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6 SÉRIE 7 ANO
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
Volume 2
HISTÓRIA
Ciências Humanas
CADERNO DO PROFESSOR
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
HISTÓRIA
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
6a SÉRIE/7o ANO
VOLUME 2
Nova edição
2014 - 2017
São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretária-Adjunta
Cleide Bauab Eid Bochixio
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Dione Whitehurst Di Pietro
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
A NOVA EDIÇÃO
Os materiais de apoio à implementação f incorporar todas as atividades presentes
do Currículo do Estado de São Paulo nos Cadernos do Aluno, considerando
são oferecidos a gestores, professores e alunos também os textos e imagens, sempre que
da rede estadual de ensino desde 2008, quando possível na mesma ordem;
foram originalmente editados os Cadernos f orientar possibilidades de extrapolação
do Professor. Desde então, novos materiais dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do
foram publicados, entre os quais os Cadernos Aluno, inclusive com sugestão de novas ati-
do Aluno, elaborados pela primeira vez vidades;
em 2009. f apresentar as respostas ou expectativas
de aprendizagem para cada atividade pre-
Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do sente nos Cadernos do Aluno – gabarito
Professor e do Aluno foram reestruturados para que, nas demais edições, esteve disponível
atender às sugestões e demandas dos professo- somente na internet.
res da rede estadual de ensino paulista, de modo
a ampliar as conexões entre as orientações ofe- Esse processo de compatibilização buscou
recidas aos docentes e o conjunto de atividades respeitar as características e especificidades de
propostas aos estudantes. Agora organizados cada disciplina, a fim de preservar a identidade
em dois volumes semestrais para cada série/ de cada área do saber e o movimento metodo-
ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e lógico proposto. Assim, além de reproduzir as
série do Ensino Médio, esses materiais foram re- atividades conforme aparecem nos Cadernos
vistos de modo a ampliar a autonomia docente do Aluno, algumas disciplinas optaram por des-
no planejamento do trabalho com os conteúdos crever a atividade e apresentar orientações mais
e habilidades propostos no Currículo Oficial detalhadas para sua aplicação, como também in-
de São Paulo e contribuir ainda mais com as cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do
ações em sala de aula, oferecendo novas orien- Professor (uma estratégia editorial para facilitar
tações para o desenvolvimento das Situações de a identificação da orientação de cada atividade).
Aprendizagem.
A incorporação das respostas também res-
Para tanto, as diversas equipes curricula- peitou a natureza de cada disciplina. Por isso,
res da Coordenadoria de Gestão da Educação elas podem tanto ser apresentadas diretamente
Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do após as atividades reproduzidas nos Cadernos
Estado de São Paulo reorganizaram os Cader- do Professor quanto ao final dos Cadernos, no
nos do Professor, tendo em vista as seguintes Gabarito. Quando incluídas junto das ativida-
finalidades: des, elas aparecem destacadas.
Além dessas alterações, os Cadernos do possibilitando que os conteúdos do Currículo
Professor e do Aluno também foram anali- continuem a ser abordados de maneira próxi-
sados pelas equipes curriculares da CGEB ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades
com o objetivo de atualizar dados, exemplos, de aprendizagem colocadas pelo mundo con-
situações e imagens em todas as disciplinas, temporâneo.
Seções e ícones
?
!
Homework Roteiro de
experimentação
a
Documento básico do Enem. Fonte: <http://www.enem.inep.gov.br/index.php?option=com_content&task=view
&id=39<emid=73>. As competências básicas da área enunciadas na “Matriz de Referências para o Enem 2009”
encontram-se disponíveis em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2009/Enem2009_
matriz.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2013.
b
Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://saresp.fde.sp.gov.
br/2009>. Acesso em: 14 nov. 2013.
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Metodologia e estratégias ser trabalhados com base no desenvolvimento
de procedimentos de ensino que, além de pro-
Os temas estudados neste volume podem ser mover o conhecimento do processo histórico,
trabalhados com Situações de Aprendizagem que promovam o desenvolvimento da autonomia
têm como objetivo o “saber fazer”. Com elas, es- do estudante e a formação dos princípios
pera-se que os alunos recorram a seus esquemas de constituintes da cidadania.
conhecimento para resolver situações-problema.
Avaliação
Para tanto, enfatizamos a análise de textos,
com todas as implicações dela decorrentes: Os procedimentos de avaliação visam, so-
leitura, interpretação, compreensão, síntese, bretudo, verificar a apreensão dos conteúdos
associação, classificação, comparação, orga- e dos conceitos principais relacionados aos
nização, caracterização, estabelecimento de temas propostos, como também o desenvol-
relações e conclusão. vimento das capacidades leitora e escritora
do aluno, assim como a compreensão dos
Em síntese, os conteúdos e conceitos devem conteúdos conceituais da História.
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
CONTRIBUIÇÃO DOS MAIAS, INCAS E ASTECAS PARA A
DIVERSIDADE CULTURAL DOS POVOS DA AMÉRICA
O continente americano permaneceu des- gero afirmar que, em seu tempo, eram as de
conhecido pelo Velho Mundo (Ásia, Europa maior esplendor em todo o mundo.
e África) por milhares de anos. Há cerca de
pelo menos 10 mil anos havia sociedades e Esta Situação de Aprendizagem trata exa-
civilizações na América vivendo sua própria tamente dessas culturas. Com o objetivo de
história, até a chegada dos navios de Cris- introduzir os estudantes no conhecimento
tóvão Colombo, em 1492. Durante milênios, das civilizações pré-colombianas, é proposta
aqui se desenvolveram muitas civilizações, uma pesquisa sobre a contribuição de maias,
tendo três delas atingido níveis tecnológico- incas e astecas para a diversidade cultural
-culturais impressionantes, não sendo exa- dos povos da América espanhola.
Sugestão de recursos: materiais para pesquisa, como enciclopédias, livro didático, livro de apoio didático.
Sondagem e sensibilização
Para iniciar esta Situação de Aprendiza- para ampliar as informações ou ainda checá-
gem, você poderá promover uma sensibili- -las com a atividade de pesquisa que será pro-
zação para levantar informações sobre os posta em seguida.
conhecimentos que os alunos têm sobre o
tema. Você pode, neste momento, elaborar Professor, o texto a seguir oferece subsí-
uma síntese das informações relatadas pelos dios para o trabalho com os alunos acerca da
alunos. Você também pode pedir a eles que temática desta Situação de Aprendizagem e
registrem essas informações preliminares em poderá ser apresentado a eles de acordo com
seus cadernos, estimulando sua curiosidade seus critérios.
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Maias, astecas e incas
Os maias desenvolveram sua civilização na América Central, em territórios que hoje compreendem
o sul do México, a Guatemala, Belize e Honduras, chegando a expandir sua influência para áreas ao
norte, localizadas na região central do México. Os antepassados mais antigos dos maias viviam na
costa do Oceano Pacífico, já por volta de 1800 a.C. Eram sedentários e produtores de vasos cerâmi-
cos, espalhando sua civilização, pouco a pouco, por uma imensa área da América Central. A partir
de 250 d.C., as cidades maias floresceram, até por volta do ano 900 d.C. – o que corresponde ao que
foi chamado de Período Clássico, caracterizado pelo desenvolvimento da agricultura e pela formação
de muitas cidades planejadas, como Copán, Palenque e Tikal. Nessas cidades, as construções foram
tornando-se cada vez mais complexas, com destaque para templos e pirâmides.
As cidades do Período Clássico foram sendo abandonadas no século IX d.C., não se sabe ain-
da ao certo por que, mas a maioria dos estudiosos considera que pode ter sido em consequência de
fortes mudanças climáticas, que provocaram o resfriamento de amplas áreas no Hemisfério Norte.
Por causa dessas mudanças, teria havido o esgotamento agrícola na região, agravando as dificuldades
econômicas, que provocaram muitas lutas internas. O período pós-clássico (séculos X-XVI) testemu-
nhou o florescimento de centros mais ao norte, no Yucatán, como Chichén Itzá. Finalmente, os maias
defrontaram-se com os conquistadores espanhóis, tendo sido por eles catequizados, embora tenham
mantido sua língua e outros traços culturais, o que se comprova pelo fato de, até hoje, a população
dessas regiões maias falar o antigo idioma e preservar muitos costumes e tradições milenares.
Os maias desenvolveram um sofisticado sistema de escrita, usando ideogramas e sinais silábicos para
grafar e registrar os acontecimentos, suas crenças e cálculos astronômicos. Sobre a observação dos as-
tros, os conhecimentos desenvolvidos pelos maias impressionam os estudiosos até hoje por sua grande
precisão, havendo quem afirme que nunca antes, em outra civilização, os fenômenos astronômicos ha-
viam sido observados com tanta acuidade. Um dos motivos dessa preocupação com os astros era a mo-
tivação religiosa, pois consideravam que a história humana e natural dependia desses cálculos precisos.
A civilização asteca desenvolveu-se ao redor do Vale do México a partir do século XIII, com sua
capital localizada em Tenochtitlán. Os astecas expandiram-se em direção ao sul, conquistando parte
da América Central. Só foram derrotados pelos conquistadores espanhóis a partir de 1519. A civiliza-
ção asteca ficou conhecida por seu ímpeto guerreiro, pelos sacrifícios humanos e pelo canibalismo que
realizavam. Ambas as práticas tinham caráter religioso, mas impressionaram os espanhóis e, depois, os
próprios estudiosos, em razão do elevado número de pessoas sacrificadas. Contemporâneos espanhóis
relataram que os astecas explicavam tais mortes afirmando que os europeus se matavam em guerras,
enquanto os astecas sacrificavam os sobreviventes após as batalhas.
A terceira grande civilização americana foi a inca. Os incas formaram o maior império do continen-
te americano, não havendo, em sua época de esplendor, qualquer reino europeu que a ele se equiparasse.
Sua formação data do século XIII d.C., na região dos Andes, com capital em Cuzco, abrangendo um
território que, de norte a sul, estendia-se da atual Colômbia até a Argentina, com seu centro no Peru. O
grande Império Inca espalhou-se por áreas montanhosas, mantendo as comunicações por um sistema
de estradas único – considerado por alguns pesquisadores como o melhor do mundo, em sua época –
por onde passavam pessoas, animais de carga e transporte. Até as trilhas indígenas do Brasil estavam
conectadas com essas vias. Pavimentadas, as estradas incas tinham escadas e pontes de madeira e corda,
já que a roda nunca foi usada no continente americano até a chegada dos europeus. Para administrar
esse imenso império, os incas também inventaram um sistema de registro diferente de todos os outros
conhecidos. Eram usados cordas e nós, chamados de quipos, cuja descrição chegou até os espanhóis,
que destruíram quase todos. Mesmo assim, a língua desse povo, o quíchua, continua sendo falada até os
dias de hoje. Pela imensidão do império, seu idioma e sua cultura foram difundidos para muito além de
suas dilatadas fronteiras. Por exemplo, a palavra “garoa”, usada no sul do Brasil e na Argentina, áreas
muito distantes do antigo Império Inca, é do idioma quíchua e significa “chuvisco”.
Assim como os maias e os astecas, os incas também acabaram derrotados pelos espanhóis, no sécu-
lo XVI, mas, no caso deles, a conquista foi mais lenta do que nas terras menos montanhosas ocupadas
pelos outros dois povos. Nos Andes, o último rei inca, Túpac Amaru, foi capturado apenas em 1572.
O Império Inca deixou de existir, mas o idioma e a cultura dos quíchuas continuaram em uso e se fun-
diram com os dos espanhóis.
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
Convide os alunos a observar no mapa, que dos atuais países a que esses impérios cor-
consta do Caderno do Aluno, a localização das respondiam.
civilizações maia, inca e asteca, para identifica- Professor, observe que, no mapa “O Império dos Maias
rem os territórios ocupados por esses povos. (1520)” – que integra a coleção de mapas “Os povos pré-co-
lombianos” –, não há referência a Belize. Por isso, proponha
1. Observe, no mapa a seguir, a localização aos alunos que consultem um mapa político do continente
das civilizações maia, inca e asteca. Regis- americano em um atlas geográfico ou no livro didático, de
tre, no quadro da próxima página, o terri- modo a que eles possam identificar corretamente todos os
tório ocupado por esses povos e os nomes atuais países a que esse império correspondia.
Figura 1 – Mapa Os povos pré-colombianos. ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2008. p. 21.1
Mapa original (sem escala; sem indicação de norte geográfico; mantida a grafia).
1
Note que no mapa está grafado Iucatã e Chichen Itzá, contudo, comumente encontramos outras grafias, como, por exem-
plo, Yucatán e Chichén Itzá. Ambas estão corretas.
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Nome dos atuais países a que estes impérios correspondiam
Inca América do Sul, em partes do Peru, da Bolívia, do Equador, do Chile, da Argentina e da Colômbia
Texto A – Os Astecas
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
cios de seres humanos. Havia quatro tipos de sacerdotes, os curandeiros, os que favoreciam a caça, os
guerreiros e dois sumos sacerdotes. O império baseava-se na submissão dos povos conquistados, o que
explica a importância para os espanhóis em conquistar esse Estado tão poderoso.
Texto B – Os Incas
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Texto C – Os Maias
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
Aspectos da
Asteca Inca Maia
sociedade
Características t1PEFSDFOUSBMJ[BEP t $POTUSVÓSBN JOÞNFSBT QPO- t 0T BOUFQBTTBEPT EPT NBJBT
t1PTTVÓBNVNBSFMJHJPTJEBEFNVJ- UFT WJWFSBNOBDPTUBEP1BDÓmDP
gerais da UPDPNQMFYB t4JTUFNBEFFTDSJUBquipos t%FTFOWPMWFSBN VN TJTUF-
civilização t $VMUJWBWBN
FN JMIBT BSUJmDJBJT t$VMUJWBWBNNJMIP
WBHFN
CB- ma de escrita em que usavam
chamadas chinampas, uma gran- tata, algodão e amendoim. ideogramas e sinais silábicos
de variedade de vegetais e cereais, para grafar e registrar os acon-
entre eles milho, feijão, abóbora, tecimentos e os cálculos astro-
tomate, batata-doce, cenoura, pi- nômicos.
menta e, ainda, o fumo e o agave.
Forma de Foram conquistados pelos espa- Foram dominados pelos es- Os maias começaram a aban-
nhóis, com a ajuda dos inimigos panhóis mais tardiamente, em donar as cidades no século IX
conquista dos astecas. razão das dificuldades apresen- d.C., até se defrontarem com
tadas pelo terreno acidentado os conquistadores espanhóis,
e pela forte aliança das tribos no século XVI.
incas contra os espanhóis.
Quadro 2.
