Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CUIABA-MT
2019
ALEXANDRE BRITO RODRIGUES
JULLYANA SOUZA MATOS
MEURY JOICY BIAZATTI
RHUAN MARCEL SANTINI
CUIABA-MT
2019
SUMÁRIO
Tabela 1: Constantes para o cálculo da equação analítica do fator de forma retangular. ......... 29
Tabela 2: Condições climáticas do ambiente interno e externo do objeto de estudo ............... 34
Tabela 3: Análise estatística das variáveis do ambiente térmico.............................................. 37
Tabela 4: variáveis de entrada para cálculo do PMV e PPD ................................................... 39
Tabela 5: Cálculos dos fatores de forma da sala de aula avaliada. ........................................... 40
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
𝐴𝑡 : Área do telhado
𝐴𝑒𝑥𝑡 : Área externa total
𝑐𝑙: Calor latente de vaporização de água líquida
𝑐𝑝: Calor especifico do ar
C + R - Perda de calor sensível da pele (W/m2) – convecção e radiação.
CFD – Fluidodinâmica Computacional
CLF - Coouling Load Factor
CLTD - Coouling Load Temperature Difference
CRES - Perda de calor sensível pela respiração, por convecção (W/m2).
ERES- Perda de calor latente pela respiração, por evaporação (W/m2).
ESK- Perda de calor latente pela pele, por evaporação (W/m2).
F_(N-i):Ffator de forma entre a pessoa e a superfície N
fcl - Razão da área do corpo vestido e corpo nu (admensional)
hcl - Coeficiente de convecção entre ar e roupas (W/m2.°C).
Icl - Isolamento térmico das roupas (Clo)
ISSO – International Standart Organization
n: Quantidade de lâmpadas
Pa - Pressão de vapor no ar (kPa)
PMV - Predicted Mean Vote - Voto Médio Previsível
PPD - Predicted Percentage Dissatisfied - Porcentagem Previsível de Insatisfeitos
Qe – Quantidade de calor de entrada do sistema
QRES - Taxa total de perda de calor pela respiração (W/m2).
Qs – Quantidade de calor de saída do sistema
QSK- Taxa total de perda de calor pela pele (W/m2).
𝑄𝑟_𝑒 - Carga térmica específica da renovação do ar
𝑄𝑟_𝑙 - Carga térmica latente da renovação do ar
𝑄𝑡_𝑙 - Carga térmica latente total dos ocupantes
𝑄𝑡_𝑠 - Carga térmica sensível total dos ocupantes
𝑄𝑖 - Calor por insolação nas janelas
𝑄𝑙 - Calor derivado da iluminação
𝑄𝑜_𝑠 - Calor sensível liberada por ocupante
𝑄𝑜−𝑙 -Calor latente liberada por ocupante
𝑄𝑝 - Calor por transmissão nas paredes
𝑄𝑡 - Calor por transmissão no telhado
𝑄𝑡𝑗 - Calor por transmissão nas janelas
RTS – Séries Temporais Radiantes
S – Sistema
T_N:Temperatura superficial da superfície N
T_r:Temperatura radiante
Ta -Temperatura do ar (°C)
TBS: Temperatura do Bulbo Seco
TBU: Temperatura do Bulbo úmido
tcl - Temperatura superficial das roupas (°C)
tr - Temperatura média radiante (°C)
𝑈𝑝 : Coeficiente global de transmissão de calor para tijolos furado
𝑁 - Número de ocupantes
𝑃 - Potencia nominal da lâmpada
𝑈𝑖 − Coeficiente de transmissão de calor solar através de vidros
𝑈𝑡 - Coeficiente global de transferência de calor para telhado
𝑈𝑡𝑗 - Coeficiente global de transmissão de calor para janelas de vidros
𝑉: Vazão de renovação de ar
𝑊𝑒 : Umidade específica do ar externo
𝑊𝑖 : Umidade especifica do ar interno
𝑟: porcentagem de calor dissipado pelos reatores
𝜌𝑎𝑟 : Densidade do ar
RESUMO
The study of thermal comfort, based on the relationship between the individual and the
environment, shows great importance when considering the effects of an environment outside
the thermal zones of comfort on the performance of the individual's activities. In the school
environment, this analysis represents a tool to optimize the student's cognitive development
process. In addition, evaluating the air conditioning system of this environment by the
calculation of the thermal load rate allows the dimensioning of these environments in order to
guarantee the thermal comfort of them. Thus, this work aims to study the thermal comfort and
the air conditioning system of an Elementary School classroom in the city of Cuiabá - MT,
based on qualitative and quantitative analysis. For this, a data collection was performed for
three consecutive days of the variables of the thermal environment in order to develop the
Thermal Comfort Analysis of the environment by the PVM and PPD method in the software
CBE Thermal Comfort Tool. Besides that, the thermal load of the study object was analyzed
analytically to verify the adopted climatic system. Finally, a simulation was made in CFD -
Computational Fluid Dynamics - of the heat transfer model generated for the determination of
comfortable temperature zones. On each day, subjective questionnaires were applied to a
sample of 20 students about the perception of the thermal sensation. Therefore, it is concluded
that the number of students in the room influence the temperature of the environment and the
rates of heat transfer. The results obtained by the subjective analysis, in which the majority of
the students considered the environment as comfortable, coincided with the analysis in the
software that indicated, in most analyzes neutral environment. On the other hand, the thermal
load analysis showed that the cooling capacity of the air conditioner (72,000 BTU's) does not
efficiently meet the required ambient heat load (approximately 100,000 BTU's), due to the
conditions established by NBR 6401. Finally, by simulating the model described, it was
observed that the mean air flow temperature corresponded to the experimental data, at 28.5 °
C. It is also worth noting that the air flow profile obtained by the simulations , the best
positioning of the air conditioning would be that of the back wall (contrary to the frame),
presenting a more uniform temperature distribution.
Keywords: Analytics thermal load, Analytics thermal comfort, simulation, PMV, PPD.
1 INTRODUÇÃO
9
A simulação dos fenômenos de transportes do ambiente em softwares de modelagem é
de sumo auxílio para visualizar o deslocamento do ar e sua relação na incidência das zonas de
temperatura.
O trabalho proposto considerou a análise da carga térmica, levando em consideração as
influências do ambiente e dos alunos presentes dentro da sala de aula. Também foi realizada a
simulação da transferência de calor com os valores obtidos no estudo. Neste contexto, dividiu-
se em três partes: O referencial teórico, metodologia e resultados e discussão.
