os 4, 8 e 18 maiores bancos do Sistema Financeiro
Nacional (SFN). As profundas mudanças que ocorreram no setor na última década, destacando-
se as mudanças no foco da atividade bancária, o aumento da participação estrangeira e as fusões
e aquisições de grande porte, justificam a presente análise. Os resultados indicaram que a
concentração é relativamente baixa, apresentado elevação no grau de concentração para a oferta
de crédito nos últimos anos.
Voronkoff (2014) analisou as alterações trazidas pela nova lei do Sistema Brasileiro de
Defesa da Concorrência com enfoque principal na sua estrutura administrativa e no
procedimento de análise prévia dos atos de concentração, realizando-se um estudo sob o viés
legalista. Também analisam as vantagens e desvantagens que o novo diploma legal acarretou
ao direito antitruste e à atuação do principal órgão de defesa da concorrência no país. Foram
demonstrados dados empíricos do primeiro ano de atuação do Conselho Administrativo de
Defesa Econômica e os resultados que as alterações propostas trouxeram. O trabalho também
demonstrou as vantagens e desvantagens que permeiam o sistema antitruste atual.
Filho (2015) analisou a expansão da educação superior e da educação profissional no
Brasil no período de 1995 a 2014. Procedeu-se à análise documental e revisão bibliográfica da
temática e adotou-se o referencial teórico-metodológico para identificar o sentido e o
significado desse movimento de expansão no contexto neoliberal de redefinição do papel do
Estado. O autor constatou-se que as políticas educacionais que realizam essa expansão
apresentam elementos de continuidade que evidenciam o processo de privatização mediante a
utilização do financiamento público e de formas de regulação do Estado para induzir o
fortalecimento do mercado educacional.
Bouchut (2014) estudou a educação superior no Brasil, focando principalmente no
ensino privado. O objetivo principal do trabalho foi analisar a crescente tendência de
concentração de mercado no ensino superior privado brasileiro, destacando as fusões e
31

aquisições relativas ao segmento nos últimos anos. Além da reprodução do histórico e da


normativa da educação superior no país, observou-se um crescimento exponencial das
instituições de ensino superior privadas nos últimas vinte anos. Nesse contexto, foi retratada a
discussão acerca da extensa proporção tomada pelo ensino superior privado, entre os defensores
e não defensores do fenômeno. A metodologia utilizada procurou demonstrar a consolidação
do ensino superior privado por meio de indicadores de concentração derivados do campo da
Economia Industrial e de um mapeamento das operações de fusões e aquisições ocorridas nos
últimos anos. Simultaneamente, foi feito um diagnóstico da oferta e demanda e das variáveis
macroestruturais determinantes da configuração atual do ensino superior. Os resultados
encontrados apontaram para um comportamento progressivo na ocorrência de transações de
fusões e aquisições no sistema educacional e na resultante concentração setorial, comprovada
tanto em termos de receita líquida quanto de número de alunos dos grupos empresariais atuantes
no ensino superior.
Lopes e Filho (2006) demonstraram a necessidade da avaliação do grau concorrência
industrial para as empresas que competem no mesmo segmento de mercado, uma vez que isto
reflete no desempenho e comportamento das mesmas. Os autores elaboraram um estudo para
uma indústria calçadista do Rio Grande do Sul. Para, foi utilizado a análise dos indicadores do
grau de concorrência no mercado a razão de concentração (Cr) e o índice Herfindahl-Hirschman
(HH). Os resultados mostraram que o setor apresenta um baixo grau de concentração de
mercado e, que também pode ser considerado como um alto índice de concorrência. No entanto,
também se constatou que os referidos índices apresentaram significativo crescimento no
período de análise, demonstrando que as transformações ocorridas no ambiente econômico dos
últimos anos desencadearam tal fenômeno.
32

3 METODOLOGIA

A metodologia desta pesquisa encontra-se estruturada em três seções. Na primeira seção


são expostas as descrições dos dados, procedimentos e instrumentos da pesquisa. Na segunda
seção são evidenciadas o modelo empírico, contendo o modelo e o método de estimação dos
resultados que serão utilizados na pesquisa.

3.2 DESCRIÇÕES DOS DADOS, PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DA PESQUISA

O foco dessa pesquisa é descrever a expansão do financiamento público pelos


programas FIES e Prouni e seus efeitos sobre a concentração regional do ensino privado
brasileiro no período 2006 a 2014, ou seja, nove anos, utilizando o método descritivo e
quantitativo. Segundo Zanella (2012) o método descritivo busca descrever com exatidão as
informações coletadas, e o método quantitativo é aquele que se caracteriza pelo emprego de
instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados e, que tem como
finalidade medir relações entre as variáveis e partir desta se tirar conclusões a partir do emprego
novamente da análise descritiva, por isso, as abordagens descritivas e quantitativas se
sobrepõem ao longo do capítulo 4 (a seguir apresentado) desta pesquisa.
No quadro 1, a seguir, são apresentadas as variáveis e a suas respectivas fontes:
Quadro 1 - Descrição das variáveis
Descrição das Variáveis Fonte
Número de contratos do FIES por estado INEP
Número de bolsas do Prouni por estado MEC
Matrículas totais de graduação no ensino superior privado por estado INEP
Número de cursos de graduação no ensino superior privado por estado INEP
Número de Vagas do ensino superior privado por estado INEP
Número de concluintes do ensino superior privado por estado INEP
Número de docentes por estado INEP
Número de instituições de educação de ensino superior privado por estado INEP
Número de pessoas com ensino médio incompleto por estado IBGE
Número de pessoas com ensino médio completo por estado IBGE
PIB per capita dos estados IBGE
População total dos estados IBGE
Área total do estado por km² IBGE
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
33

Conforme quadro 1, os dados foram coletados, na sua maioria, no banco de dados do


INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão ligado
ao MEC (Ministério da Educação).
Além do INEP/MEC os demais dados foram coletados nas bases de dados do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em síntese, o quadro 1 apresenta todas as
variáveis utilizada na pesquisa, que caracterizam diretamente (dados INEP) o mercado do
ensino superior privado no Brasil, e que indiretamente (dados IBGE) podem afetar as
características deste mercado.
Diante do fato de que os Estados podem apresentar grande disparidade nos dados, com
alguns apresentando dados muito a cima da média dos demais, caso de São Paulo por exemplo,
e outros com dados muito abaixo dos demais, caso de Acre por exemplo, procedeu-se a
logaritimização dos dados a fim de evitar distorções nos resultados decorrentes de outliers
(dados assimétricos) na amostra (GUJARATI, 2011). A transformação logarítmica é a mais
comum e geralmente resolve os problemas de assimetria dos dados.

3.3 MODELO EMPÍRICO - ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA

Para verificar os efeitos entre as variáveis selecionadas na pesquisa será utilizada a


análise de regressão linear múltipla. Segundo Gujarati e Porter (2011) a análise de regressão
diz respeito ao estudo da dependência de uma variável, a variável dependente, em relação a
uma ou mais variáveis, as variáveis independentes, visando estimar e/ou prever o valor médio
da população, através da amostra. Os resultados dos coeficientes serão obtidos através do
estimador de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO).