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Peça aos alunos que acrescentem novas 2. Pesquise em um dicionário o significado da
informações aos seus registros de pesquisa, palavra “inca” e anote a seguir.
considerando as que foram trazidas pelos ou- Os incas ocupavam uma região de diferentes paisagens nos
tros grupos no momento da socialização. Em Andes. Inicialmente, a palavra “inca” referia-se ao imperador,
uma segunda etapa, oriente-os a sistematizar passando, aos poucos, a designar toda a população que fala-
os resultados das pesquisas para a constru- va a língua quíchua.
ção de uma síntese, insistindo que observem a
coerência do texto produzido e consultem um
dicionário sempre que tiverem dúvida sobre Avaliação da Situação de
a escrita e o significado de qualquer um dos Aprendizagem
termos presentes nos textos lidos. Lembre aos
alunos que devem dar ao texto um título coe- Ao final da Situação de Aprendizagem,
rente com os conteúdos trabalhados. espera-se que os diferentes grupos tenham or-
ganizado registros sobre maias, astecas e incas.
Para finalizar esta Situação de Aprendi- As três grandes civilizações americanas per-
zagem, é possível propor as duas atividades mitem constatar, em primeiro lugar, que hou-
a seguir, que aparecem no Caderno do Aluno ve desenvolvimento econômico, tecnológico,
como Pesquisa individual. Com elas, os alu- político e cultural sem qualquer relação com
nos ampliarão seus conhecimentos sobre o o Velho Mundo. Em segundo lugar, esses im-
tema e poderão registrar os resultados da pes- périos criaram estruturas físicas e espirituais
quisa na forma de pequenos textos. singulares em sua época, o que significa que a
América também produziu experiências civi-
Professor, as atividades a seguir lizatórias complexas. Em terceiro lugar, essas
encontram-se no Caderno do Alu- civilizações, que perderam sua independência
no, na seção Pesquisa individual. política e militar, não deixaram de existir, em-
bora como culturas mescladas à espanhola.
1. Observe a imagem reproduzida a seguir, das Assim, os povos e culturas ibero-americanos,
ruínas de Machu Picchu, cidade da civiliza- constituídos nos séculos posteriores à chega-
ção inca. Em seguida, pesquise informações da dos europeus, resultam desse processo de
a seu respeito e escreva uma legenda que ex- fusão e troca de influências. Em quarto lugar,
plique seu significado histórico. os europeus puderam difundir plantas como a
Sugestão de legenda: Vista das ruínas de Machu Picchu, no batata, o milho e a mandioca em outros conti-
Peru. A imagem mostra uma cidade inca com longas escada- nentes graças às características agrícolas desses
rias e um sistema de terraços, que possibilitava a organização impérios. Por fim, essas civilizações americanas
de um sistema para a agricultura. continuam a inspirar não só seus descendentes,
como também todos os que valorizam a diver-
© Gail Mooney-Kelly/Alamy/Glow Images
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
A CONQUISTA ESPANHOLA E O FIM DO IMPÉRIO INCA
Os espanhóis chegaram ao continente ame- É esse, em seus traços essenciais, o con-
ricano em 1492, graças ao navegador italiano texto com o qual planejamos esta Situação
Cristóvão Colombo, envolvido com as disputas de Aprendizagem, que tem como objetivo
entre Espanha e Portugal, que havia saído na organizar, com base em um texto, um voca-
frente nas grandes navegações oceânicas. Depois bulário sobre as conquistas espanholas na
da conquista de Ceuta, no Norte da África, em América e o fim do Império Inca. Os alu-
1415, nas décadas seguintes Portugal passou a nos trabalharão a leitura de um texto sobre
controlar a navegação de toda a costa africana. a conquista espanhola na América, com o
Aos espanhóis, restou a possibilidade de buscar objetivo de estimulá-los a identificar pala-
outra rota para as Índias, o que fizeram optando vras desconhecidas, buscando seu signifi-
por um caminho direto pelo Oceano Atlântico, cado em dicionários e/ou livros didáticos e
em direção ao Ocidente. Além disso, no mesmo de apoio didático. Com isso, eles poderão
ano da primeira viagem de Colombo (1492), a descobrir a importância do registro escrito
Espanha passou a controlar a região de Grana- para perceber o sentido do texto que leem e
da (sul da Península Ibérica), unificando seus refletir sobre ele, identificando seus princi-
reinos em torno de Castela. pais elementos argumentativos.
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
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tinham o mesmo ressentimento que os povos mexicanos em relação aos astecas. Os incas, além disso,
haviam tido a preocupação e o tempo para expandir o uso da sua língua, o quíchua, assim como da sua
religião solar. Os espanhóis tardaram décadas a conquistar e desmantelar o Império Inca. Apenas em
1572, o último rei inca, Túpac Amaru, foi derrotado, mais de cinco décadas depois da conquista do Mé-
xico. Enquanto no México a língua espanhola difundiu-se rapidamente, nos Andes o quíchua continua
sendo falado até os dias de hoje.
Os objetivos dos espanhóis eram dois: conquistar riquezas e almas. As minas foram logo explo-
radas, e carregamentos crescentes de ouro e outros metais foram levados à metrópole europeia. Por
conta disso, além da fundação de grandes portos e cidades coloniais, essas riquezas fizeram o fausto
da corte da nova capital da Espanha, Madri. Havana, na Ilha de Cuba, tornou-se o porto em que os
barcos se resguardavam, para partir em grupos para a Europa – as chamadas Carreras de Indias. Os
espanhóis, a partir de uma instrução de 1513, do rei Fernando, o Católico, começaram a construir no
continente americano cidades quadriculadas, de modelo renascentista, determinação que se tornaria
obrigatória com as Ordenações Filipinas, promulgadas em 1603 por Felipe II. Essa organização do es-
paço era particular e passaria a marcar toda a colonização espanhola na América. As cidades deviam
ser ortogonais, com quadras do mesmo tamanho, com a canalização ou retificação dos rios. Na praça
central, estava a sede do poder público em destaque e, ao seu lado, de forma subalterna, o edifício
da igreja. Mesmo nos Andes, onde essas determinações eram quase impraticáveis, o traçado urbano
buscou seguir as normas ortogonais.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
Escreva um título para o texto, baseando- quisa individual, também presente no Caderno
-se na ideia central. do Aluno.
Sugestão de resposta : A busca do Eldorado.
Pesquise em seu livro didático, enciclopé-
Em seguida, aproveitando o tema dias ou sites especializados sobre o Tratado
do Tratado de Tordesilhas que apa- de Tordesilhas.
rece no texto anterior, é possível O Tratado de Tordesilhas foi um acordo estabelecido – na cidade
propor a realização da seguinte atividade de Pes- de Tordesilhas, no Norte da Espanha – entre Portugal e Espanha,
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
5. Em 1494, portugueses e espanhóis assina- Peça aos seus alunos para pesquisarem
ram um tratado dividindo as terras desco- em seu livro didático, livros de apoio e sites
bertas e por descobrir em duas partes: as especializados sobre as diversas formas de re-
terras a oeste do meridiano que passava sistência à colonização por parte das comu-
a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde per- nidades indígenas na América espanhola e
tenceriam à Espanha e as terras a leste, a como isto se reflete nos dias de hoje, buscando
Portugal. Esse tratado recebeu o nome da informações sobre a atualidade destes povos
cidade em que foi assinado, que é: na América Latina. Após a pesquisa, peça que
elaborem um texto sobre o assunto.
a) Madri.
Recursos para ampliar a perspectiva
b) Lisboa. do professor e do aluno para a
compreensão do tema
c) Tordesilhas.
Livros
d) Granada.
CORTEZ, Hernán. A conquista do México.
e) Cabo Verde. Porto Alegre: L&PM, 1997. Reúne cinco
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
PALAVRAS DE ORIGEM INDÍGENA
Uma das hipóteses mais aceitas sobre a ocu- Esses diversos grupos deixaram vestígios mui-
pação do território brasileiro é a que considera to ricos, como as pinturas rupestres e gravuras,
que ela tenha ocorrido há 10 mil anos, pois os que retratam sua vida cotidiana, os animais e
vestígios datados dessa época são seguros. Isso as festas. Acredita-se que algumas dessas ima-
significa que as sociedades indígenas convive- gens tinham caráter religioso e objetivavam fa-
ram em nosso território por milhares de anos, cilitar a caça.
antes da chegada dos portugueses, e se desen-
volveram de múltiplas formas e maneiras. Esses Assim, esta Situação de Aprendizagem
habitantes iniciais eram caçadores e coletores. foi planejada com o objetivo de apresentar
Caçavam diversos animais, inclusive algumas aos alunos a importância dos diferentes gru-
espécies gigantes, que desapareceram com o pos indígenas brasileiros para a nossa diver-
aquecimento da Terra nos últimos milhares de sidade cultural, utilizando como estratégia
anos. A coleta também era importante para a organização de um dicionário de palavras
esses povos nômades da floresta e do cerrado. de origem indígena.
Sondagem e sensibilização
temática desta Situação de Aprendizagem e
Professor, o texto a seguir oferece subsí- poderá ser apresentado a eles de acordo com
dios para o trabalho com os alunos acerca da seus critérios.
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de gravuras e pinturas rupestres, além de fogueiras e pedras. Alguns vestígios de carvão foram datados de
mais de 50 mil anos. Guidon sugeriu a hipótese de que os antigos ocupantes dessa região teriam partido
da Ásia Oriental, na atual China, há cerca de 70 mil anos. Atraídos pelo sol nascente, teriam viajado
em busca de uma terra sem males, sempre a oriente, viajando de ilha em ilha no Oceano Pacífico. Ao
longo de 10 mil anos, teriam chegado à América do Sul e então se espalhado até o Piauí. Os estudiosos
também têm sido céticos quanto à datação dos vestígios humanos da Pedra Furada, à espera de dados
concretos que permitam confirmar uma presença tão antiga no Brasil.
O biólogo Walter Alves Neves, baseando-se na análise de restos de crânios humanos com cerca
de 10 mil anos, tem defendido também uma presença antiga do homem no nosso território. Segundo
Neves, os crânios antigos pertenciam a homens do tipo aborígine australiano ou africano, diferente de
todos os indígenas americanos conhecidos, que têm características físicas asiáticas. Assim, segundo a
hipótese do estudioso, uma leva de homens africanos teria chegado ao continente americano e ao Brasil
antes da última glaciação, há pelo menos 20 mil anos. Teriam sido sucedidos por uma onda de asiáti-
cos, que chegaram mais recentemente, na última glaciação, há 15 mil anos, no máximo. Nenhuma das
hipóteses, contudo, encontra consenso ou produziu dados concretos e indiscutíveis.
Enquanto essas discussões prosseguem no mundo acadêmico, importa destacar aqui que o domínio
das espécies vegetais levou ao cultivo de plantas, como a mandioca e o milho, e à sedentarização, ao
menos em algumas regiões e para certas tribos. Alguns grupos humanos concentraram-se na costa e
viveram, em parte, dos recursos marinhos. Seus vestígios são grandes concheiros, conhecidos com o
nome de sambaquis. Ali, eles jogavam as conchas dos moluscos que comiam e também enterravam seus
mortos. Outras tribos, mais ao sul do Brasil atual, faziam buracos no solo e os usavam para morar ou
para se abrigar, o que também é possível saber pelos vestígios materiais ou arqueológicos.
Atualmente, os povos indígenas correspondem a apenas 0,3% da população, mas calcula-se que mais de
40% da população brasileira tenha antepassados indígenas. Segundo pesquisas genéticas, os indígenas consti-
tuem o antepassado mais comum da população brasileira. Mesmo que as tribos indígenas sejam, hoje, pouco
numerosas – se comparadas com as que existiam antes do século XVI –, devem ser valorizadas e reconhecidas
por seu valioso patrimônio etnocultural e por preservarem uma relação com a natureza que inspira a todos.
Para iniciar, peça aos seus alunos dígenas da América portuguesa. Em seguida,
que leiam um pequeno texto que há uma atividade que solicita ao aluno a iden-
está reproduzido no Caderno do tificação de algumas das ideias centrais do
Aluno, na seção Leitura e análise de texto, e texto por meio do preenchimento do quadro a
que trata das características culturais dos in- seguir.
Sociedades indígenas
Os portugueses, ao chegarem à América do Sul, encontraram uma quantidade muito grande de povos
indígenas, que ocupavam toda a costa e o interior. Calcula-se em milhões a população ameríndia – indí-
genas da América – espalhada por todos os ambientes naturais. Esses grupos eram variados, em termos
de línguas, usos, costumes e práticas. O grupo mais numeroso, que ocupava extensas áreas do continente,
era o dos Tupi-guarani. Esse termo refere-se a um conjunto de povos que falavam línguas ou dialetos de
origem comum. Embora aparentados, viviam em constante luta entre si, em inúmeras tribos e, às vezes,
em confederações. Os outros grupos, que falavam outras línguas, constituíam muitíssimas tribos. O qua-
dro era, pois, de imensa diversidade e fragmentação. Viviam da caça, da coleta e da agricultura e eram
nômades. Mantinham relações com povos muito distantes, graças a trilhas que podiam ser muito longas,
24
História – 6a série/7o ano – Volume 2
como o famoso caminho conhecido como Peabiru, uma estrada que, partindo da costa, na altura de São
Vicente, passava pelo que viria a ser a cidade de São Paulo e chegava até os Andes, colocando em contato
o Atlântico e o Pacífico. Muitos dos costumes indígenas, como o uso de redes para dormir, os banhos
frequentes e as comidas feitas com milho e mandioca, são algumas das heranças da diversidade indígena
para a sociedade brasileira.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
Características comuns desse grupo Viviam da caça, da coleta e da agricultura e eram nômades.
Principal caminho e características Peabiru, caminho que partia de São Vicente, na costa atlântica, e chegava até os Andes.
Heranças deixadas pelos grupos Uso de redes de dormir, banhos frequentes e comidas feitas com milho e mandioca.
Quadro 3.
A partir desta sensibilização inicial em re- Explique que o dicionário ilustrado tem como
lação ao tema que será objeto desta Situação objetivo apresentar a importância dos grupos in-
de Aprendizagem, pergunte aos alunos quais dígenas para a diversidade cultural que caracteri-
são as palavras de origem indígena relacio- za nosso país. Combine a data para a montagem
nadas a nomes de ruas, rios, frutas, animais do dicionário, que poderá ocorrer na semana
e cidades que eles conhecem. Relacione esses seguinte à do início da Situação de Aprendiza-
nomes na lousa, como sugestão de temas, e gem. Lembre-se de pedir aos alunos que, além
solicite a eles que registrem essas informações do sentido das palavras pesquisadas, façam um
no Caderno do Aluno, na seção Lição de casa. desenho ou apliquem imagens recortadas de re-
Na sequência, divida a classe em pequenos vistas ou jornais para ilustrar o dicionário.
grupos, segundo o critério mais conveniente
para o momento, e oriente a pesquisa das pa- Montagem do dicionário ilustrado
lavras indígenas.
