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The Theory of Poker
The Theory of Poker
BY DAVID SKLANSKY
OCTOBER 2004
PREFÁCIO
O livro mostra que tipo de coisas devem ser pensadas para se tornar um
jogador profissional. Não é um livro fácil, mas uma leitura atenta pode trazer
ricas recompensas.
CAPÍTULO 1
Seja qual for o seu nível no poker, os capítulos seguintes apresentarão teorias
e conceitos que o farão eliminar sua confiança na sorte e aprender como se
tornar um expert que confia em suas habilidades. Poker não é um jogo de
sorte e sim de habilidade!
POKER LOGIC
Você tem que jogar sendo firme e resistente para fazer dinheiro, ganhar
dinheiro!
Isso não significa que você não deve se sociabilizar com o poker. Você pode
fazer amigos, aumentar seu ciclo de relacionamentos, networking, mas quando
as cartas estão na mesa, você não é o bom neto, o bom filho, o bom marido
ou o cara legal, você é um jogador!
Fazer dinheiro não quer dizer apenas ganhar potes individualmente. É claro
que você não pode vencer sem ser ganhando potes, mas jogar todos os potes
ou a maioria deles o faz perdedor a longo prazo.
Muitos jogadores não seguem esses conceitos, por mais óbvios que eles
pareçam ser.
Um bom jogador torna-se paciente para esperar por uma situação certa para
jogar um pote e torna-se disciplinado para soltar uma mão que ele julgue ser a
segunda melhor.
Nunca pare de jogar ou saia de uma mesa só para assegurar uma sessão
vencedora. Do mesmo jeito não continue a jogar num dia/mesa ruim só para
recuperar bankroll.
Se você é favorito, mantenha-se. Se passar a ser um não-favorito saia estando
ganhando ou perdendo.
CAPÍTULO 2
Se você está com um amigo jogando uma moeda pra cima num cara ou coroa
e quem ganhar leva R$ 1,00 a cada aposta. Você ganha com “cara” e ele com
“coroa”. A probabilidade de sair “cara” é de 1-1, e você está apostando 1- 1. A
Sua expectativa matemática é precisamente ZERO, já que você não tem
expectativa matemática depois de 2 ou 200 jogadas da moeda para o alto.
Mas vamos dizer que um imbecíl queira apostar 2-1 na jogada paro o alto da
moeda. De repente você tem uma expectativa matemática de 50 centavos por
aposta. Porque 50 centavos? Na média você vai ganhar uma aposta para cada
aposta que você perder. Você aposta R$ 1,00 a primeira vez e o perde. Você
aposta R$ 1,00 a segunda e ganha R$ 2,00. Você apostou R$ 1,00 duas vezes
e Você está R$ 1,00 na frente. Cada um desses R$ 1,00 apostados ganhou 50
centavos.
Se você puder jogar 500 vezes a moeda para cima numa hora, sua “taxa
horária” é agora de R$ 250,00, pois na média você perde R$ 1,00 250 vezes e
ganha R$ 2,00 250 vezes.
Expectativa Matemática nada tem a ver com resultados. O imbecíl pode ganhar
os dez primeiros “cara ou coroa” seguidos, mas você tem 2-1 de probabilidade,
você mesmo assim ganha 50 centavos por R$ 1,00 apostado. Não faz diferença
ganhar ou perder uma série específica de apostas desde que você tenha
bankroll suficiente para cobrir suas perdas facilmente. Se você continuar com
as apostas no longo prazo você vai ganhar um valor aproximado
especificamente à soma de suas expectativas.
“Todas as vezes que você aposta com a probabilidade a seu favor, você ganha
alguma coisa naquela aposta, você tendo ganhado ou não a aposta. Do mesmo
jeito, quando você aposta com a probabilidade contra você, você está
perdendo alguma coisa, não importando se você ganhou ou não a aposta.”
Quando se tem uma expectativa positiva, você aposta com “best of it”, do
contrário, com expectativa negativa, quando a probabilidade está contra você,
você tem “worst of it”, (só para nos familiarizarmos com as expressões
internacionais.)
