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Capítulo 7
7.1- Introdução
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e por nós próprios no trabalho [4], frequentemente o jitter apresenta uma distribuição não
gaussiana, essencialmente devido à interacção entre solitões.
228
Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
t − δ ⋅ Tbit
h p (t − δ ⋅ Tbit ) = Pp ⋅ sech 2 (7.1)
T0
229
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+∞
j ( t , δ) = ρ ⋅ q ⋅ ∫ h r ( t − τ ) ⋅ h p (τ − δ ⋅ Tbit ) dτ (7.2)
−∞
Assumindo que os símbolos lógicos são equiprovaveis, o BER será então dado pela
expressão (7.3), onde Id é o nível de decisão. Notemos que assumindo como única
perturbação o jitter, a probabilidade de erro do sistema é apenas devida à probabilidade
de erro na detecção dos símbolos correspondentes ao valor lógico "1", pois os símbolos
correspondentes ao valor lógico "0" não têm jitter.
⋅ P( J 1 < I d )
1
BER = (7.3)
2
230
Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
BER =
1
2
1
2
{ 1
2
} {
⋅ P(J 1 < I d ) = ⋅ P(δ > δ + ) + P(δ < δ − ) = ⋅ 1 − Fδ (δ + ) + Fδ (δ − ) } (7.4)
Fδ ( x) = ∫f δ
( δ ) dδ (7.5)
−∞
j (t d ,δ) = I d (7.6)
Nesta secção iremos focar a nossa atenção no estudo do jitter devido à propagação
não linear, que conforme vimos no capítulo 5 e apresentámos no trabalho [4], pode ser
caracterizado por uma distribuição resultante da adição de cinco gaussianas descentradas,
sendo a função densidade de probabilidade de δ dada por
⋅ f g (δ, σ GH ) + ⋅ f g (δ − t 2 , σ GH )
1 1
fδ (δ ) =
2 8
t2
f g (t , σ GH ) =
1
⋅ exp − 2 (7.8)
2 π ⋅ σ GH 2 ⋅ σ GH
e σGH é igual a
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1/ 2
n sp ⋅ n I2 ⋅ D ⋅ h ⋅ ( G − 1) ⋅ L3T
σ GH = (7.9)
9 ⋅ T0 ⋅ A eff ⋅ L a ⋅ Q
a
t 2 = − T0 ⋅ ln cos ⋅ LT (7.10)
LD
a
t 3 = − T0 ⋅ ln cos 2 ⋅ LT (7.11)
2 ⋅ LD
1 δ 1 δ − t 2 1 δ + t 2 1 δ − t 3 1 δ + t 3
Fδ ( δ) = 1 − ⋅ Q + ⋅ Q + ⋅ Q + ⋅ Q + ⋅ Q (7.12)
2 σGH 8 σGH 8 σGH 8 σGH 8 σ GH
1 1 δ 1 δ − t 1 δ + t 1 δ − t 1 δ + t
BER = ⋅ ⋅ Q + + ⋅ Q + 2 + ⋅ Q + 2 + ⋅ Q + 3 + ⋅ Q + 3
2 2 σGH 8 σGH 8 σGH 8 σGH 8 σGH
1 1 −δ 1 − δ + t 1 − δ − t 1 −δ + t 1 − δ − t
+ ⋅ ⋅ Q − + ⋅ Q − 2 + ⋅ Q − 2 + ⋅Q − 3 + ⋅ Q − 3 (7.13)
2 2 σGH 8 σGH 8 σGH 8 σGH 8 σGH
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Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
Tr
BER = Q (7.14)
2 ⋅ σ GH
O mesmo raciocínio foi seguido por outros autores, nomeadamente T. Georges, que
em [3] assume uma janela temporal do receptor cujo valor é 75% do período do bit.
Embora simples, este tratamento tem o inconveniente de introduzir a figura da janela
temporal do receptor duma forma ad hoc. De facto a janela do receptor é estabelecida por
ajuste dos resultados teóricos a dados experimentais.
Notemos que embora não sendo indispensável, usando a nossa formulação, a janela
do receptor, segundo o conceito de J. P. Gordon e L. Mollenauer, pode ser calculada
teoricamente sendo dada por
Tr = δ + − δ − (7.15)
onde δ + e δ - são dados por (7.6), ou seja a janela do receptor é a diferença entre o avanço
e o atraso máximo que o receptor é capaz de tolerar antes de proceder a uma decisão
errada.
