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Nome: Lucas Augusto Soares Teixeira

Fichamento texto I: WEBER, Max. “Conceitos sociológicos


fundamentais”. In: Economia e Sociedade (Vol. 1). Brasília: Editora Universidade
de Brasília, 1991 (pp. 3-19).
Sociologia III / Professora Mariana
O primeiro conceito sociológico fundamental empregado por Weber é
justamente Sociologia. Para o autor, tal é a ciência que busca compreender de
forma interpretativa a ação social no curso da história com a conseguinte
explicação. Ação é segundo Weber um comportamento humano, interno ou
externo, relacionado a um sentido subjetivo. A ação social é o comportamento
de outros, em relação ao agente visado.
A respeito dos fundamentos metodológicos, o autor inicia com a definição
de “sentido”. Este é o sentido imputado por um sujeito, ou conjunto de sujeitos,
em determinado momento histórico, ou ainda considerado por um agente como
um sentido típico, ideal, que serve para representação, não necessariamente
concreto e correto, mas como abstração. Faz-se ainda a ressalva de que uma
ação com sentido e uma ação unicamente mecânica tem características muito
fluidas, difíceis muitas vezes de distinção.
As interpretações, segundo o autor, buscam alcançar evidencias que
podem ser: racionais ou intuitivamente compreensivas. Os processos e objetos
alheios ao sentido, diz ainda, são levados em consideração, desde que se
relacionam de alguma forma ao meio ou fim do referido sentido, e não sejam
inanimados ou não-humanos.
A compreensão, mais a frente, é abordada. Pode significar: Compreensão
atual do sentido visado de uma ação ou compreensão explicativa e dentre essas,
“sub compreensões”. Essas compreensões significam apreensões
interpretativas do sentido ou conexão do sentido. Podendo essas serem:
concretamente visada no caso individual, de forma aproximada quando
considerada em massa ou ainda de um tipo ideal. Entretanto, se deixa claro que
todas essas pretensões não podem passar de meras hipóteses.
A denominação de motivo é a razão de um comportamento observado em
relação ao sentido. Existem ainda os comportamentos adequados quanto ao
sentido e casualmente adequados. As estatísticas sociológicas, salienta Weber,
se restringem a processos dotados de sentido.
Weber discorre a respeito da possibilidade da sociologia de estudar os
agrupamentos de pessoas de forma coletiva. Uma compreensão interpretativa.
Ressalta, entretanto, que estes modos servem para fins de ilustração prática e
orientação provisória. Existem ainda ocasiões e que apenas este meio é capaz
de compreender algumas conexões de ações sociais. Ressalta-se ainda que
apenas nessa situação inicia-se o trabalho da sociologia.
Nas formações sociais, pode-se ainda, compreender as ações dos
sujeitos envolvidos, e não apenas observar. Entretanto, sujeita-se a uma analise
um tanto quanto hipotética e fragmentada.
O autor discorre mais adiante a respeito de questões mais relativas a
estudos em relação ao comportamento humano, comentando inicialmente sobre
as sociedades animais, e depois fazendo analogias com as humanas. Acredita
que tais analogias sejam uteis para talvez compreender onde se da a
diferenciação entre o instintivo, mecânico, para o consciente e racional. ressalta
inda que a primeira tem influencia no homem e que muitas vezes, estas questões
puramente biológicas estão próximas e pouco distinguíveis das sociais.
É importante também, coloca Weber, primeiro se analisar quais pontos
são importantes e uteis em uma análise, antes de propriamente se iniciar a
análise. Saber as ações que tem importância funcional e a direção da ação social
deve ser o ponto inicial que antecede a pesquisa sociológica. O autor exemplifica
com o socialismo. Para de fato se compreender o sistema, é necessário primeiro
levantar as questões que de fato importam no referido sistema, como os motivos
que levaram as pessoas a optarem por tal sistema e as razoes que as levam a
manterem o mesmo. Weber faz ainda a ressalva que a utilização deste método
focado nos indivíduos não significa uma valorização individualista em todos os
sentidos, e também a crença na racionalização do método não necessariamente
alude uma crença em motivos racionais ou defesa do racionalismo. O trabalho
partindo do todo serve apenas como preparatório.
Mais a frente, o autor elabora o conceito de tipo ideal, que são abstrações
gerais. Por essa razão, os conceitos sociológicos são tanto quanto vazios em
relação ao conteúdo, entretanto, são amplos em seu leque de abrangência e não
ambíguos. A sociologia se distancia da realidade, mas pode explica-la quanto a
aproximação de um acontecimento histórico a um conceito e conseguinte
classificação dos mesmos. A explicação para tal é que o sociólogo está
metodologicamente imputado a escolher entre termos imprecisos e precisos, e
os últimos para se realizarem fazem necessário os tipos ideais, irreais.
Ação social, segundo Weber, se orienta pelo comportamento alheio, seja
do passado, presente ou ainda futuro. Tange sujeitos conhecidos ou um
montante de pessoas desconhecidas. Faz-se ainda a ressalva de que nem toda
ação é social, mesmo sendo externa, e interna apenas quando se pauta na ação
alheia. Nem todos os contatos são também sociais, apenas os que tem o sentido
relacionado ao comportamento de outrem. Uma ação homogênea de várias
pessoas não é idêntica a ação social, nem toda ação influenciada por pessoas
alheias. Por exemplos, ações mecânicas, não dotadas de sentido, não se
encaixam no termo.
Uma ação social pode ser determinada por motivos vários, tais quais:
Modo racional referente a fins; modo racional referente a valores; modo afetivo
ou ainda tradicional. Entretanto, é raro a ação social se orientar exclusivamente
por essas maneiras supracitadas e ainda, estas não abrangem todo o universo
de possibilidades, todavia servem para ilustração sociológica.
Os relacionamentos sociais são comportamentos reciprocamente dotados
de sentido quanto a seus agentes sociais. Entretanto, não diz necessariamente
respeito a uma solidariedade entre esses sujeitos. Também se faz a ressalva
que a relação social diz respeito ao sentido empiricamente visado.

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