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Livro Análise de Investimentos - Ronaldo de Almeida Nobre PDF
Livro Análise de Investimentos - Ronaldo de Almeida Nobre PDF
Gráfico de Barras
Ronaldo de Almeida Nobre
Gráfico de Barras pág. 2
Apresentação
momento, em três grupos: “por dentro” ou “bem informado” (insiders), “por fora”
(outsiders) e “super por fora” ou “muito por fora”(out outsiders). Os primeiros são os que
possuem informações privilegiadas sobre o papel e o mercado. Os segundos são os analistas
técnicos e investidores que, embora não as possuindo, usam os instrumentos da análise
técnica para identificar a atuação do primeiro grupo. E, por fim, o último grupo corresponde
ao público em geral, que não tem um método de atuação definido, deixando-se guiar muitas
vezes por boatos e notícias de jornal.
A hipótese básica de que os mercados não são informacionalmente eficientes é
adotada tanto pela Escola Técnica como pela Fundamentalista. Contrapondo-se a esta tese,
existe uma terceira Escola desenvolvida nos meios acadêmicos, chamada de Escola de
Caminhos Aleatórios (Random Walk) que, contrariamente às outras duas, pressupõe que não
há assimetria informacional envolvida no mercado, isto é, não existem participantes
detentores de informações privilegiadas sobre o mesmo, o que resultaria em um movimento
aleatório do mercado semelhante ao movimento browniano das moléculas.
O presente trabalho apresenta o Gráfico de Barras que é somente um dos inúmeros
instrumentos de Análise Técnica. Iniciamos, no capítulo 2, com um pequeno histórico dos
fatos que levaram Charles Dow para Nova York e a fundação do Wall Street Journal. O
legado deste período desembocou no capítulo 3, onde é abordada a Teoria de Dow.
No capítulo 4, abordamos a Estrutura Lógica a que uma técnica de análise deve ser
submetida para que seus resultados tenham um grau de confiabilidade que permita assumir
riscos que o mercado acionário está exposto. Quem está acostumado a acompanhar o
desenvolvimento das técnicas utilizadas em Análise de Investimentos deve estar sempre
atento a teorias não testadas, ou mesmo a embustes propostos por pessoas mal
intencionadas. Deve-se ter uma estrutura de identificação de modelos, de forma a permitir a
separação do joio do trigo. Além disso, uma técnica bem desenvolvida deve ser
complementada por uma boa tática de mercado, combinada com objetivos bem definidos.
Em seguida, no capítulo 5, será apresentada com detalhes a construção do gráfico
de Barras, com uma descrição detalhada dos eixos, escalas e ajustes devido a eventos da
empresa.
As Linhas de Tendência, base da Teoria de Dow, são amplamente abordadas no
capítulo 6, permitindo que se aprenda, de maneira fácil e objetiva, o seu traçado e o uso de
pontos de compra e venda, por exemplo. Isto faz com que o analista já possa dar seus
primeiros passos sozinho. O segredo é experimentar muitas vezes antes de entrar em campo.
A partir das linhas de tendência, vamos aprender a traçar os canais de alta e de baixa,
ficando assim definida o que Dow chamou de tendência Primária.
No capítulo 7, apresentamos as principais Formações que aparecem durante uma
reversão da tendência ou durante a mesma. Essas Formações vão ajudar ao analista a
diagnosticar as projeções de preços com maior probabilidade de acerto.
O restante deste trabalho representa um Resumo das principais Formações e
Considerações Finais sobre o uso do Gráfico de Barras, como ferramenta de decisão no
processo de compra e venda de ações.
Gráfico de Barras pág. 4
ÍNDICE
1 - Introdução
2 - Histórico
3 - Teoria de Dow
4 - Esquema Lógico
5 - Construção do Gráfico
5.1- Gráfico de Preços
5.2- Gráfico de Volume
5.3- Ajuste da Escala
6 - Linhas de Tendência
6.1- Suporte e Resistência
6.2- Tendência de Alta
6.3- Tendência de Baixa
6.4- Canal
6.5- Pá de Ventilador
7 - Formações
7.1- Topo Duplo e Fundo Duplo
7.2- Cabeça e Ombros
7.3- Triângulos
7.4- Retângulos
7.5- Bandeiras e Flâmulas
7.6- Gap
7.7- Diamante
7.8- Pires
8 – Resumo
9 - Considerações Finais
10 – Referências
10.1 – Bibliografia
10.2 – Hemerografia
10.3 – Software
10.4 – Sites na Internet
10.5 – Livrarias
Gráfico de Barras pág. 6
1- Introdução
Toda vez que alguém compra e vende ações é porque, de alguma forma, com ou sem
alguma técnica, já fez uma projeção dos preços das ações, e o resultado da projeção o levou
a tomar aquela decisão. Não estão incluídos, nesse caso, aqueles decorrentes de imprevistos
financeiros em que se é obrigado a vender a qualquer preço.
As técnicas usadas na projeção de preços seguem duas grandes linhas. A primeira
seria a Análise Fundamentalista, em que se projeta preços, levando-se em consideração
dados da empresa dentro do setor econômico em que ela opera e, ainda, do setor dentro da
própria economia do país.
A outra linha é a chamada Análise Técnica, em que os preços são projetados a partir
de dados de mercado, isto é, preços ( máximos, mínimos, médio, Tc) e quantidade de ações
negociadas.
Essas duas escolas não são antagônicas, em princípio, porém, o pleno conhecimento
dos fundamentos de cada uma poderá ser de grande proveito para o analista de investimento
que irá, aos poucos, perceber que, no fundo, as duas se completam.
Dentro dessa idéia, somente dever-se-iam tomar decisões com base em informações
provenientes da empresa e do mercado de ações. Quanto às informações a respeito do
mercado de ações, praticamente é bem transparente, visto que as cotações e quantidade de
ações negociadas são amoladamente divulgadas, diariamente, seja através das Bolsas de
Valores, das empresas de teleinformática , da imprensa e, ultimamente, pela Internet.
Por outro lado, as informações sobre o andamento dos negócios das empresas já não
fluem para o mercado com a mesma velocidade que as cotações, principalmente porque não
seria possível a divulgação dos negócios diários das empresas. Já é vitorioso o mercado
quando consegue que as empresas sejam obrigadas a divulgar informações trimestrais sobre
seus resultados e a noticiar fatos relevantes de seus negócios. Mesmo assim, a análise
fundamentalista tem que trabalhar com projeções de dados trimestrais o que, de certa forma,
contrasta com a dinâmica diária do mercado de ações.
O conhecimento do que está realmente acontecendo nas empresas e nas decisões do
Governo, em alguns casos, torna-se privilégio de alguns, o que naturalmente leva a uma
classificação dos investidores, quanto à possibilidade de acesso às informações, em duas
grandes categorias:
a) os “insiders” (estão “por dentro”); e
b) os “outsiders” (estão “por fora”).
Esta classificação é puramente teórica para efeitos didáticos pois, na realidade, existe
uma distribuição estatística do conhecimento das informações.
