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SINOP-MT
2017
ROSILENE ADRIELLE PINTO
SINOP-MT
2017
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Elemento “quando for o caso” (ou seja, caso existam tais elementos deve existir tal lista)
que deve ser elaborada de acordo com a ordem em que as ilustrações aparecem no texto (figuras,
quadros, gráficos, desenhos, fotografias, organogramas, gravuras e outros).
Quadro 1- Diferenças entre títulos e subtítulos. ...................... Error! Bookmark not defined.
LISTA DE TABELAS
Elemento “quando for o caso” (ou seja, caso existam tais elementos deve existir tal lista)
que deve ser elaborada de acordo com a ordem em que as tabelas aparecem no texto.
RESUMO
KEYWORDS:
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BM&F BOVESPA Bolsa de Mercadorias & Futuros e Bolsa de Valores de São Paulo
CADE Conselho Administrativo de Defesa Econômica
EBRADI Escola Brasileira de Direito
F&A Fusões e Aquisições
Fies Fundo de Financiamento Estudantil
IES Instituições de Ensino Superior
IESP Instituições de Ensino Superior Privadas
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MCRL Modelo Clássico de Regressão Linear
MEC Ministério da Educação
MELNT Melhor Estimador Linear não Viesado
MQO Mínimos Quadrados Ordinários
PROUNI Programa Universidade para Todos
REUNI Restruturação e expansão das Universidades Federais
SBDC Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência
SDE Secretaria de Direito Econômico
SEAE Secretaria de Acompanhamento Econômico
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ..................................................................................................... 13
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 15
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 17
2.1 COMPETITIVIDADE E CONCORRÊNCIA ............. Error! Bookmark not defined.
2.3.1 Fatores Determinantes da Competitividade ................... Error! Bookmark not defined.
2.2 CONCENTRAÇÃO DE MERCADO .......................................................................... 19
2.2.1 Medidas de Concentração de Mercado .................. Error! Bookmark not defined.
2.2.2 Classificação das Medidas de Concentração de Mercado .. Error! Bookmark not
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2.3 CONTROLE DA CONCENTRAÇÃO DE MERCADO ............................................. 21
2.2.1 Controle de Condutas: Práticas de Concentração Horizontais e Verticais .... 22
2.2.2 Delimitação de Mercado Relevante ........................ Error! Bookmark not defined.
2.2.3 O CADE e o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência ........................... 24
2.3 O PROCESSO RECENTE DE CONCENTRAÇÃO DO MERCADO DE
EDUCAÇÃO SUPERIOR PRIVADO NO BRASIL ............................................................... 25
2.3.1 A Estrutura de mercado e de concorrência vigente no mercado de educação
superior privado no Brasil ..................................................................................................... 27
2.3.2 Fusões e aquisições no mercado de educação superior privado no Brasil a
partir de 2005 .......................................................................................................................... 28
2.3.3 As Possíveis mudanças na competitividade decorrentes das fusões e aquisições
no mercado de educação superior privado no Brasil a partir de 2005 .............................. 29
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 32
3.1 DESCRIÇÕES DOS DADOS, PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DA
PESQUISA ............................................................................................................................... 32
3.2 MODELO TEÓRICO ................................................... Error! Bookmark not defined.
3.3 MODELO EMPÍRICO - ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA ........ Error!
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3.3.1 Estimador dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) ............. Error! Bookmark not
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4 RESULTADOS ESPERADOS ............................................... Error! Bookmark not defined.
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57
9
O setor de ensino superior no Brasil para Sécca e Leal (2009), apresentou grande mudança
no início dos anos 1990 até primeiros anos do século XXI. Verificou-se um grande crescimento
no número de alunos matriculados, em particular na rede privada. Nesse período, inúmeras
novas Instituições de Ensino Superior (IES) surgiram, o governo federal melhorou seus
métodos de análise das instituições de ensino e dos seus cursos superiores, e alguns dos
participantes do mercado profissionalizaram sua coordenação, inclusive abrindo capital na
Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), sendo que algumas aquisições ocorreram em
recentes investimentos por todo o País.
Pereira e Brito (2013), ressaltam que o ensino superior privado no Brasil teve seu início
na década de 1940, com a publicação do Decreto nº 6.409, de 30 de outubro de 1940, no governo
de Getúlio Vargas.
Segundo a pesquisa realizada por Sécca e Leal (2009), no início dos anos 1990 até os
primeiros anos dos anos 2000, com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de
1996, e outras alterações, contribuíram para a evolução do setor de ensino superior nos anos
1990, em que se ressalta o crescimento acentuado do número de alunos matriculados, de 1,76
milhão, em 1995, para 4,88 milhões, em 2007, o que expressa um acréscimo de 177%. Esse
acréscimo se deu em parte na rede privada, cuja participação no total de matrículas avançou de
60,2% para 74,6% no período. Sendo que, o número de instituições privadas aumentou em
197,1% entre 1995 e 2007 no acumulado do período. Entretanto, o número de instituições
públicas (federais, estaduais e municipais) cresceu apenas 18,6%, em todo o período, o que
sinaliza que houve grande expansão do número de cursos e/ou vagas em universidades públicas
já existentes, pois em 2007, eram 2.032 instituições privadas e apenas 249 públicas.
Conforme Bouchut (2014), o Brasil possui cerca de 2.400 Instituições de Ensino
Superior (IES), responsável pela graduação de aproximadamente um milhão de pessoas
anualmente, sendo que passou há pouco tempo por um período de crescimento no setor da
educação superior privada. Segundo Costa, Barbosa e Goto (2010), entre o período de 2003-
2014, considerando as reduzidas oportunidades de concorrer em instituições de ensino superior,
11
a renda da maior parte das famílias brasileiras não possibilitava estas financiar a educação
superior em uma entidade privada, sendo essas instituições que proporcionam o maior número
de oportunidades disponíveis. Diante disso, a população demanda juntamente às políticas
governamentais a obtenção da educação superior através da concepção ou reserva de vagas a
grupos sociais (especialmente os excluídos socialmente: baixa renda e negros e pardos) em
instituições de ensino superior pública ou então através de financiamentos de vagas em
instituições de ensino superior privadas, além da popularização do ingresso de todos no
território brasileiro. Ademais o Governo Federal, apresentou ao longo dos ultimos anos uma
quantidade de programas que pretende amenizar os problemas de acesso ao ensino superior dos
grupos excluidos socialmente, não só em termos quantitativamente (cotas com número minímo
de vagas ou tantas bolsas parciais ou integrais no ensino superior privado), mas também
qualitativamente (suporte aos ingressantes no ensino superior público: subsídios à alimentação,
bolsa moradia, etc).
