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UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

FELIPE BARROS RODRIGUES

O USO DA MODELAGEM BIM 4D COMO FERRAMENTA DE APOIO NO


PLANEJAMENTO E GESTÃO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: Estudo de caso
aplicado em uma construção de padrão popular do programa minha casa minha vida

São Luís
2018
FELIPE BARROS RODRIGUES

O USO DA MODELAGEM BIM 4D COMO FERRAMENTA DE APOIO NO


PLANEJAMENTO E GESTÃO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: Estudo de caso
aplicado em uma construção de padrão popular do programa minha casa minha vida

Monografia apresentado ao Curso de graduação


em Engenharia Civil, da Unidade de Ensino
Superior Dom Bosco, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador (a): Prof. Esp. José Murilo Moura Reis

São Luís
2018
FELIPE BARROS RODRIGUES

O USO DA MODELAGEM BIM 4D COMO FERRAMENTA DE APOIO NO


PLANEJAMENTO E GESTÃO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: Estudo de caso
aplicado em uma construção de padrão popular do programa minha casa minha vida

Monografia apresentado ao Curso de graduação


em Engenharia Civil, da Unidade de Ensino
Superior Dom Bosco, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovada em ____/_____/ 2018.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________
Prof. Esp. José Murilo Moura Reis (Orientador)
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB

____________________________________________
1º Examinador
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB

____________________________________________
2º Examinador
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5

1.1 Justificativa ..................................................................................................... 6

1.2 Objetivos ......................................................................................................... 7

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 8

2.1 Planejamento na construção civil ................................................................. 8

2.1.1 Benefício do planejamento ............................................................................... 8

2.1.2 Principais componentes de um planejamento ................................................ 10

2.1.3 Roteiro para elaboração do planejamento ...................................................... 11

2.1.4 Principais softwares usados no planejamento ................................................ 14

2.2 Metodologia BIM ........................................................................................... 15

2.2.1 Apresentação do BIM ..................................................................................... 15

2.2.3 Ciclo de vida do projeto .................................................................................. 18

2.2.4 Planejamento de obras através do BIM 4D .................................................... 20

2.2.5 Comparação entre técnicas de planejamento e as ferramentas BIM ............. 22

2.2.6 O BIM no Brasil ............................................................................................... 23

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25
5

1 INTRODUÇÃO

A construção civil sempre passou por grandes desafios durante o seu


desenvolvimento histórico, por esse motivo houve grandes soluções que facilitaram
tanto o planejamento quanto a execução dos projetos. Segundo Biotto et al (2015), a
complexidade envolvida na construção civil é bastante elevada devido as inúmeras
decisões que precisam ser tomadas no decorrer da construção, o que afeta
diretamente a evolução dos empreendimentos. Atualmente existem métodos, técnicas
e ferramentas apropriadas para gerenciá-los com sucesso, o que pode auxiliar por
exemplo no planejamento das obras durante a execução.
De acordo com Queiroz (2009), o planejamento de obras é uma das
atividades essenciais dos empreendimentos, no qual é desenvolvida bem antes da
sua execução, onde além da definição do escopo, é a fase que resumidamente se
elabora os projetos executivos, se define o sistema construtivo, levantamento dos
insumos, o orçamento e cronograma, obtendo uma visão macro das possíveis
necessidades do empreendimento, pois os desvios desse planejamento acarretam
tanto em aumento de prazo quanto nos custos.
Entretanto, por mais que existissem um conjunto de técnicas para
planejamento de obras, elas não proporcionavam a visualização espacial da
construção ao longo da sua execução, deixando uma lacuna que por muito tempo não
pôde ser preenchida. Logo, para facilitar a representação da evolução dos
empreendimentos, a tecnologia BIM se destaca como uma ferramenta de
planejamento e execução da construção. Segundo Biotto et al (2015), um modelo BIM
(Building Information Modeling) ou modelagem da informação da construção, é uma
representação digital de uma edificação, combinado com informações tridimensionais
e não-geométricas. As informações tridimensionais ou BIM 3D, segundo Cordeiro
(2017), são modelos inteligentes e parametrizados da edificação, o que significa que
possuem informações sobre cada componente modelado, e que as modificações
feitas, são atualizadas em tempo real em qualquer outra visualização tridimensional
do projeto, ou ainda outra disciplina que esteja vinculada a este modelo. As
informações não-geométricas ou BIM 4D, segundo Cordeiro (2017), é o fator tempo,
que associado ao modelo 3D e as durações de atividades ou etapas da construção,
pode ser utilizado para projetar e planejar o sistema de produção dos
empreendimentos através da visualização da execução da obra.
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Os diversos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida que


estão em execução no Brasil, possuem características semelhantes, dentre elas a
repetição dos serviços. Para facilitar o planejamento e coordenação dessas obras, a
criação de modelos BIM apresentam uma oportunidade para tomada de decisão para
melhorar o processo de construção.
Segundo Eadie et al (2013), são vários os motivos que podem levar as
empresas à adoção do BIM, dentre elas o uso da modelagem 4D, identificação prévia
de conflitos de projetos (clash detective), o estudo da sequência de execução e a
comunicação com as equipes diretamente envolvidas na execução.
O presente trabalho pretende dar uma contribuição na implantação de
modelos BIM 4D, no planejamento e execução de obras, em uma empresa que possui
projetos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), apontando vantagens e
desvantagens no uso de modelos BIM 4D, visando o apoio e a tomada de decisão no
processo de gestão do empreendimento.

