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Informações sobre os autores

Maria Elizabete Souza Couto 


 
Graduada em Pedagogia, Doutora em Educação, Professora no
Departamento de Ciências da Educação/UESC. Atua no ensino e
na pesquisa nas áreas: formação de professores, tecnologias
educacionais e educação a distância. 
 

Andréa Maria Brandão Meireles 

Graduada em Pedagogia, Especialista em Educação e Relações Étnico-


raciais e Psicopedagogia. Professora substituta no Departamento
de Ciências da Educação/UESC. Professora da Educação Básica /
Município de Ilhéus. Atua na área de formação de professores e
educação e relações étnico-raciais. 
APRENDIZAGENS E LINGUAGENS

INTRODUÇÃO

Cantar, cantar e cantar


a beleza de ser um eterno aprendiz 
Gonzaguinha 

 
     Caro(a) aluno(a), é na condição de ser um eterno aprendiz que
estudamos, nos módulos anteriores, as disciplinas que fornecem os
fundamentos para pensar a educação, a formação do pedagogo e
de professores no contexto da docência e da prática pedagógica,
tais como: Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia, História
da Educação, Teoria do Conhecimento etc. Neste módulo, com o
conhecimento construído anteriormente, avançaremos nos estudos
sobre os saberes necessários para a docência, tendo como ponto
de partida os saberes da formação, do currículo, da disciplina e da
experiência (TARDIF, 2002), visto que estes são saberes plurais, única
sociais, culturais, homogêneos, compostos etc., que dão o tom da
docência, ampliando a nossa condição de aprendiz. O professor é um
eterno aprendiz... 

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SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

Quando falamos de tom  da docência, temos como base os saberes necessários


à docência (sobre o aluno, as políticas públicas educacionais, os fins e objetivos
da educação etc.), considerando que não é apenas conhecer a disciplina de
ensino que garante a competência profissional; bem como não é o saber da
experiência que irá garantir essa competência. É um conjunto de saberes
aprendidos no contexto da formação, da história pessoal de cada sujeito, da
escola etc.  

Segundo Tardif, para

“os professores, por exemplo, nem sempre é fácil teorizar


a sua prática e formalizar seus saberes, que eles vêem
como pessoais, tácitos e íntimos. Para os pesquisadores,
a legitimação dos saberes dos professores está longe de
ter terminado. A tarefa de construção de um repertório
de saberes baseado no estudo dos saberes profissionais
dos professores supõe, portanto, um exame crítico
das premissas que fundamentam as crenças de uns e
de outros em relação à  natureza dos conhecimentos
profissionais. Ela leva igualmente a um questionamento
crítico a respeito das concepções e da relação com os
saberes nos quais os pesquisadores e professores foram
socializados em sua formação e carreiras respectivas.
A [...] tarefa consiste em introduzir dispositivos de
formação, de ação e de pesquisa que não sejam
exclusivamente ou principalmente regidos pela lógica
que orienta a constituição dos saberes e as trajetórias de
carreira no meio universitário. Em outras palavras, esses
dispositivos devem ser pertinentes para os professores e
úteis para sua prática profissional” (2000, p.20).

1  SEMINÁRIO INTEGRADOR: CAMINHOS DA APRENDIZAGEM


DA DOCÊNCIA 

 
Segundo o Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia (2007)
e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia
(2006), a docência é o eixo norteador deste curso, considerando que
esta é construída a partir do repertório de conhecimentos pessoais e
profissionais, aprendidos na escola e nos diferentes contextos sociais
e culturais. Sendo assim, o objetivo deste módulo é refletir sobre
as aprendizagens e linguagens que estão presentes no contexto da
docência, tendo como sujeito dessa construção o professor, aluno
(criança) e demais personagens presentes na escola.
      Para ajudar na organização e ilustrar o nosso trabalho, seguem as
ementas das disciplinas que serão estudadas neste módulo: 

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2 EAD
O processo da alfabetização e os seus diferentes métodos.
As cartilhas de alfabetização: aspectos ideológicos,
linguísticos e metodológicos. Práticas de Alfabetização
Alfabetização e Letramento
versus aquisição da leitura e escrita. Linguagem e
alfabetização: diferentes concepções teóricas. Letramento
e a função social da leitura e escrita na sociedade.

Perspectivas teóricas básicas: estruturalismo,


funcionalismo e gerativismo. Ramos da Linguística que
contribuem no processo de Alfabetização: Sociolinguística
Linguística
e Psicolinguística. O processo de aquisição da língua falada.
Variação linguística. Estudo e conhecimento linguístico na
diversidade de seus níveis e registros.

História das tecnologias na educação. Tendências atuais


das tecnologias educacionais: possibilidades e limites do
uso das tecnologias na educação. Desenvolvimento de
habilidades básicas para a interação sócio-técnica com o
vídeo, televisão, rádio, computadores (software) e rede
Didática e Tecnologias II
de comunicações, a exemplo da Internet. Propostas
e projetos para produção de conhecimentos didáticos
mediados pelo uso das tecnologias. As novas percepções
de tempo e espaço nos novos territórios, formas de ensino
e aprendizagem.

Contribuições das principais teorias psicológicas para


a compreensão do processo ensino-aprendizagem:
comportamentalismo e interacionismo. A construção do
Psicologia e Educação II conhecimento, as teorias da aprendizagem e a prática
pedagógica. Fatores sócio-ambientais e interpessoais da
aprendizagem escolar. O sujeito como aprendente no
contexto da sociedade tecnológica.

A concepção de infância nos diversos contextos e em


Fundamentos da Educação diferentes momentos históricos até a contemporaneidade.
Infantil A organização do espaço e do tempo da aprendizagem: as
creches e pré-escolas.

Atividades de integração curricular, mediadas pelo


Seminário Integrador III
encadeamento das disciplinas no módulo em estudo.

única

      Fonte: Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia – EAD/UESC (2007). 


 

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SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

Essas disciplinas indicam a necessidade de estudar saberes que


são fundantes na formação de professores para a Educação Infantil
e para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental que, possivelmente,
podem, também, atender as modalidades: Educação de Jovens e
Adultos, comunidades indígenas, comunidade quilombola etc.
Para a organização dos estudos, vamos revisitar as
possibilidades para realização e desenvolvimento de um seminário.
Segundo Anastasiou e Alves (2003), para que tenhamos as
aprendizagens necessárias na formação de professores, por meio de
um Seminário, várias etapas devem ser seguidas:             

• os alunos precisam ter clareza prévia dos diversos papéis que


desenvolverão durante a dinâmica do trabalho: levantamento
das temáticas, objetivo do trabalho, questão problematizadora,
referencial teórico, metodologia - como vou fazer o trabalho -
coleta de dados, análises, comparação, organização de dados
e considerações finais;

• os grupos podem apresentar suas sínteses por escrito;

• o professor deve, além de fazer o fechamento após a


apresentação de cada grupo, realizar uma síntese integradora
no final das apresentações. Esta síntese integradora é o que
nós chamamos, conforme a ementa, de encadeamento das 
disciplinas estudadas no módulo para garantir o alcance dos
objetivos propostos para o Seminário Integrador;

• no desenvolvimento das etapas para realização do Seminário


são mobilizados, articulados, construídos conhecimentos
durante os estudos no Módulo, nos diversos momentos (estudo,
leitura, discussão com os colegas e tutores, a base teórica e
prática) de construção e produção de possíveis sínteses;

• essas dimensões estão interligadas, uma enriquece a outra


para o encadeamento dos conceitos e conteúdos estudados,
ao mesmo tempo em que se complementam e indicam novos
objetos de estudo.