Para a rede privada, segundo Andrés (2008), existem dois programas que se apresentam
como os principais: PROUNI e FIES. O FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), foi criado
pela Medida Provisória nº 1.827, de 27 de Maio de 1999 e convertido na Lei n°10.260 em 12
de Julho de 2001, responsável por financiar a graduação na educação superior de estudantes
matriculados em instituições privadas e com certo nível de deficiência econômica. E, de acordo
com Andrés (2008), o segundo programa que mais se destaca é o PROUNI (Programa
Universidade para Todos), criado pela medida provisória nº213/2004, convertido na Lei nº
11.096 em 13 de janeiro de 2005 e regulamentado pelo Decreto nº 5.493/2005 que é responsável
pela trasnferência de bolsas de estudos integrais e parciais (de 50% e de 25%) para a graduação
dos estudantes de instituições privadas de ensino superior, sendo as memas com ou sem fins
lucrativos, e que não dispõe diploma de curso superior.
Objetivando o crescimento através da rede Federal, segundo Andrés (2008), em 24 de
abril de 2007 por meio do Decreto nº 6.096, manisfesta-se o Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), o qual procurar dar uma
atribuição estratégica às universidades federais em termos de contribuição para a evolução
social e econômica local, a partir dos objetivos: de crescimento das vagas de ingresso; da
diminuição das taxas de dessistências nos cursos presenciais de graduação; e do aumento da
qualidade do ensino. Para o Ministério da Educação-MEC (2010), o REUNI partilhará mais de
2 bilhões de reais entre as Universidades Federais para que estas aperfeiçoem seus recursos
humanos, ampliem a infraestrutura física e melhorem a qualidade dos cursos de graduação
12
ofertados, ou seja, avançem no geral nos indicadores de educação superior das instituições
federais.
De acordo com Bouchut (2014), o crescimento do crédito estudantil está extremamente
relacionado à expansão recente do mercado de ensino superior no Brasil, sendo que, nota-se a
tendência de concentração do mercado de educação superior privada decorrente de processos
de fusões e aquisições de grandes empresas e grupos (ou conglomerados) empresariais
(conjunto de empresas que dependem de uma mesma empresa matriz – holding) em relação a
pequenas e médias empresas e pequenos grupos empresariais do setor.
Em uma pesquisa realizada recentemente pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2014) mostra que a oferta de ensino superior no Brasil
em 2014 foi de 32.878 cursos de graduação em 2.368 instituições. Sendo que 87,4% das IES
são privadas e apenas 12,4% das IES são públicas, ou seja, a oferta em sua maioria está
concentrada no ensino superior privado, processos de fusão e aquisições que ampliem a
concentração de mercado podem afetar a competitividade deste setor, podendo também
comprometer a solvência e lucratividade de empresas e grupos menores que não tenham escala
para competir com empresas e grupos maiores.
A concentração e competitividade do setor de educação superior privada é relevante
também por conta da importância econômica que o setor tem para a economia como um todo,
em que de acordo com Hoper Educacional (2014), o setor apresentou um faturamento líquido
de R$ 32 bilhões em 2013, o que se caracteriza por cerca de 0,7% do PIB nominal brasileiro.
No CADE, (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, 2014) os atos de
concentração entre instituições de ensino superior privada inicialmente tramitaram mediante
procedimento sumário, por não apresentarem indícios de que poderiam gerar efeitos negativos
ao ambiente concorrencial. Na medida em que se avolumaram os casos, as análises tornaram-
se mais complexas, demandando maior aprofundamento em temas como definição de mercado
relevante, barreiras à entrada e rivalidade. O alto nível de concentração verificado em
determinados segmentos do mercado e o poder de mercado de algumas empresas levaram à
aplicação de metódos estruturais e comportamentais como condição para aprovação de algumas
operações, destacadas a seguir ao longo deste estudo.
Assim, os programas de financiamento público do ensino superior privado, FIES e
PROUNI, podem ter se tornado elementos importantes na mudança estrutural regional do setor
de educação superior privada brasileiro, pois podem ter gerado um aumento da concentração
regional do setor, em que alguns Estados e regiões (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e
13
Nordeste) brasileiras podem ter se beneficiado mais que outras, ou seja, alguns Estados e
regiões podem ter aumentado a oferta de vagas, entre outras ações, em proporções maiores que
outras regiões.
Um elemento decorrente deste processo de concentração regional foram as aquisições e
fusões ocorridas no ensino superior privado no Brasil, e que evidenciam um aumento da
concentração setorial, que apesar de relevantes, são elementos e fatos que fogem do escopo de
análise deste estudo.
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
sustentar uma vantagem competitiva (vantagem sobre seus concorrentes) de acordo com seu
ambiente de negócios (mercado). Ainda de acordo com Porter (2009), a análise setorial é
fundamental para a elaboração de uma estratégia competitiva, para se poder lidar com a
competição e se situar no mercado em relação aos concorrentes.
A concentração de mercado para Luft e Zilli (2013) é tema de grande relevância para a
análise econômica. Através da análise do grau de concentração de mercado se é capaz de
verificar a viabilidade de exercer poder de mercado, ou poder de monopólio (capacidade de se
estabelecer um preço a cima do custo marginal de produção) e, também, analisar o grau de
competitividade decorrente da estrutura de mercado (concorrência perfeita, concorrência
monopolística, oligopólio ou monopólio) existente no setor em que atua.
Assim, os índices de concentração de mercado são importantes por fornecerem um
indicador da concorrência existente em um determinado mercado. Quanto maior o valor da
concentração, menor é o grau da concorrência (menos competitivo é o setor) entre as empresas
e mais concentrado estará o poder de mercado (KUPFER e HASENCLEVER, 2002).
A competitividade e concentração de mercado podem ser verificadas perante vários
aspectos e parâmetros. O aspecto mais visto na literatura oferece um padrão competitivo
colocado na produção e na comercialização de bens. Medeiros e Ostroski (2006), analisam os
modelos competitivos que visam o aumento do poder de mercado das empresas em
determinados segmentos.