Para esta pesquisa será testado as variáveis de resultados (ou variáveis dependentes ou
variáveis explicadas): total de instituições, total de cursos, total de vagas do ensino superior
privado. Cada uma destas variáveis de alguma forma procura evidenciar a dinâmica evolutiva
(no período 2006-2014) do mercado do ensino superior privado. Os modelos podem ser
representados, por exemplo, da seguinte forma:
34

𝑙𝑜𝑔𝑖𝑛𝑠𝑡_𝑡𝑜𝑡𝑖𝑡 = 𝛼𝑖 + 𝛽2 𝑙𝑜𝑔𝑓𝑖𝑒𝑠_𝑡𝑜𝑡𝑖𝑡 + 𝛽3 𝑙𝑜𝑔𝑝𝑟𝑜𝑢𝑛𝑖_𝑡𝑜𝑡𝑖𝑡 + 𝛽4 𝑙𝑜𝑔𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠_𝑡𝑜𝑡𝑖𝑡 (3)


+ 𝛽5 𝑙𝑜𝑔𝑣𝑎𝑔𝑎𝑠_𝑡𝑜𝑡𝑖𝑡 + 𝛽6 𝑙𝑜𝑔𝑚𝑎𝑡𝑟𝑖𝑐_𝑡𝑜𝑡𝑖𝑡 + 𝛽7 𝑙𝑜𝑔𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢_𝑡𝑜𝑡𝑖𝑡
+ 𝛽8 𝑙𝑜𝑔𝑑𝑜𝑐𝑒𝑛𝑡_𝑡𝑜𝑡𝑖𝑡 + 𝛽9 𝑙𝑜𝑔𝑚𝑒𝑑𝑖𝑜_𝑖𝑛𝑐𝑖𝑡 + 𝛽10 𝑙𝑜𝑔𝑚𝑒𝑑𝑖𝑜_𝑐𝑜𝑚𝑖𝑡
+ 𝛽11 𝑙𝑜𝑔𝑝𝑖𝑏_𝑝𝑒𝑟𝑐𝑖𝑡 + 𝛽12 𝑙𝑜𝑔𝑝𝑜𝑝_𝑡𝑜𝑡𝑖𝑡 + 𝛽13 𝑙𝑜𝑔𝑎𝑟𝑒𝑎_𝑘𝑚2𝑖𝑡 + 𝑢𝑖

Onde:
𝑙𝑜𝑔𝑖𝑛𝑠𝑡_𝑡𝑜𝑡 = Logaritmo do Número total de instituições no ensino superior privado por estado
(sendo substituída nas demais estimações por: “total de cursos” e “total de vagas”);
𝑙𝑜𝑔𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de cursos por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑣𝑎𝑔𝑎𝑠_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número vagas no ensino superior privado por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑓𝑖𝑒𝑠_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de contratos do FIES por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑝𝑟𝑜𝑢𝑛𝑖_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de bolsas do Prouni por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de cursos por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑣𝑎𝑔𝑎𝑠_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número vagas no ensino superior privado por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑚𝑎𝑡𝑟𝑖𝑐_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de matrículas no ensino superior privado por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢_𝑡𝑜𝑡 = Logaritmo do Número total de concluintes do ensino superior privado por
estado;
𝑙𝑜𝑔𝑑𝑜𝑐𝑒𝑛𝑡_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de docentes do ensino superior privado por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑚𝑒𝑑𝑖𝑜_𝑖𝑛𝑐 = Logaritmo do Número de pessoas com ensino médio incompleto por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑚𝑒𝑑𝑖𝑜_𝑐𝑜𝑚= Logaritmo do Número de pessoas com ensino médio completo por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑝𝑖𝑏_𝑝𝑒𝑟𝑐= Logaritmo do PIB per capita por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑝𝑜𝑝_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo da População total dos estados;
𝑙𝑜𝑔𝑎𝑟𝑒𝑎_𝑘𝑚2= Logaritmo da Área total do estado por km²,
𝑢𝑡 = Termo de erro;
𝛼𝑖 = Coeficiente linear;
𝛽2, 𝛽3, 𝛽4 , 𝛽5, 𝛽6, 𝛽6 , 𝛽7, 𝛽8, 𝛽9, 𝛽9, 𝛽10, 𝛽11, 𝛽12= Coeficientes angulares;
35

Portanto, esta pesquisa utiliza-se da estratégia econométrica de fazer três estimações


independentes usando em cada uma de três variáveis distintas (total de instituições, total de
cursos, e total de vagas do ensino superior privado) como variáveis dependentes para verificar
a dinâmica do mercado de ensino superior privado no Brasil.

3.3.1 Modelo de Dados em Painel

Devido às características do agrupamento dos dados adotou-se o modelo de dados em


painel, que são um tipo especial de dados combinados nos quais a mesma unidade em corte
transversal é pesquisada ao longo do tempo, ou seja, os dados têm uma dimensão espacial e
outra temporal e proporcionam informações sobre a dinâmica do comportamento ao longo do
tempo analisado. Dessa forma, o modelo de dados em painel pode ser definido como a
combinação entre séries temporais e corte transversal (GUJARATI; PORTER, 2011).
O modelo geral pode ser representado por:

Y𝑖𝑡 = 𝛽1𝑖 + 𝛽2 𝑋𝑖𝑡 + 𝛽3 𝑋𝑖𝑡 + ⋯ + 𝛽𝑛 𝑋𝑖𝑡 + 𝑢𝑖𝑡 (6)

Onde:
Y𝑖𝑡 é a variável dependente (no caso: total de instituições, total de cursos e total de vagas);
𝛽1 , 𝛽2 , 𝛽3 , 𝛽𝑛 são os parâmetros;
𝑋𝑖𝑡 são as variáveis independentes;
i é o indivíduo (no caso os Estados);
t é o período de tempo (no caso 9 anos – 2006-2014);
𝑢𝑖𝑡 é termo de erro.

A natureza dos dados em painel desta pesquisa é o painel balanceado, em que o número
de observações é o mesmo para todas as unidades de análise (GUJARATI, 2011).
O modelo de dados em painel é dividido entre modelo de efeitos fixos (Fixed Effects –
FE) e modelo de efeitos aleatórios (Randon Effects – RE). O modelo de efeitos fixos tem como
objetivo controlar os efeitos das variáveis omitidas (erro) que variam entre indivíduos e
permanecem constantes ao longo do tempo, e supõe que o intercepto varia de indivíduo para
outro individuo, mas é constante ao longo do tempo. O modelo de efeitos aleatórios possui as
mesmas definições que os efeitos fixos, no entanto o intercepto não é constante ao longo do
36

tempo, ou seja, o intercepto varia de indivíduo para outro ao longo do tempo (DUARTE;
LAMOUNIER; TAKAMATSU, 2007).
Segundo Gujarati (2011) O termo “efeitos fixos” deve-se ao fato de que, embora o
intercepto possa diferir entre os indivíduos, o intercepto de cada indivíduo não varia com o
tempo; ele é invariante no tempo.
O modelo de dados em painel é a combinação de corte transversal e série temporal,
diante dessa definição é importante observar algumas limitações do modelo. Para isso é
necessário observar o Modelo de Componentes dos Erros (MCE) que recebe esse nome, porque
o termo de erro composto consiste em dois (ou mais) erros, isto é, os componentes de erro
individual não estão correlacionados entre si, nem com as unidades de corte transversal e de
série temporal. Também é muito importante observar que 𝑤𝑖𝑡 não está correlacionado com
qualquer uma das variáveis explanatórias incluídas no modelo. Uma vez que i é um componente
de 𝑤𝑖𝑡 , é impossível que este esteja correlacionado com as variáveis explanatórias (GUJARATI
& PORTER, 2011).
Assim, é necessário à aplicação do teste de Hausman (apresentado na seção seguinte)
para verificar se o modelo possui efeitos fixos ou aleatórios, em que identifica-se se 𝑤𝑖𝑡 (erro)
está correlacionada com as variáveis explicativas. A hipótese nula do teste indica se o modelo
possui efeitos aleatórios e a hipótese alternativa se o modelo possui efeitos fixos (GUJARATI
& PORTER, 2011).

