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CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL


TURMA 450431

Matheus Antônio Corrêa Cassiano

AÇÃO DE CONGELAMENTO NO CONCRETO ARMADO: ESTUDO DE


CASO DE UMA LAJE DE CONCRETO ARMADO DE UMA CAMARA
FRIGORIFICA

Belém – Pará
2019
Matheus Antônio Corrêa Cassiano

AÇÃO DE CONGELAMENTO NO CONCRETO ARMADO: ESTUDO DE


CASO DE UMA LAJE DE CONCRETO ARMADO DE UMA CAMARA
FRIGORIFICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Centro Universitário
Metropolitano da Amazônia como
requisito parcial para a obtenção do
Grau de Bacharel em Engenharia
Civil, sob orientação do Prof.
Ghandy Aranha.

Belém – Pará
2019
Correa Casiano, Matheus Antônio
Ação de congelamento no concreto armado: estudo de caso
de uma laje de concreto armado de uma câmara frigorifica / Matheus
Antônio Correa Cassiano. – Belém, 2019.
XXX
Matheus Antônio Corrêa Cassiano

AÇÃO DE CONGELAMENTO NO CONCRETO ARMADO: ESTUDO DE


CASO DE UMA LAJE DE CONCRETO ARMADO DE UMA CAMARA
FRIGORIFICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário


Metropolitano da Amazônia como requisito parcial para a obtenção do Grau de
Bacharel em Engenharia Civil, submetido à Banca Examinadora composta pelos
Professores:

BANCA EXAMINADORA

Orientador: ____________________________________
Prof. Ms. Gandhy Aranha
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia

Membro: ____________________________________
Prof. Ms. Alexandre Andrade Soares Brandão
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia

Membro: ____________________________________
Prof. Ms.
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia

Julgado em: ____/____/____

Conceito: ________

Belém – Pará
2019
Às pessoas com quem convivi nesses espaços ао longo desses
anos. А experiência de υmа produção compartilhada nа comunhão
cоm amigos nesses espaços foram а melhor experiência dа minha
formação acadêmica.”
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradecer aos meus pais Antônio Neto e Edna Correa


por todo o apoio, carinho, paciência e compreensão que demonstraram por mim
durante toda essa minha jornada acadêmica e também por toda a orientação e
exemplo que me foi dado durante todos esses 23 anos de vida, vocês foram os
principais agentes que moldaram quem sou.
Aos meus irmãos que tantas vezes me apoiaram nos momentos mais
difíceis e que sempre estiveram lá para me apoiar, tanto no período de minha
formação quanto durante meus anos de vida.
À minha namorada Lilian Fayal em especial, que foi a maior motivadora
para a conclusão deste trabalho. Que me ajudou quando mais precisei e me deu
forças que nunca havia imaginado ter.
A meus amigos mais próximos Lohan Baía, Débora Reis e Lucas
Rodrigues, por toda a paciência comigo neste período tão difícil que é o termino
da graduação, os meus mais sinceros agradecimentos a vocês.
Aos meus professores e coordenadores que sempre estiveram me
apoiando a ser um aluno e um profissional melhor.
Ao meu orientador e professor Gandhy Aranha, que sempre esteve
presente e solícito nos momentos em que mais precisei para me orientar.
Aos professores Alexandre Brandão e Felipe Reis, que durante todo meu
curso me ajudaram ativamente em atividades de pesquisa e extensão, que
deram origem a todo meu amor por estruturas e tecnologia dos materiais.
Aos Engenheiros Marcello Athayde, Archimino Athayde e Débora Hellem
que provavelmente foram os melhores tutores que qualquer aluno de engenharia
civil poderia ter. Muito obrigado por todo conhecimento compartilhado durante o
período no qual estivemos juntos, foi uma honra conhece-los.
A todos os meus amigos do estágio e da faculdade que tanto me
ajudaram. Especialmente as minhas queridas amigas Ana Athayde e Gabrielle
Mendes, que sempre estiveram me ajudando quando mais precisava.
RESUMO

A utilização do concreto como uma alternativa construtiva para


estruturas destinadas a conservação de alimentos é desafiadora, uma vez que
está sujeita aos efeitos de congelamento e de alta variação térmica. Lajes de
concreto armado, localizadas no interior de câmaras frigorificas, tendem a sofrer
patologias progressivas devido a tensões térmicas oriundas a esses efeitos. A
dificuldade do dimensionamento desses elementos estruturais se agrava devido
à ausência de procedimentos de calculo de estruturas de concreto armado na
norma brasileira que preveem efeitos de gelo e desgelo no concreto. Este
trabalho retrata um estudo de caso envolvendo o projeto de uma câmara
frigorifica localizada em Santa Izabel – Pará, cujo objetivo é o estudo do
comportamento termomecânico nos elementos estruturais no interior da câmara
frigorifica. A estrutura foi dimensionada pelo Software Eberick, e os valores das
cargas térmicas foram dimensionados pelo método proposto por Mehta e
Monteiro (2014). Os resultados mostraram cargas relativamente baixas devido a
variação térmica que não necessitavam de aumento da taxa de armadura da
laje. Porém, a causa principal dessa baixa carga térmica dá-se pelo fato da
mesma está apoiada em uma superfície flexível. Assim, pode-se concluir que
este cálculo deva ser realizado sempre que haja altas variações térmicas, em
especial quando o elemento estrutural esteja apoiado em uma superfície rígida.

Palavras-chave: concreto; congelamento; variação térmica; baixas


temperaturas; conservação de alimentos.
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS

Figura 01 –
Figura 02 –
Figura 03 –
Figura 04 –
Figura 05 –
Figura 06 –
Figura 07 –
Figura 08 –
Figura 09 –
LISTA DE TABELAS

Tabela 01 –
Tabela 02 –
Tabela 03 –
Tabela 04 –
Tabela 05 –
Tabela 06 –
Tabela 07 –
Tabela 08 –
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO

O crescimento populacional e econômico de uma nação traz uma série


de novos desafios àqueles que empreendem, com destaque para os do ramo
alimentício. O consumo de frango é majoritário na vida da população brasileira,
segundo a associação brasileira de proteína animal (ABPA), com uma estimativa
de 13,05 milhões de toneladas anuais de produção aviária e crescendo, o Brasil
lidera o ranking mundial de consumo dessa proteína.
Para suportar essa produção massiva de aves, um dos maiores desafios
para os produtores é possuir uma infraestrutura capaz de beneficiar tal proteína.
E hoje, em geral, o agente limitante dessa infraestrutura está localizado no
processo produtivo como o setor de congelamento das aves, que necessitam de
uma área de armazenamento muito grande e capaz de suportar as condições
térmicas impostas pelo processo de beneficiamento.
E é nesse ponto em que a engenharia civil entra em cena, para
equacionar esses problemas e gerar soluções técnicas e criativas, de forma a
atender as expectativas de custo, técnica e de prazo do cliente. Porém, essas
soluções nem sempre estão respaldadas pelas normas brasileiras, necessitando
buscas na literatura técnica para o desenvolvimento dessas soluções.
No Brasil, por ser um país de clima predominantemente tropical e
subtropical, possui baixíssima probabilidade de temperaturas inferiores a 0°c e
de ocorrência de neve. Por isso, apesar da recente revisão de 2014, a versão
atualizada da NBR 6118 não especifica métodos diretos para o
dimensionamento de elementos estruturais submetidos à altas variações
térmicas negativas e submetidos a congelamento, ambiente comum em câmaras
frigorificas para armazenamento de frangos congelados.
Partindo desta explanação, este trabalho levanta o seguinte problema:
analisando elementos estruturais internos de uma câmara frigorifica,
considerando tipos de apoio específicos, em um ambiente de altíssima variação
térmica, de umidade variável, sujeitos a altos carregamentos e ação de
congelamento a qual o concreto estará exposto, de que maneira deve ser
calculado as cargas térmicas?
Com base neste questionamento, este trabalho busca subsídios dentro
do contexto engenharia civil, dentro de normas internacionais, trabalhos
publicados, estudos de caso e literatura técnica para dimensionar uma laje de
uma câmara frigorifica de forma que ela suporte, além das tensões
microestruturais que ocorrem durante a tentativa de congelamento dentro do
concreto, como as tensões térmicas reativas ocorrentes na interface do elemento
estrutural e o seu local de apoio.
Assim, conhecendo detalhadamente os valores das tensões térmicas
será possível acrescentar essa carga dentro do cálculo estrutural das lajes, de
forma a dimensionar com extrema precisão. E em relação aos materiais, orientar
elementos para redução e eliminação da ação do congelamento dentro do
concreto, gerando mecanismos de combate a esses problemas evitando
patologias.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é o estudo do comportamento


termomecânico nos elementos estruturais no interior de uma câmara frigorifica.
Embora a pesquisa possa ser aplicada para diversos elementos estruturais em
câmaras frigorificas de alvenaria, têm-se como aplicação neste trabalho, as lajes
de uma câmara frigorífica de um projeto para uma fábrica de beneficiamento de
frango, localizada em Santa Izabel, no Pará.
Os objetivos específicos deste trabalho são:
a) Definir os efeitos mecânicos da variação de temperatura no
concreto;
b) Identificar os fatores que influenciem as cargas térmicas e ação
do congelamento;
c) Descrever a ação do gelo e desgelo no concreto;
d) Apresentar métodos de cálculos para obtenção de cargas
térmicas;
e) Obter os valores presumidos para as lajes no interior da câmara
frigorífica;
f) Sugerir medidas para minimização dos efeitos do congelamento
das lajes.

1.2 JUSTIFICATIVA
A importância de se estudar os efeitos do congelamento e das cargas
térmicas é justificada pela sua ampla utilização em câmaras frigorificas de todas
as naturezas. Uma vez que há uma crescente no consumo de alimentos, tem-se
a necessidade de armazená-lo e conservá-lo de forma adequada.
Para tanto, o dimensionamento de concreto submetido ao congelamento
no Brasil não é aparado pela NBR 6118, uma vez que a norma não prevê
congelamentos na região brasileira. Como as propriedades físico-mecânicas do
concreto congelado não são especificadas e/ou conhecidos com grande
precisão, justifica-se o interesse em caracterizar e prevê esses efeitos.

2 METODOLOGIA

Pesquisa do tipo descritiva e bibliográfica onde foi pesquisado


ocorrências de patologias presentes nas estruturas submetidas à variações
térmicas e congelamento, para dar suporte a um estudo de caso de uma fábrica
de beneficiamento de frangos.
A metodologia empregada na pesquisa consiste basicamente em buscas
em monografias, artigos, teses, livros e normas brasileiras e internacionais para
o embasamento técnico resultando na estrutura geral do referencial teórico deste
trabalho, assim como os métodos de cálculos que serão empregados.
A primeira etapa constituiu-se na obtenção de algumas propriedades de
materiais viscoelásticos como o concreto, propriedades essas com relevância
para o tema da pesquisa como; efeitos físico-mecânicos do concreto, efeitos de
fluência do concreto, propriedades microestruturais e efeitos cíclicos da ação do
gelo e desgelo no concreto.
Em sequência, foi apresentado a fábrica de congelados, local onde
ocorrerá o estudo de caso em questão. Em seguida, foi descrito os dados obtidos
diretamente com os proprietários referentes as diretrizes para o
dimensionamento das novas câmaras frigorificas, assim como as mudanças no
processo produtivo da fábrica.
As lajes do galpão foram dimensionadas de forma a desconsiderar
quaisquer ações térmicas fora do padrão, e foram calculadas através do software
Eberik.
Já as cargas térmicas foram dimensionadas pelo método proposto por
Mehta e Monteiro (2014). E por fim, as variáveis foram equacionadas de forma
a gerar resultados qualitativos e quantitativos em relação aos problemas
pesquisados.