1.1 Justificativa

Segundo Sakamori (2015), nos últimos anos há uma crescente discussão


sobre implantação de novas metodologias mais precisas e com melhores resultados.
Cada tipo de empreendimento possui um mercado cada vez mais competitivo e
exigente, então elaborar um planejamento com um orçamento detalhado e um bom
acompanhamento físico-financeiro é de essencial importância.
A pesquisa se justifica em apontar os principais benefícios do uso de
modelos BIM 4D como ferramenta de apoio à gestão do sistema de produção. O fato
das informações serem inseridas no modelo geométricos e poderem ser
acompanhado diretamente em modelos 4D, simplifica enormemente o processo de
gestão. No entanto, o custo e o esforço envolvido na criação dos modelos BIM é um
dos principais paradigmas dessa metodologia, o que esta pesquisa pretende mostrar
que através dos estágios iniciais do projeto, aliados a ferramentas tradicionais de
planejamentos, podem ser aplicadas no gerenciamento de sistemas construtivos.
Segundo Baia (2015), a tecnologia BIM já se consolidou no mercado norte
americano e asiático, sendo a preferência dos projetistas e gerentes de obras. E esta
preferência se justifica nas novas funcionalidades que aumentas os níveis de
confiabilidade dos projetos e consecutivamente no processo de planejamento.
7

No Brasil, existem programas que estão discutindo e estudando a


importância da modernização da indústria brasileira, e o BIM está inserido na Agenda
Estratégica do Plano Brasil Maior (PBM), como uma das prioridades da política do
governo federal para o setor da construção civil. A Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI), também lançou uma coletânea de seis guias para
construção em BIM, que têm o objetivo de disseminar e consolidar o BIM no Brasil.

1.2 Objetivos

O objetivo desse trabalho é apresentar a utilização de sistemas BIM, mais


precisamente das ferramentas Revit e Navisworks, além do uso do software MS
Project, voltados para o planejamento de obras da construção civil.

1.2.1 Objetivo Geral

Compreender como a metodologia BIM 4D, no contexto de planejamento


de empreendimentos horizontais, pode facilitar a gestão de empreendimentos através
da visualização da sequência executiva da construção.

1.2.2 Objetivo Específico

▪ Compreender a metodologia BIM na construção civil;


▪ Auxiliar no planejamento de obras;
▪ Acompanhar a execução dos empreendimentos;
▪ Identificar possíveis incompatibilidade entra as disciplinas que estão inseridas
no projeto;
▪ Otimizar custos através da metodologia BIM.

Esse trabalho também apresenta uma comparação dos custos diretos de


uma edificação de padrão popular da MCMV, comparando a planilha orçamentária
levantada de acordo com o levantamento padrão de quantitativos, com o modelo
criado em BIM, mas apenas como uma exemplificação, pois não inclui custos
indiretos, sociais, entre outros. Entretanto, não é objetivo desse trabalho pesquisar
sobre orçamentação e custos da edificação, e sim sobre as técnicas de planejamento.
8

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico será dividido em três partes: a primeira irá apresentar


o planejamento da construção civil, descrevendo as principais ferramentas utilizadas
no planejamento e controle de obras, um roteiro para elaboração do planejamento e
os softwares mais utilizados no mercado brasileiro. A segunda parte apresenta as
informações necessárias sobre o BIM, como classificação e seus usos, com foco no
BIM 4D. E por último, a terceira parte irá apresenta a comparação técnica entre as
ferramentas convencionais de planejamento com as ferramentas BIM.

2.1 Planejamento na construção civil

De acordo com Bioto et al (2015), o planejamento tem por objetivo


responder aos seguintes pontos:
▪ Atividades: Demonstrando o que será feito, quais os métodos e como as
atividades deverão ser executadas;
▪ O recurso: Informando quem realizará cada uma das atividades, a sequência
de execução e quando cada atividade deverá ser executada.
Todos os direcionamentos do planejamento devem ter um objetivo comum,
afim de permitir que sejam executadas adequadamente dentro das etapas de uma
obra, levando em consideração a tríade básica da engenharia, que são elas: custo,
qualidade e prazo.
Os desafios do planejamento na construção civil consistem resumidamente
em: ter o recurso financeiro de forma que garanta uma boa execução da obra e, não
atrapalhe a aquisição de insumos, contratação de material humano com conhecimento
técnico satisfatório e coordenação e comunicação dentre todas a partes envolvidas
na execução da obra, ou seja, desde a solicitação de material, a logística de entrega
dos insumos e a execução propriamente dita dos serviços.