10
2 OBJETIVOS
11
3 REVISÃO DA LITERATURA
𝑄𝑒 𝑄𝑠
s
13
3.3 CONFORTO TÉRMICO
14
Já em relação ao estudo do conforto térmico de salas de aula, Lucas e Silva (2017)
fizeram uma análise da percepção térmica dos estudantes da região nordeste e sudeste brasileira
a fim de determinar zonas de conforto. Torres (2016) também relacionou o conforto térmico de
salas de aula na região nordeste do Brasil a partir de um estudo multicasos no desempenho de
alunos. Já Moura et. al. (2016) fez uma análise do conforto no trabalho do professor. Por fim,
Correia et. al (2016) fez um estudo do conforto térmico em ambiente escolar a partir de índices
PMV (Predicted Mean Vote - Voto Médio Previsível) e PPD (Predicted Percentage
Dissatisfied - Porcentagem Previsível de Insatisfeitos).
Correia et. al. (2016) destaca que a performance perceptiva, manual e intelectual do
homem é otimizada em ambientes termicamente confortáveis. Em consonância, todos os
autores citados anteriormente, que se dedicaram ao estudo do impacto das condições térmicas
do ambiente no desempenho estudantil aferiram que aprendizado é afetado negativamente o
em consequência do aumento da temperatura e qualidade do ar. Além disso, a importância da
avaliação cognitiva do conforto térmico nos alunos é necessária considerando que nos estudos
realizados, notou-se que os aspectos físicos, fisiológicos e psicológicos como dor de cabeça,
depressão intelectual, sono, fadiga, descoordenação motora, falta de concentração e perda de
memória são sintomas frequentemente manifestados.
De modo geral, os métodos usados para quantificar a sensação de conforto térmico em
ambientes termicamente moderados, onde existe o conforto térmico, por exemplo, sala de aula,
bibliotecas, laboratórios, entre outros, são pautados na Norma ISSO 7730 (2005) e na ASHRAE
(2013) que fornecem ferramentas de avaliação dessas condições de conforto com base no
balanço térmico entre corpo humano e ambiente através de mecanismos de transferência de
calor como radiação, convecção, evaporação e condução, indicados na Figura 2, entre o ser
humano e o espaço ao qual está inserido.
Figura 2: Principais mecanismos físicos termorreguladores do corpo humano
Mecanismo Característica
Ocorre quando o corpo humano entra em contato com algum objeto e existe um
Condução gradiente de temperaturas entres os corpos. Este mecanismo tem grande influência
na passagem do fluxo de calor através da vestimenta.
Ocorre quando há diferença de temperatura entre a superfície da pele e o ar. Este
Convecção
mecanismo depende da velocidade e da temperatura do ar, bem como da vestimenta
Considera-se que quaisquer corpos com temperatura superior a zero absoluto
Radiação emitem calor através deste mecanismo. Deve-se considerar a emissividade das
superfícies.
Ocorre transferência de calor e massa provocada pelo gradiente de pressão de vapor
Evaporação
saturado na superfície de um líquido e da pressão parcial acima dessa superfície.
FONTE: Adaptado de Torres (2016).
15
Estas normas são derivadas do método difundido por Fanger (1970) que trazem como
índices o PMV e PPD, que serão abordados posteriormente.
Conforme descrito por Torres (2016), o método de Fanger (1997) consiste na transcrição
de cada sensação térmica por um valor numa escala de sete pontos, conforme a Figura 3.
Figura 3: Escala de sensação térmica
Sensação Descrição
-3 Muito frio
-2 Frio
-1 Levemente frio
0 Neutro
1 Levemente quente
2 Quente
3 Muito quente
FONTE: Adaptado de Torres (2016).
16
Este modelo combina a teoria de equilíbrio térmico com a fisiologia da regulação
térmica para determinar o range de condições de conforto. É uma função das variáveis citadas
anteriormente e representados pelos índices PMV e PPD, cuja compreensão dependem do
balanço térmico descrito na Equação 1 a seguir:
𝑀 − 𝑊 = 𝑄𝑆𝐾 + 𝑄𝑅𝐸𝑆 = (𝐶 + 𝑅 + 𝐸𝑆𝐾 ) + (𝐶𝑅𝐸𝑆 + 𝐸𝑅𝐸𝑆 ) ( 1)
Onde,
M= Taxa metabólica de produção de calor (W/m2)
W= Trabalho mecânico desenvolvido pelo corpo (W/m2), geralmente, nas atividades
humanas considera-se nulo.
QSK= Taxa total de perda de calor pela pele (W/m2).
QRES= Taxa total de perda de calor pela respiração (W/m2).
C + R = Perda de calor sensível da pele (W/m2) – convecção e radiação. Este valor é
igual a perde de calor por condução até a superfície da fronteira (vestimentas).
CRES= Perda de calor sensível pela respiração, por convecção (W/m2).
ESK= Perda de calor latente pela pele, por evaporação (W/m2).
ERES= Perda de calor latente pela respiração, por evaporação (W/m2).
As perdas parciais de calor por condução são dadas pelas equações a seguir.
𝐸𝑆𝐾 = 3,05 ∗ [5,73 − 0,007 ∗ (𝑀 − 𝑊) − 𝑃𝑎 ] + 0,42 ∗ [(𝑀 − 𝑊) − 58,15] ( 2)
𝐸𝑅𝐸𝑆 = 0,0173 ∗ 𝑀 ∗ (5,87 − 𝑃𝑎 ) ( 3)
𝐶𝑅𝐸𝑆 = 0,0014 ∗ 𝑀 ∗ (34 − 𝑇𝑎 ) ( 4)
[35,7−0,28∗(𝑀−𝑊)]−𝑡𝑐𝑙
𝐾𝑐𝑙 = 0,155−𝐼𝑐𝑙
( 5)
17
Assim como explicado por Torres (2016), o experimento de Fanger concluiu que
somente o nível de atividade influencia a temperatura da pele e, portanto, tem significado no
equilíbrio térmico do corpo. Deste modo, a Equação 8 representa o índice PMV.
𝑃𝑀𝑉 = {0,303 ∗ 𝑒 −0,036∗𝑀 + 0,028} ∗ {(3,05 ∗ [5,73 − 0,007 ∗ (𝑀 − 𝑊) − 𝑃𝑎 ] + 0,42 ∗
[(𝑀 − 𝑊) − 58,15] − 0,0173 ∗ 𝑀 ∗ (5,87 − 𝑃𝑎 ) − 0,0014 ∗ 𝑀 ∗ (34 − 𝑇𝑎 ) − 3,96 ∗ 10−8 ∗
𝑓𝑐𝑙 ∗ [(𝑡𝑐𝑙 + 273)4 − (𝑡𝑟 + 273)4 ] + 𝑓𝑐𝑙 ∗ ℎ𝑐𝑙 ∗ (𝑡𝑐𝑙 − 𝑇𝑎 )} ( 8)
Onde:
𝑇𝑟 : 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑇𝑁 : 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑁
18
𝐹𝑁−𝑖 : 𝐹𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎 𝑒 𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑁
Assim, a somatória dos fatores de forma é igual a 1, e a temperatura radiante pode ser
considerada como a média entre as temperaturas superficiais, ponderadas por seus fatores de
forma (LAMBERTS, 2011).
