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Comecemos pelo incisivo central. Segure-o pela raiz, de modo que a coroa
fique para baixo, com a face vestibular de frente para você.
Repare que a coroa é bastante larga, com suas bordas mesial e distal
convergindo para cervical. Em alguns dentes há pouca convergência e as
bordas são quase paralelas. Repare também que a raiz não é longa, mas é
bastante robusta. Ela é pouca coisa maior que a altura da coroa. Outro
detalhe: normalmente a raiz é retilínea, sem (ou com muito pouco) desvio
distal. Pronto; você já fez o primeiro exame do dente pela face vestibular e
já reteve sua forma e contorno na memória. Se quiser fazer um desenho desse
contorno, seu estudo será mais significativo. Vamos agora aos pormenores.
Para terminar, vamos para a melhor parte do estudo. Abra o livro à página
59 e examine os sete dentes da fileira do alto da Fig. 2-35. São dentes típicos,
selecionados e fotografados pelo Dr. Horácio Faig Leite, da UNESP de São
José dos Campos. Veja como os dentes são largos, de raízes curtas e retas.
Os dois primeiros mostram, exuberantemente, a diferença entre os ângulos
mésio e disto-incisal. Reconhecendo esses ângulos você pode determinar
com segurança se o dente analisado pertence ao lado direito ou ao lado
esquerdo. A angulação coronorradicular do segundo dente está bem
acentuada, não é mesmo? E se ela está localizada distalmente, está claro que
o dente é direito. Um 11. Enfim, analise bem tudo e dê um diagnóstico, de
acordo com o método de dois dígitos (pág. 6). Ou seja, identifique cada um
dos sete dentes e compare as suas respostas com as respostas dadas à página
78.
Visto o incisivo central, fica mais fácil estudar e entender a forma do incisivo
lateral. Este é menor e tem um aspecto mais esguio afilado, adelgaçado
(mais estreito e alongado) do que o outro. Examinando-o pela face
vestibular, duas características logo saltam à vista: o arredondamento
exagerado do ângulo disto-incisal e a raiz com aspecto delgado, longo, com
seu terço apical deslocado para a distal.
Conseguiu ver tudo isso? Se os seus dentes não têm forame cego, não fique
triste. Muitas vezes eles não se formam. Na Fig. 2-4 aparece um bem
formado, mas na Fig. 2-36, dos sete dentes incisivos laterais, ele só aparece
em quatro.
Vê-se claramente, por este aspecto mesial, que o terço cervical da coroa é
muito maior que o terço incisal, as faces vestibular e lingual naturalmente
convergem para a incisal, no sentido vertical, conforme você já leu nas
páginas 10 e 11 e que vale a pena reler. Esta característica é comum a todos
os dentes.
Outras características, vistas por uma das faces de contato, são o cíngulo
pouco elevado e a grande dimensão da raiz no sentido vestíbulo-lingual.
Pronto? Se você disse (pensou) que pela vestibular o incisivo lateral também
é de maiores dimensões, que as faces de contato apresentam maior
convergência na direção cervical e que o ângulo disto-incisal é mais
arredondado que o mésio-incisal, você acertou. Assim, este dente tem um
contorno que tende para o triangular (no central o contorno é puxado para o
retangular), com sinais de assimetria devidos a um ângulo disto-incisal
obtuso e em posição mais baixa.
Incisivos Superiores
Os incisivos centrais e laterais superiores são freqüentemente considerados
dentes muito fáceis de serem tratados endodonticamente, porque apresentam
anatomia bastante simples.
Para se obter uma boa instrumentação dos canais radiculares desses dentes,
o ombro lingual da região cervical do canal deve ser removido com o uso de
broca de Batt. Isso possibilita boa visibilidade do canal radicular e, ainda,
proporciona a ação dos instrumentos em todas as paredes do canal, de modo
a facilitar a sua limpeza e desinfecção.
Outra anomalia que tanto pode ocorrer no incisivo central como no lateral
superior é Dens Evaginatus ou Cúspide Talão.
Incisivos Inferiores
Esses dentes têm alta incidência de dois canais em sua raiz. No passado, eles
eram conhecidos como dentes com um só canal e essa crença, infelizmente,
persiste até os dias atuais. A incidência de dois canais é maior nos incisivos
laterais do que nos incisivos centrais, mas o fato não pode ser esquecido.
Tenha sempre em mente que a possibilidade de encontrar incisivos inferiores
com dois canais é bastante grande.
Caninos Superiores
Canino Inferior
Canino Superior
Generalidades
O grupo dos caninos está localizado na porção anterior do arco dental, após
os incisivos.
É o mais longo e o mais resistente de todos os dentes. Os caninos, por sua
vez, têm forma pontiaguda semelhante a uma “pá” ou “lança”.
Função
A função principal dos caninos é a de dilacerar os alimentos mais fibrosos
e resistentes, que necessitam de maior força mastigatória para cortá-los. Isto
é possibilitado pela morfologia dos caninos que apresentam uma coroa que
funciona como uma ponta dilacerante e uma raiz forte e robusta.
Morfologia
Coroa: Sua forma pode ser comparada à ponta de uma lança, pois sua
borda oclusal apresenta duas vertentes que determina uma cúspide de vértice
agudo. Ao contrário dos incisivos a coroa dos caninos é convexa em todos
os sentidos, quase não apresentando acidentes anatômicos. Sua coroa é
formada por grande quantidade de dentina, o que lhe propicia grande força e
resistência.
Esses dentes apresentam-se com uma única raiz na maioria dos casos (90 %),
mas somente poucos apresentam-se com um único canal. Tudo o que foi
relatado sobre os primeiros pré-molares superiores deve ser observado
nos segundos pré-molares superiores.
Pré-Molares Inferiores
Mais uma vez, insistimos na atenção que deve ser dada ao estudo da
radiografia de diagnóstico antes de se iniciar o tratamento endodôntico
desses dentes. Muitas vezes, dependendo do número de canais presentes,
devemos ampliar a cavidade de acesso à câmara pulpar no sentido vestíbulo-
lingual, para facilitar a instrumentação e obturação dos canais radiculares.
Molares Superiores
Primeiro Molar Superior
Estes dentes têm sido bastante estudado quanto às suas anatomias internas,
principalmente em relação ao número de canais presentes na raiz mésio-
vestibular.
Hoje, o primeiro molar superior deve ser encarado como um dente que
apresenta, normalmente, quatro canais, que podem estar distribuídos do
seguinte modo: um canal na raiz palatina (na literatura há casos citados de
dois canais nessa raiz), um canal na raiz vestíbulo-distal e dois canais na raiz
vestíbulo-mesial.
A presença de dois canais na raiz palatina é bastante rara mas pode ser
encontrada, e isto exige do operador bastante atenção.
Molares Inferiores
Os primeiros molares inferiores também fazem partes dos dentes onde o mito
de apresentarem três canais é bastante forte. Hoje, após inúmeras pesquisas
desenvolvidas no decorrer deste século, esse mito não corresponde à
realidade.
Para finalizar esse breve lembrete sobre a anatomia interna dos dentes
humanos, queremos deixar bem claro o fato que um dente pode apresentar
um canal a mais do que o esperado.