Para se saber se uma ação vai subir ou cair é preciso ter conhecimento do que estão
fazendo os “insiders”. Mas isto é logicamente impossível porque quem soubesse qual a
movimentação atual dos insiders, também seria um insider. No caso em questão, trata-se de
desenvolver um técnica que permita detectar o atual e provável movimento futuro dos
grandes investidores.
Gráfico de Barras pág. 7
2-Histórico
3-Teoria de Dow
Conforme já dissemos, Dow não escreveu nenhuma tese ou livro, e muito menos
sistematizou a sua Teoria como a conhecemos hoje, cabendo isto a outros estudiosos que
lhe sucederam.
O primeiro a descobrir os méritos das observações de Dow e dar o nome de Teoria
de Dow a essas técnicas foi S.A. Nelson, repórter do Wall Street Journal, durante o período
de Dow na editoria. Nelson reuniu no livro “The A B C of Stock Speculation”, editado em
1902, as principais idéias de Dow publicadas em sua coluna diária. Essas idéias foram
explanadas em 15 capítulos intitulados “Dow Theory”.
Hamilton, sucessor de Dow na redação do jornal, escreveu um livro intitulado “The
Stock Market Barometer”, onde reuniu seus artigos e observações durante os mais de 25
anos em que trabalhou como repórter e editor, depois da morte de Dow (1902). O próprio
título do livro já deixava claro o caráter preditivo que a teoria possui, já que um barômetro,
ao contrário de um termômetro, permite prever mudanças no tempo, antecipando as
tempestades que estão por vir. Dos seus editoriais, o mais famoso foi “A Turn in a Tide”
escrito em 25/10/1929, dia seguinte da “quinta-feira negra”, no qual faz uma análise do
comportamento futuro do mercado, fundamentada nos princípios de Dow. Dois meses
depois, Hamilton faleceu e, a partir daí, a Teoria de Dow ficou conhecida e popular.
Outro estudioso da Teoria de Dow foi Robert Rhea, que em seu livro “The Dow
Theory”, publicado em 1932, resumiu as principais conclusões sobre a teoria. Essas
conclusões explicam os principais movimentos de alta e de baixa que ocorreram nos trinta
anos que se seguiram à publicação da obra, com raras exceções
As conclusões que se seguem foram resumidas do livro “Technical Analisys of
Stock Trends” de Edwards e Magee, e são um apanhado do original de Rhea.
10
Preço
0
0 2 4 6 8 10
Tempo
BANESPA 70
50
Euforia 40
30
20
Alta
Acumulação 10
50000
x10000
J A S O N D 96 F M A M J J A S O N D 97 F M A MJ J A S O N D 1
ESTRELA
3.5
Baixa 3.0
2.5
Distribuição 2.0
Pânico
1.5
1.0
20000
15000
10000
5000
x100000
Nov Dec 1994 Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec 1995 Feb Mar Apr May Jun
Hoje em dia é comum o uso das outras cotações, tanto no gráfico de barras,
como nos diversos indicadores disponíveis nos Softwares de análise técnica.
Contudo, o fechamento continua sendo da maior importância, pois é em cima dele
que os traders estabelecem seus planos de atuação para o dia seguinte. Há, inclusive,
um ditado comum nos EUA que afirma que “A abertura é dos tolos e o fechamento
dos espertos”.
10. Deve-se presumir que uma tendência será mantida até que se tenha uma
sinalização definitiva de sua reversão.
Enquanto não houver um sinal evidente de mudança de tendência, admiti-se a
continuação da anterior. O analista gráfico não deve, portanto, se antecipar a novas
formações, sob pena de aumentar demasiadamente o risco envolvido na operação.
Gráfico de Barras pág. 17
PRINCIPAIS CRÍTICAS
A Análise Técnica recebe, de uma parte dos investidores, uma forte reação
subjetiva, que os leva a uma profunda descrença de todas as conclusões baseadas na
observação gráfica. Há, entretanto, algumas críticas objetivas fundamentadas, por um lado,
na limitação intrínseca do enfoque gráfico da Teoria de Dow e, por outro, na impaciência ou
mal conhecimento da técnica. A seguir, são enumeradas as principais críticas a essa Teoria,
como também uma argumentação em sua defesa:
4. A Teoria de Dow não pode ajudar o investidor que quer negociar nas tendências
intermediárias.
Este argumento se refere à Teoria na sua fase inicial, onde a ausência de outros
indicadores impedia o aproveitamento da tendência secundária. Com o uso
difundido de softwares de análise gráfica, esta limitação deixou de existir, sendo
utilizada até mesmo a tendência terciária, que não se imaginava ser objeto de estudo
no início do século.
4-Esquema Lógico
Como foi dito anteriormente, serão usados na projeção do preço de uma ação
somente seus valores anteriores. Dessa maneira, ter-se-á que construir séries históricas
desses valores e mantê-las atualizadas através de dados contínuos, que virão de seu próprio
mercado.
Gráfico de Barras pág. 20
Com essas séries históricas deverá ser feita uma pesquisa e ser criado um modelo
que dê a melhor forma da projeção dos preços. Isto significa que essa pesquisa deverá ser
orientada no sentido de descobrir formações características, após as quais, a tendência dos
preços tenha sido, na maioria dos casos avaliados, sempre a mesma. Com essa pesquisa feita
tentar-se-á estabelecer um modelo característico de formação do gráfico, isto é, toda vez que
o gráfico formar aquela figura, está identificado o modelo. Com base nesse modelo dever-
se-á estabelecer qual será a tendência do preço e, se possível, com que probabilidade essa
tendência será seguida.
Nessa altura poderá ser tomada uma decisão (compra ou venda), pois a projeção já
foi feita, e tem-se em mãos as séries históricas atualizadas. Esta decisão de compra, venda
ou manutenção da posição é a conjugação de três fatores: projeção de preços, objetivos do
investidor e situação atual do mercado, como se observa no fluxograma anterior.
Este tipo de análise será feito para cada ação em particular, e o comparativo entre
elas será feito pela melhor projeção de preços. É sempre conveniente lembrar que para cada
projeção de preços está associada uma probabilidade, menor que um, de acerto dessa
projeção.
O esquema lógico apresentado na figura anterior mostra apenas “Pesquisa P” e o
“Modelo P” que seriam a pesquisa e o modelo de “como projetar”.
A etapa anterior, ou seja, “o que projetar” já ficou definida quando se admitiu que o
preço de uma ação reflete a opinião dos investidores, naquele momento, sobre o papel. Em
outras palavras, podemos resumir que existe uma forte correlação entre o comportamento
dos preços de uma ação no passado e a provável tendência que eles terão no futuro. Isto
decorre do fato de que o comportamento dos investidores mais fortes pode ser percebido
por sua repetitividade, diante da possibilidade de ganhar ou perder dinheiro na Bolsa. Este
comportamento é da máxima relevância, pois são estes investidores que irão influenciar na
formação do preço. Daí ser necessário estarmos atentos aos movimentos dos investidores
mais bem informados para tentar descobrir seus movimentos e rapidamente detectar a
possível nova direção do mercado.
