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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE

A FAMÍLIA EM CRISE

Por: Ana Cristina da Silva de Gusmão

Orientador
Profa. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro
2004
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


PROJETO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A FAMÍLIA EM CRISE

Apresentação de monografia à Universidade Candido


Mendes como condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em
Psicopedagogia por Ana Cristina da Silva de Gusmão.
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AGRADECIMENTOS

Ao meu marido Alexandre pela companhia


nas noites mal dormidas, nas “nem”
dormidas e nos momentos em que mais
precisei de compreensão e carinho...
Obrigada por acreditar e investir em mim e
valorizar meu trabalho e competência.
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DEDICATÓRIA

A Alexandre, meu marido, a quem jamais


conseguirei retribuir a altura pelas tantas
horas de sono perdidas para fazer-me
companhia. Obrigado pelo seu estímulo e
dedicação.
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RESUMO

A família hodierna vem enfrentando uma das maiores crises dos últimos
tempos e, como em toda crise, há sempre os que são mais atingidos, neste caso
em particular, os adolescentes. Cada vez mais se torna raro encontrarmos
adolescentes que demonstrem um padrão social e emocional saudável. A origem
disso está nos lares. Portanto, é necessário que os pais assumam o seu papel
perante aos filhos e a sociedade, buscando fazer deles pessoas alegres, amigas a
comunicativas. Mas para que isso se torne possível, uma análise séria do tipo de
atenção e dedicação dispensada aos filhos será imprescindível. Será necessário
também que os pais assumam o seu papel de educadores, chamando para si a
responsabilidade de ser vitrine e de não transferir as responsabilidades de uma
formação puramente rígida e autoritária. Mas acima de tudo, será mais que
necessário, vencer as limitações e derrubar as barreiras que impedem um
relacionamento próximo, utilizando as ferramentas adequadas capazes de gerar
adolescentes equilibrados e saudáveis.
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METODOLOGIA

O método utilizado para realização deste trabalho foi basicamente a


pesquisa bibliográfica. Apesar de ter a observação como complemento de tal
pesquisa, a leitura de diversas obras foi determinante para o resultado final.
Várias obras consultadas tiveram caráter fundamental para o
desenvolvimento do assunto abordado, uma vez que os autores são pessoas
experientes e capacitadas para fundamentar as argumentações expostas. Os
diversos aspectos que constituem a estrutura básica familiar foram estudados
objetivando a elaboração de possíveis respostas aos problemas levantados e que
deram origem ao trabalho ora exposto.
A inquietação diante da problemática enfrentada no ambiente escolar com
esta faixa etária foi o início de tudo. Partindo para algo mais concreto, através de
conversas informais, a estrutura familiar de tais adolescentes passou a receber
toda a atenção do pesquisador. Em seguida, foram estabelecidos alguns critérios
para uma observação mais precisa quanto a importantes aspectos na relação
família-escola. Sendo o assunto vasto e extremamente rico e profundo, foi
necessário estabelecer limites visando restringir um campo de pesquisa conciso e
especifico. O suporte teórico e a observação, não só possibilitaram a busca por
respostas, como solidificaram a linha de argumentação da problemática
levantada. Evidentemente, o ambiente escolar além de viabilizar, enriqueceu e
fundamentou o projeto de pesquisa que deu origem a este trabalho
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O Lar – onde tudo começa 10

CAPÍTULO II - Ninguém se entende! 18

CAPÍTULO III – Não tenho tempo 22

CAPÍTULO IV – É conversando que se entende 25

CAPÍTULO V – Preciso de limites 29

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35

BIBLIOGRAFIA CITADA 37

ATIVIDADES CULTURAIS 38

ÍNDICE 39

FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
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INTRODUÇÃO

Desde os anos 60 o mundo tem experimentado várias mudanças de

comportamento e tendências sociais, que vêm exercendo uma grande influência

sobre a tecnologia e a sociedade de forma tanto benéfica quanto maléfica. Apesar

das grandes contribuições científicas verificadas nestes últimos anos, em

contrapartida, pode-se notar que neste mesmo período houve um grande

decréscimo dos valores morais e éticos. Como esta pesquisa está centrada na

família e o seu reflexo no processo ensino-aprendizagem pode-se notar que este é

o principal motivo desta dificuldade. Isto posto, pode-se afirmar que a família

nunca foi tão atacada, desacreditada e desvalorizada como nestes últimos anos.

Vive-se hoje, a época dos “casamentos fúteis”, onde um casal não consegue viver

junto por mais de dois anos, encontrando no divórcio a saída para os seus

problemas de relacionamento e crises conjugais. Porém, estes problemas não

seriam maiores se não houvesse no meio destas crises a presença dos filhos que,

inevitavelmente, acabam se tornando as maiores vítimas deste problema

seriíssimo que se abateu sobre a família hodierna. A família nunca experimentou

tantas dificuldades como em nossos dias. Nunca foi tão difícil manter uma

disciplina saudável e um relacionamento afetivo de alto nível com os filhos.

A revolução sexual, a revolução feminista, a aceleração do ritmo de vida e as

crises econômicas, causaram danos físicos, emocionais e espirituais ao ser


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humano, tornando-o refém da evolução social, preço demasiadamente alto para

um ser humano que se tornou mecânico, frio e doente física e psicologicamente.

Todos esses fatores contribuíram para o prejuízo do equilíbrio no lar, pois este

também se tornou mecânico, frio e psicologicamente doente. Diante de tamanha

avalanche de problemas a família foi atingida em diversos aspectos. E foi

justamente, o interesse pelo estudo destes aspectos e suas conseqüências sobre

o processo ensino-aprendizagem, que motivou a criação deste estudo. O enfoque

principal estará voltado continuamente para a maneira como o adolescente é

afetado no seu desenvolvimento e como os pais poderão ajudá-los. Neste ponto,

serão diagnosticados diversos problemas que afligem os adolescentes tais como:

a depressão, a ira e a auto-estima.

Eles entenderão que para os adolescentes crescerem, em todos os aspectos,

deverão tomar conhecimento primeiramente dos muitos problemas que afligem a

família e que tem influência direta no desenvolvimento dos adolescentes.

Entenderão também que a necessidade de aprender a lidar com estes problemas

é primordial para criar os filhos de forma saudável.Tornar-se-á clara a verdadeira

função da escola no processo de educação e quais os tipos de ajuda serão

necessárias para o seu desenvolvimento.

Ao final, os pais compreenderão a urgência com que se faz necessária a criação

de um ambiente familiar salutar, onde os filhos, principalmente os adolescentes,

encontrem no lar muito mais do que um abrigo ou um lugar para dormir e se

alimentar, mas um refúgio onde possam ser acolhidos, compreendidos e amados

incondicionalmente.
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CAPÍTULO I
O LAR- ONDE TUDO COMEÇA

Não se poderia começar a discorrer sobre o assunto em questão, sem antes fazer

uma análise da origem da família e dos problemas que a afetam.

