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UNIVERSIDADE DE CABO VERDE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E DESPORTO

DELEGAÇÃO DA PRAIA

Curso Complemento de Licenciatura em Educação Básico


Especialidade Ensino de História e Geografia – 1º Ano
Disciplina História Moderna da Europa
Docente Lourenço Gomes
Discentes Francisco Pina / Neusa Morais / Filipa Ribeiro / Edilsa Varela
Ano Académico 2018/19 – 2º Semestre

1. Introdução
No âmbito da disciplina História Moderna da Europa que está enquadrada no curso de História
e Geografia, ministrado pelo professor, Laurenço foram - nos incumbido de fazer um trabalho
de pisquisa sobre a expansão narítima: inglesa, holandesa e francesa que é de grande
importância para nós como um professores e também como alunos de uma área de
conhecimento de história.
Com essa pisquisa permite-nos compreender as razões da expansão tardiu desses três países no
processo de expansão marítima e comercial e que não participaram no tratado de tordesilhas.
1. Desenvolvimento

1.1 Expansão Inglesa

No final do século XV e início do XVI, o Reino da Inglaterra compreendia a Inglaterra, o País


de Gales e uma faixa costeira da Irlanda. A Escócia era um reino independente durante esse
período, a Inglaterra conheceu uma relativa paz interna, o que permitiu o desenvolvimento das
atividades mercantis e manufatureiras, embora a agricultura continuasse predominando.
A partir do século XV, a agricultura começou a transformar-se. Até então, predominavam as
terras comunais, que todos os membros de uma aldeia ou condado tinham o direito de utilizar
para o pastoreio ou para as plantações. Com o desenvolvimento das manufaturas da lã, a
nobreza começou a cercar as terras para criar ovelhas. O governo inglês permitiu que cada
homem cercasse as terras e tomasse-as como de uso particular, de acordo com a quantidade de
terras que usasse anteriormente esse processo recebeu o nome de cercamentos. Como os mais
ricos usavam mais terras, acabaram ficando com mais áreas de pastagens. Os mais pobres foram
expulsos SOS do campo e migraram para as cidades, onde constituíam multidões de
vagabundos e mendigos, perambulando em busca de emprego ou da caridade. Eram os
enjeitados de uma sociedade em rápida expansão demográfica e econômica.

Na capital, Londres, encontravam mais chances de sobrevivência, ocupando-se de pequenos


trabalhos ou de atividades marginais, como o roubo e a prostituição. As classes altas não se
importavam com essa marginalidade: tão preocupadas com a mera sobrevivência, eram
incapazes de revoltar-se ou provocar anarquia política. Só no final do século XVI e no XVII,
foi que os chamados homens de bem tomaram consciência de que existia um submundo do
crime, que precisaria ser eliminado do reino o desenvolvimento inglês havia enriquecido uma
minoria, mas empobrecido a maioria da sociedade.

No final do século XV e início do século XVI, o poder real progredia na Inglaterra, embora de
forma mais modesta que na Europa continental. Em nenhuma parte do reino havia grandes
feudos autônomos, como ocorria na França.

Impedido pelo Parlamento de aumentar os impostos, o poder real tinha de adotar outra estratégia
para expandir seus rendimentos. A Dinastia dos Tudor, com Henrique VII (1485-1509), deu
início ao inglês, que não se compara ao francês. Nenhum rei Tudor defendia o direito divino
dos reis. Isso era impensável num país onde o Parlamento gozava de um grande poder nominal.

Os soberanos eram obrigados a consultar o Parlamento, que sempre aprovava os pedidos dos
Tudor. Esse bom relacionamento devia-se ao fato de que os Tudor faziam uma política que
favorecia os cavaleiros e os grandes burgueses, classes que controlavam o Parlamento. A
Reforma Protestante permitiu aos Tudor fortalecer sua autoridade. O rei tomou-se o chefe da
Igreja Anglicana, e a venda dos bens da Igreja Católica para os cavaleiros e grandes burgueses
canalizou para o tesouro real a quantia de 1,5 milhão de libras esterlinas.

O grande destaque da Dinastia Tudor foi a rainha Elizabeth I, filha de Henrique VIII. Como seu
pai, tinha uma grande paixão pelo poder, que influiu até em sua vida pessoal. Jamais se casou
para não compartilhar o poder, advindo daí a mística da rainha virgem, que dera sua vida pela
Inglaterra, o que contribuiu para sua grande aceitação popular.
Na verdade, a rainha teve inúmeros amantes. Elizabeth I transformou o Parlamento em mero
órgão referendarão de sua política. Reduziu as sessões, muitas vezes não acatou suas
proposições e garantiu um poder absoluto de fato. Não sofreu nenhuma oposição sobre questões
financeiras ou religiosas, salvo no fim de seu reinado.

