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Aula 13 de História e Documento – Texto literário e seu uso como fonte histórica

Introdução

Neste capítulo será estudado como o texto literário pode se tornar fonte histórica, ou
seja, como as imaginações de um artista pode refletir a cultura de uma época e poder,
assim, se tornar fonte para o conhecimento deste momento histórico. Mais ainda, como
as descrições presente nestes textos podem nos dar base para pensarmos os costumes e
as condições materiais de uma época. Para compreendermos tal possibilidade é
necessário conhecermos os princípios metodológicos que condicionam um mero texto
literário a uma fonte histórica.

História, literatura e sociedade

A literatura representa uma época, pois trata de assuntos e imagens de um momento


histórico, que é o momento em que o escritor está inserido. O escritor que escreve por
estar inserido num certo momento histórico irá refletir a literatura de sua época, a qual
ele lê e, por isso, se influencia por ela.

O relato imaginativo que a literatura proporciona gera uma representação do lugar que
vive e, no caso do século XIX, do país. Isto favorece ao surgimento da identidade
nacional.

Portanto, a literatura representa uma sociedade e por ela é produzida, além disso, é um
meio de identificação e, por isso, de identidade nacional. Por isso ela pode ser objeto de
estudos da história e se tornar, assim, fonte histórica.

Os textos literários como documentos históricos – princípios de análise

Importantes para a definição dos princípios de análise dos textos literários como
documentos históricos são as três questões: como a sociedade define a posição e o papel
do autor; como a obra depende dos recursos técnicos para compartilhar os valores
socialmente compartilhados; como se formam os públicos.

Antônio Candido compreende que o aspecto social não determina a obra literária e nem
que a obra literária está desvinculada com o aspecto social em que o autor está inserido,
para Candido as condições sociais fazem parte da obra literária, assim como outros
aspectos da existência.

Os princípios básicos para se analisar historicamente a literatura é compreender,


primeiro, o autor inserido em certa circunstância histórico-social. Para isso é necessário
não se embasar só no texto literário, já que este é imaginado e é, portanto, apenas uma
representação imaginativa do momento histórico. Segundo, avaliar a obra nela mesma,
levando em conta tanto os aspectos representativos do momento ali refletidos como
também a perspectiva e desejo que o autor tem e que ali estão representados (isso dá
dados para a compreensão melhor da sociedade em que este autor está inserido). Por
fim, a análise do público receptor da obra, pois avaliando tudo isso se pode chegar a
uma noção do momento histórico e da sociedade em que tal obra produzida está
inserida.
Textos e práticas de leituras: caminhos da análise histórica

Na compreensão do caminho para a análise histórica devemos nos deter no texto, no


objeto que transmite o texto e o ato que o apreende. Neste sentido perceberemos
significações e imagens que representam a sociedade em que está inserido, as condições
materiais de comunicação desta sociedade e, portanto, as condições econômicas dela e,
por fim, a cultura desta sociedade.

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