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Braille
01:10 / 27 de Março de 2009
METRO
O poder da leitura nas pontas dos dedos. O sistema braille, para os cegos, é a porta
aberta para os estudos e uma forma de ganhar autonomia num mundo tão despreparado
para dar suporte aos que têm necessidades especiais. Para marcar os 200 anos de
nascimento de Louis Braille, criador desse sistema de escrita e leitura, um café da
manhã foi realizado ontem, na Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel.
Apesar dos avanços trazidos pelo sistema braille, a educação dos cegos ainda é uma
dificuldade nas escolas regulares, especificamente por conta da dificuldade em
conseguir o material didático e pela falta de estrutura adequada nas escolas. De acordo
com a coordenadora da equipe de educação inclusiva da Secretaria Municipal de
Educação, Rejane Araruna, das mais de 400 escolas de Fortaleza, somente 92 contam
com uma sala de atendimento especializado. Mas ela diz que estão sendo implantadas,
em 26 escolas, salas multifuncionais, dentro dos padrões do MEC, para trabalhar todas
as deficiências, que contarão com professores especializados.
Segundo Rejane, os alunos cegos das escolas municipais também recebem suporte dos
Centro de Atendimento Psicossociais, que fornecem o material necessário. “Quando o
aluno não recebe o livro, o CAPS faz a tradução do nosso material. O aluno também vai
desenvolver junto com a escola regular, a alfabetização em braille. Nossas condições
ainda são limitadas, mas a inclusão é uma aposta desta gestão”.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Inclusão na escola
As deficiências são construções sociais, então para que os anseios desse segmento sejam
alcançados, necessário se faz que as políticas públicas sejam voltadas para atender a
esse grupo ora excluído, diante de suas necessidades trazidas pela dinâmica social.
Ainda se vislumbram políticas de inclusão segmentadas, pensadas de modo isolado.
O poder público deverá permitir a participação setorial para que haja uma concretização
do objetivo traçado na Declaração de Salamanca e outros instrumentos legais, uma vez
que não se pode pensar em políticas de inclusão escolar ou social de forma isolada. O
que se evidencia hoje ainda é a forte exclusão social. As especificidades e as
singularidades de cada grupo minoritário não estão contempladas de forma efetiva.