Para o desenvolvimento do cálculo da temperatura radiante média do sistema estudado
é necessário ter conhecimento sobre as temperaturas ao redor do volume de controle, bem como
o fator de forma entre as pessoas e as delimitações de superfície do sistema em função da
geometria, tamanho e da posição relativa do indivíduo à superfície. Dado que a maioria dos
materiais apresentam alta emissividade, é possível desconsiderar a deflexão, ou seja, considera-
los como superfície negra (CIBSE Guide C, 2001).
Figura 4: Valores médios do fator de fórmula entre uma pessoa sentada e uma superfície
retangular vertical.
19
𝜏 = 𝐴′ + 𝐵′ (𝑎′/𝑐′ ) (12)
𝛽 = 𝐶 ′ + 𝐷 ′ (𝑏′/𝑐′ ) + 𝐸′(𝑎′/𝑐′ ) (13)
Figura 5: Valores médios do fator de fórmula entre uma pessoa sentada e uma superfície
retangular horizontal.
20
eficaz de cada tipo de ambiente, que consiste na determinação da quantidade de resfriamento
ou aquecimento, bem como a umidade adequada para cada ambiente, a partir do controle de
carga térmica feito pela retirada ou acréscimo em um ambiente.
A carga térmica é um valor (em joule) que expressa a quantidade de calor total (sensível
e latente) que deve ser adicionada ou removida do ambiente para que se tenham condições de
temperatura e umidade relativa desejadas. (MACHADO, 2009)
A carga térmica de um ambiente depende fundamentalmente da taxa com que o calor
entra, sai ou é gerado dentro de uma dada área ocupada em um certo momento, o chamado de
ganho de calor no ambiente. Esse ganho provém de fontes externas, como radiação solar por
superfícies transparentes, condução de calor a partir de superfícies opacas e transparentes ou
ventilação e infiltração de ar; e por fontes internas, tais como iluminação, cargas especiais,
pessoas e equipamentos. O ganho de calor também pode ser classificado como sensível, quando
o calor é diretamente adicionado ou retirado da zona de interesse pela condução, convecção ou
radiação, ou como calor latente, no caso em que acontece um aumento ou diminuição do vapor
de água presente na zona de ocupação (TRIBESS & HERNANDEZ NETO, 1997).
Dentro desse contexto, os métodos de cálculos mais utilizados para avaliar a
contribuição dos ganhos de calor ao perfil de carga térmica são os seguintes: balanço de energia,
diferenças de temperatura total equivalente, funções de transferência, RTS – Séries Temporais
Radiantes, CLTD – Coouling Load Temperature Difference /CLF –Coouling Load Factor
(TRIBESS & HERNANDEZ NETO, 1997).
Utilizando-se do balanço de energia para o cálculo, é considerada a condução de calor
nas faces de transferências, o balanço de energia externo e interno nas paredes, e o balanço de
massa no ar na zona de ocupação. Todos esses aspectos são verificados de hora em hora, e
podem ser feitos a partir de softwares específicos como o BLAST e Energy-plus(TRIBESS &
HERNANDEZ NETO, 1997).
O método de cálculo a partir da diferença de temperatura total equivalente considera
todos os ganhos de calor somados, do qual se constitui um perfil de ganho de calor instantâneo.
O perfil de carga térmica obtida por esse meio é feito considerando-se fatores temporais e
necessita de um grande esforço computacional (TRIBESS & HERNANDEZ NETO, 1997).
Por sua vez, as funções de transferências consideram ganhos de calor na carga térmica
21
em cada instante, e são bases para elaboração do método CLTD/CLF. Também necessitam de
um grande esforço computacional (TRIBESS & HERNANDEZ NETO, 1997).
Finalmente, tem-se o método CLTD/CLF que se fundamenta no método das funções de
transferências a partir da análise das condições de temperaturas internas e externas fixas,
considerando o efeito do ganho de carga, e retornando valores tabelados para diversos ganhos
de calor. (TRIBESS & HERNANDEZ NETO, 1997).
Ressalta-se do cálculo de carga térmica, a importância das considerações despeito ao
projeto. Devem ser consideradas diversas características da zona de ocupação, como
dimensões, materiais, orientação e tipos de superfícies. Além disso, são essenciais relevar as
condições termo-hidrométricas internas e externas, os perfis de ocupação do espaço (pessoas,
iluminação e equipamentos), o período em que se está fazendo a análise, isso é, verão, outono,
inverno ou primavera. E por fim, são considerados alguns dados adicionais: tipos de sistema de
condicionamento de ar e de distribuição de ar/agua, e suas respectivas perdas de energia para
os sistemas (TRIBESS & HERNANDEZ NETO, 1997).
Para todas as estimas necessárias, existem normas técnicas que definem os parâmetros
a serem atendidos. As mais importantes são a NBR 16401 (para critérios de projeto), ASHRAE
62 (ventilação para qualidade do ar), ASHRAE 55 (conforto térmico) e a norma NBR 6401 que
estabelece valores para a ocupação dos ambientes em metros quadrados por pessoa, delimitando
pela análise de fluxo de calor pelos corpos.
De acordo com a Norma NBR 6401 (1980), que apresenta os dados necessários para
avaliar as condições externas e internas do ambiente a ser estudado e comparou-se o resultado
obtido com as capacidades de refrigerações dos ares condicionados, verificando se os mesmos
atendem as demandas.
Segundo a NBR 6401, para projetar um ar condicionado, o dimensionamento é dividido
em etapas que vão desde a concepção inicial e da definição das instalações, até o detalhamento
de obra e desenhos. A análise feita aqui é somente para os dois primeiros tópicos, que englobam
os cálculos necessários para determinar a carga térmica, que especifica a quantidade de calor
necessária a ser retirada do ambiente, e, consequentemente, a potência necessária do ar
condicionado a ser instalado.
Depois dessa análise, se anota o calor liberado por um adulto em função do local de
ocupação. Sequencialmente, se ignora a troca e calor pelo piso e pelas paredes, visto que o calor
transferido de uma área para a outra menos aquecida pode ser calculado utilizando a Equação
10 de condução entre paredes planas (OLIVEIRA & RODRIGUES, 2015).