Este capítulo destina-se a confrontar a estrutura familiar existente e que tem sido a

fonte de grandes traumas e crises no seio da família nos dias de hoje.

1.1 Nem Tudo São Flores...

É claro que o objetivo desta pesquisa está voltado para os problemas relacionados

aos adolescentes e a sua crise de valores, no entanto,e natural que se veja agora,

como o homem tem encarado a importância da família e procurado se ajustar às

suas necessidades. Baseado nisto deve-se voltar ao seio das primeiras famílias

para poder se certificar que já, a tampos atrás, surgiram os primeiros problemas

relacionados a vida no lar. A união que, até então, tão valorizada nos primeiros

momentos, agora já dá sinais de enfraquecimento. Com a chegada dos filhos

pode-se ver as conseqüências desta desarmonia se reproduzindo no

relacionamento com os mesmos. Isto, obviamente, não pode ser considerado via
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de regra para todas as famílias,no entanto, a maioria dos lares reproduz as

possibilidades de crises que aguardam todas as famílias que vivem em constante

desunião.

No seu livro “Como Realmente Amar seu Filho Adolescente”, o Dr. Ross Campbell

narra o caso de uma família de sobrenome Borges, que viveu momentos

dificílimos com a filha, adolescente de 15 anos chamada Débora, a qual tentou

suicidar-se. O que mais chamou a atenção para ocorrido é que tal atitude da filha

constitui-se numa surpresa para os pais. O Dr. Campbell conta que os Borges

sempre formaram uma família bem estruturada e sempre procuraram dar o melhor

para sua filha amando-a da melhor forma possível. Além disso, eles tinham um

bom casamento e se amavam mutuamente. Então o que poderia estar errado?

Entrevistando a menina, o Dr. Campbell pôde constatar que a menina estava

sofrendo de um dos maiores males que atingem a maioria dos adolescentes de

hoje: a depressão. Mas como poderia uma menina criada num lar como este

sofrer de tal mal? Seria culpa dos pais? O Dr. Campbell responde dizendo:

O senhor e senhora Borges sempre amaram Débora, mas jamais souberam


como transmitir este amor. Como acontece com a maioria dos pais, eles têm
apenas uma vaga noção das necessidades de uma criança - proteção, abrigo,
alimento, roupas, orientação, amor, etc. Eles satisfizeram essencialmente
todas essas necessidades exceto o amor incondicional.i

É... parece que os pais vem perdendo a noção dos problemas e necessidades que

cercam os adolescentes de hoje. Por isso, serão citados aqui, pelo menos, três

dos problemas mais encontrados entre os adolescentes de hoje. Inicialmente,

ainda que “pegando uma carona” no exemplo da jovem Débora, será falado sobre

o maior deles:
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1.1.1 - Depressão:

Para quem não tem idéia do que seja depressão e de como se comporta uma

pessoa com este tipo de problema, o Dr. Gary Collins aponta os seus sinais:

Os sinais da depressão incluem tristeza, apatia e inércia, tornando difícil


continuar vivendo ou tomar decisões; perda de energia e fadiga, normalmente
acompanhadas de insônia; pessimismo e desesperança; medo, auto-conceito
negativo, quase sempre acompanhado de autocrítica e sentimento de culpa,
vergonha, senso de indignidade e desamparo; perda de interesse no trabalho,
sexo e atividades usuais, perda de espontaneidade; dificuldade de
concentração; incapacidade de apreciar acontecimentos ou atividades
agradáveis e freqüentemente perda de apetite.

Pode parecer muita coisa mas no caso da pequena Débora, por exemplo, isso não

aconteceu de uma só vez ou de uma hora para outra. A depressão se dá através

de um processo, segundo Gary R. Collins. Para ele, os sentimentos apresentam-

se na seguinte ordem: MÁGOA (a primeira emoção ser sentida) - IRA (a segunda

emoção a ser sentida. Esta esconde a mágoa) - VINGANÇA (a terceira emoção a

ser sentida. Esta esconde a mágoa e a ira) - AÇÃO DESTRUTIVA ou SINTOMA

PSICOSSOMÁTICOS ou DEPRESSÃO (a quarta emoção a ser sentida. Esta

oculta a mágoa, a ira, e o sentimento de vingança).

Portanto, quando o assunto é depressão é necessário que se busque no passado

a origem do problema, ou seja, o agente motivador. Mas ainda tratando-se dos

sinais da depressão é necessário que se esclareça que, na adolescência, o

problema é muito mais difícil de ser detectado. O Dr. Campbell explica que:

A DEPRESSÃO na adolescência é um fenômeno complexo, sutil e perigoso. É


complexo devido às suas muitas e complicadas causas e efeitos. É sutil
porque quase nunca é percebido, nem mesmo pelo adolescente, senão
quando ocorre uma tragédia. É perigoso porque a depressão pode resultar
nos piores acontecimentos - desde o fracasso na escola até o suicídio (...) a
depressão na adolescência é difícil de identificar pelo fato de os seus
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sintomas seres diferentes dos sintomas clássicos da depressão no adulto. Por


exemplo, um adolescente com depressão branda fala e age normalmente.
Não existem sinais externos da mesma este tipo de depressão se manifesta
em fantasias, em sonhos e acordados ou durante o sono. Ela só é percebida
quando se conhece de alguma forma os processos de pensamento do jovem e
o conteúdo de seus pensamentos. Bem poucos profissionais conseguem
detectar a depressão neste estágio.
Na depressão moderada, o adolescente também age e fala normalmente.
Todavia, nesta fase, o conteúdo de suas conversas é afetado, demorando-se
principalmente em assuntos tais como morte, problemas mórbidos e crises.
Desde de que muitos adultos parecem hoje apegar-se aos pensamentos
pessimistas, a depressão do adolescente pode passar despercebida (...)
quando chegamos a dizer: “Puxa! Como este menino parece deprimido!”
Podemos supor que o adolescente se encontra em profunda depressão e
provavelmente perto de suicidar-se.

Pôde ser visto então, os sinais da depressão e como ela é descrita e manifestada

no adolescente. Cabe aqui, após esta leitura, um alerta aos pais sobre o problema

que urge sobre seus filhos. Será que, mesmo com tudo “correndo bem” nos lares,

não seria o caso de se fazer uma reflexão sobre o relacionamento entre os

membros da família, principalmente no que tange ao tipo de atenção dispensada

aos filhos e responder a pergunta: “Tenho eu, de alguma forma, magoado os

meus familiares e, principalmente meus filhos?”