As pesquisas e os modelos, uma vez definidos, não serão alterados mas, com o
passar do tempo, novos dados estarão constantemente testando os modelos vigentes, até
que, pelo acúmulo de experiências oriundas desses novos dados, possa ser determinado um
novo modelo que melhor espelhe a realidade.
Uma vez definida a maneira de atuação, o somatório das decisões dos investidores
funciona como feedback para a série de dados, como pode ser visto na linha na base do
fluxograma.
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5-Construção do Gráfico
Gráfico de Preços
Gráfico do Volume
Eixo dos “x” (abscissas)- calibrado linearmente com o tempo. Poderá ser diário
correspondendo as barras aos dias de pregão. Pode-se ou não deixar espaços
correspondentes aos dias que não houver pregão: sábados, domingos e feriados, depende do
critério do analista. De um modo geral, procura-se não deixar espaços entre as barras de
preços em função desses dias.
Poderá ser calibrado em horas e minutos, correspondendo aos chamados gráficos
intra-dia ( mais conhecido no mercado pelo correspondente em inglês - intraday ). Aqui a
escala é linear.
Para se calibrar o eixo do tempo em períodos intraday será interessante observar a
seguinte fórmula para cálculo do intervalo mínimo, de maneira que se tenha uma boa
representação do confronto das forças de oferta e procura :
k.d
Tmínimo =
N
Onde: k – constante definida pelo usuário que expressa o número mínimo de
negócios por barra de
gráfico, por exemplo 15 negócios por barra.
d – duração do pregão expressa em minutos
N – número total de negócios realizados durante um dia de pregão, podendo
ser a média dos últimos trinta dias.
Gráfico de Barras pág. 22
Exemplo:
k = 15 negócios / barra
d = 360 minutos (seis horas)
N = 1500 negócios
Isto significa que o período de tempo mínimo para se calibrar um gráfico intraday de
uma ação que tenha 1500 negócios por dia é de 3,6 minutos . Sugere-se, então, que se use o
gráfico com barras de 5 minutos.
A seguir, sugerimos uma tabela de referência para obtenção dos intervalos de
intraday número de negócios, para um pregão de 6 horas de duração e uma constante de 15
minutos:
N-negócios Tmínimo
> 1000 5 min
400-1000 15min
200-400 30min
100-200 60 min
<100 1 dia
Eixo dos “y” (ordenadas)- calibrado com os preços conforme diagrama abaixo.
Qualquer que seja a unidade de tempo (período) a que se refira o eixo dos “x”, deverão ser
utilizados para a confecção do gráfico os seguintes preços:
Máximo
Abertura
Fechamento
Mínimo
Pela figura acima, vê-se que a abertura está voltada para o passado, enquanto que o
fechamento aponta para o futuro.
Em períodos de inflação acentuada será necessário deflacionar os preços diários
pelo índice de inflação diário. Isto mostrará o gráfico com preços reais.
Escalas - Para se calibrar o eixo dos preços pode-se e deve-se utilizar uma escala
linear ou uma escala logarítmica.
Escala Linear ou Aritmética: é aquela na qual há uma relação linear entre preço
e tamanho da barra, isto é, espaços iguais
correspondem a variações iguais da grandeza
representada no eixo. Exemplo:
Quando o preço varia 1,00 a escala vertical varia 1 cm, independente do nível de
preço. Pode-se observar que, ao passar de 1,00 para 2,00, o preço variou 1,00, o que
corresponde a 100% do preço inicial. Quando passou de 2,00 para 3,00, a variação foi de
Gráfico de Barras pág. 24
50% correspondentes ao mesmo 1,00 e, assim, a mesma distância em cm. Nas escalas
lineares o que importa é que cada variação nominal da grandeza colocada no eixo
corresponda a uma distância igual no papel do gráfico. Para pequenas regiões de variação
de preço não é grande a distorção introduzida por esta escala, podendo ser usada em
gráficos diários, por exemplo, desde que não se observem muitos meses.
Pode-se observar que, ao passar de 1,00 para 2,00, o preço variou 100%,
correspondendo a uma certa distância na escala. Quando passou de 2,00 para 4,00, a
variação foi de 100%, correspondendo à mesma distância em cm. Nas escalas logarítmicas,
o que importa é que a cada variação proporcional da grandeza colocada no eixo corresponda
uma distância igual no papel do gráfico. Isto significa que ao ser adotada esta escala no
gráfico de barras os preços terão que percorrer sempre a mesma distância no papel, quando
se pensar na mesma variação percentual. Exemplificando: a dificuldade que uma ação terá
para passar de 1,00 para 2,00 é equivalente a passar de 20,00 para 40,00, apesar de que,
aparentemente, a primeira só tenha que subir 1,00 e a segunda 20,00, pois a variação
percentual, em ambos as hipóteses, é de 100%. Portanto, esta escala expressa melhor do que
a escala linear o conflito entre oferta e demanda no mercado: uma ação vai mais rápido de
4,00 para 6,00 do que de 2,00 para 4,00, porque, embora a variação absoluta de preço seja
2,00, em ambos os casos, a variação percentual é de 50% no primeiro, contra 100% no
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5.2-Gráfico do Volume -
O volume será grafado, numa escala linear, com barras que vão do eixo horizontal
(cota zero) até à altura correspondente à quantidade de títulos negociados naquele período
(total de compras e vendas) e não a valores monetários.
É importante salientar que o estudo será realizado sempre com as cotações, servindo
a quantidade negociada como observação complementar. Assim, a parte destinada à
quantidade negociada é bem menor que a dos preços, embora as variações destes últimos
estejam limitadas a uma faixa muito mais estreita.
Como já se afirmou, a escala adotada para o volume é a aritmética, porque não
importa na análise a variação percentual do mesmo, mas apenas se houve o seu aumento ou
redução.
Na figura seguinte, temos um exemplo de representação do volume no Gráfico de
Barras diário de um ativo.
Nos gráficos intraday, cada barra de preço representa um certo período fracionário
do dia, sendo mais usados os de 5, 10, 15, 30 e 60 minutos.
A seguir, temos dois Gráficos de Barras traçado pelo MetaStock, sendo o primeiro
com a escala de preços linear e o segundo com a escala logarítmica :
direitos e ex-direitos. Sendo essas últimas as que já exerceram os direitos concedidos pela
empresa.
Pex = Pcom − D
• Bonificação
Neste caso, se a empresa possui 1.000.000 de ações, cada uma terá o valor nominal
– e não o valor de mercado – de R$ 1,00, que se obtém pelo quociente entre o Capital Social
e o número total de títulos em circulação.
Com a inversão de R$ 1.000.000,00 de reservas acumuladas para o capital, seu
balanço ficaria:
Gráfico de Barras pág. 29
Ou seja, não houve aumento real do Patrimônio Líquido, mas cada ação deveria valer,
a partir da presente data, R$ 2,00 ou a empresa deve emitir mais 1.000.000 de títulos e
distribuí-los gratuitamente aos seus acionistas, já que não houve mudança do seu
Patrimônio Líquido.