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1 T 1 T − 2 ⋅ t2 1 Tr + 2 ⋅ t2 1 Tr − 2 ⋅ t 3 1 Tr + 2 ⋅ t 3
BER = ⋅ Q r + ⋅ Q r + ⋅ Q + ⋅ Q + ⋅ Q (7.16)
2 2 ⋅ σGH 4 2 ⋅ σGH 4 2 ⋅ σGH 4 2 ⋅ σGH 4 2 ⋅ σGH
1
δ+
1
{ }
BER = ⋅ 1 − P(δ − < δ < δ + ) = ⋅ 1 − ∫ f δ ( δ ) dδ
2 δ
(7.17)
2
−
Da expressão (7.17), somos levados a concluir que o BER será mínimo quando o
integral da função densidade de probabilidade de δ, no intervalo ]δ -; δ +[, for máximo.
Fazendo tender o atraso e o avanço máximo, que o receptor pode tolerar para infinito,
temos que o integral da função densidade de probabilidade de δ tende para um e o BER
para zero. Ou seja, se a janela do receptor for infinita a taxa de erros devida às flutuações
do instante de chegada é nula.
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Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
Uma outra conclusão que poderemos retirar da expressão (7.17), é que no caso da
função densidade de probabilidade ser simétrica em torno da origem e decrescer ao
afastarmo-nos da origem, é imediato que o BER é mínimo quando a janela do receptor
estiver centrada na origem e neste caso temos que δ + igual a - δ -. Pois ao deslocarmos a
janela para qualquer um dos lados a diferença entre o acréscimo de área integrada e aquela
que deixamos de integrar é sempre negativa.
δ + + ∆δ δ+ δ + + ∆δ δ − + ∆δ
Donde se pode concluir que se a função densidade de probabilidade for simétrica em torno
da origem, e decrescer ao afastarmo-nos da origem, o segundo integral é sempre menor
que o terceiro integral do lado direito da expressão (7.18), para todos os valores de ∆δ
maiores que zero. Fazendo com que a expressão (7.18) seja máxima e o BER mínimo
quando ∆δ for igual a zero, logo quando δ + for igual a -δ -.
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Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
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Podemos comprovar, na figura 7.2, que no caso de filtros com respostas impulsionais
simétricas a diferença entre o valor absoluto do avanço e do atraso, que o sistema tolera
sem proceder a uma decisão errada, é nula quando o instante de decisão coincide com o
valor máximo da resposta do filtro equalizador, ponto A. Por outro lado no filtro RC, o
instante de decisão óptimo, ou seja o instante de decisão que faz com que em valor
absoluto o atraso e o avanço máximo que o sistema tolera sejam iguais, ponto B, não
coincide com o valor máximo da função j( t, δ) na ausência de jitter.
238
Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
Notemos que para o sistema a operar a 2.5 Gbit/s os resultados são coincidentes, no
entanto para o sistema a operar a 4 Gbit/s as curvas divergem consideravelmente para
larguras dos impulsos superiores a 30 ps. Isto deve-se ao efeito da interacção entre
solitões, que é obviamente mais critico no sistema a 4 Gbit/s do que no sistema a 2.5 Gbit/s.
Notemos que no sistema a 2.5 Gbit/s o período do bit é de 400 ps e no sistema a 4 Gbit/s
o período do bit é de 250 ps.
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Gbit/s a partir de um dado ponto assistimos a um ponto de inflexão, este ponto não é visível
nos resultados de J. P. Gordon e L. Mollenauer e deve-se ao facto da interacção entre
solitões passar a assumir um papel dominante.
Notemos ainda que a partir de uma dada largura dos impulsos, dá-se a colisão dos
solitões adjacentes antes do receptor. A análise de sistema a operarem para além da
distância de colisão está fora do âmbito desta tese, por isso no gráfico da figura 7.3
apresentamos apenas os resultados para larguras dos impulsos inferiores a 50 ps, no
sistema a 4 Gbit/s, de modo a garantir que estamos a operar fora deste regime.