3 CONCRETO SUBMETIDO A VARIAÇÕES TÉRMICAS E AÇÃO DO


CONGELAMENTO

O concreto, de maneira geral, quando submetido a variações de


temperatura, assim como outros materiais, tende a sofrer expansões quando
submetido ao aquecimento, e retração ao sofrer resfriamento. Mehta e Monteiro
(2014) afirma que as deformações associadas à mudança de temperatura são
dependentes do coeficiente de expansão térmica do material, da intensidade da
variação térmica, além do tamanho original da peça estrutural. Em situações
onde as estruturas são livres para se movimentar, caso a variação térmica seja
lenta e uniforme, ela não deve ocasionar quaisquer tipos de patologias oriunda
de esforços. Em estruturas estaticamente determinadas, (...) “a variação
uniforme de temperatura em toda ela não acarreta nenhuma tensão, por que a
estrutura é capaz de se expandir ou se contrair livremente.” (TIMOSHENKO,
1984)
Porém, em situações especificas, quando a variação térmica deforma
estruturas com algum grau de restrição, a mesma irá apresentar tensões
denominadas de tensões térmicas. Mehta e Monteiro (2014) cita que materiais
de baixa resistência a tração como o concreto, merecem a atenção necessária,
uma vez que deformação por retração causada pelo resfriamento vai variar de
acordo com o módulo de elasticidade, do grau de restrição e da relaxação da
tensão em decorrência a fluência. E a combinação destes fatores pode gerar
uma tensão de tração superior a tensão máxima admissível, causando assim,
fissuras ao concreto.
A importância de uma análise para os impactos causados por tensões
térmicas é citada por Mehta e Monteiro (2014) como no caso de estruturas
massivas, onde o calor produzido pela hidratação do cimento combinado a
condições relativamente baixas de dissipação de calor resulta em grande
elevação de temperatura do concreto após o seu lançamento.
Subsequentemente, com o resfriamento até a temperatura ambiente faz com que
esforços térmicos fissurem o concreto.
Caso seja considerado um material homogêneo e isotrópico, Hibbeler
(2009) afirma que a deformação unidimensional de um elemento pode ser
calculada pela equação (1):
𝐿
𝛿𝐿 = ∫ 𝛼 . ∆ 𝑇 𝑑𝑥 (1)
0

Onde:
𝛿𝐿 = Variação no comprimento do elemento;
𝛼 = Coeficiente linear de expansão térmica;
∆ 𝑇 = Variação de temperatura do elemento;
L = Comprimento inicial do elemento.
Para o cálculo efetivo das tensões térmicas, onde os elementos
possuem restrições e não podem se contrair ou alongar, deve-se considerar que
o deslocamento 𝛿𝐿 igual a um deslocamento 𝛿𝑅 causado pela força reativa dos
apoios em sentido oposto ao deslocamento que ocorreria na barra.
Hibbeler (2009) aponta Robert Hooke como precursor do estudo entre a
relação tensão-deformação dentro de uma deformação elástica, e tal relação
pode ser descrita pela equação (2), onde:
𝜎
𝛿=
𝜖 (2)
Onde:
𝛿 = Deformação sofrida pelo elemento;
𝜎 = Tensão aplicada ao elemento;
𝜖 = Módulo de elasticidade do material;
Assim, compatibilizando as equações supracitadas, considerando os
deslocamentos 𝛿𝐿 e 𝛿𝑅 iguais, comprimento L uniforme e ∆ 𝑇 constante, obtém-
se a equação (3):

𝜎 = 𝛼. 𝐿. ∆ 𝑇 . 𝜖
(3)
Timoshenko (1984) exemplifica este caso comparando duas barras
submetidas a variações de temperaturas, sendo uma dessas barras livre em uma
das extremidades e outra engastada em ambas as extremidades, como visto na
figura XXX.
Figura XXX – Barras submetidas a aumento de temperatura.

Fonte: (TIMOSHENKO, 1984).

“No caso de barras estaticamente indeterminadas, quando há aumento


de temperatura, a barra não pode alongar-se, surgindo como consequência uma
força de compressão, ‘R’.” (TIMOSHENKO, 1984)

3.1 MODELO DE CÁLCULO MEHTA E MONTEIRO

Caso haja liberdade total no movimento da estrutura, a mesma não


sofrerá tensões referentes à deformação do material. Mas na prática, os
elementos sempre estarão sofrendo algum tipo de restrição. Logo, quando o
coeficiente de fluência do material é conhecido, Mehta e Monteiro (2014)
apresenta a equação (4) para o cálculo da tensão:

𝐾𝑅 . 𝛼. ∆ 𝑇 . 𝜖
𝜎= (4)
1+𝜑
Onde:
𝐾𝑅 = Grau de restrição;
𝜑 = Coeficiente de fluência do material, distrito no tópico XXX;

3.1.1 Grau de Restrição

Assim, Mehta e Monteiro (2014) consideram que os valores para a


tensão térmica calculados pela equação (3), nunca são atingidos na prática, uma
vez que, mesmo com havendo total restrição entre a interface solo-estrutura (𝐾𝑅
= 1), haverá sempre alguma relaxação da tensão causada por fluência.
Outra variante a ser considerada para a obtenção do valor referente ao
grau de restrição 𝐾𝑅 é a distancia entre a interface rígida ou semirrígida com a
face livre, uma vez que à medida que aumenta a distancia da interface, a
restrição diminui. Como visto na figura XXX.

Figura XXX – Grau de restrição de tração na seção central.

Fonte: ACI Committe 207, Cooling Mass Concrete, 1998.

As normas brasileiras ainda não especificam de forma especifica o


cálculo para o grau de restrição 𝐾𝑅 , porém uma relação pode ser encontrada na
ACI 207.2R-98, norma americana intitulada de Effect of Restraint, Volume
Change, and Reinforcement on Cracking of Mass Concrete. Quando se trata de
uma fundação não-rígida, recomenda-se a equação (5):

1
𝐾𝑅 =
𝐴𝑔. 𝜖 (5)
1 + 𝐴 .𝜖
𝑓 𝑓

Onde:
𝐴𝑔 = Área total da seção transversal do concreto
𝐴𝑓 = Área do elemento restritivo
𝜖 = Módulo de elasticidade do concreto
𝜖𝑓 = Módulo de elasticidade do elemento restritivo

3.1.2 Fluência do Concreto

Muito além das deformações imediatas de carregamento e peso próprio,


o concreto apresenta também um comportamento reológico, assim, o concreto
e sua deformabilidade dependente do tempo, tem uma considerável importância
na análise estrutural (Araújo, 2002). Um dos comportamentos reológicos do
concreto está intimamente ligado à deformação continua observadas em
estruturas onde não havia acréscimo de cargas, e este fenômeno é conhecido
como fluência.
Neville (2015) define a fluência como o aumento da deformação sob uma
tensão mantida constante ao longo do tempo opôs terem sido consideradas
outras deformações dependentes do tempo, não associadas a novas tensões,
retração, expansão e deformações térmicas.
Já Araújo (2002) sintetiza as definições de fluência considerando-a como
o acréscimo contínuo das deformações que ocorre mesmo para uma tensão
constante em virtude dos efeitos do envelhecimento. Assim, Araujo (2002)
complementa, a fluência do concreto depende, além da duração do
carregamento, da idade de aplicação das cargas. O comportamento do material
também é influenciado pela troca de água com o meio ambiente. Quanto mais
seco for o meio externo, maiores serão a fluência. Uma vez que a troca de água
é facilitada em um elemento estrutural esbelto, a fluência e a retração serão tanto
maiores, quanto menores forem as dimensões do elemento.
Mehta e Monteiro (2014) afirmam que o comportamento do concreto em
relação ao seu aumento gradual de deformação sob cargas constantes é uma
manifestação típica de materiais viscoelásticos, responsável pelas principais
patologias em estruturas envelhecidas.
Souza (2012) apud Poletto (2015) em concordância com o pensamento
anterior, acrescentam afirmando que a fluência é um fenômeno que gera
bastante dificuldade para se fazer a modelagem estrutural, em decorrência da
dependência da fluência de diversos fatores, sendo eles a umidade, a
temperatura, maturidade do concreto, tipo de concreto, tempo de carregamento
e, por fim, a dimensão dos elementos estruturais.
As causas da fluência, segundo Mehta e Monteiro (2014), são de origem
microestrutural, especificamente quando uma pasta de cimento hidratada é
submetida a uma tensão constante e dependendo da magnitude e da duração
da tensão aplicada, o C-S-H perde grande parte de água fisicamente absolvida,
e a pasta apresentará deformação por fluência.
As causas da fluência no concreto são mais complexas. Em
geral, concorda-se que, além dos movimentos de umidade, há
outras causas que contribuem para o fenômeno da fluência. A
não linearidade da relação tensão-deformação, especialmente
em níveis de tensão maiores do que 20 a 40% da tensão última,
claramente demonstra a contribuição das microfissuras da zona
de transição na interface para a fluência. O aumento da
deformação por fluência, que invariavelmente ocorre quando o
concreto é simultaneamente exposto à condição de secagem, é
causado pelo microfissuramento adicional na zona de transição
na interface por causa da retração por secagem. A ocorrência
de uma resposta elástica atrasada no agregado é outra causada
fluência do concreto, uma vez que a pasta de cimento e o
agregado estão aderidos, a tensão na pasta gradualmente
diminui, à medida que a carga é transferida para o agregado que,
com o aumento da transferência de carga, deforma-se
elasticamente. Dessa maneira, a deformação elástica atrasada
no agregado contribui para a fluência total. (MEHTA;
MONTEIRO, 2014).
Porém, apesar dos diversos pontos problemáticos causado pela
fluência, no caso de uma estrutura apoiada a um elemento rígido, a fluência vai
causar um efeito positivo para o alívio das tensões. Uma vez que haja contração
e expansão da estrutura, as tensões causadas pela restrição existente na
interface entre o elemento estrutural e o local onde ele está apoiado, com a
fadiga do concreto, a fluência irá diminuir as tensões de base.
Prevista na equação XXX, uma das variáveis existente para o calculo de
tensões térmicas é o coeficiente de fluência do concreto. Para casos em que não
houver necessidade de precisão elevada, a NBR 6118/2014 permite a obtenção
para os valores finais do coeficiente de fluência φ(𝑡∞ ,𝑡0 ) a partir da interpolação
linear na tabela XXX.