1.1.2 Ira:

O que vem a ser ira? O Dr. Gary R. Collins em seu livro “Aconselhamento Cristão”

explica assim:

A IRA É UM ESTADO EMOCIONAL, EXPERIMENTADO VEZ POR OUTRA


POR TODOS, mas impossível de definir com exatidão. Ela ocorre em vários
graus de intensidade - desde o aborrecimento leve até a raiva violenta. Ela
tem início na infância e continua até a velhice. Pode ser oculta e mantida no
íntimo, ou expressa abertamente. Sua duração pode ser curta, surgindo e
desaparecendo rapidamente, ou talvez persista durante décadas na forma de
amargura, ressentimento e ódio. A ira pode ser destrutiva, especialmente
quando persiste na forma de agressão, falta de perdão ou vingança. Mas tem
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igualmente possibilidade de ser construtiva, quando nos motiva a corrigir a


injustiça ou pensar criativamente. A ira desperta quando nosso progresso em
direção a um alvo desejado é impedido. Ela envolve uma reação física assim
como um sentimento que, no geral, é consciente, mas outras vezes fica
sepultado por trás de uma fachada calma e sorridente.

Com certeza, este deva ser o sentimento mais conhecido nos adolescentes. Quem

ainda não testemunhou um garoto ou uma garota “partindo prá cima” de alguém

enfurecidamente com palavras, golpes ou até mesmo atirando coisas ao ser

contrariado? Normalmente nestas situações, o mais comum é os pais inibirem

este sentimento ordenando que se calem e, de preferência, nunca mais

manifestem este tipo de comportamento. O Dr. Wm. Lee Carter afirma que ... a ira

não é uma emoção “má”. Ela só se torna má quando não é bem utilizada.ii Ele

ainda diz mais:

...O adolescente deve sentir-se zangado. Sem esta expressão emocional,


muitos sentimentos negativos ficariam sufocados em seu íntimo e iriam
prejudicá-lo emocional e até espiritualmente.

Na verdade, o que ele está querendo dizer é que, quando a ira ocorre de forma

moderada, ela é essencial para dar vazão aos sentimentos reprimidos mas,

quando ocorre de forma exagerada pode trazer sérias conseqüências para o

adolescente, como também, para a família. O que é preciso então, é ensiná-lo a

trabalhar construtivamente esta emoção.

As causas da ira são: injustiça, frustração, ameaça e mágoa, aprendizado. A

princípio, é comum ao adolescente irado admitir a ira, pois este pode ser um

terreno nada confortável, especialmente quando ele está zangado com alguém de

quem gosta ou se foi induzido a pensar que toda ira é errada. Nestes casos, a

confissão é extremamente importante, portanto, é necessário saber ouvir e ouvir

com amor.
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1.1.3 - Auto-estima:

Estima, segundo o dicionário, significa Ato ou efeito de estimar. Apreço,

consideração. Apreciação, avaliação. Afeição, amizade.iii Definições como estas,

trazem à tona diversos exemplos que, se não distantes, são inexistentes dentro do

relacionamento pais-adolescentes. Entretanto, no livro “Agora é a Hora de Amar

seu Filho” John M. Drescher explica a origem de tudo. Em determinado trecho, ele

escreve:

A hora de amar é agora. Amanhã é tarde demais para balançar o nenê.


Amanhã o pequenino não estará fazendo perguntas. Amanhã o escolar não
precisará de ajuda com a lição de casa. Tampouco trará para casa seus
amigos da escola e da vizinhança para participar das diversões da família.
Amanhã, o adolescente terá feito suas grandes decisões e não sentirá
necessidade da proximidade pela qual anseia, e que podemos lhe dar agora.
E amanhã teremos a intimidade ou o distanciamento de nosso filho,
dependendo de como usarmos agora o tempo para ele.

Aqui, o autor coloca o tempo como principal elemento para o desenvolvimento de

um relacionamento familiar saudável.

A auto-estima é desenvolvida a partir de conceitos e valores os quais, são

transmitidos à criança, quando esta ainda não tem condições de avaliar

racionalmente mas que, indiretamente, através da observação, ela assimila e

assume como condição ou posição a ser tomada.

Conforme definição acima citada, a auto-estima envolve diversos aspectos que, na

maioria das vezes, passam despercebidos pelos pais que acabam tornando seus

filhos apenas ouvintes ou cumpridores do que se é dito ou ordenado. Seguindo

ainda, as definições dadas para estima pode-se analisá-las da seguinte forma: só

é considerado aquilo ou aquele que, de alguma forma é importante. Daí a


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necessidade de se avaliar a real importância do filho na vida do lar. Só é

apreciado e ou avaliado, aquilo que se é conhecido e esta é uma etapa muito

significativa, quando se observa diversos casos, onde pais e filhos são

verdadeiros desconhecidos dentro do ambiente familiar, melhor descrito, neste

caso, como casa. E analisando a última das definições para estima, só se tem

afeição ou amizade com quem estabelecemos o mínimo de contato para,

posteriormente, estabelecer bases sólidas para o desenvolvimento de um

relacionamento mais profundo, duradouro e sincero.

O adolescente precisa de atenção. Não demais. Nem de menos. Apenas de

atenção. Precisa se sentir amado e aceito para que exerça suas funções e papéis

dentro do lar, o qual ocupa importante lugar dentro do seu “mundo particular”.

Ele está passando por diversas mudanças, as quais contribuem para a instalação

de questionamentos e dúvidas que o levam à situações onde ele precisa - e talvez

não peça - de muita ajuda, principalmente dos pais. Até “ontem”, os pais eram

seus “protetores de plantão” e hoje, com as alterações que o tempo fez em seu

corpo e mente, distanciaram-se do novo... do misterioso... do assustador... O que

gera medo nos pais é a descoberta de que seu filho não é mais uma criança! Ele

aprendera a lidar com as dúvidas sobre a cegonha... com as brigas por causa do

doce do colega... com as lágrimas pelo brinquedo quebrado... com o pedido de

colo, quando o sono chegava... Hoje, os questionamentos são mais profundos,

mais desconcertantes. As brigas são por direitos adquiridos ou deveres injustos...

as lágrimas são por ideais despedaçados, planos frustrados e amores

incompreendidos... e os pedidos agora são de socorro: por compreensão, por

carinho, atenção e se os pais entendessem, o colo ainda deveria estar disponível


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e ainda mais, deveria ser o refúgio que o adolescente tanto procura e sabe onde

está, só não consegue se lançar. Talvez, porque pais ainda não entenderam que

agora seus filhos não são mais crianças. São adolescentes!

Como pode-se ver, os maiores problemas relacionados aos adolescentes são

oriundos do grau de atenção dispensada pelos pais a eles. Ao fim deste tópico,

pode-se afirmar que, apesar de amarem seus filhos, preocuparem-se a darem o

melhor do ponto de vista material e de cumprirem as suas responsabilidades

sociais, a maioria dos pais vem deixando a desejar naquilo que é mais importante

para os seus filhos: a manifestação do amor que sentem por eles. No entanto, é

necessário que se diga, que este tipo de manifestação não está ligada apenas ao

bem estar social e material dos filhos. Está ligado à necessidade da verbalização

do amor, ou seja, do famoso “amo você!” Quantos adolescentes hoje em dia estão

sofrendo por nunca terem ouvido esta frase de seus pais. Está ligado também, à

necessidade da materialização do amor através de um abraço, um beijo, um

afagar dos cabelos. Está ligado à necessidade de se ceder um ombro amigo e

investir em tempo para ouvir o que os adolescentes estão guardando e, ao mesmo

tempo, precisando externar com alguém em quem realmente eles possam confiar.