A concentração econômica (ou concentração industrial, sendo que o termo industrial se
refere a todas as empresas e setores econômicos e não tão somente às empresas e atividades
industriais) é uma reação das empresas mundo a fora em relação à expansão de mercados,
anteriormente nacionais, para uma concepção macro, globalizada, resultante do crescimento
econômico das potências mundiais e de suas empresas, procedendo em um perceptível aumento
do número de fusões, incorporações e aquisições, entre outras formas (OLIVEIRA, 2014).
Segundo o CADE (2014), diante do contexto histórico do setor de ensino privado, a
atuação dos fundos de investimentos no capital social de empresas de educação provoca
consequências para justificam a análise concorrencial realizada pelo órgão, não só pelo aumento
natural das concentrações de mercado resultantes de compra de concorrentes, mas também da
necessidade de se verificar a possibilidade de tais fundos apresentarem participação em outras
empresas concorrentes ou, ainda, participantes de outras fases da cadeia produtiva capazes de
gerar um processo de integração vertical entre as instituições de ensino superior privado.
Portanto, a forma como se dá a presença do capital externo no setor pode alterar as dinâmicas
15
mercado tende a apresenta-se, uma vez que poucas empresas dispõem de uma parcela
significante no mercado.
Conforme Porter (1979), a existência de uma alta concentração está além de condutas
oligopolistas visando a obtenção de economias de escala e passa, normalmente, decorre: da real
existência de barreiras de entrada, da existência de serviços/produtos substitutos, e do alto nível
de desenvolvimento tecnológico da indústria. Complementarmente, pode-se mencionar que
uma alta concentração pode depender: do grau de marketing/publicidade requisitado pelo setor,
do número de empresas atuantes à jusante do segmento (empresas que atuam para frente ao
longo da cadeia de produção), das políticas governamentais para o setor, da tendência setorial
de fusões e aquisições (F&A) e joint-ventures entre as empresas operantes.
De acordo com o CADE (2016) em meados do ano de 2000, o ensino superior privado,
que correspondia por pouco menos de 70% das matrículas e 85% das instituições de ensino,
passou a responder por taxas declinantes de crescimento e um acréscimo da porcentagem de
capacidade improdutiva, ou seja, vagas sendo ofertadas e consequentemente não sendo
preenchidas. As instituições prosseguiram confiando nas estratégias de ampliação para outras
áreas e interiorização. Com isso, novos produtos foram criados objetivando intensificar o
crescimento da demanda.
Segundo Teixeira (2005) as modificações ocorridas no Ensino Superior Brasileiro
diante das mudanças estimuladas pela nova LDB de 1996 e a resultante entrada de um mercado
com uma demanda superior contida produziram um ambiente de ampliação de possibilidades
no mercado de ensino superior que se transformou gradativamente a competitividade do ensino
no setor privado. Na estruturação do novo mercado de ensino superior, a concessão de
autonomia acadêmica aos centros de ensino superior e as universidades junto com a autocracia
conquistada pelas IES na fundação, preservação e ociosidade de vagas e de seus procedimentos
de seleção de ingressantes tornaram-se soluções para o crescimento da atividade e sua
estruturação nos moldes atuais.
Segundo Valor Econômico (2013) o método de associação de instituições de ensino
superior brasileira a favor de capital estrangeiro fez surgir novas estruturas organizacionais de
gestão universitária e criou oportunidades para que os setores bancários pudessem participar no
financiamento do setor e também que rentistas pudessem aplicar em ações daquelas empresas
de capital aberto e também como sócios majoritários nas aquisições e fusões no setor. Através
de fundos de investimentos private equity, o processo de aquisições tem acontecido de modo
mais acelerado, propiciando inédita uma maior profissionalização da gestão das empresas
educacionais, com isso, as empresas de natureza familiar, que sempre foram uma característica
marcante do setor, começam a se reduzir.
De acordo com o CADE (2016) a abertura de capital e a entrada na bolsa de valores e a
busca de financiamentos de capital por fundos de investimentos privados nacionais e
estrangeiros são processos recentes no setor de educação superior privada no Brasil. A junção
desses fatores foi positiva para o seu crescimento do setor, que se deu em muitos casos, via
fusões e aquisições no setor.
Portanto, os processos recentes de investimentos (inclusive com capital estrangeiro), e
a reorganização setorial decorrente, no setor de educação superior privada no Brasil, acredita-
27
e os lucros dos cotistas e acionistas, o que se expressa pela busca de proporcionar ganhos de
curto prazo, o qual pode se contrapor a qualidade do ensino e a outros objetivos importantes
para um setor de suma importância social.
3.1.4 2.3.2 Fusões e aquisições no mercado de educação superior privado no Brasil a partir
de 2005
De acordo com Gitman (1997) uma fusão acontece quando duas ou mais empresas se
estabelecem, e a empresa decorrente mantém a similaridade de uma delas, logo, uma aquisição
decorre com a compra de um número considerável de ações participantes de uma determinada
empresa, tal compra pode ser cordial ou desfavorável.
Sarfati e Shwartzbaum (2013) declaram que a maior parte das transações de fusões e
aquisições é fundamentada pela existência de sinergias, sendo poucos os casos ocasionados por
outros fatores na prática. Os autores explicam também que o valor gerado por estas sinergias
constitui o limite do ganho que pode ser liquidado pela empresa conquistada, ou seja, é a
diferença entre o valor de fato liquidado na transação e o desta empresa-alvo no denominado
cenário stand-alone (hipótese em que a empresa-alvo seguiria suas ações de forma
completamente independente, como se a operação não acontecesse). Segundo os autores
praticamente todas as transações de fusões e aquisições que são julgadas como fracassadas após
a sua realização são aquelas que não concedem um valor de sinergias maior ao ganho pago aos
vendedores da empresa conquistada, e isto se deve diversas vezes por erros na avaliação da
capacidade destas sinergias. Consequentemente, a compreensão dominante das sinergias é
fundamental para sustentar a própria estratégia de fusões e aquisições.
