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Técnicas de Projeto para o Comando de Circuitos Fluídicos
Técnicas de Projeto para o Comando de Circuitos Fluídicos
PARA COMANDOS DE
CIRCUITOS FLUÍDICOS
Prof. Antônio M. C. Soares Júnior
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1 CADEIA DE COMANDO
A disposição gráfica de uma cadeia de comando deve seguir um fluxo de sinal de baixo para
cima. Como a alimentação de energia é importante para o esquema, deve ser representada
também, sendo que todos os elementos necessários ao abastecimento de energia devem ser
representados embaixo e a energia distribuída em seguida de baixo para cima.
Esta disposição esquemática predetermina que o esquema seja desenhado sem considerar a
disposição física dos elementos, recomendando-se ainda a representação horizontal dos
cilindros e válvulas, como pode ser verificado na figura acima.
Pode-se observar, também, a representação do final de curso V1, que, na realidade, será
instalado na posição de avanço do cilindro. Como, porém, se trata de um módulo de sinal, o
mesmo será representado na parte inferior do esquema. Para se obter a correspondência entre
as duas disposições, a situação real é representada por um traço com o nome do dispositivo.
Dois tipos se podem encontrar frequentemente, que demonstram ser de grande vantagem.
- Por algarismos
- Por letras
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(a) Por algarismos
Divisão de grupos:
3
(b) Por letras
Representação simplificada.
Avanço +
Retorno -
- Diagrama trajeto-passo
4
Na figura acima, é possível verificar que do passo 1 até o passo 2 o cilindro avança da posição
final recuado (0) para a posição final avançado (1), sendo que esta é alcançada no passo 2. A
partir do passo 4 o cilindro retorna novamente e alcança a posição final recuado no passo 5.
- Diagrama trajeto-tempo
2.1 Introdução
Enfatiza-se que todos estes métodos aplicam-se somente para o sistema de processamento de
informações (sinais), porém, a aplicação dos métodos tradicionais exige a escolha antecipada da
tecnologia que será empregada, impedindo que se possa prever qual das possíveis tecnologias
será a mais eficiente na solução de um dado problema. Assim sendo, predefinindo-se o uso da
eletropneumática (com relés), pode-se empregar o método eletropneumático intuitivo ou o
método da sequencia mínima;escolhendo-se pneumática pura, tem-se á disposição o método
pneumático intuitivo, método cascata e o método passo a passo. Nas aplicações empregando
CLP’s, ainda é muito comum o desenvolvimento do programa sem um método definido, sendo
fundamentado na experiência do projetista. Neste sentido, é que os métodos analíticos
facilitam sobremaneira o desenvolvimento dos projetos utilizando CLP´s .
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Com os métodos como sequência mínima e cascata conseguem-se soluções com menor
número de componentes. No caso do método cascata, separam-se pelo menos duas linhas
pneumáticas, uma para avanço e uma linha para retorno de cilindros. Para sequência mínima,
têm-se pelo menos duas linhas de corrente elétrica: uma para alimentação dos solenoides de
avanço e outra para os solenoides de retorno dos cilindros. Estes métodos apresentam
soluções similares uma vez que ambos separam movimentos de avanço e retorno.
Por sua vez, os métodos analíticos possibilitam a concepção de sistemas de automação
pneumática sem a pré-definição da tecnologia a ser utilizada no processamento de
informações e permite desenvolver soluções com pneumática pura, eletropneumática e
pneutrônica.
No caso dos comandos combinatórios, este método consiste na escolha dos elementos e das
suas interligações baseando-se na experiência, em exemplos e em correções por tentativas e
erros. Para um mesmo problema, podem resultar diversas soluções intuitivas, mais simples ou
mais complexas, dependendo muito do projetista. Com isto, tornam-se mais difíceis a
supervisão, a manutenção e a localização de defeitos à medida que aumentam o número de
sinais de entrada e as condições adicionais de comando.