Para organizar o Seminário, seguindo estas etapas, é preciso


considerar algumas operações do pensamento, tais como: 

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2 EAD
É um espaço em que as ideias devem germinar ou serem semeadas. Portanto,
DESCRIÇÃO espaço onde um grupo discuta ou debata temas ou problemas que são colocados
em discussão.

OPERAÇÕES DE Análise / Interpretação / Crítica / Levantamento de hipóteses / Busca de


PENSAMENTO suposições / Obtenção de organização de dados / Comparação / Aplicação de
(Predominantes) fatos e novas situações.

Três momentos;

1. Preparação – o papel do professor é fundamental (no nosso caso, o papel do


professor da disciplina, do tutor presencial e do tutor a distância):

• apresentar o tema e/ou selecioná-lo conjuntamente com os alunos,


justificar sua importância, desafiar os estudantes, apresentar os
caminhos para realizarem as pesquisas e suas diversas modalidades
(bibliográfica, de campo ou de laboratório);

• organizar o calendário para as apresentações dos trabalhos dos alunos;

• orientar os alunos na pesquisa (indicar fontes de consulta bibliográfica


e/ou pessoas/instituições) e na elaboração de seus registros para a
DINÂMICA DA apresentação do grupo;

ATIVIDADE
• organizar o espaço físico para favorecer o diálogo entre os participantes.

2. Desenvolvimento:

• discussão do tema, em que o secretário anota os problemas formulados,


bem como soluções encontradas e as conclusões apresentadas. Cabe
ao professor dirigir a sessão de crítica ao final de cada apresentação,
fazendo comentários sobre cada trabalho e sua exposição, organizando
sua síntese integradora do que foi apresentado.

3. Relatório:

• trabalho escrito produzido individualmente ou em grupo (conforme a


orientação para escrita do relatório).

Os grupos são avaliados e exercem a função de avaliadores dos demais grupos.

Os critérios de avaliação devem ser adequados aos objetivos da atividade em


termos de conhecimentos, habilidades e competências.

Sugestão de critérios de avaliação:

• clareza e coerência na apresentação;

AVALIAÇÃO • domínio do conteúdo apresentado;

• participação do grupo durante a exposição;

• utilização de dinâmicas e/ou recursos audiovisuais na apresentação.


As dinâmicas devem estar relacionadas com a temática em estudo
para apresentação. Serão avaliadas todas as possibilidades para
única
encadeamento do conteúdo apresentado. Uma dinâmica também está
carregada de conteúdo.

Fonte: Adaptado de ANASTASIOU, L. das G. C.; ALVES, L. P. (Orgs.). Processos de ensinagem na


Universidade. Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville: UNIVILLE, 2003.  

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SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

Para ampliar nosso repertório de aprendizagens e


conhecimentos, vale lembrar que as operações de pensamentos
que estão presentes durante a elaboração do Seminário Integrador
são processos cognitivos que estão presentes nas construções e
aprendizagens que indicam a autonomia e uma realização cognitiva,
afetiva e social. O pensamento operatório é  um todo, faz parte de
uma trama dialética, visto que interfere na construção e superação
dos sujeitos. (É necessário retomar os estudos sobre dialética nas
disciplinas Filosofia e Educação, Sociologia e Educação e Teoria do
Conhecimento). 
Assim, segundo Ronca (1995) e Anastasiou et al (2003),
o significado de ações operatórias está presente no cotidiano do
trabalho docente, e pode ser compreendido a partir de diferentes
ações do pensamento:

Analisar à significa perpassar entre outros conceitos, trazer para a discussão


de aspectos da temática que, muitas vezes, estão subtendidos. É um “exercício
dialético que consiste na separação/união de diferentes elementos, em busca de
uma compreensão mais ampla, ou seja, da compreensão possível da realidade”
(RONCA, 1995, p.59). Entre as demais operações de pensamento analisar é
“considerada uma habilidade maior, porque pode ser elaborada concomitantemente
a outras habilidades de pensamento: analisar comparativamente, criticamente,
resumidamente” (RONCA, 1995, p.59). Em uma aula, pode-se propor análise
econômica, sociológica, filosófica, histórica, cultural, educacional, o que ajuda o
aluno e o professor a organizar conceitos e compreensão da temática em estudo.
Mas, é preciso tomar cuidado para não estabelecer uma amplitude tão grande
que seja impossível concluir a análise proposta. Na análise nasce a comparação. 

Comparar à consiste em observar seletivamente as ideias, separando os aspectos


semelhantes ou diferenciados. Para alcançar tal ação, é necessária a análise do
conjunto das partes envolvidas e as peculiaridades que podem ser confrontadas,
identificando relações mútuas, pontos de acordo e desacordo.
Para comparar faz-se a análise de conceitos, bem como de tabelas, gráficos,
exemplos, fatos etc. Solicita, ainda, o encaminhamento do pensamento por meio
de critérios de análise: comparação do ponto de vista social, cultural, político,
educacional, econômico etc.   

Criticar à implica em observar com fidelidade um fenômeno, ideia ou texto,


ressaltando as suas dimensões positivas e/ou negativas. Faz julgamento, analisa
e avalia com base em um critério.
A crítica é  consistente se elaborada a partir de fundamentos teóricos explícitos
e contextualizada; quando ajuda a ver “por trás das aparências ou daquilo que
não está  visível”  (RONCA, 1995, p.65). Para fazer uma crítica é  preciso ver os
objetivos do trabalho para estudar as influências sociais, culturais, pedagógicas
etc. no cotidiano das pessoas.
Fazer uma crítica é  difícil, uma operação de pensamento lenta, porque exige
maturidade e conhecimentos. É também um movimento dialético, o bem e o
mal estão presentes no mesmo fenômeno. A crítica é temporal, conforme os
conceitos, valores, ideias e posicionamentos de um determinado momento
histórico. Vai além de um juízo de valor.  

Interpretar à para interpretar é preciso estar embasado em determinada teoria


e ser fiel aos conceitos. Processo de atribuir ou negar sentido à experiência

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2 EAD
exigindo argumentação para defender o ponto de vista.  

Comentar à para fazer um comentário é necessário a observação e descrição


dos elementos e as dimensões constitutivas de fenômenos, ideias ou textos.
É uma ação de pensamento operatório que exige juízo de valor, conforme
critérios pessoais - gosto, preferências, predileções, experiências, sentimentos,
valores - e ganha consistência quando tenta esclarecer pequenos detalhes que,
na maioria das vezes, ficam despercebidos (RONCA, 1995).

É uma habilidade operatória mais próxima do coloquial, envolve aquela magia


de quem conta um caso. Comentar é diferente de interpretar. 

Concluir à pensar, examinar o fenômeno, ideia, texto, com o objetivo de


construir um parecer final. Um exercício de pensamento que requer confrontos
com outros referenciais teóricos ou experiências pessoais.
Para um exercício de pensamento que vai além da observação, faz-se
necessário levantar variáveis ou hipóteses. “Concluir é  ir além de!”  (RONCA,
1995, p.63). Concluir é uma ação de pensamento que inclui questionamentos e
desdobramentos. É necessário, no final de uma aula, trabalho etc. ressaltar os
conceitos e pontos importantes da temática em estudo. 

Explicar à é uma ação operatória que explica um fato ou ideia com as próprias
palavras, podendo contextualizar pedagógica, social, histórica, politicamente
etc. É descrever, expor, relacionar, conhecer etc. Para explicar é preciso manter
a ideia do tema. 