Finalizando, cabe uma citação do Dr. Campbell sobre este assunto. Ele diz:

Penso que os pais que desejam realmente dar a seus filhos adolescentes o
que eles precisam, podem aprender a fazê-lo. Os pais têm necessidade de
aprender como transmitir genuína e eficazmente seu amor a seus filhos.
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CAPÍTULO II

Ninguém se Entende!

“Tudo eu!” “Ninguém me entende!” “Por que só vocês tem razão?” “Será que eu

posso falar?” - Falam os filhos adolescentes.

“Eu estou falando...” No meu tempo não era assim!” “É não e pronto!” “Não

adianta reclamar!” - Falam os pais.

Essas são apenas algumas frases feitas, entre tantas que são expressas em

momentos em que se confrontam pais e filhos. Na verdade, ambos têm razão.

Cada um, na sua individualidade e na sua época pensam e agem de maneira

diferente, o que é lógico. Irracional é, entretanto, querer que, apesar do tempo e

do espaço, pais e filhos tenham o mesmo ideal, sonhem os mesmos sonhos,

planejem o mesmo futuro, pensem, ajam, vistam... Como se o tempo tivesse

parado!

Na verdade, o que existe - em ambas as partes - é o radicalismo. Cada um

defende com “unhas e dentes” o que é cabível ou aceitável, dentro dos seus

próprios princípios, valores e conceitos. A sociedade sofreu, no decorrer dos anos

sérias e profundas transformações e estas, na maioria das vezes, não foram

acompanhadas pelos pais. Estes, que deveriam assumir o papel de mediadores

entre a família e a sociedade (mundo), estão deixando esta função de lado


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transferindo,na maioria das vezes, para a escola e estão partindo para o

radicalismo. Surge então o confronto e, muitas vezes o conflito! Jamiel de 0. Lopes

analisando esta questão afirma:

O adolescente, que recebia da família a herança cultural e social, passou a


assumir o papel intermediário, absorvendo diretamente da sociedade toda
influência comportamental, quanto a linguagem, usos, costumes, valores,
crenças etc., alterando a estrutura familiar.

Ele ainda alerta para o perigo de se ignorar tal situação, na qual o limite deve

existir mas dentro de um ambiente saudável, onde a orientação, sem dúvida, é um

passo básico para que o adolescente aprenda a cultivar o sentimento de respeito

entre pais e filhos.

Ninguém se entende porque somos diferentes em tudo! E se não houver esforço,

os conflitos continuarão e trarão sérias e profundas conseqüências. Os pais, por

um lado, devem buscar uma maior conscientização do mundo que o cerca

reavaliando valores e conceitos, na busca de encontrar respostas para a

problemática do relacionamento familiar. Não devem achar que seu filho deve

obedecê-lo e pronto, sem questionar suas propostas é isto que recomenda Jamiel

0. Lopes quando diz:

O mundo está cheio de questões morais difíceis. Precisamos aprender a


pensar a respeito das questões relacionadas aos valores morais,
compreender o lugar do lar no desenvolvimento dos valores, que valores
devem ser ensinados e de que forma isso pode ser feito no nível prático.

O filho, por sua vez, deve continuar na busca por respostas sem entretanto, se

tornar irredutível em suas colocações, pensamentos ou idéias.

Petersen, em seu livro “Como Eliminar o Stress na Família”, disse a respeito da

adolescência:
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Eu não posso lhe apresentar uma fórmula infalível para passar por esse
período sem problemas. Ninguém pode. A paternidade não tem garantias.
No entanto, pode ser dito que o que você teme é provável que lhe
sobrevenha.iv

E quanto a alguns mitos relacionados a adolescência, ele ainda disse:

Uma das descrições clássicas da adolescência é que os jovens estão lutando


para ganhar independência de seus pais. O Dr. Bandura argumenta que “a
sua emancipação dos pais tem sido mais ou menos completada mais do que
iniciada na adolescência”. Isto sugere que os pais devem focalizar os anos
anteriores à adolescência como época em que devam edificar um senso de
responsabilidade pessoal e independência em seus filhos, para que abram
mão, pouco a pouco, do exercício do domínio sobre eles, permitindo que os
jovenzinhos sejam eles mesmos.
Outro mito clássico da adolescência é que há competição entre a influência
dos pais e a influência dos seus colegas. Baseado em dados acumulados,
Bandura argumenta, pelo contrário, que “ os adolescentes tendem a escolher
amigos que compartilhem de sistemas de valores e normas de
comportamento semelhantes” aos de seus pais. “O fato de ser membro da
‘patota’ não gera conflitos familiares. De fato, o grupinho deles muitas vezes
serve para reforçar e apoiar as normas e padrões de comportamento
defendidos por seus pais”.

Como pode se ver, a amizade é uma das grandes armas das quais podem ser

utilizar os pais, na busca de um melhor relacionamento com seu filho adolescente.

Entretanto, as relações entre gerações sempre serão conflitantes, porque,

segundo Petersen,

A nossa sociedade é estruturada no sentido de separar os adultos das


crianças, e até as crianças uma das outras, de acordo com a sua idade. Este
padrão invade a escola, a comunidade, os divertimentos e até a igreja.v

Cabe também aos pais, mudar esta situação, de forma a buscar um maior

entrosamento, apesar das diferenças e obstáculos que se interponham no

relacionamento com seu filho adolescente.


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O confronto é inevitável e saudável. Já existia no passado. Existe hoje. Sempre

existirá. Ele na verdade, é um dos grandes responsáveis pelas respostas à

problemática do relacionamento familiar.

Como se vê... é uma troca. E essa troca só será possível quando ambos se

desarmarem e, juntos, buscarem a solução para os problemas que enfrentam.


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CAPÍTULO III

Não Tenho Tempo.

No seu livro “Os Adolescentes Falam”, Josh McDowell compilou várias

informações fornecidas pelos próprios adolescentes, sobre os diversos aspectos

de suas vidas. Essas informações revelam o quanto os mesmos estão distantes

dos seus pais e, ao mesmo tempo, o quanto gostariam de minimizar ou acabar

com essa distância que, na maioria das vezes os torturam. Um deles disse: Eu

queria falar com meu pai. Ele está ocupado demais para mim e, quando

conversamos ele não ouve, nem tenta compreender-me.vi

Na verdade, cada qual, dentro e fora da família, está muito preocupado com si

mesmo e não tem tempo de ver, ouvir e de sentir o outro. No mesmo livro, o autor

afirma que Ouvir é uma das maneiras Mais profundas de mostrar a alguém que

você o leva a sério, que se importa, que dá valor à sua opinião.vii Só que para

ouvir (no sentido real da palavra) é necessário tempo. E Ninguém, nos dias de

hoje tem tempo. Essa é mais uma afirmação equivocada. Deus nos deu vinte e

quatro horas e se estas não são suficientes, algo está errado. Entra em cena a
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questão das prioridades. Sua família deve ser uma delas. Seu filho adolescente

precisa do seu tempo. Precisa de você!

