Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nacional da Indústria
Iniciativa da CNI • Confederação
Nacional da Indústria
,
ELETRICA
PREDIAL E
INDUSTRIAL
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Conselho Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios; seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491m
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Manutenção elétrica predial e industrial I Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional
da Bahia - Brasília: SENAl/DN, 2018.
126 p.: il. - (Série Energia - Geração , Transmissão e Distribuição) .
ISBN 978-855050296-0
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte · Quadra 1 · Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem 1ndustrial Simonsen • 70040-903 · Brasília - DF • Tel.: (Oxx61 ) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (Oxx61 ) 3317-9190 • http:/ / www.senai.br
Lis a de i1ustrações
Figura 1 - Planejamento e controle da manutenção ........................................................................................... 18
Figura 2 - FI uxo das atividadles do PCM ........................................................................... 0 ...................................... 19
Figura 3 - Fluxo das atividades do planejamento da manutenção ................................................................20
Figura 4 - Fluxo das atividades da programação da manutenção ..................................................................21
Figura 5 - FI uxo das atividades de controle da manutenção ...........................................................................22
Figura 6 - Inspeção visual em painéis elétricos ...................................................................................................... 25
Figura 7 - Verificando o nível de tensão das instalações ..................................................................................... 26
Figura 8 - Evolução da manutenção ...........................................................................................................................32
Figura 9 - Ferramentas estratégicas ...................................................................................,.......................................33
Figura 1O - Benchmarking ............................................................................................................................................33
Figura 11 - Ciclo PDCA.............................................................................................................,........................................34
Figura 1 2 - Princípio de Pa reto .............................................................................................,.. .....................................35
Figura 13- Os pilares da TPM ................................................................................................,.................................,...... 36
Figura 14 - Tipos de manutenção ........................................................................................,............................... u ...... 37
Figura 15 - Manutenção corretiva não planej ada .................................................................................................38
Figura 16 - Manutenção _
p reventiva ...................................................................................,........................................39
Figura 17 - Manutenção preventiva em painéis elétricos ...................................................................................40
Figura 18 - Conceito da manutenção preditiva .............................................................................................. H ••••• 41
Figura 19 - Manutenção preditiva em motores elétricos ...........................................,........................................42
Figura 20 - Conceito da manutenção detectiva .............................................................,.. ......................................44
Figura 21 - Painel com lâmpadas de sinalização ...........................................................,.......................................44
Figura 22 - Custo dos tipos de manutenção vs resultados ...............................................................................46
Figura 23 - Instrumentos de controle da manutenção .......................................................................................47
Figura 24 - Modelo de SSM ...........................................................................................................................................48
Figura 25 - Modelo de Ordem de Serviço ...............................................................................................................48
Figura 26 - Técnico preenchendo relatório de inspeção .............................................,.......................................49
Figura 27 - Software ERP ........................................................................................................,. ................................,......49
Figura 28 - Confiabilidade ......................................................................................................,.................................,......50
Figura 29- Ciclo da manutenção baseado na confiabilidade ...........................................................................55
Figura 30 - Técnico fazendo testes em painel elétrico ......................................................................................... 61
Figura 31 - Corrente elétrica nominal ................................................................................,.......................................62
Figura 3 2 - Sobrecorrente ......................................................................................................,.. ..................................... 63
Figura 33 - Sobrecarga ............................................................................................................,.................................,...... 64
Figura 34 - Extensões e filtro de linha para tomadas ...................................................,............................... u •••••• 64
Figura 35 - Fluxo de atividades para identificar sobrecarga ......................................,........................................65
Figura 36 - Lei de Joule ...........................................................................................................,. ................................,...... 68
Figura 37 - Sobreaquecimento em painel elétrico .......................................................,........................................69
Figura 38 - Inspeção termográfica em instalações elétricas ......................................,.................................,...... 72
Figura 39 ·- Termômetro infravermelho ..............................................................................................................,...... 72
Figura 40 - Centelhamento/ arco elétrico ................................................................................................................73
Figura 41 - Centelhamento durante a abertura dos contatos de um relé ...................................................74
·Figura 42 - Condutor isolado .......................................................................................................................................75
Figura 43 - Falha na isolação por emenda malfeita .............................................................................................75
Figura 44 - Medição dia resistência de isolamento em condutores ...............................................................77
Figura 45 - Testando a isolação de um motor ........................................................................................................79
Figura 46 - Resistência de isolação do motor por um período de tempo ...................................................79
Figura 47 - Danos físicos e materiais provocados por um curto-circuito ....................................................80
Figura 48 - Princípio de incêndio provocado por um curto-circuito .............................................................81
Figura 49 - Diagrama unifilar - Painel elétrico .......................................................................................................82
Figura 50 - Diagrama unifilar - Seletividade .........................................................................................................83
Figura 51 - Seletividade por níveis de corrente ......................................,.............................................................84
Figura 52 - Seletividade por tempo ..........................................................................................................................84
Figura 53 - Seletividade por níveis de corrente e tempo ...................................................................................85
Figura 54- Escada rolante ............................................................................................................................................88
Figura 55 - Fasímetro e sequencímetro ...................................................................................................................89
Figura 56 - Análise de vibração ..................................................................................................................................90
Figura 57 - Análise de ruídos ........................................................................................................................................91
Figura 58 - Dependência do homem com os instrumentos de medição ....................................................95
Figura 59- Medição de temperatura com termômetro i nfravermelho ........................................................97
Figura 60 - Imagem real vs imagem térmica ..........................................................................................................98
Figura 61 - Inspeção com termovisor em painéis elétricos ..............................................................................99
Figura 62 - Medição com analisador de energia ............................................................................................... 100
Figura 63 - Megôhmetro analógico ........................................................................................................................ 102
Figura 64 - Megôhmetro digital ............................................................................................................................... 103
Figura 65 - Meio ambiente ......................................................................................................................................... 107
Figura 66 - Poluição na praia de Bali, Indonésia ................................................................................................. 108
Figura 67 - Lixeira para coleta seletiva .................................................................................................................. 11 O
3 Manutenç,ão .....................................................................................................................................................................31
3.1 Conhecimento de gestão ........................................................................................................................33
3.2 Manutenção produtiva total ...........................................................................".......................................35
3.3 Tipos de manutenção ...............................................................................................................................37
3.3.1 Manutenção corretiva ..................................................................................................... u ...... 37
3.3.2 Manutenção preventiva ........................................................................................................... 38
3.3.3 Manutenção preditiva ..............................................................................................................40
3.3.4 Manutenção detectiva ..................................................................................................... 0 ...... 43
3.3.5 Engenharia de manutenção ...................................................................................................46
3.4 Instrumentos de controle da manutenção .........................................................................................47
3.5 Confiabilidade: análise de falhas e defeitos, falha humana, análise de riscos, prevenção e
correção de fa 1has .......................................................................................................................................50
3.5.1 Análise do modo e efeito de falha - FMEA ........................................................................51
3.5.2 Falha h.umana ........................................................................................................................ ., ...... 55
3.6 Técnicas de desmontagem de equipamentos das instalações elétricas ..................................56
t com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem lndustriial (SENAI) traz o
livro didático de Manutenção Elétrica Predial e Industrial.