Em dia previamente combinado, os alunos
Lugares: (PJÈT EBNFTNBSBÎBJHVBM
(VBSVKÈ WJWFJSP deverão trazer para a sala de aula o material pes-
EFHVBSVToQFJYFT
#BVSV DFTUBEFGSVUBT
$BNCVDJ QPUF
WBTP quisado sobre palavras indígenas, como nomes
EFÈHVB
*UV TBMUPPVDBTDBUB
FTFVTEFSJWBEPT
DPNP*UVUJOHB
próprios, de cidades, ruas, rios, frutas, animais,
*UVQFWB
*UVQPSBOHBPTOPNFTDPNJUB QFESB
DPNP*UBRVBRVF- para a montagem do dicionário ilustrado. Pla-
DFUVCB
*UBOIBÏN
*UBQFUJOJOHB
*UBQPÈ
*UBJQV
*UBSBSÏ PT OPNFT neje o tempo de uma aula para que seja possível
com pira (peixe), como Piracicaba, Piratininga, Pirapora, Piracaia. a socialização do material pesquisado entre os
Objetos: peteca (bater com a mão aberta), guaiaca (cinto de membros do grupo, como também sua seleção e
couro, dotado de bolsas externas, usado pelo boiadeiro). organização.
Alimentos: macaxeira (mandioca), jerimum (abóbora), aba-
caxi, cará, caju, canjica, pipoca, mingau. Uma possibilidade interessante é que cada
Rios: Pará (rio), Paraná, Paraguaçu. palavra seja explicada e ilustrada em metade
Nomes próprios: Maíra, Iara, Cauã, Juruena, Juruna. de uma folha A4, de forma que, ao final, você
Animais: gambá, paca, piranha, tamanduá, jaguatirica. possa ajudá-los a colocar todos os termos
Curiosidades: nhe-nhe-nhém (falar sem parar), estar pesquisados pelos grupos em ordem alfabéti-
jururu (estar triste), chorar as pitangas (choramingar). ca, formando um único dicionário para toda
25
a classe. Você também pode discutir com os mulheres tinham posição social de destaque e as relações de
alunos formas artesanais de encadernação do parentesco estavam, em grande parte, centradas nelas. Além
dicionário, confecção de capa, texto de apre- de dominarem a agricultura das plantas nativas, esses indígenas
sentação com os objetivos, índice alfabético, caracterizavam-se por sua preocupação com o asseio, banhan-
bibliografia citando as fontes de pesquisa, no- do-se com frequência nas águas abundantes e ainda límpidas
mes dos autores etc. Dessa forma, ensinamos dos rios das terras onde seria realizada a colonização do Brasil. E
os alunos a valorizar os aprendizados, seguin- tudo isso passou, de diversas maneiras, para a sociedade brasileira.
do critérios de formalização possíveis de serem
entendidos e praticados nessa faixa etária. 2. No Brasil, existem várias localidades cujo
nome se inicia por “para”, como Pará e Pa-
Para finalizar esta Situação de Aprendiza- raná. Por que isso acontece? Exemplifique.
gem, é possível propor as duas atividades a A palavra “pará” significa rio, e nos diversos estados brasileiros, do Pará
seguir, que aparecem no Caderno do Aluno ao Paraná, existem nomes de rios como Paraopeba, Paranaguá, Pari,
como Pesquisa individual, nas quais os alu- Paranapanema, Paranapitanga, Paraíba do Sul, Paraibuna, Parateí.
nos precisarão localizar informações mais
detalhadas sobre a organização social dos
Tupi-guarani e também sobre a influência da Avaliação da Situação de
língua tupi no português falado no Brasil. Aprendizagem
Professor, as atividades a seguir Ao final desta Situação de Aprendizagem,
encontram-se no Caderno do Alu- espera-se que os alunos tenham coletado um
no, na seção Pesquisa individual. rico material sobre palavras indígenas, o que
auxiliará na reflexão sobre a importância dos
1. Pesquise informações sobre os Tupi-guara- diferentes grupos indígenas brasileiros para a
ni e escreva um texto informativo sobre eles. nossa diversidade cultural.
O principal grupo indígena do Brasil foi denominado Tupi-
-guarani. Essa designação é linguística e refere-se a um Proposta de questões para avaliação
conjunto de línguas aparentadas, faladas por uma grande
quantidade de tribos indígenas. Não existia, propriamente, As atividades a seguir estão inseri-
VNB ÞOJDB MÓOHVB
OFN TF DPNQBSUJMIBWB VNB ÞOJDB DVMUV- das na seção Você aprendeu?, no
ra. Contudo, acredita-se que essas línguas tiveram origem Caderno do Aluno.
comum e foram se diferenciando com o passar do tempo.
Teriam se originado do Baixo Amazonas, cerca de 500 a.C., 1. No litoral brasileiro, há uma série de locais
e se expandido, em direção ao sul, pelos rios Tocantins e que reúnem conchas de moluscos empi-
PVUSPTRVFDPSSFNOP$FSSBEP%BMJ
UFSJBNJEPNBJTBPTVM
lhadas e que são um importante objeto de
atingindo o atual Paraguai, seguindo, depois, para a costa e pesquisa para especialistas. Esses locais re-
em direção ao Nordeste do Brasil. Acredita-se que, antes da cebem o nome de:
chegada dos portugueses, já ocupavam quase todo o interior
do Brasil. Os dois grandes grupos linguísticos corresponde- a) mariscada.
riam ao guarani, a oeste, e ao tupi, a leste. Apesar de existirem
muitos outros grupos indígenas que não falavam línguas do b) torres de conchas.
tronco tupi-guarani, sua prevalência explica a influência pre-
dominante que tiveram no Brasil. Por isso, as nossas heranças c) sambaqui.
indígenas provêm, em sua maior parte, dos tupis e guaranis.
Esses povos usavam a cerâmica e tinham costumes que influen- d) moluscos.
ciaram, de forma decisiva, a cultura brasileira, como a rede de
dormir, ainda hoje tão utilizada em muitos lugares do Brasil. As e) colinas.
26
História – 6a série/7o ano – Volume 2
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
O ENCONTRO ENTRE CULTURAS NO BRASIL
29
marcando a história de toda a colonização das terras interiores do Brasil. Diferentemente da costa – ligada
ao comércio de cana-de-açúcar –, o interior estava ocupado por jesuítas e pelos poucos que se aventuravam
a subir a Serra do Mar. Os jesuítas, preocupados em catequizar os nativos, logo aprenderam a língua local
e, como bons gramáticos, estudaram o tupi. Acredita-se que estruturas de suas línguas de origem
(latim, português) foram se incorporando ao tupi. Como se vê, a língua é um bom exemplo de como
a relação entre culturas resulta em fenômenos singulares de representação do sincretismo que o convívio
promove. O resultado foi que, por mais de duzentos anos, a principal língua falada nos sertões era o tupi.
Os bandeirantes, a maioria de origem paulista, falavam o português e o tupi, sendo responsáveis pela difu-
são deste último para o que viria a ser Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins,
Paraná. Por esse motivo, os topônimos predominantes em todo o Brasil são tupis.
Embora muitos bandeirantes fossem mestiços e falantes do tupi, eram caçadores de indígenas. As
mulheres podiam servir como esposas, ou, como os homens, eram utilizadas como escravas nas fazen-
das portuguesas na América. Um grande número de indígenas foram escravizados dessa maneira. Isso
significa que esses indígenas foram vitais para a produção agrícola portuguesa. Eles eram chamados de
negros da terra, para diferenciá-los dos negros da Guiné, como eram chamados os africanos.
Os jesuítas fizeram dos povos indígenas o foco de sua atuação no continente americano. Criaram as
missões, locus da catequese e do aprendizado da cultura europeia, como também buscaram resguardar os
guaranis dos ataques bandeirantes e das autoridades lusas e espanholas. Essas missões eram comunidades
geridas sem interferência direta das coroas e estavam sob controle eclesiástico. Contudo, ali os indígenas
podiam, por exemplo, preservar seu idioma, como parte de seus costumes, mesclados com a catequese cris-
tã. O aprendizado do catolicismo e a adoção de novos costumes, mesmo que misturados aos de origem, le-
vou gradativamente à modificação da cultura indígena. As missões foram um dos alvos preferidos dos ban-
deirantes na busca do aprisionamento dos indígenas, já que eles se encontravam agrupados e aculturados.
A expulsão dos jesuítas, em meados do século XVIII, e o Tratado de Madri, entre as coroas de Por-
tugal e Espanha, selaram o destino das missões, que foram destruídas e seus povos dispersos. Vestígios
desses povos missioneiros sobrevivem no Paraguai, na Argentina e no Brasil atuais.
A mineração do século XVIII viria a pôr termo, com o passar do tempo, ao uso do tupi no interior do
Brasil. Os costumes indígenas, a toponímia e as tradições caboclas, contudo, nunca deixaram de predo-
minar. O Brasil não pode se reconhecer sem incorporar essa influência determinante em sua formação.
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
Senhor,
posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a no-
tícia do achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta navegação achou, não deixarei de também
dar disso minha conta a Vossa Alteza. [...]
A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. An-
dam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas
do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço debaixo furado
e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de
algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes
fica entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que
não os magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber.
Os cabelos deles são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta antes do que sobrepente, de
boa grandeza, rapados todavia por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a
fonte, na parte detrás, uma espécie de cabeleira, de penas de ave amarela, que seria do comprimento de
um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço e as orelhas. E andava pegada aos cabelos,
pena por pena, com uma confeição branda como, de maneira tal, que a cabeleira era mui redonda e mui
basta, e mui igual, e não fazia míngua mais lavagem para a levantar. [...]
Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo
cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. [...]
Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer outro
animal que esteja acostumado ao viver do homem. E não comem senão deste inhame, de que aqui há
muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. E com isto andam tais e tão rijos
e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.
Nesse dia, enquanto ali andavam, dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som de um tam-
boril nosso, como se fossem mais amigos nossos do que nós seus. [...]
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vi-
mos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho,
porque neste tempo d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal manei-
ra é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!
Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a
principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza
aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir
e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!
E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. [...]
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
31
f Solapa: dobra. f Lavram: cultivam.
f Toutiço: nuca. f Rijos: firmes.
f Confeição branda: feito de forma suave. f Nédios: brilhosos.
1. Segundo o texto lido, que aspectos da apa- isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós
rência dos indígenas são destacados por tanto, com quanto trigo e legumes comemos. [...]”.
Caminha na carta?
Caminha destaca, além das características físicas, como os 3. Como a natureza é descrita por Caminha?
cabelos corredios e seu tipo de corte, aquelas que se referem A natureza é descrita como exuberante e generosa, demons-
aos adornos utilizados pelos indígenas, como penas e objetos trando ser propícia para o cultivo: águas em abundância e
de osso inseridos no rosto. clima temperado.
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
5. É possível afirmar que Caminha foi capaz de e complementem sua redação no Caderno do
compreender as diferenças entre a sua cultu- Aluno. Nesse momento, procure retomar o
ra e a dos indígenas? Utilize como exemplo texto para justificar as afirmativas que foram
da sua resposta um trecho do texto. expostas, mesmo que o exercício, a princípio,
Caminha demonstra o estranhamento em relação às carac- não solicite. Dessa forma, valoriza-se o enten-
terísticas físicas dos indígenas, como também em relação dimento do documento como fonte e estimu-
ao seu modo de vida. Ele não compreende as diferenças, la-se o hábito da justificativa fundamentada,
interpretando-as como ingenuidade e falta de malícia por tão importante no ensino da História.
parte dos indígenas. Um dos trechos em que percebemos
a incompreensão, como também a crítica sublinhar, é: “Andam Para finalizar, é possível solicitar
nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de enco- aos alunos que leiam o texto a se-
brir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a guir, inserido na seção Lição de
cara. Acerca disso são de grande inocência.” casa, destacando as ideias principais e pesqui-
sando as palavras desconhecidas. Com base na
Em seguida, seria interessante promover leitura do texto, os alunos poderão elaborar
uma discussão coletiva das respostas dos alu- uma pequena reflexão a partir da proposta a
nos, possibilitando a eles que as confrontem seguir e registrá-la no Caderno do Aluno.
Os portugueses chegaram ao que viria a ser o Brasil e encontraram a terra já povoada. Eles estavam
preparados para isso, em suas viagens pela África, sempre estavam às voltas com os habitantes do lugar, o que
se passaria, também, na Ásia, no entanto, o que surpreendeu os portugueses foram o aspecto e os costumes
dos indígenas americanos. Os habitantes da África e da Ásia não eram totalmente desconhecidos. A África era
bem conhecida, desde a Idade Média, assim como notícias da Índia e da China chegavam à Europa havia sécu-
los. Os ameríndios, no entanto, eram diferentes: não se vestiam e não sentiam vergonha, não criavam animais,
não conheciam a roda, tomavam banho com frequência. Tudo era motivo para estranhamento.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
Na seção Lição de casa, após os estudos é possível discutir em sala de aula os significa-
desta Situação de Aprendizagem, como dos encontrados e retomar o tema do encon-
você define o encontro entre as culturas eu- tro entre as diferentes culturas na América,
ropeia e indígena? com a chegada dos portugueses.
Na socialização da lição de casa, encaminhe a discussão para
mostrar que tanto os portugueses como os povos indígenas acha- Professor, as atividades a seguir
ram “estranhos” os costumes culturais uns dos outros e, principal- encontram-se no Caderno do Alu-
mente, discuta a diversidade cultural evidenciada nesse encontro. no, na seção Pesquisa individual.
33
2. Procure no dicionário os significados da e) Carijó.
palavra “índio” e registre-os a seguir. Era muito comum que os portugueses denominassem como
Aquele que ou quem é originário de um grupo indígena e é tupis-guaranis os grupos indígenas que viviam na costa do
QPSFTUFSFDPOIFDJEPDPNPNFNCSP0NFTNPRVFJOEJBOP litoral brasileiro durante o período colonial.