Exemplo 2.1
A figura 2.1, abaixo, apresenta uma prensa de estampo comandada por um cilindro
pneumático. Para o acionamento do cilindro deve-se considerar as adequadas combinações de
sinais provenientes dos sensores B,H,P e R. Considerar as seguintes condições para o
acionamento do atuador:
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- Retorno após um certo tempo;
- Condição inibidora: sempre que o atuador estiver avançado.
Figura 2.1
a1
0.00 Bar
H R B a1
Figura.2.2
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2.2.2 Comandos Sequenciais
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1
A
A+, B+, B-,A-
0
1
B
0
14 22 13 23
1.0 2.0
1.1 2.1
1.5
13
1.8 23
1.2 1.6
22
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Como pode ser verificado, nos exemplos anteriores, em ambos os casos, o desligamento dos
sinais de comando das válvulas direcionais é realizado por válvulas de fim-de-curso com
roletes escamoteáveis, também conhecidas como válvulas tipo gatilho, fato que tem alguns
inconvenientes como necessidade de ajustes para posicionamento da máquina e de contato
direto com o cilindro ou peça para o acionamento, ou também por válvulas corte de sinal, cuja
aplicação apresenta menos problemas.
A figura 2.3 mostra a solução do exemplo citado pelo método intuitivo pneumático
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1. Representação dos atuadores e válvulas direcionais e suas interligações.
3. Métodos Sistemáticos
A ideia básica é se obter sinais diferenciadores para cada grupo de movimentos, de modo a
evitar a presença do mesmo sinal na ocorrência de ambos os movimentos (avanço e recuo) de
um mesmo atuador, o que implicaria na existência de “contra-sinais”.
O caminho mais simples para a construção de qualquer comando e de forma segura, consiste
em desconectar o sinal quando este não é mais necessário, o que significa a anulação após
cada passo ou operação.
São utilizadas válvulas direcionais de duplo piloto pneumático 3/2, 4/2/ ou 5/2 vias, que
possuem efeito memória, para o desligamento de sinais, de forma sistemática.
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Pode ser caracterizada como o método cascata de duas linhas.
a0 a1
e0 e1
e0 a1
X X´
e1 a0
11
Ex.: A- A+ B+ A+ (B- A-)
3. Dividir a sequencia acima em um número mínimo de grupos de modo que nenhum atuador
esteja repetido em cada grupo.
Ex.: .: A-/ A+ B+/ A+/ (B- A-)
x1 x2 x3 x4
4. Criar tantas linhas de pressão auxiliares quanto forem os grupos acima identificados. As
linhas x1, x2, x3 e x4 serão pontos de tomada de pressão para o acionamento das válvulas
direcionais de comando dos atuadores.
5. Associar as ‘n’ linhas, ‘n-1’ válvulas inversoras. O arranjo das válvulas inversoras de modo a
caracterizar um método sistemático, pode ser verificado nas figuras abaixo. Na posição
inicial da cascata é alimentada da última linha de pressão. Existindo um maior número de
grupos (linhas), serão incluídas novas válvulas inversoras 0V3, 0V4 e assim por diante na
mesma posição inicial da válvula 0V2.
x1 x2 x3 x1 x2 x3 x4
x1
e2
e2
x3 x2 e3
e1 e3
e1 e4
12
14 22 13 23
1.0 2.0
1.1 2.1
22
x1 x2 x3 x4
e2
23
e3
14
e1 e4
1.8 13
1.2 1.6
e1 e2 e3
13
x1 x2 x3 x4
x4
x1 x2 x3
e1 e2 e3
e4
14 22 13 23
1.0 2.0
1.1 2.1
22
x1
x2 x3
x4
e1 e2 e3 e4
14
13
23
1.8
1.2 1.6
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2. A partir do diagrama trajeto-passo, escrever a seqüência desejada utilizando os códigos de
identificação dos atuadores e os sinais ’+’ para designar avanço e ‘-‘ para designar o
retorno.