Justifica-se o tempo todo a falta de tempo. Entretanto, conseqüências drásticas

surgem mostrando ao homem o valor do tempo, não “gasto” ou “desperdiçado”

mas sim “aplicado” ou “bem administrado” em função do equilíbrio familiar.

No livro “Agora é Hora de Amar seu filho Adolescente”, John M. Drescher defende

a idéia de que os presentes, por mais valiosos e belos que possam ser, não

substituem o tempo que é reservado para compartilhar, para se estar junto em

família. A seguir, ele faz uma afirmação que merece destaque e muita atenção por

parte dos pais O amor somente cresce à medida que damos de nós mesmos. As

crianças nem de longe precisam de coisas tanto quanto precisam do amor dos

pais.viii E complementa dizendo que Dar de nós mesmos não é fácil.ix Na verdade,

o relacionamento entre pais e filhos não sobrevive sem que seja reservado, para

esta relação, o devido tempo.

Esta crise de insuficiência de tempo para a família rompe a importante interação

que precisa ocorrer entre os filhos e seus pais, se queremos que as crianças

aprendam como ser adultas,x afirma Petersen. E ainda diz que: A dedicação do

seu tempo aos seus filhos é o primeiro elemento essencial a prover esta espécie

de relacionamento com eles.xi

Algo está errado. Está havendo, devido a própria situação atual dopais, uma

inversão de valores. A família não tem sido priorizada e, como conseqüência, lares

têm sido desfeitos porque não se há tempo para preservá-los.

Sabe-se da agitação pela qual passa a família na luta cotidiana pela

sobrevivência. Jamiel de 0. Lopes diz que:


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A luta pela sobrevivência tem sido um dos fatores que contribuem para o
desencontro em casa, entre os membros da família. Em geral, nos grandes
centros, as pessoas saem para trabalhar cedo quando os filhos ainda estão
dormindo, voltando à noite quando os encontram dormindo mais uma vez.
Algum tempo atrás, apenas um membro da família trabalhava para o
sustento da casa; porém, hoje, com a crise econômica, outros membros da
família precisam trabalhar, reforçando esse desencontro.
As mulheres começam a ter cada dia mais participação no mercado de
trabalho, afastando-se do lar e da dedicação para com os filhos, não lhes
restando outra alternativa senão deixá-los em creches ou casas maternais
que variam quanto a qualidade.

Esta é a pura verdade! É o que tem acontecido em diversos lares! As

transformações sociais que atingem a nossa sociedade refletem principalmente na

família,xii afirma Jamiel de 0. Lopes.

Há tempo para trabalhar, estudar, cuidar de todos os compromissos assumidos

mas... a cada final de dia observa-se que a esposo(a) dormiu sem contar como foi

o seu dia... que o filho dormiu e não houve oportunidade para contar o que

aconteceu na escola... como foram suas provas..., enfim, o tempo não foi

suficiente. Aqui cabe novamente, a citação de John M. Drescher feita

anteriormente ...amanhã teremos a intimidade ou distanciamento de nosso filho,

dependendo de como usarmos agora o tempo para ele.xiii Essa é uma grande

responsabilidade! E o Dr. Ross Campbell em seu livro “Como Realmente Amar

seu Filho Adolescente” fala da dificuldade em separar tempo, diante das tantas

atividades propostas pelo cotidiano. Ele diz:

Achar tempo para ficar sozinho com um adolescente, livre de outras


distrações, é o que considero o aspecto mais difícil da educação de filhos.
Mas vamos enfrentar a verdade - a boa educação dos filhos toma tempo.

Este é o preço para se estabelecer um relacionamento familiar saudável. Há a

grande necessidade dos pais assumirem o papel de amigos, companheiros...

mostrar aos filhos que eles são importantes. Que estar com eles é importante!
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CAPÍTULO IV

É Conversando que se entende.

Agora será abordado um dos assuntos que têm se constituído em um dos maiores

problemas em matéria de relacionamento familiar, e em especial, entre pais e

filhos: o diálogo. Pode-se dizer que o diálogo é a solução para a maioria dos

problemas no lar. Também podemos dizer que a falta dele está intimamente ligada

à origem de grande parte dos problemas relacionados ao lar, seja entre marido e

mulher, entre os filhos ou entre pais e filhos. A família nunca enfrentou um inimigo

tão feroz e poderoso como este. Poderia ser irônico se não fosse trágico, mas

apesar de estarmos vivendo na era da comunicação esta nunca esteve tão

ausente no relacionamento familiar. Em seu livro “Seu Filho Adolescente e Você”,

Jamiel de 0. Lopes dedica um tópico somente para debater este problema. E ele

inicia com a seguinte frase: A chave para conhecer qualquer coisa é o amor à

comunicação. Sem comunicação, a pessoa começa a morrer por dentro.xiv Neste

tópico, o autor afirma que, apesar do desenvolvimento, a comunicação no lar tem

sido cada vez mais rara e ele aponta como principais causas para isso, as

diversas novidades que o progresso tem oferecido, como computadores, televisão,


26

telefone, rádio e que, na verdade, têm se constituído em verdadeiros obstáculos à

comunicação e ao diálogo. Normalmente, o motivo mais alegado para a falta de

diálogo entre pais e filhos é a falta de tempo. É verdade que a luta pela

sobrevivência tem se intensificado cada vez mais, inclusive com a necessidade do

fortalecimento da renda familiar, levando esposas e até filhos a ingressarem no

mercado de trabalho, ocupando com isso boa parte do tempo disponível. Mas a

pergunta que fica é: “Será que apesar de tudo isso não sobra um tempinho sequer

para a família?” Talvez uma resposta positiva ou negativa a esta pergunta não

dependa apenas da averiguação do tempo disponível dos integrantes da famílias,

mas sim do tipo de relacionamento entre seus membros e o valor que ela tem na

vida de cada um deles. De qualquer forma, o que fica patente é que a família que

tem os seus membros comprometidos uns com os outros sempre solucionará a

problemática da falta de tempo.