2.1.1 Benefício do planejamento

Um planejamento bem elaborado deve culminar com uma boa execução


dos serviços previamente estudados, pois segundo Baia (2015), a estruturação e
resolução dos problemas previamente elencados, eliminam retrabalhos e
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desperdícios, resultando na economia de recursos, melhorando a qualidade e controle


do processo. Assim as empresas que criam uma cultura de um planejamento prévio,
conseguem um ganho significativo na qualidade final do produto.
De acordo com Mattos (2010), os principais benefícios do planejamento
são:
▪ Conhecimento Pleno da Obra: Estudo dos projetos, a análise do método
construtivo, a identificação das produtividades consideradas no orçamento, a
determinação do período trabalhável em cada frente ou tipo de serviço;
▪ Detecção de Situações Desfavoráveis: A previsão oportuna de situações
desfavoráveis e de indícios de desconformidade permite ao gerente da obra
tomar providencias a tempo, adotar medidas preventivas e corretivas, e tentar
minimizar os impactos no custo e no prazo;
▪ Agilidade de Decisões: O planejamento permite uma visão real da obra,
servindo de base confiável para decisões gerenciais, como: mobilização e
desmobilização de equipamentos, redirecionamento de equipes, aceleração de
serviços, aumento da equipe, alteração de métodos construtivos, terceirização
dos serviços, substituição de equipes pouco produtivas;
▪ Relação com o Orçamento: Ao usar as premissas de índices, produtividades
e dimensionamento de equipes empregadas no orçamento, o engenheiro casa
orçamento com planejamento, tornando possível avaliar inadequações e
identificar oportunidades de melhoria;
▪ Otimização da Alocação de Recursos: Por meio da análise do planejamento,
o gerente da obra pode “jogar” com as folgas das atividades e tomar decisões
importantes como nivelar recursos, protelar a alocação de determinados
equipamentos;
▪ Referência para Acompanhamento: O cronograma desenvolvido no
planejamento é uma ferramenta importante para o acompanhamento da obra,
pois permite comparar o previsto com o realizado;
▪ Padronização: O planejamento disciplina e unifica o entendimento da equipe,
tornando consensual o plano de ataque da obra e melhorando a comunicação;
▪ Referência para Metas: Programas de metas e bônus por cumprimento de
prazos podem ser facilmente instituídos porque há um planejamento referencial
bem construído, sobre o qual as metas podem ser definidas;
▪ Documentação e Rastreabilidade: Por gerar registros escritos e periódicos,
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o planejamento propicia a criação de uma história da obra, útil para resolução


de pendências, resgate de informações, elaboração de pleitos de outras partes,
mediação de conflitos e arbitragem;
▪ Criação de Dados Históricos: O planejamento de uma obra pode servir de
base para o desenvolvimento de cronogramas e planos de ataques para obras
similares. A empresa passa a ter memória;
▪ Profissionalismo: O planejamento dá mais seriedade e comprometimento à
obra e a empresa. Ele causa boa impressão, inspira confiança nos clientes e
ajuda a fechar negócios.

2.1.2 Principais componentes de um planejamento

Para melhor compreensão sobre os recursos do planejamento mais


utilizados na engenharia civil, a seguir apresentam-se as características de cada
recurso de acordo com Baia (2015):
▪ Especificações Técnicas (ET): Descrevem, de forma precisa, completa e
ordenada, os materiais e os procedimentos de execução a serem adotados na
construção. Têm como finalidade complementar a parte gráfica do projeto;
▪ Caderno de Encargos: É o conjunto de especificações técnicas, critérios,
condições e procedimentos estabelecidos pelo contratante para a contratação,
execução, fiscalização e controle dos serviços e obras. É semelhante às
Especificações Técnicas, mas normalmente o CE é mais geral, servindo para
todas as obras, enquanto que as ET são particulares;
▪ Memorial Descritivo: É outro tipo de resumo das especificações técnicas.
Deve ser ajustado ao orçamento, seguindo a mesma ordem deste
(ordenamento e nome dos serviços ou atividades);
▪ Cronograma: Consiste em relacionar atividades com os tempos estimados
para cada, em ordem. Permite acompanhar o desenvolvimento físico dos
serviços e efetuar previsões de quantitativos de mão de obra, materiais e
equipamentos, além de permitir que se determine o faturamento a ser feito ao
longo da execução da obra;
▪ Cronograma Físico-Financeiro: O cronograma físico representa a
programação temporal da execução da obra, nos aspectos físicos e financeiros.
Geralmente, é preparado um cronograma financeiro, definindo a previsão
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mensal (ou semanal) de dispêndios. O conjunto da programação física com a


organização econômica é conhecido como cronograma físico-financeiro;
▪ Softwares de Projetos: Um dos softwares mais utilizados do mundo é o
AutoCad. Outros softwares comerciais usados para a criação de projetos são:
Arqui3D, Active3D e DataCAD. Esses sistemas foram desenvolvidos para a
criação e manipulação de desenhos e projetos técnicos;
▪ Softwares de Gerenciamento: Dentre os softwares mais populares está o MS
Project. Dentre os softwares livres mais utilizados, destacam-se o Gantproject
e o Openproj. Todos vêm possibilitar uma melhor comunicação entre os
membros da equipe, facilitar nas alterações decorrentes do processo e para
melhor apresentar o andamento do planejamento;

2.1.3 Roteiro para elaboração do planejamento

Mattos (2010), apresenta um roteiro para elaboração de um planejamento,


sendo eles: identificação das atividades, definição da duração, definição da
precedência, montagem do diagrama de rede, e geração do cronograma e cálculo do
caminho crítico. Segundo o autor, o roteiro pode utiliza as seguintes ferramentas:
▪ Estrutura Analítica do Projeto (EAP);
▪ Mapa mental;
▪ Quadro duração-recurso;
▪ Banco de dados de produtividade;
▪ Método das flechas;
▪ Método dos blocos;
▪ Linha de balanço;
▪ Cronograma de Gantt.
Para a realização deste trabalho, as principais ferramentas utilizadas foram
a EAP, Cronograma de Gantt e a Linha de balanço, que serão apresentadas a seguir.

