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Resumo
Abstract
The article aims to analyze compliance with the main legal and normative
requirements of the fire safeguard in the residential buildings of
Salvador/BA. Inspections were carried out with a photographic contribution
in residential buildings to diagnose the compliance of firefighting facilities
according Law No. 12,929, of December 27, 2013, which provides for Fire
and Panic Safety and makes other provisions, in the State Decree No. 16,302
of August 27, 2015, as well as the Technical Instructions made available by
the Fire Department of Bahia. The study proposed weightings to contribute
to improvements and adaptations necessary for the conformity of its projects
and facilities.
*
Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado na UNIFACS – Universidade Salvador, em
2016.2
**
Graduando em Engenharia Civil – frbmoraes@gmail.com
***
Graduando em Engenharia Civil – mateuscaldas@live.com
****
Prof. Msc. do Curso de Engenharia Civil da UNIFACS – alex.caldas@pro.unifacs.br
1 INTRODUÇÃO
*****
Disponível em: <http://www.observatoriodeseguranca.org/files/Relat%C3%B3rio%20Descritivo%20-
%20Perfil%20das%20Organiza%C3%A7%C3%B5es%20de%20Seguran%C3%A7a%20P%C3%BAblica.pdf >.
Acesso em: 10/09/2016.
Os eventos já registrados foram responsáveis diretamente pelas alterações na legislação
de segurança predial. Apesar de apresentar uma legislação reformulada, mais detalhada e
exigente, muitos profissionais, seja por imperícia, negligência ou imprudência, findam por não
executar um projeto de incêndio ou executá-lo de forma indevida e, nos piores dos casos, até
mesmo não elaborar um plano/projeto de combate ao fogo. Existem também, projetos de
incêndio que apresentam falhas por conta de manutenção ou por conta da não conformidade do
sistema de acordo com a atualização das leis e normas locais.
Diante disto, em vista que a vida humana é o bem mais precioso existente, e os bens
materiais riquezas a serem preservadas, deve-se buscar a utilização de um sistema
completamente eficiente de combate ao fogo para que possa preveni-los e resguardá-los.
Entretanto, é preciso que a prevenção contra incêndio seja reconhecida, não somente por
construtores e projetistas, mas também pelos usuários, como realmente é: uma questão de
segurança.
A segurança contra incêndio é um tema que deve ser tratado nas escolas e universidades
com mais frequência e seriedade. Serão nas escolas o início do processo de conscientização da
sociedade, com palestras e simulações; já nas universidades, além de dar continuidade às
atividades desenvolvidas anteriormente, cabe a estas a responsabilidade da qualificação dos
profissionais habilitados para produção e execução desses projetos, contribuindo, desta forma,
para a segurança e prevenção nas edificações.
Com o intuito de reverter este quadro crítico e incentivar a cultura da segurança contra
incêndio que se apresenta no país como um todo, este estudo tem por objetivo analisar o
cumprimento dos principais requisitos legais e normativos da salvaguarda contra incêndio nos
edifícios residenciais de Salvador/BA em observação, através de estudo de caso que se baseou
em duas vistorias atentas para as instalações de combate a incêndio em edificações residenciais,
sendo uma delas moderna, e outra, mais antiga.
Desta forma, este artigo contribui para maiores esclarecimentos aos projetistas a respeito
dos fatores relevantes a serem considerados no desenvolvimento do projeto, bem como serve
de base para estudos e comparativos posteriores, seja para o meio acadêmico ou para o
profissional.
2 CARACTERÍSTICAS DA CIDADE DE SALVADOR
Portanto, Salvador não possui uma regularidade ou padrão em suas habitações, isto é,
cada edificação da cidade é única. Cada construção possui suas características e peculiaridades
desde o processo construtivo, materiais utilizados e nível de ocupação, que tem por obrigação
serem considerados no momento do dimensionamento do sistema de combate a incêndio.