Notemos que na figura 7.4, as curvas relativas ao jitter foram obtidas com base nas
expressões (7.13), curva a tracejado, e (7.14) curva a cheio, a curva relativa ao ruído foi
obtida com base nas expressões (6.46), (6.49) e (6.50).
240
Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
Na figura 7.4, podemos igualmente comprovar como a interacção entre solitões, ver
curva a tracejado, pode ser um factor determinante no desempenho dos sistemas. Notemos
que se desprezássemos o efeito da interacção entre solitões, seriamos levados a concluir
que a largura óptima do solitão no sistema a 4 Gbit/s seria de aproximadamente 40 ps,
porém ao considerarmos a interacção entre solitões verificamos que a largura óptima é
inferior, assumindo um valor próximo dos 35 ps e que o desempenho do sistema é
consideravelmente pior.
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Y = X + J − j( t d ,0) (7.19)
BER =
1
2 [ ]
⋅ p 0 (I d ) + p 1 (I d ) (7.20)
com
+∞
p0 ( I d ) = ∫ W ( y ) dy
X Y0 (7.21)
Id
Id
p1 ( I d ) = ∫ W ( y ) dy
X Y1 (7.22)
−∞
242
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A variável J1, que quantifica o efeito do jitter, é uma função não trivial de δ, ver
expressão (7.2). Vamos por isso tentar aproximar J1 = j(td, δ) por uma função mais
facilmente tratável. Uma primeira aproximação pode ser obtida expandindo a função j(td, δ)
em série de McLaurin, obtendo-se
∂j 1 ∂2 j 1 ∂nj
J 1 = j (t d , δ ) = j (t d ,0) + ⋅δ + ⋅ δ 2 + ⋅⋅ ⋅ + ⋅ δ n + ⋅ ⋅⋅ (7.23)
∂δ δ =0 2 ∂δ 2 n ! ∂δ n
δ =0 δ= 0
j( t d , δ) ≈ D0 + D1 ⋅ δ + D 2 ⋅ δ 2 (7.24)
em que
∂j
D1 = (7.26)
∂δ δ =0
1 ∂2 j
D2 = (7.27)
2 ∂δ2
δ=0
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∂nj
+∞
∂ n h p (τ − δ ⋅ Tbit )
= ρ ⋅ q ⋅ ∫ h r (t d − τ ) ⋅ dτ (7.28)
∂δ n −∞ ∂δ n
+∞
∂j τ
= ρ ⋅ q ⋅ ∫ h r ( t d − τ ) ⋅ h p ( τ) ⋅ 2 ⋅ bit ⋅ tanh dτ
T
(7.29)
∂δ δ = 0 −∞
T0 T0
e
+∞
τ
2
∂2 j T
= ρ ⋅ q ⋅ ∫ h r ( t d − τ) ⋅ h p ( τ) ⋅ 2 ⋅ bit ⋅ 3⋅ tanh2 −1dτ (7.30)
∂δ 2 −∞
T0 T0
δ =0
244
Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
Vamos por isso procurar outra aproximação para a resposta do filtro equalizador.
Uma alternativa possível é aproximar a resposta do filtro equalizador por uma parábola
invertida, de tal forma que se mantenha a mesma janela do receptor, ou seja calcular D0, D1
e D2 através das seguintes equações
245
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D2 ⋅ δ 2 + D1 ⋅ δ + D 0 = I d (7.31)
j (t d ,δ ) = I d (7.33)
− D1 + D21 − 4 ⋅ D 2 ⋅ (D 0 − I d )
δ+ = (7.34)
2 ⋅ D2
− D1 − D21 − 4 ⋅ D 2 ⋅ (D0 − I d )
δ− = (7.35)
2 ⋅ D2
D0 − I d
D2 = − (7.36)
δ +2
246
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Y1 ≈ X1 + D1 ⋅ δ + D 2 ⋅ δ 2 (7.37)
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{
M Y1 (s, t d ) = E{ e s⋅Y1 } ≈ E{ e s⋅X 1 } ⋅ E e s⋅ D 2 ⋅δ
2
Conforme vimos no capítulo 6, a variável X1 pode ser aproximada com bastante rigor
por uma distribuição gaussiana, obtendo-se [7]
σ X1 2 ⋅ s2
(
M X1 s, m X1 , σ X1 ) = exp m X 1 ⋅ s +
2
(7.39)
com [8]
248
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s⋅µ2
M chi ( s, µ , σ) =
1
exp (7.41)
1 − 2 ⋅ σ ⋅ s
2
1 − 2 ⋅ σ2 ⋅ s
particulares, uma quando t2, t3 e σ 2GH assumem o valor zero e outra quando σ 2X igual a
1
Quando t2, t3 e σ 2GH são nulos, significa que estamos a desprezar o efeito de
(− y−mX1 )2
+∞ σ 2X
i⋅ω⋅mX1 −ω ⋅ 2 1 i⋅ω⋅y
2 2⋅σ 2
WY1 ( y) =
1 1
∫ e ⋅ e dω = X1
e (7.43)
2 ⋅ π −∞ 2 ⋅ π ⋅ σ 2X1
Recordemos que o integral da expressão (7.43) pode ser resolvido recorrendo a uma
tabela de transformadas de Fourier, identificando o integral como sendo a transformada
inversa de uma função gaussiana.