22
(𝑇𝑒 −𝑇𝑖 )
𝑄 =𝑘∗𝐴∗ ( 14)
𝐿
Onde,
Q: Taxa de transferência de valor (W)
K: Coeficiente de condutibilidade do material (W/m*K)
A: Área de transferência de calor (m2)
L: Espessura da parede (m)
Te: Temperatura externa do ambiente a ser refrigerado
Ti: Temperatura interno do ambiente a ser refrigerado
Após isso, é calculado o calor derivado das aberturas de frestas de janelas e portas, que
variam em função do local ocupado. Essas estimativas são feitas de acordo também com as
normas técnicas.
𝑄 = 𝜌 ∗ 𝑐𝑝 ∗ 𝑉 ∗ ∆𝑇 ( 15)
Onde,
Q: Taxa de transferência de calor (W)
𝜌: Densidade do ar (Kg/m3)
Cp: Calor específico do ar a pressão constante (J/kh*K)
V: Volume do ar trocado no ambiente a cada segundo (m3)
∆V: Diferenças de temperaturas entre o interior e o exterior
Finalmente, é considerada a somatória da energia dissipada pela iluminação, as
características do ambiente, formas, e níveis de iluminação e outras fontes de calor. A
totalização das cargas resulta em um valor em Watts (W), de modo que para cada Watts se tem
o valor de 4,4121 btu/h. Com esse resultado, estima-se a capacidade de refrigeração do
condicionador de ar, que, por sua vez, deve estar acima da carga térmica acima do ambiente a
ser refrigerado (OLIVEIRA & RODRIGUES, 2015).
3.5.2 Ar condicionado
23
O processo de ventilação fundamenta-se na inserção de um ar em determinado ambiente,
a fim de controlar a temperatura, tendo como limitação temperatura do ar externo, atuando na
remoção de energia térmica originada do interior das pessoas. A refrigeração utiliza do ar
resfriado (normalmente com temperatura inferior a 0°C), enquanto o sistema de climatização
consiste no tratamento do ar, realizando ajustes e mantendo um perfil padrão térmico no
ambiente em temperaturas mais comumente acima de 20°C (PENA, 2002).
Os primeiros modelos de ar condicionado iniciaram a partir de um princípio de máxima
eficiência pelo menor preço de instalação, até que começaram a surgir os problemas envolvendo
a disponibilidade energética, tornando uma condição primordial a otimização do consumo de
energia (INFRAERO, 2009). Hoje, a demanda por esses equipamentos é excepcionalmente alta
na grande maioria dos ambientes fechados, e muitas vezes, se torna um item indispensável para
manter a produtividade do trabalho ou na academia.
24
Evaporadores: Responsáveis pela mudança de estado do fluído refrigerante,
ocasionando o processo de evaporação. Por conta de a pressão no interior do evaporador ser
baixa, o processo de transformação líquido para vapor, acontece em baixa temperatura. Os
evaporadores podem ser secos (expansão direta) ou inundados (INFRAERO 2009).
25
Válvulas de expansão: Tem como finalidade, a redução de pressão do fluído
refrigerante, desde sua condensação até a evaporação do mesmo. Também funciona como um
controlador de vazão do fluído até o evaporador, de maneira a suprir a demanda de carga
térmica. As válvulas de expansão mais usuais nos equipamentos de climatização são:
Termostática, eletrônicas e de boia (INFRAERO 2009).
26
Variação de parâmetros: menor tempo para alterar parâmetros comparado a uma
investigação experimental, consequentemente há reduções de custos nos testes.
4 METODOLOGIA
Conforme a Norma ISO 7726 (1998) que estabelece critérios de precisão nas medidas e
tempo de resposta, todas as temperaturas foram feitas a uma altura de 0,60m (altura do tronco)
em relação ao chão considerando os efeitos de transferência de calor sobre o corpo de cada
indivíduo.
Foram utilizados os seguintes equipamentos de medição das variáveis: Termômetro
Digital Com Sensor Externo para medir as temperaturas das camadas limites, Termômetro
27
Digital a Laser para determinação da temperatura das superfícies e Anemômetro para medição
da temperatura do fluxo de saída do ar condicionado e velocidade deste ar.
A temperatura da superfície das quatro paredes da sala, teto, chão, lâmpadas, janelas e
porta foram determinadas com o medidor a laser respeitando uma distância de no máximo
0,45m da superfície apontada. A temperatura da superfície do corpo do aluno, posicionado no
centro da sala, também foi aferida por este aparelho.
A temperatura do fluido na camada limite das quatros paredes foram medidas pelo
aparelho. Foi considerada uma distância de até 0,10m em uma posição central de cada parede.
A temperatura ambiente também foi determinada a partir deste aparelho, que foi devidamente
posicionado no centro da sala.
Com o auxílio de um anemômetro disposto na saída da vazão do ar condicionado, foi
analisada a temperatura deste fluido, juntamente com a velocidade de escoamento na saída.
Pelo aplicativo gratuito Hygro termometer, disponível para sistema operacional Android
e IOS determinou-se temperatura externa e umidade de Cuiabá-MT.
Com o tratamento dos dados buscou-se delinear, ponderar e predizer relações entre as
variáveis. Para isso, fez-se inicialmente, uma caracterização do objeto de estudo com base nas
condições climáticas da região. Em seguida, calculou-se a média de todos as variáveis térmicas
do ambiente, variáveis pessoais e subjetivas obtidas nos três dias de análise em função dos
28
horários. As etapas de análise foram dividas em Análise do conforto térmico e Análise da carga
térmica.
29
4.2.2 Análise de Carga Térmica
Calculou-se, analiticamente, a carga térmica de acordo com a NBR 6401 de 1980, que
apresenta os dados necessários para avaliar as condições externas e internas do ambiente a ser
estudado, e comparou-se o resultado obtido com as capacidades de refrigerações dos ares
condicionados, verificando se os mesmos atendem as demandas.
Baseado na NBR 6401, para projetar um ar condicionado, o dimensionamento é dividido
em tapas que vão desde a concepção inicial e da definição das instalações, até o detalhamento
de obra e desenhos. A análise feita aqui é somente para os dois primeiros tópicos, que englobam
os cálculos necessários para determinar a carga térmica, que especifica a quantidade de calor
necessária a ser retirada do ambiente, e, por conseguinte, a potência necessária do ar
condicionado a ser instalado.
De antemão, definiu-se alguns dados de projeto, de acordo com um estudo preliminar e
pela norma, sendo estes: a localização geográfica do objeto de estudo, e suas características
ambientais. Foram determinados também características construtivas do recinto analisado, tal
como composição e espessura da parede, iluminação, dimensões do ambiente e de suas saídas
(portas e janelas) e equipamentos presentes. E finalmente, foram estabelecidos a ocupação da
estrutura: a quantidade de ocupantes e seus tempos médios de permanência.