Justificar à uma ação do pensamento operatório que consiste em situar


fenômenos, ideias, apresentando suas origens e desenvolvimento. A
justificativa é diferente da explicação, pois implica na análise e defesa de
aspectos contraditórios. Requer a formulação de argumentos, experimentos.
Uma ação que ajuda a confirmar ou não uma hipótese. 

Resumir à uma ação do pensamento operatório em que as ideias são descritas


com as próprias palavras e em texto menor. É a apresentação de partes
importantes, de maneira condensada, sem perder a essência do texto. Resumo
não é cópia, mas um novo texto em que prevalecem as ideias básicas estudadas.
É uma ação necessária e sempre presente na vida acadêmica, exigindo do
professor uma orientação sistemática: leitura, identificação das ideias do texto,
elaboração do resumo (oral e escrito).  

Assim, o Seminário Integrador está relacionado a uma série


de determinantes: faz parte das disciplinas que compõem a estrutura
curricular do curso; está presente em todos os módulos do curso
com o objetivo de articular e encadear os estudos numa perspectiva
interdisciplinar, de conhecimento como um todo, considerando as
dimensões políticas, sociais, culturais e educacionais dos envolvidos
no processo de ensinar e aprender; oferece uma visão de formação
de professor, conhecimento, saber escolar e organização da escola
em um curso de formação de professores, por meio da EAD, a
profissionais que irão trabalhar em escolas no sistema presencial; e
oferece a construção de uma base de conhecimento para docência
única
em suas diversas modalidades. Para planejar e organizar o Seminário
Integrador é necessário que o professor, tutores e alunos discutam,
pesquisem, estudem e construam a síntese de seus conhecimentos. 

UESC Pedagogia 91
SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

2 APRENDIZAGEM E APRENDIZAGENS  
    
Aprendizagem e aprendizagens são ações presentes no
contexto da escola envolvendo professores e alunos no ato de ensinar
e aprender. O verbo ensinar, do latim insignare, significa marcar
com um sinal, que deveria ser de vida, busca e despertar para o
conhecimento. No cotidiano e na realidade da sala de aula, muito se
fala de ensinar, que pode acontecer ou não com o ensino do conteúdo
planejado, mobilizando ou não outras ações de pensamento para a
aprendizagem.
Ensinar é um verbo de ação e contém “duas dimensões: uma
utilização intencional e uma de resultado, ou seja, a intenção de ensinar
e a efetivação dessa meta pretendida” (ANASTASIOU, 2003, p. 13).
Dimensões que acontecem concomitantemente quando o professor
explica um conteúdo com a finalidade de que todos aprendam, mas o
aluno (ou alguns alunos) não aprendeu(ram). Como cumprir as duas
dimensões pretendidas no ato de ensinar e aprender?  

ATIVIDADE
As atividades indicadas como ‘parada para pensar’ devem ser postadas no Moodle, no
Fórum de Discussão, antes do 1º. Encontro Presencial deste semestre. 

1. O que ensinei hoje? A quem? Para quê? Para ensinar foi preciso aprender? Como
aprendi?

Depois dessa parada para pensar, faça suas anotações com data e poste, na
Plataforma Moodle, no fórum da disciplina Seminário Integrador, para discussão
com seus colegas e tutores. Leia as anotações dos seus colegas e faça comentários. 

2. Para os alunos que já  têm experiência docente:

• Quando ensinei, na minha sala de aula, foi de forma intencional?


• Quando ensinei, na minha sala de aula, esperava um resultado?
• Qual das duas dimensões está mais presente no cotidiano do professor?
• Pense, registre suas anotações e discuta com seus colegas, oralmente, no
primeiro encontro presencial.

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2 EAD
Aprender é  um verbo que indica a relação entre os sujeitos
e o conhecimento. É  derivado da palavra apreender e significa
tomar conhecimento, reter na memória mediante estudo, receber
a informação de outras pessoas e/ou meios de comunicação. Para
aprender estão em ‘jogo’ construções mentais (concretas e abstratas)
que se efetivam na medida em que o sujeito da aprendizagem
reconstrói o objeto de estudo, associando ideias e conceitos já
estudados.

Para aprender a ensinar, três problemas são indicados: a)


requer que os futuros professores compreendam e pensem o ensino
de maneiras diferentes daqueles que aprenderam a partir de suas
próprias experiências como alunos; b) oferecer condições para que
os futuros professores desenvolvam a habilidade de ‘pensar como
professor’, mas devem colocar este pensar em ação; c) refere-se à
complexidade da profissão, isto é, aprender a conhecer e a lidar com
as situações escolares cotidianas: diferentes ritmos de aprendizagens
dos alunos; exigências acadêmicas, burocráticas e das políticas
públicas etc. (HAMMERNES et al, 2005, citado por MIZUKAMI, 2006). 

ATIVIDADE
Nos estudos sobre docência (Fundamentos da Docência), como atividade, vocês
entrevistaram um professor com experiência docente. Com base no estudo realizado, em
quais espaços podemos aprender a ser professor?  

        Registre sua resposta no fórum da disciplina Seminário Integrador/Plataforma Moodle


e leia os comentários dos demais colegas. No final, juntamente com o tutor, construa um
texto (3 laudas) apresentando e discutindo os espaços em que os professores aprendem
a ser professor. 

Para compreender a construção das aprendizagens, Zabala


(1998, citado por ANASTASIOU, 2003) diferencia na aprendizagem
as características de quatro tipos de conteúdos:

• conteúdos factuais: conhecimentos de fatos, acontecimentos,


situações, fenômenos concretos e singulares, às vezes
única
menosprezados, mas indispensáveis, e cuja aprendizagem é
verificada pela reprodução literal;

• conteúdos procedimentais: conjunto de ações ordenadas e com

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SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

um fim - regras, técnicas, métodos, destrezas e habilidades,


estratégias e procedimentos - verificados pela realização
das ações dominadas pela exercitação múltipla e tornado
consciente pela reflexão sobre a própria atividade;

• conteúdos atitudinais: valores, atitudes e normas, verificados


por sua interiorização e aceitação, implicando em conhecimento,
avaliação, análise e elaboração;

• aprendizagem de conceitos (conjunto de fatos, objetos


ou símbolos) e princípios (leis e regras que se produzem
num fato, objeto ou situação): possibilita a elaboração e a
construção pessoal nas interpretações e transferências para
novas situações.

As aprendizagens não acontecem da mesma forma, dependem


tanto do tempo, do espaço, do sujeito que aprende, quanto do objeto
de aprendizagem. Para aprender, no espaço escolar, levamos em
consideração as concepções (teorias) da aprendizagem (conforme
estudamos na disciplina Psicologia e Educação).  

ATIVIDADE
Os alunos que têm experiência docente irão socializar com os colegas
a maneira como veem o aluno, a sua própria prática pedagógica, o ensino,
a metodologia, a avaliação, a escola e a sociedade. 

        Após a socialização, os demais colegas participarão de uma discussão


com base nos estudos da Psicologia e Educação e Didática. 

Assim, essas aprendizagens exigem rotina, visto que não


acontecem de forma espontânea, são realizadas por meio de estratégias
de ensino e da mediação de outros sujeitos –  professor, colega,
amigos etc. No espaço da escola, para que aconteça a aprendizagem
é preciso que o professor planeje e organize a aula como um processo
contínuo, relacionado ao que foi pensado no Projeto Pedagógico da
Escola, apresentando o conteúdo, as estratégias (individual, grupal),
formas de avaliação para que os sujeitos da aprendizagem –  professor
e alunos –  possam fazer a leitura da realidade, construir conceitos
sobre o conteúdo estudado e utilizar recursos que contribuam para a
aprendizagem (ambientais, culturais, tecnológicos, literários etc.). 