Segundo Camargos e Barbosa (2003) os procedimentos de fusões e aquisições
estabelecem uma maneira acelerada de uma firma progredir, entrar em mercados, proteger-se
de aquisições indesejadas, para se beneficiar de oportunidades de investimento, ou também de
alguns participantes desses métodos lucrarem à custa de outros.
O procedimento de fusões e aquisições entre grupos econômicos e IES privadas para
Santos (2010) é um acontecimento recente, no entanto, faz parte do mundo organizacional
capitalista. As fusões e aquisições têm grande valor na realocação dos recursos na economia e
na realização de estratégias corporativas, pois, se instituem em possibilidades para a adaptação
da conduta e da estrutura institucional das empresas ao mercado e ao ambiente econômico
mundial.
29
De acordo com Pereira e Brito (2013) a primeira onda de fusões e aquisições aqui
demonstrada iniciou-se no país em 2005, havendo como referência a aquisição do controle
correspondente da mantedora da Universidade Anhembi-Morumbi através do grupo americano
Laureate. De acordo com Gorgulho (2009) foram registradas, por volta dos anos de 2005 a
2009, 78 fusões e aquisições de instituições privadas de ensino superior no Brasil. Sendo assim,
pelo menos 27 transações moveram, no mínimo, R$ 11 bilhões, de acordo com o levantamento
da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
Segundo os valores divulgados pela CM Consultoria (2009) no período entre janeiro de
2007 e abril de 2009, o procedimento de fusões e aquisições no mercado de ensino superior
privado no Brasil estimulou mais de R$ 1,6 bilhão nesse intervalo. Três grandes grupos
educacionais comandaram essas aplicações: as transações incluindo o grupo Anhanguera
Educacional acresceram mais de R$ 671 milhões, ou 40% de todos os valores abrangidos, as
transações incluindo a Estácio Participações acresceram R$ 364 milhões (22%), e o grupo
Kroton Educacional abrangeu R$ 132 milhões (8%).
nas instituições de ensino superior privadas. Os autores concluíram que partir de 2007
verificou-se um crescimento exponencial de matrículas e de instituições privadas de ensino
superior no país. O setor privado foi o principal responsável por esse processo, obtendo no
referido período, um crescimento de 195%, contra apenas 18% nas IES públicas, dados esses
obtidos pelo INEP (2007).
Luft e Zilli (2013) avaliam o comportamento da concentração de mercado para a oferta
de crédito pelo setor bancário brasileiro de 1995 a 2011 no período pós Plano Real. Com base
em dados secundários, calculou-se o índice de concentração de Herfindahl-Hirschman (HH) e
as razões de concentração (CR) para os 4, 8 e 18 maiores bancos do Sistema Financeiro
Nacional (SFN). As profundas mudanças que ocorreram no setor na última década, destacando-
se as mudanças no foco da atividade bancária, o aumento da participação estrangeira e as fusões
e aquisições de grande porte, justificam a presente análise. Os resultados indicaram que a
concentração é relativamente baixa, apresentado elevação no grau de concentração para a oferta
de crédito nos últimos anos.
Voronkoff (2014) analisou as alterações trazidas pela nova lei do Sistema Brasileiro de
Defesa da Concorrência com enfoque principal na sua estrutura administrativa e no
procedimento de análise prévia dos atos de concentração, realizando-se um estudo sob o viés
legalista. Também analisam as vantagens e desvantagens que o novo diploma legal acarretou
ao direito antitruste e à atuação do principal órgão de defesa da concorrência no país. Foram
demonstrados dados empíricos do primeiro ano de atuação do Conselho Administrativo de
Defesa Econômica e os resultados que as alterações propostas trouxeram. O trabalho também
demonstrou as vantagens e desvantagens que permeiam o sistema antitruste atual.
Filho (2015) analisou a expansão da educação superior e da educação profissional no
Brasil no período de 1995 a 2014. Procedeu-se à análise documental e revisão bibliográfica da
temática e adotou-se o referencial teórico-metodológico para identificar o sentido e o
significado desse movimento de expansão no contexto neoliberal de redefinição do papel do
Estado. O autor constatou-se que as políticas educacionais que realizam essa expansão
apresentam elementos de continuidade que evidenciam o processo de privatização mediante a
utilização do financiamento público e de formas de regulação do Estado para induzir o
fortalecimento do mercado educacional.
Bouchut (2014) estudou a educação superior no Brasil, focando principalmente no
ensino privado. O objetivo principal do trabalho foi analisar a crescente tendência de
concentração de mercado no ensino superior privado brasileiro, destacando as fusões e
31
3 METODOLOGIA
Para esta pesquisa será testado as variáveis de resultados (ou variáveis dependentes ou
variáveis explicadas): total de instituições, total de cursos, total de vagas do ensino superior
privado. Cada uma destas variáveis de alguma forma procura evidenciar a dinâmica evolutiva
(no período 2006-2014) do mercado do ensino superior privado. Os modelos podem ser
representados, por exemplo, da seguinte forma:
34
Onde:
𝑙𝑜𝑔𝑖𝑛𝑠𝑡_𝑡𝑜𝑡 = Logaritmo do Número total de instituições no ensino superior privado por estado
(sendo substituída nas demais estimações por: “total de cursos” e “total de vagas”);
𝑙𝑜𝑔𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de cursos por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑣𝑎𝑔𝑎𝑠_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número vagas no ensino superior privado por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑓𝑖𝑒𝑠_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de contratos do FIES por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑝𝑟𝑜𝑢𝑛𝑖_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de bolsas do Prouni por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de cursos por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑣𝑎𝑔𝑎𝑠_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número vagas no ensino superior privado por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑚𝑎𝑡𝑟𝑖𝑐_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de matrículas no ensino superior privado por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢_𝑡𝑜𝑡 = Logaritmo do Número total de concluintes do ensino superior privado por
estado;
𝑙𝑜𝑔𝑑𝑜𝑐𝑒𝑛𝑡_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo do Número de docentes do ensino superior privado por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑚𝑒𝑑𝑖𝑜_𝑖𝑛𝑐 = Logaritmo do Número de pessoas com ensino médio incompleto por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑚𝑒𝑑𝑖𝑜_𝑐𝑜𝑚= Logaritmo do Número de pessoas com ensino médio completo por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑝𝑖𝑏_𝑝𝑒𝑟𝑐= Logaritmo do PIB per capita por estado;
𝑙𝑜𝑔𝑝𝑜𝑝_𝑡𝑜𝑡= Logaritmo da População total dos estados;
𝑙𝑜𝑔𝑎𝑟𝑒𝑎_𝑘𝑚2= Logaritmo da Área total do estado por km²,
𝑢𝑡 = Termo de erro;
𝛼𝑖 = Coeficiente linear;
𝛽2, 𝛽3, 𝛽4 , 𝛽5, 𝛽6, 𝛽6 , 𝛽7, 𝛽8, 𝛽9, 𝛽9, 𝛽10, 𝛽11, 𝛽12= Coeficientes angulares;
35
Onde:
Y𝑖𝑡 é a variável dependente (no caso: total de instituições, total de cursos e total de vagas);
𝛽1 , 𝛽2 , 𝛽3 , 𝛽𝑛 são os parâmetros;
𝑋𝑖𝑡 são as variáveis independentes;
i é o indivíduo (no caso os Estados);
t é o período de tempo (no caso 9 anos – 2006-2014);
𝑢𝑖𝑡 é termo de erro.