249
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Id
−
( y− m X1 )
2
m −I
2⋅σ 2X X1 d
p1 (I d ) = ∫
1 1
dy = 2 ⋅ erfc
e 1 (7.44)
2
−∞ 2 ⋅ π ⋅ σ X1 2 ⋅ σ X1
2
D 0 −y
e ( )
+∞ i⋅ω⋅ D 0 − y 2⋅σ 2GH ⋅D 2
WY1 ( y) = ⋅ U( D0 − y ) (7.45)
1 e
∫ dω =
2 ⋅ π −∞ 1 − i ⋅ ω ⋅ 2 ⋅ σ 2 ⋅ D
GH 2 − 2 ⋅ π ⋅ σ 2
GH ⋅ D 2 ⋅ ( D 0 − y)
em que U(⋅) é a função degrau, ou seja assume o valor um quando o argumento é maior que
zero e o valor zero quando o argumento é menor ou igual a zero. O integral da expressão
(7.45) pode ser calculado fazendo a transformação D0-y = -Y, e notando que o integral
resultante corresponde à transformada inversa de Fourier duma função chi-quadrada em Y
Temos então
D0 − y
Id 2⋅σ2 ⋅D
e GH 2
p 1(I d ) = ∫ dy (7.46)
−∞ − 2 ⋅ π ⋅ σ 2GH ⋅ D 2 ⋅ (D 0 − y)
250
Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
em que Id é menor que D0. O integral da expressão (7.46) pode ser resolvido fazendo a
transformação seguinte
y = D 0 + D2 ⋅ x 2 (7.47)
temos então
−
x2
( 0 d) 2
D − I ( − D ) 2⋅σ 2GH Id − D0
p1 ( I d ) = 2 ⋅
e
∫ dx
2 ⋅ π ⋅ σ 2GH
= erfc
2 ⋅ D 2 ⋅ σ GH
2
(7.48)
−∞
δ 2+
p1 (I d ) = erfc
(7.49)
2 ⋅ σ GH
2
251
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Fazendo coincidir x com a variável decisória associada à recepção do "1" lógico Y1, é
imediato que a esperança de C(x) é igual a probabilidade de erro associada à recepção de
um impulso.
(
G( x) = exp ϕ ⋅ ( x − I d ) ,) ϕ≤0 (7.51)
que assume para todos os valores de x e para qualquer valor de ϕ menor ou igual a zero um
valor maior ou igual a C(x), resulta que
{ } { }
p 1 ( I d ) = E C( Y1 ) ≤ E G( Y1 ) = M Y ( ϕ) ⋅ e −ϕ⋅I , ϕ ≤ 0
1
d
(7.52)
Temos assim que o lado direito da expressão (7.52) assume, para todos os valores
de ϕ menores ou iguais a zero, um valor maior ou igual à probabilidade de erro associada à
detecção do "1" lógico. Determinando o mínimo da expressão M Y1 ( ϕ) ⋅ e − ϕ⋅I d , em ordem a
É imediato que definindo a função C(x) como assumindo o valor zero se x for menor
que nível de decisão Id, e um se x for maior ou igual a Id, e seguindo um raciocínio em todo
análogo ao anterior vamos obter um majorante para a probabilidade de erro associada à
recepção do "0" lógico.