PSJHJOÈSJPEB¶OEJB'POUF%JDJPOÈSJP)PVBJTTEBMÓOHVBQPSUV-
guesa (edição eletrônica). Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. 2. Os indígenas praticavam o que chamamos
de economia de subsistência, que consistia
na exploração e administração dos recur-
Avaliação da Situação de sos materiais de um território, com o obje-
Aprendizagem tivo de satisfazer as necessidades básicas de
sobrevivência. Assinale a alternativa que
Ao final desta Situação de Aprendizagem, não caracteriza a economia de subsistência
espera-se que os alunos, com as orientações de dos indígenas:
leitura de texto, discussões e respostas dadas
às questões, possam ter identificado o estra- a) praticavam a coleta de frutos e plantas
nhamento descrito por Caminha em relação silvestres.
aos indígenas. Deseja-se também que possam
ter compreendido que, para além desse senti- b) viviam do comércio local.
mento de estranhamento inicial, há descrições
que marcam sutilmente a crítica de Pero Vaz c) praticavam a agricultura.
de Caminha ao indígena: seu modo de ser, vi-
ver, aparentar e organizar-se como sociedade. d) coletavam mariscos e ostras.
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
Propostas de Situações de
Recuperação
personagens, posição que ocupam no
Proposta 1 quadro, luminosidade etc.
1. Peça aos alunos que observem a imagem b) Escolha dois elementos que compõem
do quadro de Victor Meirelles sobre a pri- o quadro e também aparecem descritos
meira missa rezada no Brasil. na carta de Caminha. Aponte as seme-
Conte-lhes que o autor do quadro não esteve presente no lhanças entre esses elementos.
momento em que a cena ocorreu. Ele o pintou no século
XIX, quando estudava em Paris e teve contato com mate- c) Segundo o quadro de Victor Meirelles
riais que retratavam o indígena brasileiro, inclusive a Carta e os trechos lidos da carta, qual é a ver-
de Pero Vaz de Caminha, fonte principal de informação para são contada pelo pintor e por Caminha
pintar o quadro. sobre o encontro entre europeus e indí-
genas?
2. Solicite aos alunos que retomem a leitura
da carta de Caminha e, relacionando ima- d) Escreva um pequeno texto, com base no
gem e texto, respondam às questões: conceito de choque cultural, que retrate
uma versão histórica diferente da retra-
a) Descreva em detalhes o que você vê na tada no quadro sobre o encontro entre
imagem. Preste atenção nas cores, nas europeus e indígenas.
35
que sobrarem deverão ser preenchidos com le- Livro
tras avulsas. Ao final, peça aos alunos que tro-
quem os caça-palavras e resolvam o desafio SCATAMACCHIA, Maria Cristina Mineiro.
proposto pelo colega. O encontro entre culturas. São Paulo: Atual,
2009. Apresenta um texto com diversos dados
Recursos para ampliar a perspectiva sobre o encontro de culturas no Brasil, entre
do professor e do aluno para a os grupos indígenas que habitavam a costa do
compreensão do tema litoral e os portugueses.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
QUILOMBO: UM SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA À ESCRAVIDÃO
A palavra “quilombo” tem origem africa- Assim, essa Situação de Aprendizagem
na e, de acordo com estudiosos do tema, tem visa trabalhar esse símbolo de resistência
relações com uma sociedade guerreira exis- negra e da luta tenaz que os escravos trava-
tente em Angola, no século XII. No Brasil, a ram por sua liberdade. A estratégia selecio-
palavra passou a ser utilizada, inicialmente, nada para o desenvolvimento da Situação
para referir-se a Palmares como um local de de Aprendizagem com os alunos é a organi-
refúgio de escravos, passando, depois, a desig- zação da maquete de um quilombo.
nar os demais territórios que concentraram os
negros resistentes à escravidão.
Conteúdos e temas: quilombos; resistência africana; escravidão; engenhos coloniais; bandeirantes; Pal-
mares; Zumbi; Ambrósio; identidade.
Sugestão de estratégias: aulas expositivas; estudo de textos; pesquisa orientada; coleta e sistematização
de informações; confecção de maquetes.
Sugestão de recursos: cartolina; lápis de cor; cola; tesoura sem ponta; canetinhas; palitos roliços; papel
de seda verde; serragem.
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História – 6a série/7o ano – Volume 2
Mostre, ainda, que nos engenhos coloniais Professor, o texto a seguir oferece subsí-
e nas áreas de mineração houve muitas mani- dios para o trabalho com os alunos acerca da
festações de resistência, como a organização temática desta Situação de Aprendizagem e
de revoltas, a sabotagem e a quebra de equi- poderá ser apresentado a eles de acordo com
pamentos e ferramentas. Solicite aos alunos seus critérios.
O tráfico negreiro remonta às origens da expansão portuguesa pela África. Os portugueses conquista-
ram Ceuta, no norte do continente, em 1415, e nas décadas seguintes avançaram pela costa africana, sempre
em direção ao sul. Nesse movimento, com base no trabalho compulsório de origem africana, colonizaram
as ilhas do Atlântico Sul e começaram a plantar em engenhos de cana-de-açúcar e a produzir o precioso
adoçante. Os portugueses aproveitaram-se dessa rede escravista para obter mão de obra para as novas em-
presas agrícolas no Atlântico Sul. Apesar de a escravidão ter uma existência milenar na África, o comércio
português, bem como o de outros países europeus, teve um impacto muito grande nas sociedades africanas,
já que ampliou muito a demanda por escravos, provocando uma ampliação sem precedentes no número de
indivíduos escravizados no continente africano.
Quando os portugueses chegaram ao continente americano, em 1500, já tinham, portanto, expe-
riência com a produção de açúcar que explorava a mão de obra escrava de origem africana. Nas pri-
meiras décadas, após a chegada ao que viria a ser o Brasil, os portugueses não desenvolveram a pro-
dução do açúcar por diversos motivos. Em um primeiro momento, conformaram-se com aquilo que
encontraram e que poderia ser comercialmente interessante: o pau-brasil e a exploração da costa.
Tentaram, em seguida, produzir cana no litoral sudeste, em São Vicente, com resultados decepcio-
nantes. Foi apenas a partir de 1530 que os portugueses iniciaram a colonização e introduziram fazendas
que plantavam a cana e produziam o açúcar nos engenhos. Plantar cana envolveu uma transformação
profunda da paisagem sul-americana. Os indígenas dominavam todo o território e constituíram, por
muitas décadas, parte considerável da mão de obra. Segundo historiadores, durante os dois primeiros
séculos da colonização, cerca de 350 mil indígenas foram escravizados e explorados na produção da
cana. Eles eram chamados de “negros da terra” e foram escravizados apesar das restrições legais.
Os indígenas, entretanto, não bastavam para a produção da cana. Além disso, mesmo quando capturados
em regiões distantes das fazendas escravistas, por conhecerem a terra, impunham resistências e conseguiam
fugir. A experiência portuguesa com escravos africanos, por sua vez, incentivou a importação de mão de obra
escravizada africana. As fazendas mais prósperas localizavam-se na região entre Salvador e Pernambuco.
Os indígenas eram trazidos de outras áreas, ao sul e a oeste, por meio das incursões dos bandeiran-
tes. Mas o controle português era difícil, pois, embora houvesse vários grupos indígenas com línguas
próprias, muitos eram de ramos Tupi e conseguiam se comunicar. Por tudo isso, a incorporação de
escravos africanos mostrou-se mais viável para os colonizadores. Os africanos não conheciam a terra
brasileira. Além disso, eram originários de diferentes tribos e, ao serem misturados, a comunicação
entre eles tornava-se difícil. Crucial, no entanto, foi o fato de o tráfico negreiro tornar-se uma das ativi-
dades mais lucrativas do período mercantilista, o que sem dúvida influiu na adoção desse tipo de mão
de obra: o africano era lucrativo como mercadoria e como trabalhador compulsório.
37
O plantio de cana-de-açúcar atingiu seu apogeu nas primeiras décadas do século XVII, na Bahia
e em Pernambuco. O controle sobre os escravos era rígido, porém mesmo assim a fuga consistiu em
prática constante. Assim, desde o início do século XVII, surgiram comunidades de fugitivos, os qui-
lombos, e o maior deles, Palmares, durou quase um século (1605-1694). O quilombo era uma espécie
de Estado independente, que desafiava a ordem colonial.
O oeste do continente foi gradativamente conhecido graças às expedições dos bandeirantes, que
buscavam indígenas para serem escravizados, além de pedras preciosas e metais. O século XVIII tes-
temunhou a descoberta de minas a ocidente, no que viria a ser Minas Gerais, mas também em outras
áreas do interior, nos atuais estados da Bahia, Goiás e Mato Grosso, além de São Paulo. Os veios
auríferos, assim como outras fontes de minérios ou pedras, necessitavam de mão de obra, e os indíge-
nas já não podiam representar solução, seja por sua escassez, seja pela particularidade do trabalho.
A mineração, à diferença da cana-de-açúcar, era uma atividade urbana, ainda mais dura e arriscada.
E também aí os africanos constituíram a mão de obra dominante, sempre adotando, como uma das
práticas de resistência, a fuga e a organização dos quilombos.
A crise da mineração, assim como a da cana-de-açúcar, não pôs fim ao escravismo, mas modifi-
cou, sensivelmente, suas características.
Nos primeiros séculos, o tráfico negreiro serviu não apenas à produção agrícola e extração mi-
neral, mas constituiu uma atividade econômica para muitos. Havia um comércio triangular, entre
Portugal, Brasil e África, que beneficiava todos os envolvidos na comercialização dos escravos: na
metrópole, os comerciantes portugueses controlavam tudo, já que tinham o domínio político da
situação; no Brasil, estavam os grandes gestores do tráfico, aqueles que o manejavam e enriqueciam
com ele; finalmente, no continente africano, chefes locais controlavam as redes que capturavam, no
interior, os escravos a ser vendidos. Havia, portanto, agentes econômicos nos três continentes.
Mas tudo isso mudou a partir da crise da mineração e do sistema colonial, em fins do século
XVIII. O escravismo continuou a existir no século XIX, até 1888, mas com características diversas.
Os ingleses, já sob o influxo do capitalismo industrial, combateram a escravidão e o tráfico negreiro,
que havia sido tão importante para a economia europeia, inclusive a inglesa, e fora por eles posto fora
da lei. Desde meados do século XIX, o tráfico, sempre infame, mas então, a partir de 1850, ilegal, foi
desaparecendo gradativamente.
38
História – 6a série/7o ano – Volume 2
materiais podem ser usados na construção ferentes tamanhos para a construção das áre-
das aldeias que formavam os quilombos. Por as de proteção, como montes, colinas, serras,
exemplo: palha seca, palitos, folhas de papel rochedos; plástico azul para o leito do rio;
de seda verde para a montagem da horta, das barbante para a montagem do tear. Assim,
árvores e das palmeiras. No caso específico será possível reconstituir, de maneira mais
de Palmares, galhos e folhas secos para a próxima da realidade, as características e as
trincheira e paredes das casas; pedras de di- partes do quilombo.
Figura 6 – Planta do quilombo São Gonçalo, em Paracatu, Minas Gerais, no século XVIII.
Oriente seus alunos que utilizem uma base montado o quilombo, além de planejar a utiliza-
de madeira, MDF ou outro material para ini- ção da serragem, a organização dos espaços das
ciar a fase de organização dos espaços do qui- aldeias e a vegetação típica da região. Ao final,
lombo, como a área de atividades cotidianas, organize a apresentação de todas as maquetes
as roças de subsistência, as torres de vigilância para a classe. Caso ache conveniente, proponha
e o trabalho dos pescadores e artesãos, entre uma exposição associada a um texto coletivo
outros. Peça aos alunos que observem a loca- apresentando as diferentes etapas da pesquisa, a
lização geográfica dos quilombos, os quais, em partir de um relatório. A seguir há uma sugestão
geral, eram cercados por colinas, serras e ro- de tópicos (consta no Caderno do Aluno), abor-
chedos para facilitar a proteção. dando a organização e a montagem da maquete.
Essa é uma boa oportunidade para você discutir
Nesta etapa, é muito importante analisar o com os alunos o sentido de um relatório, especi-
tamanho das construções na base em que será ficando cada um dos tópicos propostos.
39
Sugestão de tópicos para relatório f Fontes de pesquisa.
f Objetivo. 3a etapa
f Materiais utilizados na confecção da ma-
quete. Professor, o texto a seguir está inseri-
f O que sabíamos sobre escravidão africana do na seção Lição de casa, no Cader-
e quilombos antes da pesquisa. no do Aluno.
f O que aprendemos com a pesquisa realizada.
O quilombo de Palmares
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
Para o trabalho com o texto há duas ativi- e a seguinte solicita que os alunos completem
dades sugeridas no Caderno do Aluno, a pri- o quadro a seguir, denominado como quadro-
meira solicita grifar as ideias centrais do texto, -síntese, a partir das informações do texto.
40
História – 6a série/7o ano – Volume 2
Mão de obra utilizada nos Inicialmente, indígena e, posteriormente, composta de escravos africanos.
canaviais
Grupos que compunham os Africanos, indígenas e outros explorados pelo sistema colonial.
moradores desses refúgios
Principais características do Formado por diversas aldeias, chegou a ter milhares de habitantes, que lutavam
Quilombo de Palmares contra a escravidão.
Quadro 4.
Para finalizar esta Situação de Aprendi- 2. Explique por que o Quilombo de Palmares
zagem, é possível propor as duas atividades é considerado um símbolo de resistência
a seguir, que aparecem no Caderno do Alu- contra a escravidão no Brasil.
no como Pesquisa individual. Com elas, os O Quilombo de Palmares foi a maior comunidade de escravos
alunos ampliarão seus conhecimentos sobre fugidos que existiu no Brasil. A capital do quilombo, Macaco, fi-
o tema da resistência dos escravos contra a DBWBOB4FSSBEB#BSSJHB BUVBM&TUBEPEF"MBHPBT
%BTNBUBT
PT
escravidão e sobre a importância do Qui- negros retiravam o seu sustento, como dos cachos de coco das
lombo de Palmares. Após a pesquisa, eles palmeiras pindobas. Com os cocos faziam azeite e uma espécie
poderão registrar os resultados em peque- de manteiga esbranquiçada e, das florestas próximas, colhiam
nos textos. frutas. Utilizavam ainda como alimento jaguatiricas (gatos-do-
-mato), antas, guarás, lebres, quatis, tatus e tamanduás-mirins,
Professor, as atividades a seguir criavam animais e praticavam a agricultura e o artesanato.
encontram-se no Caderno do Alu-
no, na seção Pesquisa individual.
Avaliação da Situação de
1. Explique as principais formas de resistên- Aprendizagem
cia dos escravos contra a escravidão.