A natureza dos dados em painel desta pesquisa é o painel balanceado, em que o número
de observações é o mesmo para todas as unidades de análise (GUJARATI, 2011).
O modelo de dados em painel é dividido entre modelo de efeitos fixos (Fixed Effects –
FE) e modelo de efeitos aleatórios (Randon Effects – RE). O modelo de efeitos fixos tem como
objetivo controlar os efeitos das variáveis omitidas (erro) que variam entre indivíduos e
permanecem constantes ao longo do tempo, e supõe que o intercepto varia de indivíduo para
outro individuo, mas é constante ao longo do tempo. O modelo de efeitos aleatórios possui as
mesmas definições que os efeitos fixos, no entanto o intercepto não é constante ao longo do
36
tempo, ou seja, o intercepto varia de indivíduo para outro ao longo do tempo (DUARTE;
LAMOUNIER; TAKAMATSU, 2007).
Segundo Gujarati (2011) O termo “efeitos fixos” deve-se ao fato de que, embora o
intercepto possa diferir entre os indivíduos, o intercepto de cada indivíduo não varia com o
tempo; ele é invariante no tempo.
O modelo de dados em painel é a combinação de corte transversal e série temporal,
diante dessa definição é importante observar algumas limitações do modelo. Para isso é
necessário observar o Modelo de Componentes dos Erros (MCE) que recebe esse nome, porque
o termo de erro composto consiste em dois (ou mais) erros, isto é, os componentes de erro
individual não estão correlacionados entre si, nem com as unidades de corte transversal e de
série temporal. Também é muito importante observar que 𝑤𝑖𝑡 não está correlacionado com
qualquer uma das variáveis explanatórias incluídas no modelo. Uma vez que i é um componente
de 𝑤𝑖𝑡 , é impossível que este esteja correlacionado com as variáveis explanatórias (GUJARATI
& PORTER, 2011).
Assim, é necessário à aplicação do teste de Hausman (apresentado na seção seguinte)
para verificar se o modelo possui efeitos fixos ou aleatórios, em que identifica-se se 𝑤𝑖𝑡 (erro)
está correlacionada com as variáveis explicativas. A hipótese nula do teste indica se o modelo
possui efeitos aleatórios e a hipótese alternativa se o modelo possui efeitos fixos (GUJARATI
& PORTER, 2011).
Dessa forma, a aplicação do teste de Hausman irá indicar se o uso de efeito fixo (FE)
ou efeito aleatório (RE) será mais indicado, ou seja, se o mesmo se ajusta melhor para a
distribuição dos dados da pesquisa. Portanto, a metodologia implantada utiliza a técnica de
dados em painel, com estimações pelo modelo de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para
dados em painel de efeito fixo (como se verá a seguir).
4 RESULTADOS DA PESQUISA
Segundo Andrés (2011) o FIES foi criado em 1999 para substituir Programa de Crédito
Educativo – CREDUC, o FIES é regulado pela Lei Nº 10.260, de 12 de julho 2001 e alterada
por sua lei modificativa mais recente, a lei nº 12.202, de 2010 e opera por meio de empréstimo
recambiável e negociado caso a caso com a instituição financeira que o oferece.
O FIES ou Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior para Andrés
(2011), é um fundo de natureza contábil, designado à concessão de financiamento a estudantes
regularmente matriculados em cursos superiores não gratuitos e com avaliação positiva nos
processos conduzidos pelo Ministério da Educação, possui regulamentação própria que define
inclusive a possibilidade de que seja oferecido também a alunos da educação profissional
técnica de nível médio, bem como aos estudantes matriculados em programas de mestrado e
doutorado reconhecidos pela CAPES e com avaliação positiva, desde que haja disponibilidade
de recursos, observada a prioridade no atendimento aos alunos dos cursos de graduação.
A coordenação do FIES segundo Andrés (2011) compete ao Ministério da Educação –
MEC, que é responsável pela política de oferta de financiamento e de supervisor da execução
das operações do Fundo, e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, na
qualidade de agente operador e administrador dos ativos e passivos.
O Universidade para Todos – ProUni – para Andrés (2011), é um Programa do
Ministério da Educação, lançado pelo Governo Federal em 2004, instituído e regulado pela Lei
38
nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, e que tem, segundo seus criadores, o objetivo de expandir
o número de vagas na Educação Superior brasileira para estudantes de baixa renda. O
mecanismo central do programa consiste na troca de bolsas de estudo (integrais e parciais) em
instituições de ensino superior (IES) privadas, por isenção de alguns impostos e taxas federais,
que deveriam ser pagos ao governo pelas IES participantes do programa. Tais bolsas são
destinadas a alunos selecionados com base em critérios e “condicionalidades” estabelecidos em
regulamentação específica.
Nesse sentido todos os procedimentos operacionais do ProUni segundo Andrés (2011),
são efetuados por meio de um sistema informatizado, o Sistema do ProUni (Sisprouni). O MEC
tem capacidade para identificar em tempo real a situação de cada uma das instituições
participantes do programa. Todo esse processo é eletrônico e via Internet, com um importante
instrumento de controle: a certificação digital e a transparência aos procedimentos e oferece
maior segurança e confiabilidade das informações.