3 ESTUDO DE CASO
A pesquisa deste artigo se enquadra em um estudo de caso que tem como propósito
identificar o atendimento à normatização quanto aos itens essenciais de prevenção contra
incêndio obrigatórios nas edificações prediais residenciais. Para isso, foram realizadas
pesquisas documentais para identificar as normas e legislações pertinentes as edificações as
quais foram realizadas as vistorias. Vistorias estas que ocorreram em dois edifícios residenciais
dentro de um molde em que se abordou desde a parte construtiva, como o traçado da rota de
fuga, até a manutenção dos equipamentos. Estas edificações serão identificados neste estudo
como Edifício X e Edifício Y, com o intuito de manter resguardada a privacidade das
edificações e de seus moradores.
Desta forma, com base na legislação anterior, os mesmos devem conter: extintores,
hidrantes e/ou mangotinhos, acionadores manuais, chuveiros automáticos, saídas de
emergência, sinalização de segurança, iluminação de emergência, central de gás, brigada de
incêndio, entre outros.
3.1 Saída de emergência
Segundo Silva et al. (2010), dentre as medidas de proteção passiva, o projeto de saídas
de emergência é fundamental para que em caso de um incêndio os usuários tenham a
possibilidade de sair do edifício por meios próprios, utilizando rotas de fuga seguras, livres dos
efeitos do fogo (calor, fumaça e gases).
Além disso, as rotas de fuga também podem ser utilizadas para a entrada de socorristas,
como a brigada de incêndio ou do Corpo de Bombeiros, pois muitas vezes a conformação do
edifício não permite o combate pelo exterior ou então o resgate de pessoas precisa ser efetuado.
Nesses casos, os meios de evacuação podem converter-se em meios de acesso seguro às áreas
afetadas ou não pelos efeitos do incêndio.
Entretanto, o Edifício Y não apresentava porta corta-fogo (de acordo com Figura 4):
elemento essencial para o impedimento ou retardação da propagação do fogo, calor e gases, de
um ambiente para o outro, conforme ABNT NBR 11.742:2003 - Porta corta-fogo para saída de
emergência. A sua ausência compromete a garantia da evacuação dos ocupantes e de agilidade
no acesso dos socorristas uma vez que compromete a visibilidade do ambiente que rapidamente
é tomado por gases liberados pelo processo da combustão nos casos de incêndio.
Figura 4 – Escada do Edifício Y
Entretanto, segundo Seito et al. (2008), deve ser levado em conta a relação entre o nível
de iluminamento e a idade das pessoas. As recomendações geralmente são baseadas no
comportamento dos olhos de uma pessoa de idade média. É importante salientar que as pessoas
mais jovens necessitam de menor nível de iluminamento para verem. Assim, o importante não
é só iluminar e sim distribuir corretamente a iluminação dentro dos pontos marcados como área
de segurança, sem, contudo sobreiluminar o ambiente, pois a iluminação de emergência em
excesso também é danoso.
Figura 7 – Compartimento com sinalização de perigo informando alta tensão e sem identificação de conteúdo
Vale ressaltar que os extintores devem estar lacrados, com a pressão adequada e possuir
selo de conformidade concedida por órgão credenciado pelo Sistema Brasileiro de Certificação
(INMETRO), segundo o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (2004)
através da Instrução Técnica nº 21: Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio. Deve-se
atentar para a sinalização dos extintores para indicar a sua presença. A sinalização pode ocorrer
através de: marcação de piso, parede, coluna e/ou teto, segundo a NBR 12693:1993.
De acordo com Seito (2008), os fatores que determinam a eficiência dos extintores são:
o agente extintor - que está relacionado à classe de incêndio; alcance do jato; duração de
descarga, que varia com a massa, volume e vazão; a forma de descarga (sendo concentrada ou
em nuvem, normalmente); e a operacionalidade que está diretamente ligada à facilidade de
acesso, transporte e acionamento.
De acordo com Silva et al. (2010), “esses sistemas são os meios para detectar um
incêndio e alertar os ocupantes do edifício e podem ser o principal responsável pelo salvamento
de vidas em casos de incêndio de grandes proporções.” Pois, segundo Seito et al. (2008),
detectar o fogo em seu estágio inicial, viabiliza o abandono rápido e seguro dos ocupantes do
edifício além de possibilitar o início imediato das ações de combate ao fogo, evitando assim a
perda de vidas e do patrimônio.
