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Como evitar uma gravidez

          Para evitar uma gravidez indesejada, existem inúmeros métodos que podem ser
úteis. Para os jovens se defenderem das doenças sexualmente transmissíveis, têm que
utilizar o preservativo ou então, não ter relações sexuais (abstinência).

Os adolescentes devem ter em atenção os métodos utilizados, pois estão numa


idade de desejos súbitos e atrações demolidoras e de relacionamentos episódicos.

A contracepção destina-se a evitar a concepção, dando-lhe também o nome de


Planejamento Familiar ou Controlo da Natalidade.

Evitar uma gravidez pode ser feito de várias formas:

Ø Utilização de métodos mecânicos ou de barreira;


Ø Utilização de métodos reversíveis ou irreversíveis;
Ø Uso dos métodos de abstinência;
Ø Impedir que ocorra ovulação;
Ø Criação de um ambiente desfavorável à ocorrência dos fenómenos que permitam a
gravidez.

O aumento da atividade sexual nos adolescentes provocou o desenvolvimento e


expansão dos serviços de Planejamento Familiar. Uma das funções deste serviço é o
incentivo à utilização frequente de forma consciente e correta do uso de métodos
contraceptivos.

A escolha de um método contraceptivo seguro e eficaz deve ser adequado a cada


indivíduo. Esta escolha baseia-se na preferência do adolescente após ser informado dos
benefícios e desvantagens de cada contraceptivo. Os adolescentes podem encontrar este
apoio em qualquer Centro de Saúde da sua área de residência, nas consultas de
Planejamento Familiar.

Métodos Contraceptivos

Preservativo masculino

Os preservativos masculinos são dos métodos contraceptivos mais seguros, sendo


vulgarmente chamados de – “camisa-de-vênus”, “camisinha”, “camisa sem mangas”,
“gabardina” ou “capacete”. É dos melhores métodos contraceptivos uma vez que, para
além de evitar a gravidez, evita a transmissão de doenças sexuais (exemplo, da SIDA,
Sífilis, entre outras doenças). A eficácia depende da utilização correta e sistemática.

Vantagens:

  Protege contra as DSTs e respectivas consequências;


   Não tem efeitos sistêmicos;
  Não necessita de supervisão médica;
 Fomenta o envolvimento masculino na contracepção e na prevenção das DSTs;
 Pode contribuir para minorar situações de ejaculação prematura.

 
Desvantagens:

  Embora raramente, em alguns indivíduos pode haver manifestações alérgicas,


ligadas ao látex ou ao lubrificante.
 Se não for usado corretamente, pode rasgar durante o coito ou ficar retido na
vagina.
 Pode interferir negativamente com o ato sexual.

Diafragma

É uma espécie de meia esfera de borracha. Introduz-se com os dedos no fundo da


vagina, de forma a cobrir o colo do útero. Os espermicidas (outro método contraceptivo)
quando utilizados conjuntamente com este método, aumenta a sua eficácia. Não deve
ser metido logo após o ato sexual (só ao fim de oito horas). Deve terdimensões
adequadas para o tamanho do colo do útero, por isso, deve ser adquirido com ajuda
médica.

É um método muito pouco utilizado, e é muito difícil encontrá-lo em Portugal.

 Espermicidas (creme, espuma ou gel)

Os espermicidas têm como objetivo destruir os espermatozóides. Estes isoladamente


não garantem uma grande eficácia, por isso, devem ser utilizados com outros métodos,
especialmente com os de barreira (preservativos e diafragma), que irão aumentar a sua
eficácia.

Contracepção Hormonal:

Este tipo de contracepção pode ser feito através, do contraceptivo oral ou de injecções
periódicas.
Injeções Periódicas 

As injeções periódicas são indicadas quase exclusivamente, para jovens e mulheres,


com deficiências mentais e dependendo de cuidados de outras pessoas.

Vantagens:
 

 A utilização é prática; não interfere com a relação sexual e não necessita de


motivação diária como os Contraceptivos Orais.
 Não tem os efeitos secundários dos estrógenos.
 A falta de menstruação que provoca pode ser útil em situações de anemia
crônica ou discrasias sanguíneas.
 Não tem efeitos significativos sobre os fatores de coagulação, a fibrinólise, a
tensão arterial ou a função hepática.
 Melhora algumas situações patológicas, como a endometriose, a anemia de
células falciformes e a epilepsia.

Desvantagens:

 Em regra, os injetáveis provocam irregularidades do ciclo menstrual, que podem


variar entre spotting e falta de menstruação. A hemorragia grave é um
acontecimento raro.
 Pode haver um atraso de alguns meses no retorno aos níveis anteriores de
fertilidade. Não há evidência de nenhum compromisso definitivo da fertilidade.
 Em algumas mulheres, verifica-se um acentuado aumento do apetite, o que pode
conduzir, eventualmente, ao aumento de peso.
 Pode causar, em certas mulheres, dor de cabeça, acne, queda de cabelo e
diminuição do desejo sexual.
 Não protege contra as DSTs.

Contraceptivo Oral

O contraceptivo oral ou vulgarmente chamado de pílula, é um método muito seguro,


pela sua forma de atuação a diferentes níveis. Impede a ovulação, cria um ambiente
hostil para a nidação no endométrio, e provoca alterações na densidade do muco
cervical que dificulta a passagem dos espermatozóides para o interior do útero. As
pílulas anticoncepcionais são comprimidos compostos por hormonais que se tomam
diariamente durante 21 dias por mês. Após terminar uma placa, faz-se uma pausa de 7
dias, recomeçando a toma de uma nova placa.