Apostadores sérios, só apostam quando tem “best of it”. Quando estão worst
of it eles passam.
Vamos dizer que você está com um full house. Um jogador a sua frente
aposta. Você sabe que se você der raise aquele jogador vai dar call. Então dar
raise parece ser a melhor jogada. Entretanto, quando você dá raise outros dois
jogadores antes de você certamente darão fold. Por outro lado se você der call
na aposta do primeiro jogador, você sente certamente que os outros dois irão
também dar call. Dando raise, você ganha uma unidade, mas apenas dando
call, você ganha duas unidades. Portanto dar call nessa mão tem uma
expectativa positiva maior e é a melhor jogada.
Você fez um flush, e o jogador adiante que você “leu” que tem dois pares
aposta e há outro jogador atrás de você na mesma mão que você sabe que
tem uma mão pior do que a sua. Se você der raise, o jogador atrás de você vai
dar fold. Além disso, o apostador inicial provavelmente também irá dar fold
caso ele tenha mesmo dois pares, mas se ele tiver um full house vai dar
reraise. Nesse exemplo, dar raise não só não te dá uma expectativa positiva
como na verdade te dá uma expectativa negativa! Se o apostador inicial tiver
um full house e der reraise, a jogada irá te custar duas unidades caso você dê
call no reraise dele e uma unidade se você der fold.
O dinheiro que você economizou dando fold ao invés de dar call contribui para
as vitórias da noite ou do mês.
Sempre é mais prazeroso dar um bom fold mesmo que você tenha perdido o
pote!
Você deve ficar feliz também após uma sessão perdedora, quando percebe que
os outros jogadores devem perder muito mais jogando com certas cartas.
Hourly Rate
É claro que na maioria das vezes não se tem como calcular precisamente.
Outras variáveis podem afetar a sua taxa horária. Adicionalmente, quando se
está jogando num lugar público ou em alguns clubes privados, onde há uma
“house rake” (taxa da casa) ou uma hourly seat charge. (taxa horária para se
jogar poker, muito comum na Califórnia), deve-se deduzi-las do seu ganho
para o cálculo da taxa horária. Nas salas de poker de Lãs Vegas o rake usual é
de 5% de cada pote até o máximo de U$ 3 no Texas Hold'em e na maioria dos
outros tipos de poker.
Quanto mais jogadas com expectativas positivas você tiver, mais vencedor virá
a ser, e quanto mais com expectativas negativas, mais perdedor. Obviamente,
deve-se sempre tentar maximizar as expectativas positivas ou minimizar as
negativas para que se tenha a sua taxa horária maximizada.
Não se deve ficar ansioso para se ter um dia bom ou triste por ter tido um dia
ruim. É ruim também achar que o poker é algo glamuroso. Você deve pensar
apenas que está trabalhando como um jogador de poker e que não está
ansioso por fazer um grande score. Se ele vier, veio. Não deve ficar triste
também se tiver uma grande perda. Se ela vier, veio. Você está jogando por
certa taxa horária pré-estabelecida.
Se você estimou corretamente sua taxa horária, os seus ganhos eventuais irão
ser aproximadamente a sua taxa horária prevista multiplicada pelo total de
horas jogadas.
Deve-se também anotar não só o perfil dos jogadores, mas que tipo de erros
eles cometem e o quanto esses erros os custaram.
CAPÍTULO 3
É claro que se todas as cartas fossem expostas o tempo todo não seria um
jogo de poker.
Toda vez que você joga uma mão diferentemente da maneira que você
jogaria caso pudesse ver as cartas de seus oponentes, eles ganham. E
toda vez que você joga uma mão do mesmo jeito que você jogaria caso
pudesse ver as cartas de seus oponentes, eles perdem. Inversamente,
Toda vez que seus oponentes jogam suas mãos diferentemente da
maneira que eles jogariam caso pudessem ver suas cartas, você
ganha, e Toda vez que eles jogam suas mãos da mesma maneira que
eles jogariam caso pudessem ver suas cartas, você perde.