Dessa forma, a aplicação do teste de Hausman irá indicar se o uso de efeito fixo (FE)
ou efeito aleatório (RE) será mais indicado, ou seja, se o mesmo se ajusta melhor para a
distribuição dos dados da pesquisa. Portanto, a metodologia implantada utiliza a técnica de
dados em painel, com estimações pelo modelo de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para
dados em painel de efeito fixo (como se verá a seguir).
4 RESULTADOS DA PESQUISA

Esta seção encontra-se estruturada em três subseções. A primeira apresenta a estatística


descritiva das variáveis do modelo. A segunda apresenta a evolução das variáveis ao longo do
tempo, e que é analisado com a utilização de gráficos. Por fim, a última seção apresenta os
resultados das estimações dos modelos.

4.1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCACAO SUPERIOR PRIVADA: O CASO DO


PROUNI E FIES

Segundo Andrés (2011) o FIES foi criado em 1999 para substituir Programa de Crédito
Educativo – CREDUC, o FIES é regulado pela Lei Nº 10.260, de 12 de julho 2001 e alterada
por sua lei modificativa mais recente, a lei nº 12.202, de 2010 e opera por meio de empréstimo
recambiável e negociado caso a caso com a instituição financeira que o oferece.
O FIES ou Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior para Andrés
(2011), é um fundo de natureza contábil, designado à concessão de financiamento a estudantes
regularmente matriculados em cursos superiores não gratuitos e com avaliação positiva nos
processos conduzidos pelo Ministério da Educação, possui regulamentação própria que define
inclusive a possibilidade de que seja oferecido também a alunos da educação profissional
técnica de nível médio, bem como aos estudantes matriculados em programas de mestrado e
doutorado reconhecidos pela CAPES e com avaliação positiva, desde que haja disponibilidade
de recursos, observada a prioridade no atendimento aos alunos dos cursos de graduação.
A coordenação do FIES segundo Andrés (2011) compete ao Ministério da Educação –
MEC, que é responsável pela política de oferta de financiamento e de supervisor da execução
das operações do Fundo, e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, na
qualidade de agente operador e administrador dos ativos e passivos.
O Universidade para Todos – ProUni – para Andrés (2011), é um Programa do
Ministério da Educação, lançado pelo Governo Federal em 2004, instituído e regulado pela Lei
38

nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, e que tem, segundo seus criadores, o objetivo de expandir
o número de vagas na Educação Superior brasileira para estudantes de baixa renda. O
mecanismo central do programa consiste na troca de bolsas de estudo (integrais e parciais) em
instituições de ensino superior (IES) privadas, por isenção de alguns impostos e taxas federais,
que deveriam ser pagos ao governo pelas IES participantes do programa. Tais bolsas são
destinadas a alunos selecionados com base em critérios e “condicionalidades” estabelecidos em
regulamentação específica.
Nesse sentido todos os procedimentos operacionais do ProUni segundo Andrés (2011),
são efetuados por meio de um sistema informatizado, o Sistema do ProUni (Sisprouni). O MEC
tem capacidade para identificar em tempo real a situação de cada uma das instituições
participantes do programa. Todo esse processo é eletrônico e via Internet, com um importante
instrumento de controle: a certificação digital e a transparência aos procedimentos e oferece
maior segurança e confiabilidade das informações.

4.2 EVOLUÇÃO RECENTE DOS PROGRAMAS FIES E PROUNI

Para análise da evolução do ensino superior privado no Brasil, utilizou-se de transcrição


gráfica para indicar a dinâmica de evolução de alguns indicadores, mostrados nas figuras 1 a 6.
Os indicadores observados serão: Número de contratos do FIES, número de bolsas do
PROUNI1, número de matrículas, número de vagas, número de instituições e número de cursos
no período de 2000-2014.
Segundo Senhoras, Takeuchi e Takeuchi (2006) o ensino superior apresenta uma
particularidade importante: uma parcela grande da oferta de ensino é fornecida pelo setor
público, sobre o qual não cabe uma análise microeconômica específica, ao menos neste estudo,
haja vista que acontece de forma exógena ao mercado. Não obstante, ao longo do trabalho,
serão tornadas claras as relações do ensino superior público com o privado, este que se estrutura
endogenamente no mercado de ensino superior.

1
Sendo analisado em um período menor de 2006-2014
39

Figura 1 – Número de financiamentos do FIES no Brasil de 2000-2014

Número de financiamentos do FIES no Brasil


600000

500000

400000

300000

200000

100000

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Segundo Secca e Leal (2009), até 2009, em média, foram firmados 51 mil novos
contratos do FIES por ano. Nos anos seguintes houve crescimento de 635%, passando de 76
mil contratos assinados em 2010, para, aproximadamente, 560 mil em 2013, totalizando 1,16
milhão de contratos no período, média de 292 mil ao ano. Acompanhando a expansão no
número de contratos, de 2010 a 2013 o custo do programa cresceu nove vezes, saltou de R$ 0,8
bilhão para R$ 7,4 bilhões, a preços de 2013, totalizando mais de R$ 14 bilhões no período. A
concentração dos contratos no período de 2010-2013 pode distorcer os resultados das
estimações, por isso, novamente a importância da logaritimização dos dados.
De acordo com a Ser Educacional (2016) após cinco anos (2010 a 2014) de forte
crescimento na base de alunos presenciais em função da farta e atrativa oferta do financiamento
público pelo FIES, o ano de 2015 ficou marcado pelas drásticas mudanças regulatórias
promovidas pelo Ministério da Educação (MEC) que impactaram diretamente os estudantes e
as instituições privadas de ensino superior. Dentre essas alterações regulatórias, destacou-se a
massiva redução na abertura de contratos do FIES.
40

Figura 2 – Número de bolsas do PROUNI de 2006-2014

Número bolsas PROUNI no Brasil


350000

300000

250000

200000

150000

100000

50000

0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Para Catani (2006), o PROUNI representa a retomada de uma tradição de políticas de


renúncia fiscal que mais beneficiam o setor privado do que induzem políticas democratizantes.
Em relação ao Prouni, Mc Cowan (2007) sugere que as IES podem estar distribuindo
seus subsídios desigualmente entre os programas, e que levaria a uma possível concentração de
estudantes bolsistas em cursos de baixo custo ou baixa demanda. Nesse sentido, é possível
averiguar que desde o início do programa até 2009, o número de bolsas ofertadas vem
aumentando, partindo de 112 mil em 2005 para mais de 247 mil em 2009, um incremento de,
aproximadamente, 120%. Temos novamente uma concentração de bolsas do Prouni entre 2013-
2014, por ser um período curto ao longo da amostra seus efeitos não devem contaminar toda a
amostra, mas novamente a importância da logaritimização dos dados.
41