Este livro tem como objetivo levar o aluno a desenvolver capacidades técnicas relativas à
manutenção de sistemas elétricos prediais e industriais, bem como capacidades sociais, orga-
n·izativas e metodológicas, de acordo com a atuação do técnico no mundo do trabalho.
Nos capítulos a seguir, veremos conceitos, procedimentos e normas voltadas à área de ma-
nutenção com o intuito de instruir o aluno sobre os elementos que englobam a manutenção
elétrica e elucidar as técnicas para análise de algumas falhas em instalações elétricas, utilizan-
do instrumentos de medição e conhecimentos técnicos que irão auxiliar no dia a dia da manu-
tenção. Será apresentado também como a manutenção pode auxiliar o meio ambiente através
da identificação dos tipos de materiais recicláveis e o descarte adequado.
Este livro visa proporcionar ao aluno conteúdo técnico necessário que permita planejar e,
executar manutenções em equipamentos e i nstalações elétricas, bem como identificar falhas
através de técnicas e instrumentos adequados para evitar danos ou prejuízos às instalações
elétricas.
Por fim, esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades sociais, organizati-
vas, metodológicas e técnicas. Queremos que você esteja preparado e capacitado para execu-
tar a manutenção elétrica predial e industrial. Os estudos desta unidade curricular lhe permiti-
rão desenvolver:
i) Demonstrar organização;
j) Estabelecer prioridades;
n) Ter proatividade;
o) Ter responsabilidade;
p) Trabalhar em equipe.
CAPACIDADES TÉCNICAS
o) Identificar os defeitos;
1 INTRODUÇAO •
p) Identificar os riscos;
r) Indicar, no projeto, as alterações para atualização dos documentos técnicos, inclusive por meio
de croqui;
ab) Utilizar software específico de monitoramento dos sistemas elétricos prediais e industriais;
Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
Bons estudos!
Elementos de manutenção elétrica
Deste modo, a manutenção tem motivado diversos profissionais a se atualizar. Por isso,
convido-o a fazer o mesmo através da leitura deste livro.
0
tivamente como função do organismo produtivo no século
XVI, com a aparição dos primeiros teares mecânicos, época
1 CURIOSIDADES que indica o abandono da produção artesanal e do sistema
econômico feudal.
(Fonte: VIANA, 2002).
Desde o surgimento do setor dedicado apenas à manutenção até os dias atuais, a indústria
vem passando por diversas mudanças influenciadas diretamente pelo avanço da tecnologia.
A manutenção acompanha esta evolução tecnológica e conquista cada vez mais importân-
cia motivada pela necessidade das indústrias em melhorar a qualidade dos produtos, diminuir
custos, aumie ntar a disponib~ lidade e confiabilidade dos equipamentos.
. -. .
'
' •
.. .. ...··-. --.
~ ..... - -
.. . ·- . . .. . . . . . 9\
··-. -. -.. ..
. ... ... ··.···-. ·-.-....-._
• • • • • • • • • • • • • - 1
. .. _.
...- .. .· -. ... · ·. . . .a- . ... . . . . · ·. .. .- .. ..
"- .. .. - .....
··- • • .. ·-.. ·-.;-e·,. ._..• f- • .•.,
. . . -- -. . . .··-. . . . .-·- .. ·-
91,. ·-. · - •
"li -.,.
,
~ ' .• • .ri,,.
t :. '
~ r:. :. .)· ••••.-,..
.
. ~.. .•••:~.., 'Q
IC •t•.•.•• ,.. : ..••.•,• •..••
• •
.. - • • ..---
••
• .. • •
••
• • •
·- •i.
..
••
• •
••
. "'" / '.
f ' ·-• .. • • 1 .. - •
f ..
-
.. .. .- ..
. . _ -.. __ ··-. _ ···- ._
• -
. •
..
-
. .
..
· - .. -... ··----
--
.- ..
•
. . . -e._ ~-
· ~r. .
-- ' ·- . . .. . - . . - . . . ... 1 . .....
..
-.:-...·. -.:.. ·- ~ . 5_-;~·~--l-. -._ .--~.·:.-· ..~--"" ...
• · •.
·-...-~::·-.
....
. · -.
•. -
. ..
. .. . •.
·-. . .
t:..:1· ... '..· --..-...- .. . ..
·-.. .
·- . . .
·- ..
-.. .. -~"'J ·.
-- ....
.~..l ' r ., ·-..
....··- .... ::. :~ -....·~"··~~ ···-.
·· . ·:.~:··-.
··. . ·-.._ ....... _ ..._...
..-:.-.~:··-......... 4o·---. :. .
__ .... . ·· . . · .. •
.. . .. ... ' . -. . . .. .
.-. .. . . ·- ... . . .. --. .... ·--
..
.. . .... . ..
·--
.. . .
.- ·-- ... -.
. .
Figu ra 1 - Planejamento e controle da manutenção
Fonte : SENAI DR BA, 2018.
Nesse sentido, diante da importância da manutenção e com a utilização crescente de energia elétrica
para funcionamento dos equipamentos, houve a necessidade das indústrias em organizar o setor de ma-
nutenção elétrica e ter profissionais qualificados para realizar atividades específicas, para manter os equi-
pamentos funcionando adequadamente e com segurança.
No cenário atual da manutenção, é importante que o profissional tenha, além do conhecimento téc-
nico, noções organizacionais do setor. Assim, serão abordados neste capítulo procedimentos para o pla-
nejamento, programação e controle da manutenção das instalações elétricas, como também, aplicações
conforme a norma ABNT NBR 541 Opara as instalações elétricas de baixa tensão.