Segundo a ABNT NBR 10897:2004 - Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiro
automático – Requisitos, chuveiro automático é um equipamento utilizado no combate a
incêndios “que funciona automaticamente quando seu elemento termo-sensível é aquecido à
sua temperatura de operação ou acima dela, permitindo que a água seja descarregada sobre uma
área específica.” Este dispositivo entra em atividade no princípio da combustão, permitindo a
proteção do ambiente de forma a extinguir ou controlar o fogo ainda no estágio inicial.
De acordo com Seito et al. (2008), “outra característica importante desse sistema é o
acionamento do alarme simultaneamente com o início de operação, o que propicia a fuga dos
usuários com segurança.” Apesar da eficiência deste sistema, nenhum dos edifícios vistoriados
apresentaram estes dispositivos de detecção e combate ao incêndio no seu interior nem mesmo
nas garagens, conforme Figuras 12 e 13.
Figura 12 – Garagem do Edifício X
Uma instalação para gás natural em edifício residencial é constituída de abrigo para o
medidor de gás e tubulações que alimentam apartamentos e os respectivos pontos de consumo,
dentre eles equipamentos diversos, como fogões e aquecedores. Além de apresentar o projeto
conforme a ABNT NBR 14024:2006 - Central de gás liquefeito de petróleo (GLP) – Sistema
de Abastecimento a granel – Procedimento Operacional, deve-se realizar o teste de
estanqueidade a fim de garantir a segurança do sistema. Para isso, o mesmo deve ser realizado
com ar ou gás inerte, sendo proibido o emprego de água ou qualquer outro líquido. Além disso,
o manômetro a ser utilizado deve possuir sensibilidades adequadas para registrar quaisquer
variações de pressão.
O Edifício Y não possuía central de gás, pois seu sistema não era canalizado. Seus
moradores utilizam o gás de forma individualizada através do botijão.
De acordo com Silva et al. (2010), o sistema de mangotinhos possui uma grande
autonomia, devido ao seu baixo consumo de água e pode ser operado de maneira rápida por
uma única pessoa. Neste sistema, a mangueira já está conectada à saída de água, o que facilita
a manipulação. Enquanto que, ainda para Silva et al (2010), “o sistema de hidrantes requer um
treinamento do pessoal envolvido no seu manuseio, para garantir o uso seguro e correto.” Estes
sistemas fixos de combate a incêndio devem atuar no momento em que o combate por extintores
manuais não solucione a situação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O propósito principal desse estudo foi identificar e apontar itens obrigatórios, previstos
em norma, para a proteção e combate contra o fogo em edificações residenciais da cidade de
Salvador/BA. Para desta forma, alertar aos projetistas, administradores de condomínio, síndicos
e todos aqueles envolvidos com a edificação a importância da implantação do sistema de
combate a incêndio juntamente com suas respectivas responsabilidades.
REFERÊNCIAS
_______. NBR 11742. Porta corta-fogo para saída de emergência. Rio de Janeiro, 2003.
BRASIL. Código Civil. Organização de Sílvio de Salvo Venosa. São Paulo: Atlas, 1993.
_______. Instrução técnica 21/04 – Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio. São
Paulo, 2004.
FÁCIL, Agenda. Manual do Síndico. Elaborado por JGR Publicidade e Representações S/C
Ltda. Disponível em: <http://www.agendafacilsindico.com.br/manual.htm>. Acesso em: 16 set.
2016.
PEREIRA, Gilberto Corso; CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de. Salvador: transformações
na ordem urbana. 2014. Disponível em:
<https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/17348/1/Salvador - Transformações na Ordem
Urbana (Ebook).pdf>. Acesso em: 27 out. 2016.
SEITO, Alexandre Itiu, et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto
Editora, 2008.
SILVA, Valdir Pignatta, et al. Prevenção contra incêndio no Projeto de Arquitetura. Rio de
Janeiro: IABr/CBCA, 2010.