Figura 3 – Número de matrículas do ensino superior privado de 2000-2014

Número de matrículas do ensino superior privado


7000000

6000000

5000000

4000000

3000000

2000000

1000000

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Para Secca e Leal (2009), desde o início dos anos 1990 até os primeiros anos do século
XXI, entre as importantes mudanças que marcaram a evolução do setor de educação superior
no Brasil, destaca-se o crescimento acentuado do número de alunos matriculados, de 1,76
milhão, em 1995, para 4,88 milhões, em 2007, o que significa um incremento de 177%. Esse
aumento se deu especialmente na rede privada, cuja participação no total de matrículas saltou
de 60,2% para 74,6%. Como veremos a seguir, tanto o FIES como o PROUNI contribuíram
para este crescimento.
Segundo Senhoras, Takeuchi e Takeuchi (2006) O setor de educação superior pode ser
considerado um mercado de demanda constante e “obrigatória”, ou seja, em todos os anos, uma
parcela significativa de alunos concluintes do ensino médio procura as instituições de ensino
superior. Nesse sentido, é patente a análise da relação dinâmica entre o ensino médio e o ensino
superior privado: o primeiro fornece, em boa medida, os potenciais clientes para o segundo.
42

Figura 4 – Número de vagas do ensino superior privado no Brasil de 2000-2014

Número de vagas do ensino superior privado no Brasil


3500000

3000000

2500000

2000000

1500000

1000000

500000

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Para Secca e Leal (2009), a demanda pelo ensino superior privado foi incentivada por
programas como o Financiamento Estudantil (FIES), criado pela Caixa Econômica Federal
(CEF), em 1999, para financiar estudantes de ensino superior, e o Programa Universidade para
Todos (ProUni), do governo federal, criado em 2004 e cujo objetivo é conceder bolsas de estudo
parciais e integrais para estudantes de IES privada.
De acordo com Senhoras, Takeuchi e Takeuchi (2006), o crescimento notável da oferta
deve-se tanto ao aumento do número de instituições quanto à expansão das instituições já
existentes, visto que as taxas de crescimento total do número de vagas superam as do número
de instituições. Quanto aos determinantes dessa expansão, devem ser apontadas a liberalização
da regulamentação do ensino superior e o estímulo do governo, particularmente através do
Plano Nacional de Educação, que pretende criar 800 mil vagas no ensino superior até 2010.
Neste sentido para HOPER (2009), o crescimento do número de vagas no período 1997-
2007 foi de 394%, frente a um crescimento de 302% no número de ingressantes no mesmo
período. Esse descompasso entre o aumento da oferta de vagas e o crescimento da demanda
vem provocando um fenômeno que podemos denominar de “diluição da demanda”, ou seja,
mesmo crescendo a cada ano o número de demandantes, o crescimento superior da oferta de
vagas vem causando a diluição desses clientes entre as vagas ofertadas e as IES.
43

Figura 5 – Número de instituições privadas no Brasil de 2000-2014

Número instituições privadas no Brasil


2500

2000

1500

1000

500

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Para o CADE (2016), nos anos 2000, verificou-se uma forte tendência de crescimento
das IES privadas com fins lucrativos em detrimentos daquelas sem fins lucrativos.
Efetivamente, as IES com fins lucrativos respondiam por apenas 18,5% do total de matrículas
do ensino privado no ano 2000, contra 81,5% das IES sem fins lucrativos; em 2012, essa relação
equilibrou-se com percentuais de 49,6% para as IES com fins lucrativos e 50,4% das demais
IES privadas, o que indica, além do crescimento orgânicos das IES com fins lucrativos, uma
provável migração das IES do terceiro setor para o modelo empresarial, seja de forma
autônoma, seja mediante aporte de capitais de terceiros (fundos de investimentos ou outros
grupos econômicos que já atuam no setor de educação superior).
Nesse sentido para Secca e Leal (2009), o número de instituições privadas acompanhou
esse movimento, aumentando nada menos que 197,1% entre 1995 e 2007 no acumulado do
período.
44

Figura 6 – Número de cursos do ensino superior privado no Brasil de 2000-2014

Número cursos do ensino superior no Brasil


25000

20000

15000

10000

5000

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Hoper (2009) o número de cursos privados também se ampliou, chegando a quase


16.900 cursos em 2007, com crescimento de 392% no período de 1997 a 2007. As ofertas de
vagas nos cursos mais procurados, têm reduzido a relação ingressante/vaga. No curso mais
demandado, Administração, a relação ingressante/vaga chega a 0,32. Com base nos números
de 2007, temos a oferta de mais de 3 vagas para cada demandante (ingressante) no curso de
Administração no Brasil.

4.3 ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS DO MODELO ECONOMÉTRICO

Este tópico apresenta a estatística descritivas das variáveis do modelo e expõe o teste de
Hausman para verificar qual modelo de dados: efeito fixo ou efeito aleatório, melhor se ajusta
aos dados do modelo.
A tabela 1, a seguir, apresenta a estatística descritiva das treze variáveis utilizada na
pesquisa, contendo a média, desvio padrão, máximo e mínimo. Diante da observação das
variáveis verificou-se que a população total obteve a maior média e o maior desvio padrão,
motivado pela grande diferença populacional dos estados.
45

Tabela 2 – Estatísticas Descritivas das Variáveis*


Desvio
Variável Descrição Média Min. Max.
Padrão
prouni_tot Programa Universidade para Todos - Total bolsas 8683 15227 252 97776
fies_tot Programa Financiamento Estudantil - Total contratos 5840 14137 0 157379
cursos_tot Cursos de ensino superior ofertados - Total 705 1211 0 6784
matric_tot Matriculas efetivadas – Total 148661 246385 5152 1444863
instit_tot Instituições de Ensino Superior Privadas (IESP) - Total 76 103 4 512
conclu_tot Alunos concluintes – Total 23041 41939 430 237382
vagas_tot Vagas no ensino superior ofertadas - Total 100179 198530 2965 1145014
docent_tot Docentes atuando no Ensino Superior Privado - Total 8096 12529 290 66730
medio_inc Estudantes com ensino médio incompleto - Total 127636 190550 2539 1014851
medio_com Estudantes com ensino médio completo - Total 668419 1066954 15044 6693006
area_km2 Área do Estado (UF) em Km2 315359 370704 5800 1570700
pib_perc PIB Per capita 16379 10731 4212 69217
pop_tot População total - em mil habitantes 7152854 8417753 403340 4.40e+07
* A série compreende 9 anos (2006-2014) de 27 Unidades da Federação (26 Estados e Distrito Federal), o que
totaliza 243 observações.
Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Conforme a tabela 1, a menor média foi o número de instituições privadas, devido à


baixa quantidade de instituições privadas em alguns estados, ocasionando a baixa na média. Em
relação ao desvio padrão do número de instituições privadas, observou-se que seu valor deu
alto motivado pela diferenciação do número de instituições nos estados brasileiros. E valor
mínimo (0) referente a tabela está relacionado com o corte do programa do FIES em alguns
estados no período de 2014.
Segundo Duarte, Lamounier e Takamatsu (2007), para verificar se o modelo melhor se
ajusta a efeitos fixos ou a efeitos aleatórios aplica-se o teste de Hausman, onde a hipótese nula
(H0) indica que o modelo possui efeitos aleatórios e a hipótese alternativa (H1) indica que o
modelo possui efeitos fixos. O modelo de efeito fixo tem o objetivo de controlar o efeito das
variáveis omitidas em que varia entre indivíduos e permanece constante ao longo do tempo e
supõe que a constante varie de um indivíduo (estados) para o outro, mas é constante ao longo
do tempo (2006-2014). Os modelos de efeitos aleatórios possuem as mesmas definições que o
efeito fixo, no entanto a constante não varia a longo do tempo, ou seja, não varia de indivíduo
para indivíduo.
Segundo Gujarati e Porter (2011), o termo efeito fixo deve-se ao fato de que, embora a
constante possa diferir entre indivíduos o mesmo não varia de indivíduo para indivíduo. A
tabela 2 apresenta os resultados do teste de Hausman.
46