As únicas dificuldades vieram da Irlanda católica, que se levantou contra o domínio protestante
inglês. Em nome da religião oficial anglicana, a rainha perseguia católicos e outros protestantes
mais raciais, como os puritanos e anabatistas.

Na política externa, Elizabeth I aliou-se aos países protestantes contra Filipe II da Espanha,
defensor fanático do catolicismo romano. Essas intervenções na política europeia visavam
defender os interesses da Inglaterra, que desejava dominar o comércio marítimo mundial, sob
o poder da Espanha.

Na primeira metade do século XVI, a situação da Inglaterra não era das melhores. Seus 4
milhões de habitantes não eram significativos, comparados às populações da França ou da
Espanha.

As instituições financeiras e as atividades comerciais eram primárias, se comparadas às dos


Países Baixos ou das cidades italianas, embora conhecesse um grande desenvolvimento
manufatureiro durante o período Tudor.

A Inglaterra não possuía um exército permanente, enquanto a rival Espanha tinha o maior e
melhor exército do mundo, não participava do comércio marítimo e colonial, embora a marinha
inglesa fosse relativamente bem-equipada. As tentativas marítimas inglesas eram tímidas.
Marinheiros a serviço dos comerciantes de Britou e Londres fracassaram ao tentar encontrar o
caminho marítimo para as Índias pelo noroeste e nordeste.

Em 1553, penetraram no Mar Branco, encontraram o Rio Volga e, descendo-o até o Mar Cáspio,
alcançaram a Pérsia. Nessa época, os ingleses contentavam-se em praticar o contrabando no
império português, que era incapaz de manter seu monopólio quando Elizabeth I assumiu o
poder, em 1558, a Inglaterra passou a preocupar-se com um conflito iminente com a Espanha.
Era necessário superar as deficiências militares, econômicas e financeiras inglesas para
enfrentar a potência espanhola.

A fim de obter capitais, a Inglaterra passou a atacar o rico comércio de prata das colônias
espanholas. Além de fortalecer o reino, os ataques de piratas e corsários enfraqueceriam a
Espanha. Os ingleses também enviaram tropas para lutar ao lado dos franceses e rebeldes
protestantes contra o domínio espanhol nos Países Baixos. O objetivo inglês era enfraquecer a
Espanha e prolongar a guerra os corsários que atacavam os galeões espanhóis eram financiados
pelo Estado inglês, que participava nos lucros das expedições.

A medida que os marinheiros e corsários ingleses dominavam o conhecimento das rotas


marítimas, surgiram companhias de comércio que aplicavam seus capitais na expansão
marítima. Em 1581, a Companhia do Levante permitiu aos ingleses tomar o lugar dos
venezianos e fazer negócios no Oriente, como, por exemplo, a troca de tecidos por especiarias.
A Companhia das Índias Orientais, criada em 1600, utilizou a rota do Oriente, que até então era
conservada pelos portugueses e espanhóis.
Um dos propósitos ingleses era ocupar os territórios espanhóis da América, ainda pouco
habitados e longe da metrópole. Em 1583, Sir Humphrey Gilbert tomou posse da Terra Nova.
Em 1584, sir Walter Raleigh enviou uma expedição para fundar uma colônia na América do
Norte, batizada de Virgínia em homenagem à rainha virgem. Desde 1583, Filipe II da Espanha,
que já financiava os rebeldes irlandeses contra o domínio inglês, resolveu atacar a Inglaterra. O
rei espanhol visava dois ganhos com esse ataque: acabar com a heresia protestante e destruir as
bases corsárias que atacavam seu império colonial.

Em 1588, a Invencível Armada espanhola, com 160 navios e mais de 27 mil homens, atacou a
Inglaterra uma tormenta e os corsários ingleses destruíram a Invencível Annada. A partir de
então, a Inglaterra tomou-se importante potência marítima.

No século XVII, os ingleses iniciaram a colonização da costa atlântica dos Estados Unidos e,
em meados desse século, tomaram a Jamaica e outras ilhas espanholas do Caribe, além de
estabelecerem feitorias na África e na Ásia.

Portanto, a expansão inglesa é apoiada numa poderosa armada tecnologicamente evoluída.