Tabela XXX – Valores característicos superiores da deformação específica de retração


ɛ𝑐𝑠 (𝑡∞ , 𝑡0 ) e do coeficiente de fluência 𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 )
Umidade média
ambiente 40 55 75 90
%
Espessura fictícia
20 60 20 60 20 60 20 60
2Ac/u
𝝋(𝒕∞ , 𝒕𝟎 ) 5 4,6 3,8 3,9 3,3 2,8 2,4 2,0 1,9
Concreto
30 3,4 3,0 2,9 2,6 2,2 2,0 1,6 1,5
das classes
C20 a C45 60 2,9 2,7 2,5 2,3 1,9 1,8 1,4 1,4

𝝋(𝒕∞ , 𝒕𝟎 ) 5 2,7 2,4 2,4 2,1 1,9 1,8 1,6 1,5


Concreto 𝒕𝟎
30 2,0 1,8 1,7 1,6 1,4 1,3 1,1 1,1
das classes dias
C50 a C90 60 1,7 1,6 1,5 1,4 1,2 1,2 1,0 1,0

5 -0,53 -0,47 -0,48 -0,43 − 0,36 − 0,32 − 0,18 − 0,15

ɛ𝒄𝒔 (𝒕∞ , 𝒕𝟎 )% 30 -0,44 -0,45 -0,41 -0,41 − 0,33 − 0,31 − 0,17 − 0,15

60 -0,39 -0,43 -0,36 -0,40 − 0,30 − 0,31 − 0,17 − 0,15

Fonte: NBR 6118/2014

Já para casos mais complexos, onde há uma necessidade de controle


tecnológico sobre os valores característicos do coeficiente de fluência, a NBR
6118/2014 apresenta um roteiro de cálculo para um uma precisão maior. Para
NBR 6118/2014, o coeficiente de fluência é dado pela equação (6):

𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = 𝜑𝑎 + 𝜑𝑓∞ [𝛽𝑓 (𝑡) − 𝛽𝑓 (𝑡0 )] + 𝜑𝑑∞ 𝛽𝑑 (𝑡) (6)

Onde:
𝑡0 é a idade fictícia do concreto ao ser feito o carregamento único,
expresso em dias;
𝑡 é a idade fictícia do concreto no instante a ser considerado, expresso
em dias;
𝜑𝑎 é o coeficiente de fluência rápida, expresso em dias;
𝑓𝑐 (𝑡0)
𝜑𝑎 = 0,8 [ 1 − 𝑓 ] para concretos de classe C20 e C45; (7)
𝑐 (𝑡∞)
𝑓𝑐 (𝑡0)
𝜑𝑎 = 1,4 [ 1 − 𝑓 ] para concretos de classe C50 e C90; (8)
𝑐 (𝑡∞)

Onde:
𝑓𝑐 (𝑡0)
é a função do crescimento da resistência do concreto com a
𝑓𝑐 (𝑡∞)

idade, dada pela equação (9):

𝑓𝑐𝑘 = 𝛽1 𝑓𝑐𝑘 (9)

Sendo 𝛽1dada pela equação (10):

𝛽1 = exp{𝑠[1 − (28/𝑡)1/2 ]} (10)

Onde:
𝑠 = 0,38 para concreto de cimento CPIII e CPIV;
𝑠 = 0,25 para concreto de cimento CPI e CPII;
𝑠 = 0,38 para concreto de cimento CPV-ARI;
𝑡 é a idade efetiva do concreto, expressa em dias.

𝜑𝑓∞ é o valor final do coeficiente de deformação lenta irreversível de


classe C20 e C45, dado pela equação (11);

𝜑𝑓∞ = 𝜑1𝑐 + 𝜑2𝑐 (11)

Onde:
𝜑1𝑐 é o coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente U,
expresso em porcentagem (%), é dada consistência do concreto
na tabela xxx;

Tabela XXX – Valores numéricos usuais para a determinação da fluencia e da retração


Fluência Retração
Umidade 𝜑1𝑐 𝑎,𝑐 104 ɛ1𝑠 𝑏,𝑐
Ambiente U Abatimento de acordo com a ABNT NBR NM 67 𝛾𝑑
% cm
0-4 5-9 10 - 15 0-4 5-9 10 - 15
Na água - 0,6 0,8 1,0 1,0 1,0 1,0 30,0
Em ambiente muito
90 1,0 1,3 1,6 -1,9 -2,5 -3,1 5,0
úmido
imediatamente a
cima da água
Ar livre, em geral 70 1,5 2,0 2,5 -3,8 -5,0 -6,2 1,5
Em ambiente seco 40 2,3 3,0 3,8 -4,7 -6,3 -7,9 1,0
a. 𝜑1𝑐 =4,45-0,035U para abatimento de 5 cm a 9 cm e U ≤ 90 %.
b. 104 ɛ1𝑠 = -8,9+ (𝑈⁄15) - (𝑈²⁄2284) - (𝑈³⁄133765) + (𝑈 4 ⁄7608150) para abatimentos de 5
cm a 9 cm e 40% ≤ U ≤ 90%.
c. Os valores de 𝜑1𝑐 e ɛ1𝑠 para U ≤ 90% e abatimentos entre 0 cm e 4 cm são 25%
menores e, para abatimentos entre 10 cm e 15 cm, são 25% maiores.
d. 𝛾 = 1 + 𝑒𝑥𝑝 (−7,8 + 0,1 𝑈) para U ≤ 90%.
Nota 1 Para efeitos de cálculo, as mesmas expressões e os mesmos valores numéricos podem ser
empregados, no caso de tração.
Nota 2 Para o cálculo de valores de fluência e retração, a consistência do concreto é aquela
correspondente à obtida com o mesmo traço, sem a adição de superplastificante.
Fonte: NBR 6118/2014

𝜑2𝑐 é o coeficiente dependente da espessura fictícia ℎ𝑓𝑖𝑐 , dado pela


equação (12):
42 + ℎ𝑓𝑖𝑐
𝜑2𝑐 = (12)
20 + ℎ𝑓𝑖𝑐

ℎ𝑓𝑖𝑐 é a espessura fictícia da peça, calculada pela equação (13):

2𝐴𝑐
ℎ𝑓𝑖𝑐 = 𝛾 (13)
𝑈𝑎𝑟

Onde:
𝛾 é o coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente (U%),
dado por;

𝛾 = 1 + exp(−7,8 + 0,1𝑈) (14)

𝐴𝑐 é a área da seção transversal da peça;


𝑈𝑎𝑟 é a parte do perímetro externo da seção transversal da peça em
contato com o ar.
𝛽𝑓 (𝑡) é o coeficiente relativo à deformação lenta irreversível, função da
idade 𝑡 do concreto;
𝛽𝑓 (𝑡0 ) é o coeficiente relativo à deformação lenta irreversível, função da
idade 𝑡0 do concreto;
𝑡 2 + 𝐴𝑡 + 𝐵
𝛽𝑓 (𝑡) = (15)
𝑡 2 + 𝐶𝑡 + 𝐷
Onde:
𝐴 = 42ℎ3 − 350ℎ2 + 588ℎ + 113; (16)

𝐵 = 768ℎ3 − 3060ℎ2 + 3234ℎ − 23; (17)

𝐶 = −200ℎ3 + 13ℎ2 + 1090ℎ + 183; (18)

𝐷 = 7579ℎ3 − 31916ℎ2 + 35343ℎ + 1931; (19)

h é a espessura fictícia, expressa em metros (m); para valores de h


fora do intervalo (0,05 ≤ h ≤ 1,6) adotam-se os extremos
correspondentes;
𝜑𝑑∞ é o valor final do coeficiente de deformação lenta reversível que é
considerado igual a 0,4;
𝛽𝑑 (𝑡) é o coeficiente relativo à deformação lenta reversível função do
tempo (t – t0) decorrido após o carregamento.

𝑡 − 𝑡0 + 20
𝛽𝑑 (𝑡) = (20)
𝑡 − 𝑡0 + 70

Então, a partir desse roteiro de cálculo, pode-se definir o valor do


coeficiente de fluência, utilizado na equação xxx. Para então, obter o valor real
da deformação térmica.

3.2 AÇÃO DO CONGELAMENTO SOBRE O CONCRETO

Além dos processos mecânicos descritos no item XXX deste trabalho,


que mostram os fatores que originam tensões externas no concreto, durante
variações térmicas significativas, quando a temperatura do concreto atinge
temperaturas inferiores ao ponto de congelamento da água, surgem diversas
tenções internas relacionadas à microestrutura complexa do material.
Mehta e Monteiro (2014) esclarece que as formas mais comuns de
danos causados ao concreto são a fissuração e o lascamento do concreto
causados pela expansão progressiva da matriz da pasta cimentícia ao longo de
períodos cíclicos de congelamento e desgelo do material.
Powers (1945) propõe dois tipos de pressões internas causadas pela
ação do congelamento da água. Na hipótese de Powers, quando a água
presente em um vazio capilar saturado sofre congelamento, devido ao seu
comportamento anômalo, ocorre uma expansão do volume de água em torno de
9% do seu volume. Ao ocorrer essa expansão, a pressão da água tende a tentar
expandir o vazio capilar junto dela, ou tenta forçar a saída da água excedente
para fora do elemento de concreto. Durante esse processo, é gerada uma
pressão de natureza hidráulica cuja a magnitude dessa pressão varia em função
da facilidade de saída da água do vazio, da permeabilidade do concreto e da
taxa de congelamento da água.
Powers (1945) também propõe uma pressão de natureza osmótica em
decorrência de diferentes concentrações de sais e temperaturas gerando
diversos gradientes de pressão. Mehta e Monteiro (2014) aponta que há três
locais onde há água fisicamente retida na pasta cimentícia que podem estar
sujeitas ao congelamento, sendo elas: a água capilar nos pequenos capilares da
pasta, a água adsorvida nos poros de gel e a água interlamelar na estrutura do
cristal de C-S-H.
Estima-se que a água nos poros de gel na congele acima de -78ºC.
Assim, quando uma pasta de cimento saturada é submetida às
condições de congelamento, a água nas grandes cavidades se
transforma em gelo, enquanto a água nos poros de gel continua a
existir como água liquida em estado super-resfriado. Isso cria um
desequilíbrio termodinâmico entre a água congelada nos capilares, que
adquire um estado de baixa energia, e a água super-resfriada dos
poros de gel, que está em estado de alta energia. A diferencia na
entropia do gelo e da água super-resfriada força a ultima a migrar para
os locais de menor energia (grandes capilares) onde ela possa
congelar. Esse novo suprimento de água dos poros de gel para os
poros capilares aumenta o volume de gelo nos poros capilares
gradualmente, até que não haja mais lugar para acomodar gelo.
Qualquer tendência subsequente para a água super-resfriada fluir em
direção às regiões com gelo, obviamente causará pressão interna e
expansão do sistema. (Mehta e Monteiro (2014).
Powers (1945) apresenta como forma de combate efetivo para o
aparecimento de fissuras em decorrência destes fenômenos, o aumento da
facilidade com que a água transite por dentro do concreto, ou seja, através da
diminuição da distancia entre as fronteiras de escape da água, e essa diminuição
das fronteiras pode ser facilmente obtida através de um incorporador de ar
adequado. O mesmo realiza três experimentos comparando amostras de pasta
cimentícia submetidas a uma temperatura de -24 ºC, comparando amostras com
teor de ar incorporado de 0%, 2% e 10%. Os resultados são bastante
condizentes com suas hipóteses, a amostra sem ar incorporado apresentou uma
dilatação de 1600 milionésimos, e 500 milionésimos de dilatação permanente. A
amostra com 2% de ar incorporado, apresentou uma dilatação de 800
milionésimos e aproximadamente 300 milionésimos de dilatação residua. Já a
amostra de 10% de teor de ar incorporado não possuiu dilatação significativa,
tampouco residual.
Para o efetivo combate destas particularidades do concreto submetido
à baixas temperaturas, faz-se necessário a utilização de concretos de alto
desempenho, que pode ser definido, segundo Libório (2003), como um material
cientificamente produzido para fins pré-determinados que atenda as
necessidades estéticas, de durabilidade, e de resistência esperada. O material
deve possuir baixo índice de custo/benefício e propiciar vantagens frente a
outras alternativas.