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ATIVIDADE
1. O que aprendi hoje? Aprendi sozinha, com outras pessoas, por meios de informações
da TV, rádio, jornal, Internet etc.?

Depois dessa parada para pensar, faça suas anotações com data e poste, na Plataforma
Moodle, no fórum da disciplina Seminário Integrador, para discussão com seus colegas e
tutores. Leia as anotações dos seus colegas e faça comentários. 

Para planejar e elaborar o Seminário Integrador, várias ações


operatórias estarão presentes. Assim, ao selecionar a temática, o
grupo será sujeito da observação do objeto de estudo, das estratégias
escolhidas e terá como finalidade o exercício de processos operatórios:
observação, comparação, análise, interpretação, explicação, conclusão
etc. Lembre-se de que essas ações fazem parte da trama dialética
da construção do conhecimento do futuro Pedagogo/Professor da
Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.
Para a apresentação deste Seminário Integrador, levaremos
em consideração as aprendizagens e os conceitos referentes a:
aprendizagem e  aprendizagem docente, linguagem, construção da
linguagem na criança e linguagem como instrumento de socialização,
comunicação, luta etc.
A temática em estudo, neste momento, visa desafiar e
ajudar na construção de novos conhecimentos para a formação de
professores, auxiliando na tomada de decisão sobre as necessidades
socialmente existentes numa formação universitária. Será um
momento de desenvolvimento do pensamento operatório para
construção de conhecimentos que contribuam para a formação de
conceitos da docência.
Vasconcellos (1994) cita categorias que poderão orientar na
construção de conhecimentos e definição de conteúdos e atividades,
tais como:

• significação à estabelecer encadeamento com o conteúdo a


ser desenvolvido em relação ao ‘aprender sobre como ensinar’
única
e ‘aprender sobre como ser professor’ (KNOLWES et al, 1994),
os interesses com as aprendizagens em relação à docência e 
à prática pedagógica;  

UESC Pedagogia 95
SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

Segundo Knowles e seus companheiros de estudos e pesquisas (1994),


aprender sobre como ensinar é um processo que envolve entendimento
e desenvolvimento do sujeito para lidar com as atividades, estratégias,
conteúdos e técnicas associadas ao aprender. Lida com as atividades
em sala de aula e outros lugares de aprender.

Aprender sobre como ensinar é  um processo que envolve os papéis,


as responsabilidades, as ações, os pensamentos e como emergem os
profissionais. Lida com o profissional dentro e fora da sala de aula, as
suas aprendizagens inter e extra-escolares. 

Aprender sobre como ensinar e aprender sobre como ser professor


fazem parte das aprendizagens para a formação de professor. Sendo
assim, há  três benefícios oferecidos pelas pesquisas sobre aprender
sobre como ensinar e aprender sobre como ser professor:

a. o professor, ao ter acesso à literatura sobre aprender a ensinar,


começa a facilitar o seu próprio desenvolvimento profissional,
tornando-se ‘consumidor’ das atividades educacionais do
ser professor iniciante e também em cursos e programas de
formação. Não no sentido de ter respostas definitivas para as
perguntas, mas começa a fazer questões sobre a educação do
professor em geral e, especificamente, sobre o programa em
que está inscrito;

b. o processo de aprender a ensinar pode fornecer insight em


relação às formas próprias de agir, desenvolver a prática e
centrar suas atenções em assuntos interessantes à formação e
ao fazer pedagógico;

c. possibilita oportunidade de familiarizar-se com as diversas


formas que outros professores já exploraram em suas práticas
(COUTO, 2005).

• problematização à para a construção do conhecimento é


necessário um problema em questão, cuja origem deve
ser recuperada no estudo do conteúdo a ser aprendido. O
pensamento do aprendiz (aluno, professor) deve identificar-se
com situações que possam tanto mover-se quanto identificar-
se em diferentes posições, para questionar etc.;

• práxis à desenvolvimento de ação (motora, reflexiva,


perceptiva) do sujeito sobre o objeto em estudo. Toda
aprendizagem é ativa, requer ação, que possibilita o
encadeamento e a articulação do conhecimento com a prática
social e outros conhecimentos;

• criticidade à relaciona-se à visão crítica do conteúdo com a


realidade, superando a simples aparência e a compreensão de

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conceitos que se limitam apenas ao senso comum;

• continuidade e ruptura à parte da realidade, do nível


de conhecimento real, (o que Vygotsky (1992) chamou
de nível de desenvolvimento real/NDR que deve ser o
ponto de partida para construção de conceitos para novas
aprendizagens), possibilitando aprendizagens mais elaboradas
e contextualizadas;
Síntese do conhecimen-
• historicidade à a relação e o encadeamento com os to à é sempre provisó-
ria, visto que o pensa-
conhecimentos estudados no módulo, apresentando a síntese mento está sempre em
contextualizada, identificando e apresentando as etapas de movimento e, consequen-
temente, em constante
elaboração conforme os conteúdos estudados nas diferentes alteração. Assim, quanto
disciplinas do módulo; mais situações de análises
(exemplos de situações
da sala de aula, da esco-
• totalidade à combina a síntese com a análise, articulando e la, da trajetória docente,
encadeando o conhecimento construído com a realidade, seus das relações das pessoas
– crianças, professores
determinantes sociais, históricos, educacionais e a formação etc. - do cotidiano) forem
propostas e experiencia-
de professores.
das maiores chances serão
oferecidas para construir

sínteses mais elaboradas.
Para concluir o Seminário Integrador é importante o momento Para a construção de uma
síntese está sempre pre-
da elaboração da síntese do conhecimento por você e seu grupo
sente a análise. A síntese
para chegar à construção de novas aprendizagens. Para fazer esta é um caminho que se pro-
cessa no pensamento, sob
síntese, é preciso conhecer os conteúdos que foram estudados
a orientação do professor,
durante o semestre, articulando-os e contextualizando com questões possibilitando novas cons-
truções/aprendizagens
sociais.  (ANASTASIOU, 2003).
A análise e a síntese são
Aprender é  uma ação constante na vida das pessoas, ações operatórias que se
independente da sua profissão, da sua idade e do lugar onde vive. fazem presentes na refle-
xão da prática pedagógi-
Aprendemos a andar, falar, comunicar, ler, escrever, digitar, navegar ca, no fazer docente e nos
na Internet, ensinar, aprendemos sempre, somos eternos aprendizes. demais objeto de estudo e
pesquisa.
O mesmo acontece com os professores, aprendem quando estão
preparando-se (curso de formação inicial) para começar a profissão e
continuam a aprender durante toda a trajetória docente. 

3 APRENDIZAGENS E DOCÊNCIA 

Na formação de professores e na docência, as aprendizagens


única
estão sempre presentes, no sentido formal e pessoal. Tais
aprendizagens também correspondem aos saberes da docência.
Para Tardif (2000) e Tardif & Lessard (1999), são aprendizagens/
saberes que os professores mobilizam e constroem em seu espaço

UESC Pedagogia 97
SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

de trabalho cotidiano para desempenhar tarefas. Englobam os


conhecimentos, as competências, as habilidades, as aptidões e as
atitudes, o que foi chamado de saber, saber-ser e saber-fazer. O
saber docente é plural (oriundo de fontes diversas, reunindo saberes
diferentes e heterogêneos). É também temporal (inscreve-se no
tempo, está vinculado às etapas da carreira docente e da vida pessoal
do sujeito, implicando em uma socialização e uma aprendizagem da
profissão), composto (de diferentes naturezas e, se, por um lado,
integram objetividade e precisão – as regras, conteúdos, avaliação –
por outro, implicam subjetividade e imprecisão – a interpretação e o
julgamento dessas regras, avaliação e conteúdos no cotidiano da sala
de aula), heterogêneo (de fontes diversificadas) e social (construído
em interação com diversas fontes sociais de conhecimentos, de saber
ensinar, da cultura do meio, da organização escolar, da universidade
etc.).