Por exemplo, se seu oponente visse que você tem um flush pós flop, a jogada
correta para ele seria jogar fora um par de ases quando você apostar. Dar call
na sua aposta seria um erro. Mas um tipo especial de erro. Não significa que
seu oponente esteja jogando erradamente dando call na sua aposta com par
de ases na mão, significa que ele está jogando diferentemente da maneira que
ele jogaria caso pudesse ver suas cartas.
Esse exemplo do flush x AA, é muito óbvio. O fato é que o teorema é óbvio,
mas a sua aplicação não é tão óbvia assim. Às vezes a quantidade de dinheiro
no pote faz ser correto dar call mesmo que você pudesse ver as cartas de seu
oponentes melhores do que a suas!!
Exemplo 1:
Supondo que sua mão não é tão boa quanto do seu oponente quando você
aposta (dá bet). O seu oponente paga seu bet e você perde. Mas de fato você
não perdeu, você ganhou! Por quê? Porque obviamente a jogada correta para
ser feita pelo seu oponente se ele soubesse o que você tinha, seria dar “raise”
e não apenas te pagar. Entretanto você ganha quando ele não dá raise, e caso
ele desse fold você ganharia uma quantidade enorme de fichas.
Vamos dizer que você está com JTs (hearts) (suited conectors) e seu oponente
está segurando K (Spades) Q (Diamonds), o flop vem:
Você dá check, o seu oponente dá bet e você dá call. Agora vem no turn um A
(Diamonds) e você dá bet tentando representar que está com outro ás na mão.
Se seu oponente soubesse o que você tem, a jogada correta dele seria dar
raise em você num valor enorme para que você achasse caro o suficiente para
não pagar e ver o river (esperando uma seqüência ou um flush) e você daria
fold.
Entretanto se ele apenas der “call”, você ganhou! Você ganhou não somente
porque você está pagando barato para ver o river, mas porque seu oponente
não fez a jogada certa. Obviamente se seu oponente der fold, você ganha, pois
ele jogou fora a melhor mão.
Exemplo 2:
Supondo que há 80$ no pote e você tem dois pares. Você dá bet $10 e seu
oponente tem uma puxada pra flush (quatro cartas do mesmo naipe) ou um
“four flush”. A questão é: você quer que ele dê call ou fold? Naturalmente você
quer que ele faça o que for mais lucrativo pra você. O Teorema Fundamental
do Poker diz que o que é mais lucrativo pra você é o seu oponente jogar
incorretamente ou da maneira diferente do que ele jogaria caso pudesse ver
suas cartas. Seu oponente tem 9-1 de probabilidade (os $10 que ele pagou
gerou um pote de $90) e há mais ou menos 5-1 de cartas que servem pra ele
fazer o flush, então é correto ele dar call, pois dar call nesse caso tem uma
expectativa positiva. Desde que é correto dar call, você espera então que ele
dê fold. Essa situação acontece frequentemente. Você tem a melhor mão, mas
seu oponente tem “odds” suficientes para te pagar se ele soubesse o que você
tem, porém você quer que ele dê fold. Da mesma forma é correto você dar call
quando você tem suficiente pot odds. Caso você não o faça isso o custará
dinheiro.
Sempre que um oponente não tiver odds contra você, você irá querer que ele
pague, mesmo que pagando ele tenha uma chance de fazer uma mão melhor
que a sua como fazer um flush ou seqüência.numa puxada.
No exemplo, se o pote fosse de $20 ao invés de $80, você gostaria que o seu
oponente com um four flush pagasse a sua aposta de $10, pois ele seria 5-1
favorito tendo apenas 3-1 de cartas pelo pote. Se ele pagasse e fizesse o flush
sua jogada seria incorreta, pois teria expectativa negativa e você ganha
quando isso acontece!
Quando se tem uma mão como essa onde você quer que o seu oponente dê
call, você não deve tentar fazer seu oponente dar fold apostando uma
quantidade exorbitante.
Eis outro exemplo, havia apenas o river por vir e eu tinha uma seqüência que
naquele ponto era “nut” (a melhor possível). Eu apostei $50, o jogador ao meu
lado esquerdo pagou e outro atrás de mim deu raise do resto que tinha
($200), estando de all-in.