Assim, bonificando as ações, já em circulação, em 100%, ela passará a ter 2.000.000
de títulos no mesmo valor anterior de R$ 1,00, perfazendo o novo Capital Social.
Contudo, o mercado reage a esse evento, havendo uma fórmula de ajuste do preço
após exercida a Bonificação.
Pcom
Pex =
1 + b
1,00
Pex = = R$ 0,50
1 + 1
Assim, o Software vai dividir por dois as cotações do ativo anteriores a esta data e
preservar as novas cotações nos valores que surgirem.
• Desdobramentos (Splits)
Ocorrem quando a empresa aumenta o número de ações
em circulação sem aumentar o seu Capital Social. Isto é
feito com a finalidade de reduzir o valor nominal de suas
Gráfico de Barras pág. 30
• Agrupamentos
São o contrário dos Desdobramentos, isto é, um certo
número de títulos são reunidos para formar um só.
O preço ajustado será resultado do produto do preço passado pelo número de títulos
que foram agrupados para resultar num só.
• Subscrição
Corresponde ao aumento do capital da Sociedade Anônima
(S/A) por intermédio do lançamento de novas ações a serem
adquiridas pelos acionistas.
Para o correto entendimento do que foi dito convém que façamos algumas
considerações acerca das empresas e do mercado acionário como um todo.
As empresas podem ser classificadas, para o que nos interessa no momento, em dois
grandes grupos:
- Fechadas
• S/A com registro em bolsa
- Abertas (têm ações no domínio público)
sem registro em bolsa
(Mercado de Balcão)
• Empréstimos;
Gráfico de Barras pág. 31
• Reinversão de lucros;
• Abertura do capital
Pcom + s ⋅ S
Pex =
1 + s
Como exemplo, suponhamos que uma ação que esteja sendo negociada a R$10,00 o
lote receba o direito de subscrever 50% ao preço de R$4,00. A sua cotação ajustada será:
Pcom + s ⋅ S − D
Pex =
1 + s + b
É importante notar que este é o preço teórico a que a ação deve ser negociada após
exercer seu direito, não significando que isto se verifique na prática, mas que sirva como
parâmetro para que o Software de gráficos proceda ao ajuste. Além disso, essas novas
cotações esperadas pelo mercado preenchem importante função de ajustar os índices das
Bolsas, caso a ação beneficiada faça parte da carteira do mesmo. Essa adaptação do índice
Gráfico de Barras pág. 33
aos eventos ocorridos com as ações que lhe compõem não foi utilizada por Dow, como se
disse no Histórico, mas foi idealizada, em princípio, por Hamilton.
Uma vez que o prazo para o ocorrência dos benefícios tenha se esgotado, só
ocorrerão transações na Bolsa com títulos ex-direito, devendo o analista estar atento a esse
fato para não ser pego de surpresa pelos novos parâmetros de negociação com o papel.
Em geral, os softwares gráficos dão a opção de ajustar somente o preço sem alterar o
volume, caso sejam constatados os eventos acima. Mas, num Agrupamento de 1000:1, por
exemplo, o novo volume de negociação vai ficar muito pequeno, devendo-se para isto
dividir-se os volumes relativos às datas anteriores por 1000, que seria o ajuste para o caso.
Gráfico de Barras pág. 34
6-Linhas de Tendência
6.1-Suporte e Resistência
Uma das principais perguntas de quem vai querer investir em ações é: “Quando
(timing) devo comprar uma ação?”
Esta pergunta não é simples de se responder mas, em termos gerais, e para
estabelecer as primeiras premissas, pode-se dizer que uma ação de determinada empresa
pode ser comprada, com uma certa minimização do risco de perdas, primeiro, quando a
bolsa estiver com uma tendência de alta; segundo, quando as ações do mesmo setor da
economia que a empresa atua também apresentar uma tendência de alta e, terceiro, quando a
ação, em si mesma, sugerir uma tendência de alta.
De maneira análoga, seria respondida a pergunta de quando se deve vender uma
ação. Essas respostas sugerem a formulação da análise de tendência, que será objeto de
estudo no presente capítulo.
O retorno de investimento em ações pode se dar de duas formas (definições
clássicas):
No primeiro caso, o acionista adquire o título visando conservá-lo em seu poder por
tempo indeterminado, recebendo periodicamente a participação nos lucros da empresa. Para
que isto se dê é necessária a escolha de ações que pertençam a Companhias
tradicionalmente pagadoras de bons dividendos. Este tipo de ganho com o papel não é
considerado na Análise Técnica e sim na Fundamentalista, onde existe inclusive um
indicador próprio – o Cash-Yield– que mede o retorno financeiro anual de uma ação, ou
seja, o somatório total dos dividendos pagos pela empresa nos últimos 12 meses dividido
pela sua cotação no mercado. Assim, uma ação que ofertou R$0,50 como soma dos
dividendos num exercício, por exemplo, sendo sua cotação de R$10,00, apresenta um Cash-
Yield de 5% no período considerado.
Na segunda alternativa, o investidor adquire o título com o objetivo de ganhar a
prazo determinado com a cotação do mesmo na Bolsa, aproveitando-se das sucessivas
variações que ele sofre para auferir lucros. Pode até ser que, durante este período, a empresa
emissora ofereça dividendos, mas estes não são o interesse principal da Análise Gráfica.
Para a análise das tendências da bolsa, do setor e da ação em si deve-se tornar em
princípio, para confecção do gráfico, parâmetros que representam o seu comportamento. No
caso de ações negociadas na Bolsa de Valores, dispõe-se de índices, como o IBOVESPA, o
IBV e Índices Setoriais, que poderão ser de grande utilidade para o analista. Esses valores
são calculados diariamente pelas Bolsas, durante a realização do pregão, e com difusão
eletrônica instantânea, direto para os participantes do mercado. Dadas as facilidades atuais
Gráfico de Barras pág. 35
6.2-Tendência de Alta
Para traçarmos uma Linha de Suporte de Alta (LSA) vamos marcar no gráfico os
pontos de mínimo apresentados. Precisamos de dois pontos para traçarmos uma reta e,
assim, a partir do segundo ponto de mínimo, podemos traçá-la. Esta reta será a Linha de
Suporte de Alta. No exemplo a seguir, o primeiro ponto de mínimo em Dezembro de 96 e o
segundo ponto de mínimo no início de Janeiro de 97 permitem traçar a LSA que foi
respeitada por vários meses que se sucederam.
Para traçarmos a Linha de Resistência de Alta (LRA) é preciso primeiro que a Linha
de Suporte de Alta já tenha sido traçada. Satisfeita essa condição, localiza-se o primeiro
ponto de máximo e a partir desse ponto traça-se uma paralela à Linha de Suporte de Alta .
Esta linha é chamada de Linha de Resistência de Alta ou linha de Retorno, para alguns
autores. A seguir apresentamos o gráfico anterior com a Linha de Resistência de Alta
traçada.