p 0 (I d ) ≤ M Y ( ϕ) ⋅ e− ϕ⋅I , ϕ ≥ 0
0
d
(7.53)
252
Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
Notemos que para usarmos a aproximação gaussiana temos que calcular a média e a
variância da variável decisória, na presença e na ausência de um impulso. A média e a
variância da variável decisória na ausência de um impulso podem ser calculadas usando as
expressões (6.108) e (6.109), na presença de um impulso obtemos a partir da expressão
(7.38) os seguintes resultados
∂M Y1 ( s)
m Y1 = (7.54)
∂s
s= 0
∂ 2 M Y1 ( s)
σ 2Y1 = − m 2Y (7.55)
∂s 2 1
s= 0
m Y1 = m X1 + D 2 ⋅ E ( δ 2 ) (7.56)
(
σ 2Y1 = σ 2X1 + D 2 2 ⋅ E(δ 4 ) − E(δ 2 )
2
) (7.57)
sendo
∂ 2 M δ ( s)
Eδ( )2
=
∂s 2
= σ 2GH + (
1 2 2
⋅ t +t
4 2 3
) (7.58)
s=0
253
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∂ 2 M 2 ( s)
E(δ )= ⋅ σ GH ⋅ (t 22 + t 23 ) + ⋅ (t 42 + t 43 )
δ 3 2 1
4
= 3 ⋅ σ 4GH + (7.59)
∂s 2
2 4
v =0
Temos assim que a variável decisória, que vamos designar por Z, pode ser
considerada como a soma da variável aleatória X, considerada no capítulo 6, que quantifica
o efeito do ruído, da variável aleatória J, considerada na secção 7.2, que quantifica o efeito
do jitter e da variável aleatória S, que quantifica o efeito da interferência entre símbolos
254
Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
A variável aleatória S pode ser definida, para um dado símbolo e para uma dada
sequência, como um somatório infinito, incluindo o efeito de todos os símbolos da
sequência à excepção daquele que estamos a considerar
+∞
S= ∑Sk (7.61)
k =−∞
k ≠0
Notemos que o símbolo que dista k símbolos do símbolo que estamos a considerar
pode assumir o valor lógico "0" ou "1", sendo que quando assume o valor "0" lógico a
interferência entre símbolos provocada por esse símbolo é nula, ou seja
S k ,0 = mS k ,0 = 0 (7.62)
Quando o símbolo k assume o valor lógico "1" a interferência entre símbolos será
dada pelo valor da cauda da resposta do filtro equalizador do receptor, no instante de
decisão relativo ao símbolo que estamos a detectar, ou seja
+∞
S k ,1 = mS k ,1 = ρ ⋅ q ⋅ ∫ h r ( t d − k ⋅ Tbit − τ) ⋅ h p ( τ) dτ (7.63)
−∞
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BER ≈
1
[
⋅ P (Z > I d ) + P0 (Z100 > I d ) + P0 (Z 001 > I d ) + P0 (Z101 > I d )
8 0 000 ]
[ ]
+ ⋅ P1 (Z 010 < I d ) + P1 (Z110 < I d ) + P1 (Z 011 < I d ) + P1 (Z111 < I d ) (7.64)
1
8
Porque estamos a considerar que a interferência entre símbolos originada pelos "0"
lógicos é nula, podemos rescrever a expressão (7.64), considerando uma resposta do filtro
equalizador simétrica em torno do instante de decisão, na forma seguinte
BER ≈
1
[
8 0 0 ]
⋅ P ( X > I d ) + 2 ⋅ P0 ( Z100 > I d ) + P0 (Z101 > I d )
256
Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
1
8 [ ]
+ ⋅ P1 (Y1 < I d ) + 2 ⋅ P1 (Z110 < I d ) + P1 (Z111 < I d ) (7.67)
e
Z111 = Y1 + 2 ⋅ m S1,1 (7.71)
( )
M Z100 ( s) = M X0 ( s) ⋅ exp mS1,1 ⋅ s (7.72)
257
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(
M Z101 ( s) = M X0 ( s) ⋅ exp 2 ⋅ m S1,1 ⋅ s ) (7.73)
(
M Z111 ( s) = M Y1 ( s) ⋅ exp 2 ⋅ m S1,1 ⋅ s ) (7.75)
σ X 02 ⋅ s 2
(
M X0 s, m X 0 , σ X 0 ) = exp m X 0 ⋅ s +
2
(7.76)
com m X 0 dado por (6.108), σ 2X por (6.109), M Y1 ( s) por (7.38) e m S1,1 por (7.63).