As formas de resistência mais comuns eram as fugas, realiza- Ao avaliar as etapas da atividade para a
das em grupo ou individualmente. Os escravos abandona- montagem da maquete, você pode observar
vam as senzalas, engenhos coloniais ou áreas de mineração as informações pesquisadas pelos alunos e
em busca de segurança em matas, rochedos ou serras. Havia, avaliar seu nível de aprendizagem. Ao longo
ainda, a organização de cooperativas de libertos, para conse- do processo, proponha revisões dos textos e
guir donativos e a compra de cartas de alforria, documento dos termos pesquisados e oriente as etapas
que concedia a liberdade ao escravo. para que cada grupo possa selecionar os itens
41
solicitados para a montagem da maquete do O nome Palmares vem da grande quantidade da palmeira pin-
quilombo, organizar o material, relacionar e doba (Palma pindoba) existente na região, que era montanhosa
interpretar dados para a montagem do painel e de difícil acesso. Havia montes, colinas, serras, rochedos e suas
sobre as partes que o compõem. O momento NBUBTFSBNNVJUPGÏSUFJTFSJDBTFNIÞNVTFNBUÏSJBPSHÉOJDB
da produção escrita é muito importante para
que cada aluno consiga se apropriar do es- 2. A cana-de-açúcar foi o primeiro produto
tudo da origem e do significado dos termos plantado no Brasil com o objetivo de aten-
relacionados à escravidão e à resistência, der ao mercado europeu, no qual o açúcar
identificando diferentes formas de represen- era bastante valioso. Em 1584, estima-se
tações e termos históricos. Para produzir que cerca de 15 mil escravos africanos tra-
um bom texto, é preciso ler, reler e reescre- balhavam nas fazendas e nos engenhos bra-
ver diferentes informações sobre o assunto sileiros. Assinale o nome da região do Brasil
pesquisado, realizando o que chamamos de onde havia o maior número de engenhos:
reescrita. É nesse momento que você poderá
acompanhar, de forma sistemática, a impor- a) Norte.
tância dos conhecimentos prévios dos alu-
nos, especialmente quanto aos quilombos, b) Centro-Oeste.
por exemplo, para incentivá-los à pesquisa
e à compreensão do papel da resistência dos c) Sul.
escravos contra a escravidão.
d) Sudeste.
Ao final da Situação de Aprendizagem, es-
pera-se que os diferentes grupos tenham orga- e) Nordeste.
nizado a pesquisa e a montagem das maquetes A região Nordeste apresentava condições favoráveis para o
observando as diferentes etapas, com desta- QMBOUJPEBDBOBEFBÎÞDBS
DPNPPTPMPEFNBTTBQÏFPDMJ-
que para a coleta de dados, a organização dos NBRVFOUFFÞNJEP
BMÏNEFTFSBSFHJÍPEP#SBTJMNBJTQSØ-
espaços e a apresentação dos resultados para xima da Europa, o que influenciava o custo final do produto.
os colegas da classe.
3. Os escravos que conseguiam fugir iam para
Proposta de questões para avaliação o meio do mato e ali criavam pequenas co-
munidades, passando a viver do cultivo de
As atividades a seguir estão inseri- plantas, da criação de animais e mantendo
das na seção Você aprendeu?, no as suas tradições culturais. O conjunto des-
Caderno do Aluno. ses refúgios era chamado de:
42
História – 6a série/7o ano – Volume 2
Após expor esse quadro, solicite aos alunos LANNA, Ana Lúcia Duarte. Revoltas da
um texto relacionando as rotas de fuga dos es- senzala. 2. ed. São Paulo: Ática, 1998. (Guer-
cravos com as principais atividades econômi- ras e Revoluções Brasileiras). Livro que tra-
cas nas regiões de localização dos quilombos. ta de movimentos de resistência à escravidão
no Brasil, com destaque para a formação de
Recursos para ampliar a perspectiva quilombos tanto no período colonial como no
do professor e do aluno para a imperial.
compreensão do tema
Site
Livros
Consciência Negra: o que é isso afinal? Dis-
FUNARI, Pedro Paulo Abreu; CARVALHO, ponível em: <http://chc.cienciahoje.uol.com.
Aline Vieira de. Palmares, ontem e hoje. São br/consciencia-negra-o-que-e-isso-afinal>.
Paulo: Jorge Zahar, 2005. (Coleção Desco- Acesso em: 14 nov. 2013. Publicado na revis-
brindo o Brasil). Obra sobre o Quilombo de ta Ciência Hoje das Crianças. O texto explica
Palmares que destaca Zumbi como um dos a importância de conhecermos e valorizarmos a
símbolos da resistência africana no Brasil. riqueza da cultura afro-brasileira.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
O BOI VOADOR DE JOÃO MAURÍCIO DE NASSAU
Nesta Situação de Aprendizagem, traba- lação da cidade do Recife para assistir a um
lharemos a história do Boi Voador, ocorrida boi voando, durante as festividades da inau-
em uma noite de 1644, quando o conde João guração da “maior ponte da América” (318
Maurício de Nassau convidou toda a popu- metros). Construída sobre o Rio Capibaribe,
43
a ponte possuía uma parte levadiça, que per- Era sobre ela que, prometia o conde, o boi
mitia a passagem de grandes embarcações. iria voar.
Conteúdos e temas: a presença holandesa no Brasil, Maurício de Nassau; Recife; Companhia das Ín-
dias Ocidentais.
Sugestão de recursos: materiais de pesquisa; papelão; cartolina ou papel-cartão; canetinhas; lápis grafite
e lápis de cor; tesoura; recortes coloridos de revistas; papel kraft ou sulfite; cola; tesoura.
Sugestão de avaliação: valorização do processo criativo do Boi Voador; processo de pesquisa; produção textual.
A ocupação holandesa no Brasil deriva das relações entre as Coroas europeias desde o século XVI.
A unificação de Leão e Castela, a expulsão dos mouros da Península Ibérica e a chegada à América
confluíram para que a Espanha se tornasse uma potência europeia. O banimento dos judeus na Espanha
levou-os a uma dispersão pelo Mediterrâneo, mas também em direção aos Países Baixos, região toleran-
te, em uma Europa pouco propensa à liberdade religiosa. O casamento de Maximiliano da Áustria com
Maria da Burgúndia levou a Holanda para a Casa de Habsburgo, no final do século XV, tendo seu neto,
Carlos V, se tornado imperador do Sacro Império, rei da Espanha e senhor dos Países Baixos.
Antuérpia era o centro econômico de uma área próspera, graças à produção e ao comércio têxtil. No
final do século XVI, contudo, enfrentava uma crise econômica, gerada por quebras agrícolas, salários
44
História – 6a série/7o ano – Volume 2
achatados e embargo inglês. A insatisfação aumentava com o domínio dos espanhóis, tanto pelo absolu-
tismo como pela perseguição religiosa. O protestantismo, surgido em terras germânicas, atraiu as elites
holandesas em sua luta contra o domínio ibérico. A parte setentrional rebelou-se e declarou sua inde-
pendência de Carlos II, em 1581, com o Ato de Abjuração, que denunciava os abusos do rei espanhol.
Surgia, assim, a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, formalmente reconhecida pela
Espanha, no início do século XVII.
Na Península Ibérica, em 1580, ocorreu a unificação das Coroas de Portugal e Espanha1, estendendo-
-se a chamada dominação espanhola até 1640. Na verdade, a administração portuguesa manteve, tanto
no reino como nas colônias, feições próprias: a língua portuguesa foi mantida e os foros e costumes lusos
preservados. Contudo, a perda da independência significou a inclusão de Portugal em alianças e conflitos
diplomáticos da Espanha. Portugal havia sido sempre aliado dos ingleses, e os holandeses, como adversá-
rios dos espanhóis, não deixavam de contar com a simpatia portuguesa, mas tudo isso foi revertido pela
ausência de uma política externa propriamente portuguesa. Embora ocupados com suas lutas no conti-
nente europeu, os holandeses adotaram, como parte da sua política comercial e externa, a colonização
de partes do continente americano sob controle do adversário espanhol. Em 1602, o governo das sete
províncias unidas criou a Companhia Neerlandesa das Índias Orientais, e, nas duas décadas seguintes, os
holandeses mandaram expedições para o que viria a ser o Canadá e os Estados Unidos da América, com
a fundação de Forte Nassau, no Rio Hudson, em 1614, a primeira cidade holandesa no Novo Mundo.
Em 1621, fundou-se uma nova Companhia, agora das Índias Ocidentais, que atacou a cidade de
Salvador, em 1624, em tentativa malsucedida de dominação. No entanto, em 1630, os holandeses con-
quistaram parte considerável da colônia portuguesa, no atual Nordeste do Brasil, estendendo essa ocu-
pação até 1654. Uma sede da Companhia foi fundada no Recife, tendo o governador João Maurício de
Nassau iniciado uma política de imigração, assim como de desenvolvimento das artes e das ciências. A
ocupação holandesa adotou uma política de acomodação com os colonos portugueses, permitindo a
continuidade do uso da língua, assim como das práticas religiosas católicas. O domínio holandês pode
ser dividido em três períodos.
O primeiro, entre 1630 e 1637, foi caracterizado pela luta entre colonos e holandeses, terminando
com a vitória holandesa e a anexação de uma imensa área entre o Ceará e o Rio São Francisco. Nesse
período, a vitória holandesa resultou, também, do apoio de habitantes locais desencantados com o
domínio português, como no famoso caso de Domingos Fernandes Calabar, senhor de engenho que foi
importante para a derrota dos portugueses e que acabou preso e executado.
A segunda etapa, entre 1637 e 1644, assinalou o governo de João Maurício de Nassau e foi caracte-
rizada pela paz e por uma política de cooptação das elites locais. Alguns senhores de engenho fugiram
para a Bahia e suas propriedades foram vendidas a crédito, o que trouxe apoio imediato dos que perma-
neceram nas áreas sob domínio holandês. Além disso, Nassau incentivou o cultivo da mandioca, para
abastecer de maneira mais adequada a população urbana. A tolerância religiosa, por sua vez, permitiu
que os judeus fundassem as primeiras sinagogas do continente americano e contribuíssem para o flores-
cimento comercial da região.
Do ponto de vista cultural, a política holandesa contrastava com a portuguesa, que nada per-
mitia ou incentivava. Os holandeses trouxeram artistas, pessoas letradas, naturalistas e outros ho-
mens de cultura. Frans Post tornou-se famoso como pintor de paisagens e cenas brasileiras. Nassau
preocupou-se com uma reforma urbana com padrões muito distintos daqueles existentes na colônia
lusa. Inspirado nos princípios renascentistas, já bem difundidos na Europa e mesmo nas colônias
espanholas na América, fundou a cidade Maurícia, com traçado geométrico e canais, inspirada, em
parte, em Amsterdã.
45
O terceiro período (1644-1654) coincide com a saída de Nassau, por suas divergências com a
Companhia das Índias Ocidentais, em 1644. A restauração da independência de Portugal, em 1640,
foi essencial para uma mudança na determinação portuguesa em seu combate aos holandeses. A
criação do Conselho Ultramarino, em 1642, permitiu à Coroa portuguesa traçar uma estratégia
colonial que não sintonizava com a dominação espanhola. Entre 1645 e 1654, houve uma guerra de
reconquista portuguesa contra a presença holandesa na colônia, que contou com a adesão da Coroa
apenas a partir de 1647. Muitos senhores de engenho alinharam-se aos holandeses e a participação
da Coroa marcou uma mudança de postura que levou à expulsão dos holandeses. O interior foi
conquistado pelos portugueses e seus aliados, como o índio Felipe Camarão, mas a costa continuava
sob domínio holandês. A guerra entre a Holanda e a Inglaterra, a partir de 1652, dificultou o envio
de recursos holandeses para a Nova Holanda. Além disso, a antiga aliança entre holandeses e por-
tugueses tinha fortes interesses, na própria Holanda, para que os dois reinos entrassem em acordo e
o sal português, tão importante para a indústria pesqueira dos Países Baixos, chegasse à República
Unida. Em 1654, os holandeses capitularam. A vitória da colônia deveu-se, também, ao envolvimen-
to, na fase final, de elementos locais, que no início da ocupação holandesa tinham, em grande parte,
preferido o domínio brando dos holandeses à exploração colonial ibérica. A situação mudou com a
crise da Nova Holanda, abandonada pela metrópole, enquanto Portugal passava a representar uma
oportunidade para as elites que haviam sido dispersas.
1
Com a morte de D. Sebastião em 1578, na batalha de Alcácer-Quibir, assumiu o governo de Portugal seu tio-
-avô, cardeal D. Henrique. Quando este morreu, em 1580, extinguiu-se a dinastia de Avis, assumindo a Coroa
o rei espanhol da Casa de Habsburgo, Felipe II, mantendo-se a união até 1640.
Conheça a incrível história do animal que passeou pelos céus de Recife no século XVII!
“E então: você acreditaria se alguém lhe contasse que boi voa? Brincadeira ou não, no tempo em que
os holandeses invadiram o Recife, um boi voou nos céus da cidade. Essa história, que pode parecer sem
pé nem cabeça, começa assim...
Você já deve ter ouvido falar que, para explorar as riquezas naturais do Brasil, veio gente de toda
parte. Entre 1580 e 1640, os reinos de Portugal e Espanha dividiam o domínio de nosso território1. Nessa
história, havia também os holandeses, antigos parceiros dos portugueses na produção de açúcar e res-
ponsáveis por sua distribuição no mundo, mas inimigos dos espanhóis. E aí, tudo começa.
Proibidos pelos espanhóis de continuar no Brasil, os holandeses, a partir de 1630, invadiram e domi-
naram boa parte do Nordeste. Até 1654, fizeram a sede do governo Brasil Holandês em Pernambuco.
Entre seus principais feitos está a fundação da cidade de Maurícia, na ilha chamada Antonio Vaz, atual
Recife. O nome da cidade foi uma homenagem ao governante mais famoso nas conquistas holandesas
no Nordeste brasileiro: o Conde Maurício de Nassau. Ele governou o chamado Brasil Holandês entre
os anos de 1636 e 1644 e foi o responsável pelo inesperado voo do tal boi.
46
História – 6a série/7o ano – Volume 2
No dia 28 de fevereiro de 1644, um domingo, seria inaugurada uma ponte de madeira que o Conde
de Nassau havia construído em Recife. Para a ocasião, o nobre holandês organizou um grande espetá-
culo de comemoração que marcaria também o dia de sua partida do Brasil em retorno à Holanda. Ele
queria muita gente e, para isso, conclamou toda a população para assistir a um fato inusitado: ele faria
“um boi voar” sobre sua ponte.
A ponte sobre o Rio Capibaribe separava o Recife, sede do governo, da Ilha de Antonio Vaz, onde o
Conde morava. Era uma obra grandiosa. A ponte possuía uma parte levadiça, permitindo a passagem
de grandes embarcações. E o boi, como havia prometido o governante, iria voar sobre ela.
Ninguém conseguia imaginar de que forma um animal pesado e terrestre como um boi poderia voar.