A segunda parte do dimensionamento de carga térmica foi avaliar as participações de
cada fonte geradora de calor, baseando-se também nas normas da NBR 6401. Considerou-se
para a análise do presente trabalho, as seguintes cargas:
Carga térmica pela insolação e transmissão de calor pelas janelas;
Carga térmica pelas paredes externas e pelo telhado;
Carga térmica da iluminação;
Carga térmica do ar exterior (infiltrações);
Carga térmica da renovação de ar;
Carga térmica dos ocupantes.
30
Na Fluidodinâmica Computacional, as etapas envolvidas nas simulações de processos
podem ser divididas nos seguintes grupos (TU; YEOH; LIU, 2008):
Pré-processamento: etapa que consiste na construção do domínio computacional (sala
de aula) e da construção da malha numérica (discretização do volume de controle),
definição das condições de contorno e dos fenômenos (modelos matemáticos)
envolvidos e da escolha dos procedimentos numéricos a serem utilizados ao longo das
simulações.
Processamento: é a etapa responsável pela solução numérica do problema.
Pós-processamento: visualização gráfica dos resultados obtidos da etapa de
processamento em diversos pontos do volume de controle computacional. A
visualização gráfica permitirá validar qualitativamente e quantitativamente os dados
simulados com os da literatura.
A malha consiste em uma representação discreta do domínio computacional através da
sua divisão em subdomínios (elementos, volumes de controle, células, entre outras) e tem
influência direta nos resultados da simulação numérica, devido cada equação que governa o
transporte de massa, momento e energia em movimento de fluidos ser associada a um elemento
da malha. Em geral, uma boa malha é capaz de evitar a instabilidade e divergência numérica ao
longo das simulações desempenhadas (WENDT, J. F. et al, 1992; TU; YEOH; LIU, 2008). As
malhas numéricas são compostas por diferentes elementos em 2D (geralmente em triângulos e
quadrados) e em 3D (tetraedros, hexaedros e prismas).
O fluxo para simulação da sala de aula foi estabelicido como constante e é descrito pelas
Equações de Navier-Stokes com Médias de Reynolds (Reynolds-average Navier-Stokes -
RANS), desempenhadas com o modelo de turbulência k - ɛ, este que não requer condição de
contorno não homogênea, como em casos de modelos que usam taxas de dissipação específica
de energia cinética turbulenta, 𝜔 (MIRANDA et al., 2013). As Equações 16 a 18 a seguir
descrevem as equações de Navier-Stokes em coordenadas cartesianas, tal que a Equação 19 é
definida como a equação da continuidade.
̅̅̅𝑖
𝜕𝑢 𝜕 𝜕 𝑃̅ ̅̅̅
𝜕𝑢 ̅̅̅𝑗
𝜕𝑢
+ 𝜕𝑥 (𝑢̅𝑗 𝑢̅𝑖 ) = 𝐹̅𝑖 + 𝜕𝑥 [− 𝜌 𝛿𝑖𝑗 + 𝜈 (𝜕𝑥 𝑖 + 𝜕𝑥 ) − ̅̅̅̅̅̅
𝑢𝑖′ 𝑢𝑗′ ] ( 16)
𝜕𝑡 𝑗 𝑗 𝑗 𝑖
31
̅̅̅̅𝑖
𝜕𝑤 𝜕 𝜕 𝑃 ̅ 𝜕𝑤̅̅̅̅𝑖 ̅̅̅̅𝑗
𝜕𝑤
+ 𝜕𝑧 (𝑤
̅̅̅𝑤
𝑗 ̅̅̅)
̅ ̅̅̅̅̅̅̅
′ ′
𝑖 = 𝐹𝑖 + 𝜕𝑧 [− 𝜌 𝛿𝑖𝑗 + 𝜈 ( 𝜕𝑧 + 𝜕𝑧 ) − 𝑤𝑖 𝑤𝑗 ] ( 18)
𝜕𝑡 𝑗 𝑗 𝑗 𝑖
̅̅̅𝑖
𝜕𝑢 𝜕𝑣̅ ̅
𝜕𝑤
= 𝜕𝑦𝑖 = 𝜕𝑧 = 0 ( 19)
𝜕𝑥𝑖 𝑖 𝑖
𝜕 𝜕 𝜕 𝜇 𝜕𝜀 𝜀2
𝜕𝑡
(𝜌𝜀) +
𝜕𝑥𝑖
(𝜌𝜀𝑢̅𝑖 ) = 𝜕𝑥 [ (𝜇 + 𝜎𝑡 ) 𝜕𝑥 ] + 𝐶1𝜀 (𝑃𝑘 + 𝐶3𝜀 𝑃𝑏 ) − 𝐶2𝜀 𝜌 𝑘
+ 𝑆𝜀 ( 21)
𝑗 𝜀 𝑖
32
4.3.3 Processamento da simulação
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A instituição de ensino na qual o presente estudo foi realizado (Anexo IV) localiza-se
na cidade de Cuiabá, no estado do Mato Grosso. As análises foram realizadas em uma única
sala de aula, com dimensões de 8 metros de largura por 8 metros de comprimento, localizada
próximo a Universidade Federal de Mato Grosso.
O sistema de climatização deste ambiente é formado por dois ares condicionados
modelo Springer – Silver Maxi posicionados em uma parede que está em contato com o
ambiente externo e recebe radiação solar. Ainda nesta superfície há duas janelas, uma de
dimensões 0,965m por 1,5m e outra de 0,965m por 2m.
A parede oposta possui duas janelas de iguais dimensões (0,965m de altura de 2m de
largura), além de uma porta de 2,08m de altura e 0,97m de largura, que foram mantidas fechadas
durante toda a análise experimental. O teto, a uma altura de 3,2m, também está em contato com
o ambiente externo e sofre radiação solar.
Em relação a coleta de dados da análise subjetiva, os alunos que responderam os
questionários possuíam em média 10 anos.
33
Tabela 2: Condições climáticas do ambiente interno e externo do objeto de estudo
Por razões técnicas, não foi possível coletar os dados às 11h do 2º dia e às 8h do 3º dia.
Entretanto, para efeito de análise fez-se uma estimativa média para avaliar os comportamentos
térmicos em cada horário.
Em relação a temperatura de saída do fluxo de ar condicionado, temos os perfis
apresentados nas Figuras 11 a 13.
Figura 11: Medições do primeiro dia
30
28
Temperatura (ºC)
26
24
22
20
18
16
14
12
10
08:00 11:00 14:00 17:00
Horário
Ar Condicionado 1 Ar Condicionado 2
34
Figura 12: Medição do segundo dia.