Ex.: 1A- 2A+ 1A+ 3A+ (3A- 2A-)
3. Dividir a sequência acima em um número mínimo de grupos de modo que nenhum atuador
esteja repetido em cada grupo.
Ex.: 1A- 2A+ / 1A+ 3A+ / (3A- 2A-)
I II III
4. Criar tantas linhas de sianis auxiliares quanto forem os grupos acima identificados. As linhas
I, II e III serão pontos energizados para o acionamento das válvulas direcionais de comando
dos atuadores.
5. Associar as ‘n’ linhas, ‘n-1’ relés com circuitos de auto-retenção. A condição inicial do
circuito elétrico na forma mostrada na figura 6.9 permitindo a energização da última linha
de tensão. Existindo um maior número de grupos (linhas), serão incluídas novos relés com
circuitos de auto-retenção K3, K4 e assim por diante.
A figura 6.9 mostra a solução para o exemplo em estudo e a figura 6.10 um circuito em
cascata para o caso de 4 grupos.
K1
e1 e2 K1 K2
K1 K1
K1 K2
e1 K1
X1 X2 K2
x1 x2
K1
x3
K2
e3
e2
K1 K1 K2
15
K1
e1 e2 e3 K1 K2 K3
K2
K1 K2 K2
X1 X2 x3
K1
K2 K3
x4
K2 K3 e4
K1 K2 K3
a0 a1 b0 b1
y1 y2 y3 y4
e1 e2 e3 K1
START K1 K5 K2 K4 K3 K1 K2 K3
b0 b1 x1 x2 x3
K2
K1
K2
a0
K3
x4
e4
K5
K2 K3
a1
K4
y1 y3 y4 y2
K1 K2 K3 K4 K5
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4 Condições Marginais
4.1.1 Pneumática
(a) Para a sequência A+,B+,B-,A- foi solicitada a PE de tal modo que ambos os cilindros
recuem quando acionada a parada de emergência.
A A0 A1 B B0 B1
72%
72%
4 2 1 4 2 1
2 2
5 3 5 3
1 1 1 1
2 2 2
S b0
B0 A1
1 3 1 3 1 3
4 2
x x`
5 3
2 2
1
B1 A0
1 3 1 3
4 2
PE
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1 3
(b) Para a sequência A+,B+,B-,A- foi solicitada a PE de tal modo que o cilindro B
permaneça avançado caso esteja neste estado e, em qualquer outra situação recue. E
o cilindro A recue em qualquer situação, desde que esteja avançado.
A A0 A1 B B0 B1
67%
80%
4 2 1 1 4 2 1
2 2
5 3 2 5 3
1 1 1 1 1 2
2 2 2
S b0 1 1
B0 A1
2
1 3 1 3 1 3
1 3
4 2
x x`
5 3
2
1
A0
1 3
4 2
2 PE
B1
1 3
1 3
4.1.2 Eletropneumática
(c) Para a sequência A+,E+,E-,A- foi solicitada a PE de tal modo que ambos os cilindros
recuem quando acionada a parada de emergência.
A- = PE e E- = PE
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a0 a1 e0 e1
y1 y2 y3 y4
PE K2
K2
K2
K1 K1
X
X´
e1 K1
a0
a1 e0
START
K2 K1 y1 y3 y2 y4
(d) Para a sequência A+,E+,E-,A- foi solicitada a PE de tal modo que o cilindro E permaneça
avançado caso esteja neste estado e, em qualquer outra situação recue. E o cilindro A
recue em qualquer situação, desde que esteja avançado.
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a0 a1 e0 e1
y1 y2
y3 y4
PE K2
K2
K2
K2
K2
K1 K1
X
K3
X´
K1
e1
K3
a0
a1 e0
START
K2 K1 K3 y1 y3 y2 y4
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