O setor de manutenção tem uma área específica para planejamento, programação e contro,le da manu-
tenção conhecido como PCM (Planejamento e Controle da Manutenção).
custos e indicadores dos serviços com o propósito de garantir a confi abilidad e e disponibilidade dos equi-
pamentos.
Por exemplo, no início da sua jornada de trabalho, o técn,ico encontra no setor de manutenção soli-
citações de operadores para reparar equipamentos que não estão funcionando perfeitamente, além de
atender chamados de operadores ou usuários de equipamentos que apresentam defeito e pararam de
2 ELEMENTOS OE MANUTENÇÃO ELÉTRICA •
O PCM deve avaliar todas as demandas solicitadas e executar os serviços de maneira planejada, progra-
mada, analisando os custos envolvidos e principalmente os impactos na produtividade.
O PCM atua resumidamente conforme o fluxograma a seguir para execução dos serviços:
8~ OPEMÇID
EN&ENHA&\ DE
MMU'1N~
8 ~ _(Sol_!_~_.r_._,,d:_._Sll'ltpa
____ (Plana d1 rmnaimnçJaJ
za:
-a.
l"r+-to._s..... J
~
1 P1Dgt m•5'o.__..,_
~
"-••E ....... l
1 8"Pasf1du, Wipls
~
[ e.......... Hnipli l
Figu ra 2 - Fluxo das atividades do PCM
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
Durante a execução dos serviços, é feito o gerenciamento e, ao término., o setor faz o controle do serviço
1
realizado.
1 ~ SAIBA Para ter mais informações sobre a organização da manutenção, consulte: VIANA, Her-
~' MAIS bert. PCM: planejamento e controle da manutenção. Rio de Janeiro: Qua litymark, 2002.
A atuação do PCM é fundamenta l para o bom desempenho e organização da manutenção, tendo cada
etapa a sua devida importância. Desta maneira, a seguir serão detalhados os procedimentos realizados
durante as etapas de planejamento, programação e controle.
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
Desta maneira, é possível organizar as ações, entender as necessidades e criar uma estratégia eficiente
para minimizar os custos com a manutenção e aumentar a disponibilidade dos equipamentos.
O fluxograma a seguir exemplifica as etapas para o planejamento de um serviço que surgiu a partir de
uma solicitação de serviço de manutenção por um operador:
1 UM&~c:.O 1
SElotDE
~ A-...çÃO
DASW
PLAT•AlllilllU
~ l_fE
_
_MlrORla
. .,_
...__R_CSiM
CM
_ o__
AIDlllRDI
(JmBIMSOlWÇO
DiJ
_. ~
. ... -.. .-... ._
.... -.-
.-----· ·-......... PMQ AW' "R Ull ' •MOE
<.,....--- tRirNOA1 -·-·~> --+ EKJ••Mc:JMãlM
......... /
O planejamento da manutenção inicia a partir de uma solicitação de serviço de manutenção (SSM) que
é enviada ao setor relatando algum problema nas instalações.
A manutenção avalia a SSM e caso seja procedente inicia uma ordem de serviço (0.S.) para investigar,
organizar as atividades e, por fim , avaliar se há urgência na execução do serviço.
2 ELEMENTOS OE MANUTENÇÃO ELÉTRICA •
Caso haja urgência, a manutenção pode ser iniciada. Caso contrário, o PCM classifica e programa a exe-
1
- -
2.1 .2 PROGRAMAÇAO DA MANUTENÇAO
A programação da manutenção das instalações elétricas refere-se à análise da disponibilidade dos re-
cursos, como: mão de obra, ferramentas, máquinas e materiais necessários para execução da manutenção.
O fluxograma a seguir ilustra as etapas que compreendem a programação da manutenção:
M.UMCllllCtOAOE
E NCW1RNA <R>EM
~~M
5EllltlE
1 ~~ 1
MNl.J1EllÇMl
PllOGRªM~lD
____....
~t.
--- --.·-....._
.---·_... ---..._
~ [_- _ PM>CliDllB«Oi
Aalll
_ Hl _ Nl_N_ _
Após a fase de planejamento, o PCM inicia a programação dos serviços analisando a disponibilidade
dos recursos.
Caso haja recursos, a manutenção é iniciada, caso contrár1io, o PCM deve acompanhar os procedimen-
tos de compra de materiais, disponibilidade de equipamentos, ferramentas e/ou recursos humanos para
programar e iniciar o serviço.
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
Durante ,a execução dos serviços, o PCM gerencia as atividades e dá suporte aos executantes, anteci-
pando possíveis demandas que surjam durante o processo, garantindo a execução do serviço no prazo e
com os recursos previstos.
-
2.1 .3 CONTROLE DA MANUTENÇAO
O PCM realiza o controle da manutenção das instalações elétricas através da análise crítica do serviço
executado, ou seja, o setor avalia se o serviço foi realizado conforme planejado e programado, identifican-
do possíveis desvios que ocorreram durante a sua execução.
Desta forma, são obtidos indicadores confiáveis que possibilitem a gestão das práticas de manutenção
e uma melhoria contínua dos processos de trabalho.
O fluxogrrama a seguir ilustra as etapas de controle da manutenção das instalações elétricas.
5EIOODE
W.....u.J5AA Qi.E
IWIJIEIQO 'DlllU.MflMr.UI
<' *I ilO' ç osmcos
Mesmo após a execução da manutenção, o PCM continua analisando o serviço que foi executado com
a intenção de levantar informações para avaliar o desempenho da manutenção e poder intervir nos pro-
cedimentos, caso necessário, para melhorar os principais indicadores e, consequentemente, aumentar a
produtividade.
Por exemplo, nesta etapa, o setor verifica se o serviço foi executado no tempo planejado, se cumpriu a
programação, o tempo médio para realizar o reparo, se houve retrabalho, qual foi o tempo médio entre a
falha anterior deste mesmo equipamento e outros.
2 ELEMENTOS OE MANUTENÇÃO ELÉTRICA •
CASOS E RELATOS
Uma fábrica de confecção de roupas operava há 1O anos sem nenhuma prática de manutenção nas
instalações e equipamentos.
Frequentemente, ocorriam paradas na produção da fábrica por falta de manutenção nas máquinas
de costura, máquina de estampa e por queda na energia elétrica. Desta forma, a fábrica já estava ten-
do prejuízos devido à queda da produção. Foi neste momento que o proprietário da fábrica resolveu
contratar uma empresa especializada em manutenção.