Pode-se observar que, apesar da Linha de Resistência de Alta ter sido perfurada para
cima, os preços retornaram para baixo dela, mantendo sua validade como linha auxiliar no
desenvolvimento da tendência de alta. Este retorno de preços para dentro da região
compreendida pelas duas retas é comum, como veremos no estudo do Canal de Alta.
Gráfico de Barras pág. 39
Para traçarmos uma Linha de Resistência de Baixa (LRB) vamos marcar no gráfico
os pontos de máximo que o gráfico vem apresentando. Precisamos de dois pontos para
traçarmos uma reta e, assim, a partir do segundo ponto de máximo podemos traçar a reta.
Esta reta será a Linha de Resistência de Baixa. No exemplo a seguir, o traçado da LRB se
deu por um mínimo no inicio de Fevereiro de 96 e por outro em meados de Agosto do
mesmo ano, sendo, portanto, uma reta de médio prazo, prometendo indicação confiável de
reversão de tendência quando for rompida. Este se deu no final de Novembro de 96,
seguindo-se um desenvolvimento da ação em preços mais elevados.
Para traçarmos a Linha de Suporte de Baixa (LSB), ou Linha de Retorno para alguns
autores, é preciso, primeiro, que a Linha de Resistência de Baixa já tenha sido traçada.
Satisfeita essa condição, localiza-se o primeiro ponto de mínimo e a partir desse ponto
traça-se uma paralela à Linha de Resistência de Baixa. Esta linha é chamada de Linha de
Suporte de Baixa. A seguir, apresentamos o gráfico anterior com a Linha de Suporte de
Baixa traçada.
• Não deve ser feito por máximos (Alta) ou mínimos (Baixa) muito próximos;
• Não será significativa se resultar muito inclinada. Isto é, o corte de Linhas de
Tendência menos íngremes é mais expressivo do que o de linhas mais inclinadas.
Uma vez traçadas retas confiáveis para o movimento, quando os preços subirem, por
exemplo, não o devem fazer direto, mas provavelmente irão testar uma ou duas vezes a
LRA, antes de perfurá-la. O mesmo se aplica a uma queda de cotações, que devem primeiro
respeitar uma resistência bem traçada antes de experimentarem uma descida acentuada.
Além disso, é importante verificar se houve incremento ou retraimento das
negociações (volume) na ruptura das Linhas para cima ou para baixo. A quantidade de
ações negociadas atribui uma ponderação aos preços ocorridos, isto é, numa ruptura de
LRA para cima é necessário que o volume sofra algum incremento para acreditarmos que
uma nova tendência esteja se formando. Já na ruptura de uma LSA para baixo não se faz
necessário tal confirmação.
Gráfico de Barras pág. 42
6.4-Canal
6.4.1-Canal de Alta
Definida uma Linha de Suporte de Alta e, logo em seguida, a sua linha auxiliar, isto
é, a Linha de Resistência de Alta, podemos considerar formado o Canal de Alta, dentro do
qual os preços se desenvolverão por um largo período de tempo. O comportamento
esperado é que os preços tangenciem a LSA para, em seguida, procurarem a LRA e, ao
tocá-la, recuarem ou andarem de lado até a LSA e, assim, sucessivamente.
No gráfico da Brahma pode-se observar que, durante o ano de 1994, o preço da ação
ficou variando entre o Suporte de R$182,00 e a Resistência de R$315,00, sem uma
definição de tendência de alta. Para quem está acostumado a operar em mercados sem
tendência, mas com uma boa margem de ganho, poderia ter aproveitado esta oscilação para
Gráfico de Barras pág. 43
operações bem lucrativas. O que não está explícito no gráfico é a margem de risco dessas
operações.
Em meados de 1995, a tendência de alta se confirma e o gráfico se desenvolve
dentro de um Canal de Alta durante cerca de um ano e meio. Quem tivesse comprado no
início desta tendência poderia efetuar a venda no ano seguinte, aproveitando boa parte do
movimento.
Aqueles que gostam de operações mais especulativas poderiam comprar e vender dentro do
canal, respeitando a LSA e a LRA como pontos de compra e venda, respectivamente.
Quando a Linha de Suporte de Alta é rompida, em setembro de 1996, o mercado da ação
começa a ter um desenvolvimento lateral e, em alguns meses, estabelecem-se novo Suporte
e nova Resistência caracterizando, novamente, um mercado lateral, onde deve-se esperar
por rompimento de um dos dois limites para se ter definida a nova direção que o mercado
irá tomar. Paralelamente, sabe-se, por fontes fundamentalistas, que a empresa está para ser
vendida a um grupo estrangeiro e o mercado ainda não conseguiu avaliar se esta premissa,
sendo verdadeira, que conseqüências trará para o preço da ação.
No Canal de Alta, a única Linha que imprime novo significado, se rompida, é a
LSA. Daí a existência de uma fórmula de projeção de baixa para este canal, caso aconteça a
ruptura.
Pela projeção pode-se ter uma idéia até onde, estatisticamente, os preços devem cair,
se o Canal de Alta for rompido para baixo, não significando que haverá, em seguida, um
desenvolvimento lateral.
Gráfico de Barras pág. 44
6.4.2-Canal de Baixa
Definida uma Linha de Resistência de Baixa e, logo em seguida, a sua linha auxiliar,
isto é, a Linha de Suporte de Baixa, podemos considerar como formado o Canal de Baixa,
dentro do qual os preços se desenvolverão por um largo período de tempo. O
comportamento esperado é que os preços tangenciem a LRB para, em seguida, procurarem a
LSB e, ao tocá-la, recuarem ou andarem de lado até a LRB e, assim, sucessivamente.
No gráfico acima ocorreu uma ruptura para cima da LRB, logo no início de 1997.
Neste ponto, estaríamos na expectativa de uma reversão de tendência, iniciando-se uma alta
ou até mesmo um desenvolvimento lateral do mercado. Contudo, essas previsões não se
verificaram e os preços retornaram para dentro do canal de baixa. Essa margem de erro é
inerente à Análise Gráfica que, como já se disse, prevê resultados numa faixa entre 75 e
85%.
Gráfico de Barras pág. 45
No gráfico da Copene an, houve uma saída dos preços do canal de baixa no final de
1995, mas com o seu retorno, para dentro, no início de 1996. Este acontecimento,
entretanto, não causa surpresa pois, em nenhum momento, a tendência principal de baixa foi
revertida.
Lembramos que são possíveis penetrações nas linhas que definem os canais, tanto
de alta como de baixa, sendo que no de alta o que importa é estarmos atentos à LSA: se os
preços romperem esta linha para baixo, não temos garantia que voltarão para dentro do
canal, pois pode estar se iniciando um movimento de baixa ou um desenvolvimento lateral,
como se verificou no gráfico da Brahma pn, a partir de agosto de 1996. Já a LRA, esta sim
admite ruptura para cima e é provável que, em algum momento posterior, os preços voltem
para dentro do canal, respeitando ainda a tendência de alta.