1.2 Expansão Francesa

No início do século XVI, a sociedade francesa estava dividida em ordens ou estados:


-Clero (Bispos, Papa, Arcebispos)
-Nobreza (nobres, guerreiros)
-Povo (burgueses, trabalhadores independentes, comerciantes).
A religião estava presente em todos os atos públicos e privados.
O país caminhava para um estado absolutista.
Havia isenção do pagamento de impostos da parte de várias cidades e regiões porque tinham
autonomia política e financeira.
O exército real estava envolvido em várias guerras e isto custava muito caro ao tesouro real.
O rei francês Francisco, não aceitou o Tratado de Tordesilhas.
O Estado frances não estava centralizado e não tinha condições de planejar, organizar e
financiar uma aventura marítima.
Os franceses dirigiram-se para a costa americana, fazendo o contrabando do Pau Brasil nas
possessões portuguesas.
Eles atacaram os galeões espanhóis que vinham carregados de metais preciosos da América
(Novo Mundo) e foram em direção á Europa.
Neste continente, estava acontecendo a reforma dos protestantes, com guerras religiosas (entre
católicos e protestantes) de 1560 a 1574, demorando cerca de 14 anos, o que fez com que a
expansão marítima fosse adiada.
No ano de 1571 foram exterminados cerca de 30 mil huguenotes (protestantes franceses) em
Paris.
Em 1598, o rei Henrique de Bourbon, chefe dos protestantes, publicou o Édito de Nantes, que
estabeleceu a Liberdade de Culto.
Os calvinistas franceses refugiaram-se no litoral fluminense do Brasil, fundando uma colónia,
a França Antártica.
Em 1612 (séc. XVII), o estado francês financiou uma expedição para fundar outra colónia no
Maranhão, onde chamam de França Equinocial. Esta colónia tinha funções militares e
económicas.
No ano de 1615, os franceses foram de novo expulsos, por Jerónimo de Albuquerque.
Na América, os franceses ocuparam parte das Guianas, algumas ilhas das Antilhas, como a
Martinica e Guadalupe, parte de São Domingos (atual Haiti), uma parte do Canadá (Quebec) e
Louisiana (nos EUA).
A cadeia de fortalezas comerciais francesas na região dos Grandes Lagos e nos vales de Ohio
- Mississipi, constituíam uma ameaça de obstruir a expansão para o oeste, alarmando
Os ingleses.
No ano de 1682, os exploradores franceses chegaram á costa do Golfo do México,
constituindo uma série de preocupação para Espanha.
Em 1700, após a morte do rei Carlos II de Espanha e sem deixar herdeiros, a Inglaterra,
Holanda e Áustria temendo que o monarca legara a sua coroa e todo o seu império á França,
os três países juntaram-se contra a França, numa guerra de sucessão
durante 12 anos.
A Inglaterra saiu vantajosa, ganhando possessões.

1.3 Expansão holandesa

Para entender a expansão holandesa é importante saber que em meados do século XVI, os
Países Baixos eram compostos de 17 províncias, que correspondiam às atuais Bélgica,
Holanda, Luxemburgo e partes francesas da Flandres. Carlos V recebeu-os como herança. As
províncias faziam parte de um Estado federado, cujo soberano era o rei da Áustria e Espanha.
Cada província tinha um governador e uma assembleia. O principal órgão político eram os
Estados Gerais, espécie de assembleia do clero, nobreza e burguesia, formada por delegações
de todas as províncias. Como Carlos V era um rei viajante, algumas vezes governava de
Bruxelas, capital dos Países Baixos.

Quando Filipe II passou a ser o soberano, deixou o hábito de governar em seus diversos
reinos e passou a residir em Madrid, capital da Espanha. Os Países Baixos passaram a ser
tratados como uma província qualquer, dirigidas por um representante do soberano, embora
fossem uma importante região comercial e financeira, onde existia uma forte burguesia.
Apesar das leis contra as heresias, a burguesia e a nobreza daquela região aderiram ao
calvinismo. A repressão espanhola foi violenta e muitos calvinistas foram executados em
público. A Espanha estava sempre necessitada de dinheiro. Para resolver os problemas do
tesouro, o rei espanhol aumentou os impostos nos Países Baixos.

Com a falta de liberdade religiosa e o aumento dos impostos, as sete províncias do Norte,
onde o calvinismo era dominante, resolveram se libertar, formando as Províncias Unidas. O
rei Filipe II enviou uma tropa para combater a rebelião e esses soldados promoveram
verdadeiros massacres. As Províncias Unidas, apesar de suas riquezas materiais e financeiras,
não tinham condições de enfrentar e vencer sozinhas o poderoso exército castelhano. Mas
havia outros países também interessados em derrotar os Habsburgo.

A França católica, a Inglaterra protestante e príncipes alemães enviaram forças para auxiliar
os rebeldes. Na verdade, não existia um exército das Províncias Unidas, mas um enorme
exército multinacional, comandado por um holandês. Em 1609, foi assinado um acordo pelo
qual a Espanha reconhecia de fato a independência das Províncias Unidas. Porém o estado de
guerra permaneceu por várias décadas.