30
28
Temperatura (ºC)
26
24
22
20
18
16
14
12
10
08:00 11:00 14:00 17:00
Horário
Ar Condicionado 1 Ar Condicionado 2
24
22
20
18
16
14
12
10
08:00 11:00 14:00 17:00
Horário
Ar Condicionado 1 Ar Condicionado 2
.Ademais, pode-se observar que às 17h do terceiro dia a temperatura observada na saída
do fluxo do aparelho de ar condicionado estava bem mais alta que no horário anterior, assim
como a temperatura do ambiente. Os alunos tinham retornado da educação física e por efeito
de termorregulação térmica, a taxa de calor emitida por convecção e evaporação estavam
maiores.
Em relação as temperaturas da superfície aferidas com o medidor de temperatura a laser
estão indicadas nas Figuras 14 a 16.
A partir dos dados experimentais obtidos, observa-se que, a superfície de maior
temperatura, para todos os dias analisados, foi a da parede na qual se encontrava os ares
condicionados, já que não recebem o fluxo do mesmo.
35
Figura 14: Medições do primeiro dia
34
32
Temperatura (ºC)
Lâmpada
30
Chão
28 Parede do Quadro
Parede do Ar
26
Parede Oposta ao Ar
24 Parede dos fundos
22
08:00 11:00 14:00 17:00
Horário
34
Temperatura (ºC)
32 Lâmpada
30 Chão
Parede do Quadro
28
Parede do Ar
26
Parede Oposta ao Ar
24 Parede dos fundos
22
08:00 11:00 14:00 17:00
Horário
32
Temperatura (ºC)
Lâmpada
30
Chão
28 Parede do Quadro
26 Parede do Ar
Parede Oposta ao Ar
24
Parede dos fundos
22
08:00 11:00 14:00 17:00
Horário
36
Outrossim, nota-se que a maior fonte de calor de radiação obtida foi a proveniente da
lâmpada, que apresentou em média 4ºC a mais que o restante das superfícies estudadas.
A parede na qual se encontrava o quadro apresentou uma tendência a diminuir sua
temperatura de superfície no período da tarde, devido ao fato da mesma receber o sol da manhã,
e ficar sob a sombra no outro período.
A parede dos fundos, a parede oposta aos ares condicionados e o chão, apresentaram
perfis de temperatura semelhantes, no qual a temperatura diminuía conforme o tempo passava
nos períodos, ou seja, às 8h e às 14h, as temperaturas eram superiores do que as 11h e as 17h.
Isso porque, essas superfícies sofrem maior influência dos ares condicionados, que esfriavam
mais com o passar do tempo de seu funcionamento, do que da radiação solar.
A Tabela 3 sumariza os dados das variáveis térmicas analisados, mostrando alguns
parâmetros estatísticos. Para estes cálculos se utilizou o software Excel© e foi considerado uma
estimativa para os dias em que não foi possível realizar a coleta de dados.
Tabela 3: Análise estatística das variáveis do ambiente térmico
Desvio
Fonte Variável Mínimo Máximo Média
Padrão
Temperatura Da Lâmpada 27,00 35,10 30,65 2,47
Temperatura do Chão 25,30 28,00 26,25 1,08
Temperatura da Parede do Quadro 24,20 29,00 26,25 1,65
Dados Temperatura Da Parede do Ar 25,20 31,30 28,30 2,10
obtidos com Temperatura Oposta ao Ar 24,50 28,30 26,53 1,33
o medidor Temperatura da Parede do Fundo 24,80 27,70 26,45 0,96
de Temperatura da Porta 24,80 30,20 27,12 1,66
temperatura Temperatura da Mesa dos Alunos 23,80 28,00 25,58 1,61
a Laser
Temperatura do Aluno 28,00 33,30 31,05 1,94
Temperatura da Janela sob Ar 1 25,60 47,90 33,68 7,39
Temperatura da Janela sob Ar 2 25,50 42,00 32,60 4,98
Temperatura da Porta Oposta ao Ar1 25,00 35,00 28,36 2,89
Temperatura da Porta Oposta ao Ar 2 25,60 35,00 28,40 2,83
Dados Temperatura da Parede do Quadro 25,10 30,90 28,65 1,99
obtidos com
Temperatura Da Parede do Ar 25,70 31,30 27,85 1,80
medidor de
temperatura Temperatura Oposta ao Ar 24,90 31,00 28,70 1,61
da camada
Temperatura Ambiente 26,00 30,00 28,04 1,20
Limite
Temperatura do Ar condicionado 1 12,10 28,00 21,00 4,71
Dados
Temperatura do Ar condicionado 2 12,80 26,30 18,00 4,60
obtidos com
Fluxo de ar do Ar condicionado 1 1,20 2,40 2,20 0,42
Anemômetro
Fluxo de ar do Ar condicionado 2 1,60 5,00 2,35 1,01
37
Dos dados apresentados, destaca-se que um dos menores desvios dos resultados
apresentados é a variação da temperatura da parede dos fundos. Isso pode ser explicado
considerando que esta parede era a oposta ao recebimento dos raios solares. No outro extremo,
ressalta-se um alto desvio padrão das temperaturas obtidas para os ares condicionados, que
acontece em função da grande variação das temperaturas fornecidas pelos fluxos de calor ao
longo dia, variáveis com diversos fatores ambientais.
0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Pode-se observar que os alunos estavam sentindo, em sua maioria, que o ambiente
estava levemente quente (+1) às 08:00hrs, neutro (0) às 14:00hrs e às 17:00hrs. No entanto, às
11:00hrs, a sensação térmica dos alunos, pela média apresentou números de votos iguais para
sensação térmica neutra e levemente quente.
38
Na Figura 18 é possível observar que, de modo geral, os alunos se sentem confortáveis
em relação as condições climáticas aos quais estão sujeitos. Já em relação as variáveis pessoais
foi possível observar que apenas uma pequena quantidade de alunos estavam agasalhados. Esta
informação é importante, pois para efeito de cálculo do PMV e PPD consideramos nível de
roupa baixo.
Confortável 138 29
Sim
Não
Agasalhados 26 141
Para análise no software CBE Thermal Comfort Tool foram consideradas as variáveis
de entrada expressas na Tabela 4.
Tabela 4: variáveis de entrada para cálculo do PMV e PPD
A temperatura média radiante foi calculada considerando fator de forma igual a 0,087
para as paredes verticais, e 0,319 para teto e piso, determinados pelo programa criado no
Scilab© conforme descrito na Tabela 5.
O nível de roupa considerado corresponde a um indivíduo com calça, camisa de manga
curta, meia, sapato e roupa íntima. Já a taxa metabólica é considerada igual a 1 devido ao fato
de os alunos estarem sentados lendo, sem exercer nenhuma atividade que aumente o
metabolismo. Ademais, a umidade também foi mantida constante em 39% conforme a NBR
6401 (1980) e a velocidade do ar em 0,1 m/s.