Vantagens:
 Tem elevada eficácia contraceptiva
  Não interfere com a relação sexual
  Regula os ciclos menstruais
 Melhora a tensão pré-menstrual e a dismenorreia
 Previne e controla a anemia ferropénica
 Contribui para a prevenção de:

- DIP e gravidez ectópica


- Cancro do ovário e do endométrio
- Quistos funcionais do ovário
- Doença fibroquística da mama

 Não altera a fertilidade, após a suspensão do método

Desvantagens:

 Exige o empenho da mulher para a toma diária da pílula


 Não protege contra as DST, nomeadamente SIDA e Hepatite B

 
Advertências  - Esquecimento:
Quando não se toma 1 comprimido no horário habitual, convém tomá-lo assim que
possível, desde que não tenham sido ultrapassadas 12 horas, mantendo a toma
correspondente a esse dia; neste caso, não é necessária nenhuma contracepção
suplementar. Quando o esquecimento for mais de 12 horas, deixar o comprimido que foi
esquecido, continuar a tomar a pílula, utilizando, durante 7 dias, outro método associado
(preservativo ou espermicida).
 
 Situações como, toma de antibióticos, diarréia, vômitos, esquecimentos e ingestão de
bebidas alcoólicas, diminuem a eficácia deste método, podendo até facilitar uma
gravidez. Por isso deve ser utilizado um método adicional, por exemplo, o preservativo.

Dupla Contracepção (pílula + preservativo)

A dupla contracepção é a utilização de dois métodos contraceptivos em simultâneo para


evitar uma gravidez.
Este método é melhor, pois aumenta a eficácia no impedimento de uma gravidez
indesejada, e graças ao preservativo impede a transmissão de uma doença sexual
transmissível (DST). 

É importante ter em conta que a toma da pílula isolada, apesar da mulher se sentir
protegida de uma gravidez, não protege de contrair uma DST, mesmo que:

 o/a parceiro(a) não pareça doente


 não se saiba que se tem uma infecção 
 estejam muito apaixonados

Implante

Trata-se de um bastonete de vinil acetato de etileno, com 4 cm de comprimento, que


contém 68 mg de 3-ceto-desogestrel. O progestagéneo é libertado lentamente e o efeito
contraceptivo prolonga-se por 3 anos.  

Vantagens:
 É muito eficaz.

 Não é necessária qualquer toma diária de medicamentos ou atuação preventiva


antes de se ter relações.

 Apenas é necessário um controle médico por ano.

 Há menos perdas de fluxo menstrual.

 Indicado em mulheres com problemas econômicos, psicológicos ou mentais que


as impeçam de tomar a pílula regularmente.

Desvantagens:
 Sobretudo de início, pode haver irregularidades do ciclo.

 Pode haver, raramente, aumento de peso, perda de cabelo, cefaléias e


escurecimento da pele na zona do implante.

 Pode haver um agravamento da depressão e dores pré-menstruais.

 Pode ser difícil encontrar médicos com prática de fazer e remover os implantes.

 Os implantes não protegem das doenças sexualmente transmissíveis.


Anel vaginal

 
Trata-se de um anel com cerca de 5 cm de diâmetro, feito de um tipo de silicone
bastante flexível. Em contacto com a vagina, o anel liberta, progressivamente, uma
combinação hormonal semelhante à existente nas pílulas. É uma alternativa para quem
não tolera os efeitos colaterais causados pelos comprimidos ou para mulheres que se
esquecem de tomá-los diariamente.

Vantagens:

 O anel contém uma dosagem hormonal menor que as pílulas de uso oral, pois as
substâncias passam da região pélvica para a corrente sanguínea e não precisam
ser metabolizadas pelo fígado. Isso anula os efeitos colaterais, como inchaço,
dor de cabeça e aumento de peso.
 Não perde eficácia em caso de diarréia ou vômitos, como no caso da pílula
tomada oralmente.
 O seu uso não impede a aplicação de cremes vaginais, as cauterizações, o
Papanicolau e o tratamento de HPV.
 É tão seguro como o DIU e muito mais do que o diafragma.

Adesivo

Liberta doses contínuas de estrogênio e progesterona, impedindo a ovulação. Assim


como o anel vaginal, é indicado para quem não suporta os efeitos colaterais causados
pelas pílulas tradicionais e para mulheres que se esquecem de tomar os comprimidos
diariamente.

Vantagens:

 Por conter uma dosagem hormonal inferior à da pílula, causa menos reacções
adversas;
 Não é necessário lembrar-se diariamente da toma da pílula, embora seja muito
importante não se esquecer da altura da troca do adesivo.

Desvantagens:

  Pode desencadear sangramento entre as menstruações. Apesar de ser à prova de


água, pode descolar esporadicamente. Se isso ocorrer, coloque um novo adesivo
no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte.

 Contracepção de Emergência ou “Pílula do Dia Seguinte”


Tal como o nome indica, é um método a utilizar apenas em situações de emergência.
Quando ocorre uma relação sexual desprotegida ou mal protegida e se receia que pode
resultar em gravidez.

Deve ser tomada o mais rapidamente possível, de preferência nas primeiras 12h e no


máximo 72h após a relação sexual.

Contem uma dose elevada de hormonais, alterando a ovulação, a fecundação e as


condições da mucosa uterina, tornando-se inapropriadas para a nidação e assim impede
a gravidez. Não deve ser utilizada como um método contraceptivo mensal, pois é uma
“bomba” hormonal. Não é isenta de efeitos secundários, podendo provocar náuseas,
vômitos, dores de cabeça e diarréias e não é capaz de interromper uma gravidez.

Se tomar este medicamento e não utiliza regularmente um método contraceptivo,


recomenda-se que consulte o seu médico ou vá a uma consulta de Planejamento
Familiar para obter conselhos sobre um método contraceptivo adequado ao seu caso.

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