0
σ2 i⋅ω⋅t 22 ⋅ D2 i⋅ω⋅t23 ⋅ D2
+∞ i⋅ω⋅ m +κ ⋅m − z −ω2⋅ X1
1 e 1
X S11
, 2
1 1 1− i⋅ω⋅2⋅ σ2GH⋅ D2 1 1−i⋅ω⋅2⋅σ2GH ⋅D2 (7.77)
WZA1C (z) = ∫
2 ⋅ π −∞ 1− i ⋅ω ⋅ 2 ⋅ σ2GH ⋅ D2
⋅ + ⋅e
2 4
+ ⋅e
4
dω
em que κ é igual a zero quando A e C assumem o valor lógico "0", é igual a um quando A
assume o valor lógico "1" e C o valor lógico "0" ou quando A assume o valor lógico "0" e C
assume o valor lógico "1" e é igual a dois quando A e C assumem ambos o valor lógico "1",
m X1 e σ 2X são dados respectivamente por (6.110) e (6.111) e m S1,1 é dado por (7.63).
1
σ 2X0
( )
+∞
1
WZA 0 C ( z) = ∫ exp i ⋅ ω ⋅ mX 0 + κ ⋅ mS1,1 − z − ω ⋅ 2 dω
2 ⋅ π −∞
2
(7.78)
258
Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
( z− m )2
+∞ σ 2x −
∫ exp i ⋅ ω ⋅ ( m − z ) − ω ⋅ 2 dω =
1 1
WZABC ( z) = 2
e 2⋅σ 2x
(7.79)
2 ⋅ π −∞ 2 ⋅ π ⋅ σ 2x
( z− m )2
+∞ −
I −m
P(z A0C > I d ) = dz = ⋅ erfc d
1 2⋅σ 2X 1
∫
2 ⋅ π ⋅ σ 2X0
e 0
2 2 ⋅ σ 2X0 (7.80)
Id
( z− m) 2
−
2⋅σ 2X
Id
m − Id
P(z A1C < Id ) = ∫
1 1
e 1 dz = ⋅ erfc (7.81)
−∞ 2 ⋅ π ⋅ σ X1
2
2
2 ⋅ σ 2X1
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símbolos, e todas as possíveis combinações dos dois símbolos adjacentes, de acordo com
a expressão (7.67),
1 1
I −m
d
BER ≈ ⋅ ⋅ erfc
X0
(
I − m +m
d X0 S1,1 ) + 1 ⋅ erfc I − ( m
d X0 )
+ 2 ⋅ mS1,1
+ erfc
2 ⋅ σ X0 2 ⋅ σ X0 2 ⋅ σ 2X 0
8 2 2 2 2
m −I m X + mS − I d mX + 2 ⋅ m S − I d
1 1 X1 d 1 1,1 1 1 1 ,1 (7.82)
+ ⋅ ⋅ erfc + erfc + 2 ⋅ erfc
8 2
2 ⋅ σ X1 2 ⋅ σ X1 2 ⋅ σ X1
2 2 2
detecção de um impulso que σ 2X1 , t2 e t3 assumem o valor zero e m X1 é igual a D0, ver
D0 +κ⋅mS11 , −z
+∞ i⋅ω⋅ D 0 +κ⋅mS1,1 − z 2 ⋅σ2GH ⋅D2
WZA1C (z) =
1
∫
e
dω =
e
(
⋅ U D0 + κ ⋅ mS11, − z ) (7.83)
2 ⋅ π −∞ 1 − i ⋅ ω ⋅ 2 ⋅ σ2 ⋅ D
GH 2 (
− 2 ⋅ π ⋅ σ2GH ⋅ D2 ⋅ D0 + κ ⋅ mS11, − z )
em que a função U(⋅) é a função degrau. O integral da expressão (7.83) foi calculado
usando um procedimento análogo ao usado para calcular (7.45).