1
Sendo analisado em um período menor de 2006-2014
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Segundo Secca e Leal (2009), até 2009, em média, foram firmados 51 mil novos
contratos do FIES por ano. Nos anos seguintes houve crescimento de 635%, passando de 76
mil contratos assinados em 2010, para, aproximadamente, 560 mil em 2013, totalizando 1,16
milhão de contratos no período, média de 292 mil ao ano. Acompanhando a expansão no
número de contratos, de 2010 a 2013 o custo do programa cresceu nove vezes, saltou de R$ 0,8
bilhão para R$ 7,4 bilhões, a preços de 2013, totalizando mais de R$ 14 bilhões no período. A
concentração dos contratos no período de 2010-2013 pode distorcer os resultados das
estimações, por isso, novamente a importância da logaritimização dos dados.
De acordo com a Ser Educacional (2016) após cinco anos (2010 a 2014) de forte
crescimento na base de alunos presenciais em função da farta e atrativa oferta do financiamento
público pelo FIES, o ano de 2015 ficou marcado pelas drásticas mudanças regulatórias
promovidas pelo Ministério da Educação (MEC) que impactaram diretamente os estudantes e
as instituições privadas de ensino superior. Dentre essas alterações regulatórias, destacou-se a
massiva redução na abertura de contratos do FIES.
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Para Secca e Leal (2009), desde o início dos anos 1990 até os primeiros anos do século
XXI, entre as importantes mudanças que marcaram a evolução do setor de educação superior
no Brasil, destaca-se o crescimento acentuado do número de alunos matriculados, de 1,76
milhão, em 1995, para 4,88 milhões, em 2007, o que significa um incremento de 177%. Esse
aumento se deu especialmente na rede privada, cuja participação no total de matrículas saltou
de 60,2% para 74,6%. Como veremos a seguir, tanto o FIES como o PROUNI contribuíram
para este crescimento.
Segundo Senhoras, Takeuchi e Takeuchi (2006) O setor de educação superior pode ser
considerado um mercado de demanda constante e “obrigatória”, ou seja, em todos os anos, uma
parcela significativa de alunos concluintes do ensino médio procura as instituições de ensino
superior. Nesse sentido, é patente a análise da relação dinâmica entre o ensino médio e o ensino
superior privado: o primeiro fornece, em boa medida, os potenciais clientes para o segundo.
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Para Secca e Leal (2009), a demanda pelo ensino superior privado foi incentivada por
programas como o Financiamento Estudantil (FIES), criado pela Caixa Econômica Federal
(CEF), em 1999, para financiar estudantes de ensino superior, e o Programa Universidade para
Todos (ProUni), do governo federal, criado em 2004 e cujo objetivo é conceder bolsas de estudo
parciais e integrais para estudantes de IES privada.
De acordo com Senhoras, Takeuchi e Takeuchi (2006), o crescimento notável da oferta
deve-se tanto ao aumento do número de instituições quanto à expansão das instituições já
existentes, visto que as taxas de crescimento total do número de vagas superam as do número
de instituições. Quanto aos determinantes dessa expansão, devem ser apontadas a liberalização
da regulamentação do ensino superior e o estímulo do governo, particularmente através do
Plano Nacional de Educação, que pretende criar 800 mil vagas no ensino superior até 2010.
Neste sentido para HOPER (2009), o crescimento do número de vagas no período 1997-
2007 foi de 394%, frente a um crescimento de 302% no número de ingressantes no mesmo
período. Esse descompasso entre o aumento da oferta de vagas e o crescimento da demanda
vem provocando um fenômeno que podemos denominar de “diluição da demanda”, ou seja,
mesmo crescendo a cada ano o número de demandantes, o crescimento superior da oferta de
vagas vem causando a diluição desses clientes entre as vagas ofertadas e as IES.
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Para o CADE (2016), nos anos 2000, verificou-se uma forte tendência de crescimento
das IES privadas com fins lucrativos em detrimentos daquelas sem fins lucrativos.
Efetivamente, as IES com fins lucrativos respondiam por apenas 18,5% do total de matrículas
do ensino privado no ano 2000, contra 81,5% das IES sem fins lucrativos; em 2012, essa relação
equilibrou-se com percentuais de 49,6% para as IES com fins lucrativos e 50,4% das demais
IES privadas, o que indica, além do crescimento orgânicos das IES com fins lucrativos, uma
provável migração das IES do terceiro setor para o modelo empresarial, seja de forma
autônoma, seja mediante aporte de capitais de terceiros (fundos de investimentos ou outros
grupos econômicos que já atuam no setor de educação superior).
Nesse sentido para Secca e Leal (2009), o número de instituições privadas acompanhou
esse movimento, aumentando nada menos que 197,1% entre 1995 e 2007 no acumulado do
período.
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Este tópico apresenta a estatística descritivas das variáveis do modelo e expõe o teste de
Hausman para verificar qual modelo de dados: efeito fixo ou efeito aleatório, melhor se ajusta
aos dados do modelo.
A tabela 1, a seguir, apresenta a estatística descritiva das treze variáveis utilizada na
pesquisa, contendo a média, desvio padrão, máximo e mínimo. Diante da observação das
variáveis verificou-se que a população total obteve a maior média e o maior desvio padrão,
motivado pela grande diferença populacional dos estados.
45
Tabela 3 – Teste de Hausman para Especificação do Modelo entre Efeito Fixo (FE) e
Efeito Aleatório (RE)
Coeficientes
Variáveis (b) (B) (b-B) sqrt(diag(V_b – V_B))
FE RE Diferença S.E.
logfies_tot 0,0074174 0,0071724 0,0002450 0,0014090
logprouni_tot 0,0498836 0,0502942 -0,0004106 0,0180001
logcursos_tot 0,0315365 0,0329260 -0,0013895 0,0078260
logvagas_tot 0,0703202 0,1391586 -0,0688385 0,0462456
logmatric_tot -0,1222237 -0,1426129 0,0203892 0,0459404
logconclu_tot 0,0333446 0,0402389 -0,0068943 0,0142302
logdocent_tot 0,2609407 0,3542777 -0,0933370 0,0326206
logmedio_inc -0,1006943 0,2917521 -0,3924464 0,1693720
logmedio_com -0,0037865 -0,0133719 0,0095853 0,0932527
logfies_tot -0,1291451 -0,1124995 -0,0166457 0,0850617
logfies_tot 0,7330043 -0,0215289 0,7545332 0,4493054
Notas:
b = consistente sob H0 e H1; obtido a partir de xtreg de FE (Fixed Effect – Efeito Fixo - EF).