4 PROJETO DE UMA CÂMARA FRIGORIFICA DE UMA FÁBRICA DE


CONGELADOS

O presente estudo faz parte de uma das etapas do processo de


execução do projeto de uma câmara frigorifica destinada ao armazenamento de
produtos alimentícios, em especial o de frango resfriado e congelado. O projeto
em questão faz parte de uma ampliação de um galpão já existente, localizado na
cidade de Santa Izabel, no estado do Pará.
O empreendimento idealizado pela empresa SANTA IZABEL
ALIMENTOS LTDA, conhecida pelo seu nome fantasia - Frango Americano,
contou com o desenvolvimento do projeto da câmara frigorifica através da
empresa Guimarães Nasser, empresa em especialista em engenharia e
refrigeração. O projeto estrutural e de fundações por sua vez, foi executado pelo
engenheiro Marcello Salgado De Athayde, sendo o engenheiro responsável pelo
desenvolvimento da laje que será o alvo de estudo deste trabalho.
4.1 DESCRIÇÃO DA FABRICA ATUAL

O complexo estrutural atual comporta diversas estruturas que compõem


uma longa cadeia produtiva para o abatimento, beneficiamento e transporte de
frango. Contando com um terreno de área total de 50890,00 m2, os galpões
existentes possuem uma área construída total de 8888,32 m2. O começo da
cadeia produtiva dá-se na área de recebimento dos frangos vivos, e se encerra
na área de expedição, onde atualmente existem 6 docas para o escoamento do
produto final. Os detalhes do processo produtivo completo assim como a
arquitetura da fábrica atual podem ser vistos no anexo XXX.

4.2 PROJETO DO NOVO GALPÃO

Segundo os administradores da empresa, o atual agente limitante para


a expansão do volume de frango congelado final é a baixa capacidade das
câmaras frigorificas atuais, uma vez que já estão utilizando a sua capacidade
máxima de armazenamento, impossibilitando qualquer tipo de aumento no
volume de produtos finais.
Para eliminar esse problema, os gestores pretendem anexar uma nova
área à atual zona de expedição, eliminando as docas atuais, para adicionar um
conjunto contendo duas câmaras frigorificas de congelados, que trabalhará a
uma temperatura constante de -20°c, uma câmara frigorifica de resfriamento -
que trabalhará a uma temperatura de +10°c – e por fim, 13 docas de expedição,
um total de 7 a mais que o numero antigo. Assim, os proprietários pretendem
aumentar a produção e armazenamento de frango em cerca de
aproximadamente 3000 paletes de frango congelado. A divisão detalhada dos
locais existentes e suas funções assim como as novas áreas que serão
anexadas estão descritos na tabela XXX.
Figura XXX – Planta baixa da nova área da fábrica

Fonte: Autor.
Tabela XXX – Quadro de áreas Frango Americano
Quadro de Áreas
Discriminação Existente Construção Total

Industria 4038,44 1864,95 5903,39

Graxaria e subprodutos 1180,90 - 1180,90

Oficina 360,50 - 360,50

Almoxarifado / Embalagem / Gerador 304,32 - 304,32

Caldeira 280,00 - 280,00

Deposito de resíduos 68,90 - 68,90

Estação de tratamento 124,80 - 124,80

Casa de bombas 30,00 - 30,00

Vestiários / Refeitórios / Insp. Federal 980,00 - 980,00

Ambul / Seg.trab. / Setor de qualidade 226,80 - 226,80

Descanso de aves 696,00 - 696,00

Portaria 26,00 - 26,00

Administração 312,00 - 312,00

Lavagem de frango vivo 102,00 - 102,00

Área de lazer 127,66 - 127,66

Cabine de medição 30,00 - 30,00


Deposito de temperos / Embalagens / - 307,07 307,07
Estoque de peças
Total 8888,32 2172,02 11060,34
Fonte: Guimarães Nasser, 2019.

A nova área construída consiste em um galpão de estrutura metálica


apoiado em sapatas que trabalharão de forma isolada ao piso, isto é, o piso não
estará ligado as sapatas. Assim, as sapatas estarão apenas suscetíveis às
cargas de vento e de peso próprio da estrutura, não recebendo as cargas das
empilhadeiras e dos paletes carregados. Já o piso será uma laje do tipo radier,
que devido a sua grande área, possibilitará distribuir a carga de utilização e o
peso próprio a todo o solo.
A escolha do projetista de trabalhar a superestrutura do galpão separada
do piso fundamenta-se em duas características especificas deste projeto. A
primeira delas é a necessidade de juntas de dilatação no piso.
Segundo os proprietários, um dos principais problemas estruturais que o
piso da fábrica atual sofre é que as empilhadeiras, ao passarem pelas juntas de
dilatação, causam um acumulo de tensão nas bordas e com o tempo sofrem
trincas que vão aumentando gradativamente.
Com a parede de contensão presa ao piso e desvinculada aos pilares e
as paredes, caso haja colisão, a carga de impacto da empilhadeira será
suavizada pela parede e distribuída pelo piso, fazendo com que os pilares não
sofram cargas acidentais horizontais para as quais os mesmos não foram
dimensionados para suportar.
O mesmo vale para as paredes das câmaras frigorificas, uma vez que as
paredes servirão de sacrifício para uma eventual colisão, diminuirá
consideravelmente o risco de um problema muito perigoso, causado por uma
abrupta mudança de pressão, evitando assim surtos de pressão não inerentes
ao funcionamento normal de uma câmara fria.

4.2.1 Projeto das câmaras frigorificas

Segundo Chagas (2012) apud Oliveira e Paiva (2016), câmara frigorifica


é definida como um espaço de armazenagem, que tenha suas condições
internas de temperatura controladas por um sistema de refrigeração.
Para garantir um sistema de refrigeração eficiente, ou seja, que possua
baixo gasto energético, o ambiente deve possuir um sistema isolamento térmico
de qualidade, fazendo com a transferência de calor entre os gradientes térmicos
seja interrompida por uma barreira de isolamento.
O projeto fornecido pela empresa Guimarães Nasser, conta com uma
câmara frigorifica de alvenaria e possui vedação lateral por uma parede de EPS
do tipo F3 – 1,70kg/cm² de espessura de 20cm protegida por uma parede de
concreto armado de 15 centímetros de espessura e 40 centímetros de altura
presa às lajes do piso como explicado do item XXX. A parede de EPS, além de
ter que suprir as necessidades de isolamento, foi dimensionada de forma a
suportar elevados níveis de gradiente de pressão, principalmente nos períodos
de abertura da câmara e durante o processo de resfriamento rápido. A figura
XXX ilustra o detalhamento das paredes da câmara.
Já o piso da câmara possui várias particularidades, a primeira delas, o
principal objeto de estudo deste trabalho é a laje interna da câmara, que estará
sofrendo diversas tensões de origem mecânica e microestrutural. O
detalhamento e dimensionamento desta laje será abordado no item XXX. A figura
XXX mostra um corte esquemático de forma a observar as camadas internas do
piso da câmara frigorifica.
Abaixo da primeira laje, há uma placa de EPS do tipo F3 – 1,70kg/cm² de
massa especifica e espessura de 25cm que cobre toda a área da câmara
frigorifica, especificadamente de 1011m² da laje XX, 524,5m² da laje XX e 205m²
na laje XX. As placas de EPS foram dimensionadas pela Guimarães Nasser de
forma a suportar o peso próprio, o peso da laje superior e cargas de utilização
como a dos paletes carregados e as empilhadeiras.
Em sequência, encontra-se a segunda laje, que será executada em
concreto armado e funcionara como um radier rígido que irá distribuir todas as
cargas dos pisos superiores ao solo. Observa-se que o dimensionamento dessa
laje seguirá o mesmo procedimento das lajes externas às câmaras frigorificas,
uma vez que não estará sendo submetida a cargas térmicas consideráveis,
devido a barreira de isolamento fornecida pelo EPS que evitará a transferência
de energia térmica entre as lajes de apoio, assim a maior parte do calor da laje
inferior não passará para a câmara frigorifica.
Porém, o isolamento do EPS não é perfeito, assim haverá um resfriamento
residual da laje inferior, e por isso é utilizado um sistema de aquecimento através
de tubos de PVC de diâmetro de 10cm para o transporte de ar quente próximo a
laje inferir, bem como a utilização de uma camada de material poroso para que
não haja acumulo de água próximo a câmara frigorifica, evitando o resfriamento
do radier e consequentemente um possível congelamento de água no solo.

4.2.2 Lançamento das lajes

Por possuírem elevadas dimensões, os pisos do galpão foram divididos


em dez placas de laje separadas com o intuito de reduzir as tensões
provenientes da dilatação térmica natural dos materiais. As lajes e suas
respectivas nomenclaturas podem ser vistas no anexo xxx.
Para análise estática linear, determinação das flechas no pórtico e flechas
nas lajes, os paramentos de análise, análise nos painéis de lajes,
dimensionamento das lajes, materiais e durabilidade podem ser observados
respectivamente pelas figuras XXX, XXX, XXX, XXX e xxx. Outros parâmetros
utilizados foram mantidos como padrão.

Figura XXX – Parâmetros de análise.

Fonte: Autor.

Figura XXX – Parâmetros de dimensionamento das lajes

Fonte: Autor.
Figura XXX – Parâmetros de materiais de durabilidade.

Fonte: Autor.