2.1.3.1 Estrutura analítica do projeto (EAP)

De acordo com Baia (2015), EAP é uma decomposição hierárquica


orientada à entrega do trabalho a ser executado pela equipe, para atingir os objetivos
do projeto. É a maneira mais utilizada para elencar as atividades durante a elaboração
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do planejamento, facilitando a identificação do escopo do projeto. Na medida que a


EAP é aprofundada, os componentes podem subdividir-se em atribuição de outros
serviços que precedem o componente principal.
A Estrutura Analítica do Projeto estudado possui a seguinte estruturação
conforme o Tabela 1 demonstra.

Tabela 1 – EAP da habitação


ITEM SERVIÇO
1 RADIER
2 PAREDE DE CONCRETO
3 COBERTURA
4 ESQUADRIAS METÁLICAS
5 ESQUADRIAS DE MADEIRA
6 REVESTIMENTO CERÂMICO
7 CABEAMENTO
8 INSTALAÇÃO DA CAIXA D’ÁGUA
9 FORRO PVC
10 AQUECEDOR SOLAR
11 PINTURA INTERNA
12 PINTURA EXTERNA
13 TOMADAS E INTERRUPTORES
14 LOUÇAS E ACESSÓRIOS
15 METAIS
16 CAIXA DE INSPEÇÃO
17 SERVIÇOS FINAIS
Fonte: Elaborado pelo autor

2.1.3.2 Cronograma de Gantt

De acordo com Mattos (2010), o Cronograma de Gantt se caracteriza como


uma ferramenta de controle de e acompanhamento das atividades, possui um visual
de fácil compreensão, demonstrando a posição relativa das atividades ao longo do
tempo. Para a criação do Cronograma de Gantt, deve-se listar as atividades de um
projeto com as suas respectivas durações, que são representadas graficamente por
barras horizontais, listar as equipes que serão inseridas nas atividades e definir as
atividades predecessoras e antecessoras do projeto.
Segundo Baia (2015), normalmente ao elaborar um cronograma, todas as
atividades são alocadas iniciando em sua data mais cedo. Entretanto com a
antecipação das atividades, pode ocorrer acúmulo nos serviços e gerar um pico de
recursos ao longo da realização das atividades. Isso pode ter dois aspectos, ou os
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recursos foram más distribuídos e dificulta a realização do projeto por causa do


excesso de mão de obra, ou gera folga nos serviços, que terá a possibilidade de
otimização e alocação na distribuição de recursos. Toda a dinâmica de elaboração de
cronograma muito mais visível com a aplicação do cronograma de gantt.
Segundo Queiroz (2009), o cronograma de gantt ou diagrama de gantt,
apresenta uma característica marcante que o tornou preferido, que é a facilidade tanto
na execução quanto na visualização do projeto, mesmo sendo técnico ou leigo ocorre
entendimento das etapas e serviços que estão sendo executados. A Figura 1
demonstra a facilidade de visualização de um projeto de pavimentação de uma rua.

Figura 1 – Gráfico de Gantt para o projeto de pavimentação de uma rua

Fonte: Peinado (2007)

A Figura 1 demonstra a sequência das tarefas que compõe um projeto de


pavimentação, e segundo Peinado (2007), deve respeitar sua ordem natural de
execução. Somente inicia-se a execução do assentamento de tubos após as valas
estarem abertas, dessa forma a tarefa escavação é obrigatoriamente precedente de
tubulação de esgoto.

2.1.3.3 Linha de balanço

Como a característica do empreendimento estudado tem serviços


repetitivos, será adotado também a técnica de linha de balanço para auxiliar o
planejamento da obra, pois de acordo com Bioto et al (2015), a linha de balanço tem
sua aplicação associada a projetos de natureza repetitiva, executadas múltiplas vezes
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segundo uma taxa de produção. Ainda segundo Bioto et al (2015), como a taxa de
produção possui um parâmetro crítico em obras repetitivas, adota-lo poderá diminuir
a ociosidade das equipes e reduzir consideravelmente os prazos de execução do
empreendimento.
A planejamento realizado por meio da linha de balanço, também permite
determinar a carência de recursos humanos durante a realização das atividades, o
que pode ser facilmente visualizado através do histograma de efetivo.
Outra definição de linha de balanço pode ser apresentado por Moura
(2014), onde diz que essa ferramenta considera as sequências das atividades pelas
diversas repetições das unidades de obra, em outras palavras, as repetições estão
ligadas ao tipo de obra, como pavimento, apartamento, casas unifamiliares,
quilômetros de estradas, entre outras.