Eu tinha a melhor mão possível a questão era, eu deveria dar raise ou apenas
call? Havia algo como $500 no pote. Como o 3º jogador estava de all-in, eu
apenas tinha que me preocupar com o outro. Eu sabia que se eu desse
reraised $400, fazendo com que ele tivesse que pagar $600 ele
definitivamente daria fold. De fato, qualquer valor que eu entrasse de reraise
ele daria fold. Porém, se eu desse call nos $200 ele talvez também o fizesse.
O que eu queria que ele fizesse? Eu estava certo que ele tinha dois pares, se
eu pagasse os $200, haveria uns $700 no pote o que lhe daria 7-2 odds para
pagar os $200 com os dois pares. Os odds para que ele fizesse um full-house
com os dois pares eram de 10-1. (40 cartas no baralho não serviam pra ele e 4
serviam). Entretanto se ele soubesse que eu tinha uma seqüência nut, seria
incorreto para ele jogar com 7-2 odds num tiro de 10-1. Então eu apenas dei
call nos $200 e ele também pagou.
A triste conclusão é que ele fez o full-house apostou um valor pequeno e eu
paguei. Muitas pessoas argumentam que eu errei ao tornar barato para ele ver
o river ao invés de dar um raise forte no turn e tirá-lo da mão, mas o fato é
que eles estão errados!
Você jogará um poker vencedor jogando o mais perto possível da maneira que
você jogaria caso pudesse ver as cartas de seus oponentes, e tentará fazer
seus oponentes jogar o mais longe possível desse utópico nível. Esse objetivo
realiza-se principalmente lendo mãos e jogadores, pois é o mais perto que
você pode chegar de descobrir o que eles têm nas mãos. Assim você cometerá
o mínimo de “erros” relacionados ao Teorema Fundamental do Poker.
CAPÍTULO 4
Quanto menor o “ante” comparado com as apostas futuras, menos mãos deve-
se jogar. E quanto maior o “ante” mais mãos deve-se jogar. Na linguagem do
poker, quanto maior o ante mais “bailarino” ou “looser” deve-se ser, enquanto
quanto menor o “ante” mais “tight” deve-se jogar.
Quando se está fazendo algum cálculo rápido em relação à pot odds, um erro
comum é descontar o valor que foi originalmente pago por você e que já está
no pote. Isso é errado! Não importa se foi você ou outro jogador que “pingou”
o que já está lá no pote, mas sim a quantidade total que deve determinar
como se jogar. Não importa de qual pilha de fichas veio o que está no pote, o
que importa é a relação de o quanto está lá e o quanto você deve apostar para
continuar na mão.
Em relação aos blinds no hold'em. Vamos dizer que você pinga 5$ como blind e
alguém dá raise para 10$. Agora custa para todos os outros 10$ para dar call,
mas quando voltar para você só custará outros 5$. Então você não precisará
de uma mão tão forte para completar esses outros 5$ que justifique o seu call.
Você estará considerando o seu pot odds do momento e não se aqueles 5$ que
você já havia colocado no pote foram colocados por você ou por outro jogador.
LARGE ANTES
O tamanho do ante determina como se deve jogar. Quanto mais alto o ante
em comparação com as futuras apostas, mais mãos deve-se jogar. Desde que
haja mais dinheiro no pote, se está tendo melhor odds obviamente, mas há
outras razões para se jogar mais “loose” nesse estágio. Se você for esperar
uma grande mão para jogar num jogo onde o ante é muito alto, você perderá
mais durante os folds do que o tamanho do pote da mão que você vir a jogar e
ganhar. Além disso, o pote que você ganhar será comparativamente menor do
que os outros, pois os outros jogadores percebendo que você está jogando de
maneira “tight” não lhes darão muita ação quando você jogar uma mão.
A não ser que você queira ser engolido pelos antes, você (assim como seus
oponentes também o farão) deve diminuir suas exigências para jogar nesse
estágio.
