Você está na página 1de 31

Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado.

TUBULAÇÃO PARA CONDUÇÃO DE VAPOR E


CONDENSADO
Este texto visa apresentar o assunto de uma forma introdutória, portanto, é um texto
condensado. A profundidade deve ser buscada nas referências bibliográficas apresentadas
no final.
O dimensionamento do diâmetro de uma tubulação para distribuição de líquidos,
vapores ou gases deve levar em conta os seguintes fatores:
- Q = Vazão em ( kg/h).
- v = volume específico do fluido na condição do escoamento em (m3/kg).
- V = Velocidades do escoamento do fluido na tubulação em (m/s).
- J = Perda de carga do fluido para cada 100 metro de comprimento equivalente de
tubulação em (Kg/(cm2.100m)).
- D = Diâmetro da tubulação em (cm).

O volume específico é tirado das tabelas de propriedades termodinâmicas em função do


estado do fluido a ser transportado definido por pressão, temperatura e título. Ou, no caso
dos gases, através da equação dos gases ideais.
A velocidade é estabelecida em função do conhecimento prático da engenharia ou ainda
de valores estabelecidos por normas. Os valores a seguir servem de referências:
- Para Vapor d’água Saturado seco : 20 –40 m/s.
- Para Vapor d’água Superaquecido : 35 – 60 m/s.
- Ar comprimido: 8 - 10 m/s.
- Para água industrial na fase líquida : 1,5 – 3,5 m/s.
- Óleo em indústrias: 1 - 2,5 m/s.

No caso de vapor de água, se adotamos velocidades baixas, o diâmetro fica muito


grande, aumentando o custo da instalação e o custo operacional, pois a grande massa da
tubulação aumenta a quantidade de vapor que condensa na tubulação e que deve ser
drenada porque perdeu o seu calor latente e pode causar golpes de aríete. Se adotarmos
velocidades altas, o diâmetro pode ficar muito pequeno, aumentando a perda de carga e o
da tubulação além de causar ruídos desconfortáveis.
Portanto, é aconselhável adotar-se velocidades próximas da extremidade superior do
intervalo recomendado, para determinar o diâmetro preliminar. Em seguida, avalia-se a
perda de carga. Se esta estiver acima da aceitável, adota-se uma velocidade menor e
recalcula-se o diâmetro e a perda de carga novamente.

1 – FÓRMULAS PARA A DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DA LINHA DE


VAPOR:

v.Q
d=
0,283.V
onde:
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 2

d = diâmetro interno da tubulação em , cm.


v = volume específico, m3/kg.
Q = vazão, em kg/h.
V = velocidade, m/s. (para vapor saturado, de 20 á 35 m/s).
V = velocidade, m/s. (para vapor superaquecido, de 30 á 60 m/s).

2 – FÓRMULA PARA AVALIAR A PERDA DE CARGA:


Q 1,95 .v 0,95
J = 0,029
d 5,1
onde:
J = perda de carga, (kg/cm2.100m)
d = diâmetro interno da tubulação em , cm.
v = volume específico, m3/kg.
Q = vazão, em kg/h.

A perda de carga calculada pela fórmula acima, refere-se à perda de carga em 100
metros equivalentes de tubo. Portanto, para determinar a perda efetiva de um determinado
trecho, multiplica-se o valor de “J” pelo comprimento equivalente de tubulação e dividi-se
por 100.
O comprimento equivalente de tubulação é a soma do comprimento efetivo dos
tubos com o comprimento equivalente de cada acessório (cotovelos, luvas, registros, etc).
O comprimento equivalente dos acessórios deveria ser fornecido pelos fabricantes,
visto que depende muito do acabamento superficial e da geometria. Infelizmente, este é um
dado difícil de ser obtido. Como referência, apresentamos o comprimento equivalente de
algumas conexões e válvulas extraídas do catálogo técnico TUPY, ressaltando que os
valores apresentados são válidos para água.
TABELA 1:

Fonte: Catálogo Técnico TUPY.


Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 3

TABELA 2:

Fonte: Catálogo Técnico TUPY.

Alertamos que o diâmetro nominal dos tubos, nem sempre significa o diâmetro
interno de escoamento do fluido.
Nos projetos de linha de distribuição de vapor, costuma-se adotar o valor da perda
de carga de aproximadamente 0,50 Kgf/(cm2.100m).
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 4

3 – ESPESSURA E DIÂMETRO DOS TUBOS:

A norma ANSI B.36.10 adota o “Schedule Number” para designar a série de


espessura (ou peso) dos tubos. O número de série é obtido pela expressão a seguir:
1.000 xP
S=
τ
onde:
P = pressão interna de trabalho em, KPa.
τ = tensão admissível em, KPa.