Para o Canal de Baixa é válido o mesmo raciocínio, isto é, devemos observar a LRB,
pois, se os preços a romperem para cima, pode ser que esteja se iniciando uma tendência de
alta. Já a ruptura da LSB apenas nos indica grande probabilidade de que os preços voltarão
de novo para dentro do canal, continuando em baixa. Assim, também é possível o uso de
projeção gráfica para o caso deste canal ser rompido para cima.
Gráfico de Barras pág. 46
Como podemos verificar, existe um Canal de Alta definido pela região entre a LSA
e a LRA (ou Linha de Retorno). Mas, num certo momento - data D1, os preços furam o
suporte e formam um mínimo isolado do movimento anterior. Pode-se traçar, a partir desse
instante, uma reta pontilhada (Linha de Retorno Virtual de Alta ou LSA Virtual), que
constitui, junto com a LRA, um Canal Virtual à espera de posterior confirmação. A partir de
então, os preços voltam para dentro do canal original, até que na data D2 o Canal Virtual de
Alta se confirma como Canal de Alta e a Linha de Retorno Virtual torna-se a nova LSA do
movimento que se segue.
Gráfico de Barras pág. 47
6.5- Pá de Ventilador
Pá de Ventilador de Alta
As regras para o traçado das linhas que compõem a Pá são as mesmas que para
o caso anterior, onde se confirmava uma alta, sendo que agora as palavras Resistência e
máximo são substituídas, respectivamente, por Suporte e mínimo.
No gráfico da Itaú pn, as três pás ficaram posicionadas de forma bem simétrica,
o que confere força considerável aos resultados previstos por esta formação: uma baixa
iniciando-se logo após o ponto de venda.
Poderíamos pensar em usar quatro ou mais retas na Pá de Ventilador para
aceitarmos as indicações de alta ou de baixa. Desta forma, esperaríamos uma melhor
confirmação do movimento seguinte. Mas, este procedimento, embora reduza o risco de
erro na operação, irá seguramente diminuir a rentabilidade nos casos em que três linhas
derem sinalização correta.
Gráfico de Barras pág. 51
7-Formações
O gráfico a seguir ilustra esta formação, onde podemos observar que não é
necessário que os máximos (topos) estejam numa mesma horizontal.
Esta figura projeta uma baixa de tamanho igual ao seu fulcro, conforme a
ilustração a seguir:
Gráfico de Barras pág. 53
7.2-Cabeça e Ombros
Sob esta denominação incluem-se diversas figuras. A mais freqüente é aquela cuja
forma são três montes, sendo o do meio (cabeça) destacado dos dois montes laterais
(ombros). Esta figura é denominada Ombro-Cabeça-Ombro (O-C-O). Variantes dessa figura
são: 2O-C-2O, O-2C-O, O-2C-2O, 2O-C-O, etc., a serem detalhadas mais adiante. Em todas
elas existe uma linha de referência que, ao ser rompida, confirma a formação. Essa linha é
chamada de Linha de Pescoço e pode se apresentar em aclive ou declive, como veremos.
Em geral, estas figuras são de reversão de tendência, durando de dois a quatro meses
no gráfico diário.
Esta é uma figura de acumulação, sendo dados dois exemplos nos gráficos
seguintes.
A linha que une os dois ombros é chamada linha de pescoço. Ela é a referência
a partir da qual é traçada a projeção de alta dessa figura, conforme o desenho a seguir:
Como se vê, esta figura projeta uma alta igual à altura da cabeça.
Gráfico de Barras pág. 57
Os objetivos de alta dessas figuras, que também podem aparecer com linha de
pescoço inclinada para cima, são obtidos da mesma forma que para o O-C-O, isto é, projeta-
se a altura da cabeça no sentido da alta de preços. Quando há mais de uma cabeça, e elas são
de alturas diferentes, toma-se como referência para a projeção a de menor tamanho.
Contudo, é conveniente que se trace, também, a projeção pelo tamanho da cabeça maior,
servindo como referência para o caso em que os preços excedam a primeira medida.
Outro ponto importante nos dois gráficos citados é que, após o O-C-O, os
preços não seguiram o trajeto esperado, sem antes efetuarem um movimento contrário de
alta. Este movimento de retorno de preços é muito comum, aparecendo em diversas outras
situações, tanto de alta quanto de baixa, e sendo conhecido como Pull Back. A seguir,
ilustramos como ficariam os O-C-O de Alta e de Baixa com Pull Back após a ruptura da
linha de pescoço.
Conclui-se que, havendo ou não Pull Back, após a figura, e isto vale para
qualquer uma, continuam válidos os métodos de obtenção dos objetivos de alta ou baixa.
7.3-Triângulos (importante)
A ocorrência desta figura não assinala alta ou baixa até que um dos seus lados
seja rompido. No caso da Paulista de Força e Luz pn, os preços romperam o lado de cima,
indicando sua ascensão. O que o grafista pode fazer nestas ocasiões é verificar a confluência
uniforme de preços e traçar a figura, esperando para ver qual lado será rompido. Aí sim,
observando a regra dos 3%, ou outra similar, e um incremento de volume, efetuaria a
compra no início de agosto. Uma vez comprado, deseja o analista saber até onde a figura
projeta alta. Para isto existem, como nas outras formações, regras de projeção, detalhadas a
seguir.
Gráfico de Barras pág. 64
Na figura acima, a projeção se obtém por uma paralela ao lado inferior, já que
o fechamento rompeu para cima. Até o ponto assinalado como meta de alta a figura garante
que os preços vão. Para um prazo mais longo, contudo, há uma projeção complementar:
Alguns autores usam projetar uma paralela da base pelo vértice do Triângulo -
ou até mesmo pelo ponto de corte. A figura a seguir mostra o primeiro caso, ou seja:
Gráfico de Barras pág. 65
Esta figura é, em tudo, análoga à anterior, só que o seu rompimento pelos preços se
dá no lado inferior, projetando, portanto, uma baixa.
Esta última projeção também pode, como no caso anterior de alta, ser aplicada à
ruptura e não ao vértice.
Os triângulos Simétricos, como já se disse, podem dar seguimento ou reverter a
tendência anterior a eles. As possíveis combinações são esboçadas em seguida.
A meta de alta projetada por esta figura é obtida repetindo-a uma vez acima dela
mesma, isto é:
Gráfico de Barras pág. 69
O gráfico a seguir mostra um Triângulo Retângulo sinalizando baixa, sendo que após a
ruptura, os preços seguiram diretamente esta direção, sem efetuarem um Pull Back que,
como já se disse, não é regra geral de ocorrer.
A baixa projetada por esta figura se obtém repetindo-a para baixo uma vez.
Objetivo de Baixa
Existe uma regra para que o corte dos Triângulos, tanto Simétricos quanto
Retângulos, tenha significância, isto é, para que sejam válidas as projeções feitas com base
nos seus tamanhos. A sua idéia é que as rupturas são mais fortes, quanto mais afastadas se
derem do vértice; e que só devem ser aceitas as que se derem até no máximo 2/3 da altura,
medida a partir da base do Triângulo. Esta regra é explicada a seguir, particularizada para o
Triângulo Simétrico.