Quando se está jogando no estágio em que o ante está alto, tende-se a ser
criado mais potes altos, já que mais jogadores estarão tendo bons pot odds
para a queda de boas mãos. Com muitos jogadores no pote, quedas e puxetas
para flush e seqüência de duas pontas) tem seu valor valorizado, enquanto
pares medíocres como de 5 ou 7 tem seu valor minimizado.
Outra razão para se jogar mais solto quando o ante está alto é que se você
está jogando muito tight, torna-se correto para os outros jogadores tentar
roubar o seu ante com qualquer mão.
Deve-se tentar roubar antes principalmente quando se está numa mesa com
jogadores muito tights.
Não se deve jogar “slowplaying” uma boa mão nesse estágio, pois se você não
deu raise com uma mão boa no primeiro round, você está dando ao oponente
com uma mão medíocre a chance de ele conseguir uma queda. Ou seja, você
dando slowplaying você está tornando barato em termos de custo para o seu
oponente ver o turn e o river e talvez conseguir uma queda. Com um ante
grande, ele não está cometendo um erro do Teorema Fundamental do Poker,
pois ele terá bom odds. Mesmo que ele tenha certeza que você está
“slowplaying” uma grande mão, ele provavelmente continuará pagando barato
para tentar uma queda. No entanto quando você dá raise, você torna caro para
ele jogar “esperanças” e o força a jogar fora sua mão medíocre.
Por outro lado, quando o ante está baixo, há mais razões para se jogar
“slowplaying” grandes mãos para atrair piores mãos para o jogo e dar mais
valor aos potes ganhos pelas grandes mãos nesse estágio.
1. À medida que o ante for crescendo de valor, reduza suas exigências para
jogar. Há quatro razões para se jogar mais solto, a primeira que está tendo
melhor pot odds, a segunda que custa muito esperar por grandes mãos, a
terceira é que os seus oponentes estarão jogando mãos mais fracas e
finalmente a quarta é que quando você está jogando muito tight contra
oponentes observadores, eles não o darão ação quando você tiver uma grande
mão.
4. Deve-se dar raise com boas mãos ao invés de tentar “slowplay”, pois o ante
alto faz o seu oponente jogar “esperanças” de quedas de maneira barata. Além
disso, quando o ante está alto, os oponentes tendem a pagar seus raises
mesmo não tendo odds para isso. (que é o que você deseja). E eles estarão
ainda mais propícios a pagar o seu raise se eles suspeitarem que você venha
“roubando” antes com seus raises das mãos anteriores.
SMALL ANTES
Não jogar mais solto num jogo de ante alto é um problema muito menos
comum entre os jogadores de poker do que jogar muito solto num jogo de
ante baixo.
Mas há um limite para o quanto ser “tight”. Mesmo com o ante baixo não se
deve deixar de jogar todas as mãos! Às vezes você não tem pot odds imediato
que justifique um “call”, porém pode ter um “implied odds” que o justifique.
(os conceitos de pot odds e implied odds serão mais bem explicados nos
próximos capítulos).
Com um ante pequeno, deve-se jogar “tight” e à medida que o ante for
crescendo deve-se jogar mais “loose” (solto).
CAPÍTULO 5
POT ODDS
Pot odds são as probabilidades que o pote está te dando para pagar uma
aposta. Se há $50 no pote e a última aposta foi de $10, você está tendo 5-1
odds para pagar a aposta. É a relação quantidade de dinheiro do pote com
quanto se deve apostar para continuar em determinada mão. É essencial saber
o seu “pot odds” para saber sua expectativa matemática. No exemplo acima,
se suas chances de ganhar o pote forem maiores do que 5-1, então é correto
dar call. Se você acha que suas chances são menores do que 5-1, você deve
dar fold.
