CONSTRUTIVISMO / CARACTERISTICAS E MANIFESTAÇÕES

ONDE E QUANDO
Em decorrência do futurismo italiano e do cubismo francês, nasce um
movimento que traz o reflexo das alterações causadas pela revolução industrial na arte
e na sociedade. O Construtivismo acontece entre 1913 e 1930, na Rússia, provocando
uma fissura com a arte que se caracteriza pela representação do real, buscando uma
ideia de arte racional e científica.
CONTEXTUALIZAÇÃO
De certo modo, podemos dizer que o surgimento do construtivismo esteve
intimamente ligado às contradições políticas e sociais da primeira metade do século
XX. Os artistas vinculados a este movimento buscavam diferenciar suas manifestações
artísticas daquilo que se entendia por arte engajada, assim como também da chamada
arte pela arte. O construtivismo não tem conteúdo específico a comunicar, não possui
o objetivo de convencer e sim a disseminação da arte.
IDEOLOGIA
O Construtivismo admite o artista como um engenheiro que constrói uma
realidade ao invés de representá-la, da mesma forma que vê a pintura e a escultura
como construções e não como representações. “A arte deve estar a serviço da
revolução, fabricar coisas para a vida do povo como antes fabricava para o luxo dos
ricos”.
Os artistas construtivistas, em sua maioria, possuíam ideologias marxistas e
consideravam-se produtores de imagens, assim como os operários são produtores de
outros objetos diversos. Buscavam, dessa forma, abolir a ideia de que o trabalho
artístico é superior às demais formas de trabalho, alheio ao cotidiano e à vida das
pessoas.
O artista vinculado a seus projetos visava contribuir socialmente ao suprir as
necessidades físicas e intelectuais da nação. Para concretizar essas ideias, eles atuaram
nas mais diversas áreas, desde a produção de máquinas e utilitários até a criação de
meios gráficos de comunicação.
Idealizavam a socialização da arte e não uma arte política. Foram essas discussões a
cerca da função social da arte que levaram a uma cisão do grupo.
CARACTERÍSTICAS
Utilizavam de formas geométricas simples para construir narrativas e
representações através de cartazes, ilustrações de livros e revistas e projetos
arquitetônicos. Ao seguir uma estética anti-naturalista e de ordem matemática, se
pretendia criar uma conexão entre arte, técnica e tecnologia.
O artista tornava-se um designer criativo, trabalhando conjuntamente com
cientistas e engenheiros. Valorizavam a construção da obra em oposição à composição.
Para o construtivismo, a pintura e a escultura eram pensadas como construções
e não como representações.
O artista não podia representar a realidade e deveria possuir um valor funcional e
informativo, mostrando ao povo, visualmente, a revolução em andamento e mantendo
um diálogo com os meios gráficos e fotográficos de comunicação. Genericamente, eles
usavam elementos geométricos, cores primárias, fotomontagens e tipografias em suas
obras.
Os artistas defendiam as formas puras e elementares sem o excesso de ornamentos da
arte do passado. A escultura foi a grande beneficiada pela contribuição construtivista
que modificou a noção tradicional de "esculpir". O construtivismo apresenta a ideia de
"construir" usando materiais naturais e sintéticos, oferecidos pela industrialização.
As obras se apresentam como objetos compostos de elementos geométricos em
materiais diversos como metal, vidro, papelão, madeira, acrílico, plástico etc. O
aparecimento de novos materiais implica na geração de novas técnicas e sistemas de
construção que, por sua vez, determinam o surgimento de novas estruturas e
aparências.
O construtivismo é uma forma de arte despida de aura, mais próxima do povo e a
serviço do bem comunitário, atuando na direção utilitária do desenho industrial e
arquitetura.
PRINCIPAIS NOMES
Alexander Rodchenko (1891 – 1956); Vladimir Tatlin (1885 – 1953); El Lissitzky (1890 –
1941); Nikolai Punin (1888 – 1953); Aleksandrovic Vesnin (1883-1959); Naum Gabo
(1890 – 1977); Anton Pevsner (1886 – 1962).