A aprendizagem dos saberes para a docência fica subordinada,


material e ideologicamente, às atividades de produção de novos
conhecimentos. Todo saber implica um processo de aprendizagem e
de formação, e

[...] quanto mais um saber é desenvolvido,


formalizado, sistematizado, como acontece com
as ciências e os saberes contemporâneos, mas se
revela longo e complexo o processo de aprendizagem
que exige, por sua vez, uma formalização e uma
sistematização adequadas (TARDIF et al, 1991, p.
218).
 

Aprender sobre como ensinar e aprender sobre como ser


professor acontecem ao longo da carreira do professor, sem um
período pré-estabelecido, e constituem um processo que perpassa
toda a trajetória profissional (MIZUKAMI, 1996), considerando os
seus saberes e aprendizagens docentes.
      Em se tratando da formação de professores, o ensinar é,
essencialmente, uma profissão que se aprende, e a base de
conhecimento para o ensino não  é  fixa e final (SHULMAN, 1997).
Para ensinar, o professor precisa aprender a lidar com sua base de
conhecimento que o ajudam a organizar e escolher ações, atividades
e técnicas de ensino que desenvolverão com seus alunos. Aprender é
um “processo que não é estático nem uniforme, mas sim caracterizado
por uma mudança constante” (MARCELO GARCIA, 1998, p.65).

98 Módulo 3 I Volume 1
2 EAD
ATIVIDADE
Para compreender a história pessoal e profissional é preciso entender a minha
história familiar:

• Quem sou? Venho de uma família em que meu pai e minha mãe são escolarizados?
• Qual a escolaridade do meu pai e de minha mãe?

• Na minha família tínhamos o hábito de ler – história infantil, jornal, revista,


revista em quadrinho, romance?

• Quando era criança quais eram os momentos de leitura em casa (no final de
semana, a tardinha, na hora de dormir etc.)?

• Essa leitura era tratada como prazer de ler ou uma obrigação?

Questões que precisam ser pensadas para a construção do professor da educação infantil
e anos iniciais. Que leitor serei na minha sala de aula? Que escritor serei na minha sala
de aula?

LEMBRE-SE: Ler e escrever são atividades básicas na docência.  

Escreva um texto de uma lauda, sobre ‘A construção da leitura em minha vida’  e poste
no Fórum de discussão para socialização com os colegas, tutores e professor.

Leia a produção dos seus colegas e faça comentários. 

A aprendizagem da docência caracteriza-se como uma


aprendizagem plural, formada por um amálgama de vários saberes,
contextos e situações escolares, bem como na experiência pessoal
e profissional. É  uma aprendizagem do trabalho que passa por
uma escolarização mais ou menos longa, cuja função é fornecer os
conhecimentos teóricos e práticos que os preparam para o trabalho
(TARDIF, 2002). Aprender é um processo para o desenvolvimento do
ser humano como pessoal e profissional, quer seja de forma individual
ou coletiva. Os diferentes espaços não formativos e a escola são
contextos para o desenvolvimento dessas aprendizagens.

     E a aprendizagem do aluno por meio da Educação a Distância? 


única

UESC Pedagogia 99
SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

ATIVIDADE
Agora vamos falar do momento atual:

1. Você está cursando a Graduação em Pedagogia, por meio da Educação a Distância.


Muitas aprendizagens serão construídas. Pense e descreva duas aprendizagens que você
adquiriu neste curso?

2. O que diferencia uma aprendizagem da outra?

3. Retomando os estudos da disciplina Educação a Distância, o que é aprender em um curso


na modalidade a distância?

Escreva suas respostas e poste no Fórum de discussão da disciplina Seminário Integrador/


Plataforma Moodle para socialização e discussão com todos.

Leia as respostas dos seus colegas e faça comentários. 

     Estamos construindo um processo de aprender e ensinar em


um curso que é  organizado a distância, que atende a pessoas adultas
dispostas a aprender para ensinar. Para realização de tal tarefa
precisamos deslocar o eixo da “formação centrada no ensino” para uma
“formação centrada na aprendizagem”. Nesse sentido, “o importante
não  é  que se fale ou explique bem os conteúdos: o importante é 
como eles são entendidos, organizados e integrados em um conjunto
significativo de conhecimentos e habilidades novas” (ZABALZA, 2004,
p.156). Assim, estaremos construindo aprendizagens significativas.

No contexto geral e, também, na Educação a Distância,


aprender é  uma situação social para crianças, jovens, adultos e idosos.
A Educação a Distância atende a uma população de adultos. Nesses
contextos, a comunicação e a aprendizagem são veiculadas por meios
artificiais (telefone, e-mail, ambiente virtual de aprendizagem/AVA
– Plataforma Moodle etc) que nos possibilitam maneiras de garantir
uma “presença social” (GUNAWARDENA, 1995, citado por MOORE et
al, 2007, p.247). Esta presença é uma construção social que favorece
os processos de aprendizagem e ensino.  

SAIBA MAIS

Você  sabia que a teoria que estuda a educação de adultos é andragogia?


Andragogia é a arte e a ciência de ajudar os alunos a aprenderem.

Pesquise na internet sobre a Andragogia e socialize com seus colegas.


(Seu tutor irá criar um Fórum na Plafatorma Moodle)

100 Módulo 3 I Volume 1


2 EAD
      Um Ambiente Virtual de Aprendizagem/AVA, como a Plataforma
Moodle, pode contribuir para o desenvolvimento de uma aprendizagem
construtiva, expressiva, a distância. Este é um exemplo de como
usar as possibilidades da tecnologia para favorecer a aprendizagem
a distância, e fornecer um bom modelo para os educadores e alunos
dessa modalidade.
     O ato de aprender, como processo formativo, é considerado como
momento de busca individual de objetos particulares, os objetos
de conhecimentos, por parte de atores/sujeitos –  alunos, tutores,
professores - em situação de interação (LINARD, 1994, citado por
MOORE et al, 2007). Assim, no ato de aprender leva-se em conta o
ponto de vista do sujeito, suas diferenças individuais, diferenças nas
histórias pessoais e nas representações de situações de formação
e de prática, considerando também as condições de aprendizagem,
motivação e habilidades.
Em cursos na modalidade a distância, a aprendizagem acontece
no envolvimento do aluno – sujeito da aprendizagem – com o
texto (material impresso e online), num determinado contexto
(universidade, polo, escola) e com vista à aplicação (atividades em
sala de aula com os alunos e como aluno) (GUTIÉRREZ; PRIETO,
1994). É na relação com o texto e contexto que a aprendizagem se
efetiva. O texto complementa no contexto e, em seguida, na formação
e na prática (COUTO, 2005). 

4 APRENDIZAGEM E LINGUAGEM  

      Segundo as discussões, estudos e pesquisas recentes, a


aprendizagem deve ser, obviamente, uma aprendizagem com
significado. É preciso entender que a aprendizagem é significativa
quando novos conhecimentos (conceitos, ideias, proposições,
modelos, fórmulas etc.) passam a significar algo para o aprendiz,
ajudando na explicação de situações, para resolver problemas novos,
enfim, quando compreende. Essa aprendizagem se caracteriza pela
interação entre os novos conhecimentos e aqueles mobilizados
e relevantes já existentes, na estrutura cognitiva do sujeito que
aprende.
     Para Moreira (s/d) o significado da aprendizagem está nas pessoas,
única
não nas coisas ou eventos. É para as pessoas que sinais, gestos, ícones
e, sobretudo, palavras significam algo. Está aí a linguagem, seja ela
verbal ou não. Sem a linguagem o desenvolvimento e a transmissão
de significados compartilhados seriam praticamente impossíveis.