Nassau, por sua vez, aproveitaria a curiosidade geral para ganhar dinheiro e recuperar os gastos com as
obras de construção. Todos que quisessem assistir ao espetáculo teriam de pagar uma quantia em dinheiro.
No finzinho da tarde do domingo, o conde colocou um boi empalhado pendurado em uma corda
que estava amarrada entre as duas torres do Palácio Friburgo, sede de seu governo, pagando sua dívida
com a sociedade.
Como assim?
Embora parecesse mágica ou algo inexplicável, Maurício de Nassau nada mais fez do que usar sua
engenhosidade e seus conhecimentos básicos de ciência. Primeiro, escolheu o animal que participaria do
espetáculo. Deveria ser um boi manso, que se mantivesse parado durante todo o dia, para ser observado
por todos. Escolheu então o “boi do Melchior”, um animal de pelo amarelado, famoso na cidade por
entrar nas casas e subir escadas.
Enquanto o povo observava de dia, no chão, o boi que iria voar à noite, o Conde ordenou que se
arranjasse um bom pedaço de couro, do tamanho mesmo de um boi de verdade. Empalhado, o pedaço
de couro foi inflado como um balão. Aí, foi amarrado em cordas bem finas, que não pudessem ser vistas
pelo público, que lotava as praias e os barcos. Preso por roldanas, o falso boi foi controlado por alguns
marinheiros que o faziam dar muitas cambalhotas em pleno ar, para o delírio de todos que pagaram
para assistir ao grandioso espetáculo!
A apresentação aconteceu com a presença de muitas pessoas, certamente de queixo caído ao ver algo
tão inesperado e maravilhoso. O conde foi muito aplaudido pela sua peripécia. Maurício de Nassau
cumpriu a promessa de fazer um boi voar, ficando muito conhecido e admirado por todas aquelas pes-
soas pela sua criatividade e astúcia.
A inauguração da ponte com boi voador fez tanto sucesso que entrou para a história dos holandeses
em Pernambuco. E mais, os cofres da Coroa holandesa faturaram uma boa cifra com a cobrança de
ingressos, recuperando quase todos os gastos com a construção da ponte.
Por causa dessa peripécia, de outras tantas e de suas grandes obras, o conde se tornou um persona-
gem lembrado ainda hoje pelos pernambucanos.
A história do boi voador atravessa os tempos. Já virou letra de música e até tema de escola de samba!”
ASSIS, Ângelo Adriano Faria de; RAMOS, Frank dos Santos; SANTOS, João Henrique dos. O boi não bateu asas, mas voou.
Ciência Hoje das Crianças, n. 157, maio 2005.
1
Os autores referem-se ao período denominado como União Ibérica (1580-1640), fase em que Portugal esteve
sob o domínio da Espanha.
47
© Mário Bag
asas, mas voou”, crie uma escultura em papelão, dos participantes do grupo. Vale ainda res-
ou em outro suporte, para uma exposição. saltar o tamanho das esculturas em função
do espaço em que serão expostas;
a) Faça um esboço de um boi para, em se- f reproduzir as imagens do Boi Voador prefe-
guida, iniciar o processo de criação com rencialmente em papelão, para que possam
base na técnica de colagem com recortes ser pintadas e coloridas ou ainda decoradas
de revistas, desenhos ou registros de fra- a partir da técnica de colagem, com recortes
ses curtas no corpo da escultura prepara- de revistas ou registros de frases curtas no
da pelo grupo. corpo da escultura preparada pelo grupo;
Em relação à produção de uma escultura em papelão do Boi f produzir pequenos textos, a partir das ati-
Voador, vale a pena ressaltar a importância de organizar esbo- vidades dos grupos sobre a história do Boi
ços, baseados em desenhos do Boi Voador, fazendo um reco- Voador, para acompanhar a exposição.
nhecimento da imagem gráfica e de suas descrições, com as
particularidades levantadas por todos os participantes do grupo. Para finalizar, é possível solicitar aos alu-
nos que realizem, em casa, a atividade pre-
b) Ao final, tomando por base as ativida- sente no Caderno do Aluno na seção Lição
des dos grupos, produza pequenos tex- de casa. Esta solicita aos alunos que reali-
tos sobre a história do Boi Voador para zem uma pesquisa sobre duas palavras-chave,
acompanhar a exposição. União Ibérica e Companhia das Índias Oci-
Resposta pessoal. A partir da leitura do texto e do registro de dentais, relacionadas ao tema da presença dos
suas ideias centrais, os alunos vão produzir pequenos textos holandeses no Brasil.
para acompanhar a exposição, explicando o que o grupo pro-
curou mostrar ao montar a escultura de papelão do Boi Voador. Avaliação da Situação de
Aprendizagem
2a etapa
Para avaliar a Situação de Aprendizagem,
Montagem de esculturas verifique como ocorreu o processo de amplia-
ção do conhecimento dos alunos e os elemen-
Após a leitura, organize os alunos em gru- tos utilizados para a investigação da produção
pos, a partir de critérios escolhidos por você. do Boi Voador de João Maurício de Nassau.
Peça-lhes que construam esculturas, seguin- Tome como critério a montagem material das
do algumas etapas para a montagem das peças: informações, a pesquisa histórica de base e a
produção dos textos.
f ler o texto sobre o Boi Voador, relacionan-
do essa história ao governo de Maurício de Proposta de questões para avaliação
Nassau, no Recife;
f registrar a história do Boi Voador no Ca- As atividades a seguir estão inseri-
derno do Aluno de forma a destacar as das na seção Você aprendeu?, no
ideias centrais do texto lido; Caderno do Aluno.
f relacionar e ordenar as informações do
texto, levando o aluno à reflexão sobre a 1. Quais razões levaram João Maurício de
história do Boi Voador; Nassau a mandar construir, sobre o Rio
f organizar esboços do Boi Voador no Cader- Capibaribe, uma ponte para ligar o Reci-
no do Aluno, a partir de desenhos. Nessa fe, sede do governo, à Ilha de Antonio Vaz,
etapa, é muito importante o reconhecimento onde o governador holandês morava?
da imagem gráfica e de suas descrições com %FTFKBWBTF MJHBS P 3FDJGF Ë DJEBEF .BVSÓDJB
QPS JTTP GPJ
as particularidades levantadas por cada um construída uma ponte sobre o Rio Capibaribe, além de ou-
49
tras pontes que ligavam o interior do Recife ao porto, a fim c) café.
EFFTDPBSPBÎÞDBSQSPEV[JEPQBSBB&VSPQB
KÈRVFBDBOB-
EFBÎÞDBSFSBQMBOUBEBMPOHFEBDPTUBFOÍPFSBQSPEV[JEB d) borracha.
para o consumo interno.
e) açúcar.
2. João Maurício de Nassau realizou uma Os holandeses foram os principais financiadores dos enge-
grande reforma urbana na cidade do Reci- nhos coloniais do atual Nordeste brasileiro e, em troca, ti-
fe. Destaque as principais alterações feitas nham exclusividade para transportar e comercializar o pro-
por ele na cidade. duto na Europa.
A cidade do Recife passou por várias transformações, como a
pavimentação das ruas, o planejamento de jardins, a limpeza 5. Os holandeses foram expulsos do Brasil
FBDPOTFSWBÎÍPEBTWJBTQÞCMJDBT
BDPOTUSVÎÍPEFVNKBSEJN em 1654, com o apoio dos senhores de en-
zoológico e um jardim botânico e, ainda, a ponte sobre o rio genho e dos comerciantes portugueses. A
Capibaribe. partir dessa época, passaram a produzir o
açúcar em um conjunto de ilhas chamado:
3. Depois de uma breve passagem pela Bahia,
entre 1624 e 1625, os holandeses retornaram a) do Pacífico.
ao Brasil em 1630, instalando-se em Per-
nambuco, na cidade de: b) Açores.
a) Salvador. c) Britânicas.
b) Palmares. d) Antilhas.
c) Recife. e) Baleares.
Os holandeses dirigiram-se para as Antilhas, ilhas da América
d) Olinda. $FOUSBM
POEF DPNFÎBSBN B QSPEV[JS BÎÞDBS
DSJBOEP GPSUF
concorrência ao produto brasileiro.
e) Lajedo.
João Maurício de Nassau desembarcou no Recife em 23 Propostas de Situação de
EF KBOFJSP EF " DJEBEF UJOIB DFSDB EF NJM IBCJ- Recuperação
tantes, com ruas estreitas e tortas, mas passou por diversas
mudanças, entre elas as casas de três andares, típicas da Proposta 1
capital holandesa e, atualmente, marca do centro histórico
de Recife. Organize um painel sobre os artistas ho-
landeses que estiveram no Brasil, em especial,
4. Em 1621, os holandeses criaram a Compa- Frans Post e Albert Eckhout. Oriente os alunos
nhia das Índias Ocidentais, com o objetivo para a importância desses pintores no registro
de controlar o comércio de um importante iconográfico da fauna, da flora, dos costumes,
produto para a economia europeia. Assi- dos engenhos, das construções, da vegetação e
nale, entre as alternativas a seguir, o nome da arquitetura do Brasil colonial.
desse produto:
Proposta 2
a) cacau.
Peça aos alunos que pesquisem a importân-
b) algodão. cia dos holandeses para a produção açucarei-
50
História – 6a série/7o ano – Volume 2
ra no Brasil colonial. Avalie, de acordo com flamengo. 4. ed. São Paulo: Atual, 2003. (A
seus interesses e expectativas, a possibilidade Vida no Tempo do Açúcar). Obra que apre-
de a classe fazer um cartaz com os engenhos senta a vida urbana em Pernambuco no perío-
coloniais desse período e do processo de pro- do da presença holandesa.
dução do açúcar.
Site
Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a Diário de Pernambuco – O Boi Voador. Recife,
compreensão do tema 2003. Disponível em: <http://www.pernambu
co.com/diario/2003/11/24/especialholan
Livro desesf214_0.html>. Acesso em: 14 nov. 2013.
Texto jornalístico sobre a história do Boi
SILVA, Luiz Geraldo. O Brasil dos holandeses. Voador e o contexto histórico da presença
A vida urbana em Pernambuco sob o domínio holandesa no Recife.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
A MINERAÇÃO NO BRASIL COLONIAL
Desde o início da colonização portuguesa auríferos nos atuais Estados de Minas Gerais,
no Brasil, foram organizadas inúmeras expedi- Goiás e Mato Grosso. Esta Situação de Apren-
ções a diferentes pontos da colônia, em busca dizagem tem como objetivo levar o aluno a
de metais preciosos. No final do século XVII, organizar uma revista cultural que aborde a ati-
os bandeirantes paulistas descobriram veios vidade mineradora no Brasil colonial.
Conteúdos e temas: mineração; ouro de aluvião; escravidão; veios auríferos; quinto; casas de fundição;
Barroco.
Sugestão de estratégias: aulas expositivas; pesquisa em livro didático, material de apoio, enciclopédias e
sites especializados.
Sugestão de recursos: folhas de papel sulfite ou jornal tamanho A4, para serem dobradas ao meio e
grampeadas no formato de uma revista; canetinhas coloridas; régua; lápis grafite e lápis de cor.
Sugestão de avaliação: o material coletado em pesquisa; a seleção das imagens; a organização dos temas;
a revista produzida.
Sondagem e sensibilização
sobre a mineração no Brasil colonial. Peça-lhes
Inicie a sondagem buscando quais são os que registrem em grupo, no Caderno do Alu-
conhecimentos prévios que os alunos detêm no, esses conhecimentos, sintetizando-os.
51
Professor, o texto a seguir oferece subsí- poderá ser apresentado a eles de acordo com
dios para o trabalho com os alunos acerca da seus critérios.
temática desta Situação de Aprendizagem e
52
História – 6a série/7o ano – Volume 2
mineira mostrou-se essencial para a constituição de uma comunidade brasileira. As cidades mineiras
entraram em declínio, com o esgotamento do ouro, mas acabaram preservadas de maneira excepcional,
a ponto de se tornarem patrimônio cultural da humanidade, como é o caso de Ouro Preto e Diamantina,
enquanto outras detêm o título de patrimônio nacional, ainda testemunhando não apenas o auge de
uma época, como o início de uma busca pela liberdade, que seria concretizada apenas mais tarde.
1a etapa
leitura do texto a seguir, também presente na
Professor, após a atividade de sen- seção Leitura e análise de texto, no Caderno
sibilização, solicite aos alunos a do Aluno.
As minas são veios naturais na terra ou escavações nos quais há busca e extração de algum mi-
nério precioso.
No caso do ouro, interesse econômico do século XVIII, a extração podia ser realizada com
instrumentos como pás e picaretas quando o metal se encontrava na superfície do solo. Quando
os veios eram mais profundos, realizava-se a escavação de galerias, sustentadas por um sistema de
escoramento das paredes. Havia, também, a extração do metal nos rios, chamada de aluvião, com o
uso de bateias ou peneiras.
O trabalho nas minas sempre foi muito difícil, com desgaste rápido da mão de obra. Nos séculos
XVIII e XIX, o trabalho era realizado pelos escravos. Além deles, que eram maioria, havia os cri-
minosos condenados a trabalhos forçados. Desde o século XVI, o Brasil já utilizava a mão de obra
escrava nas fazendas de cana-de-açúcar da costa nordeste da colônia. A partir do século XVII, a
economia colonial, baseada na produção da cana-de-açúcar, estava em crise, em virtude da baixa nos
preços do produto no mercado internacional, o que facilitou a transferência dos escravos das plan-
tações para o trabalho nas minas, além daqueles trazidos diretamente da África para essa finalidade.
Apesar do trabalho duríssimo, os escravos das minas viviam em cidades, o que de certa forma
representou uma melhoria das suas condições de vida em relação às condições dos escravos que
viviam nas fazendas. Começaram a surgir irmandades que permitiam aos escravos se associarem
em torno de interesses religiosos. Igrejas específicas para a população negra foram construídas.
Desenvolveu-se uma cultura urbana com forte influência da cultura africana sobre a cultura da
população local. Como resultado, muitos quilombos surgiram nas proximidades das cidades, dis-
tinguindo-se dos quilombos rurais, afastados e menos conectados com a sociedade local. Na região
das minas, os quilombos eram próximos e faziam parte, de alguma forma, da economia e da socie-
dade do lugar.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
53
Para o trabalho com o texto há duas ativi- no Caderno do Aluno, ou ainda incluir novos
dades sugeridas no Caderno do Aluno, a pri- aspectos que considerar pertinentes.
meira solicita grifar as ideias centrais do texto,
e a outra está reproduzida a seguir: Roteiro de pesquisa
A partir das ideias centrais do texto, sele- f Onde ficavam as Minas Gerais (pode-se
cione um título para cada parágrafo. incluir a pesquisa de um mapa da região)?