B = inconsistente sob H1, eficiente sob H0; obtido a partir de xtreg de RE (Randon Effect – Efeito Aleatório - EA).
Teste: H0: diferença de coeficientes não sistemática.
chi2 (12) = (b-B)'[(V_b-V_B)^(-1)](b-B).
chi2 (12) =33,78.
Prob>chi2 = 0,0007.
(V_b – V_B não é definida positiva).
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Nesta pesquisa foi utilizado a análise de regressão para dados em painel a fim de
verificar a relação entre as variáveis de ensino superior privado, desse modo foram utilizadas
três variáveis dependentes: total de instituições, total de cursos e número de vagas. E, nos três
modelos estimados adotou-se como variáveis independentes: número total de contrato do FIES,
quantidade total de bolsas do PROUNI, concluintes, matriculas, docentes, cursos, vagas,
matriculas, ensino médio incompleto e ensino médio completo, PIB per capita, população total
47
por estado e a área em km². As variáveis foram coletadas por estado no período de nove anos
sendo 2006 a 2014. Para obter consistências nos resultados todas as variáveis foram
logaritimizadas – maiores detalhes ver seção metodológica apresentada anteriormente.
A tabela 2, apresentada a seguir, destaca os resultados da estimação para a variável de
resultado: total de instituições de ensino superior privadas (inst_tot).
2 𝛽
Calculada a partir da seguinte fórmula 𝑡 = , onde 𝛽 é o coeficiente e o 𝑆𝛽 é o erro padrão do coeficiente.
𝑆𝛽
48
de número de instituições, indicando ser uma relação positiva, dado que o coeficiente é positivo.
A relação direta entre as variáveis, demonstrou que com a implementação do FIES, através de
políticas públicas e a facilidade de acesso ao financiamento possibilitou o aumento de
instituições ensino privado no Brasil.
Além do PROUNI, outras variáveis independentes não se mostraram com significância
estatística no modelo, como: número de concluintes, ensino médio incompleto, população total
por estado e a área por km², logo, não se mostraram relevantes no modelo para explicar o
crescimento do Total de Instituições de Ensino Superior Privadas no Brasil no período 2006-
2014.
Em relação as variáveis independentes, que atuam no modelo como variáveis controle,
e que apresentaram significância estatística, cabe destacar o número de cursos, que ao se
aumentar em 1% implica no aumento em média 0,17335% no total de número de instituições,
possuindo significância ao nível de 5%, evidenciado pela estatística t de 2,54, ou seja, quanto
mais cursos, mais aumenta o número de novas instituições, o que se pode dizer que é um
resultado dentro do esperado.
Quanto ao número de vagas com um aumento de 1%, acarreta em um aumento
0,25898% no número total de instituições, possuindo significância ao nível de 10%,
evidenciado pela estatística t de (2,05). Para poder suprir à quantidade de vagas é necessário
que se crie novas instituições devido ao ritmo acelerado de expansão, com forte inclusão, e
preocupação com melhoria de qualidade nos cursos superiores.
Analisando o número de matriculas, se aumentar em 1%, o número de instituições
diminuirá em 0,59612%, possuindo significância ao nível de 5%, evidenciado pela estatística t
de (-3,19)3.
Quanto ao número de docentes, se aumentar em 1%, o número de instituições aumentará
em 1,083%, possuindo significância ao nível de 5%, evidenciado pela estatística t de (11,39).
Com o aumento de novas instituições consequentemente é necessário haver contratação de
novos docentes.
Em relação ao número de alunos que concluiu o ensino médio, se aumentar em 1%,
diminuirá em 0,3258% o número de instituições, possuindo significância ao nível de 5%,
evidenciado pela estatística t de (-2,81).
Com um aumento de 1% no PIB per capita diminuirá em 0,0936% no número de instituições,
possuindo significância ao nível de 5%, evidenciado pela estatística t de (-2,73).
3
A estatística t é observada em módulo.
49
significância estatística para a mesma, t = 2,54, e com correlação positiva, resultado que fica
dentro do esperado para a referida variável.
Assim, os resultados da estimação da tabela 3 mostra que o aumento de 1% no número
de contratos do FIES, acarretará, em média, uma diminuição em 0,0104% no número total de
cursos, resultado que foge ao esperado, pois sinaliza que quanto maior o número de contratos,
menos vagas em novos cursos, com isso, irão sobrar novos alunos.
Quanto a quantidade de bolsas do PROUNI se aumentar em 1%, aumentará o número
total de cursos ofertados em 0,0771%, ou seja, quanto maior a quantidade de bolsas ofertadas,
mais alunos irão demandar por novos cursos, resultado plausível.
Em relação às demais variáveis controle com significância estatística, cabe destacar, que
se o número de vagas se aumentar em 1% aumentará, em média, em 0,3663% o total de cursos
do ensino superior ofertados, como observado pela estatística t de (4,56). Assim, com o aumento
no número de vagas, a instituição ofertará novos cursos para atender a nova demanda de alunos.
Quanto ao número de instituições, se aumentar em 1% aumentará em 0,0602% a
quantidade total de cursos ofertados. Apresentando uma significância ao nível de 5%
demonstrado pela estatística t de (3,20). Para o desenvolvimento da instituição será necessário
que aumente sua capacidade produtiva, ou seja, atender mais alunos, consequentemente
disponibilizar novos cursos.
Com o aumento de 1% no PIB per capita, aumentará em 0,2459% o total de cursos de
ensino superior ofertados. Possuindo uma significância ao nível de 5% demonstrado pela
estatística t de (2,69). Com o aumento no PIB per capita, o governo tem a capacidade de ampliar
o acesso à educação superior por meio de concessão de bolsas de estudos em instituições
privadas e do financiamento estudantil, promovendo o apoio as instituições de educação
superior, a elevação da qualidade acadêmica e de recursos humanos.
As demais variáveis do modelo na estimação em relação ao total de cursos superiores
ofertados não revelaram ter significância estatística para explicar o modelo, sendo elas: número
de matriculas, concluintes, docentes, ensino médio completo, ensino médio incompleto,
população total por estado e área por km².
