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obscuro. O Cemitério é um dos livros mais antigos dele e talvez, na minha humilde opinião, um
dos melhores. A narrativa do livro vai se desenvolvendo de forma que você não se perde e a
construção dos personagens é literalmente insano. E é sobre essa insanidade que iremos falar
adiante.
Um breve resumo do livro sem spoiler: Louis Creed é um médico que terá um novo emprego na
Universidade do Maine e junto com ele vem sua esposa Rachel e seus dois filhos Ellie e Gage,
além disso o gato da família Church. A casa para onde se mudaram é quase na beira de uma BR
onde passam caminhões constantemente. Quando chegam são recepcionados pelo velho Jud
Crandall que mora do outro lado da estrada com a esposa Norma e a primeira a perceber um
caminho pelos fundos da casa dos Creed é a filha deles, Ellie, ela pergunta para onde vai dar
aquele caminho e o velho Jud fala sobre o cemitério de bichos que as crianças mantém e um dia
mostraria a eles.
Esse é basicamente o início da história e o restante deixo com vocês para desfrutarem dessa
obra insana. A relação entre Louis e Jud é uma relação pai e filho, o pai de Louis morreu quando
ele ainda era novo e essa figura paternal de Jud aparece como que divinamente providenciada
para ajudá-lo em algumas decisões. O relacionamento familiar é bem desenvolvido no meio de
amores e orgulho, medos, traumas passados e a culminância da história com o cemitério como
algo além da vida é surreal. Levando as personagens de uma maneira que namora com a
insanidade lovecraftiana é explícito. Percebe-se a influência das entidades malignas de Lovecraft
nesse mundo do King, mas claro, sem tirar o brilhantismo do mestre Stephen King. De maneira
a te carregar pelas mãos o autor vai te levando ao lugar onde mesmo morto o retorno a vida
pode ser um preço caro a se pagar. O que se faz por amor deve ser feito de maneira racional,
levar-se pela dor muitas vezes traz consequências desagradáveis. E pensar na morte talvez não
seja tão ruim, já que é um destino certo para toda alma vivente.