A referida norma padronizou as séries ou schedules: 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100,
120, 140 e 160. Para a maioria dos diâmetros nominais fabricados, apenas algumas dessas
espessuras encontram-se disponíveis. As séries mais facilmente encontradas são a 40 e a
80.
Todos os tubos de aço-carbono e aços-ligas são designados por um diâmetro
nominal. Para cada diâmetro nominal fabricam-se tubos com várias espessuras de parede,
denominadas “séries” (schedule). Porém, para cada diâmetro nominal, o diâmetro externo é
sempre o mesmo, variando apenas o diâmetro interno, que será tanto menor quanto maior
for a espessura do tubo.
Os tubos de aço-carcono e de aço ligas também podem ser designados como tubos
sem costura e tubos com costura. Esta designação está ligada ao processo de fabricação. Os
tubos sem costuras são fabricados a partir de tarugos cilíndricos maciços que passam por
operações de extrusão e laminação. Já os tubos com costura são fabricados a partir de
bobinas de chapas que são cortadas, conformadas e soldadas.
Também se classificam os tubos em: Classe Normal (N), Classe Reforçada (R) e
Classe Duplamente Reforçada (DR). Essa classificação está relacionada ao Schedule como
se pode notar nas tabelas a seguir:

TABELA 3:

Fonte: Catálogo Técnico TUPY.


Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 5

TABELA 4:

Fonte: Catálogo Técnico TUPY.

TABELA 5:

Fonte: Catálogo Técnico TUPY.

A espessura de um tubo para suportar uma determinada pressão pode ser calculada
pela fórmula:
Pd
e= +C
2(τE + PY )
onde:
P = pressão interna de trabalho em, KPa.
d = diâmetro externo do tubo em, m.
τ = tensão admissível em, KPa (ver tabela 9).
E = eficiência de solda. Para tubos sem costura E = 1.
Y = coeficiente de redução de acordo com o material e a temperatura do tubo. Para tubos de
aço-carbono em temperatura até 480 oC, Y = 0,4.
C = sobre-espessura para corrosão e erosão, C ≅ 0,00127 m.

A espessura calculada para resistir às pressões de vapor normalmente usadas em


indústrias de processamento de alimentos é, em geral, bem inferior à espessura dos tubos
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 6

comercialmente disponíveis. Apesar do valor da espessura calculada ser baixa, especifica-


se no mínimo a espessura correspondente à Schedule 40 por motivo estrutural de auto-
sustentação. Portanto, dificilmente um tubo de condução de vapor adequadamente
especificado se romperá por ação da pressão de trabalho, nessas indústrias.

4 – MATERIAIS PARA TUBULAÇÕES PARA VAPOR:


O material de qualquer componente de uma tubulação de vapor deve seguir
especificações técnicas de entidades de normalização para garantia de sua qualidade. Isso
se aplica tanto a tubos quanto aos acessórios diversos tais como: flanges, luvas, uniões,
cotovelos, curvas, válvulas, parafusos e etc. As especificações mais usadas são as da ASTM
(American Society for Testing and Materials) e a API (American Petroleum Institute). As
especificações ASTM e API contêm exigências de composição química, propriedades
mecânicas, ensaios obrigatórios e opcionais, dimensões e tolerâncias dimensionais,
condições de aceitação e de rejeição das peças e outras especificações.
São exemplos de especificações ASTM e API:
- ASTM A-53: Especificações para tubos de qualidade média, com ou sem costura, de 1/8´´
a 26 ´´ de diâmetro nominal, para uso geral. Os tubos podem ser sem nenhum acabamento
superficial “Preto”; ou com acabamento superficial “Galvanizado”. Incluem tubos com
costura e tubos sem costura. Define o Grau do material A e B, conforme a resistência
mecânica.
- ASTM A-106: Especificação para tubos de alta qualidade, sem costura, de 1/8´´a 26´´ de
diâmetro nominal, para temperaturas elevadas. O aço-carbono deve ser sempre acalmado
com silício. A especificação abrange três Graus de material A, B e C.
- ASTM A-120: Especificação para tubos de qualidade estrutural, preto ou galvanizados,
com ou sem costura, de 1/8´´a 26´´de diâmetro nominal. Não prescreve exigência de
composição química completa do material.
- API 5L: Especificação para tubos de qualidade média, com ou sem costura, de 1/8´´ a 64´´
de diâmetro nominal, nos Graus de material A e B.
O Grau A corresponde a aço de baixo carbono que são mais facilmente dobrados a
frio. Os Graus B e C são aços de médio carbono que apresentam maior resistência
mecânica. Os Graus A e B das especificações A-53, A-106 e API-5L e o Grau C da
especificação A-106, têm os seguintes valores do teor máximo de carbono, e mínimo dos
limites de resistência e de escoamento:
TABELA 6:
Graus %C (max.) Limite de Limite de
Resistência Escoamento
(kg/mm2) (kg/mm2)
A 0,25 34 21
B 0,30 42 24
C 0,35 48 27
Fonte: Tubulações Industriais; Pedro C. Silva Telles – Livros Técnicos e Científicos
Editora S.A.

As tabelas a seguir mostram os materiais que podem ser recomendados, de acordo


com a temperatura máxima do vapor:
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 7

TABELA 7:

Fonte: Tubulações Industriais; Pedro C. Silva Telles – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. Os limites de temperatura estão fixados principalmente em função da resistência à
fluência dos diversos materiais.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 8

TABELA 8: Fonte: Folder da AÇOTUBOS.


Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 9

TABELA 9:

Fonte: Tubulações Industriais; Pedro C. Silva Telles – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 10

5 – FÓRMULA PARA O CÁLCULO DO COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA


DE CALOR PARA TUBOS ISOLADOS:

Os tubos de distribuição de vapor, mesmo isolados termicamente, são basicamente


trocadores de calor e assim sendo, parte do vapor se condensa no interior dos tubos e deve ser
purgado. Os passos seguintes visam determinar a quantidade de condensado formada por metro
de tubulação. O primeiro passo é determinar o coeficiente global de transferência de calor:

ho

r3
Tubo de hi
Aço
r1
carbono
r2

Isolante
térmico

Tomando como base a área externa, calcula-se Uo da seguinte forma:

1
Uo =
r3 r ln (r2 / r1 ) r3 ln (r3 / r2 ) 1
+ 3 + +
r1 hi K aço K isolante ho
onde:
r3 = raio da camada externa do isolante, m.
r2 = raio externo do tubo, m.
r1 = raio interno do tubo, m.
kaço = condutividade térmica do tubo, W/m-k (p/aço k = 44,97 W/m-k).
kisol. = condutividade térmica do isolante, W/m-k (p/fibra de vidro k = 0,07 W/m-k).
hi = coeficiente de convecção térmica interno ao tubo, hvapor ≅ 85,1 W/m2-k.
ho = coeficiente de convecção térmica externo, har ≅ 12,47 W/m2-k.

6 – FÓRMULA PARA O CÁLCULO DO TAXA DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR


METRO DE TUBO:

 •   • 
q A q
 L  = U o
L
∆ Ttotal  L  = U o 2π r3 ∆ Ttotal
   
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 11

7 – FÓRMULA PARA CÁLCULAR A QUANTIDADE DE CONDENSADO FORMADA NO


AQUECIMENTO DA TUBULAÇÃO:

No início da operação de um sistema de geração, distribuição e uso do vapor forma-se


uma quantidade muito grande de condensado devido ao processo de aquecimento da tubulação. A
quantidade de vapor formada durante o aquecimento da tubulação é calculada por:

 mcond .  m c (t − t )
  = tubo p i e
 L  aquec. hlv

onde:
 mcond . 
  = Quantidade de condensado formado no aquecimento de um metro da tubulação,
 L  aquec.
kg/m.
mtubo = Peso do tubo por unidade de comprimento, kg/m.
cp = calor específico do material do tubo, KJ/kg.K (p/aço k = 0,46 KJ/kg.k).
ti = temperatura do fluido no interior do tubo, oC ou K.
te = temperatura do ambiente, oC ou K.
hlv = calor latente de vaporização, KJ/kg.

8 – FÓLMULA PARA CALCULAR A QUANTIDADE DE CONDENSADO FORMADA POR


METRO DE TUBO, POR HORA:

Depois que a tubulação já está aquecida uma quantidade menor de condensado é formada
em função da transferência de calor que ocorre devido à diferença de temperatura entre o vapor
no interior do tubo e o meio ambiente:

• 
 •
  q/ L 
 m cond .  =  
 L  hlv
 

onde:

m cond . = taxa de formação de condensado devido a transferência de calor, kg/h.
L = comprimento do tubo, m.
hlv = calor latente de vaporização, KJ/kg.

q = taxa de transferência de calor no tubo, KJ/h.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 12

9 – EXEMPLO APLICADO SOBRE UMA LAVANDERIA HOSPITALAR

9.1 – DADOS INICIAIS:


9.1.1– MÁQUINAS USADAS NA LAVANDERIA:

Tipo Fabricante Quantidade Modelo ou Consumo Pressão de Sub-total de


capacidade de vapor, alimentação, consumo,
kg/h KPa kg/h
Lavadora SUZUKI 05 240 kg/dia 225 kg/h 560-840 KPa 1.125 kg/h
Lavadora SUZUKI 01 100 kg/dia 90 kg/h 560-840 KPa 90 kg/h
Secadora SUZUKI 05 3100V 160 kg/h 800 kg/h
100 kg
Calandra SUZUKI 02 CLM 3100 200 kg/h 700-900 KPa 400 kg/h
173-520
kg/h.
Dobrad. e SUZUKI 01 DES XXXXX XXXXX XXXXX
empilhad. Ar compr.
CONSUMO TOTAL DE VAPOR, kg/h 2.415 kg/h

OBSERVAÇÃO: A caldeira instalada tem as seguintes características:


- Capacidade de produção de vapor: 4.000 kg/h.
- Qualidade do vapor: Saturado seco.
- Pressão absoluta na saída da caldeira: 1 MPa.

9.2 – DADOS TERMODINÂMICOS DO VAPOR SATURADO:

Propriedades termodinâmicas do líquido Propriedades termodinâmicas do vapor


saturado saturado
Pabs = 1MPa Pabs = 1MPa
Tsat = 179,91 oC Tsat = 179,91 oC
vl = 0,001127 m3/kg vv = 0,1944 m3/kg
hl = 762,81 KJ/kg hv = 2778,1 KJ/kg

9.3 – CÁLCULO DO DIÂMETRO DO TUBO DA LINHA PRINCIPAL DA CASA DA


CALDEIRA AO PRÉDIO DA LAVANDERIA:

É aconselhável fazer o cálculo com base na produção da caldeira, pois futuramente mais
máquinas poderão ser instaladas. A pressão do vapor na linha principal também deve ser a
pressão da caldeira, pois nesta condição o volume específico do vapor é menor, resultando num
menor diâmetro da tubulação e assim num menor custo de construção da rede. Quanto menor for
o diâmetro da tubulação menor será a quantidade de condensado formada, representando menor
consumo de combustível na caldeira.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 13

O uso da tubulação com a vazão de vapor atual menor que a vazão de projeto representará
uma vantagem, pois a velocidade e a perda de carga serão inferiores aquela do projeto. Também
será menor a transferência de calor uma vez que o Reynold também será menor. Assim:

0,1944 x 4000
d=
0,283 x 25

d = 10,48 cm ou ≅ 4” nominal.