A falta de tempo tem sido um verdadeiro obstáculo ao diálogo, mas algumas

considerações sobre o comportamento dos adolescentes com relação ao diálogo

se fazem necessárias. O adolescente caracteriza-se pelo seu jeito monossilábico

de conversar. Uma tentativa de conversar com eles pode ser algo frustrante para

muitos adultos, mas o que muito poucos pais sabem é que eles tem uma

necessidade intensa de conversar. Pode parecer absurdo, mas é exatamente

assim que eles se sentem. A falta de um canal aberto para um diálogo franco pode

constituir-se num problema sério de relacionamento entre pais e filhos, como

pode-se observar no livro “Os Adolescentes Falam” de Josh McDowell. O autor

usa a seguinte frase para explicar a importância de ouvir. Ele diz: Quando você

ouve alguém, está dizendo a essa pessoa: “você é importante. O que tem a dizer
27

é importante”. A idéia é comunicada à criança e ela compreende “Sou

importante”.xv Mais do que uma simples conversa, o diálogo entre pais e filhos,

sem dúvida, é uma forma de valorização mútua. Através dele, o adolescente

sente-se a vontade para expor aquilo que pensa e sente: seus anseios, planos,

mágoas, dúvidas e tudo mais que passa pela sua cabeça. Agora, é necessário

que se diga: antes de falar, o mais importante no diálogo com um adolescente é

saber ouvir. Isso porque hoje é muito fácil encontrar quem queira falar mas tem

sido muito difícil encontrar quem saiba ouvir. Na verdade, ouvir um adolescente é

atender a um dos seus maiores anseios. E para que se tenha a noção exata de

quão importante é esta questão, aqui vão alguns pensamentos de adolescentes

carentes de diálogo, encontrados no livro de Josh McDowell “Os Adolescentes

Falam”:

Gostaria que eles me ouvissem mais e tentassem compreender-me.


Papai, por que você nunca me ouve? Por que nunca me encorajou? (...)
Gostaria que meus pais soubessem como dói não ser ouvido e como é
humilhante não receber atenção por parte deles. (...)
Eu queria falar com meu pai. Ele está ocupado demais para mim e,
quando conversamos, ele não ouve, nem tenta compreender-me.

Estas são declarações muito fortes e tremendamente assustadoras, as quais

podem pôr em pânico qualquer pai e mãe, só de pensar na possibilidade de seus

filhos estarem passando por crises como estas, mesmo sem apresentar qualquer

sinal aparente. No tópico denominado “Nem tudo são flores...” foi falado sobre a

depressão dos adolescentes e como a mesma é muito bem escondida por eles.

Esta é uma habilidade que o adolescente desenvolve muito bem e, nestes casos,

também pode ocorrer da mesma forma. Só há uma maneira de evitar que seu filho

passe por crises como estas. É através do carinho, da amizade e do investimento


28

de tempo com eles. Mas como fazer com que seu filho fale e se abra, se nesta

fase, o “estar calado” é normal? Josh McDowell dá a seguinte “receita”:

Primeiro, os pais precisam entrar suficientemente no mundo dos filhos, afim


de que passem a falar a mesma língua. Eles precisam conhecer as
perspectivas dos filhos. (...) Os pais que querem encorajar seus filhos
adolescentes a falar devem também obedecer a certas regras básicas. É
importante, especialmente com os adolescentes, ser capaz de guardar
segredos. (...) É igualmente importante ser sincero quanto às próprias faltas.
(...) Com os adolescentes, assim como com quase todo mundo, um meio de
manter a comunicação é fazendo perguntas.

É claro que isto significa investir tempo mas também é uma questão de amor e

prioridade. As armas estão ao seu alcance, cabe a você apenas saber utilizá-las.
29

CAPÍTULO V

Preciso de limites!

Um dos assuntos mais controvertidos e polêmicos com relação a adolescentes

tem sido a disciplina. Nunca se questionou tanto o comportamento e as formas de

educar corretamente um adolescente. Aliás, tem sido comum se ouvir de alguns

pais, professores e líderes a expressão “aborrecentes”, ao se referirem aos jovens

da faixa entre 12 e 21 anos. Trata-se da estigmatização da indisciplina, ou por que

não dizer, da irreverência dos jovens dessa faixa etária. Não tem sido incomum

também se ouvir comentários de pais decepcionados: “Esse menino não era

assim.” “Quando ele era ‘pequenininho’ era tão comportado mas agora... nem

parece a mesma criança.” Antes de continuar, se faz necessário esclarecer que, a

maioria dos pais, líderes e professores têm focalizado a questão, sem levar em

consideração o passado e a formação disciplinar deste adolescente, passando a

visualizar a questão apenas do ponto de vista do “hoje”. Ora, essa é uma forma

muito limitada e simplista de encarar o problema. A verdadeira disciplina está bem

longe deste pensamento conformista. A confirmação disto foi encontrada nas

palavras de Susana Wesley, mãe de João Wesley, quando já idosa e após ter
30

criado dezessete filhos. Ela expressou o seu pensamento a respeito da educação

de filhos atendendo a um pedido de seu filho João:

A fim de formar a mente dos filhos, a primeira coisa a fazer é dominar-lhes a


vontade e levá-los a uma disposição obediente. É preciso tempo para abrir-
lhes a compreensão das coisas, e isso deve ser feito aos poucos, à medida
que possam suportar; mais a sujeição da vontade continua é algo que
deve ser feito imediatamente, e quanto mais cedo melhor!
Pois quando a correção oportuna é negligenciada, eles se tornam teimosos e
obstinados, ficando muito difícil dominá-los mais tarde, e nunca sem o uso de
tal severidade que se torna dolorosa, tanto para mim como para as crianças.
Aos olhos do mundo, os que não aplicam a correção oportuna passariam por
pais bondosos e indulgentes, mais eu os chamo de pais cruéis, que permitem
aos filhos adquirirem hábitos que eles, pais, sabem que mais tarde terão
inevitavelmente de ser abandonados. E até existem alguns tão estupidamente
insensatos que se divertem em ensinar os filhos a fazerem coisas que depois
é necessário castigá-los severamente porque as fazem.
Toda vez que uma criança é corrigida ela precisa ser também dominada; e
isso não será muito difícil de fazer, se ela ainda não se tornou voluntariosa
demais por excesso de complacência. Quando a vontade da criança é
completamente subjugada e ela elevada a reverenciar e temer os pais, então
muitas tolices e muitos descuidos infantis podem ser relevados. Alguns devem
ser simplesmente ignorados e outros apenas reprovados brandamente. Mas
nenhuma transgressão intencional deve ser perdoada aos filhos e sim
receber um castigo correspondente à natureza e às circunstâncias da
ofensa.
Não posso pôr de lado este assunto. Da mesma forma que a obstinação é a
raiz de todo pecado e infelicidade, tudo aquilo que a estimule nas
crianças prepara sua futura ruína e incredulidade; e tudo aquilo que a
reprime e domina promove sua futura felicidade e piedade. Isto é ainda
mais evidente se considerarmos que afinal de contas o cristianismo nada mais
é senão fazer a vontade de Deus e não a nossa; e que o grande obstáculo à
nossa felicidade temporal e eterna é esse obstinação. Nenhuma complacência
para com ela pode ser considerada insignificante, e nenhuma barreira que se
lhe oponha será sem proveito.

James C. Dobson fez o seguinte comentário a respeito do pensamento da senhora

Wesley: Eu poderia usar palavras diferentes a fim de impedir a opressão e a

prepotência dos pais. Porém, a meu ver, a compreensão básica da senhora

Wesley está correta.


