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GRUPO
DE
PESQUISA
MARXISMO
E
PENSAMENTO
POLÍTICO
Instituto
de
Filosofia
e
Ciências
Humanas
Universidade
Estadual
de
Campinas
O
laboratório
gramsciano:
notas
sobre
uma
agenda
de
pesquisa
Daniela
Mussi
Camila
Góes
GPMPP
Working
Papers
n.
2
2014
GRUPO DE PESQUISA MARXISMO E PENSAMENTO POLÍTICO
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Universidade Estadual de Campinas
Rua Cora Coralina, 100
Cidade Universitária Zeferino Vaz, Barão Geraldo
Campinas (SP) – Brasil
CEP 13083-‐‑896
Coordenadores:
Prof. Dr. Alvaro Bianchi (DCP/Unicamp)
Prof. Dr. Rodrigo Duarte Fernandes dos Passos (FCL/Unesp-‐‑Marília)
GPMPP Working Papers
n. 2, 2014
Citar como:
MUSSI, Daniela; GÓES, Camila. O laboratório gramsciano: notas sobre uma
agenda de pesquisa. GPMPP Working Papers, Campinas, n. 2, 2014.
A formação e internacionalização de uma agenda de pesquisa
Em 2014, completam-‐‑se três décadas da publicação, na Itália, do
importante livro de Gianni Francioni, L’officina gramsciana [A oficina
gramsciana]. Em seu contexto, este livro foi marcante pelo esforço de
reconstrução minuciosa da datação interna dos escritos carcerários de
Antonio Gramsci a partir da edição curada por Valentino Gerratana,
publicada alguns anos antes, em 1975. Em seu contexto, o livro de
Francioni significou um momento especial dentro de um novo ciclo de
interpretação dos Cadernos do Cárcere, iniciado alguns anos antes por
figuras como Gerratana, Nicola Badaloni e Franco de Felice.
A oficina gramsciana nunca ganhou uma edição fora da Itália,
mas ficou conhecida entre os especialistas na área pela viva polêmica
aberta com o conhecido ensaio “The antinomies of Antonio Gramsci”
[As antinomias de Antonio Gramsci], escrito por Perry Anderson e
publicado em 1976 pela revista inglesa New Left Review. Em todo o
caso, visto em retrospectiva, é possível dizer que o livro de Francioni
cumpriu algo mais do que uma importante demonstração científica e
correção teórica – resultados que, por si só, possuem inegável mérito
intelectual.
Em 2014, a realização, na Sardenha, da “Ghilarza Summer
School” (GSS), uma inédita escola internacional de estudos
gramscianos avançados, evidenciou o bem sucedido processo de
conformação de uma nova geração de pesquisadores debruçados
sobre o pensamento de Antonio Gramsci na Itália. Não por
coincidência, Francioni abriu o debate sobre a importância das
ferramentas filológicas para o estudo do pensamento de Antonio
Gramsci. Este destaque metodológico foi mantido, em maior ou menor
medida, por todo o corpo docente da escola, formado pelos italianos
Guido Liguori, Fabio Frosini, Giuseppe Cospito e Giancarlo Schirru,
pelo australiano radicado na Inglaterra, Peter Thomas e pelo norte-‐‑
americano Marcus Green. Entre os professores da GSS, Brasil foi
representado por Giovanni Semeraro.
É interessante notar que esta geração italiana de pesquisadores
gramscianos formada nas últimas décadas é predominantemente
masculina e foi diretamente impactada pelo fim do Partido Comunista
Italiano na virada dos anos 1990-‐‑2000 e pelo conflituoso espólio dos
escritos de Antonio Gramsci. Encabeçada pela direção político-‐‑cultural
da Fondazione Istituto Gramsci, em Roma, e da International Gramsci
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