Assim, utilizando os dados na tabela xxx, o software realizou o


processamento da estrutura e gerou com o cálculo visto na tabela xxx e gerou
os resultados vistos na tabela xxx. Por fim, as plantas das armaduras positivas
e negativas podem ser vistas no anexo xxx.
Tabela xxx - Dados do radier

Seção (cm) Cargas (kgf/m²) Temperatura Retração


Caso T1 Deform. X
Peso Acidental Paredes
Radier H Elevação Nível Total Caso T2 Deform. Y
Próprio Revestimento Outras
(ºC) (‰)
3000.00 0.00 -0.43/-0.43
L1 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -0.43/-0.43
L2 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -0.43/-0.43
L3 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -0.43/-0.43
L4 15 -40.00 150.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -50.00/-20.00 -0.43/-0.43
L4-B 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -50.00/-50.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -0.43/-0.43
L5 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -0.43/-0.43
L6 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -0.43/-0.43
L7 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -0.43/-0.43
L8 15 -40.00 150.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -50.00/-20.00 -0.43/-0.43
L8-B 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -50.00/-50.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -0.43/-0.43
L9 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 -0.43/-0.43
L10 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 50.00/20.00 -0.43/-0.43
L4-B_1 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 50.00/50.00 -0.43/-0.43
3000.00 0.00 50.00/20.00 -0.43/-0.43
L8-B_1 15 0.00 190.00 375.00 3750.00
375.00 0.00 50.00/50.00 -0.43/-0.43
Fonte: Autor.
Tabela xxx – Cálculo do radier
ARMADURAS POSITIVAS (RADIER)
Momento positivo Momento negativo
Verificação Verificação Verificação Verificação Armadura Armadura
Radier Direção Cisalhamento
Seção Flexão axial axial Seção Flexão axial axial inferior superior
(compressão) (tração) (compressão) (tração)
vsd = 0.75 tf/m
vrd1 = 7.86
Md = 757 Md = 74
Fd = 1.56 tf Fd = 1.56 tf As = 1.51 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: GE Situação: GE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 0.73 As = 0.38 ø6.3 c/20 vrd2 = 56.95
X cm As = 1.51 cm As = 0.15
cm²/m cm²/m (1.56 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 0.00 A's = 0.00 fiss = 0.02 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L1 cm²/m
vsd = 0.79 tf/m
Md = 757 Md = 248 vrd1 = 7.51
Fd = 0.29 tf Fd = 4.74 tf Fd = 0.29 tf Fd = 4.74 tf As = 1.60
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m tf/m
Situação: GE Situação: GE Situação: GE Situação: GE cm²/m
100.0 100.0 vrd2 = 53.74
As = 0.34 As = 1.13 As = 0.47 As = 1.25 ø6.3 c/19
Y cm As = 1.60 cm As = 0.52 tf/m
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m (1.64 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m vsw = 0.00
A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.00 fiss = 0.03
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 tf/m
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.79 tf/m
vrd1 = 8.01
Md = 757 Md = 47
Fd = 13.98 tf Fd = 13.98 tf As = 2.22 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: PE Situação: PE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 2.22 As = 1.74 ø6.3 c/14 vrd2 = 56.95
X cm As = 1.51 cm As = 0.09
cm²/m cm²/m (2.23 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 1.00 A's = 1.48 fiss = 0.07 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
L2 cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
cm²/m
bw = Md = 757 bw = Md = 246 A's = 3.28 vsd = 0.89 tf/m
Fd = 40.30 tf Fd = 40.30 tf As = 5.23
100.0 kgf.m/m 100.0 kgf.m/m cm²/m vrd1 = 8.17
Situação: PE Situação: PE cm²/m
Y cm cm ø10.0 c/20 tf/m
As = 5.23 As = 5.47 ø10.0 c/15
h = 15.0 As = 1.63 h = 15.0 As = 0.52 (3.93 vrd2 = 52.80
cm²/m cm²/m (5.24 cm²/m)
cm cm²/m cm cm²/m cm²/m) tf/m
A's = 0.00 A's = 4.03 A's = 0.00 A's = 3.80 fiss = 0.11 vsw = 0.00
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m mm tf/m
asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.83 tf/m
vrd1 = 7.86
Md = 757 Md = 210
Fd = 0.18 tf Fd = 3.91 tf Fd = 0.18 tf Fd = 3.91 tf As = 1.51 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: GE Situação: GE Situação: GE Situação: GE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 0.42 As = 1.02 As = 0.39 As = 0.99 ø6.3 c/20 vrd2 = 56.95
X cm As = 1.51 cm As = 0.41
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m (1.56 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.00 fiss = 0.03 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L3 cm²/m
vsd = 1.64 tf/m
Md = 757 Md = 162 vrd1 = 7.94
Fd = 0.11 tf Fd = 21.80 tf Fd = 0.11 tf Fd = 21.80 tf As = 4.10
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 0.24 tf/m
Situação: GE Situação: PE Situação: GE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 cm²/m vrd2 = 52.80
As = 0.98 As = 4.10 As = 0.32 As = 3.04 ø10.0 c/19
Y cm As = 1.63 cm As = 0.34 ø8.0 c/20 tf/m
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m (4.13 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (2.51 vsw = 0.00
A's = 0.00 A's = 1.30 A's = 0.00 A's = 1.97 fiss = 0.10
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m) tf/m
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.54 tf/m
vrd1 = 7.92
Md = 757 Md = 63
Fd = 13.74 tf Fd = 13.74 tf As = 1.63 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: PE Situação: PE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 1.63 As = 1.75 ø5.0 c/12 vrd2 = 57.28
X cm As = 1.25 cm As = 0.12
cm²/m cm²/m (1.64 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 1.00 A's = 1.41 fiss = 0.13 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
L4 asw = 0.00
cm²/m
Md = 757 Md = 64 vsd = 0.55 tf/m
Fd = 16.00 tf Fd = 16.00 tf As = 2.29
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 0.13 vrd1 = 7.72
Situação: PE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 cm²/m tf/m
As = 2.29 As = 2.04 ø8.0 c/20
Y cm As = 1.60 cm As = 0.13 ø6.3 c/20 vrd2 = 53.97
cm²/m cm²/m (2.51 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (1.56 tf/m
A's = 1.39 A's = 1.64 fiss = 0.07
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m) vsw = 0.00
cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m tf/m
asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.55 tf/m
vrd1 = 8.15
Md = 757 Md = 708
Fd = 22.91 tf Fd = 22.91 tf As = 3.03 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 2.66
Situação: PE Situação: PE cm²/m Modelo I
100.0 100.0 cm²/m
As = 3.03 As = 4.67 ø8.0 c/16 vrd2 = 56.51
X cm As = 1.52 cm As = 1.44 ø10.0 c/20
cm²/m cm²/m (3.14 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (3.93
A's = 2.24 A's = 1.36 fiss = 0.09 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m)
cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L4-B cm²/m
vsd = 0.54 tf/m
Md = 757 Md = 706 vrd1 = 7.78
Fd = 26.73 tf Fd = 26.73 tf As = 3.56
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 3.55 tf/m
Situação: PE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 cm²/m vrd2 = 52.44
As = 3.56 As = 5.61 ø8.0 c/14
Y cm As = 1.64 cm As = 1.54 ø10.0 c/20 tf/m
cm²/m cm²/m (3.59 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (3.93 vsw = 0.00
A's = 2.59 A's = 1.59 fiss = 0.09
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m) tf/m
cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 1.95 tf/m
vrd1 = 8.48
Md = 757 Md = 254
Fd = 35.20 tf Fd = 35.20 tf As = 4.88 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 2.10
Situação: PE Situação: PE cm²/m Modelo I
100.0 100.0 cm²/m
As = 4.88 As = 4.78 ø10.0 c/16 vrd2 = 56.01
X cm As = 1.54 cm As = 0.51 ø10.0 c/20
cm²/m cm²/m (4.91 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (3.93
A's = 3.22 A's = 3.32 fiss = 0.11 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m)
cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L5 cm²/m
vsd = 0.92 tf/m
Md = 757 Md = 185 vrd1 = 7.42
Fd = 12.25 tf Fd = 12.25 tf As = 2.27
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m tf/m
Situação: PE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 vrd2 = 51.42
As = 2.27 As = 2.08 ø8.0 c/20
Y cm As = 1.67 cm As = 0.40 tf/m
cm²/m cm²/m (2.51 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m vsw = 0.00
A's = 0.73 A's = 0.74 fiss = 0.06
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 tf/m
cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.93 tf/m
vrd1 = 7.86
Md = 757 Md = 62
Fd = 0.10 tf Fd = 3.41 tf Fd = 0.10 tf Fd = 3.41 tf As = 1.51 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: GE Situação: GE Situação: GE Situação: PE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 0.37 As = 0.89 As = 0.11 As = 0.56 ø6.3 c/20 vrd2 = 56.95
X cm As = 1.51 cm As = 0.12
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m (1.56 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.22 fiss = 0.02 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L6 cm²/m
vsd = 0.63 tf/m
Md = 757 Md = 140 vrd1 = 7.67
Fd = 0.10 tf Fd = 18.33 tf Fd = 0.10 tf Fd = 18.33 tf As = 2.57
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 0.69 tf/m
Situação: GE Situação: PE Situação: GE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 cm²/m vrd2 = 53.31
As = 0.28 As = 2.57 As = 0.28 As = 2.57 ø8.0 c/19
Y cm As = 1.62 cm As = 0.29 ø8.0 c/20 tf/m
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m (2.65 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (2.51 vsw = 0.00
A's = 0.00 A's = 1.64 A's = 0.00 A's = 1.64 fiss = 0.08
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m) tf/m
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.76 tf/m
vrd1 = 7.86
Md = 757 Md = 68
Fd = 0.42 tf Fd = 4.47 tf Fd = 0.42 tf Fd = 4.47 tf As = 1.51 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: GE Situação: GE Situação: GE Situação: PE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 0.34 As = 1.06 As = 0.07 As = 0.70 ø6.3 c/20 vrd2 = 56.95
X cm As = 1.51 cm As = 0.13
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m (1.56 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.33 fiss = 0.03 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L7 cm²/m
vsd = 0.69 tf/m
Md = 757 Md = 246 vrd1 = 7.88
Fd = 0.14 tf Fd = 25.14 tf Fd = 0.14 tf Fd = 25.14 tf As = 3.49
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 0.56 tf/m
Situação: GE Situação: PE Situação: GE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 cm²/m vrd2 = 53.31
As = 0.36 As = 3.49 As = 0.50 As = 3.73 ø8.0 c/14
Y cm As = 1.62 cm As = 0.52 ø10.0 c/20 tf/m
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m (3.59 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (3.93 vsw = 0.00
A's = 0.00 A's = 2.29 A's = 0.00 A's = 2.05 fiss = 0.08
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m) tf/m
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.55 tf/m
vrd1 = 7.86
Md = 757 Md = 63
Fd = 2.31 tf Fd = 2.31 tf As = 1.51 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: GE Situação: PE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 0.62 As = 0.44 ø6.3 c/20 vrd2 = 56.95
X cm As = 1.51 cm As = 0.12
cm²/m cm²/m (1.56 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 0.00 A's = 0.09 fiss = 0.01 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L8 cm²/m
vsd = 0.55 tf/m
Md = 757 Md = 63 vrd1 = 7.89
Fd = 27.76 tf Fd = 27.76 tf As = 3.67
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 1.50 tf/m
Situação: PE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 cm²/m vrd2 = 52.80
As = 3.67 As = 3.40 ø10.0 c/20
Y cm As = 1.63 cm As = 0.13 ø8.0 c/20 tf/m
cm²/m cm²/m (3.93 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (2.51 vsw = 0.00
A's = 2.71 A's = 2.98 fiss = 0.10
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m) tf/m
cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.54 tf/m
vrd1 = 7.86
Md = 757 Md = 702
Fd = 3.73 tf Fd = 3.73 tf As = 1.51 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: GE Situação: GE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 0.86 As = 1.95 ø6.3 c/20 vrd2 = 56.95
X cm As = 1.51 cm As = 1.40
cm²/m cm²/m (1.56 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 0.00 A's = 0.00 fiss = 0.02 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L8-B cm²/m
vsd = 0.54 tf/m
Md = 757 Md = 707 vrd1 = 8.29
Fd = 46.61 tf Fd = 46.61 tf As = 5.85
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 5.88 tf/m
Situação: PE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 cm²/m vrd2 = 52.16
As = 5.85 As = 7.87 ø12.5 c/20
Y cm As = 1.65 cm As = 1.54 ø12.5 c/20 tf/m
cm²/m cm²/m (6.14 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (6.14 vsw = 0.00
A's = 4.87 A's = 2.85 fiss = 0.13
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m) tf/m
cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.53 tf/m
vrd1 = 7.86
Md = 757
Fd = 0.02 tf Fd = 0.43 tf Fd = 0.43 tf As = 1.51 tf/m
bw = kgf.m/m bw =
Situação: GE Situação: GE Situação: PE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 0.27 As = 0.34 As = 0.05 ø6.3 c/20 vrd2 = 56.95
X cm As = 1.51 cm
cm²/m cm²/m cm²/m (1.56 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0
A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.05 fiss = 0.00 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm
cm²/m cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m
asw = 0.00
L9 cm²/m
vsd = 0.55 tf/m
Md = 757 Md = 64 vrd1 = 7.89
Fd = 28.38 tf Fd = 28.38 tf As = 3.72
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 1.57 tf/m
Situação: PE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 cm²/m vrd2 = 52.80
As = 3.72 As = 3.48 ø10.0 c/20
Y cm As = 1.63 cm As = 0.14 ø8.0 c/20 tf/m
cm²/m cm²/m (3.93 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (2.51 vsw = 0.00
A's = 2.81 A's = 3.05 fiss = 0.10
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m) tf/m
cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.75 tf/m
vrd1 = 7.86
Md = 757 Md = 65
Fd = 0.01 tf Fd = 1.00 tf Fd = 0.01 tf Fd = 1.00 tf As = 1.51 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: GE Situação: GE Situação: GE Situação: GE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 0.49 As = 0.64 As = 0.13 As = 0.28 ø6.3 c/20 vrd2 = 56.95
X cm As = 1.51 cm As = 0.13
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m (1.56 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.00 fiss = 0.02 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L10 cm²/m
vsd = 0.80 tf/m
Md = 757 Md = 249 vrd1 = 7.51
Fd = 0.31 tf Fd = 4.97 tf Fd = 0.31 tf Fd = 4.97 tf As = 1.60
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m tf/m
Situação: GE Situação: GE Situação: GE Situação: GE cm²/m
100.0 100.0 vrd2 = 53.74
As = 0.35 As = 1.17 As = 0.47 As = 1.30 ø6.3 c/19
Y cm As = 1.60 cm As = 0.52 tf/m
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m (1.64 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m vsw = 0.00
A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.00 fiss = 0.03
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 tf/m
cm²/m cm²/m cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.64 tf/m
vrd1 = 8.20
Md = 757 Md = 64
Fd = 7.85 tf Fd = 13.49 tf Fd = 13.49 tf As = 3.24 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: GE Situação: GE Situação: PE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 0.10 As = 3.24 As = 1.73 ø8.0 c/15 vrd2 = 56.51
X cm As = 1.52 cm As = 0.13
cm²/m cm²/m cm²/m (3.35 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 1.38 fiss = 0.08 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
cm²/m cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L4-B_1 cm²/m
vsd = 0.64 tf/m
Md = 757 Md = 62 vrd1 = 7.79
Fd = 15.75 tf Fd = 15.75 tf As = 3.87
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m tf/m
Situação: GE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 vrd2 = 51.93
As = 3.87 As = 2.02 ø10.0 c/20
Y cm As = 1.66 cm As = 0.13 tf/m
cm²/m cm²/m (3.93 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m vsw = 0.00
A's = 0.00 A's = 1.60 fiss = 0.10
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 tf/m
cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
vsd = 0.63 tf/m
vrd1 = 7.88
Md = 757 Md = 60
Fd = 1.28 tf Fd = 2.20 tf Fd = 2.20 tf As = 1.56 tf/m
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m
Situação: GE Situação: GE Situação: PE cm²/m Modelo I
100.0 100.0
As = 1.05 As = 1.56 As = 0.42 ø6.3 c/19 vrd2 = 56.95
X cm As = 1.51 cm As = 0.12
cm²/m cm²/m cm²/m (1.64 cm²/m) tf/m
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m
A's = 0.00 A's = 0.00 A's = 0.09 fiss = 0.09 vsw = 0.00
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00
cm²/m cm²/m cm²/m mm tf/m
cm²/m cm²/m
asw = 0.00
L8-B_1 cm²/m
vsd = 0.64 tf/m
Md = 757 Md = 63 vrd1 = 8.25
Fd = 27.45 tf Fd = 27.45 tf As = 5.27
bw = kgf.m/m bw = kgf.m/m A's = 1.46 tf/m
Situação: PE Situação: PE cm²/m
100.0 100.0 cm²/m vrd2 = 52.80
As = 5.27 As = 3.37 ø10.0 c/14
Y cm As = 1.63 cm As = 0.13 ø8.0 c/20 tf/m
cm²/m cm²/m (5.61 cm²/m)
h = 15.0 cm²/m h = 15.0 cm²/m (2.51 vsw = 0.00
A's = 1.63 A's = 2.95 fiss = 0.09
cm A's = 0.00 cm A's = 0.00 cm²/m) tf/m
cm²/m cm²/m mm
cm²/m cm²/m asw = 0.00
cm²/m
Fonte: Autor.
Tabela xxx – Calculo malha da base
MALHA BASE SUPERIOR
Laje As,cal As,ef
ø6.0 c/15 cm (1.88
L1 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L2 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L3 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L4 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L4-B 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L5 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L6 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L7 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L8 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L8-B 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L9 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L10 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L4-B_1 1.51 cm²/m
cm²/m)
ø6.0 c/15 cm (1.88
L8-B_1 1.51 cm²/m
cm²/m)
Fonte: Autor.