O valor 0,6389 de r² significa que cerca de 63,89% da variação do logaritmo Y (número
cursos) é explicada pela variação das variáveis independentes, indicando um grau de nível
médio.
A tabela 6, a seguir, destaca os resultados da estimação para a variável de resultado:
total de vagas no ensino superior ofertadas (vagas_tot).
51
incompleto, PIB per capita, população total por estado e a área por km², não possuem
significância estatística para explicar o total de vagas ofertadas no ensino superior privado.
Apesar do valor 77,59% de R² revelar-se alto, o pequeno número de variáveis no modelo
com significância estatística mostram que o modelo não tem um bom ajuste, e que este conjunto
de variáveis, não se mostra, ao menos com esta estratégia de estimação, adequado para se
verificar a correlação entre as variáveis do modelo. Uma das medidas para ajustar melhor o
modelo é substituir algumas das variáveis por variáveis que possam explicar melhor este
modelo, pois quando se omite uma variável importante para explicar a variável dependente seu
efeito vai para o erro, que acaba comprometendo a significância das variáveis. Outro aspecto
que pode melhorar a estimação é o aumento do período da amostra, com isso, os dados podem
apresentar maior normalidade e, com isso, melhorar os resultados das estimações.
Considerando que este estudo visa abordar como a expansão do financiamento público
pelos programas FIES e PROUNI afetou a concentração regional do ensino superior privado
brasileiro no período 2006-2014, sintetizamos, finalmente, os resultados relevantes deste
estudo:
a) Quanto ao Total de Instituições de Ensino Superior Privadas (inst_tot) destaca-se que o
FIES se mostrou significativo e com correlação positiva: aumentos no FIES aumentam
o total de IES privadas (resultado dentro do esperado na literatura). Em relação ao
programa PROUNI, este não se mostrou significativo, ou seja, indicando que o mesmo
não afeta o total de IES privadas, resultado que foge dos resultados corriqueiros da
literatura.
b) Quanto ao Total de Cursos de Ensino Superior Ofertados (cursos_tot) os resultados
revelam que o PROUNI tem significância estatística e correlação positiva: aumentos no
PROUNI aumentam o total de cursos nas IES privadas (resultado dentro do esperado na
literatura), para o FIES, o resultado se mostrou com significância estatística, porém com
sinal negativo, indicando que aumentos no FIES levam a redução do total de cursos nas
IES privadas, resultado que se foge ao padrão esperado;
c) Quanto ao Total de Vagas no Ensino Superior Ofertadas (vagas_tot) os resultados
mostram que o PROUNI tem significância estatística e correlação positiva, sugerindo
que aumentos no PROUNI aumentam o total de vagas nas IES privadas, tal resultado
fica em linha com a literatura corrente, para o FIES, o resultado para as vagas se mostrou
equivalente ao para os cursos, ou seja, apresenta significância estatística e sinal
53
negativo, sugerindo que aumentos no FIES levam a redução do total de vagas nas IES
privadas, o que se opõe ao padrão esperado de resultado.
Portanto, os resultados nas três estimações (total de IES, total de cursos e total de vagas)
mostram que tanto o FIES quanto o PROUNI possuem efeitos sobre indicadores das IES
privadas. Entretanto, os resultados da literatura foram parcialmente observados, o que sugerem,
no geral, que o modelo utilizado nesta pesquisa (MQO para dados em painel de efeito fixo)
carece de ajustes seja quanto o próprio modelo em si, seja quanto às variáveis de controle que
fizeram parte das estimações, e também quanto ao período, em que um período maior poderia
melhorar o ajuste dos dados e os resultados.
Uma fusão acontece quando duas ou mais empresas se estabelecem, e a empresa decorrente
mantém a similaridade de uma delas, logo, uma aquisição decorre com a compra de um número
considerável de ações participantes de uma determinada empresa, tal compra pode ser cordial
ou desfavorável.
Os procedimentos de fusões e aquisições estabelecem uma maneira acelerada de uma
firma progredir, entrar em mercados, proteger-se de aquisições indesejadas, para se beneficiar
de oportunidades de investimento, ou também de alguns participantes desses métodos lucrarem
à custa de outros.
Nesse sentido, percebeu-se, que o procedimento de fusões e aquisições entre grupos
econômicos e IES privadas é algo novo, no entanto, faz parte do mundo organizacional
capitalista. As fusões e aquisições têm grande valor na realocação dos recursos na economia e
na realização de estratégias corporativas, pois, se instituem em possibilidades para a adaptação
da conduta e da estrutura institucional das empresas ao mercado e ao ambiente econômico
mundial.
Dessa maneira, evidenciou-se que a partir de 2007 houve um crescimento exponencial
de matrículas e de instituições privadas de ensino superior no país. O setor privado foi o
principal responsável por esse processo, obtendo no referido período, um crescimento de 195%,
contra apenas 18% nas IES públicas, dados esses obtidos pelo INEP (2007).
Este crescimento do crédito estudantil está extremamente relacionado à expansão
recente do mercado de ensino superior no Brasil. Segundo dados do INEP (2014) a oferta de
ensino superior no Brasil em 2014 foi de 32.878 cursos de graduação em 2.368 instituições.
Sendo que 87,4% das IES são privadas e apenas 12,4% das IES são públicas, ou seja, a oferta
em sua maioria está concentrada no ensino superior privado.
Portanto, os programas de financiamento público do ensino superior privado, FIES e
PROUNI, segundo as evidências desta pesquisa, se tornaram elementos importantes na
mudança estrutural regional do setor de educação superior privada brasileiro, pois podem ter
gerado um aumento da concentração regional ao estimularem fusões e aquisições entre as
empresas do setor. Além da possibilidade de lucro dessas empresas através dos programas do
gorveno e o aumento do número de IES, com isso, ocorrem estimulos a aumento da
democratização do estudo.
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63
Cada referência deve ser apresentado com: Letra 12, Arial (ou Times new romam),
espaço simples, ordem alfabética, separadas por 1 espaço de linha.A pontuação deve ser
uniforme para todas as referências. A separação das várias áreas deve ser com ponto final,
seguido de um espaço, representado nos exemplos pelo símbolo Ø (1 espaço em branco):
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