CALLING ON THE BASIS OF POT ODDS WHEN ALL THE CARDS ARE
OUT
Quando todas as cartas já estão no bordo, você deve decidir se sua mão é
digna de se jogar ou não, e depende da probabilidade que se está tendo para
aquele pote e quais as chances que você acha de ter a melhor mão. Esse é um
problema de julgamento e subjetividade mais do que um problema de
matemática, pois não há uma maneira precisa de se calcular quais as suas
chances. Fazer essas avaliações não é fácil, especialmente quando se tem uma
mão marginal como um “dois pares” ou “top pair”. A habilidade para avaliar
essas situações depende de sua experiência, e especialmente da sua
habilidade para ler mãos e jogadores. Algumas coisas somente podem ser
aprendidas numa mesa de poker.
Agora a matemática se torna importante. Se você sabe que tem que melhorar
sua mão para vencer, você deve determinar suas chances de melhorá-la em
comparação com o seu pot odds.
Quanto menor o seu pot odds em relação às chances de melhorar sua mão,
mais razões para não jogá-la e dar fold.
POSITION
A sua posição em relação às apostas pode reduzir o seu pot odds. Se alguém
aposta antes de você e há a possibilidade de alguém que joga após você dar
raise, você deve levar em consideração esse fato, pois ele diminui o seu pot
odds. Então antes de dar call numa primeira aposta, deve-se considerar seu
pot odds não somente daquele momento, mas se haverá possibilidade de um
oponente dar raise depois de você ou até mesmo mais de um. E sempre que
há muitas apostas numa mão, certamente seu pot odds tende a diminuir, pois
muitas apostas sugere que seus oponentes tem grandes mãos.
Pode parecer que você tem uma mão forte com o “top pair”, mas se você está
numa “early position” e alguém aposta antes de você, provavelmente você
deve jogar esse par de ases fora. Não só o jogador que apostou na primeira
posição sugere ter uma mão forte com a sua aposta, como ele pode tomar um
raise de algum jogador que joga depois de você com um AK, AQ, ou uma
trinca, o que encurtaria o seu pot odds e diminui sensivelmente sua
possibilidade de levar o pote. Adicionalmente, a chance de haver calls com
jogadores com quedas para flush (spades) e seqüência que jogam depois de
você diminui ainda mais a força do seu par de ases. Você figura a
desconfortável posição de talvez ter a segunda melhor mão no momento e de
talvez ser batido por seqüência ou flush no turn e no river.
Ao mesmo tempo, caso não houvesse mais apostas nas primeiras posições e
você fosse um dos últimos a falar, poderia pagar a primeira aposta.
EXTRA OUTS
Muitos jogadores negligenciam o efeito da posição e também dos “outs” na
hora de calcular um possível aumento do valor de suas mãos.
Com uma queda para flush (quatro cartas do mesmo naipe), o seu único out é
outra carta do mesmo naipe. Mas suponhamos que você tenha dois pares ao
longo da queda para flush, agora temos dois outs, fazer um flush ou um full
house. Suponhamos que temos uma puxada para flush, dois pares e uma
queda para seqüência, agora temos três outs, ou seja, três maneiras
diferentes de “bater” os oponentes. Cada extra out melhora significativamente
o valor da sua mão, e incrementa consideravelmente mais do que a primeira
vista aparenta.
Sempre esteja ciente que os extra outs melhoram suas chances e podem
tornar mãos que a principio seriam jogadas foras em mãos jogáveis.
A sua mão pode ser perdedora de várias maneiras. Isso pode acontecer
quando se tem uma “queda morta” que é quando se consegue fazer a mão que
se está esperando ser feita, mas mesmo assim ela é “batida” por um
oponente. Isso acontece quando se faz uma boa mão e seu oponente faz uma
mão ainda melhor. Por exemplo, você pode fazer um flush no river que dá ao
seu oponente um full house.
No hold'em pode-se ter uma queda morta, quando a carta que se está
esperando ajuda mais ainda o seu oponente do que a você.
Por exemplo:
Temos: AK
Oponente: QJ
Bordo: J J T 5.
Uma dama vem no river nos dando uma seqüência, que certamente bate uma
trinca de valetes, entretanto dá ao oponente um full house.
Sempre é necessário ajustar seu pot odds quando se suspeita que seu
oponente possa te “pegar pelo pé” numa “queda morta”. Em geral, não é
necessário calcular a sua chance de vencer de maneira precisa, quando se há
uma chance de se ter uma “queda morta” deve-se jogar fora a maioria de suas
mãos jogáveis, pois elas tendem a ser mãos perdedoras.
