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O autor inicia a discussão acerca da problematizarão de um juiz sobre o termo

homofobia e sua generalização que passou a ser usado para definir outros tipos de
preconceitos contra lésbicas, travestis e transexuais, e que nos mostra a nossa limitação
linguística e a carga preconceituosa que esta implícita nela.

A linguagem segundo Dinis, carrega consigo um fator de exclusão


principalmente em línguas latinas já que as mesmas usam regras neutras e nos obrigam
a utilizar signos genéricos tanto para o masculino quanto para o feminino. Os termos
homossexual e homossexualidade também é questionado a partir da visão de
FOCAULT (1988) esses termos aparecem no discurso medico de forma patológica e
deveriam ser substituídos pelo termo homoerotismo , já que a terminologia das palavras
tem uma carga negativa cabe a nós, resistirmos a elas.

Logo em seguida ele aborda que é imprescindível questionar os limites e


preconceitos linguísticos, pois essa é uma forma de resistência, e deve ser encorajada
nos processos educacionais, ja que pra ele um conceito é uma tentativa de simplificar,
nos enquadrar a um termo criado em determinado momento histórico cultural, e no caso
da sexualidade nos enquadrar, sem levar em consideração nossas experiências com
nossos corpos e com outras pessoas, não que haja de se extinguir esses termos em
determinados momentos específicos, pois as Ciências Humanas utiliza desses para seus
estudos. O fundamental é problematiza-los para que desse modo, reconheça a
linguagem como uma construção histórica cultural, que não é neutra muito menos
universal.

O autor fala ainda sobre como se da a violência contra homossexuais na escola,


que são através de agressões físicas e verbais, a esses que se recusam estar no padrão
heteronormativo, que tem por sua definição ser ''um desvio a qualquer tipo de
comportamento que não seja o heterossexual'', isso faz com que a heterossexualidade
seja vista como norma universal.

O bullying homofóbico nas escolas leva os alunos com identidades de gênero diferentes
da heterossexual ao abandono ou desistência escolar devido aos preconceitos e
descriminação nesse espaço. as principais vitimas desses processos são os travestis e
transexuais que dificilmente conseguem retornar a escola.

O silenciamento nos casos de violência fortalecem ainda mais esse cenário, pois
os professores mesmo percebendo que seus alunos com orientações sexuais diferentes
estão sofrendo abusos ainda evitam discutir esses temas em sala de aula. logo ele fala
sobre o conceito ''amolador de faca'' utilizado pelo padre e psicanalista Luiz Antonia
Baptista (1999) para se referir e denunciar a cumplicidade social com a violência
expressa, seja no discurso da mídia, da igreja ou psicanalista.
O fio da faca que esquarteja, ou o tiro certeiro nos olhos, possui aliados, agentes sem
rostos que preparam o solo para esses sinistros atos. Sem cara ou personalidade,
podem ser encontrados em discursos, textos, falas, modos de viver, modos de pensar
que circulam entre famílias, jornalistas, prefeitos, artistas, padres, psicanalistas
etc.Destituídos de aparente crueldade, tais aliados amolam a faca e enfraquecem a
vítima, reduzindo-a a pobre coitado, cúmplice do ato, carente de cuidado, fraco e
estranho a nós, estranho a uma condição humana plenamente viva. (BAPTISTA,
1999, p. 46).

A seguir o autor fala sobre como o texto de Luiz Baptista não é lembrado ou utilizado,
já que na área educacional os professores são amoladores de faca, já que esses
frequentemente se apropriam dos discursos preconceituosos da religião e psicanálise
para justificar atitudes discriminatórias. Por fim, ele aborda acerca de como a escola
deve ser um espaço de formação dos direitos humanos, e que deve ser incluído no
currículo, o tema da diversidade sexual, para que os docentes sejam encorajados a
assumir a responsabilidade no combate do preconceito e discriminação.

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