Tabela xxx – Resultados do radier


Espessura Carga Mdx Mdy Flecha
Nome Asx Asy
(cm) (kgf/m²) (kgf.m/m) (kgf.m/m) (cm)
As = 1.51 As = 1.60
cm²/m cm²/m
L1 15 3750.00 254 187 -0.20
(ø6.3 c/20 - (ø6.3 c/19 -
1.56 cm²/m) 1.64 cm²/m)
As = 2.22 As = 5.23
cm²/m cm²/m
L2 15 3750.00 223 176 -0.20
(ø6.3 c/14 - (ø10.0 c/15 -
2.23 cm²/m) 5.24 cm²/m)
As = 1.51 As = 4.10
cm²/m cm²/m
L3 15 3750.00 227 466 -0.21
(ø6.3 c/20 - (ø10.0 c/19 -
1.56 cm²/m) 4.13 cm²/m)
As = 1.63 As = 2.29
cm²/m cm²/m
L4 15 3750.00 140 140 -0.20
(ø5.0 c/12 - (ø8.0 c/20 -
1.64 cm²/m) 2.51 cm²/m)
As = 3.03 As = 3.56
cm²/m cm²/m
L4-B 15 3750.00 140 140 -0.22
(ø8.0 c/16 - (ø8.0 c/14 -
3.14 cm²/m) 3.59 cm²/m)
As = 4.88 As = 2.27
cm²/m cm²/m
L5 15 3750.00 288 231 -0.20
(ø10.0 c/16 - (ø8.0 c/20 -
4.91 cm²/m) 2.51 cm²/m)
As = 1.51 As = 2.57
cm²/m cm²/m
L6 15 3750.00 195 141 -0.21
(ø6.3 c/20 - (ø8.0 c/19 -
1.56 cm²/m) 2.65 cm²/m)
As = 1.51 As = 3.49
cm²/m cm²/m
L7 15 3750.00 203 181 -0.20
(ø6.3 c/20 - (ø8.0 c/14 -
1.56 cm²/m) 3.59 cm²/m)
As = 1.51 As = 3.67
cm²/m cm²/m
L8 15 3750.00 140 140 -0.20
(ø6.3 c/20 - (ø10.0 c/20 -
1.56 cm²/m) 3.93 cm²/m)
As = 1.51 As = 5.85
cm²/m cm²/m
L8-B 15 3750.00 139 138 -0.22
(ø6.3 c/20 - (ø12.5 c/20 -
1.56 cm²/m) 6.14 cm²/m)
As = 1.51 As = 3.72
cm²/m cm²/m
L9 15 3750.00 138 134 -0.21
(ø6.3 c/20 - (ø10.0 c/20 -
1.56 cm²/m) 3.93 cm²/m)
As = 1.51 As = 1.60
cm²/m cm²/m
L10 15 3750.00 249 188 -0.21
(ø6.3 c/20 - (ø6.3 c/19 -
1.56 cm²/m) 1.64 cm²/m)
As = 3.24 As = 3.87
cm²/m cm²/m
L4-B_1 15 3750.00 620 621 -0.20
(ø8.0 c/15 - (ø10.0 c/20 -
3.35 cm²/m) 3.93 cm²/m)
As = 1.56 As = 5.27
cm²/m cm²/m
L8-B_1 15 3750.00 622 620 -0.20
(ø6.3 c/19 - (ø10.0 c/14 -
1.64 cm²/m) 5.61 cm²/m)
Fonte: Autor.

4.2.2.1 Juntas estruturais

Separando as bordas da laje das paredes e pilares, como a laje não


sofreria impedimentos para contrair e expandir, pode-se aumentar o tamanho
das placas e reduzir o número de juntas que estarão no caminho das
empilhadeiras, reduzindo assim, a possibilidade da criação de trincas causadas
por elas. Esse processo patológico é acentuado nesse projeto devido ao
processo de transmissão de calor não ser totalmente vedado pelas placas de
poliestireno expandido, material utilizado como isolante térmico dentro das
câmaras frias.
As bordas das lajes foram lançadas de forma totalmente independente da
superestrutura do galpão e contam com um espaçamento de 3cm como vista na
figura xxx, dessa forma, garantindo espaço para expansão e contração da laje e
que a mesma trabalhe de forma independente à estrutura.
Figura XXX – Bordas da laje separada servindo de junta de dilatação

Fonte: Autor.

Já as juntas que estarão entre duas placas de laje, deverão ter resistência
suficiente para suportar cargas móveis devido ao tráfego de empilhadeiras da
fábrica. Devido a isso, nestas áreas serão utilizadas juntas de construção,
também denominadas de junta serrada, permitindo movimentações no concreto
e uma adequada transferência de carga entre as placas, de forma a assegurar a
planicidade e qualidade final do piso acabado.
Esta junta é feita colocando barras de transferência de carga, com parte
dela engraxada, apoiada em espaçadores treliçados de forma a ficar exatamente
no centro vertical da laje, assim, é concretada a primeira placa de laje no lado
aderente da barra de transferência. Em seguida, é executada a etapa da
concretagem da outra laje onde se encontra o lado engraxado. Assim, após
terminada a concretagem, é feito um corte entre as duas lajes, criando uma zona
de baixa resistência que irá fissurar de forma planejada, separando as duas lajes.
A figura xxx ilustra o detalhamento da junta serrada, já as quantidades e
especificações dos elementos estão disponíveis em planta no anexo XXX.
Figura XXX – Detalhe esquemático junta serrada

Fonte: Autor.