2.1.4 Principais softwares usados no planejamento

A seguir as principais características dos programas mais utilizados no


cenário brasileiro, e uma breve apresentação segundo os fabricantes.
▪ MS Project
Microsoft Project é uma importante ferramenta de gerenciamento de
projetos que é empregado para planejar, programar e representar graficamente as
informações sobre os projetos, permitindo uma facilidade em criar e modificar um
conjunto de atividades para alcançar seus objetivos. O programa usa ferramentas
conhecidas, como gráficos de Gantt e menus suspensos preenchidos, ajudam a
reduzir o tempo de treinamento e simplificam o processo de planejamento do projeto.
▪ Primavera
O Primavera é uma solução potente, e de fácil uso para planejar, gerenciar
e avaliar projetos, programas e portfólios. Ele fornece uma única solução para
gerenciar projetos de qualquer porte, ao mesmo tempo em que é dimensionado de
maneira inteligente para acomodar as necessidades dos usuários desde um simples
trabalho de projeto até a coordenação complexa de programa.
Representado pela Verano, o sistema apresenta os módulos Primavera
Enterprise e Primavera Project Planner. O primeiro é um aplicativo que realiza
planejamento, estimativas, monitoramento e controle dos projetos. O segundo permite
o gerenciamento de múltiplos projetos. Permite ainda a utilização de bancos de dados
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como Oracle ou Microsoft SQL Server. Há também mecanismos para a informação


das atividades e o apontamento de horas para a análise e comparação de dados. Já
o módulo Sure Trak permite o planejamento e controle de projetos de pequeno e
médio porte.
▪ Volare
Software da PiniWeb estruturado em quatro grupos e dez módulos que
podem ser adquiridos separadamente. O módulo de planejamento de obras elabora
automaticamente os cronogramas físico e financeiro da obra. Determina o prazo de
execução de cada serviço ou atividade e dimensiona as equipes de trabalho, ao
mesmo tempo em que disponibiliza as informações para compras. Emite cronograma
físico-financeiro, gráfico de Gantt, dimensionamento de equipes, desembolso
financeiro planejado. Também contém o módulo de Controle de Obras e o Módulo de
Medições. O sistema já vem com base de dados pronta (TCPO 2000), além de incluir
preços dos insumos da revista Construção Mercado. Está integrado com o Ms Project
e pode ser adaptado às características da empresa ou da obra.

2.2 Metodologia BIM

2.2.1 Apresentação do BIM

Segundo Eastman et al (2014), o BIM é um dos mais promissores


desenvolvimentos na indústria relacionado à Arquitetura, Engenharia e Construção
(AEC). Com a tecnologia BIM, um modelo digital é totalmente modelado contendo
todos os dados necessários para o apoio ao planejamento e a construção.
Constantemente o BIM é visto como uma evolução de modelos 2D, que
basicamente criam linhas em um plano. Então, a necessidade de melhorar a
representação gráfica de projetos mais elaborados e complexos, fez com ele fosse
praticamente descontinuado, surgindo então modelos 3D e posteriormente o BIM. De
acordo com Silveira (2013), o BIM surge com a proposta de um modelo que abandone
a simples representação através de linhas, e passe a representa-lo como uma
associação de elementos.
Segundo Ruschel (2010), a tecnologia BIM vem ocupando cada vez mais
espaço no mercado brasileiro, entre as possibilidades que despertam mais interesse
são as tecnologias de processo de projeto, fazendo com que o BIM não seja apenas
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mais uma forma de gráfica de representação, mas integrante do processo de dinâmica


projeto multidisciplinar.
Muitos autores definem o BIM como um processo de produção que utiliza
modelos de informações no projeto, onde pode ser utilizado mesmo depois do projeto
finalizado. As informações agregam desde os primeiros estudos de viabilidade até a
reforma ou demolição do projeto.
Segundo Baia (2015), o BIM não pode ser confundido com um software
específico ou mesmo aplicativos que são assistidos por computador, existem várias
ferramentas específicas para as diversas disciplinas que envolvem um projeto, desde
de que usem a modelagem para informação da construção. O uso da prática
coordenada entre as disciplinas é uma das principais vantagens da utilização do BIM,
pois diminui consideravelmente as interferências que são geradas durante a
elaboração dos projetos separadamente.
O BIM fornece algumas vantagens significativas sobre o CAD, a seguir Baia
(2015) lista as principais:
▪ Gerencia as informações completas do projeto, sendo capaz de simular a
execução do empreendimento tento um acompanhamento físico-financeiro;
▪ Suporte a equipes multidisciplinares, o que possibilita maior assertividade
durante a elaboração e consecutivamente a execução do projeto;
▪ Confere mais poder ao projeto, à construção e à operação de todos os tipos de
edifícios e instalações, desde o convencional até alguns dos projetos mais
complexos;
▪ Compartilhar as informações durante todo o ciclo de vida da edificação,
eliminando assim redundância de dados, evitando perda de dados, falta de
comunicação e erros de conversão;
▪ É capaz de realizar melhorias por modelagem e representações das peças
reais e peças sendo usado para construir uma edificação. Esta é uma mudança
substancial do tradicional método Computer Aided Drafiting (CAD) de
elaboração com o arquivo vetorial de linhas com que se combinam para
representar objetos;
▪ Vai muito além da mudança para um novo software, o BIM exige a alteração
da definição de fases de arquitetura tradicional e maior compartilhamento de
dados que a maioria dos arquitetos e engenheiros está acostumada, em outras
palavras o fluxo de trabalho passa a ser colaborativo.
17