39
Observa-se que há similaridades de determinados fatores de forma devido a
consideração que a pessoa analisada para o cálculo do fator de forma esteja no centro da sala,
esta que apresenta dimensões de comprimento e largura iguais. Ademais, verifica-se que a
somatória do fator de forma é próximo a um unitário, condizente com o resultado esperado para
superfícies fechadas. Após implementadas as variáveis de entrada no software obteve-se os
resultados apresentados nas Figuras 19 a 23.
Tabela 5: Cálculos dos fatores de forma da sala de aula avaliada.
40
A zona de temperatura térmica confortável para os indivíduos está representada pela
faixa azul indicada em cada uma das figuras e o círculo vermelho representa as condições
térmicas determinadas para os valores de entrada inseridos.
Figura 19: Carta Psicrométrica de 08h
41
Para a análise de 11h (Figura 20), ambos os métodos apresentaram sensação térmica
levemente quente (+1) com PMV igual a 0,66 e PPD igual a 14%.
A análise dos índices de conforto térmico realizada para o horário de 14h, representada
na Figura 21, apresentou dados no limite do conforto térmico com PMV igual a 0,48 e PPD
igual a 10% com temperatura média de 26,5°C. Novamente, os resultados estão em consonância
com a análise subjetiva na qual a maioria dos alunos disse ter a percepção térmica equivalente
a um ambiente neutro.
Figura 21: Carta Psicrométrica de 14h
42
Assim como na análise anterior, os alunos também preencheram o questionário
afirmando estarem em um ambiente neutro as 17h embora nos cálculos de PMV e PPD, os
resultados tenham sido 0,56 e 11% respectivamente.
43
- Carga térmica derivada da insolação e transmissão de calor pelas janelas
Para o cálculo de Insolação nas janelas, utilizou-se da tabela com coeficientes de
transmissão de calor através de vidros, que relaciona o período do ano, a face da estrutura
analisada, e os valores máximos dos coeficientes em e cada orientação.
Sendo assim, considerando a geometria da sala de aula e a sua localização segundo as
rosa dos ventos, sabe-se que as janelas 1 e 3 estavam nas paredes ao Leste, e as janelas 2 e 4 na
parede Oeste. Portanto, os coeficientes Ui para as janelas são:
Ui(janela 1) =458 kcal/h*m2
Ui(janela 2) =439kcal/h*m2
Ui(janela 3) =458 kcal/h*m2
Ui(janela 4) =439kcal/h*m2
Tendo que:
𝑄𝑖 = 𝐴𝑗 ∗ 𝑈𝑖 ( 22)
Onde:
𝑄𝑖 : Calor por insolação nas janelas
𝐴𝑗 : Área da janela
𝑈𝑖 : Coeficiente de transmissão de calor solar através de vidros
Deste modo, as cargas térmicas derivadas dessas insolações são:
Qi(janela 1) = Aa* Ui(janela 1) = 662,955Kcal/h
Qi(janela 2) = Aa* Ui(janela 2) = 542,50 Kcal/h
Qi(janela 3) = Ab* Ui(janela 3) = 883,94 Kcal/h
Qi(janela 4) = Ab* Ui(janela 4) = 847,27 Kcal/h
A carga térmica total derivada da insolação calculada é 2936,66Kcal/h.
Já o cálculo de transmissão é feito considerando o coeficiente global de transmissão de
calor para janelas de vidros comum, sendo igual pra todas as vidraças, Ut=5,18Kcal/h*m2*ºC.
Logo, as cargas térmicas são:
𝑄𝑡𝑗 = 𝐴𝑗 ∗ 𝑈𝑡𝑗 ∗ (𝑇𝐵𝑆 − 𝑇𝑖𝑛𝑡 ) ( 23)
Onde:
𝑄𝑡𝑗 : Calor por transmissão nas janelas
𝑈𝑡𝑗 : Coeficiente global de transmissão de calor para janelas de vidros
Qt(janela 1)= Qt(janela 2)=Ut*Aa(TBS-Tint) = 89,97Kcal/h
Qt(janela 3)= Qt(janela 4)=Ut*Ab(TBS-Tint) = 119,96Kcal/h
A carga térmica total derivada da transmissão solar calculada é 419,13Kcal/h.
44
- Carga térmica através de paredes externas e do telhado
Para o cálculo de transmissão de calor a partir das paredes, desconsiderou-se a
condutividade da tinta, em razão de sua espessura ser ínfima. O coeficiente global de
transmissão de calor para tijolos furados (20x20x10cm), dado pela tabela 3.3 da NBR 1601, é
Up=2,59kcal/h*m2*ºC, logo:
𝑄𝑝 = 𝐴𝑒𝑥𝑡 ∗ 𝑈𝑝 ∗ (𝑇𝐵𝑆 − 𝑇𝑖𝑛𝑡 ) ( 24)
Onde:
𝑄𝑝 : Calor por transmissão nas paredes
𝐴𝑒𝑥𝑡 : Área externa total
𝑈𝑝 : Calor por transmissão nas paredes
A área total externa é 4* 8m x 3,14m = 100,48m2, dessa forma, 𝑄𝑝 =3122,91Kcal/h.
A carga térmica da cobertura é calculada utilizando-se o coeficiente global de
transferência de calor para telhado, Ut=2,11 kcal/h*m2*ºC.
𝑄𝑡 = 𝐴𝑡 ∗ 𝑈𝑡 ∗ (𝑇𝐵𝑆 − 𝑇𝑖𝑛𝑡 ) ( 25)
Onde:
𝑄𝑡 : Calor por transmissão no telhado
𝐴𝑡 : Área do telhado
𝑈𝑡 : Coeficiente global de transferência de calor para telhado
A área do telhado é 8m*8m = 64m2, logo, Qt = 1620,48Kcal/h.
45
As infiltrações de ar calculadas pela NBR 6401 são baseadas nas possíveis frestas das
janelas e portas, considerando-se a velocidade do ar de 15km/h. Para janelas comuns, é tabelado
3m3/h por metro de fresta (largura considerada de 4,5mm). Entretanto, como se está estimando
um ambiente fechado, este fator será desconsiderado nos cálculos.
Já para as portas, as infiltrações são calculadas pela quantidade de pessoas no recinto, e
pelo local na qual esta instalada a porta. No caso de uma escola primária, essa vazão de saída
de ar é ignorada, uma vez que se entende que os alunos saem esporadicamente do local.
Onde:
𝑄𝑟_𝑒 : Carga térmica específica da renovação do ar
𝜌𝑎𝑟 : Densidade do ar
𝑐𝑝: Calor especifico do ar
𝑉: Vazão de renovação de ar
A densidade do ar é de 1,20 kg/m3 e o calor específico é 1,013kJ/Kg*ºC, portanto,
𝑄𝑟_𝑒 =5059,52kcal/h.