Resumindo:
Quando todas as cartas já estão no bordo, a sua mão é “jogável” ou digna de
um call se você acha que suas chances de vencer são melhores do que seu pot
odds.
A sua decisão de dar call numa mão que precisa ser melhorada depende de
alguns fatores:
CAPÍTULO 6
EFFECTIVE ODDS
Quando restar apenas uma rodada de apostas e apenas uma carta por vir, há
uma relação direta entre a sua chance de melhorar sua mão e o pot odds que
se está tendo no momento. Se suas chances de fazer uma mão que você sabe
que será vencedora são de 4-1 e você deve dar $20 de call para tentar ganhar
um pote de $120, então claro que sua mão é “jogável” ou “pagável”, digna de
call, pois se está tendo 6-1 de pot odds. Esse 6-1 odds que o pote está te
oferecendo (excluindo as apostas finais) são maiores do que o 4-1 odds contra
você fazer sua mão. Entretanto, quando se há mais do que uma carta por vir,
deve-se ser cuidadoso na hora de determinar seu real pot odds. Muitos
jogadores cometem um erro clássico: Eles sabem suas chances de melhorar
sua mão com cartas por vir, e eles a comparam suas chances com o pot odds
que eles estão tendo agora (antes de vir as cartas). Só que essa comparação
não é a real, pois desde que eles terão que colocar mais dinheiro no pote nas
próximas rodadas de apostas, eles terão que levar em consideração na conta
esse dinheiro que ainda será colocado. É verdade que as chances de fazer uma
mão melhoram bastante quando se há mais de uma carta por vir, mas o odds
que se está tendo para o pote piora!
REDUCING YOUR POT ODDS WITH MORE THAN ONE CARD TO COME
Vamos dizer que após o flop temos quatro cartas do mesmo naipe e você está
certo que caso faça o flush sairá vencedor dessa mão. Há ainda duas cartas
por vir, o que melhora seu odds de fazer o flush para aproximadamente 1¾ -1.
É um jogo $10-$20 e há $20 no pote e o único oponente jogando com você dá
bet $10. Você pensa: tenho 3-1 odds e minhas chances são 1¾ -1, então eu
devo dar call. Entretanto, os 1¾ -1 odds de fazer o flush se aplica apenas se
você pretende ver não só a próxima carta, mas a última carta também, e para
ver a última carta você provavelmente terá que pagar não só os $10 de agora,
mas ainda mais $20 na próxima rodada de apostas. Consequentemente
quando se decide jogar uma mão que precisa ser melhorada até o fim, pode se
dizer que nesse caso se está tendo 30-10 odds. Você tem que pensar: se eu
perder essa mão, eu perderei $10 nessa rodada e mais $20 na próxima. Perco
no total $30. Se eu fizer minha mão, ganharei $30 agora e mais $20 no
próximo, totalizando $50. Repentinamente ao invés de 30-10, você está tendo
apenas $50-30 odds.
Esse é o seu effective odds – o odds real que se está tendo pelo pote quando
se paga uma aposta com mais de uma carta por vir.
Desde que você tenha (50-30) para pagar uma aposta de $10 depois do flop, e
suas chances de fazer o flush são de 1¾ -1, deve-se jogar fora a mão, pois
essa é uma jogada perdedora com expectativa negativa. A única situação em
que seria correto jogar essa mão seria se você levasse em conta que o seu
oponente pagaria a sua aposta no final após você ter feito o flush. Então o seu
$50 em potencial aumentaria para $70, dando 70-30 odds e justificando um
call.
Deve ficar claro com esse exemplo que quando se computa odds numa mão
que se pretende jogar até o fim, deve-se pensar não em termos do pot odds
imediato, mas em termos da quantidade total que se pode perder versus a
quantidade total que se pode ganhar naquela mão levando-se em consideração
as futuras rodadas de apostas. Você deve se perguntar: “Quanto eu vou perder
se eu perder essa mão e quanto eu vou ganhar se eu a fizer?” A resposta para
essa questão lhe mostra o seu “effective odds”.