31

A psicologia “moderna” tem enfatizado muitas vezes que o melhor caminho para

educar uma criança é, ao invés de bater, procurar explicar a ela a importância de

não fazer o que é errado, procurando sempre compreendê-la da melhor maneira

possível, a fim de não traumatizá-la. É claro que há uma fase na vida dos filhos,

em que essa filosofia é a única forma de se resolver o problema, até mesmo pela

idade e pelo nível de desenvolvimento intelectual que esta criança terá

desenvolvido. Porém, na fase da tenra infância, nem sempre se poderá tratar

todas as confrontações desta forma, pois nesta fase, em muitas ocasiões, uma

correção física deverá ser utilizada para que se mostre a criança quem está no

comando. Se necessário, isto deverá ser feito, sob pena de se perder o controle e

a autoridade para ministrar a disciplina, trazendo conseqüências seríssimas para o

jovem no período da adolescência.

Em seu livro “Ouse Disciplinar”, o Dr. James Dobson narra o caso de uma de suas

clientes a qual estava passando por diversos problemas com seu filho adolescente

acerca da disciplina. Após uma breve entrevista, a mãe disse lembrar-se

claramente do início de tudo. Ao ser desafiada por seu filho quando este tinha

ainda três anos de idade, demonstrou fraqueza. Ela afirmou não conseguir, após

este período, prevalecer sobre o filho. E o autor comenta sobre o caso:

Quando os pais perdem essas primeiras confrontações, terão maior


dificuldade em ganhar os conflitos posteriores. Pais muito fracos ou
cansados ou ocupados demais para ganhar cometem um erro muito caro que
os atormentará durante a adolescência de seu filho. Se você não consegue
fazer com que uma criança de cinco anos guarde os brinquedos, é pouco
provável que venha a exercer muito controle durante a época mais rebelde
da vida dela.
32

O que fica patente neste momento é que, de forma física ou não, todo o tipo de

correção aplicada a crianças, até pelo menos de sete a oito anos, é primordial

para o controle efetivo sobre o jovem, quando este chegar na adolescência.

Os castigos corporais valem como condicionamento; assim só poderão ser


úteis quando aplicados em crianças durante o período de formação da
personalidade, que vai aproximadamente até os sete anos. Depois dessa
idade, pode ser profundamente humilhante gerando muitas vezes nos filhos
um sentimento de revolta, principalmente se eles são adolescentes.
A Bíblia é explicita quando se refere ao uso da vara: “O que retém a vara
aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina” (Provérbios 13:24).

Isto se justifica porque se a criança não tiver sido corrigida e bem orientada

durante a tenra idade, dificilmente ela aceitará qualquer tipo de correção durante a

adolescência. Em outras palavras: será tarde demais. Já quando estiver na

adolescência, o tipo de disciplina deve ser mudado e adaptado de forma útil e

adequada com a idade. Por exemplo: de maneira alguma um adolescente aceitará

uma “surra”, pois ele já se julga adulto e um adulto não apanha dos pais. Nesta

idade, a criatividade é o maior trunfo que os pais podem usar para disciplinar seus

filhos. O Dr. James Dobson, em seu livro “Ouse Disciplinar”, cita seu próprio

exemplo para ilustrar tal postura. Ele explica que por ter sido muito arteiro quando

criança, e por motivo das diversas queixas que sua mãe recebia dos professores

do colégio, ao invés de aplicar-lhe qualquer castigo, ameaçou acompanhá-lo

durante todo o dia no colégio, afim de envergonhá-lo na presença dos amigos se

as queixas continuassem a chegar. Esta foi uma solução criativa e eficaz. No caso

do autor funcionou. Cada pai porém, deverá usar a sua criatividade levando em

consideração as suas necessidades específicas e as características dos seus

filhos.
33

Falar sobre disciplina nos dias atuais não é tarefa fácil, principalmente em um

momento em que este tema é tão questionado na sua forma. Os pais de hoje, em

grande parte, são péssimos disciplinadores e isto pode ser verificado no tipo de

adolescente que se tem hoje. Para muitos deles, a palavra disciplina constitui-se

em um grande desafio, devido a falta de método ou de coragem para ministrá-la.

Assim, é necessário que se deixe um desafio para os pais: que eles tomem as

“rédeas” e assumam de forma decisiva uma postura, acima de tudo, de amor para

com os seus filhos, no sentido de discipliná-los agora ou então estarão sujeitos a

serem tristemente esmagados e desmoralizados pelos seus próprios filhos.

Como se vê, a família é o berço de tudo. É lá que tudo começa. É lá que todos os

elementos que compõem a personalidade do indivíduo são forjados. Mas é lá

também, que se alimenta a maioria dos desvios de personalidade e caráter. O tipo

de lar em que um indivíduo nasce e cresce é um fator preponderante na

determinação do tipo de conduta e disciplina a ser desenvolvido por ele na

sociedade. Portanto, é dos pais, única e exclusivamente deles, a responsabilidade

de criar uma atmosfera propícia para a formação do caráter e da personalidade do

indivíduo, para que este tenha condições de se relacionar e crescer em sociedade

e com ele próprio.


34

CONCLUSÃO

Como foi visto, a capacidade de gerar adolescentes saudáveis está,

principalmente nas mãos dos pais. Sem a construção de um relacionamento

baseado no amor incondicional, torna-se difícil alcançar êxito na tarefa de preparar

o adolescente, considerando os mais variados aspectos do seu desenvolvimento.

Essa conclusão é possível em virtude das carências verificadas nas famílias,

muitas vezes, oriundas dos conflitos de gerações, da falta de tempo, de diálogo e

de limites, os quais são elementos básicos (hoje tão esquecidos) para o

desenvolvimento saudável do lar, os quais refletem, invariavelmente no processo

educativo. Diante disso, é necessário que os pais assumam o seu verdadeiro

papel na família, compreendendo a visão real do caminho, vendo a escola como

um reforço da educação ministrada no lar.

Para o desenvolvimento de um bom ambiente familiar todo esforço é necessário.

Porém, o realizar ou não este esforço dependerá única e exclusivamente do

quanto você realmente deseja que seu filho adolescente se torne um adulto

saudável, equilibrado e consciente.


35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CAMPBELL, Dr. Ross. Como Realmente Amar seu Filho Adolescente. 5. ed.
Trad. Neyd Siqueira. São Paulo: Associação Religiosa Edit. Mundo Cristão, 1994.
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CARTER, Dr. Wm. Lee. Por que os Adolescentes Ficam tão Irritados? por que
os adolescentes ficam tão irados, e como os pais podem ajudá-los a
amadurecer mediante essa emoção. Trad. Neyd Siqueira. São Paulo: Editora
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Gordon Chown. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1993.
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frustrações da criação dos filhos. 2.ed. Trad. Neyd Siqueira. São Paulo:
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DRESCHER, John M. Agora é a Hora de Amar Seu Filho. 3.ed. Trad. Wanda de
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36

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devem esquecer. Trad. Hagar Aguiar Caruso. São Paulo: Editora Vida, 1995.
141p.

