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Imparcialidade
Objetividade
Verdade Factualidade
Limitações
As teorias construcionistas colocam em cheque a ideia da
teoria do espelho, ao mostrar que o jornalismo é uma
construção, negando a premissa de que ele refletiria
imparcialmente uma suposta realidade.
Nesta aula:
1. A Teoria do Gatekeeper (Ação Pessoal)
2. A Teoria Organizacional
O que é a
Teoria do
Gatekeeper?
Teoria do Gatekeeper
Primeira teoria na literatura acadêmica sobre o
jornalismo, criada em 1950 por David Manning White.
Baseado em um estudo de psicologia social publicado
em 1947 por Kurt Lewin sobre decisões domésticas
relativas à aquisição de alimentos para a casa.
Teoria do Gatekeeper
O processo de produção da informação é concebido
como uma série de escolhas onde o fluxo de notícias tem
de passar por diversos portões (gates), ou seja, em áreas
de decisão.
O jornalista, enquanto gatekeeper, tem de decidir se vai
publicar a notícia ou descartá-la.
Contexto histórico
A prática do gatekeeping faz sentido em um ambiente de
escassez de canais de notícias.
Poder dos editores sobre a pauta de notícias era grande.
Espaço para as notícias é inteiramente fechado para a
participação da audiência e jornalistas e editores mantêm
o controle total.
Pesquisa de White
Analisa a atividade de um jornalista de meia-idade num
jornal médio norte-americano (Mr. Gates), anotando,
durante uma semana, os motivos que o levaram a rejeitar
as notícias que não usou.
As notícias são
explicadas como um
produto das pessoas
e das suas intenções
(ação pessoal)
Limitações
Ao privilegiar o nível microssociológico de análise (do
indivíduo jornalista), a teoria do gatekeeper ignora
dimensões do nível macro que impactam na seleção de
notícias, como a organização jornalística e os valores
culturais, de uma maneira geral.
Limitações
No contexto contemporâneo, de abundância de canais
de informação, o papel do jornalista enquanto
gatekeeper é posto em cheque.
As mídias sociais amplificam o número de gatekeepers e
complexificam o papel do jornalista.
O que é a Teoria
Organizacional?
Teoria Organizacional
Criada em 1955 por Warren Breed.
Alarga a perspectiva teórica do âmbito individual a um
nível mais vasto.
Insere o trabalho do jornalista no seu contexto mais
imediato: a organização na qual trabalha.
Teoria Organizacional
As notícias são o resultado de processos de interação
social que têm lugar dentro da empresa jornalística.
Elas são conformadas mais pelos constrangimentos
organizacionais da empresa do que pelas decisões
subjetivas e crenças pessoais dos jornalistas.
Teoria Organizacional
O jornalista se conforma às normas da política
editorial da empresa jornalística.
Ele é “socializado” na política editorial da organização
através de uma sucessão sutil de recompensa e punição.
O jornalista antecipa as expectativas de seus superiores,
para evitar punições (autocensura).
1. A autoridade
institucional e as sanções
O jornalista ainda teme punições dos seus chefes caso
não se conforme às regras.
Punições: ser deixado de fora de determinada cobertura
jornalística, ter o texto reescrito ou cortado, assinatura ou
não assinatura da peça.
2. Sentimentos de
obrigação e estima para
com os superiores
A construção de sentimentos de obrigação para com a
empresa e de respeito, admiração e agradecimentos para
com jornalistas experientes e chefes conformam o
jornalista à estrutura jornalística.
3. Aspirações de
mobilidade
A maioria dos jornalistas aspira desejos de alcançar uma
posição de relevo na empresa.
Jornalistas que lutam contra a orientação da política
editorial do jornal constituem um grande obstáculo para
os avanços da carreira.
4. A ausência de grupos
de lealdade em conflito
O local de trabalho dos jornalistas não tem grandes
disputas sociais e culturais, ou seja, é um ambiente
pacífico.
Maioria dos jornalistas provém da classe média (grupos
minoritários dificilmente são representados), o que
favorece a abordagem de um ponto de vista de
consenso.
5. O prazer da atividade
Os jornalistas gostam do seu trabalho e existe um
ambiente de cooperação na sala de redação que evita a
confrontação/mudança.
Os jornalistas recebem gratificações não financeiras,
como a variedade de experiência, de ser o testemunho
pessoal de acontecimentos importantes, de ser o primeiro
a saber, de conhecer e conviver com pessoas notáveis.
6. As notícias como valor
As notícias são um valor máximo do trabalho do
jornalista, que precisa se dedicar 24 horas.
O jornalista investe na obtenção de mais notícias e não
contesta a política editorial da empresa.
Organização
NEGAÇÃO DO
Sujeito-jornalista
Influência do jornalista
Normas da política editorial nem sempre são claras.
O jornalista-empregado tem a opção de seleção em
muitos momentos (ignorância do diretor).
O jornalista tem maior autonomia em estórias da sua
ronda habitual.
Os jornalistas empregados com status de estrela podem
mais facilmente transgredir a política editorial.
Bibliografia
• BRUNS, Axel. Gatekeeping, Gatewatching, realimentação em tempo
real: novos desafios para o jornalismo. Disponível em:
http://bjr.sbpjor.org.br/bjr/article/view/342