A seguir, alguns títulos possíveis. f Quais as características da sociedade mine-
a) Primeiro parágrafo: O que são minas. radora?
b) Segundo parágrafo: A extração do ouro. f Como era a organização social?
c) Terceiro parágrafo: O trabalho nas minas. f Como se dava a produção nas minas? O
d) Quarto parágrafo: Cultura e sociedade na que era produzido?
mineração. f Quais os mecanismos de controle de fis-
calização portuguesa? Quais os principais
2a etapa impostos da mineração?
f Como se dava o abastecimento da região
Apresente aos alunos uma propos- das minas?
ta para a produção de uma revista f Como era a vida nas cidades das áreas mi-
cultural sobre a mineração no pe- neradoras?
ríodo colonial, conforme atividade presente f Qual o papel da religiosidade para a socie-
na seção Pesquisa em grupo, no Caderno do dade mineira no século XVIII?
Aluno. Oriente-os a levar à sala de aula revis- f Que aspectos artísticos caracterizavam a
tas, em especial relacionadas a temas culturais região?
ou atualidades, para que possam manuseá-las f O que explica a decadência da produção
e, a partir da observação, desenvolver o proje- mineradora?
to da publicação.
Em seguida, oriente-os a preparar um esbo-
Oriente também os alunos a organizarem ço a partir das informações pesquisadas sobre a
a pesquisa dos temas selecionados a respeito mineração no período colonial. No Caderno do
da economia mineradora no Brasil do sécu- Aluno foi destinado um espaço específico para
lo XVIII. Para elaborar a revista, eles preci- que esse esboço seja feito. Esta é a fase de pro-
sam se dedicar a várias atividades destinadas dução da revista, com a organização de peque-
à ampliação de seus conhecimentos sobre nos textos, por exemplo, sobre a exploração das
o tema abordado. Para essa etapa, é funda- minas, o vocabulário específico da mineração, a
mental a leitura de textos informativos, a ob- sociedade desse período, os tributos, a vida cul-
servação de ilustrações e a coleta de dados tural e a arte barroca. Peça-lhes que discutam
sobre as formas de organização da sociedade o nome da revista, os créditos das pesquisas, a
mineira. As informações assim obtidas darão chamada da capa, os textos da contracapa, da
os subsídios necessários à escrita das legen- terceira capa e, ainda, a parte interna, chamada
das e à produção das ilustrações e de peque- de miolo, que deverá conter os artigos. Para isso,
nos textos para a composição das diferentes devem usar folhas de papel sulfite ou jornal.
partes da revista.
Características da revista
Sugira um roteiro mínimo que oriente a ati-
vidade de pesquisa. Você pode usar as suges- A revista deverá conter algumas partes e
tões a seguir e que se encontram reproduzidas seções fundamentais:
54
História – 6a série/7o ano – Volume 2
f Capa: com destaque para o nome da revis- res e com diversos tamanhos de letras;
ta, número, edição e pequenas chamadas f Créditos: nome dos participantes do grupo,
para os principais destaques das matérias com indicação das respectivas funções de
que serão publicadas; cada um, por exemplo, redator e ilustrador.
f Contracapa: índice das matérias com pe-
quenos textos sobre o que será abordado 3a etapa
na revista;
f Miolo: parte interna da revista, composta Professor, os textos a seguir estão no
de pequenos textos relacionados à mine- Caderno do Aluno, na seção Lição de
ração, que podem ocupar duas páginas de casa, e ambos abordam a mineração
sulfite, dobradas na vertical, com títulos na dinâmica colonial. Você pode ler com eles os
em destaque, preferencialmente, com cane- textos e solicitar a realização das atividades pos-
tinhas coloridas ou lápis de diferentes co- teriormente, segundo seus critérios.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
1. Após a leitura do texto, descreva duas ca- o percurso do Caminho Velho da Estrada Real (de Paraty até
racterísticas do Caminho Velho da Estra- Vila Rica) e comentem o fato de o ouro proveniente da re-
da Real. gião mineradora ser escoado para Portugal pela cidade de
Entre as características, é possível que os alunos descrevam Paraty.
55
2. Apresente dois motivos pelos quais a Co- O texto a seguir está inserido na se-
roa portuguesa criou o Caminho Novo da ção Leitura e análise de texto, no
Estrada Real. Caderno do Aluno, acompanhado
%PJTNPUJWPTRVFMFWBSBNËDSJBÎÍPEP$BNJOIP/PWPEB&T- pela atividade subsequente.
trada Real foram o contrabando e o controle realizado pelos
paulistas sobre o Caminho Velho, que ligava Paraty a Vila Rica.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
Depois de lido o texto, preencha as carac- c) Sistema de fintas: imposto que consistia na entrega
terísticas dos tipos de impostos na área da de 30 arrobas anuais fixas, que a Coroa Portuguesa conside-
mineração. rava corresponderem a cerca de um quinto do ouro extraído.
56
História – 6a série/7o ano – Volume 2
pode completar com sua observação quanto Ao final da Situação de Aprendizagem, es-
aos conhecimentos adquiridos durante o pro- pera-se que os diferentes grupos tenham pes-
cesso de organização da revista, localizando quisado em diversas fontes o material para a
dificuldades e propondo retomadas no proces- organização da revista cultural sobre minera-
so de produção da revista. ção no período colonial, com atenção especial
para a diagramação, as chamadas e os artigos.
O trabalho de autoavaliação é muito im-
portante para o processo de aprendizagem. No Proposta de questões para avaliação
entanto, não é fácil de ser desenvolvido com
coerência e objetivos claros. Por esse motivo, As atividades a seguir estão inseri-
sugerimos um roteiro específico para orientar das na seção Você aprendeu?, no
a condução desse processo. Caderno do Aluno.
57
a) a possibilidade de enriquecimento. de aluvião, a faiscação, o quinto e os impos-
tos cobrados sobre os metais preciosos.
b) a falta de alimentos.
Proposta 2
c) a elevação dos preços.
Peça aos alunos que organizem um painel
d) o aumento populacional. sobre a Estrada Real, abordando os cami-
nhos do ouro e a Estrada Real, descrevendo
e) a ausência de impostos. as principais vias de acesso à região das minas
A descoberta do ouro ocasionou a criação de impostos es- (Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso) a partir
pecíficos, como o quinto, arrecadação que correspondia à de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
quinta parte de todo o ouro encontrado.
Recursos para ampliar a perspectiva
5. A mineração fez surgir uma sociedade ur- do professor e do aluno para a
bana, com destaque para a camada média compreensão do tema
formada por diferentes grupos. O segmen-
to que não fazia parte desses grupos era o Livro
dos:
VILLALTA, Luiz Carlos; RESENDE, Maria
a) artesãos. Efigênia Lage (Org.). História de Minas Gerais:
as Minas setecentistas. Belo Horizonte: Au-
b) comerciantes. têntica, 2007. 2 vols. Os livros abordam temas
como a política, a administração, a religiosida-
c) escravos. de, a economia, a escravidão, as artes, as ciên-
cias, as técnicas, a educação e a literatura do
d) professores. século XVIII.
e) advogados. Filme
Todos os grupos citados pertencem à camada média urbana da
mineração, com exceção dos escravos. Século XVIII: a colônia dourada. Direção:
Eduardo Escorel. Brasil, 1994. 18 min. Livre.
Propostas de Situações de Documentário a partir da descoberta das mi-
Recuperação nas a colonização portuguesa é levada a pe-
netrar em grande parte do território que hoje
Proposta 1 constitui o Brasil.
58
História – 6a série/7o ano – Volume 2
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
A GUERRA DOS EMBOABAS
A partir do século XVII, uma série de de forma mais efetiva a exploração das rique-
movimentos de contestação ocorreu em di- zas mineiras.
ferentes locais da colônia portuguesa na
América, os quais receberam o nome de “Re- Os paulistas apelidaram os inimigos de
beliões nativistas”. Entre esses movimentos, emboabas, que em tupi significa “aves pernal-
destacamos a Guerra dos Emboabas, entre tas”, ou com pernas emplumadas, já que eles
1708 e 1709, que terminou com a derrota dos usavam botas, à diferença dos bandeirantes,
paulistas e a criação da capitania das Minas que em nada se pareciam às imagens com que
Gerais, independente de São Paulo. A inter- usualmente são apresentados nos livros didáti-
venção do Rio de Janeiro durante a guerra cos de História. Com base nessas informações,
contra os paulistas foi decisiva, assim como o construa com seus alunos um painel informa-
interesse da Coroa portuguesa em controlar tivo abordando a Guerra dos Emboabas.
Sugestão de estratégias: aula expositiva; pesquisa nos livros didáticos e em textos de apoio.
Sugestão de avaliação: coleta de material de pesquisa; síntese das ideias centrais e organização de um
quadro comparativo.
59
Professor, o texto a seguir oferece subsí- poderá ser apresentado aos alunos de acordo
dios para o trabalho com os alunos acerca da com seus critérios.
temática desta Situação de Aprendizagem e
Desde o século XV, com a expansão europeia pelo Atlântico, inaugurada pela tomada de Ceuta pelos
portugueses, em 1415, começou a formar-se um sistema de assentamento colonial e exploração econô-
mica em benefício das metrópoles europeias. Esse antigo sistema colonial perdurou por três séculos, até
entrar em crise, a partir de fins do século XVIII. As duas grandes potências coloniais, durante esse largo
período, foram os ibéricos, representados pelos espanhóis e portugueses, seguidos, de maneira parcial,
por ingleses, holandeses e franceses. Portugal e Espanha dividiram o continente americano em duas par-
tes, segundo o Tratado de Tordesilhas, de 1494, tendo os portugueses colonizado, ainda, partes da costa
da África Meridional, da Ásia e da Oceania.
O colonialismo fundava-se no estabelecimento de colonos, em número limitado, voltados ao controle
de territórios para a extração e a produção de riquezas. A partir dos preceitos do mercantilismo, o pri-
meiro objetivo consistia em acumular riquezas nas metrópoles. Para isso, havia um monopólio comer-
cial, que controlava o comércio em benefício da burguesia e das classes proprietárias e nobiliárquicas
da metrópole. Nas colônias, a produção de mercadorias, agrícolas ou de origem mineral, utilizava mão
de obra escrava, o que contribuía para a formação de elites coloniais e o incremento do tráfico negreiro.
Esse processo permitiu que, gradativamente, surgissem nas colônias elites atreladas aos interesses agrá-
rios escravistas, ao comércio e ao tráfico.
O sistema colonial português foi afetado por fatores que atingiram também os outros impérios colo-
niais, no campo das transformações econômicas e nos aspectos simbólicos e culturais. O principal fator
que acelerou a crise do sistema foi o desenvolvimento do capitalismo industrial, na segunda metade do
século XVIII. A Inglaterra, potência periférica no antigo sistema colonial, desenvolveu sua indústria a
partir da adoção de novas fontes de energia, maquinário industrial têxtil e novas técnicas agrícolas, com
a consequente concentração de mão de obra livre nas cidades (proletários). Isso permitiu que os ingle-
ses, já poderosos marinheiros, dominassem o comércio marítimo internacional e o país se tornasse uma
superpotência. Os ingleses, para além do controle comercial, começaram a exercer pressão contra os mo-
nopólios que caracterizavam o sistema colonial, encorajando, portanto, a independência das colônias.
Em paralelo, ocorria uma verdadeira revolução no âmbito da cultura. O absolutismo e o antigo siste-
ma colonial baseavam-se em uma concepção de mundo de origem feudal: o direito divino. Assim como
a justificativa da ordem social em estamentos (clero, nobreza e Terceiro Estado) estava enraizada em
uma concepção religiosa do mundo e da sociedade, a exploração das colônias também era considerada
como parte da ordem natural estabelecida por Deus. Todo esse edifício foi questionado pelo pensamento
iluminista e pelo liberalismo econômico, faces de uma mesma concepção, que repudiava o teocentrismo
e privilegiava o racionalismo e o empirismo. Em grande parte, esses movimentos intelectuais resultavam
do avanço do capitalismo industrial e do individualismo, em busca de explicações racionais e de inter-
venções técnicas e passíveis de experimentação. Desse modo, a indústria surgiu e prosperou graças à
experimentação e às explicações racionais do mundo.
A crise do sistema colonial português contou com algumas especificidades. O Marquês de Pombal,
em meados do século XVIII, representou a tentativa de uma atualização da metrópole, buscando in-
corporar, na medida do possível, o Iluminismo. No Brasil, a primeira cidade planejada, quadriculada,
Macapá, foi fundada à época de Pombal, na foz do Amazonas, inaugurando uma modernização tardia,
60
História – 6a série/7o ano – Volume 2
pois tal planejamento urbano já era comum nas colônias espanholas desde o século XVI. Dois fatores
do enfraquecimento da Coroa, contudo, devem ser destacados: a crise do açúcar, a partir da segunda
metade do século XVII, e a da mineração, a partir de meados do século XVIII. A recuperação dos pre-
ços do açúcar e o cultivo do algodão, no Maranhão, acabaram por contribuir para o crescimento dos
movimentos de rebeldia, inspirados pela experiência dos Estados Unidos da América, independentes
desde 1776. Inspirados também no Iluminismo, diversos movimentos eclodiram, a começar pela Conju-
ração Mineira (1789), seguida da Conjuração dos Alfaiates (1798).
O fator que desencadeou o fim do sistema colonial, contudo, foi a transferência da Coroa por-
tuguesa, em 1808, para o Rio de Janeiro, em sua fuga das tropas napoleônicas. A colônia tornou-se
sede da corte, capital de um império e, de maneira efetiva, deixou de ser colônia, mesmo que ainda
não fosse, de imediato, um país independente. O caminho estava aberto e não haveria retorno, o
que ficou claro desde a transferência da Família Real. O livre comércio marcava o fim do sistema
(Pacto Colonial) e a incorporação da antiga colônia na esfera de influência do capitalismo inglês.
As tensões não deixaram de existir, contudo, pois os interesses portugueses prevaleciam, em relação
aos das elites locais. A Revolução Pernambucana de 1817 atesta como havia descontentamento, em
particular por parte de algumas elites regionais, outrora poderosas, em relação ao poder concen-
trado na corte do Rio de Janeiro. O sistema colonial estava declinando, mas o destino da antiga
colônia ainda não se mostrava seguro. O império colonial espanhol fragmentava-se em diversos
países e o mesmo desfecho, ainda que incerto, poderia, a depender das circunstâncias, ocorrer no
Brasil. A transferência da corte, contudo, foi determinante para que se mantivesse a unidade. Ao
mesmo tempo, a manutenção de um sistema de governo típico do Antigo Regime, uma monarquia
tendendo ao absolutismo, e a constituição de uma nobreza proprietária rural foram também lega-
dos do antigo sistema colonial, que se perpetuaram no país independente. Assim, o fim do sistema
colonial antecedeu a independência, mas algumas de suas características mantiveram-se após 1822.