Tabela 3 – Teste de Hausman para Especificação do Modelo entre Efeito Fixo (FE) e
Efeito Aleatório (RE)
Coeficientes
Variáveis (b) (B) (b-B) sqrt(diag(V_b – V_B))
FE RE Diferença S.E.
logfies_tot 0,0074174 0,0071724 0,0002450 0,0014090
logprouni_tot 0,0498836 0,0502942 -0,0004106 0,0180001
logcursos_tot 0,0315365 0,0329260 -0,0013895 0,0078260
logvagas_tot 0,0703202 0,1391586 -0,0688385 0,0462456
logmatric_tot -0,1222237 -0,1426129 0,0203892 0,0459404
logconclu_tot 0,0333446 0,0402389 -0,0068943 0,0142302
logdocent_tot 0,2609407 0,3542777 -0,0933370 0,0326206
logmedio_inc -0,1006943 0,2917521 -0,3924464 0,1693720
logmedio_com -0,0037865 -0,0133719 0,0095853 0,0932527
logfies_tot -0,1291451 -0,1124995 -0,0166457 0,0850617
logfies_tot 0,7330043 -0,0215289 0,7545332 0,4493054
Notas:
b = consistente sob H0 e H1; obtido a partir de xtreg de FE (Fixed Effect – Efeito Fixo - EF).
B = inconsistente sob H1, eficiente sob H0; obtido a partir de xtreg de RE (Randon Effect – Efeito Aleatório - EA).
Teste: H0: diferença de coeficientes não sistemática.
chi2 (12) = (b-B)'[(V_b-V_B)^(-1)](b-B).
chi2 (12) =33,78.
Prob>chi2 = 0,0007.
(V_b – V_B não é definida positiva).
Fonte: Dados da pesquisa (2017).

De acordo com o resultado da tabela 2, indicado pelo valor de Prob>chi2 = 0,0007,


mostra que o modelo que melhor se ajusta aos dados é o modelo de efeitos fixos, em razão do
resultado indicar a rejeição da hipótese nula (efeito aleatório).

4.4 FIES E PROUNI: EFEITOS SOBRE A CONCENTRAÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR


PRIVADA BRASILEIRA

Nesta pesquisa foi utilizado a análise de regressão para dados em painel a fim de
verificar a relação entre as variáveis de ensino superior privado, desse modo foram utilizadas
três variáveis dependentes: total de instituições, total de cursos e número de vagas. E, nos três
modelos estimados adotou-se como variáveis independentes: número total de contrato do FIES,
quantidade total de bolsas do PROUNI, concluintes, matriculas, docentes, cursos, vagas,
matriculas, ensino médio incompleto e ensino médio completo, PIB per capita, população total
47

por estado e a área em km². As variáveis foram coletadas por estado no período de nove anos
sendo 2006 a 2014. Para obter consistências nos resultados todas as variáveis foram
logaritimizadas – maiores detalhes ver seção metodológica apresentada anteriormente.
A tabela 2, apresentada a seguir, destaca os resultados da estimação para a variável de
resultado: total de instituições de ensino superior privadas (inst_tot).

Tabela 4 – Estimação para a Variável de Resultado: Total de Instituições de Ensino


Superior Privadas (inst_tot)1,2,3

Erro 95% Intervalo de


Variável Coeficiente t P>|t|
Padrão Confiança [p < 0,05]
fies_tot 0,03564 0,01283 2,78 0,024 0,00605 0,06524
prouni_tot 0,02756 0,04214 0,65 0,531 -0,06962 0,12473
cursos_tot 0,17335 0,06835 2,54 0,035 0,01573 0,33098
vagas_tot 0,25898 0,12659 2,05 0,075 -0,03294 0,55090
matric_tot -0,59612 0,18659 -3,19 0,013 -1,02640 -0,16584
conclu_tot 0,14456 0,07624 1,90 0,095 -0,03124 0,32037
docent_tot 10832,0 0,09511 11,39 0,000 0,86391 1,30258
medio_inc -0,00044 0,04528 -0,01 0,993 -0,10485 0,10398
medio_com -0,32581 0,11606 -2,81 0,023 -0,59345 -0,05817
pib_perc -0,09360 0,03424 -2,73 0,026 -0,17255 -0,01465
pop_tot -0,00017 0,01119 -0,01 0,988 -0,02596 0,02563
area_km2 -0,01299 0,00846 -1,54 0,163 -0,03250 0,00652
cons 1,18617 0,45428 2,61 0,031 0,13861 2,23373
R2 93,42
1
A série compreende 9 anos (2006-2014) de 27 Unidades da Federação (26 Estados e Distrito Federal), o que
totaliza 243 observações.
2 Os resultados das dummies de tempo (anos) e de Estado (UF) tem os resultados omitidos na tabela.
3 Estatística R2 é within (intragrupo).

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Ao enfatizarmos na análise dos resultados da estimação, a correlação entre as variáveis


FIES (primeira linha) e PROUNI (segunda linha) percebemos pela estatística t2 que a variável
FIES se mostrou com significância estatística, t = 2,78, e com sinal positivo, indicando
correlação positiva com a variável de dependente Total de Instituições. Resultado dentro do que
se esperava para a variável. Por outro lado, para a variável PROUNI, não se observou
significância estatística, t = 0,68, o que foge ao que se esperava de resultado para a variável.
Em relação ao FIES, os resultados da estimação da tabela 2 revelam que o aumento de
1% no número de contratos do FIES implicam em um aumento, em média, de 0,036% do total

2 𝛽
Calculada a partir da seguinte fórmula 𝑡 = , onde 𝛽 é o coeficiente e o 𝑆𝛽 é o erro padrão do coeficiente.
𝑆𝛽
48

de número de instituições, indicando ser uma relação positiva, dado que o coeficiente é positivo.
A relação direta entre as variáveis, demonstrou que com a implementação do FIES, através de
políticas públicas e a facilidade de acesso ao financiamento possibilitou o aumento de
instituições ensino privado no Brasil.
Além do PROUNI, outras variáveis independentes não se mostraram com significância
estatística no modelo, como: número de concluintes, ensino médio incompleto, população total
por estado e a área por km², logo, não se mostraram relevantes no modelo para explicar o
crescimento do Total de Instituições de Ensino Superior Privadas no Brasil no período 2006-
2014.
Em relação as variáveis independentes, que atuam no modelo como variáveis controle,
e que apresentaram significância estatística, cabe destacar o número de cursos, que ao se
aumentar em 1% implica no aumento em média 0,17335% no total de número de instituições,
possuindo significância ao nível de 5%, evidenciado pela estatística t de 2,54, ou seja, quanto
mais cursos, mais aumenta o número de novas instituições, o que se pode dizer que é um
resultado dentro do esperado.
Quanto ao número de vagas com um aumento de 1%, acarreta em um aumento
0,25898% no número total de instituições, possuindo significância ao nível de 10%,
evidenciado pela estatística t de (2,05). Para poder suprir à quantidade de vagas é necessário
que se crie novas instituições devido ao ritmo acelerado de expansão, com forte inclusão, e
preocupação com melhoria de qualidade nos cursos superiores.
Analisando o número de matriculas, se aumentar em 1%, o número de instituições
diminuirá em 0,59612%, possuindo significância ao nível de 5%, evidenciado pela estatística t
de (-3,19)3.
Quanto ao número de docentes, se aumentar em 1%, o número de instituições aumentará
em 1,083%, possuindo significância ao nível de 5%, evidenciado pela estatística t de (11,39).
Com o aumento de novas instituições consequentemente é necessário haver contratação de
novos docentes.
Em relação ao número de alunos que concluiu o ensino médio, se aumentar em 1%,
diminuirá em 0,3258% o número de instituições, possuindo significância ao nível de 5%,
evidenciado pela estatística t de (-2,81).
Com um aumento de 1% no PIB per capita diminuirá em 0,0936% no número de instituições,
possuindo significância ao nível de 5%, evidenciado pela estatística t de (-2,73).