UESC Pedagogia 101


SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

      O conhecimento é linguagem; a chave da compreensão de um


conhecimento, de um conteúdo, ou mesmo de uma disciplina, é
conhecer sua linguagem. As inter-relações entre tais conceitos estão
diagramadas no mapa conceitual apresentado na Figura 1. 

Figura 1. Mapa conceitual para aprendizagem significativa e linguagem (MOREIRA, 003).


Fonte: http://www.if.ufrgs.br/~moreira/linguagem.pdf  

       A linguagem é  importante na formação e na aprendizagem


significativa de conceitos, considerando o significado, a interação e o
conhecimento na construção de novas aprendizagens.

      As diferentes formas de conhecimento presentes na sociedade


podem ser categorizadas, segundo Lévy (1993), em três formas de
linguagem: oral, escrita e digital. A história da humanidade foi marcada
pela linguagem oral como forma de construção do conhecimento, de
organização da vida em sociedade e aprendizagens. Esta linguagem
predomina em todas as formas comunicativas.
      Considerando as dimensões biológicas e culturais da espécie
humana, a linguagem segue a natureza do desenvolvimento humano.
A herança genética da espécie vai garantir o aparecimento de
possibilidades concretas de comunicação que vão dos movimentos
do corpo à oralidade. Já  a cultura propicia formas de utilização do
movimento e da oralidade, da mesma maneira que trará outras
formas de comunicação e expressão, que são resultados da própria
história da humanidade (LIMA, 2003).
     A construção da linguagem emerge em tempos longos, está sendo
elaborada à medida que é realizada. O desenvolvimento da oralidade
na espécie estende até por volta de nove a dez anos. Até esta idade
a criança está utilizando o conhecimento construído para comunicar
algo, está  elaborando a própria fala no momento em que formula
uma sentença, ou seja, usa sua linguagem ao mesmo tempo em que
a constitui.

102 Módulo 3 I Volume 1


2 EAD
     A fala (oralidade) é  uma construção social e um espaço de
afetividade entre o adulto e a criança. Quando a criança chega à
fala e começa a desenvolver a oralidade, juntamente com o adulto,
encontra um campo comum de significação. Para o adulto, há  uma
mudança importante neste momento, porque a criança passa a
utilizar um sistema simbólico que ele domina (LIMA, 2003).

     A oralidade está ligada à expressão gráfica ou à narrativa visual


e se desenvolve antes do domínio da escrita, fornecendo condições
para o desenvolvimento da criança. Assim, é muito importante que a
partir dos três anos as crianças tenham espaço e instrumentos para
realização de desenho e narrar a história do seu desenho. Nessas
atividades a fala organiza a ação e, sendo um exercício simbólico,
torna-se instrumento de descoberta para a criança.
      Os sistemas simbólicos (como a escrita), as artes e as
manifestações coletivas (práticas culturais) são alguns dos produtos
da cultura humana, que serão apropriados pela criança em seu
processo de desenvolvimento. Essa apropriação servirá de referencial
para a aquisição de aprendizagens futuras, daí  a importância das
práticas pedagógicas desenvolvidas com crianças nos anos iniciais da
escolarização/educação infantil.
      A linguagem oral - falada –  é  a forma mais antiga e utilizada
pelos homens em todos os tempos para aprender e apreender
valores, conceitos, crenças, costumes etc. É por meio da linguagem
que as pessoas criam os diálogos, discursos, conversas, transmitem
informações, avisos e mensagens. A linguagem está  presente nos
meios de comunicação mais populares: rádio e televisão. Em casa,
na vizinhança e na escola, é a linguagem oral a forma mais presente
de expressão para ensinar e aprender. Numa aula expositiva, é a
linguagem oral o veículo de comunicação e apresentação de conteúdos
e informações sobre a rotina e organização da dinâmica da aula. 
     Para Lévy (1993), a nossa primeira tecnologia foi a linguagem falada,
considerada como a ‘tecnologia da inteligência’, sem instrumentos
concretos para manipulação, mas uma extraordinária construção
viva. É pela linguagem que o homem – criança, adolescente, jovem,
adulto e idoso – se distingue dos demais seres da natureza, além de
nomear, definir, delimitar, criar o mundo à sua volta.
     Atualmente, na linguagem oral, outros artefatos são introduzidos
como imagens, sons, gestos, símbolos para que mensagens,
única
conceitos, apelos e informações sejam aprendidos, prevalecendo
a memória e a repetição para a aquisição das aprendizagens. No
exercício da linguagem a criança se comunica com ela mesma, com
outras crianças, com brinquedos, companheiros imaginários, seres

UESC Pedagogia 103


SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

da natureza, personagens da literatura etc. Cada linguagem cumpre


objetivos diferentes; e é elaborada, verbalizada e interpretada de
acordo com o interlocutor, o contexto e as mediações.
      A capacidade das crianças de lidar com a diversidade revela a
importância de explorar tal dimensão da vivência intercultural para a
formação ética e respeito às diferenças (LIMA, 2003).
     Crianças de classes sociais, raças, constituição biológica e ou culturas
diferentes têm várias coisas em comum, que são características
gerais da infância e do ser humano, que as aproximam entre si e
as distanciam dos adultos. Funcionam como uma “linguagem da
infância”  que supera e aproxima os contextos de diversidade.
           Já  a linguagem escrita “surge em outro momento da civilização,
quando os homens ocupam um determinado espaço, onde praticam
a agricultura. A previsibilidade da plantação e da colheita interfere
na criação de suportes para a escrita”  (KENSKI, 2003, p.35). Há  a
necessidade de compreender a comunicação gráfica – a escrita, Esta
só será aprendida se for ensinada, para qualquer pessoa em qualquer
lugar do planeta.
      Com a escrita acontece a autonomia do conhecimento que,
anteriormente, fora aprendido pela oralidade, dando novo
direcionamento para pensar no contexto em que o escrito pode ser
lido e analisado. 

PARA CONHECER

Um dia disse uma analfabeta quando pedia a sua vizinha


para escrever uma carta a um familiar distante: 
- Quem não saber ler e escrever não pode ter segredos.
                                      (Depoimento de uma analfabeta). 

ATIVIDADE
Pense, reflita e socialize, na Plataforma Moodle, com seus colegas e tutores sobre:

1. Será que esta analfabeta demonstrava um repertório de aprendizagens/


conhecimentos?

2. Qual o nosso compromisso, enquanto professores, para melhorar a situação de


escolarização/aprendizagem no país?

Poste sua resposta no Fórum da disciplina Seminário Integrador III. Leia e


comente as opiniões dos seus colegas. 

104 Módulo 3 I Volume 1


2 EAD
  A complexidade do código escrito –  alfabético –  cria condições
para ascensão social e também exclui aqueles que são analfabetos
–  iletrados. A linguagem escrita reorienta as forças, poderes e
legitima o conhecimento, interage com o pensamento. Os fatos da
vida cotidiana, os relatos, as histórias e narrativas passam a ser
registrados por meio da escrita.    