9.4 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA:

OBS.: O diâmetro interno de um tubo de 4” é = 10,22 cm.


40001,95.0,19440,95
J = 0,029
10,225,1

J = 0,45 kgf/cm2.100m
Essa perda de carga é aceitável para esse tipo de instalação.

9.5 – CÁLCULO DA SÉRIE E DA ESPESSURA DO TUBO:

Cálculo da série: Adotando o valor de τ de tubos ASTM A-53 G-B à 180 oC


1.000 x1.000
S=
103.400

S ≅ 10
Cálculo da espessura: Adotando valores do tubo de 4”, ASTM A-53 G-B à 180 oC.
1000 x0,1143
e= + 0,00127
2(103.400 x1 + 1000 x0,4)

e = 0,00182 m ou e = 1,82 mm
OBS.: Por motivo estrutural adotaremos, tubos schedule 40, cuja a espessura do tubo de 4´´
é de 6,02mm, bem maior que a calculada. Além disto, está comercialmente disponível.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 14

9.6 – ESPECIFICAÇÃO DOS TUBOS:

- TIPO: ASTM A53


- MATERIAL DE FABRICAÇÃO: Grau B.
- DIÂMETRO NOMINAL: 4”.
- SÉRIE: Schedule 40.
- DIÂMETRO EXTERNO: 114,3 mm.
- RAIO EXTERNO: 57,15 mm.
- DIÂMETRO INTERNO: 102,26 mm.
- RAIO INTERNO: 51,13 mm.
- ESPESSURA: 6,02 mm.
- PESO POR METRO: 16,06 kg/m.
- PRESSÃO DE ENSAIO: 155 Kgf/cm2.

Neste ponto é necessário fazer o cálculo da quantidade de condensado formada na tubulação


para subsidiar a escolha dos purgadores que farão a drenagem da linha de distribuição de vapor.
Assim, como primeiro passo faremos o cálculo do coeficiente global de transferência de calor da
tubulação.

9.7 – CÁLCULO DO COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR:

1
Uo =
r3 r ln (r2 / r1 ) r3 ln (r3 / r2 ) 1
+ 3 + +
r1 hi K aço K isolante ho

onde:
r3 = raio da camada externa do isolante, m.
r2 = raio externo do tubo, m.
r1 = raio interno do tubo, m.
kaço = condutividade térmica do tubo, W/m-k (p/aço k = 44,97 W/m-k).
kisol. = condutividade térmica do isolante, W/m-k (p/fibra de vidro k = 0,07 W/m-k).
hi = coeficiente de convecção térmica interno ao tubo, hvapor ≅ 85,1 W/m2-k.
ho = coeficiente de convecção térmica externo, har ≅ 12,47 W/m2-k.

1
Uo =
107,15 0,10715 ln (57,15 / 51,13) 0,10715 ln(107,15 / 57,15) 1
+ + +
51,13 x85,1 44,97 0,07 12,47

1
Uo =
0,024625 + 0,0002652 + 1,03935 + 0,0802

Uo = 0,873 W/m2.K
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 15

Neste ponto calculamos a transferência de calor por metro de tubulação que ocorre devido
à diferença de temperatura entre o vapor no interior do tubo e o ar do meio ambiente.

9.8 – CÁLCULO DA TAXA DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR METRO DE TUBO:


 • 
q
 L  = U o 2π r3 ∆ Ttotal
 

 • 
q
 L  = 0 ,873 x 2π .0 ,10715 (179 ,91 − 18 )
 

 • 
q W 
 L  = 95 ,19  m 
 

Agora podemos calcular a quantidade de condensado formada na tubulação devido à


transferência de calor durante todo o tempo de funcionamento do sistema distribuidor de vapor.

9.9 – CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CONDENSADO FORMADA POR METRO DE


TUBULAÇÃO:

• 
   q/ L 

m =  
 L  hlv
 
 • 
 m  = 0,09519 = 0,000047 kg  = 0,17 kg 
 L  2015,29    
 m.s   m.h 
 

Assim, em cada cem metros de tubulação o condensado formado é:


 kg 
m cond . = 17 
 h 

A quantidade de condensado calculada acima é formada durante a operação da tubulação


em regime permanente, porém é necessário também avaliar a quantidade de condensado formada
durante o período inicial de operação da tubulação. Neste período uma grande quantidade de
condensado é formada devido ao processo de aquecimento da tubulação. Assim, vamos calcular o
condensado formado no período de aquecimento da tubulação.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 16

9.10 – CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CONDENSADO FORMADO NO