7.4-Retângulo
Nesta figura, quem se rompe é a linha de resistência, sinalizando uma alta das
cotações.
A alta que esta figura projeta consiste na sua altura colocada acima da resistência
após a ruptura da mesma, conforme o desenho seguinte.
Alguns autores aplicam a idéia de que congestões que duram mais tempo
devem projetar objetivos maiores em outros casos, como nos Triângulos, por
exemplo. Contudo, as projeções mais comuns no gráfico de barras baseiam-se, como
já se disse, na altura das figuras e não na sua largura. Nos gráficos Ponto-Figura, a
serem ainda estudados, é que são freqüentes os dois tipos de projeções, como se verá
oportunamente.
Gráfico de Barras pág. 76
7.5-Bandeiras e Flâmulas
Observemos que estas figuras, por força de suas projeções, estarão sempre
dividindo um movimento de alta em dois. No gráfico da Copene an, a Bandeira
prevê uma alta de preços até cerca de R$490,00. Em seguida, vem a Flâmula, que
deve alavancar para algo em torno de R$550,00. Como se vê, a cotação foi além,
chegando a atingir R$600,00, o que não invalida a análise, pois até R$550,00 a
Flâmula garante que vai.
Geralmente, num processo de alta ou de baixa, aparecem várias figuras, cada
uma projetando valores futuros. Da combinação das projeções, obtém-se o desenho
do movimento como um todo.
Gráfico de Barras pág. 79
As metas de baixa previstas por estas figuras também são obtidas por
intermédio do comprimento de seus mastros, conforme desenho a seguir:
Projeção da Bandeira e Flâmula de Baixa
Notemos que a Bandeira de Alta aponta para baixo, isto é, os preços entram numa
área de congestão e caem um pouco para, em seguida, ganharem força e subirem
novamente. A Bandeira de Baixa, por sua vez, aponta para cima, indicando uma
Gráfico de Barras pág. 80
7.6- Gap
Quase todos os dias, no gráfico diário, a barra de preços seguinte está, de alguma
forma, contida na anterior, ou a contém. Assim, tanto para o mercado em alta como em
baixa, são comuns as ocorrências:
No entanto, em certas ocasiões, ocorrem falhas neste processo, dando origem a uma
lacuna ou hiato – gap – entre o máximo de um dia e o mínimo do dia seguinte, ou vice-
versa, conforme estejamos numa alta ou numa baixa, respectivamente. Este fato leva a se
dividir os Gaps em dois tipos: os de alta e os de baixa:, isto é:
Gráfico de Barras pág. 81
Há gráficos que não apresentam este fenômeno, tais como o gráfico de Linhas e o
Ponto-Figura. Entretanto, no gráfico de barras, a ocorrência é de razoável freqüência, o que
nos leva a um estudo mais detalhado dos casos onde ele aparece.
Existe uma regra, segundo a qual, o Gap, seja de alta ou de baixa, será sempre
fechado. Isto é, haverá um movimento posterior de preços que preencherá o espaço aberto
por ele. No desenho seguinte, mostra-se o fechamento de um Gap de Alta.
Neste gráfico da Fertisul pn, observa-se um período de alta que vai até meados
de setembro de 1996. A partir de então, começa um desenvolvimento lateral,
aparecendo um Gap logo no início de 1997. O desenvolvimento lateral iniciado em
setembro de 1996 prosseguiu até o fim de abril de 1997, ou seja, no período de
início de 1997 até final de março o que ocorreu foi que os preços saíram do Canal
Lateral, trabalhando acima deste, para depois voltarem para dentro no início de
abril. Assim, o Gap verificado foi coberto no final de março dentro do Canal.
Gráfico de Barras pág. 82
7.7-Diamante
A formação de Diamante aparece pouco nos Gráficos de Barras, mas como é
citada nos principais livros (cada autor repete os anteriores) não se pode deixar de
mencioná-la . O aspecto da formação é o reproduzido abaixo :
7.8-Pires
A formação de Pires aparece pouco nos Gráficos de Barras, mas como é citada nos
principais livros (cada autor repete os anteriores) não se pode deixar de mencioná-la .
O aspecto da formação é o reproduzido abaixo :
8 – Resumo
PPRINCIPAIS
RINCIPAIS FFORMAÇÕES
ORMAÇÕES DOG
DO RÁFICO D
GRÁFICO EB
DE ARR
BARRA S
AS
Formação Significado
Reversão Tendência
PPá
á dde
eV entilador
Ventilador ●
●
TTopo
opo dduplo
u p lo ●
●
FFundo
undo dduplo
u p lo ●
●
C abeça ee O
Cabeça mbros
Ombros ●
●
TTriângulo
riângulo ssimétrico
imétrico ●
● ●
●
TTriângulo
riângulo aascendente
scendente ●
●
TTriângulo
riângulo ddescendente
escendente ●
●
R etângulo
Retângulo ●
● ●
●
B andeira
Bandeira ●
●
C unha
Cunha ●
●
FFlâmula
lâmula ●
●
D iamante
Diamante ●
● ●
●
FFiguras
iguras aarredondadas
rredondadas ●
●
PPull
u ll B ack
Back ●
●
Notemos que a Pá de Ventilador e o Pull Back não são considerados figuras, sendo
incluídos na tabela acima apenas para efeito de comparação pois, como já se estudou, a Pá
resulta somente da análise de linhas de tendência traçadas por máximos ou mínimos,
significativos do movimento do qual fazem parte. E o Pull Back é um retorno de preços, que
posteriormente seguem o caminho da tendência em curso.
A Cabeça e Ombros também pode, como se viu, consolidar, embora seja pouco
provável.
As figuras que sinalizam com iguais chances a reversão e a consolidação (triângulo
simétrico, retângulo, etc.) são usualmente chamadas de formações neutras.
Gráfico de Barras pág. 87
9 - Considerações finais
A Teoria Dow foi desenvolvida com base em índices e, portanto, só é válida onde
houver participação de massas consideráveis de investidores, na formação de preços. Assim,
não é comum obter-se resultados satisfatórios com a sua aplicação em ações de 3a e 4a
linhas, por exemplo, já que neste caso as cotações podem sofrer alguma manipulação pela
entrada e saída de grandes capitais.
Além disso, não tem sentido analisar gráficos de ações que apresentem poucos
negócios no período em questão. Nesta categoria, incluem-se ações pouco negociadas
durante o ano, como também gráficos intraday de papéis com pequeno número de negócios
diários. Nesses casos, os gráficos de barras ficam com muitos espaços vazios, relativamente
ao eixo do tempo, impedindo a formação de figuras definidas.
Em gráficos mensais, as formações terciárias não serão vistas devido a sua curta
duração – no máximo 4 semanas. Incluem-se nesta categoria as Bandeiras e Flâmulas, por
exemplo.
Quando uma ação for negociada em dois mercados, por exemplo, na BVRJ e na
BOVESPA, toma-se como referência para análise sua cotação e volume no mercado em que
ela for mais líquida, que corresponde ao seu mercado verdadeiro.