A longa guerra de libertação provocou destruições nas Províncias Unidas. Em algumas


regiões, houve declínio da população, o comércio e as manufaturas retrocederam. Embora a
guerra tenha despendido recursos das Províncias Unidas, não os exauriu. Na última década do
século XVI, a economia voltou a crescer e a população aumentou, devido à imigração de
artesãos, capitalistas, professores e cientistas de várias partes da Europa.

Essas pessoas que impulsionaram o progresso da Holanda eram judeus, protestantes e outros
perseguidos que foram atraídos pela liberdade religiosa e de pensamento.

Navegações holandesas

A Holanda participou das Grandes Navegações e foi considerada grande negociadora dos
mares, mas sua participação aconteceu tardiamente em relação a Portugal e Espanha, que se
lançaram ao mar a partir do século XV. Neste texto iremos saber os motivos do atraso
holandês nas Grandes Navegações.

1. Era o fato de que a grande parte do capital holandês estava aplicada no rico comércio do
mar do Norte e no financiamento da expansão portuguesa; antes de serem excelentes
navegadores, os holandeses foram exímios negociantes.

2. Foi o domínio que a Espanha exerceu sobre a Holanda durante grande parte do século XVI.
Após ter conquistado a liberdade em relação à Espanha, os holandeses empreenderam no ano
de 1579 (XVI) enormes conquistas marítimas, dominaram vários territórios situados nos
continentes africano, asiático e americano.

O império holandês incorporou regiões como a do Cabo, na África; o Ceilão, na Ásia; a Nova
Amsterdã (atual Nova York); vários territórios no nordeste do Brasil e as ilhas Antilhas na
América.

Holanda, seu povo marítimo, e a necessidade de navegar

Na primeira metade do século XVII, a Holanda era o modelo de país moderno na Europa.
Terra de liberdade, era uma república dominada por uma alta burguesia, formada por grandes
comerciantes, empresários e banqueiros. Amsterdão, sua capital, era a principal praça
financeira do mundo, e o comércio holandês havia adquirido um poder de alcance
internacional. Principal país manufatureiro da Europa, com grande desenvolvimento do
trabalho assalariado, a Holanda era também a maior potência marítima mundial, presente no
comércio europeu, asiático, americano e oriental.

Até o final do século XVII, a Holanda foi a principal potência naval e o modelo de país
capitalista. Toda a política holandesa visava desenvolver o comércio, principalmente o
marítimo, e as manufaturas. Ao contrário das monarquias absolutistas europeias que dirigiam
a economia com mãos de ferro, a República da Holanda deixava sua economia nas mãos do
capital privado das companhias privilegiadas de comércio.

País de território e população exíguos, com 2 milhões de habitantes, a Holanda era o mais
próspero Estado europeu no momento em que quase toda a Europa conhecia pestes e fome.
Boa parte desse progresso devia-se a seus comerciantes e marinheiros, ativos no mundo todo.
Dominavam o Mar Báltico e penetraram no Mediterrâneo e no Império Turco europeu.

Saga marítima portuguesa: início e, sobretudo, o declínio que abre as portas para outros povos
navegadores

Foi assim que começou a epopeia náutica da Holanda. Ela foi favorecida pelo imenso império
marítimo português, e a dificuldade dos lusos estarem em todos os lugares para defender suas
posses. A saga lusa começou em 1417, com a ‘descoberta’ da Ilha da Madeira, e teve seu
‘grande final’ em 1522, com a circunavegação de Fernão de Magalhães.

Os lusos não conseguem segurar seu império marítimo

Depois de dominarem os mares, eles criaram um império tão vasto que sua pequena
população (na época avaliada em um milhão de pessoas) não deu cabo de segurá-lo, abrindo
espaço para outras nações. A Holanda e seu povo marítimo por excelência não perderam
tempo.

Holandeses, povo marítimo, vencem os lusos em Cochin. Atlas van der Hagen

2. Conclusão

Como esse trabalho de pisquisa sobre a expansão marítima dos ingleses, franceses e holandeses,
ficamos a ter uma visão mais claro sobre o processo de expansão marítima e comercial desses
três países, bém como os motivos que levaram à suas saidas em busca de novos territórios e
todo o processo comercial na época com o objetivo de superar e progredir economicamente.
Também todo esse trabalho permitiu-nos a compreensão da divisão económica no mundo atual
que provem de toda a história da expansão marítima e comercial que baseou numa luta entre os
paises expansionista.
3. Referência

Textos da Internete:
https://www.clickescolar.com.br/a-expansao-francesa.htm

https://www.clickescolar.com.br/a-expansao-inglesa.htm

https://www.clickescolar.com.br/a-expansao-holandesa.htm

videoaula:

Ingleses, franceses e holandeses no Novo Mundo

Disponível em: Clickescolar.com.br/a-expansao-holandesa.htm

Texto:
Enciclopédia Atlas

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