KEHLE, Mary. Os Adolescentes e o Sexo. Trad. Neyd Siqueira. São Paulo:


Mundo Cristão, 1994. 72p.

KEMP, Jaime. A Arte de Permanecer Casado: guia seguro para quem deseja
salvar um casamento. São Paulo: Editora Sepal, 1989. 143p.

KEMP, Jaime. Sexo: Aqui e Agora?!: sexo antes do casamento-como o jovem


encara este papo. 2.ed. São Paulo: Editora Sepal, 1995. 90p.

KEMP, Jaime. Turbulentos Anos da Adolescência: como ajudar um adolescente a


não naufragar na mais crítica fase de sua vida! São Paulo: Editora Sepal, 1994.
109p.

LOPES, Jamiel de Oliveira. Aprendendo a Lidar com o Adolescente: um manual


prático para líderes e professores da escola bíblica dominical. São Paulo: Editora
e Distribuidora Candeia, 1996. 198p.

LOPES, Jamiel de 0. Seu Filho Adolescente e Você. 2.ed. São Paulo: Editora e
Distribuidora Candeia, 1995. 96p.

LaHAYE, Tim e Beverli. O Ato Conjugal: orientação sexual equilibrada, clara e


sem rodeios. Um manual completo para o casal cristão. 8.ed. Trad. Myriam
Talitha Lins. Minas Gerais: Editora Betânia S/C, 1989. 271p.

McDOWELL, Josh. Os Adolescentes Falam: o que eu gostaria que meus pais


soubessem sobre minha sexualidade. 2.ed. São Paulo: Editora e Distribuidora
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McDOWELL, Josh & WAKEFIELD, Dr. Norm. A Diferença que o Pai Faz: criando
um ambiente para a sexualidade sadia de seu filho. 2.ed. Trad. Neyd Siqueira.
São Paulo: Editora e Distribuidora Candeia, 1995. 184p.

OSBORNE, Cecil. A Arte de Relacionar-se com as Pessoas. 3.ed. Trad. Josias


Cunha de Souza & Roberto Alves de Souza. Rio de Janeiro: JUERP, 1990.
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PERRY, Lloyd M. & CELL, Charles. Pregando Sobre os Problemas da Vida.


2.ed. Trad. Adiel Almeida de Oliveira. Rio de Janeiro: JUERP, 1991. 244p.

PETERSEN, J. Allan. Como Eliminar o Stress na Família: como agir em tempos


de crise. 2.ed. Trad. De Adiel Almeida de Oliveira. Rio de Janeiro: JUERP, 1990.
151p.
37

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 18.ed. São


Paulo: Cortez: Autores Associados, 1992. 252p.

STANLEY, Charles. Como Lidar com o Sofrimento: aprenda a conviver com as


adversidades e extrair delas lições preciosas. Minas Gerais: Editora Betânia S/C,
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TRINDADE, Eduardo. Teses, Dissertações e Monografias: roteiro para sua


elaboração. Rio de Janeiro: JUERP, 1994. 118p.

BIBLIOGRAFIA CITADA
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Trad. Neyd Siqueira. São Paulo: Associação Religiosa Edit. Mundo Cristão,
1994. 107p.

2 - CARTER, Dr. Wm. Lee. Por que os Adolescentes Ficam tão Irritados? Por
que os adolescentes ficam tão irados, e como os pais podem ajudá-los a
amadurecer mediante essa emoção. Trad. Neyd Siqueira. São Paulo:
Editora Candeia, 1996. 244p.

3 - COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão Trad. Neyd Siqueira. São


Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1992. 389p.

4 - COLLINS, Gary R. Ajudando uns aos outros pelo Aconselhamento. 2. ed.


Trad. Gordon Chown. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova,
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5 - DOBSON, Dr. James . Coragem para os Pais: como enfrentar sem medo
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6 - DOBSON, James. Ouse Disciplinar. Trad. Wanda Assumpção. Florida:


Editora Vida, 1977. 235p.

7 - DRESCHER, John M. Agora é a Hora de Amar Seu Filho. 3.ed. Trad.


Wanda de Assumpção. São Paulo: Associação Religiosa Edit. Mundo
Cristão, 1991. 67p.

8 - LOPES, Jamiel de 0. Seu Filho Adolescente e Você. 2.ed. São Paulo:


Editora e Distribuidora Candeia, 1995. 96p.

9 - McDOWELL, Josh. Os Adolescentes Falam: o que eu gostaria que meus


pais soubessem sobre minha sexualidade. 2 .ed. São Paulo: Editora e
Distribuidora Candeia, 1995. 208p.
38

10 - PETERSEN, J. Allan. Como Eliminar o Stress na Família: como agir em


tempos de crise. 2.ed. Trad. De Adiel Almeida de Oliveira. Rio de Janeiro:
JUERP, 1990. 151p.

ATIVIDADES CULTURAIS
39

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O LAR – ONDE TUDO COMEÇA 10
1.1 – Nem tudo são flores... 10
1.1.1 – Depressão 12
1.1.2 – Ira 13
1.1.3 – Auto-estima 15
CAPÍTULO II
NINGUÉM SE ENTENDE! 18
CAPÍTULO III
NÃO TENHO TEMPO 22
CAPÍTULO IV
É CONVERSANDO QUE SE ENTENDE 25
CAPÍTULO V
PRECISO DE LIMITES! 29
CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35
BIBLIOGRAFIA CITADA 37
ATIVIDADES CULTURAIS 38
ÍNDICE 39
FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
40

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: A Família em Crise

Autor: Ana Cristina da Silva de Gusmão

Data da entrega: 27/07/200

Avaliado por: Conceito:


41

i
Ross CAMPBELL, Como Realmente Amar Seu Filho Adolescente, p. 11.
ii
Wm. Lee CARTER, Por que os Adolescentes Ficam Tão Iritados?, p. 13.
iii
Melhoramentos - Dicionário da Língua Portuguesa, p. 429.
iv
J. Allan PETERSEN, Como Eliminar o Stress na Família, p. 51.
v
Ibid., p. 49.
vi
Josh McDOWELL, Os Adolescentes Falam, p. 81.
vii
Ibid., p. 78.
viii
John M. DRESCHER, Agora é a Horas de Amar Seu Filho!, p. 9.r
ix
Ibid., p. 10.
x
J. Allan PETERSEN, Como Eliminar o Stress na Família, p.
xi
Ibid, p. 49.
xii
Ibid, p. 48.O
xiii
John M. DRESCHER, Agora é a Hora de Amar Seu Filho!, p. 8.
xiv
Jamiel de 0. LOPES, Seu Filho Adolescente e Você, p. 47.
xv
Josh McDOWELL, Os Adolescentes Falam, p. 77.

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