Após identificados os problemas nas instalações elétricas a empresa de manutenção fez as i nterven-
ções necessárias e passou a fazer manutenção periodicamente, inclusive, nas máquinas de costura e
de estampa seguindo as recomendações dos fabricantes.
Desde então, a fábrica passou a ter lucros, pois aumentou a produção, reduziu consideravelmente os
custos com manutenção corretiva e parada da produção.
Em instalações elétricas de baixa tensão, o PCM tem que seguir os critérios mínimos estabe,lecidos pela
norma ABNT NBR 541 O para as atividades de manutenção, como: qualificação das pessoas, periodicidade
e rotinas de manutenção conforme será apresentado a seguir.
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
As instalações elétricas, por utilizar diversos equipamentos e elementos que são necessários para ga-
rantir o forniecimento de energia, são muito complexas.
Por isso, existem normas que estabelecem uma série de critérios e condições que as instalações devem
satisfazer e a NBR 541 Oé uma delas.
A NBR 541 Oé a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece as condições
que devem seguir as instalações elétricas de baixa tensão. Conforme definido na referida norma, caracte-
riza-se como baixa tensão os circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1000
Volts em corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1SOO Volts em corrente contínua.
Com relação à manutenção, a norma da ABNT NBR 541 O estabelece os seguintes itens:
t écnicos)
1 BA4 e BAS: é um código que representa a compet ência das pessoas que irão utilizar as instalações elét ricas, onde a primeira
letra indica a categoria geral, a segunda let ra indica a nat ureza e o número indica a classe.
2 ELEMENTOS OE MANUTENÇÃO ELÉTRICA •
c) Verificação de rotina: faz parte da manutenção preventiva a verificação das instalações elétricas
através de inspeções visuais, conforme a figura seguinte, para identificar se os equipamentos e
componentes apresentam danos aparentes que comprometam o funcionamento adequado e
a segurança. As verificações de rotina são feitas em dois momentos. No primeiro momento será
inspecionado visual mente os seguintes itens:
- Condutores: deve ser verificada a isolação dos condutores para identificar sinais de aqueci-
mento excessivo, rachaduras e ressecamento; e seus elementos de conexão, fixação e suporte
para verificar folga nas conexões gerando mau contato, o estado de conservação e limpeza;
- Quadros de dist ribuição e painéis: deve ser verificada a integridade da estrutura mecânica
dos quadros de distribuição e painéis observando se há algum dano físico, corrosão e se seus
elementos estão em perfeito funcionamento. Internamente, todos os elementos devem ser
inspecionados avaliando o estado dos contatos, ajustes, calibrações, fixação e limpeza. t im-
portante verificar se há sinais de aquecimento excessivo em algum componente;
A inspeção visual é uma atividade simples, mas extremamente importante para identificar falhas ou
quaisquer anomalias visíveis nas instalações elétricas e devem ser feitas com muita atenção para evitar que
estas falhas se transformem em defeitos ou danos mais graves.
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
,='.~FIQUE Sempre que possível, as verificações devem ser feitas com as instalações elétricas
desenergizadas, garantindo uma maior segurança aos profissionais envolvidos na
~·~ALERTA manutenção.
Após a inspeção visual, deverão ser realizados, no segundo momento, os ensaios nas instalações elétri-
cas. Os ensaios são testes feitos, normalmente, com auxílio de instrumentos de medição para verificar se as
instalações estão aptas a funcionar. Deste modo, deverão ser realizados, no mínimo, os seguintes ensaios:
- Resistência de isolamento das partes dai instalação objeto de SELV 2, PELV 3 ou separação elétrica 4;
- Ensaios de funcionamento.
Caso seja identificada alguma irregularidade durante os ensaios, o ensaio deverá ser repetido após a
correção do problema, inclusive, os ensaios predecessores que tenham sido influenciados.
Após realizar a inspeção visual e os ensaios, chega o momento de ser feito o ensaio geral de funciona-
mento das instalações elétricas, pelo menos, das situações de maior perigo.
Nesta etapa da verificação é importante também avaliar se os níveis de tensão estão adequados à ins-
talação, conforme ilustra a figura seguinte.
2 SELV: sistema de extrabaixa tensão que é elet ricamente separad o da t erra, de outros sistemas e de tal modo que a ocorrência
de uma única falta não resulta em risco de choque elét rico.
3 PELV: sistema de extrabaixa tensão que não é elet ricamente separado da terra, mas que preenche, de modo eq uivalentel todos
os requisitos de um SELV.
4 Separação elétrica: é uma prot eção supletiva contra choques elét ricos quando massas ou partes condutivas acessíveis tornam-
se acidentalment e vivas.
2 ELEMENTOS OE MANUTENÇÃO ELÉTRICA •
As inspeções e ensaios em instalações elétricas são importantíssimos para evitar possíveis falhas ou
irregularidades que ocorram no sistema elétrico durante a sua vida útil, prevenindo que equipamentos
elétricos operem fora dos seus parâmetros nominais ou que possíveis falhas ocorram provocando danos
físicos às instalações ou acidentes com pessoas.
~ SAIBA Para ter mais informações em relação aos ensaios em instalações elétricas consulte o
~' MAIS item 7.3 da Norma ABNT NBR 5410.
d) Manutenção corretiva: caso seja identificada alguma anormalidade durante as inspeções e en-
saios nas instalações elétricas, toda a instalação ou apenas a parte afetada deverá ser desenergi-
zada e a falha deverá ser corrigida por pessoas advertidas (BA4) ou qualificadas (BAS).
Aaplicação da norma ABNT NBR 541 Ona manutenção elétrica predial e industrial é generalista, deven-
do ser utilizada apenas como uma referência do mínimo que deve ser feito nas instalações elétricas.
t importante destacar que o técnico deve observar as particularidades de cada componente da insta-
lação elétrica e seguir as orientações do fabricante no que diz respeito à manutenção. Contudo, as reco-
mendações da referida norma garantem um funcionamento adequado e com segurança das instalações
elétricas de baixa tensão.
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
RECAPITULANDO
Aprendemos neste capítulo que o sucesso da manutenção depende da organização do setor através
da área de PCM que é responsável pelo planejamento, programação e controle dos serviços. Cada
atividade deve ser analisada cuidadosamente e assim o sucesso do setor é traduzido em uma maior
disponibilidade dos equipamentos, menor custo e consequentemente maior produtividade.