3
A estatística t é observada em módulo.
49

Em razão da constante apresentar-se significante, indica ser um bom resultado, pois o


modelo de efeito fixo controlou o efeito das variáveis omitidas (erro), mostrando-se ser um bom
indicador para estimação.
O valor 93,42% de R² revela-se alto, muito que provável devido ao modelo possui
elevado número de variáveis independentes, no entanto, o resultado se mostra positivo ao
indicar 93,4% da variação de Y (número instituições) é explicada pela variação das variáveis
independentes, indicando, ao menos parcialmente, que o modelo possui um bom ajuste em seu
conjunto de variáveis.
A tabela 3, a seguir, apresenta a estimação para a variável de resultado: Total de Cursos
de Ensino Superior Ofertados (cursos_tot).

Tabela 5 – Estimação para a Variável de Resultado: Total de Cursos de Ensino Superior


Ofertados (cursos_tot)1,2,3

Erro 95% Intervalo de


Variável Coeficiente t P>|t|
Padrão Confiança [p < 0,05]
fies_tot -0,01044 0,00443 -2,36 0,026 -0,01954 -0,00133
prouni_tot 0,07718 0,03034 2,54 0,017 0,01482 0,13955
vagas_tot 0,36638 0,08034 4,56 0,000 0,20125 0,53152
instit_tot 0,06020 0,01880 3,20 0,004 0,02155 0,09886
matric_tot 0,22647 0,24033 0,94 0,355 -0,26754 0,72048
conclu_tot 0,00166 0,03968 0,04 0,967 -0,07990 0,08322
docent_tot 0,05027 0,03728 1,35 0,189 -0,02635 0,12689
medio_inc 0,38323 0,38736 0,99 0,332 -0,41300 1,17945
medio_com -0,08958 0,22997 -0,39 0,7 -0,56228 0,38313
pib_perc 0,24591 0,09156 2,69 0,012 0,05769 0,43412
pop_tot -0,08425 0,28656 -0,29 0,771 -0,67328 0,50479
area_km2 0 (omitido)
cons 3,16599 2,93131 1,08 0,290 -2,85940 9,19138
R2 63,89
1
A série compreende 9 anos (2006-2014) de 27 Unidades da Federação (26 Estados e Distrito Federal), o que
totaliza 243 observações.
2 Os resultados das dummies de tempo (anos) e de Estado (UF) tem os resultados omitidos na tabela.
3 Estatística R2 é within (intragrupo).

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Ao destacarmos na análise dos resultados da estimação, da tabela 3, a correlação entre


as variáveis FIES (primeira linha) e PROUNI (segunda linha) notamos pela estatística t que a
variável FIES se mostrou com significância estatística, t = -2,36, e com sinal negativo,
indicando correlação contrária (ou indireta) com a variável dependente Total de Cursos.
Resultado que foge ao era esperado para a variável. Quanto a variável PROUNI, observou
50

significância estatística para a mesma, t = 2,54, e com correlação positiva, resultado que fica
dentro do esperado para a referida variável.
Assim, os resultados da estimação da tabela 3 mostra que o aumento de 1% no número
de contratos do FIES, acarretará, em média, uma diminuição em 0,0104% no número total de
cursos, resultado que foge ao esperado, pois sinaliza que quanto maior o número de contratos,
menos vagas em novos cursos, com isso, irão sobrar novos alunos.
Quanto a quantidade de bolsas do PROUNI se aumentar em 1%, aumentará o número
total de cursos ofertados em 0,0771%, ou seja, quanto maior a quantidade de bolsas ofertadas,
mais alunos irão demandar por novos cursos, resultado plausível.
Em relação às demais variáveis controle com significância estatística, cabe destacar, que
se o número de vagas se aumentar em 1% aumentará, em média, em 0,3663% o total de cursos
do ensino superior ofertados, como observado pela estatística t de (4,56). Assim, com o aumento
no número de vagas, a instituição ofertará novos cursos para atender a nova demanda de alunos.
Quanto ao número de instituições, se aumentar em 1% aumentará em 0,0602% a
quantidade total de cursos ofertados. Apresentando uma significância ao nível de 5%
demonstrado pela estatística t de (3,20). Para o desenvolvimento da instituição será necessário
que aumente sua capacidade produtiva, ou seja, atender mais alunos, consequentemente
disponibilizar novos cursos.
Com o aumento de 1% no PIB per capita, aumentará em 0,2459% o total de cursos de
ensino superior ofertados. Possuindo uma significância ao nível de 5% demonstrado pela
estatística t de (2,69). Com o aumento no PIB per capita, o governo tem a capacidade de ampliar
o acesso à educação superior por meio de concessão de bolsas de estudos em instituições
privadas e do financiamento estudantil, promovendo o apoio as instituições de educação
superior, a elevação da qualidade acadêmica e de recursos humanos.
As demais variáveis do modelo na estimação em relação ao total de cursos superiores
ofertados não revelaram ter significância estatística para explicar o modelo, sendo elas: número
de matriculas, concluintes, docentes, ensino médio completo, ensino médio incompleto,
população total por estado e área por km².
O valor 0,6389 de r² significa que cerca de 63,89% da variação do logaritmo Y (número
cursos) é explicada pela variação das variáveis independentes, indicando um grau de nível
médio.
A tabela 6, a seguir, destaca os resultados da estimação para a variável de resultado:
total de vagas no ensino superior ofertadas (vagas_tot).
51

Tabela 7 – Estimação para a Variável de Resultado: Total de Vagas no Ensino Superior


Ofertadas (vagas_tot)1,2,3

Erro 95% Intervalo de Confiança [p


Variável Coeficiente t P>|t|
Padrão < 0,05]
fies_tot -0,00749 0,00298 -2,52 0,018 -0,013615 -0,001372
prouni_tot 0,03426 0,01262 2,71 0,012 0,008311 0,060203
cursos_tot 0,10481 0,07934 1,32 0,198 -0,058287 0,267900
instit_tot 0,03542 0,04290 0,83 0,417 -0,052767 0,123613
matric_tot 0,36126 0,18450 1,96 0,061 -0,017985 0,740495
conclu_tot -0,01886 0,09105 -0,21 0,838 -0,206021 0,168298
docent_tot 0,03391 0,11516 0,29 0,771 -0,202816 0,270626
medio_inc -0,00866 0,12177 -0,07 0,944 -0,258955 0,241633
medio_com 0,03164 0,12189 0,26 0,797 -0,218899 0,282189
pib_perc 0,02151 0,07064 0,30 0,763 -0,123700 0,166715
pop_tot -0,47635 0,37068 -1,29 0,210 -1,238281 0,285588
area_km2 0 (omitido)
Cons -1,50847 2,43139 -0,62 0,540 -6,50626 3,48932
R2 77,59
1
A série compreende 9 anos (2006-2014) de 27 Unidades da Federação (26 Estados e Distrito Federal), o que
totaliza 243 observações.
2 Os resultados das dummies de tempo (anos) e de Estado (UF) tem os resultados omitidos na tabela.
3 Estatística R2 é within (intragrupo).