Lembremos que, uma vez que trabalhamos intensamente com o corte de linhas e
figuras, deve-se estar atento aos benefícios a que a ação esteja sujeita. Isto é, não devemos
nos descuidar de fazer os ajustes das cotações e do volume quando for o caso, senão
poderemos ser surpreendidos por um rompimento de Suporte após uma bonificação, por
exemplo, que, na realidade, não existiu. Além disso, as Linhas traçadas antes do exercício
do direito, em geral, ficam sem parâmetro para os novos preços de negociação, devendo ser
analisadas cuidadosamente.
O procedimento geral a ser adotado pelo grafista consiste em :
Traçar inicialmente as linhas de tendência do movimento. Este é o primeiro
aproach e aqui incluem-se a determinação dos Canais de Alta e de Baixa e das
Pás de Ventilador, assim como as suas respectivas projeções para o rompimento.
Para a execução desta fase, toma-se o gráfico do ativo numa base de tempo que
mostre a tendência primária do mesmo (longo prazo), de modo que se tenha
noção da direção para onde o mercado caminha, e lembrando sempre que
máximos e mínimos muito próximos não são representativos.
Após a verificação do sentido em que as cotações evoluem, é conveniente operar
apenas nessa direção. Isto é, num Canal de Alta, por exemplo, especula-se
somente no sentido da alta. Nem sempre é fácil negociar dentro de um Canal,
mas pode-se pelo menos ter uma idéia de onde não é conveniente comprar ou
vender, isto é, próximo dos topos e fundos, dependendo da tendência: de alta ou
de baixa.
Lembremos sempre de um ditado comum nos EUA: “The trend is your friend”
Gráfico de Barras pág. 88
Ordens de Stop
Stop Gráfico
Pela análise, a figura garante alta até P2, mas os preços retornaram para baixo
antes desse nível ser atingido. Podemos supor que baterão na linha de Suporte,
obtida pelo prolongamento do lado horizontal do Triângulo, e voltarão a subir,
efetuando um Pull Back, para então chegarem à P2. Mas, pode ser também que
continuem caindo, furando o Suporte e iniciando, portanto, um movimento de baixa.
Para não nos arriscarmos, compraríamos em P1 e teríamos o Stop Gráfico um pouco
abaixo da reta de Suporte. Se os preços baterem e subirem, continuaremos
comprados, mas se romperem a reta, venderemos de imediato, para limitar nossas
perdas. Neste último caso, a previsão de alta da figura não funcionaria: é o chamado
trap ou armadilha, para a qual nos preparamos colocando Stops no gráfico.
Stop Móvel
Há outro tipo de Stop, que não é fixo como o anterior, mas acompanha o
movimento dos preços, sendo por isto chamado de Stop Móvel (Trailling Stop) ou
Stop Progressivo. Neste caso, estamos comprados num processo de alta e decidimos
não devolver ao mercado mais que um certo percentual sobre o nosso ganho.
Exemplo: compramos a R$10,00 e decidimos não perder mais que 40% do que
ganharmos, por força de uma reversão inesperada. Assim, se a ação sobe para
R$15,00 ganharemos R$5,00 mas, como continuamos comprados, colocamos um
Stop Móvel em R$13,00, que corresponde à R$15,00 (nossa atual posição) menos
40% do ganho, que seriam 40% de R$5,00 (R$2,00).
Se a tendência continuar e o preço subir para R$18,00, nosso Stop se move de
R$13,00 para R$14,80 (R$18,00 menos 40% de R$8,00). Dessa forma, conforme a
cotação evolui, o Stop é levantado para acompanhá-la
Gráfico de Barras pág. 90
Havendo uma baixa no mercado, vamos vender no nível do Stop Móvel que, no
exemplo dado, não nos permitirá uma perda maior do que 40% do que ganhamos na
alta.
Stop de Ganho
Este tipo de Stop limita nossos ganhos, ao invés das perdas. Nele, ao
comprarmos numa tendência de alta, fixamos de imediato a rentabilidade que
desejamos na operação, efetuando a venda quando ela é atingida, mesmo que não
haja sinalização gráfica. Exemplo: compramos a R$10,00 e limitamos nosso ganho a
20%. Se a ação chegar a R$12,00, vendemos, realizando o lucro desejado.
Este tipo de procedimento não costuma ser muito indicado, já que nos exclui de
bons desenvolvimentos de alta logo no seu início.
Gráfico de Barras pág. 91
10 – Referências
10.1 - Bibliografia
Noronha, Márcio Análise Técnica: Teorias Ferramentas Estratégias. Rio de
Janeiro, EDITEC, 1995.
Tavares, Miguel Dirceu Fonseca. Análise técnica: gráfico de barras- avaliação de
investimentos em ações. Rio de Janeiro, IBMEC, 1987.
Nelson, S.A. The ABC of Stock Speculation. Vermont, Fraser Publibishing
Company, 1984. (primeira edição em 1903)
Hamilton, William P. The Stock Market Barometer New York, John Wiley & Sons,
1998 (primeira edição em 1922)
Farrell, Maurice L. The Dow Jones Investor’s Handbook 1971, New Jersey, Dow
Jones & Company, 1971.
Edwards, Robert D. and John Magee Technical Analysis of Stock Trends . 5th
edition, Boston, MA: John Magee, 1966.
Greiner, Perry P. The 1971 Encyclopedia of Stock Market (pag 304)-Chapter XVII -
The Dow Theory . New York, Chartcraft Inc., 1971.
Jiler, William L. How Charts Can Help You in the Stock Market. New York:
Trendline, 1962.
Kaufman, Perry J. Commodity Trading Systems and Methods. New York : Wiley,
1978.
Kaufman, Perry J. Technical Analysis in Commodities . New York : Wiley, 1980.
Murphy, John J. Technical Analysis of the Futures Markets. New York : New York
Institute of Finance, 1986.
Manual do MetaStock 5.11: Equis International
Manual da Apligraf Aplicativos Gráficos.
10.2 - Hemerografia
1 - Technical Analysis of Stock and Commodities , Diversos números
http://www.traders.com
2 –Future Magazine, Diversos Números http://www.futuresmag.com/
10.3 - Softwares
1 - MetaStock 6.5, Equis International; http://www.equis.com
2 - Smart Track Pro, Apligraf Aplicativos Gráficos; http://www.apligraf.com.br
3 - Supercharts 4.0, Omega Research ; http://www.omega.com
4 - Windows on WallStreet ; http://www.wallstreet.net
5 – OmniTrader ; http://www.nirvana.com
2 –http://www.investsoftware.com
10.5 - Livrarias
Livraria Kaizen - http://www.kaizen.com.br TEL (021) 509-1223
Livraria Interciência – Av. Pres. Vargas 435/ 5º Rio de Janeiro TEL (021)221-6850
Trader’s Library - http://www.traderslibrary.com
John Wiley & Sons - http://www.wiley.com
Gráfico de Barras pág. 93
ANOTAÇÕES
Gráfico de Barras pág. 96
ANOTAÇÕES