Aprendemos que o PCM é responsável por organizar todos serviços executados na manutenção e ao
término dessas atividades o PCM analisa os procedimentos executados para avaliar o desempenho
da manutenção através de indicadores que irão ajudar no acompanhamento de desempenho e me-
lhoria contínua da manutenção.
Para manutenção em instalações elétricas de baixa tensão vimos que devemos seguir, no mínimo,
as orientações da norma ABNT NBR 541 O que estabelece alguns critérios para manutenção, como:
periodicidade da manutenção, qualificação das pessoas envolvidas na manutenção, as verificações
de rotina e a manutenção corretiva que devem ser executadas nas instalações.
2 ELEMENTOS OE MANUTENÇÃO ELÉTRICA •
Manutenção, conceitualmente, significa o ato de conservar equipamentos com as caracte-
rísticas originais, de modo que estejam aptos para funcionar quando necessário ou, em caso
de defeito, sejam reparados no menor tempo possível, concil ~ ando soluções técnicas e econô-
micas.
Porém, apenas a conservação dos equipamentos não é suficiente para garantir o sucesso,
da manutenção.
Observou-se, então, que a solução era planejar, modernizar e atualizar a manutenção com
novas técnicas como, por exemplo, as técnicas de manutenção preventiva, preditiva, detectiva
e engenharia de manutenção.
5 TPM: Termo proveniente da palavra em inglês Total Productive Maintenance que significa Manutenção Produtiva
Total.
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
·~ \
Ma n ut enção Mê.1 n utcn Çt"io .~.., ~1 n utc n e; \iO Enqc n htH líl d e
Cu r r~li'I.'<' Prcv~ntivti Prccl iti vcJ M ti n l11tcn çtlo
Um dos indicadores de desempenho mais utilizado na manutenção é a contiabilidade que analisa, atra-
vés da aplicação de técnicas de análises de falhas, a probabilidade de ocorrer falhas em um equipamento
ou sistema.
Assim, a manutenção é peça fundamental para execução das técnicas de análises de falhas, pois é ne-
cessário conhecer os equipamentos, investigar as causas das falhas para que o resultado deste processo
seja transformado em ações no plano de manutenção.
Nas páginas a seguir serão abordados aspectos como gestão da manutenção, tipos de manutenção,
TPM, instrumentos de controle da manutenção e contiabilidade. Além das técnicas de desmontagem de
equipamentos das instalações elétricas.
Vamos nessa!
3 MANUTENÇAO •
As ferramentas estratégicas são instrumentos gerenciais utilizados para conduzir as ações de uma em-
presa, para que esta alcance suas metas. Algumas ferramentas estratégicas utilizadas na gestão da manu-
tenção, são:
a) Benchmarking: é um processo de comparação dos principais indicadores de performance com
uma empresa do mesmo seguimento de negócio que já possui um nível de excelência. No caso
da manutenção, a aplicação desta ferramenta assume um foco estratégico para que a empresa
melhore seus indicadores e se torne mais competitiva no seu ramo de atuação;
Nossa
empresa
Figura 10 - Benchmarklng
Fonte: SENAJ DR BA, 2018.
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
b) PDCA: conhecido como cicJo PDCA, é uma metodologia com ampla aplicação em diversos pro-
cessos com o objetivo de solução de problemas, controle e melhoria contínua. PDCA é assim cha-
mado devido aos nomes das suas etapas que são representadas pela sua letra inicial em inglês:
- A: do verbo em inglês Action, que significa agir em português, mas no contexto da metodolo-
gia significa corrigir.
Ciclo PDCA
Treinar; Acompanlhar
Corrigir erros; desempenho;
Padronizar. Verificar meta s.
c) Diagrama de Pareto: é um gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrêncÍJas, da maior
para a menor, facilitando a identificação dos problemas que ocorrem com maior frequência, com
o objetivo de focar os esforços nos problemas mais importantes. O Princípio de Pareto apresenta
o conceito de que, na maioria das situações, 80ºA> das consequências são resultado de 20º/Ó das
causas. Ou seja, são poucas causas que originam a maioria dos problemas.
3 MANUTENÇAO •
PRINCÍPIO DE PARETO
20o/o 80%
ESFORÇO RESULTADOS
20%
-
20o/o
Figura 12 - Princípio de Pa reto
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
gestão.
No entanto, algumas ferramentas estratégicas como PDCA fazem parte do dia a dia dos técnicos, pois a
sua apl icação resulta em uma maior eficiência do seu desempenho no trabalho.
São inúmeras ferramentas estratégicas que podem ser aplicadas para permitir que a gestão da ma-
nutenção alcance suas metas e faça parte das estratégias das empresas para tornar-se mais competitiva.
No entanto, existem algumas ferramentas estratégicas que acabam se tornando uma filosofia estratégica,
como é o caso da TPM que veremos a seguir.
g) Segurança, saúde e meio ambiente: garantir segurança e saúde aos funcionários e evitar im-
pactos ambientais;
h) Areas administrativas: aprimorar o trabalho administrativo, reduzindo as perdas e aumentando
a eficiência dos processos administrativos.
Alguns pilares da TPM buscam a manutenção planejada e melhorias específicas. Desta forma, é ne-
cessário conhecer e aplicar corretamente os tipos de manutenção para cria'r um plano de manutenção
adequado e eficaz às instalações.
3 MANUTENÇAO •
Compõe a manutenção um conjunto de atividades planejadas ou não planejadas que são realizadas
com o objetivo de manter ou recuperar as características funcionais de U1
m equipamento ou sistema.
A manutenção planejada depende de uma organização prévia de atividades e métodos que serão apli-
cados, além de ferramentas e mão de obra que serão necessários para evitar que ocorram falhas nos equi-
pamentos.
Neste caso, existem algumas técnicas para realizar e programar a manutenção, como as mianutenções
preventiva, preditiva, corretiva planejada e d1etectiva.
MANUTENÇÃO
,, ,, , r ,, ,,
r - 1
MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO 1
1 CORRETIVA CORRETIVA PREVENTIVA PREDITIVA DETECTIVA
1 ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 1
L-----------------------------------------~
Figu ra 14 - Tipos de manutenção
Fo nte : SENAI DR BA, 2018.
Atualmente, está havendo uma mudança de conceito na manutenção. Essa mudança consiste em dei-
xar de ficar consertando para implantar um conjunto de atividades para aumentar a confiabil idade e, as-
sim, garantir a disponibilidade dos equipamentos através da engenharia da manutenção.