1a etapa
Professor, solicite aos alunos a lei- tura e análise de texto. Dessa maneira os alu-
tura do texto a seguir, presente no nos terão subsídios para desenvolver a
Caderno do Aluno, na seção Lei- atividade de pesquisa.
61
apoio de tropas da Bahia. Líderes foram presos, foi decretado o perdão das dívidas dos senhores de
Olinda e Recife foi mantida como vila.
Todos esses movimentos mostraram as tensões, no Brasil, entre os segmentos sociais mais ou menos
ligados à metrópole. Contrapunham-se os interesses da elite local – os proprietários rurais no Maranhão
e em Pernambuco – aos dos portugueses ou de seus aliados.
Os movimentos europeus contra o Absolutismo, como a Revolução Francesa de 1789 e a In-
dependência dos Estados Unidos da América, em 1776, também contribuíram para incentivar as
revoltas na colônia.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
1. Baseado na leitura do texto, apresente dois 2. A partir das informações do texto e das ex-
fatores para a crise do sistema colonial. plicações de seu professor, complete os se-
Exploração das colônias e maior opressão de Portugal em guintes dados sobre a Revolta de Beckman
relação ao Brasil. e a Guerra dos Mascates.
Movimento contrário ao
OBSFHJÍPRVFWJSJBBTFS
Revolta de Beckman o Estado do Maranhão.
monopólio comercial da Os líderes foram enforcados.
metrópole.
Quadro 6.
62
História – 6a série/7o ano – Volume 2
63
a) parceria. Propostas de Situações de
Recuperação
b) compra.
Proposta 1
c) revolta.
A maior parte das riquezas exploradas no
d) exclusividade. Brasil era enviada para Portugal. A alta dos
preços e a insatisfação dos habitantes da co-
e) ajuda. lônia provocaram várias rebeliões, como a
A palavra “monopólio” significa exclusividade. Revolta de Beckman. Organize com os alu-
nos um quadro para que possam sintetizar os
2. As disputas entre paulistas e portugueses, principais acontecimentos desse movimento.
em Minas Gerais, resultaram em uma re-
volta que recebeu o nome de: Proposta 2
65
GABARITO conquistaram as civilizações americanas, como os maias, incas
e astecas, e iniciaram a colonização do continente. Essa con-
quista provocou a desorganização do modo de vida tradicional
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 desses povos e o fim de sua independência política e militar.
Contribuição dos maias, incas e astecas para a diversidade Além disso, os espanhóis iniciaram a construção de uma nova
cultural dos povos da América sociedade na América, com a construção de cidades quadricu-
Pesquisa em grupo (CA, p. 11-12) ladas, de acordo com o modelo renascentista, que seguiam um
A pesquisa sobre a contribuição dos maias, astecas e incas padrão pré-determinado. Os espanhóis também passaram a uti-
para a diversidade cultural dos povos da América é uma etapa lizar a mão de obra indígena para a exploração das riquezas dos
muito importante para o estudo dos povos pré-colombianos. O territórios conquistados. Finalmente, é importante destacar que
objetivo central da pesquisa será aprofundar a ideia de diversi- a chegada dos espanhóis provocou o massacre de um grande
dade cultural entre os povos da América no período estudado. A OÞNFSPEFJOEÓHFOBTFQPTTJCJMJUPVBNFTDMBEBTDVMUVSBTBNFSJ-
coleta de informações e a elaboração de um texto coletivo rea- canas com a cultura espanhola.
lizadas por grupo serão fundamentais para a sistematização do
material pesquisado. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
O encontro entre culturas no Brasil
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 (CA, p. 30)
A conquista espanhola e o fim do Império Inca A frase da arqueóloga Maria Cristina Mineiro Scatamacchia,
(CA, p. 16-18) do livro O encontro entre culturas, procura mostrar a importân-
1. Conquista: submissão, subordinação (de um povo pelo outro) cia de observarmos as diferenças entre os europeus e os povos
e/ou dominação (de um povo sobre o outro), no caso especí- indígenas. Essas identidades sociais não são fixas, mudam com o
fico da conquista dos astecas pelos espanhóis. tempo e com as situações e nos revelam o quanto é preciso co-
2. No momento de orientar os alunos a grifar conceitos histó- nhecer e respeitar a diversidade cultural.
ricos e palavras desconhecidas por eles que pertencem ao
vocabulário, destaque as diferenças entre esses termos. Lem- SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
bre-os de que os conceitos são palavras ou expressões que Quilombo: um símbolo de resistência à escravidão
TJOUFUJ[BN DPOUFÞEPT RVF DPNQÜFN
FTQFDJmDBNFOUF
VNB (CA, p. 38)
EFUFSNJOBEB ÈSFB EP DPOIFDJNFOUP %JHB UBNCÏN RVF IÈ 1. Resistência: a maioria dos dicionários apresenta como signi-
palavras que eles podem desconhecer e que fazem parte do ficado para a palavra “resistência” o “ato ou efeito de resistir”.
WPDBCVMÈSJPFNHFSBM%FTBmFPTBJEFOUJmDBSFTTBEJGFSFOÎB A palavra “resistir” está relacionada ao ato de não ceder e de
buscar impedir a dominação cultural ou política.
Você aprendeu? (CA, p.21) A proposta desta atividade é que os alunos utilizem o dicionário.
2. Nesta questão, os alunos devem elaborar o traçado de uma É muito importante registrar o nome do dicionário, bem como
cidade, com base na instrução de 1513 do rei espanhol Fer- o de seu autor e o da editora, o local e o ano de publicação.
nando, o Católico, inspirada em modelo renascentista: cida- 2. Os africanos trazidos para o Brasil nunca deixaram de lutar por
des ortogonais, com quadras do mesmo tamanho, com ca- sua liberdade. Começaram a resistir ainda antes do embarque
nalização ou retificação dos rios. Como referência de cidades em seu continente, recusando-se a entrar nos navios negrei-
ortogonais, você pode pesquisar e indicar aos alunos sites ros e organizando revoltas e motins. Nos engenhos coloniais
especializados informações sobre o “plano hipodâmico”. e nas áreas de mineração, houve muitas manifestações de re-
sistência, como a organização de revoltas, a sabotagem e a
Lição de casa (CA, p. 20) quebra de equipamentos e ferramentas.
A proposta da atividade é que os as alunos realizem uma
síntese das transformações ocorridas a partir da conquista es- Montagem de uma maquete (CA, p. 38-40)
panhola da América. Nesse caso, é importante que os alunos 1 Informações sobre a planta do Quilombo São Gonçalo, em
destaquem que os espanhóis tinham dois objetivos na Améri- Paracatu, Minas Gerais, no século XVIII.
ca, a conquista de riquezas e de almas. Para isso, os espanhóis (1) Ferraria: local reservado para as ferramentas de metal, tais
66
História – 6a série/7o ano – Volume 2
como enxadas, pás, utensílios domésticos e peças de luta e t 4VHFTUÍPEFNBUFSJBJTQBMIB
GPMIBTFHBMIPTTFDPT
QBMJUPT
guerra, como lanças. pedras de diferentes tamanhos, plástico azul-claro, barban-
(2) Buracos para a fuga: os quilombos viviam em constante estado te, papelão.
de vigilância e alerta, e, assim, as saídas eram definidas estra- t 4PMJDJUFBPTBMVOPTRVFSFHJTUSFNTFVTDPOIFDJNFOUPTBOUF-
tegicamente para a necessidade de fugas e eram conhecidas riores sobre escravidão africana e quilombos.
como buracos para a fuga. t "QØTPSFHJTUSPEFTUFTDPOIFDJNFOUPTQSÏWJPT
PTBMVOPTEF-
(3) Horta: local onde eram cultivados os legumes e as hortaliças verão anotar os conhecimentos adquiridos com o próprio
para os habitantes do quilombo. desenvolvimento da Situação de Aprendizagem, pois propi-
(4) Entrada com dois fogos: nos quilombos, havia diferentes tipos ciar ao aluno a percepção de seus avanços em termos de
EFDBTBTQBSBPTIBCJUBOUFTRVJMPNCPMBTBFOUSBEBDPNEPJT aprendizagem favorece a apropriação dos novos conheci-
fogos era uma referência para as moradias com duas entradas. mentos e a compreensão de como ocorre esse processo.
(5) Trincheira: área de proteção natural que funcionava como re-
gião de defesa para o entorno do quilombo. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
1BSFEFTEFDBTBBDBTBFSBNPTFTQBÎPTRVFMJHBWBNBTDB- O Boi Voador de João Maurício de Nassau
sas. Em geral, as paredes eram feitas utilizando-se a técnica de Lição de casa (CA, p. 51-52)
adobe ou a de pau a pique. B
6OJÍP*CÏSJDBQFSÓPEPEFB
FNRVF1PSUVHBMF&T-
(7) Casa de pilões: local onde ficavam os pilões, nome dado às panha estiveram sob o mesmo governo (espanhol).
ferramentas utilizadas para bater, descascar e triturar os grãos. C
$PNQBOIJBEBT¶OEJBT0DJEFOUBJTDSJBEBFNQFMB)PMBO-
Nos quilombos, em geral, os pilões eram utilizados no bene- da, tinha como objetivo realizar comércio, navegação e con-
ficiamento de grãos, como milho e arroz, e na produção de quistas de terras na América e em parte da África. Em relação
farinha de mandioca. ao Brasil, as operações da Companhia das Índias Ocidentais se
4BÓEBTDPNFTUSFQFTPTFTUSFQFTTÍPQPOUBTBHVEBT
FNHFSBM SFTVNJBNËDPNFSDJBMJ[BÎÍPEPBÎÞDBSQSPEV[JEPOP/PSEFT-
artefatos de madeira ou ferro. Em um quilombo, havia nor- te do país.
NBMNFOUFVNBÞOJDBFOUSBEB
NBTWÈSJBTTBÓEBT
FNHFSBM
GFJ-
tas de estacas. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
(9) Mato: vegetação de porte médio ou alto utilizada para dar A mineração no Brasil Colonial
proteção ao quilombo. (CA, p. 55)
(10)Casa de tear: local destinado aos teares, instrumentos utiliza- Nesta etapa, é muito importante que os alunos registrem os
dos para tecer as vestimentas. conhecimentos prévios que detêm sobre a mineração no Brasil
2. Agora, é preciso mostrar aos alunos a importância do re- colonial. Oriente-os a anotar frases e palavras relacionadas ao
gistro sobre a montagem da maquete do quilombo, cha- período da mineração, a fim de iniciar a organização da revista
mando a atenção para suas características geográficas. cultural.
Estudos feitos por especialistas indicam que os quilombos,
em geral, estavam localizados em vales florestados e fér- SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
teis, localização estratégica para facilitar a vigilância. Os A Guerra dos Emboabas
quilombolas preocupavam-se também com áreas des- (CA, p. 65)
tinadas ao plantio da horta e, ainda, com espaços para t 3FWPMUBNBOJGFTUBÎÍPDPMFUJWB
RVFQPEFPVOÍPTFSPSHBOJ[B-
agricultura (milho e mandioca), pecuária e caça, além de EBEFTPSEFN
HSBOEFBMWPSPÎPEFQFTTPBTPVUVNVMUP
terem por perto um rio para abastecer o quilombo com t 3FCFMJÍPPQPTJÎÍPBBVUPSJEBEFPVQPEFSEPNJOBOUFQPSFY-
água e peixes. tensão, motim, revolta, sublevação e sedição, entre outros.
67
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Química: Ana Joaquina Simões S. de Mattos Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
NOVA EDIÇÃO 2014-2017 Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Batista Santos Junior, Natalina de Fátima Mateus e Meira de Aguiar Gomes.
COORDENADORIA DE GESTÃO DA Roseli Gomes de Araujo da Silva.
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Área de Ciências da Natureza
Área de Ciências Humanas
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Coordenadora Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e
Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Maria Elizabete da Costa Teônia de Abreu Ferreira.
Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Santana da Silva Alves.
Curricular de Gestão da Educação Básica Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
João Freitas da Silva Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
Diretora do Centro de Ensino Fundamental Margarete dos Santos Benedicto e Walter Nicolas
de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Otheguy Fernandez.
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Profissional – CEFAF Luís Prati.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Valéria Tarantello de Georgel
Almeida e Tony Shigueki Nakatani.
Coordenadora Geral do Programa São Paulo Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno,
faz escola
PEDAGÓGICO Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Valéria Tarantello de Georgel
Área de Linguagens M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budiski de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Suely Cristina de Albuquerque BomÅm e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
EQUIPES CURRICULARES
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz. S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Ventrella.
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela
Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e
BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
Espanhol): Ana Beatriz Pereira Franco, Ana Paula
Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
de Oliveira Lopes, Marina Tsunokawa Shimabukuro
Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
e Neide Ferreira Gaspar.
Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, e Sonia Maria M. Romano.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli
Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves História: Aparecida de Fátima dos Santos
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M.
Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Área de Matemática de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,
Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina
de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda
Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,
Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar
Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Alexandre Formici, Selma Rodrigues e
Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Área de Ciências da Natureza Sílvia Regina Peres.
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth
Área de Matemática
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Rodrigo Ponce.
Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Tânia Fetchir.
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Maria da Graça de Jesus Mendes. Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Apoio:
Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Física: Anderson Jacomini Brandão, Carolina dos Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, - FDE
Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, CTP, Impressão e acabamento
Luz Stroeymeyte. Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Esdeva Indústria GráÅca Ltda.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
EDITORIAL 2014-2017 CONTEÚDOS ORIGINAIS Martins e Renê José Trentin Silveira.
* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são S239m São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
indicados sites para o aprofundamento de conhecimen-
Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; história, ensino
tos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados
fundamental – anos finais, 6a série/7o ano / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini;
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços
equipe, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli, Paulo Miceli, Raquel dos Santos
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Funari. - São Paulo: SE, 2014.
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites v. 2, 72 p.
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de Médio e Educação Profissional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.
terceiros e mantêm as características dos originais, no que ISBN 978-85-7849-652-4
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos
1. Ensino fundamental anos finais 2. História 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Silva,
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).
Diego López. III. Silva, Glaydson José da. IV. Bugelli, Mônica Lungov. V. Miceli, Paulo. VI. Funari, Raquel
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no dos Santos. VII. Título.
Caderno do Professor para apoiar na identificação das CDU: 371.3:806.90
atividades.
Validade: 2014 – 2017