2.2.2 Por que vale apena investir no BIM

De acordo com o estudo Experiences Exchange in BIM – Building


Information Modeling no Brasil e na União Europeia, publicado em 2015, a indústria
da construção no Brasil está entre as maiores do mundo, sendo responsável por 2%
do setor global. Segundo o estudo, a inserção do BIM vem provocando uma profunda
reorganização no setor da construção civil, pois ele pode ser inserido em todo o ciclo
de vida de uma edificação, que engloba o projeto, construção, manutenção e
demolição, fazendo parte de todos os modelos que o BIM abrange. A Figura 2
apresenta um resumo de cada item que compõe os diferentes tipos de modelo de BIM,

Figura 2 – Diferentes tipos de modelagem BIM

Fonte: Cordeiro (2017, adaptado pelo autor)

Vale ressaltar que existe uma incompreensão sobre a representação 3D do


BIM, pois é facilmente confundida como apenas uma representação tridimensional.
Ainda segundo o relatório, a tecnologia BIM pode melhorar os custos finais
de um projeto a partir da precisão dos orçamentos e de um planejamento bem
estruturado, pois pode evitar o desperdício e o retrabalho.
Contudo, o BIM é a penas uma ferramenta nas mãos de quem irá manuseá-
lo, pois segundo Eastman et al (2014), o modelo fornece apenas uma parte das
informações, nenhum software é capaz de mensurar todas as varáveis de um
empreendimento, cabe ao profissional envolvido a alimentação e interpretação dos
dados.
18

2.2.3 Ciclo de vida do projeto

Sobre a gestão e o ciclo de vida da edificação, Ruchel (2010) diz que


correspondem a avaliação das repercussões e decisões tomadas, significando que
todas as informações contidas no protótipo virtual do empreendimento são
retroalimentadas de acordo com alguma incompatibilidade, alteração no fluxo
construtivo ou no planejamento, alteração no orçamento e cronograma físico-
financeiro e a preocupação com o meio ambiente, conforme indica a Figura 3.

Figura 3 – Ciclo de vida de um modelo BIM

Fonte: Baia (2015, adaptado pelo autor)

A Figura 3 mostra todo o processo conceitual de uma obra, que


correspondendo a todo ciclo de vida de um projeto. Segundo Eastman et al (2014), o
BIM também incorpora muitas das funções necessárias para planejar o ciclo de vida
de uma edificação, envolvendo as equipes relacionadas no empreendimento. Quando
implementada de maneira apropriada, o BIM facilita um processo mais integrado que
resulta na qualidade da construção. Dentro do ciclo de vida de um projeto, mais
especificamente na elaboração dos projetos, surgiu um tema que melhor define a
colaboração das disciplinas envolvidas, que é a interoperabilidade.
Segundo Baia (2015), a interoperabilidade representa a necessidade de
passar dados entre aplicações, permitindo que múltiplos tipos de especialistas
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contribuam para o trabalho em questão. Com isso elimina-se a necessidade de


replicar dados de entrada que já foram gerados e facilita o fluxo de trabalho entre os
diferentes softwares.
Para facilitar melhor a disseminação da interoperabilidade, foi necessário a
padronização de formatos com código abertos ou não proprietários, que podem
proporcionar um mecanismo de comunicação entre aplicativos de diferentes formatos.
Segundo Eastman et al (2014), essa abordagem oferece mais flexibilidade
especialmente se os programas utilizados não suportam os mesmos padrões de
intercâmbio. Isso permite que as informações de uma aplicação BIM sejam importadas
ou exportadas para outros softwares.
Segundo Baia (2015), para realização do intercâmbio de dados entre
programas diferentes, existe o formato Industry Foundation Classes (IFC), que é o
mais importante formato de intercâmbio público para modelos de construção.
Atualmente o IFC é adotado formalmente por países que incluem o BIM com
metodologia de projetos. O IFC foi projetado para tratar todas as informações da
construção, sobre todo o seu ciclo de vida, da viabilidade ao planejamento, incluindo
o projeto, análise e simulação da construção.
A coletânea Guias BIM da ABDI (2017), diz que o esquema de dados IFC
é completado por outras normas ISO que estipulam os requisitos para objetos virtuais
e a estrutura lógica para inter-relacionamentos.
A crescente discussão sobre BIM se torna mais crescente ainda quando se
inclui os softwares, computadores e pessoa, pois é uma grande mudança de cultura
quando há a migração de softwares que trabalham tradicionalmente como CAD para
o BIM. Assim é possível afirmar que na implantação do BIM se baseia em três
dimensões fundamentais, tecnologia, pessoas e processos.
Conforme apresentado no Guia BIM da ABDI (2017), a tecnologia envolve
a infraestrutura necessária para operação dos programas, conexão com a internet,
segurança e armazenamentos dos arquivos e o treinamento adequado dos usuários.
As pessoas, são os profissionais que possuem capacidade técnica e experiência para
trabalhar com flexibilidade com equipes internas e externas. O processo compreende
o plano de trabalho, o cronograma, o nível de detalhamento do projeto e o ciclo de
vida da edificação. Para alcançar boas práticas de projetos, é necessário a
implantação de novos processos com a finalidade de otimização de cada etapa do
fluxo de trabalho, por mais que seja um grande paradigma.
20

As três dimensões fundamentais estão ligadas intrinsicamente gerando um


conjunto de procedimentos que facilita o processo de operação da utilização do BIM.
A Figura 4 sintetiza essa vinculação entre tecnologia, pessoas e processos.