4.2.2.2 Paredes de contenção

Outro fator estratégico para a utilização do piso separado da estrutura de


cobertura é a possibilidade de criar barreiras de proteção, ou seja, defensas
contra eventuais acidentes de empilhadeiras aos pilares metálicos. Com o
trafego intenso de empilhadeiras ocorrendo no interior da fábrica, uma grande
preocupação dos proprietários com a segurança da estrutura e dos operários,
dá-se pelo alto risco de choque das empilhadeiras contra os pilares ou as
paredes da câmara frigorifica.
Por se tratar de um uma obra que será executada a um nível acima do
terreno, será necessários o aterramento e a construção de muros de arrimo no
perímetro da nova área que será construída. Dessa forma, visto a necessidade
da execução de defesas para a estrutura, ao invés do muro de arrimo parar no
nível do piso, ele será executado de forma a ficar a uma altura de 30cm superior
ao nível do piso, servindo como contensão para eventuais acidentes.
Já na parte interna do galpão, onde não há necessidade de muro de
arrimo, as contenções serão executadas diretamente apoiadas sobre as lajes,
garantindo que a estrutura de sustentação do galpão não receba cargas de
possíveis acidentes. Exemplos de defesas nos muros e nas lajes podem ser
vistos na figura xxx.
Figura XXX – Muro de arrimo como defensa

Fonte: Autor.

5 ESTUDO DAS LAJES INTERNAS DAS CAMARAS FRIGORIFICAS

Para o dimensionamento das lajes internas localizadas no interior das


câmaras frigorificas é necessário entender as possíveis cargas térmicas e aos
carregamentos de utilização assim como as indicações para formulação de um
concreto de alto desempenho especifico para esta situação.

4.1 DEFORMAÇÃO POR RETRAÇÃO CAUSADA PELO RESFRIAMENTO

Durante o ciclo de utilização das câmaras frigorificas, haverá momentos


em que a mesma deverá ser completamente desligada para fins de limpeza e
manutenção no interior da câmara, assim, a temperatura interna poderá variar
de -20°c até a temperatura ambiente na região do Pará, estando numa faixa de
40°c a 30°c. Durante o processo de aquecimento das lajes, o concreto tenderá
a se expandir e naturalmente, a fricção entre a interface do solo com a placa da
laje aplicará uma força reativa de compressão na laje.
Para o cálculo dessa carga térmica, será utilizada a expressão XXX
localizada no capitulo XXX. Onde o coeficiente de dilatação térmica do concreto
segundo a NBR 6118/2014 possui igual a 10−5 /°c, o comprimento L é o
comprimento em um dos eixos da laje estudada, um ∆ 𝑇 de 60°c e módulo de
elasticidade de 30,67 GPa para um concreto de Fck 30.
Tabela XXX – Tabela de tensão térmica e deformação

Tensão Térmica Deformação


Comprimento Da Laje (L) 𝜎
Laje (𝜎 = 𝛼. 𝐿. ∆ 𝑇 . 𝜖) ( 𝛿 = 𝜖)
(metros)
(MPa) (metros)
L4 (Horizontal) 33,15 518,56 0,0198
L4 (Vertical) 30,50 477,11 0,0183
L8 (Horizontal) 45,60 713,31 0,0273
L8 (Vertical) 11,50 179,89 0,0069
Fonte: Autor.

Os valores obtidos na tabela XXX, na prática existiriam apenas caso as


lajes trabalhassem com as condições de contorno perfeitamente engastadas e
desprezando a fluência do concreto. Logo, devido as lajes estarem livres nas
laterais e com baixa restrição na face inferior devido a um material flexível que é
o poliestireno.
Então, para o cálculo exato das tensões térmicas, deve-se utilizar a
formulação proposta por Mehta, descrita no capítulo XXX. Que utiliza parâmetros
das condições de contorno a estrutura, do grau de fluência do concreto, variação
de temperatura e modulo de elasticidade do material. Para utilizar a expressão
XXX, é necessário calcular o coeficiente de restrição entre as interfaces dos
materiais, para isso, utiliza-se a expressão XXX:
A área da seção transversal das lajes será diferente de acordo com sua
orientação, pois possuem comprimentos diferentes em todas as suas direções.
Já a área do elemento restritivo, ou seja, do EPS, será de valor único para cada
uma das três lajes, pois as chapas de EPS serão distribuídas por toda a laje. Os
valores das áreas das seções transversais e das áreas totais estarão dispostos
respectivamente na tabela XXX e na tabela XXX abaixo.

Tabela XXX – Área da seção transversal das lajes


Comprimento Altura Área da Seção
Laje
(m) (m) (m²)
L4 (Horizontal) 33,15 0,15 4,97
L4 (Vertical) 30,50 0,15 4,57
L8 (Horizontal) 45,60 0,15 6,84
L8 (Vertical) 11,50 0,15 1,75
Fonte: Autor.

Já o módulo de elasticidade do concreto e do poliestireno, considera-se


o módulo tangente do material. Para o concreto, de acordo com NBR 6018/2014
estima-se um modulo de elasticidade tangente de 30,67 GPa para um concreto
convencional de 30 MPa. Já o módulo de elasticidade do poliestireno, estudos
de Conceição e Lordi (2008) resultados de teste de várias características físicas
do poliestireno, e dentre elas está o EPS F3 – 1,7kg/m³ portador de um módulo
de elasticidade tangente cujo valor é de 2637,93 KPa.

Tabela xxx - Área do elemento restritivo


Área Total
Laje
(m²)
L4 1011,07
L8 524,4
Fonte: Autor.

Assim, substituindo os valores supracitados na expressão XXX, obtém-


se os valores do coeficiente de restrição para cada uma das orientações das
lajes. Os resultados obtidos podem ser observados a seguir na tabela XXX:

Tabela xxx - Coeficiente de restrição (𝐾𝑅 )


Área da Área do elemento Coeficiente de
Laje
seção (𝐴𝑔 ) restritivo (𝐴𝑓 ) restrição (𝐾𝑅 )

L4 (Horizontal) 4,97 1011,07 0,01718


L4 (Vertical) 4,57 1011,07 0,01866
L8 (Horizontal) 6,84 524,4 0,00654
L8 (Vertical) 1,75 524,4 0,02511
Fonte: Autor.

Por fim, com os valores do coeficiente de restrição já calculados, basta


calcular o valor do coeficiente de fluência do material. Neste caso específico,
onde há necessidade de um rigoroso controle tecnológico para evitar patologias
à ação da variação térmica, a tabela XXX da NBR 6118/2014 não pode ser
utilizada, assim, deve ser utilizado o roteiro de cálculo para determinar o
coeficiente de fluência através da equação XXX.
Para a obtenção do coeficiente de fluência deve-se adotar alguns
parâmetros de para realização do cálculo. Para o valor da idade fictícia do
concreto 𝑡, espera-se que a utilização da câmara ocorra efetivamente a 60 dias
após o carregamento inicial dela. Para o valor da idade fictícia no instante do
carregamento único, deve-se considerar 30 dias desde o momento no qual o
concreto da laje foi lançado. Como a umidade dentro de uma câmara frigorifica
é bastante variável segundo os contratantes, deverá ser utilizado um valor
conservador para o grau de umidade dentro da câmara, para isso deve-se
considerar o grau de umidade de 90%.
Para o concreto, deverá ser utilizado um cimento CP II 30 E, para fins de
cálculo. Já o 𝑓𝑐 (𝑡∞) espera-se um valor de Fck final de 30 MPa, assim como das
outras lajes da fábrica. Em relação ao abatimento, para fins de cálculo, será
utilizado um valor na faixa de 10 a 15 cm. A escolha do CP II 30 E como o que
será utilizado nas lajes, será justificada no tópico XXX. Para os valores de área
de seção transversal e de perímetro em contato com o ar, será utilizado como
padrão os valores referentes a laje LXXX, que apesar de ser apenas a laje com
a segunda maior área de seção transversal, a mesma possui um perímetro em
contato com o ar significantemente maior que a outra laje, tornando-a mais
adequada para o estudo em questão.
O primeiro passo é calcular isoladamente os valores de 𝜑𝑎 , 𝜑𝑓∞ , 𝛽𝑓 (𝑡),
𝛽𝑓 (𝑡0 ) e 𝛽𝑑 (𝑡).
Para o cálculo do 𝜑𝑎 , o primeiro passo a ser feito é o cálculo do 𝑓𝑐 (𝑡0 )
ou seja, o 𝑓𝑐𝑘𝑗 para o trigésimo dia, utilizando as expressões XXX e xxx e
considerando os valores de 𝑠 para um CP II, tem-se que:

𝛽1= exp{0,25[1 − (28/30)1/2 ]} (21)

𝛽1= 1,0085 (22)

Portanto:
𝑓𝑐𝑘𝑗 = 1,0085. 30 (23)

𝑓𝑐𝑘𝑗 = 30,25 𝑀𝑃𝑎 (24)


Assim, para o cálculo de 𝜑𝑎 , utiliza-se a equação XXX pois a classe do
concreto é C32. Portanto:
30,25
𝜑𝑎 = 0,8 [ 1 − ] (25)
30

𝜑𝑎 = −0,00666 (26)

Para o cálculo de 𝜑𝑓∞ , deve-se obter os valores de 𝜑1𝑐 e 𝜑2𝑐 . De


acordo com a tabela XXX, usando os parâmetros supracitados, o valor mais
apropriado para 𝜑1𝑐 é 1,6.
Para a obtenção do 𝜑2𝑐 , deve-se encontrar o valor de ℎ𝑓𝑖𝑐 de acordo
com a equação xxx. Assim, considerando a área de seção transversal como
4,97 m², perímetro em contato com o ar de 127,3 m e umidade relativa do ar de
90%, calcula-se o valor de 𝛾 pela equação xxx, para em seguida substituir os
valores na equação de ℎ𝑓𝑖𝑐 e obter 𝜑2𝑐 . Logo:
𝛾 = 1 + exp(−7,8 + 0,1 . 90) (27)

𝛾 = 8,389 (28)
Portanto:
2 . 4,97
ℎ𝑓𝑖𝑐 = 8,389 (29)
127,3

ℎ𝑓𝑖𝑐 = 0,655m (30)


Substituindo os valores encontrados na equação xxx:
42 + 65,5
𝜑2𝑐 = (31)
20 + 65,5
𝜑2𝑐 = 1,257 (32)

Logo, o valor de 𝜑𝑓∞ é:


𝜑𝑓∞ = 1,6 + 1,257 (33)

𝜑𝑓∞ = 2,857 (34)

Em sequência, é necessário obter os valores de 𝛽𝑓 (𝑡) e 𝛽𝑓 (𝑡0 )utilizando


a equação xxx, para tanto, é preciso calcular as constantes A, B, C e D,
utilizando respectivamente as equações xxx, xxx, xxx e xxx.