  A história do indivíduo começa onde começam suas recordações; a


de um grupo social começa quando pode deixar rastros gráficos das
suas experiências, dos seus pedidos ou desejos. O escrever é  a mais
importante forma de registro gráfico inventada pelo homem. Escrever
é uma atividade física e simbólica que, para ser desenvolvida, precisa
de um sistema gráfico que, em diferentes circunstâncias, produz o
escrito (LANDSMANN, 1998).
     A escrita é um produto cultural e sua apreensão depende do ensino
intencional e organizado. Abarca dois tipos principais de atividades:
escrever e ler que, por sua vez, envolvem aspectos cognitivos
distintos, tanto que é possível ler em uma língua e não ser capaz de
escrevê-la. Os falantes de uma língua não sabem lê-la ou escrevê-la,
necessitando vivenciar um processo de aprendizagem específico para
cada uma dessas atividades.
     Aprender a escrever é uma prática cultural com diversos níveis de
complexidade e que serve a várias finalidades do ato de escrever.
Embora sejam diversas as funções da escrita, ela se constitui com
instrumento de comunicação, luta, defesa, conquista da cidadania.
     A invenção e evolução da escrita acompanhada pelo desenvolvimento
científico e tecnológico propiciaram a criação de uma diversidade de
produtos culturais envolvendo a linguagem escrita. Inicialmente, um
desses produtos foi o livro. Sendo um produto da cultura humana, o
livro precisa ser apropriado por cada indivíduo: seu manuseio é uma
prática de cultura que precisa ser aprendida e vivenciada. Atualmente
temos vários formatos de livro: impressos, e-book e demais matérias
digitalizados.
      Com o avanço das tecnologias, nas últimas décadas, a terceira
forma de apropriação das aprendizagens e conhecimentos
acontece no espaço das tecnologias eletrônicas de comunicação e
informação (LÉVY, 1997). “Múltiplas são as tecnologias e diversas
são suas finalidades e funções” (KENSKI, 2003, p.38). Uma função
é o aprender a aprender e aprender a ensinar em curso a distância
única
que é mediada pelas tecnologias (vídeo aula, computador/e-mail,
Plataforma Moodle);assim, somos convidados a “ver mais, a ouvir
mais, a sentir mais”, e assim “não é o mundo que é global, somos
nós” (STOCKHAUSEM, citado por KERCKHOVE, 1997, p.282).

UESC Pedagogia 105


SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

      Com isso, ganhamos o poder e a condição de estar em vários


lugares sem sair de casa, falando com várias pessoas ao mesmo
tempo, conhecendo lugares que, talvez, não pudéssemos conhecer
etc.
     A linguagem digital rompe com a narrativa/escrita contínua, linear,
com início, meio e fim. (Exemplo: e-mail – texto curto e direto,
algumas vezes, apenas uma palavra, uma frase).

• GPS - O Sistema de      Os professores precisam aprender que as crianças e os adolescentes,


Posicionamento Global,
atualmente, já nascem imersos na cultura da linguagem digital.
popularmente conhecido
por GPS (do acrónimo/ Falam sobre o GPS, e-mail que recebem, DVD que assistem, site
acrônimo, do original
inglês, Global Positioning que acessam, jogos no computador, redes sociais etc., com muita
System ou do português
naturalidade. E é com essas crianças e adolescentes que estamos ou
“ G e o - Po s i c i o n a m e n t o
por Satélite”), conforme iremos trabalhar na escola. 
o nome diz, inclui um
conjunto de satélites,
é um sistema de
       As crianças, nossos potenciais alunos, ligam, desligam, mudam
informação eletrônico de canal, acessam sites, jogam, aprendem com a naturalidade
que fornece informações. 
pt.wikipedia.org/wiki/ de seu tempo. Assim, o desenvolvimento da sua linguagem, sua
GPS
• Tecnologia de localização
aprendizagem tem a marca da sociedade tecnológica, permeada
geográfica de altíssima pelas linguagens oral, escrita e digital. Afinal, as três linguagens são
precisão que fornece as
coordenadas (latitude importantes na construção do sujeito como eterno aprendiz. 
e longitude) do local
onde está o portador       Pensando nas palavras do compositor Gonzaguinha, o professor
do aparelho equipado
com essa tecnologia.  - homem/ mulher - o aluno - menino/menina também devem ser
www.socid.org.br/dicas_
redes.htm
considerados como “um eterno aprendiz”. Na condição de aprendizes,
vivemos entre os pontos de saber e os pontos de ‘não-saber-ainda’.  

ATIVIDADE
Escreva e exemplifique a maneira como você entendeu o trocadilho: ‘pontos de saber
e pontos de não saber ainda’?
     Esta atividade será socializada oralmente no encontro presencial. 

          Nas aprendizagens e linguagens que aprendemos durante a


vida, relatamos um pouco da nossa história para ampliar o nosso
repertório de aprendizagens. Entre tantos espaços de aprendizagens
e linguagens, vamos falar de um espaço que retrata a linguagem nas
suas dimensões envolvendo a arte, literatura, música e o homem
como o sujeito da aprendizagem: o Museu da Língua Portuguesa,
inaugurado em 21 de março de 2006, em São Paulo.

106 Módulo 3 I Volume 1


2 EAD
     Um local que inspira aprendizagem(ns) e ensino, numa mixagem
de texto, imagem e som (literatura - cantada e recitada – a presença
da linguagem oral, escrita e digital), que retratam o Brasil nos seus
510 anos para mostrar aos visitantes a construção da linguagem -
a Língua Portuguesa - nas suas dimensões (da literatura, música, Mixagem - a não ocorrência
de uma passagem brusca
imagens digitalizadas, textos acadêmicos à oralidade). Esta língua que
de uma cultura – a do livro
é falada, cantada, rezada e retratada de muitas maneiras, também - para outra cultura – a do
audiovisual. 
se faz presente nas nossas escolas, ora sob forma da aprendizagem
das regras gramaticais, ora como a linguagem fluente, coloquial e
compreendida por todos.

Visite o Museu. Atualmente


não  é  preciso ir a São Paulo para
conhecê-lo. Você  pode estar aqui e
lá, ao mesmo tempo, para construir
novas aprendizagens e conhecimentos.
Esta é a magia e encanto do ensinar
e aprender no momento atual.
Podemos ter acesso a conhecimentos
e informações com o suporte das
tecnologias e suas linguagens (oral,
escrita e digital).
Figura 02
Visitamos o Museu da Língua Portuguesa. Na chegada, Fonte: http://pt.wikipedia.org/

recebemos um folheto com indicativo sobre as várias maneiras de wiki/Museuda_L%C3%ADngua_


Portuguesa Acesso 29 jul. 2010 

pensar a linguagem, o que inspirou a seguinte atividade: 

          No próximo encontro presencial, organize-se em grupos para


discutir a linguagem e as diferentes formas de linguagem presentes
no cotidiano das pessoas. 

ATIVIDADE
1. Ligue o rádio ou a TV para ouvir alguma reportagem, propaganda ou música.

2. Leia uma reportagem de jornal, de revista ou acesse, na Internet, reportagem,


propaganda ou música. A escolha é sua...

3. Registre o que está ouvindo e/ou lendo.

4. Entendeu o que ouviu e leu? (as palavras, a mensagem...)

5. Será outra língua? Qual? única


6. Agora, poste na Plataforma Moodle, para socializar com seu professor, tutor e colegas
a magia das palavras, a compreensão da mensagem que foi transmitida.

7. Leia os comentários dos colegas e estabeleçam uma discussão sobre a linguagem.

UESC Pedagogia 107


SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

ATIVIDADE
1)  Vamos conhecer o Museu da Língua Portuguesa

http://www.museudalinguapotuguesa.org.br 

Anote o que viu, entendeu e aprendeu.