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Os resultados da estimação para o “total de vagas no ensino superior ofertadas”, tabela


4, se assemelham aos resultados para a variável de resultado “total de cursos de ensino superior
ofertados” (tabela 3), em que notamos pela estatística t que a variável FIES se mostrou com
significância estatística, t = -2,52 (primeira linha), e com sinal negativo, sinalizando correlação
contrária (ou indireta) com a variável dependente Total de vagas. Novamente, se tem um
resultado que foge ao que era esperado para a variável, entretanto, mostra-se dentro do padrão
de resultados visto na tabela 3. Com relação a variável PROUNI, a mesma se mostrou com
significância estatística, t = 2,71, e com correlação positiva, resultado dentro do esperado para
a referida variável, e que novamente se mantem dentro do padrão dos observado nos resultados
da tabela 3.
Os resultados da estimação da tabela 4 mostram que um aumento de 1% no programa
do FIES, diminuirá, na média, em 0,0074% o total de vagas ofertadas. Quanto ao PROUNI, um
aumento de 1% aumentará a quantidade de vagas ofertadas em 0,0342%.
Em relação às demais variáveis controle, cabe destacar que o número de cursos,
instituições, matriculas, concluintes, docentes, ensino médio completo, ensino médio
52

incompleto, PIB per capita, população total por estado e a área por km², não possuem
significância estatística para explicar o total de vagas ofertadas no ensino superior privado.
Apesar do valor 77,59% de R² revelar-se alto, o pequeno número de variáveis no modelo
com significância estatística mostram que o modelo não tem um bom ajuste, e que este conjunto
de variáveis, não se mostra, ao menos com esta estratégia de estimação, adequado para se
verificar a correlação entre as variáveis do modelo. Uma das medidas para ajustar melhor o
modelo é substituir algumas das variáveis por variáveis que possam explicar melhor este
modelo, pois quando se omite uma variável importante para explicar a variável dependente seu
efeito vai para o erro, que acaba comprometendo a significância das variáveis. Outro aspecto
que pode melhorar a estimação é o aumento do período da amostra, com isso, os dados podem
apresentar maior normalidade e, com isso, melhorar os resultados das estimações.
Considerando que este estudo visa abordar como a expansão do financiamento público
pelos programas FIES e PROUNI afetou a concentração regional do ensino superior privado
brasileiro no período 2006-2014, sintetizamos, finalmente, os resultados relevantes deste
estudo:
a) Quanto ao Total de Instituições de Ensino Superior Privadas (inst_tot) destaca-se que o
FIES se mostrou significativo e com correlação positiva: aumentos no FIES aumentam
o total de IES privadas (resultado dentro do esperado na literatura). Em relação ao
programa PROUNI, este não se mostrou significativo, ou seja, indicando que o mesmo
não afeta o total de IES privadas, resultado que foge dos resultados corriqueiros da
literatura.
b) Quanto ao Total de Cursos de Ensino Superior Ofertados (cursos_tot) os resultados
revelam que o PROUNI tem significância estatística e correlação positiva: aumentos no
PROUNI aumentam o total de cursos nas IES privadas (resultado dentro do esperado na
literatura), para o FIES, o resultado se mostrou com significância estatística, porém com
sinal negativo, indicando que aumentos no FIES levam a redução do total de cursos nas
IES privadas, resultado que se foge ao padrão esperado;
c) Quanto ao Total de Vagas no Ensino Superior Ofertadas (vagas_tot) os resultados
mostram que o PROUNI tem significância estatística e correlação positiva, sugerindo
que aumentos no PROUNI aumentam o total de vagas nas IES privadas, tal resultado
fica em linha com a literatura corrente, para o FIES, o resultado para as vagas se mostrou
equivalente ao para os cursos, ou seja, apresenta significância estatística e sinal
53

negativo, sugerindo que aumentos no FIES levam a redução do total de vagas nas IES
privadas, o que se opõe ao padrão esperado de resultado.

Portanto, os resultados nas três estimações (total de IES, total de cursos e total de vagas)
mostram que tanto o FIES quanto o PROUNI possuem efeitos sobre indicadores das IES
privadas. Entretanto, os resultados da literatura foram parcialmente observados, o que sugerem,
no geral, que o modelo utilizado nesta pesquisa (MQO para dados em painel de efeito fixo)
carece de ajustes seja quanto o próprio modelo em si, seja quanto às variáveis de controle que
fizeram parte das estimações, e também quanto ao período, em que um período maior poderia
melhorar o ajuste dos dados e os resultados.

4.5 REFLEXOS DA EXPANSÃO DO FINANCIAMENTO PÚBLICO VIA PROUNI E FIES NA


CONCENTRAÇÃO REGIONAL DO SETOR DE ENSINO SUPERIOR PRIVADO NO
BRASIL

Mudanças e transformações pontuam a educação superior do século XXI. Nas últimas


décadas mudanças aceleradas desencadearam a necessidade de repensar o próprio modo de ser
IES, isso em todos os níveis. Com a promoção e busca por um curso superior, viu-se também
um crescente número de instituições superiores surgirem, boa parte delas promovidas pelo
próprio governo. Dentre esses incentivos estão o FIES e o PROUNI.
A competição recente na educação superior nacional está relacionada às diretrizes
internacionais no setor que, sob o fundamento de maximizar as vantagens sociais dos métodos
educacionais, têm introduzido reformas educacionais fundamentadas na visão de mercado e de
serviço comercial, incluindo a própria percepção de educação superior como um bem público,
mas que deve gerar retorno econômico, o que mundo a fora já se observa a um bom tempo.
Diante das mudanças recentes na educação superior privada no Brasil, tornou-se
considerável averiguar as implicações desse novo modelo de empresa educacional, tanto em
condições das suas relações de mercado, quanto no que se refere à política educacional no
aspecto social.
Nesta perspectiva, os dados deste estudo revelam que no período, 2006-2014, houve
aumento expressivo das IES privadas, parte desse crescimento se deu por fusões de empresas
que percebendo a necessidade do setor no Brasil buscou unir forças para gerar crescimento.
Boa parte desses crescimentos se devem as fusões de grandes empresas do setor educacional.
54