AQUECIMENTO DA TUBULAÇÃO:

 mcond .  m c (t − t )
  = tubo p i e
 L  aquec. hlv
 mcond .  16,06 x0,46(179,91 − 18)
  =
 L  aquec. 2015,29

 mcond . 
  = 0,59kg / m
 L  aquec.
Assim, durante o processo de aquecimento da tubulação o condensado formado em cada cem
metros de tubo é:
(mcond . )aquec. = 59kg
OBS.: O condensado formado no aquecimento só acontece durante os cinco primeiros minutos de
funcionamento.
Na escolha dos purgadores de linha, devemos considerar que o purgador deve ter
capacidade para purgar o condensado formado no período de aquecimento, o condensado
formado por transferência de calor no tubo e para os primeiros purgadores de linha, próximos à
caldeira, devemos também considerar o condensado arrastado pelo vapor saturado ao sair da
caldeira.
Então:

• • 5(mcond . )aquec. 
m purg . = C s  m cond . + 

 60 

onde:
Cs = Coeficiente de segurança devido à incerteza da quantidade de vapor arrastada, condições
atmosférica e isolação térmica. Para os primeiros purgadores adotaremos 6 e para os demais 4.
60/5 = fração de horas empregada no aquecimento da tubulação.

Para os primeiros purgadores:



 5 x59  kg
m purg . = 617 + 
 60  h.100m

• kg
m purg . = 131,5
h.100m
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 17

Para os demais purgadores:



 5 x59  kg
m purg . = 417 + 
 60  h.100m

• kg
m purg . = 87,7
h.100m

Os purgadores mais usados para drenagem das linhas de distribuição são os


termodinâmicos, visto na figura a seguir.

A escolha do purgador é feita com base na capacidade de purga em função da pressão


diferencial entre a entrada e a saída do purgador, usando . Geralmente a saída da linha de
condensado é para a atmosfera. Assim, no ponto de saída da tubulação de condensado a pressão é
da ordem da pressão barométrica local. Na saída do purgador a pressão é a barométrica mais a
queda de pressão na linha de condensado.

Na saída das máquinas podemos usar tanto o purgador termodinâmico quanto o purgador
de bóia. A figuras a seguir mostram o purgador de bóia em corte, a sua instalação e a tabela para
seleção.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 18

Para dimensionar a tubulação de retorno do condensado drenado da linha de alta pressão,


adotaremos a pressão de 100 KPa, visto que, o condensado será acumulado na caixa da água de
alimentação da caldeira que encontra-se aberta para a atmosfera.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 19

9.11 – DADOS INICIAIS PARA A LINHA DE RETORNO DO CONDENSADO DA


LAVANDERIA À CASA DA CALDEIRA:
- Capacidade da linha para o retorno do condensado: 4.000 kg/h.
- Pressão retorno: ≅ 100 KPa.
- hl = 417,46 KJ/kg.
- hv = 2675,5 KJ/kg.
- vl = 0,001043 m3/kg.
- vv = 1,694 m3/kg.

9.12 – FÓRMULAS PARA A DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DA LINHA DE


CONDENSADO:
v.Q
d=
0,283.V
onde:
d = diâmetro interno da tubulação em , cm.
v = volume específico, m3/kg.
Q = vazão, em kg/h.
V = velocidade, m/s. (para vapor saturado, de 1,5 a 3,5 m/s).

9.13 – FÓRMULA PARA AVALIAR A PERDA DE CARGA:

Q 1,95 .v 0,95
J = 0,029
d 5,1
onde:
J = perda de carga, (kg/cm2.100m)
d = diâmetro interno da tubulação em , cm.
v = volume específico, m3/kg.
Q = vazão, em kg/h.

9.14 – CÁLCULO DO DIÂMETRO DO TUBO DA LINHA DE CONDENSADO:

v.Q 0,001043x 4000


d= d=
0,283.V 0,283x1,5

d = 31 mm ou ≅ 1 ½” nominal.

9.15 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA:


OBS.: O diâmetro interno de um tubo de 11/2” é = 40,90 mm.
Q 1,95 .v 0,95 40001,95.0,0010430,95
J = 0,029 J = 0,029
d 5,1 4,095,1

J = 0,34 kgf/cm2.100m
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 20

9.16 – ESPECIFICAÇÃO DOS TUBOS DA LINHA DE CONDENSADO:


- TIPO: ASTM A53 – ABNT EB 332.
- MATERIAL DE FABRICAÇÃO: Grau A.
- DIÂMETRO NOMINAL: 1 ½”.
- SÉRIE: Schedule 40.
- DIÂMETRO EXTERNO: 48,3 mm.
- RAIO EXTERNO: 24,15 mm.
- DIÂMETRO INTERNO: 40,94 mm.
- RAIO INTERNO: 20,47 mm.
- ESPESSURA: 3,68 mm.
- PESO POR METRO: 4,05 kg/m.
- PRESSÃO DE ENSAIO: 90 Kgf/cm2.

Até aqui calculamos a linha de distribuição de vapor de alta pressão, que conduz o vapor
desde a caldeira até o ambiente da lavanderia. Quando chegamos próximo às máquinas da
lavanderia é necessário reduzir a pressão para as condições de trabalho nas máquinas. Nós
podemos optar por usar uma válvula redutora de pressão na entrada de cada máquina ou usar uma
única válvula redutora de pressão que condicionará a pressão para o uso em todas as máquinas.
Neste segundo caso é necessário dimensionar a tubulação de condução de vapor desde a única
válvula de redução até cada uma das máquinas. Considerando a opção de uso de uma única
válvula, passaremos a calcular essa tubulação.