O que pode ser ensinado a outras pessoas para que elas aprendam? Foi possível
aprender com a viagem/navegação feita na construção das palavras e da linguagem
no Museu da Língua Portuguesa?

No encontro presencial socialize com seus colegas e tutores suas aprendizagens


e, em grupo, escreva um texto sobre as aprendizagens adquiridas com a leitura feita
no site indicado.

2) A escrita é uma prática cultural tão comum nos nossos dias que não conseguimos
imaginar o mundo sem ela. Entretanto, embora estejamos inseridos numa
sociedade letrada, grupos sociais diferentes fazem usos diferentes da escrita o que
pode facilitar ou dificultar o processo de alfabetização de seus membros.

Para ajudar a pensar, assista ao vídeo Help Desk que você  vai encontrar no
seguinte endereço e também será postado na Plataforma Moodle:

http://www.youtube.com/watch?v=4ZwJZNAU-hE

     Responda as seguintes questões e discuta com seus colegas:

• Qual o tema do vídeo?

• Qual dificuldade foi apresentada pelo protagonista?

• Quais as soluções possíveis?

• Quais relações podemos estabelecer entre o conteúdo do vídeo, a tecnologia e a


escrita como prática cultural?

108 Módulo 3 I Volume 1


2 EAD
ATIVIDADE FINAL
Para atividade final do Seminário Integrador, podemos pensar nas possibilidades
de aprender sobre como ensinar e aprender sobre como ser professor, considerando a
linguagem como veículo de construção, reflexão e socialização. Por isso, juntamente
com o professor e os tutores, vamos organizar o Seminário Integrador III, apresentando
oralmente e por escrito discussão sobre:

1. Entrevistar dois professores (um que está iniciando a docência e um que esteja
chegando ao final da sua carreira docente) para refletir sobre a linguagem no
processo de aprender a ser professor.

2. Antes de falar com o professor, faça o seguinte exercício:

a. Qual o objetivo da realização desse trabalho?(Escreva).


b. Formule sua questão de pesquisa (Escreva).

c. O que sei sobre essa temática e o que devo estudar (Escrever).

d. Estruturar a entrevista (Preparar as questões para fazer ao entrevistado).

e. Escrever suas análises e considerações finais.

Qual o papel da(s) linguagem(ns) na construção do aprender sobre como ensinar


e aprender sobre como ser professor?

• A escola, local da docência, contribuiu para construção das aprendizagens e


linguagens para lidar com a dinâmica da sala de aula (conteúdos, organização
da sala de aula, avaliação, disciplina, pais etc.)?

3. Com base nas aprendizagens, estudos realizados e as entrevistas realizadas, escrever


um texto de 5 laudas, apresentando introdução, referencial teórico, metodologia –
descrevendo como chegou aos professores, realizou a entrevista e analisou o seu
conteúdo. Por fim, as considerações finais, tendo como centro das discussões as
linguagens e as aprendizagens docentes na construção do ser professor e referências. 

RESUMINDO

     Este módulo tem como temática ‘Aprendizagens e Linguagens’. Assim, a


nossa proposta de estudo é a articulação e o encadeamento dos conhecimentos
estudados nos diferentes componentes curriculares. A mobilização dos
saberes será uma constante com a finalidade de pensar o conhecimento
como um ‘todo’. A(s) aprendizagem(ns), a(s) linguagem(ns) e a docência
apresentam-se na forma de uma intersecção, ajudando-nos a pensar os única
saberes da docência para além da sala de aula e o professor como sujeito das
aprendizagens, que constrói um repertório de conhecimentos para a docência
na educação infantil e nos anos iniciais. 

UESC Pedagogia 109


SEMINÁRIO INTEGRADOR III Aprendizagens e linguagens

ANASTASIOU, L. das G. C. e ALVES, L. P. (Orgs.). Processos de


ensinagem na Universidade. Pressupostos para as estratégias de
trabalho em aula. Joinville: UNIVILLE, 2003. 

BAHIA. Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia. Modalidade


REFERÊNCIAS

a distância, 2007. 

COUTO, M. E. S. Aprendizagens da docência proporcionadas


pelo curso ‘TV na Escola e os Desafios de Hoje’: um estudo
com professores de Ilhéus e Itabuna – Ba. (Tese de Doutorado).
Universidade Federal de São Carlos, 2005. 

GAUTHIER, C. et al. Por uma teoria da Pedagogia. Pesquisas


contemporâneas sobre o saber docente. Tradução de Francisco Pereira
de Lima. Ijuí: UNIJUÍ, 1998. 

KENSKI, V. M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. São


Paulo: Papirus, 2003. 

KERCKHOVE, D. A pele da cultura. Uma investigação sobre a nova


realidade eletrônica. Lisboa: Relógio D’Água, 1997. 

LANDSMANN, L. T. Aprendizagem da língua escrita: processos


evolutivos e implicações didáticas. 3. ed. São Paulo: Editora Ática,
1998. 

LÉVY, P. As tecnologias da inteligência. O futuro do pensamento


na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997. 

LIMA, E. S. A criança pequena e suas linguagens. São Paulo:


Editora Sobradinho 107 Ltda ME, 2003 

MARCELO GARCIA, C. Pesquisa sobre formação de professores: o


conhecimento sobre o aprender e ensinar. In: Revista Brasileira de
Educação.  nº. 9, set/out/nov., São Paulo – ANPEd, 1998. 

MIZUKAMI, M. da G. N. Docência, Trajetórias pessoais e


desenvolvimento profissional. In: REALI, A. M. de M; MIZUKAMI, M.
da G. N. (Orgs.). Formação de Professores: tendências atuais. São
Carlos: EDUFSCar, 1996. 

MIZUKAMI, M. da G. N. Aprendizagem da docência: conhecimento


específico, contextos e práticas pedagógicas. In: NACARATO, A. M
(Orgs.). A Formação do professor que ensina Matemática:
perspectivas e pesquisas. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

MOORE, M.; KEARSLEY, M. Educação a distância. Uma visão


integrada. Tradução de Roberto Galman. São Paulo: Thomson
Learning, 2007.  

MOREIRA, M. A. Linguagem e aprendizagem significativa.


Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/~moreira/linguagem.pdf
Acesso em 01ago2010.  

RONCA, P. A. C.; TERZI, C. do A. A aula operatória e a construção


do conhecimento. 2. ed. São Paulo: Ed. do Instituto Esplan, 1995. 

110 Módulo 3 I Volume 1


2 EAD
SCHULMAN, L. Knowledge and teaching: foundations of a new
reform. In: Educational Review. V. 57, no. 1, February, 1997. 

TARDIF, M. Saberes profissionais dos professores e conhecimentos


universitários: Elementos para uma epistemologia da prática

REFERÊNCIAS
profissional dos professores e suas conseqüências em relação à
formação para o magistério. In: Revista Brasileira de Educação.
jan/fev/mar/abr 2000, nº.13, p. 6-24.  

______. Saberes docentes & Formação profissional. Rio de


Janeiro: Vozes, 2002. 

TARDIF, M.; LESSARD, C. Le travail Enseignant au Quotidien:


Contribuition à l’étude du travail dans les métiers er les professions
d’interactions humaines. Quebéc: Les Presses de l’Université, 1999. 

ZABALA, V. A. A Prática educativa: como ensinar. Porto Alegre:


Artmed, 1998. 

ZABALZA, M. O ensino universitário, seu cenário e seus


protagonistas. Porto Alegre: Artmed, 2004. 

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UESC Pedagogia 111


Suas anotações

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