z = D 0 + κ ⋅ m s,1 + D 2 ⋅ x 2 ,
I − D −κ ⋅ m −
x2
d 0 , D2
s11 2⋅ σ2GH I d − D0 − κ ⋅ m s
P( zA1C < Id ) = 2 ⋅
e
dx = erfc
, (7.84)
∫
11
2 ⋅ π ⋅ σ 2GH 2 ⋅ D 2 ⋅ σ GH
2
−∞
Obtendo-se por fim, de acordo com a expressão (7.67), e recordando que na ausência de
ruído não temos erros na detecção dos "0" lógicos, desde que o nível de decisão seja,
simultaneamente, superior a zero e a 2 ⋅ m S11, ,
1 I d − D0 Id − D0 − mS
,
Id − D0 − 2 ⋅ mS
, (7.85)
BER ≈ ⋅ erfc + ⋅ +
11 11
8 2 ⋅ D2 ⋅ σ 2GH
2 erfc 2 ⋅ D2 ⋅ σ2GH erfc
2 ⋅ D ⋅ σ 2
2 GH
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Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
mS1,1 = I 1 ⋅ V (7.86)
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Embora do ponto de vista de implementação prática esta não seja uma solução
particularmente interessante, do ponto de vista do tratamento analítico é útil, devido à forma
simples da resposta impulsional do filtro integrate and dump. As conclusões obtidas para
este filtro podem depois ser estendidas a outro tipo de filtros mais facilmente
implementáveis.
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Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
Da figura 7.11 diversas conclusões podem ser retiradas, desde logo comparando o
desempenho do sistema considerando r igual a zero, curva a tracejado, e r igual a 0.1, curva
a cheio, verificamos que ao aumentarmos a janela de integração a degradação devida ao
jitter diminui consideravelmente, parte esquerda da figura 7.11, por outro lado a
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degradação devida à ISI aumenta, o que é particularmente visível para larguras dos
impulsos superiores a 40 ps. No entanto, próximo da largura dos impulsos óptima, ou seja
para impulsos entre os 20 e os 30 ps, a degradação extra introduzida pelo aumento da ISI é
insignificante. Fazendo com que do ponto de vista global, admitindo que o majorante de
Chernoff nos dá uma aproximação do desempenho do sistema, um sistema cujo
desempenho era da ordem de 10-21, ver figura 7.8, apresente agora um desempenho da
ordem de 10-26, ou seja cerca de 5 ordens de grandeza melhor. Isto mostra que é possível
optimizar o sistema, de modo a ser mais tolerante ao jitter, sem introduzir uma degradação
considerável do ponto de vista da interferência entre símbolos, na região de operação
óptima.
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Desempenho e Optimização na Presença de Jitter e ISI capítulo 7
7.4 - Conclusões
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Referências
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ultra-long distance transmission, Journal of Lightwave Technology, vol. 9, n. 2, pp. 170-173, 1991.
[2] C.R. Menyuk, Non-gaussian corrections to the Gordon-Haus distribution resulting from soliton
interactions, Optics Letters, vol. 20, n. 3, pp. 285-287, 1995.
[3] T. Georges, Bit error rate degradation of interacting solitons owing to non-gaussian statistics,
Electronics Letters, Vol. 31, No. 14, pp. 1174-1175, 1995.
[4] A. Nolasco Pinto, Govind P. Agrawal, J. Ferreira da Rocha, Effect of soliton interaction on timing
jitter in communication systems, Journal of Lightwave Technology, Vol. 16, No. 4, pp. 515-519, 1998.
[5] Ivan P. Kaminow e Thomas L. Koch (editores), Optical Fiber Telecommunications III A, Academic
Press, San Diego, EUA, 1997, capítulo 12, pp. 397, escrito por L. F. Mollenauer, J. P. Gordon e P. V.
Mamyshev.
[6] Luís Filipe Botelho Ribeiro, Sistemas de Comunicação com Amplificação Óptica, Tese de
Doutoramento, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal, 1995.
[7] Douglas G. Kelly, Introduction to Probability, Macmillan Publishing Company, Nova Iorque, EUA,
1994.
[8] V. K. Rohatgi, An Introduction to Probability Theory and Mathematical Statistics, Jonh Wiley &
Sons, Nova Iorque, EUA, 1976.
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