9.17 – ESCOLHA DA VÁLVULA REDUTORA DE PRESSÃO E CÁLCULO DO DIÂMETRO


DA TUBULAÇÃO DE VAPOR NO AMBIENTE INTERNO DA LAVANDERIA:
Quando chegamos próximo às máquinas que vão usar o vapor é necessário reduzir a
pressão para as condições de trabalho das máquinas. Podemos optar por usar uma válvula
redutora de pressão na entrada de cada máquina ou usar uma única válvula redutora de pressão
que condicionará a pressão para o uso em várias máquinas. Considerando o segundo caso é
necessário instalar um sistema redutor de pressão, como o da figura a seguir.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 21

A peça essencial é a válvula redutora de pressão. Os manômetros têm a finalidade de


monitorar a pressão tanto no ajuste da válvula redutora, quanto durante a operação do sistema. As
válvulas de bloqueio são usadas durante a manutenção da válvula redutora, onde se pode operar
manualmente a válvula do “by-pass” monitorando-se a pressão de baixa. A válvula de segurança
tem a finalidade de aliviar a pressão, protegendo as máquinas, caso ocorra algum pane na válvula
redutora de pressão. O filtro tem a finalidade reter qualquer partícula sólida que possa afetar a
operação da válvula redutora. O separador e o purgador têm a finalidade de retirar o condensado
da linha, evitando golpe de aríete na válvula redutora.
Depois que a pressão é reduzida é necessário calcular o diâmetro da linha de baixa
pressão. Admitindo que teremos dois grupos de máquinas instaladas e que depois da válvula
redutora a tubulação será dividida em dois ramais para atender esses grupos de máquinas. Cada
ramal será projetado para atender a demanda de até 1500 kg/h de vapor à 800 KPa.

v.Q
d=
0,283.V

Admitindo:
Pabs = 800 KPa, que é uma pressão média da faixa de pressão usada nas diversas máquinas.
vv = 0,2404 m3/kg.
Q = 1500 kg/h.
V = 25 m/s.

0,2404.1500
d=
0,283.25

d = 7,14 cm d = 3”

Q1,95 .v 0,95
J = 0,029
d 5,1

dint. = 7,792 cm

15001,95.0,2404 0,95
J = 0,029
7,7925,1

J = 0,33 kgf/cm2.100m

A válvula redutora é escolhida com o auxílio do diagrama a seguir.


Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 22

Para escolher válvula redutora de pressão, entra-se com a pressão de saída de 120 psi (800
KPa) e segue-se na horizontal até a pressão de 150 psi (1MPa), descendo em seguida até
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 23

encontrar a vazão de (+/- 2.400 kg/h), que é o somatório do consumo de vapor previsto para as
máquinas. A válvula de 2” atende esta especificação.

9.18 – AVALIAÇÃO DA PERDA DE CARGA EM CADA TRECHO:

- Considerando o comprimento equivalente da tubulação de 4” igual à 450 metros.

J alta = ( 450 x0,45) / 100 = 2,025kg / cm 2

- Considerando o comprimento equivalente da tubulação de 3”: 111 metros.

J baixa = (111x 0,33) / 100 = 0,366 kg / cm 2

9.19 – ESTIMATIVA DE PRESSÃO NO PONTO DE CONSUMO:

Pentrada da vávula red. = 1000 KPa – 202,5 KPa = 797,5 KPa.


Obs. Não podemos dispensar a válvula redutora de pressão, pois 797,5 KPa é a mínima pressão
que pode ocorrer em função da vazão de 4000 Kg/h. Porém, a vazão operacional pode ser bem
menor que isto, proporcionando uma pressão mais elevada na entrada da válvula.

Pconsumo = 800 KPa – 36,6 KPa = 763,4 KPa.


Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 24

ANÁLISE DE FLEXIBILIDADE DA TUBULAÇÃO


Esta análise é feita para verificar se a tubulação tem flexibilidade suficiente para
acomodar a dilatação térmica sem causar esforços demasiados nos pontos de sustentação e
ancoragens.

1 – CRITÉRIO PARA A AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE:


A tensão combinada (S) resultante dos diversos esforços devidos à dilatação térmica, não
deve ultrapassar o valor de (Sa) dado pela expressão:

S a = f (1,25S c + 0,25S h )
onde: f = fator de redução para serviços cíclicos. É igual a 1 para serviços não cíclico e inferior a
unidade para serviços cíclico.
Sc = Tensão admissível do material a frio (TABELADO).
Para o aço ASTM A53, Sc = 1125 kgf/cm2.
Sh = Tensão admissível do material a quente (TABELADO).
Para o aço ASTM A53, a 360 oC, Sh = 819 kgf/cm2.