Uma fusão acontece quando duas ou mais empresas se estabelecem, e a empresa decorrente
mantém a similaridade de uma delas, logo, uma aquisição decorre com a compra de um número
considerável de ações participantes de uma determinada empresa, tal compra pode ser cordial
ou desfavorável.
Os procedimentos de fusões e aquisições estabelecem uma maneira acelerada de uma
firma progredir, entrar em mercados, proteger-se de aquisições indesejadas, para se beneficiar
de oportunidades de investimento, ou também de alguns participantes desses métodos lucrarem
à custa de outros.
Nesse sentido, percebeu-se, que o procedimento de fusões e aquisições entre grupos
econômicos e IES privadas é algo novo, no entanto, faz parte do mundo organizacional
capitalista. As fusões e aquisições têm grande valor na realocação dos recursos na economia e
na realização de estratégias corporativas, pois, se instituem em possibilidades para a adaptação
da conduta e da estrutura institucional das empresas ao mercado e ao ambiente econômico
mundial.
Dessa maneira, evidenciou-se que a partir de 2007 houve um crescimento exponencial
de matrículas e de instituições privadas de ensino superior no país. O setor privado foi o
principal responsável por esse processo, obtendo no referido período, um crescimento de 195%,
contra apenas 18% nas IES públicas, dados esses obtidos pelo INEP (2007).
Este crescimento do crédito estudantil está extremamente relacionado à expansão
recente do mercado de ensino superior no Brasil. Segundo dados do INEP (2014) a oferta de
ensino superior no Brasil em 2014 foi de 32.878 cursos de graduação em 2.368 instituições.
Sendo que 87,4% das IES são privadas e apenas 12,4% das IES são públicas, ou seja, a oferta
em sua maioria está concentrada no ensino superior privado.
Portanto, os programas de financiamento público do ensino superior privado, FIES e
PROUNI, segundo as evidências desta pesquisa, se tornaram elementos importantes na
mudança estrutural regional do setor de educação superior privada brasileiro, pois podem ter
gerado um aumento da concentração regional ao estimularem fusões e aquisições entre as
empresas do setor. Além da possibilidade de lucro dessas empresas através dos programas do
gorveno e o aumento do número de IES, com isso, ocorrem estimulos a aumento da
democratização do estudo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou identificar as transformações ocorridas no ensino superior, com o


foco principalmente no setor privado. Desse modo, o objetivo foi analisar os efeitos da expansão
do financiamento do FIES e PROUNI, destacando seus efeitos sobre a concentração regional
ensino superior privado no período de 2006 a 2014. O Brasil possui cerca de 2.400 Instituições
de Ensino Superior (IES), responsável pela graduação de aproximadamente um milhão de
pessoas anualmente, sendo que passou há pouco tempo por um período de crescimento no setor
da educação superior privada.
Os dados utilizados na pesquisa foram número de contrato do FIES, número de bolsas
do PROUNI, matriculas totais no ensino superior privado, número de cursos, número de vagas,
número de concluintes, número de docentes, número de instituições, número de pessoas com
ensino médio completo e incompleto, PIB per capita, população total e área total em km2 , todos
analisados por estado. Esta pesquisa se classifica como uma pesquisa descritiva e quantitativa
que se utiliza do modelo de dados em painel de efeito fixo.
COMENTE SE OS OBJETIVOS FORAM ATINGIDOS
Diante dos resultados alcançados com este estudo podemos destacar que as instituições
de ensino superior privada (IESP) apresentaram um crescimento maior em alguns estados
devido uma maior concentração da população, diante do aumento da oferta de bolsas do
PROUNI e os contratos do FIES oferecidos por parte de instituições privadas. Os resultados
sugerem que o crescimento do crédito estudantil está relacionado à expansão recente do
mercado de ensino superior no Brasil, sendo que, nota-se a tendência de concentração do
mercado de educação superior privada decorrente de processos de fusões e aquisições de
grandes empresas.
A concentração e competitividade do setor de educação superior privada é relevante
também por conta da importância econômica que o setor tem para a economia, representando
cerca de 0,7% do PIB nominal brasileiro. Dessa forma, os programas de financiamento público
do ensino superior privado, FIES e PROUNI, podem ter se tornado elementos importantes na
mudança estrutural regional do setor de educação superior privada brasileiro, pois podem ter
56

gerado um aumento da concentração regional do setor. Ou seja, deste processo de concentração


regional foram as aquisições e fusões ocorridas no ensino superior privado no Brasil, e que
evidenciam um aumento da concentração setorial. Portanto, o procedimento de fusões e
aquisições entre grupos econômicos e IES privadas é um acontecimento recente, porém, faz
parte do mundo organizacional capitalista. As fusões e aquisições têm grande valor na
realocação dos recursos na economia e na realização de estratégias corporativas, pois, se
instituem em possibilidades para a adaptação da conduta e da estrutura institucional das
empresas ao mercado e ao ambiente econômico mundial.
Dentre as limitações da pesquisa destaca-se que os resultados sugerem, no geral, que o
modelo utilizado nesta pesquisa (MQO para dados em painel de efeito fixo) carece de ajustes
seja quanto o próprio modelo em si, seja quanto às variáveis de controle que fizeram parte das
estimações, e também quanto ao período, em que um período maior poderia melhorar o ajuste
dos dados e os resultados.
FALE SOBRE PESQUISAS QUE POSSAM COMPLEMENTAR ESTA PESQUISA
57

REFERÊNCIAS

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privado no Brasil. BNDES Setorial, Rio de Janeiro n. 30, 2009, 103-156 p. Disponível
em:<https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/1943>. Acessado em: 22/05/2017.

PEREIRA, Tarcísio Luiz; BRITO, Silva Helena Andrade. As Aquisições e Fusões no Ensino
Superior Privado no Brasil (2005-2013). Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – CCHS/UFMS, Campo Grande-MS, 2013, p.
15.Disponívelem:<http://www.anpae.org.br/IBERO_AMERICANO_IV/GT2/GT2_Comunica
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Privado Brasileiro. Monografia UFGS. Departamento de Ciências Econômicas. Porto Alegre-
RS, 2014, p. 104. Disponível em:< https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/116358>.
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COSTA, Danilo de Melo; BARBOSA, Francisco Vidal; GOTO, MELISSA MIDIORI. O novo
fenômeno da expansão da educação superior no Brasil. 2010. Disponível em:
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ANDRÉS, Aparecida. O Programa Universidade para Todos (ProUni). 2008. Disponível


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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC). REUNI - Reestruturação e Expansão das


Universidades Federais Brasileiras. Brasília. 2010a. Disponível em:
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INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS (INEP). Censo


da Educação Superior 2014 - Notas Estatísticas, Inep/ MEC, Brasília, 2014.
Disponívelem:<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2
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EDUCAÇÃO, Hoper. Análise Setorial do Ensino Superior Privado Brasil 2014. Hoper
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CONSELHO ADMISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA (CADE) – Atos de


Concentração no Mercado de Prestação de Serviços de Ensino Superior. 2016. Disponível
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do Exercício de 2014. Disponível em:<http://www.cade.gov.br/acesso-a
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Acessado: 15/05/2017.
58

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Cada referência deve ser apresentado com: Letra 12, Arial (ou Times new romam),
espaço simples, ordem alfabética, separadas por 1 espaço de linha.A pontuação deve ser
uniforme para todas as referências. A separação das várias áreas deve ser com ponto final,
seguido de um espaço, representado nos exemplos pelo símbolo Ø (1 espaço em branco):

SOBRENOME,ØNome(s) do(s) autor(es) (pessoa, entidade).ØTítulo.ØEdição.Ø Local de


publicação:ØEditora,ØData de publicação.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6022: informação


e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de
Janeiro, 2003a.

______. NBR 6023: informação e documentação: referências: apresentação. Rio de Janeiro,


2002a.

______. NBR 6024: informação e documentação: numeração progressiva das seções de um


documento escrito. Apresentação. Rio de Janeiro, 2012a.

______. NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de Janeiro,


2012b.

______. NBR 6028: informação e documentação: resumo: apresentação. Rio de Janeiro, 2003b.

______. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio


de Janeiro, 2002b.

______. NBR 10719: informação e documentação: relatório técnico e/ou científico:


apresentação. Rio de Janeiro: 2011a.

______. NBR 12225: informação e documentação: lombada: apresentação. Rio de Janeiro,


2004.

______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. 2. ed.


Rio de Janeiro, 2011b.

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Janeiro, 2011c.

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