Nesse sentido, convido vocês para aprender um pouco mais sobre os tipos de manutençã10, suas van-
tagens e desvantagens.
A manutenção corretiva é um conjunto de atividades que tem como objetivo restaurar ou corrigir as
condições de funcionamento de um equipamento para que retorne próximo às condições originais.
6 Falha: é o término da capacidade de um item desempenhar a função requerida {ABNT NBR 5462, 1994).
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
As principais características da manutenção corretiva quando ocorre de maneira não planejada, são:
a) Redução da disponibilidade dos equipamentos;
b) Diminuição da vida útil dos equipamentos;
c) Paradas em momentos indesejados e inesperados causando prejuízos à empresa;
d) Perda da qualidade do produto;
e) Aumento no custo da manutenção.
Apesar do avanço das técnicas e métodos na manutenção~ é impossível eliminar completamente a ma-
nutenção corretiva não programada, pois em muitos casos ainda não é possível prever o momento exato
que uma falha irá ocorrer nos equipamentos. Entretanto, a aplicação da manutenção preventiva evita as
ações não planejadas, conforme será abordado a seguir.
A manutenção preventiva tem o objetivo de prevenir defeitos que possam ocasionar a falha ou dimi-
nuir o desempenho de funcionamento dos equipamentos em operação.
Esta é uma manutenção que atua de maneira programada, através de um plano de manutenção elabo-
rado previamente, baseado em intervalos de tempo definidos, estudos estatísticos, orientação do fabrican-
te, local de instalação e outros fatores que interfiram diretamente no funcionamento dos equipamentos.
Para que a manutenção preventiva seja produtiva e eficaz, é necessário criar um plano de manutenção
com uma equipe de profissionais capacitados, para realizar o planejamento e controle de todas as ações.
Além disso, é necessário criar um mapa de rotinas e organizar uma biblioteca com a documentação dos
equipamentos, como: manuais, catálogos, desenhos atualizados e histórico de intervenções.
A manutenção preventiva, quando bem executada, garante a integridade dos equipamentos e tem
como principais benefícios:
.,
Agura 1 7 - Ma n utenção preventiva em painéis elétricos
Fo nte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Entretanto, quando há intervenção em equipamentos que estão funcionando bem, existe o risco de in-
troduzir defeitos através da falha humana, falha das peças sobressalentes ou procedimentos inadequados.
Portanto, as desvantagens da manutenção preventiva são:
Apesar das desvantagens a manutenção preventiva é muito aplicada nas rotinas das manutenções e
quando bem aplicada tem resultados extremamente eficientes.
A manutenção preditiva, assim como a manutenção preventiva, tem o olb jetivo de prevenir defeitos
que possam ocasionar a falha dos equipamentos em operação.
A determinação de um limite seguro para o parâmetro monitorado é crucial para impedir a ocorrência
de falhas aleatórias e paradas indesejáveis na produção, ao mesmo tempo, permite planejar a manutenção
corretiva no equipamento.
t, + t2 t3 tempo
- - - - - Manutenção corretiva planejada
Manutenção preditiva
Entretanto, em comparação com a manutenção preventiva, a manutenção preditiva tem um custo para
a implantaç,ão do sistema de medição e monitoramento. Desta forma, os custos devem ser avaliados e
justificados para a sua implantação.
- Redução da disponibi-
tos;
- Diminuição da vida
- Perda da qualidade do
produto;
- Aumento no custo da
manutenção.
3 MANUTENÇAO •
- Redução do número
útil do equipamento.
- Operação continua
sobressalentes.
-
3.3 .4 MANUTENÇAO DETECTIVA
para funcionar automaticamente e que, em caso de falhas, podem comprometer a segurança e a produção.
Na prática, a manutenção é realizada com os equipamentos em operação e após detectar uma falha
oculta é realizada uma manutenção corretiva programada para corrigir a falha .
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
A sinalização nas portas dos painéis é um indicativo do status dos equipamentos e normalmente indica
se o equipamento está em operação e se há algum defeito. Caso todo o circuito de comando esteja funcio-
nando perfeitamente, mas a lâmpada de sinalização esteja com algum defeito, a sinalização ou o alarme
deixa de ser executado.
3 MANUTENÇAO •
CASOS E RELATOS
Uma empresa de logística realizava uma festa para todos os funcionários e seus respectivos fami-
liares, no espaço de eventos de um edifício, para comemorar o aniversário de 1Oanos da empresa.
Durante la organização da festa, o responsável pelo evento tomou o cuidado de verificar com a ad-
ministração do prédio se o local possuía gerador de energia para, em caso de falta de energia da
concessionária, não prejudicar a comemoração dos funcionários. O administrador prontamente
respondeu que existia gerador e que o mesmo havia passado por uma manutenção preventiva há
pouco tempo.
Eis que durante a festa, um problema na rede de distribuição de energia elétrica na região interrom-
peu a festa e o gerador de energia, que estava programado para entrar em operação automatica-
mente, não funcionou, deixando todos no escuro.
O organizador da festa se deslocou até a administração do prédio para resolver o problema,, que na-
quele momento já duravam 1Ominutos, até que o gerador entrou em funcionamento manualmente
com o auxílio de um técnico da manutenção que trabalhava no prédio.
No dia seguinte, após a festa, o administrador do prédio entrou em contato com o organizador do
evento para se desculpar e informar que o gerador, como ele havia informado, estava funcionando,
mas que o problema ocorreu no circuito que comanda a entrada do gerador automaticamente e por
isso teve que ser acionado manualmente.
A partir daquele dia, o setor de manutenção do prédio passou a incorporar a manutenção detectiva
no seu plano de manutenção para evitar a ocorrência de falhas ocultas em suas instalações.
Perceberam como atitudes simples ajudam na manutenção dos equipamentos, evitando danos maio-
res? Por isso, é importante a implementação da manutenção detectiva nos planos de manutenção em
sistemas de proteção, controle e comando.
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
-
3.3.5 ENGENHAR IA DE MANUTENÇAO
a) Aumentar a confiabilidade;
b) Aumentar a disponibilidade;
e) Melhorar a manutenibilidade;
d) Aumentar a segurança;
m) Acompanhar os indicadores;
A figura a seguir representa a evolução da manutenção e compara os resultados obtidos em cada tipo
da manutenção com os custos envolvidos.