S a = 1(1,25 x1.125 + 0,25 x819)


S a = 1.611kgf / cm 2
A tensão combinada máxima(S), em cada ramal da tubulação é calculada por fórmulas
apropriadas conforme a interligação geométrica dos ramais. Por exemplo, ramais interligados e
ancorados conforme desenho abaixo.
L2
B C

L3
L1 MD Rx
D

MA y
Rx
A

Ry
Sendo dado para exemplo: x
Ec = Módulo de elasticidade a frio. Para o aço ASTM A53 = 2.000.000 kgf/cm2.
D = Diâmetro externo, por exemplo, 11,43cm.
e = Dilatação unitária, cm/m. Para o aço ASTM A53 = 0,46 cm/m.
L = comprimento a frio de cada ramal, m.: L1 = 6m, L2 = 7,5m e L3 = 3m.
K L2 L1
Ramal L1: S1 = kgf / cm2
10000 L1 + L3
3 3
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 25

K L1 − L3
Ramal L2: S2 = 2
kgf / cm2
10000 L2
K L2 L3
Ramal L3: S3 = kgf / cm2
10000 L1 + L3
3 3

Onde a constante para o cálculo das tensões é calculada por:

K = 3Ec eD kgf / m

K = 3x 2000000 x0,46 x11,43 = 31546800 kgf / cm 2


CRITÉRIO:
A tubulação tem flexibilidade suficiente se cada uma das tensões
S1, S2 e S3 é inferior a tensão admissível Sa.
31546800 7,5 x6
Ramal L1: S1 = kgf / cm2
10000 216 + 27

S1 = 584,2 kgf / cm 2
31546800 7,5 − 3
Ramal L2: S2 = kgf / cm2
10000 56,25

S 2 = 252,37 kgf / cm 2
31546800 7,5 x3
Ramal L3: S3 = kgf / cm2
10000 216 + 27

S 3 = 292,1 kgf / cm 2
CONCLUSÃO: Como nenhuma das tensões combinadas (S) superou a tensão (Sa), concluímos
que a tubulação tem flexibilidade suficiente:

2 – CÁLCULO DOS MOMENTOS E DAS FORÇAS DE REAÇÃO:

M A = CS1 , Kgf.m.
M D = CS3 , Kgf.m.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 26

2M A
Rx = kg
L1
2CS2
Ry = kg
L2

2I Eh
Onde:
C=
100D Ec
I = Momemto de inércia, cm4.
π (d e4 − d i4 )
I=
64
, cm4.
OBS.: Cada conjunto de ramais, dependendo das interligações, tem uma formulação própria.
Porém, é possível uma formulação geral para qualquer configuração.

3 - CASO GERAL DE QUALQUER CONFIGURAÇÃO:


Vamos tomar a figura abaixo como exemplo:
B
L2= 3 m
L1= 5 m
C

A
L3= 6 m
Ancoragem

X L4= 4 m
D

Tomando como Exemplo:


Material: ASTM A53.
Sa = 1.611 kgf/cm2.
e = 0,46 cm/m.
D = 11,43 cm.
Ec = 2.000.000 kgf/cm2.
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 27

Montamos a seguinte tabela:

LADO DIREÇÃO SENTIDO Comprimento L3 Dilatação


L δ = e.L
L1 X + 5 125 2,3 cm
L2 Y + 3 27 1,38 cm
L3 Z - 6 216 2,76 cm
L4 X + 4 64 1,84 cm

Calcula-se em seguida: ∑L 3
X = L13 + L34 = 125 + 64 = 189 m3

∑L 3
Y = L32 = 27 m3

∑L 3
Z = L331 = 216 m3

E calcula-se as seguintes quantidades:

PLANO XY: ∑L +∑L 3


X
3
Y = 189 + 27 = 216 m3

PLANO XZ: ∑L +∑L 3


X
3
Z = 189 + 216 = 405 m3

PLANO YZ: ∑L +∑L 3


Y
3
Z = 27 + 216 = 243 m3

Para as dilatações totais, teremos: ∆ X = 2,3 + 1,84 = 4,14 cm

∆Y = 1,38 cm

∆ Z = 2,76 cm
Calculemos agora as constantes: Kx, Ky e Kz.

E c D∆ x 2 x10 6 x11,43 x 4,14


Kx = = = 389.466 kgf / m 3
(∑ L y + ∑ Lz
3 3
) (243)
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 28

Ec D∆ y
2 x106 x11,43x1,38
Ky = = = 77.893 kgf / m 3
(
∑ Lx + ∑ Lz
3 3
)
(405)
Ec D∆ z 2 x106 x11,43x 2,76
Kz = = = 292.100 kgf / m 3
(
∑ Lx + ∑ L y
3 3
)(216)
As tensões máximas serão então:
Ky 77893
Lado 1: S1 y = L1 =
x5 = 38,946 kgf / cm 2
10000 10000
KZ 292100
S1z = L1 = x5 = 146,05 kgf / cm 2
10000 10000
KX 389466
Lado 2: S2 x = L2 = x3 = 116,84 kgf / cm 2
10000 10000
KZ 292100
S2 z = L2 = x3 = 87,63 kgf / cm 2
10000 10000
KX 389466
Lado 3: S3 x = L3 = x3 = 116,84 kgf / cm 2
10000 10000
KY
S3 y = L3 = 77893 x3 = 23,368 kgf / cm 2
10000
KY 77893
Lado 4: S4 y = L4 = x 4 = 311,57 kgf / cm 3
10000 10000
KZ 292100
S4 z = L4 = x 4 = 116,84 kgf / cm 3
10000 10000
CONCLUSÃO: Como nenhuma das tensões combinadas (S) superou a tensão (Sa), concluímos
que a tubulação tem flexibilidade suficiente:

4 – FORÇA CAUSADA PELA DILATAÇÃO TÉRMICA:


Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 29

Um tubo reto, fixado em ambas as extremidades e sujeito a uma variação de temperatura,


transmitirá sobre essas fixações uma força de empuxo devido à dilatação. Essa força é calculada
por:

AEK∆T
F=
1000000
sendo:
F = força de empuxo sobre as fixações em, toneladas.
E = módulo de elasticidade do material do tubo em, kgf/cm2.
A = área efetiva da secção do material em, cm2.
K = constante de dilatação térmica em, mm/m.oC. e = K.∆T
∆T = variação de temperatura, em oC.

COEFICIENTES DE DILATAÇÃO TÉRMICA


MATERIAL CONSTANTE K, mm/m.oC
0–100 C 200 C 300 oC 400 oC 500 oC
o o
600 oC
AÇO-CARBONO 0,0120 0,0126 0,0131 0,0136 0,0141 0,0147
AÇO INOX 0,0168 0,0175 0,0180 0,0184 0,0188 0,0191
ALUMÍNIO 0,0238 - - - - -
COBRE 0,0165 0,0168 - - - -
FERRO FUNDIDO 0,0110 - - - - -

Exemplo:

Suponha um tubo de aço carbono, d = 4” Schedule 40 fixado nas duas extremidades. Qual a força
de empuxo nas ancoragens, quando submetido à um ∆T = 200 oC.?
π (d e2 − d i2 ) π (11,432 − 10,226 2 )
A= = = 20,468cm 2
4 4
F = força de empuxo sobre as fixações em, toneladas.
E = módulo de elasticidade do material do tubo = 1800000 kgf/cm2.
A = área efetiva da secção do material = 20,468 cm2.
K = constante de dilatação térmica = 0,0126 mm/m.oC.
∆T = variação de temperatura = 200 oC.

20,468 x1800000 x0,0126 x 200


F= = 92,8ton
1000000
5 – DILATAÇÃO TÉRMICA DOS TUBOS:
É calculado por:
∆L = eL = KL∆T
Consideremos um tubo de 6 metros nas condições do exemplo do item 4:
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 30

∆L = 0,0126 x 6 x 200 = 15,12 mm


6 – JUNTAS DE EXPANSÃO:
As juntas de expansão são elementos que podem aliviar os esforços nas ancoragens
porque permitem a dilatação dos tubos. As tabelas a seguir, fornecem as capacidades de absorver
as dilatações para diversos comprimentos e diâmetros de juntas, fabricadas pela Indústria
FOLTEC.

PONTAS PARA SOLDA PONTAS COM FLANGE

Diâmetro Comprimento Total em Comprimento Total


Diâmetro
Nominal mm em mm
Nominal
Dilatação em mm (L) Dilatação em mm
(L)
POLEG. MM 25 38 50 63
1/2" 15 175 225 370 420 POLEG. MM 25 38 50 63
3/4" 20 180 230 375 425 1/2" 15 185 235 380 430
1" 25 185 235 380 430 3/4" 20 190 240 385 435
1 1/4" 32 190 240 385 435 1" 25 200 250 395 445
1 1/2" 40 195 245 390 440 1 1/4" 32 205 255 400 450
2" 50 205 255 395 445 1 1/2" 40 210 260 405 455
2 1/2" 65 215 270 400 455 2" 50 220 270 410 460
3" 80 215 270 400 455 2 1/2" 65 230 285 415 470
4" 100 230 285 415 475 3" 80 235 285 415 470
5" 125 255 315 435 500 4" 100 250 305 435 495
6" 150 265 325 450 515 5" 125 280 340 460 520
8" 200 240 280 310 360 6" 150 285 350 475 535
10" 250 240 280 310 370 8" 200 265 305 335 385
12" 300 240 280 320 350 10" 250 265 305 335 395
14" 350 250 290 330 370 12" 300 265 305 345 375
16" 400 260 310 340 390 14" 350 275 315 355 395
18" 450 260 310 340 400 16" 400 285 335 365 415
20" 500 260 300 330 380 18" 450 285 335 365 425
20" 500 285 325 355 405
7 – FORÇA DE REAÇÃO LIBERADA PELA JUNTA DE EXPANSÃO:
Calcula-se pela fórmula:
Notas de aula do Prof. Antonio Moreira dos Santos . Tubulação para vapor e condensado. 31

π
F = (d + h )
2
P
4
onde:
F = força de reação, kgf.
d = diâmetro interno do fole da junta, cm.
h = altura do fole, cm.
P = pressão interna, kgf/cm2.

Exemplo:
Consideremos uma junta de expansão de 4” de diâmetro, sujeita a ação de 10 Kgf/cm2.
(d+h) = 10,2 cm.
π
F = (10,2)
2
10 = 816,7 kgf
4

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Tubulações Industriais. Pedro C. da Silva Telles. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 9a
Edição. 1996.
- Catálogo Técnico TUPY.
- Apostilas Técnicas SARCO.

Você também pode gostar