Para o cálculo de calor latente:
𝑄𝑟𝑙 = 𝜌𝑎𝑟 ∗ 𝑐𝑙 ∗ 𝑉 ∗ (𝑊𝑒 − 𝑊𝑖 ) ( 28)
Onde:
𝑄𝑟_𝑙 : Carga térmica latente da renovação do ar
𝑐𝑙: Calor latente de vaporização de água líquida
𝑊𝑒 : Umidade específica do ar externo
𝑊𝑖 : Umidade especifica do ar interno
O calor latente de vaporização da água líquida é de 2500 kJ/kg e as umidades específicas
externas e internas são respectivamente 0,021 kg/kg e 0,011kg/kg. Resultando em Qr_l =
9177,55kcal/h.
46
Como foi determinado que a média de alunos presentes na sala era de 29 crianças, e
que os mesmos permanecem cerca de 4 horas no local, considerando a tabela 12 para o caso de
uma escola primária, na qual os ocupantes permanecem sentados, ou seja, com baixa
movimentação, tem que o calor sensível liberado à 24ºC é de 60kcal/h por pessoa, logo:
𝑄𝑡𝑠 = 𝑁 ∗ 𝑄𝑜𝑠 ( 29)
Onde:
𝑄𝑡_𝑠 : Carga térmica sensível total dos ocupantes
𝑁: Número de ocupantes
𝑄𝑜_𝑠 : Calor sensível liberada por ocupante
Obtendo-se 𝑄𝑡_𝑠 = 1740 kcal/h.
Já o calor latente nessas mesmas condições é de 40 kcal/h, logo:
𝑄𝑡𝑙 = 𝑁 ∗ 𝑄𝑜𝑙 ( 30)
Onde:
𝑄𝑡_𝑙 : Carga térmica latente total dos ocupantes
𝑄𝑜_𝑙 : Calor latente liberada por ocupante
O que resulta em 𝑄𝑡_𝑠 = 1160 kcal/h.
Somando-se todas as cargas térmicas obtidas, chegou-se ao resultado de Qt = 101250,33
BTU/h. Cada ar condicionado no ambiente estudado possuía 36000 BTU, como havia 2
aparelhos, constata-se que o valor fornecido não atende toda demanda da sala.
47
da distribuição do ar são predominantes na área central da sala devido ao ar condicionado
direcionar o fluxo de escoamento para o centro.
Figura 23: Geometria da sala de aula
48
Figura 25: Perfil de velocidade local em 0,3m.
Para tanto, através da Figura 27 é possível observar que a região central da sala de aula,
apresenta a menor temperatura, consequentemente relacionado ao caso da distribuição da alta
velocidade de ar empregado pelo ar condicionado. Sobretudo, observa-se que a superfície do
49
quadro apresentou as maiores temperaturas em comparação aos outros pontos da sala, devido
ao fato da região discutida apresentar-se como a zona de menor fluxo de ar.
Figura 27: Perfil de temperatura local para 2m.
Analisando a Figura 28, obteve-se uma temperatura média da sala de aula de 28,5 ºC.
Essa condição térmica condiz com a média dos dados experimentais obtidos. Como pode ser
analisado, os resultados da simulação proporcionam diversos parâmetros como a pressão, a
temperatura do ar a velocidade, porém não geram nenhum dado direto para o conforto térmico.
50
6 CONCLUSÃO
• Adição de novos parâmetros a parte experimental, bem como dados qualitativos de sexo,
idade, e localização dos indivíduos dentro do ambiente analisado, para verificar as relações
desses fatores com suas perspectivas quanto a sensações térmicas e biológicas.
• Repetição das coletas de dados objetivos em outras estações, junto com aplicação dos
questionários aos indivíduos para analisar situações térmicas variáveis com o clima.
• Verificar cargas térmicas por ventilação natural, como forma de analisar um sistema de
ventilação cruzada dentro das salas de aulas.
51
• Incluir cargas térmicas desconsideradas nos cálculos do presente trabalho, verificando
se a soma de seus pequenos acréscimos poderia modificar significativamente na carga total.
• Fazer modelagens com CFD em temperaturas diferentes, para analisar fluxos de ar com
outras condições de contorno.
• Acrescentar às modelagens com CFD condições em estado transiente para verificar o
comportamento temporal dos fluxos de ar ao longo do dia no volume de controle.
52
7 REFERÊNCIAS
CORREIA et. al. Avaliação do conforto térmico em uma sala de aula. XXXVI Encontro
Nacional De Engenharia De Producão. João Pessoa – Paraíba. 2016
53
LUCAS, RUAN E. C. SILVA, LUIZ B. Conforto ambiental em sala de aula: Análise da
percepção térmica dos estudante de duas regiões e estimação de zonas de conforto. In Revista
Produção Online. Florianópolis – SC. p. 804-827. 2017
MOURA et. al. O conforto ambiental do professor em sala de aula. In Revista Produção
Acadêmica. p. 98-114. 2016
TU, J., YEOH, G.H. AND LIU, C. Computational Fluid Dynamics: A Practical
Approach. 1. ed. Butterworth-Heinemann, London, 2008. 456p.
55
ANEXOS
A. ISO 7730/2005: Fundamentada no modelo desenvolvido por Fanger (1970) esta norma
estabelece índices para predizer a sensação térmica do indíviduo, quando este é
submetido a determinado ambiente, além do percentual de pessoas insatisfeitas com as
condições térmica, considerando que o local não apresenta grandes discrepâncias de
temperatura em todas as zonas.
B. ASHRAE 55/2013: Referente a ambientes térmicos e condições para ocupação humana,
esta norma especifica as combinações dos parâmetros térmicos pessoais de um
ambiente, além de apresentar informações sobre o isolamento das vestimentas, os
períodos e localizações de medições, o desconforto devido à corrente de ar. Constitui
uma importante bibliografia em relação aos estudos realizados acerca do tema.
C. NR 15, Anexo nº3/1978: Esta norma fia os limites de tolerância para exposição ao calor,
definindo os limites máximos de tempo ao qual o indivíduo pode permanecer sujeito a
uma condição de stress por calor.
56
ANEXO III – PROGRAMA IMPLEMENTADO NO SCILAB PARA CÁLCULO DO FATOR
DE FORMA E TEMPERATURA MÉDIA RADIANTE
57
FParedeFrente = 2*FactorVertical1 + 2*FactorVertical2
FPiso = 2*FactorHoriz1 + 2*FactorHoriz2
FTeto = 2*FactorHoriz1 + 2*FactorHoriz2