PREDITIVA + ENG. DE
CORRETIVA PREVENTIVA CORR. PLANEJADA MANUTENÇÃO
EVOLUÇÃO
t possível perceber através da figura anterior a necessidade de evitar ao máximo a manutenção corre-
tiva não planejada, como também, a necessidade de buscar evoluir até a engenharia de manutenção para
obter melhores resultados.
l~ 1 SAIBA Para saber mais sobre os tipos de manutenção, consulte: PINTO, Alan Kardec; NASCIF,
~J MAIS Júlio. Manutenção: função estratégica. 3. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009.
Visualizaram o quanto é vantajosa a engenharia de manutenção para ter melhores resultados com cus-
tos menores? Então, é importante estudar a implementação deste tipo de manutenção para ter um setor
eficiente.
A implantação do plano de manutenção depende das informações que estão presentes nas rotinas das
empresas. Desta forma, o setor de manutenção precisa ter instrumentos de controle para poder coletar
esses dados.
t ntra da de dados
Entrada de dados
- Software ERP;
- 0 .S.
- SSM
Banco de dados
de manutenção
Os principais instrumentos uti lizados para controle da manutenção são documentos e software ERP,
conforme a lista seguinte:
a) Solidtação de serviço de manutenção (SSM): documento utilizado pela operação com a finali-
dade de informar ao setor de manutenção alguma falha nas instalações;
EMPRESA DATA
IDENTIFICAÇÃO
DESCRIÇÃO
NÍVEL DE URG~NCIA
ASSINATURA
b) Ordem de serviço (O.S.): documento utilizado para descrever, individualmente, os serviços exe-
cutados pela manutenção, para qu,e seja possível gerir o setor baseado em informações como
materiais utilizados, funcionários envolvidos, duração da manutenção, atividades, causa da fa lha
e outros;
MATERIAIS
INSTRUMENTOS
EPI
RISCOS
d) Software ERP 7: é um sistema integrado de gestão utilizado para integrar diversos setores de uma
empresa com um banco de dados único. Atualmente, muito utilizado nas empresas de médio e
grande porte devido à eficiência e facilidade de acesso às informações.
•••••
PRODUCTIOH
INVEtlTORY
~~~ SERVICE
HUMAN RESOURCES
__
-,
-\.Si_
-••
PURCHASINO
7 ERP: significa Planejament o dos Recursos da Empresa é uma sigla proveniente do termo em Inglês Enterprise Resource Planning.
• MANUTENÇilo ELÉTRICA PREDIAL EINDUSTRIAL
Confiabilidade é a capacidade de um item desempenhar uma função requerida sob condições especifi-
cadas, durante um dado intervalo de tempo (NBR 5462-1 994). t um índice (número) utilizado para controle
da manutenção, que representa um estudo de todos os fatores que contribuem para a falha de um equipa-
mento, instalações ou processo.
Para aumentar a confiabilidade de um equipamento ou instalação são necessárias diversas ações que
se baseiam na identificação das falhas potenciais e determinação das ações necessárias para evitar a sua
A
ocorrenc1a. •
Figura 28 - Confiabllidade
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
8 TMEF: é um indicador da manutenção que significa Tempo Médio Entre Falhas e é proveniente do termo em inglês, MTBF, Mean
Time Between Failures.
9 TMPR: é um indicador da manut enção que significa Tempo Médio Para Reparo e é proveniente do termo em inglês MTTR,
Mean time to Repair.
1ODisponibilidade: é a capacidade de um item estar em condições de executar uma certa função em um dado instante ou
durante um intervalo de tempo determinado (ABNT NBR 5462, 1994).
3 MANUTENÇAO •
Uma dessas ações é a Análise do Modo e Efeito de Falha (FMEA), muito utilizada em diversos setores, in-
clusive, na manutenção. Assim, sabendo que a FMEA implica no aumento da confiabilidade, que tal apren-
dermos sobre esta ferramenta e como aplicá -la na manutenção? Vamos lá!
FMEA, do inglês Failure Modes and Effects Analysis, é uma ferramenta que tem como objetivo identificar
modos potenciais de falha, classificá-los de acordo com a sua importância e indicar ações corretivas, pre-
ventivas, preditivas ou detectivas que evitem a sua ocorrência.
a) Analisar de forma estruturada e conceituai as falhas vivenciadas ou potenciais falhas nas instala-
ções ou equipamentos;
b) Garantir o controle das principais causas identificadas em cada modo de falha e minimizar o im-
pacto sobre a disponibilidade dos equipamentos;
A FMEA é documentada em um formulário que auxilia na análise e permite que haja revisões futuras em
busca da melhoria contínua desta ferramenta.
Além disso, a FMEA deve ser executada por um grupo de especialistas da manutenção e operação que
devem se reunir para discutir o ponto da falha (equipamento), realizar a análise da falha, avaliar os ricos e
propor ações para o plano de manutenção.
A lista seguinte detalha as 4 etapas que devem constar no formulário FMEA, tomando como exemplo
parte de uma análise para um transformador de potência:
a) Ponto da falha: identificar e listar os equipamentos que têm importância t écnica e/ ou financeira
para o sistema ou instalações, compreendendo as seguintes informações:
- Função: informar a função que o equipamento desempenha para o sistema que ele faz parte;
Ponto da falha
b) Análise da falha: identificar as possíveis falhas que podem ocorrer nos componentes listados,
considerando os seguintes itens:
- Modos de falhas: informar como é observado o dano causado ao componente;
Análise da falha
1
Resistência de Degradação
Perda de potência
isolamento do isolamento
c) Avaliar os ri cos: analisar os riscos inerentes a cada falha, compreendendo os seguintes itens:
- Frequência: é a probabilidade de ocorrer a falha, conforme o quadro anterior;
- Detecção: indica o grau de facilidade para detectar a falha, conforme o quadro anterior;
3 MANUTENÇAO •
- NPR: é um índice que indica o Número da Prioridade do Risco, através do produto da Frequên-
cia x Severidade x Detecção, ou seja, NPR = F x S x D.