Figura 4 – Ciclo de vida de um modelo BIM

Fonte: Guia BIM ABDI (2017)

2.2.4 Planejamento de obras através do BIM 4D

Como o objetivo geral da pesquisa é compreender como a metodologia BIM


4D pode auxiliar o planejamento e a gestão executiva do empreendimento, será
necessário a utilização de softwares que utilizam a tecnologia BIM, e os programas
escolhidos foram o Revit e o Navisworks da Autodesk, além do uso do software Ms
Project, voltados para o planejamento de obras da construção civil.
Segundo Bioto et al (2015), o BIM 4D é a integração das informações do
BIM 3D com o cronograma das obras, fornecendo uma capacidade interativa para
visualizar, informar e ensaiar a sequência de construção possibilitando maior
eficiência no processo de construção. Através da prévia visualização das etapas
construtivas, os erros podem ser descobertos antes da construção, o que na Figura
3 demonstra que o BIM 4D vai desde o planejamento do projeto até sua execução.
Ainda segundo Bioto et al (2015), atualmente a modelagem 4D passou a
ser incentivada pela disseminação dos sistemas baseados na tecnologia BIM, onde
os recursos de interoperabilidade e a centralização de atividades multidisciplinares
diminuem a possibilidade de interferências causadas por outros projetos.
21

De acordo com Baia (2015), o processo do BIM 4D pode ser simplificada


conforme mostra a Figura 5, iniciando no modelo 3D composto por toda geometria
informada pelo projetista. Essas informações podem ser organizadas de forma que
garanta a sequência executiva do projeto, pois isso facilita o planejamento a
visualização fica mais compreensível. As informações do modelo 3D e planejamento
podem ser ligadas automaticamente para que possa realizar uma interligação entre o
modelo 3D e as atividades, obtendo assim um modelo 4D.

Figura 5 – Ciclo de vida de um modelo BIM

Fonte: Baia (2015)

Toda atividade exigem uma correlação dentro do cronograma, sendo que


os componentes do modelo BIM possuem informações de tempo. Dentro das
dimensões dos componentes BIM, esta é a tarefa mais trabalhosa e, portanto, alvo
das preocupações ao se planejar.
Segundo Baia (2015), o principal benefício de um modelo 4D é a simulação
virtual da construção da obra, permitindo que os erros sejam detectados mais
facilmente na fase de planejamento, tornando um processo mais eficiente se
comparado com outras técnicas convencionais. A seguir os principais benefícios ao
se planejar com o BIM 4D:
▪ Comunicação: Os planejadores podem visualmente comunicar o plano de
construção, pois o modelo 4D contêm tanto aspectos de tempo e espaço;
▪ Múltiplas entradas das partes interessadas: O modelo 4D pode ser usado para
comunicar em fóruns comunitários como o projeto pode impactar no tráfego,
22

acessos ou outros problemas críticos da comunidade;


▪ Logística da locação: O planejador pode coordenar toda a logística dentro da
locação, como os acessos, equipamentos;
▪ Comparação: Comparar o cronograma da obra com o real estado da
construção.

2.2.5 Comparação entre técnicas de planejamento e as ferramentas BIM

Gerar um cronograma levando em consideração as diversas informações


pertinentes de um projeto demanda muito tempo e recursos humanos, então escolher
corretamente as ferramentas de planejamento, otimiza o tempo da equipe envolvida.
Para compreender melhor as ferramentas de planejamentos, Baia (2015) apresenta
uma comparação entre as ferramentas tradicionais de planejamento e a de
planejamento 4D:

Tabela 2 – Comparação de planejamento


COMPARAÇÃO ENTRE AS TÉCNICAS CONVENCIONAIS DE PLANEJAMENTO E O
PLANEJAMENTO USANDO FERRAMENTAS BIM
CRONOGRAMAS EM
CRONOGRAMAS EM
TÉCNICAS
FERRAMENTAS BIM
TRADICIONAIS DE
(PLANEJAMENTO 4D)
PLANEJAMENTO
Os usuários têm a Facilita interpretação;
Visualização e
visualização da Visualização animada
interpretação da
sequência da construção baseado no
sequência construtiva.
mentalmente. cronograma.
FERRAMENTA
Antecipação de conflitos Difícil de detectar Identifica os potenciais
DE
espaço-tempo. somente com conflitos.
VISUALIZAÇÃO
cronograma.
Transmissão do impacto Difícil de detectar Mostra claramente os
de alterações no somente com impactos.
cronograma. cronograma.
Promove a integração;
Formalização de Baseado num processo
facilita o
informações de projeto e de produção
compartilhamento de
construção. fragmentada.
informações.
FERRAMENTA Interação entre os Não promove a
participantes do projeto. Promove a interação.
DE interação.
INTEGRAÇÃO
Auxilia nas decisões de Promove as viabilidades
projeto (design). Não fornece suporte. no projeto (design).
Fornecer feedback para o Fornece feedback
projeto (design). limitado. Incentiva feedback.
23

Apoio ao custo e análise


da produtividade. Não fornece suporte. Facilita a detecção.

Antecipação de situações
de risco. Não fornece suporte. Facilita a detecção.