𝐴 = 42(0,655)3 − 350(0,655)2 + 588(0,655) + 113 (35)


𝐴 = 359,78 (36)

𝐵 = 768(0,655)3 − 3060(0,655)2 + 3234(0,655) − 23 (37)

𝐵 = 998,27 (38)

𝐶 = −200(0,655)3 + 13(0,655)2 + 1090(0,655) + 183 (40)

𝐶 = 843,88 (41)

𝐷 = 7579(0,655)3 − 31916(0,655)2 + 35343(0,655) + 1931 (42)

𝐷 = 13548,87 (43)

Então, com os valores de A, B, C e D calculados, pode-se calcular 𝛽𝑓 (𝑡) e


𝛽𝑓 (𝑡0 ) através da equação xxx, utilizando 𝑡 e 𝑡0 como 90 e 30 respectivamente:

902 + 359,78 . 90 + 998,27


𝛽𝑓 (90) = (44)
902 + 843,88 . 90 + 13548,87

𝛽𝑓 (90) = 0,42 (45)

302 + 359,78 . 30 + 998,27


𝛽𝑓 (30) = (46)
302 + 843,88 .30 + 13548,87

𝛽𝑓 (30) = 0,32 (47)

Por fim, para o cálculo do 𝛽𝑑 (𝑡), será utilizada a expressão xxx, portanto:

90 − 30 + 20
𝛽𝑑 (𝑡) = (48)
90 − 30 + 70

𝛽𝑑 (𝑡) = 0,62 (49)

Portanto, substituindo todos os valores encontrados na equação XXX,


tem-se o valor do coeficiente de fluência, logo:

𝜑(𝑡∞ , 𝑡0 ) = −0,00666 + 2,857[0,42 − 0,32] + 0,4 . 0,62 (50)

𝜑 = 0,53 (60)
Com o coeficiente de fluência calculado, pode-se calcular a tensão
térmica real em cada uma das direções das lajes através da equação xxx de
Mehta e Monteiro. Os resultados obtidos estão dispostos na tabela XXX abaixo:

Tabela xxx - Coeficiente de restrição (𝐾𝑅 )


𝐾𝑅 . 𝛼. ∆ 𝑇 . 𝜖
Coeficiente de restrição 𝜎=
Laje 1+𝜑
(𝐾𝑅 )
(MPa)
L1 (Horizontal) 0,01718 0,1777
L1 (Vertical) 0,01866 0,1930
L2 (Horizontal) 0,00654 0,0676
L2 (Vertical) 0,02511 0,2598
Fonte: Autor.
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Percebe-se que as cargas térmicas que poderão ocorrer na laje, não


possuem valores significativos que justifique o dimensionamento de reforço
estrutural para as lajes de fundação.
Existe uma série de fatores que justifiquem um valor tão baixo para as
tensões térmicas, a primeira delas é devido ao baixo valor do coeficiente de
restrição 𝐾𝑅 . Valores tão baixos para esse coeficiente são justificados pela
escolha inicial de remover as restrições no perímetro das lajes, desvinculando-
as da estrutura e suas respectivas fundações, o que reduziu drasticamente os
impedimentos de deslocamento das lajes. O que restou apenas a interação entre
a interface da laje com as placas de EPS, que por sua vez, garantiu uma tensão
de restrição ainda menor, por causa do baixo valor do módulo de elasticidade do
poliestireno.
Outro fator relevante para a baixa carga térmica é devido ao valor
considerável do coeficiente de fluência, responsável por reduzir em
aproximadamente pela metade as tensões finais, o que gerou resultados
satisfatórios para o projeto das lajes.
Porém, os resultados obtidos são vinculados apenas às propriedades
termomecânicas do concreto, o que não leva em consideração a deformação
dos elementos estruturais pela ação microestrutural de congelamento da água
adsorvida nos poros e capilares do concreto. A determinação quantitativa dessa
deformação não possui ainda modelagens de cálculo que sejam válidas para
todos os casos, por isso, a quantificação desses valores deve ser feita através
de ensaios controlados, simulando as condições no qual o elemento estrutural
estará submetido.
Apesar da dificuldade em se determinar as cargas relativas à ação do
gelo e desgelo, uma série de medidas podem ser adotadas que em teoria
reduziria a ação do congelamento. Essas medidas estão associadas ao
desenvolvimento de um concreto de alto desempenho que atenda as
expectativas estruturais, de maneira ecológica e que atenda, principalmente, a
durabilidade requisitada pelo meio em que o concreto está inserido.
O desenvolvimento deste CAD está intimamente relacionado com a
utilização de dois aditivos ao concreto convencional: as adições minerais, como
sílica ativa ou outros materiais pozolânicos, e aditivos plastificantes. Ambas
buscando reduzir o volume de água dentro do concreto, que é o principal
responsável pelas patologias do congelamento.
A adição de sílica ativa, neste caso em especial, seria extremamente
benéfica devido a sua capacidade de consumir as moléculas de C-S-H presente
na pasta cimentícia, o que por consequência evitaria que moléculas de água se
adsorvessem dentro do C-S-H. Além disso, como resultado da reação
pozolânica, além do ganho de resistência mecânica, a reação permitirá o
refinamento dos poros, formando um concreto de estrutura mais densa. Assim,
percebe-se que a ação das pozolanas no cimento agirá de forma duplamente
benéfica para melhoria da resistência ao congelamento do concreto, uma vez
que diminuirá o volume de água dentro do concreto, em virtude do refinamento
dos poros, e reduzirá a quantidade de C-S-H, reduzindo o volume da água que
se encontraria adsorvida dentro da estrutura da molécula.
As adições de sílica ativa em concretos possibilitaram grande ganho
de resistência mecânica e química para concretos, uma vez que pelo
empacotamento promove a redução do efeito parede por terem o
diâmetro dos grãos cerca de 100 vezes menor que o diâmetro dos
grãos do cimento, e consomem a portlandit (CH) por conta da reação
pozolânica permitindo o refinamento de poros. ( LIMA; LIBÓRIO, 2008)
Já em relação a utilização de superplastificantes para concretos
submetidos a baixas temperaturas, Lima e Libório (2008) classificam os
superplastificantes como aditivos tensoativos cuja utilização permite a redução
da relação a/agl em até 0,18, mantendo as características desejadas quanto à
trabalhabilidade e medida de consistência. E com isso é possível limitar a
quantidade de produtos de hidratação por dissolução-precipitação que resultam
em estruturas menos densas que as oriundas de processos topo-químico ou
difusão iônica. O que segundos os mesmos, para concretos submetidos a baixas
temperaturas é extremamente importante o uso de superplastificantes uma vez
que promove a redução do conteúdo de água congelável no concreto
endurecido.
Outra adição que deve ser utilizada para o desenvolvimento deste CAD,
é a de agentes incorporadores de ar, que como foi explicado no tópico xxx,
funciona como escape para a água no momento de sua expansão. Nota-se que
este item deve ser utilizado de maneira eficiente, pois sua utilização tende a
reduzir drasticamente a resistência final do concreto endurecido, portanto
ensaios de resistência em relação à quantidade de ar incorporado devem ser
realizados.
E por fim, além das adições supracitadas, indica-se para este projeto, a
adoção do cimento Portland CPII E pelos seguintes motivos, segundo Lima e
Libório (2008):
a. Por se tratar de indústria do ramo alimentício, onde os ambientes
de armazenamento estão constantemente submetidos a
processos de sanitização industrial, a adição de escoria no
cimento consumirá o CH produzido, e por se tratar de com
composto de alta solubilização a esses processos industriais,
dará melhor durabilidade;
b. O baixo calor de hidratação resultado da utilização deste tipo de
cimento é uma vantagem se tratando de estruturas industriais
com grandes volumes de concreto, o que minimiza os efeitos da
retração plástica do concreto;
c. A forma do silicato tricálcico - C3 S, favorece a incorporação de ar
do concreto;
d. Uma vez que a estrutura não será solicitada a um prazo inferior a
90 dias, a utilização de um cimento de velocidade de hidratação
lenta torna-se mais vantajoso em ralação aos convencionais.
Assim, devido à ausência de uma normatização elaboração de um
concreto submetido ao congelamento nas normas brasileiras, podem ser
utilizadas as normatizações estabelecidas por entidades internacionais
relacionadas. Os modelos relacionados de maior confiabilidade recomendados
para propor um concreto de alto desempenho para estes fins são:
a. Federação Internacional para Concreto Estrutural (fib): máxima
relação a/agl = 0,45; classe de resistência mínima – C30/37;
consumo mínimo de cimento – 340 kg/m3 ; teor mínimo de ar –
4%. Estas especificações correspondem à classe de
agressividade ambiental XF4 – ataque por gelo e degelo, na
condição saturada e na presença de agentes degelantes ou água
do mar.
b. Instruções para o Concreto Estrutural (EHE): máxima relação
a/agl = 0,50; classe de resistência mínima – C30; consumo
mínimo de cimento 325 kg/m3; teor mínimo de ar 4,5%. Estas
especificações correspondem à classe de agressividade
ambiental F – ataque por gelo e degelo na presença de sais e/ou
agentes degelantes.
c. Instituto Americano do Concreto (ACI 318-833): máxima relação
a/agl = 0,45, para obras como meio- fios, calhas e corrimões e
0,50 para outros elementos. (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar do Brasil ser de clima predominantemente quente, pode-se


perceber que em algumas situações especiais, existem casos de congelamento
e altíssimas variações de temperatura, como a câmara frigorifica apresentada
neste trabalho. Nota-se que as normas brasileiras não preveem situações de
congelamento do concreto o que tornou escasso as referências normativas,
então foi buscado o maior número de informações em literatura científica e de
normatizações internacionais. Este estudo mostrou, acima de tudo, uma
necessidade de normatização utilizando os parâmetros de materiais, climáticos,
geológicos e ambientais para ações de natureza não comuns, como é o caso de
concretos submetidos a baixas temperaturas.
Dentre os objetivos específicos desse trabalho, foi possível definir os
efeitos mecânicos da variação de temperatura no concreto com base na literatura
científica. Os principais fatores que influenciam a criação de cargas térmicas e
ação do congelamento foram devidamente identificadas. A forma de ocorrência
da ação do congelamento foi descrita com base em trabalhos científicos. Os
métodos de cálculos de tensões térmicas reais e totais foram devidamente
apresentados e roteirizados, assim como a obtenção dos valores de cargas
térmicas que ocorrerão na laje no interior da câmara frigorífica, foram obtidos
através destes modelos de cálculo. E por fim, foi apresentada sugestões para
minimização dos efeitos do congelamento nas lajes, de acordo com
normatizações internacionais.
Logo, com todos os objetivos específicos alcançados, pode-se dizer que
o objetivo principal deste trabalho, que é um estudo do comportamento
termomecânico nos elementos estruturais no interior de uma câmara frigorifica,
foi alcançado.
Os resultados obtidos deste trabalho foi bastante conclusivo, em
situações extremas, sob as mesmas condições de temperatura e com os
mesmos valores de módulo de elasticidade, no caso da laje mais crítica, a laje
L8 que sofreria uma tensão de 713,89 Mpa, na prática, com todas as condições
de contorno favoráveis que foram adotadas como padrão, foi calculado uma
tensão de apenas 0,067 Mpa, valor muito abaixo do que era esperado cerca de
dez mil vezes inferior. Isso mostra como as condições de contorno influenciam
de forma muito significativa para os cálculos estruturais, neste caso, relacionado
às tensões térmicas.
Porém, os métodos encontrados na literatura científica, não levam em
consideração os efeitos do congelamento da água no interior do concreto, o que
necessita de testes experimentais mais conclusivos para definir com precisão os
efeitos térmicos nas estruturas. Dessa forma, como sugestão para futuras
pesquisas, sugere-se os seguintes temas:
a. Elaboração de um modelo de cálculo para expansão do concreto
submetido a temperaturas de congelamento;
b. Formulação e experimentação de um traço de concreto de alto
desempenho para estruturas submetidas a congelamento;
c. Pesquisa sobre patologias encontradas em ambientes de baixas
temperaturas;
d. Mapeamento de patologias em pisos industriais submetidos a
congelamento;
e. Elaboração de modelos de cálculo para determinação da
interação na interface solo-estrutura.

file:///C:/Users/Matheus/Downloads/RESUMO_42275150846_ptg%20(1).pdf

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