Improvável 1
Muito pequena 2a3
Frequência (F) Pequena 4a6
Média 7a8
Alta 9a10
Apenas perceptível 1
Pouca importância 2a3
Severidade (S) Moderadamente grave 4a6
Grave 7a8
Extremamente grave 9a10
Alta 1
Moderada 2a5
Detecção (D} Pequena 6a8
Muito pequena 9
Improvável 10
Baixo 1a50
Médio 50a100
NPR
Alto 100a 200
Muito alto 200a 1000
Ainda tendo como base o exemplo do transformador de potência, tem-se os seguintes índices NPR:
Avaliação de Risco
4 6 , 24
2 10 3 60
2 10 3 60
2 10 3 60
d) Ações para o plano de manutenção: neste item são indicadas as ações que devem ser imple-
mentadas no plano de manutenção para evitar a ocorrência da respectiva falha.
AÇÃO DA MANUTENÇÃO
Com base nas etapas descritas, o formulá rio FMEA resultante para o exemplo do transformador deverá
ter a seguinte estrutura:
!O <U
·o 'O o Ação da manute ncão
Equipa- Compo- Modos Efeitos Causa e
<QJ ~
!'O
...<U '"'""'° a:
a.
mento nente Função de Falha da Falha da Falha :l
CT
<U
~ z
...
QJ
1.11.
>
cu
<U
e
"'
El evar a M anutenção Preditiva - Instalação
Sobreaque - Sobre-
cimento tem peratura 4 6 1 24 de sensores + relé de sobretempera-
carga
do Trafo t ura
Quadro 7 - FMEA
Fonte: SENAI DR BA, 20 18.
3 MANUTENÇAO •
Na prática, a aplicação da FMEA na rotina da manutenção irá ocorrer conforme ciclo a seguir:
CORRIGIR O
PLANO DE
MANUTENÇÃO
O plano de manutenção das instalações elétricas deverá ser ajustado continuamente à medida que
ocorram falhas. Essas falhas devem ser analisadas através da FMEA com o intuito de aumentar a confiabili-
dade e embasar as correções do plano de manutenção.
Falha humana na manutenção é um item impossível de se prever ou medir e não faz parte do cálculo
da confiabilidade. A confiabilidade avalia as falhas funcionais que ocorrem nos equipamentos, que podem
ser provocadas por erros de execução durante a manutenção.
Desta forma, a capacitação e envolvimento dos profissionais no desenvolvimento das atividades e pro-
cedimentos da manutenção são fundamentais para minimizar as falhas humanas e alcançar a "falha zero".
A ocorrência de falha humana é imprevisível, no entanto, ser identificada e controlada através de avalia-
ções de riscos antes da realização das atividades, principalmente, em atividades críticas.
Em caso de ocorrência da falha humana, deve ser investigada a causa da falha para evitar ocorrências
futuras.
Em atividades relacionadas a instalações elétricas, é necessário que o profissional seja capacitado con-
tinuamente com procedimentos de segurança e conhecimentos técnicos sobre os equipamentos, pois um
erro pode ocasionar um acidente e pôr em risco a sua vida.
A desmontagem dos equipamentos das instalações elétricas requer uma atenção especial e deve se-
guir alguns procedimentos que visam, principalmente, a segurança dos profissionais que trabalham com
insta lações elétricas:
a) Medidas de controle: durante as atividades em instalações elétricas, devem ser adotadas medi-
das de controle dos riscos elétricos e riscos adicionais, através de técnicas de análise de riscos com
o objetivo de garantir a segurança do profissional;
b) Medidas de proteção coletiva: durante todos os serviços em instalações elétricas, devem ser
adotadas medidas de proteção coletiva, prioritariamente, a desenergização elétrica. Caso não
seja possível, devem ser adotadas outras medidas de proteção, como: utilização de tensão de
segurança, a isolação das partes vivas, obstáculos, sinalização e outros;
c) Medidas de controle individual: durante todos os serviços em instalações elétricas em que as
medidas de proteção coletivas forem inviáveis ou insuficientes, o profissional deve adotar medi-
das de controle individual com a utilização de EPl 11 específico e adequado à atividade que está
sendo realizada;
d) Utilização de ferramentas adequadas: nos trabalhos executados em instalações elétricas de-
vem ser utilizados equipamentos, ferramentas e utensílios compatíveis com a instalação elétrica
existente. Os equipamentos e ferramentas com isolação elétrica devem estar adequados ao nível
de tensão.
Sempre que possível, as intervenções devem ocorrer em instalações elétricas desenergizadas, seguindo
os seguintes passos que constam na NR 1O- Segurança em instalações e serviços em eletricidade:
a) Seccionamento através do desligamento do dispositivo de seccionamento (disjuntor ou inter-
ruptor ou chave seccionadora) de toda a instalação ou apenas da parte que sofrerá intervenção;
b) Impedimento de reenergização, através de travamento mecânico (cadeado ou fechaduras) que
impeça que o dispositivo seja reenergizado sem autorização;
Após a intervenção nas instalações elétricas e autorização dos profissionais envolvidos na atividade, as
instalações devem ser reenergizadas de acordo com a sequência estabelecida pela NR 1O:
Jml SAIBA Para saber mais sobre segurança em instalações e serviços em eletricidade, consulte a
1
MAIS NR 10.
- -
(1\ FIQUE Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir trei -
namento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as
·\ !)ALERTA principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas.
RECAPITULANDO
Neste capítulo, abordamos conceitos importantíssimos para garantir uma manutenção eficiente e
com estratégias bem definidas. Percebemos que é fundamental desenvolver uma boa gestão atra-
vés de ferramentas estratégicas para integrar a manutenção à operação e desta forma alcançar me-
tas estabelecidas na visão da empresa.
Verificamos nos tipos de manutenção que a manutenção corretiva não planejada é indesejada e tem
diversos aspectos negativos que prejudicam o desempenho do setor e da empresa. A aplicação da
manutenção planejada através de técnicas preventivas, preditivas e detectivas devem fazer parte
do plano de manutenção das empresas para garantir uma maior disponibilidade dos equipamentos
e instalações. t importante destacar que, atualmente, os tipos de manutenção têm evoluído para a
engenharia de manutenção, com o objetivo de consolidar a rotina e implantar melhorias através da
aplicação de técnicas modernas de manutenção.
Vimos ainda que a utilização de instrumentos de controle é indispensável no dia a dia do setor de
manutenção, pois organiza, planeja e mantém o histórico das intervenções realizadas nos equipa-
mentos, além de transformar as informações em indicadores. Por fim, apresentamos a FMEA como
ferramenta para melhoria da confiabilidade e os procedimentos de segurança para a desmontagem
de equipamentos elétricos.
3 MANUTENÇAO •