FERRAMENTA Alocação de recursos e


equipamentos. Não fornece suporte. Facilita a alocação.
DE ANÁLISE
Administração nas
correções de Permite a geração de
construtibilidade Não fornece suporte.
cenários alternativos.
(simulações de
execução).
Fonte: Baia (2015)

2.2.6 O BIM no Brasil

Segundo Eastman et al (2014), nem o conceito BIM e nem a nomenclatura


são novos, datam certa de trinta anos, e a terminologia do Building Information
Modeling circula cerca de 15 anos. Segundo o Guia BIM da ABDI (2017), o BIM não
é uma ideia muito recente e só se disseminou quando passou a ter uma oferta de
microcomputadores com processamento suficiente para rodar os programas e realizar
as simulações. Outro fator foram os preços acessíveis para o mercado bem como a
normalização para a construção. Desde os anos 80 já existiam softwares capazes de
produzir modelos 3D com informações consistentes, porém a partir de 2005 foram que
as condições de difusão começaram a se estabelecer.
De acordo com Ruschel et al (2013), existe uma difusão muito grande sobre
o BIM no Brasil, surge uma crescente preocupação sobre a inserção do ensino do BIM
nos cursos de Arquitetura e Engenharia Civil. Essa discussão envolve a melhor
maneira de integrar o ambiente acadêmico com o mercado da construção e
planejamento.
Atualmente está em desenvolvimento a CEE-134, que é a Comissão
Especial de Estudos sobre modelagem da Informação da Construção da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), que estabelece diretrizes para a criação
de componentes BIM. Esta norma é voltada a fabricantes de produtos e componentes
de construção abrangendo produtos específicos e fornecedores.
Os seguintes usos de BIM estão atualmente em estudo pela CEE-134 e
resultarão em partes da norma definindo requisitos específicos:
▪ Planejamento 4D
▪ Análise Energética
24

▪ Extração de Quantidades para Orçamento Executivo


▪ Concepção de Sistemas Prediais Hidráulicos
▪ Concepção de Sistemas Prediais Elétricos
▪ Concepção de Sistemas AVAC/R
▪ Concepção de Estruturas Metálicas
▪ Concepção Arquitetônica
▪ Análise de Sustentabilidade
▪ Concepção de Luminotécnica
▪ Concepção de Estruturas de Concreto
▪ Geração de documentação
▪ Detecção de interferências
▪ Visualização
▪ As-built
▪ Gerenciamento de Facilities
▪ Comissionamento

Apesar de diversas iniciativas estarem em desenvolvimento no Brasil, a


área pública ainda anda em passos lento, sendo que o governo é o maior beneficiado
com a aplicação do BIM em obras públicas.
REFERÊNCIAS

ABDI, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Relatório Semestral de


Gestão. 2018.

ANDRADE, Ludmila Santos. A Contribuição dos Sistemas BIM para o Planejamento


Orçamentário das Obras Públicas: Estudo de Caso do Auditório e da Biblioteca de
Planaltina. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, UnB. Brasília, p. 40-
77, 2012.

AUTODESK. Implantação e Difusão na Organização da Informação da Construção


(BIM) no Brasil com o uso de Ferramentas Autodesk. Disponível em:
<http://www.autodesk.com.br/adsk/servlet/index?siteID=1003425&id=22164013>
Acesso: 06 de mar. 2018.

BAIA, Denize Valéria Santos. Uso de ferramentas BIM para o planejamento de obras
da construção civil. 2015. 99 f., il. Dissertação (Mestrado em Estruturas e
Construção Civil) – Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

BIOTTO, Clarissa Notariano. Uso de modelagem 4D e Building Information Modeling


na gestão de sistemas de produção em empreendimentos de construção. Ambiente
construído: revista da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.
Porto Alegre. vol. 15, n. 2 (abr./jun. 2015), p. 79-96. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/10183/142509>. Acesso: 24 de fev. 2018.

BRASIL. Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Brasil Maior: Agendas


estratégicas setoriais. Brasília, DF, 2013. Disponível em:
<http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1377289231.pdf>. Acesso: 14 fev. 2018.
CORDEIRO, Diego Giulliano Perígolo e, SILVA, João Paulo Emídio da. Otimização
no controle de custos em obras através do sistema BIM. Faculdades Integradas de
Caratinga. 2017.

Diálogos setoriais para BIM – Building Information Modeling no Brasil e na União


Europeia. Brasília, 2015. Disponível em:
<http://sectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/bim.pdf>. Aceso: 06
de mar. 2018.

EADIE, R. et al. An Analysis of the Drivers For Adopting Building Information


Modelling. Journal of Information Technology in Construction, v. 18, p. 338-352,
2013.

EASTMAN, C.; TEICHOLZ, P.; SACKS, R; LISTON, K. Manual de BIM: Um guia de


modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes,
construtores e incorporadores. 1ª ed. Porto Alegre : Bookman, 2014.

MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e Controle de Obras. São Paulo: Pini, 2010.

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de Juiz de Fora. 2009. Disponível em:
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RUSCHEL, R. C.; ANDERY, P. R. P.; MOTTA, S. R. F.; VEIGA, A. C. N.R. Building


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projeto: avaliação da técnica em escritório de arquitetura. Universidade Federal de
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<http://www.cecc.eng.ufmg.br/trabalhos/pg3/102.pdf>. Acesso: 04 de mar. 2018.

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