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1. Considerações Gerais
O objetivo deste capítulo é descrever as técnicas mais utilizadas,
mostrar as vantagens e desvantagens de cada uma, ressaltando que a
melhor técnica é aquela que melhor se aplica para uma determinada situação
clínica e que seja de domínio do cirurgião dentista (CD).
As coroas provisórias devem preencher alguns requisitos:
- proteger e recuperar o complexo dentino-pulpar traumatizado durante o
preparo dentário, impedindo que o dente preparado sofra agressões
térmicas, químicas e mecânicas provenientes do meio bucal;
- apresentar adaptação cervical adequada para evitar infiltração de saliva e
proliferação bacteriana em torno do dente preparado;
-não devem apresentar sub ou sobre-contorno, fornecendo condições para a
manutenção da gengiva marginal sadia durante todas as fases do tratamento;
- devem restabelecer a oclusão e os contatos proximais corretos para evitar
migrações e extrusões e impacção alimentar;
-restabelecer a estética e a fonética, dando as coroas provisórias cor, forma,
contorno e posicionamento vertical e horizontal corretos para que também
possam servir como protótipos da prótese fixa (PPF)
3. Técnicas de confecção
O material mais utilizado para confecção de coroas provisórias é a
resina acrílica autopolimerizável por ser um material de fácil manipulação,
pode ser modificado facilmente e diretamente na boca, pode ser reembasado
na região cervical, é relativamente barato, apresenta boa resistente à fratura,
tem estabilidade de cor razoável e apresenta várias cores.
As resinas acrílicas podem ser divididas em termopolimerizáveis
eautopolimerizáveis e sua seleção está diretamente relacionado com a
extensão da PPF e/ou do tempo que a prótese provisória vai permanecer em
função. As termopolimerizáveis são utilizadas para confecção de coroas
provisorias pela técnica indireta e apresentam maior resistência e
estabilidade de cor. As resinas autopolimerizáveissão são utilizadas mais
com as técnicas diretas, ou seja, são fabricadas diretamente na boca. Estas
apresentam propriedades inferiores às termopolimerizáveis, apresentando
menor resistência, maior porosidade e menor estabilidade de cor. Apesar da
qualidade inferior, ainda são consideradas satisfatórias, sendo o material
mais comumente utilizado.
Técnica direta
A técnica direta mais utilizada é feita por meio de moldagem com
alginato ou silicona dos dentes que farão parte da PPF. Para essa técnica a
moldagem pode ser feita diretamente do(s) dente(s) pilare(s) se estiverem
bem posicionados e com anatomia coronal que possa ser reproduzida ou de
um enceramento diagnóstico feito em modelo de gesso fixado em articulador.
Na primeira situação e para os casos de prótese fixa, após a confecção das
coroas provisórias dos dentes pilares, fixa-se um dente de estoque na área
edêntula (pôntico) nas faces proximais com resina acrílica. Pode-se
também usar facetas de dentes de estoque que são adaptadas e
reembasadas diretamente sobre os dentes preparados ou em dentes
desgastados em modelo de gesso.
Em qualquer técnica o uso de grande quantidade de resina. o calor
proveniente da reação exotérmica da resina é intensa e pode ser danosa à
polpa e ao tecido gengival. Para que isso não ocorra, deve-se irrigar
abundantemente a região durante o processo de polimerização da resina.
Essas técnicas serão descritas a seguir
3.1.1.Matriz de alginato
Fig.1. Foto Inicial de duas coroas metalocerâmicas que serão trocadas por
razões estéticas.
Fig.2. Molde da área com alginato
Fig. 12. Colocação da resina acrílica da cor da faceta na sua face interna.
faceta.
Fig. 16. Após a demarcação do término com grafite os excessos laterais são
removidos com broca maxicut.
Fig 18. Vista dos dentes preparados no modelo de estudo. O preparo deve
ser feito desgastando-se superficialmente todas as faces com broca
diamantada em baixa rotação.
Fig. 39. Utilização de papel de carbono para avaliação dos contatos oclusais
Fig. 42. Polimento com roda polidora cinza para desgaste grosseiro
(Exacerapol). Utilizar em baixa rotação, evitando-se desgaste excessivo da
resina acrílica.
Fig. 43. Polimento com roda polidora rosa para desgaste médio (Exacerapol)
em baixa rotação.
Fig. 44. Utilização de escova Scotch Brite Média para remoção de riscos
Fig. 46. Utilização de mini escova camurça. Pode ser utilizada com pasta
polidora ou bastão para brilho
4.Cimentação Provisória
A seleção do agente cimentante deve considerar vários fatores, como
grau de retenção dos dentes pilares, tempo de permanência na boca, grau de
mobilidade dos dentes pilares, extensão da prótese, técnica de confecção da
coroa provisória e necessidade de ação medicamentosa sobre a polpa.
O quadro abaixo apresenta os cimentos provisórios mais utilizados e suas
indicações:
Fig. 49. Manipular cimento provisório e aplicar uma fina camada nas
superfícies axiais das coroas provisórias. Grande quantidade de cimento
colocado no interior da coroa causará desajuste cervical!!!
Fig. 50. A prótese é levada em posição e mantida sob pressão até a presa
inicial do cimento.
Literatura Sugerida
1- Neppelenbroek KH, Lopes JFS, Silva RHBT, Segalla JCM. A importância
das próteses provisórias. RGO, n.51, v.1, p.50-53, jan/fev/mar., 2003
2- Brannstrom M. Reducing the risk of sensitivity and pulpar complication after
the placement of crowns and fixed partial dentures. Quintessence Int, v.27,
n.10, p.673-8, Oct 1996.
3- Pegoraro, L.F. Coroas provisórias. In: Pegoraro, L.F. Prótese Fixa. São
Paulo: Artes Medicas, 2013. Cap.6, p.111-148.