Há uma outra situação que você pode pagar mesmo se o seu “effective odds”
indicar que a mão é digna de um fold. Isso acontece quando se tem uma boa
razão para pensar que seu oponente pode dar check na próxima rodada de
apostas. Se ele realmente der check, você ganhou uma “free card”.
Novamente tudo o que deve ser considerado agora é o seu pot odds imediato,
desde que você espera ver duas cartas pelo preço de uma. Essa situação
acontece quando você suspeita que seu oponente tenha uma mão fraca ou
quando você pensa que seu oponente pode temer uma aposta na próxima
rodada de apostas, porque ele interpretará que você tem uma mão mais forte
do que você na verdade tem, mesmo quando você não melhora sua mão ou
não consegue a carta que se está precisando.
Ás vezes é correto também pagar para ver uma carta apenas quando seu
effective odds indica um fold. Se essa carta não fizer sua mão, você não deve
continuar com as apostas futuras. Essa situação ocorre principalmente em
jogos onde há um grande aumento nas apostas de um round para outro. Você
pode, por exemplo, estar jogando numa mesa $10-$50 de hold'em e está com
quatro cartas de um mesmo naipe no flop. Seu oponente aposta $10 num pote
de $40 e você espera que ele aposte $50 no próximo round. Para pagar ambas
as apostas deve-se entender que se está tendo effective odds de 100-60, ou
seja, muito pouco para se jogar com uma queda para flush. Entretanto, tem-se
5-1 para a primeira aposta, o que é melhor do que o odds até a última carta.
(sem levar em consideração o seu potencial lucro nas últimas rodadas de
apostas caso você faça o seu flush). Quando se estiver decidindo em dar call
por apenas uma carta, tudo o que deve ser considerado é seu pot odds
imediato versus as chances de conseguir a sua mão apenas na próxima carta .
Na maioria dos casos, entretanto, quando se tem uma mão que precisa ser
melhorada, deve-se saber que as apostas futuras reduzem substancialmente o
seu pot odds, suficientemente para fazer sua mão ser jogada fora! Entretanto
antes de sair jogando todas as mãos, deve-se calcular seu effective odds que
se está tendo.
CAPÍTULO 7
Durante os primeiros rounds de apostas, ter que pagar futuras apostas reduz
consideravelmente seu pot odds e você tem que calcular o seu real odds ou
effective odds.
IMPLIED ODDS
O conceito de implied odds sugere que quando se está jogando com uma
queda e consegue-se a carta desejada você provavelmente conseguirá um
pote com muito dinheiro e conseguirá futuras apostas de alto valor. O seu
possível lucro futuro é tão grande que “disfarça” o odds pequeno que se está
tendo no momento.
Por exemplo: você está numa $10-$20 e o oponente aposta $10 num pote com
$20, então seu pot odds são 3-1, o que indica jogar fora, por exemplo, uma
queda para seqüência de duas pontas. Entretanto se sua mão (ou a do seu
oponente) pode melhorar consideravelmente na próxima rodada, você já tem
uma expectativa de aposta de $40 pelo seu oponente no próximo round de
apostas, então seu implied odds são $70-$10 ou 7-1, o que torna possível um
“call” com essa queda para seqüência de duas pontas. Se você não conseguir
na próxima rodada e seu oponente apostar $20, você estará novamente com
3-1 odds ($60-$20), mas seu implied odds deverá ser menor.
“Eu não pagaria essa aposta com uma queda para seqüência, caso Brunson
tivesse apostado um pouco mais” admitiu Ungar “mas caso viesse o 3, eu iria
acabar com ele” e eram $17.000 para tentar acabar com ele e com o
campeonato.
Você não deve pensar que no odds que está tendo no momento e no que está
no pote, pois seu odds verdadeiro é um pouco pior.
Enquanto o implied odds é baseado na possibilidade de ganhar mais dinheiro
nos últimos rounds de apostas, reverse implied odds são baseados na
possibilidade de se perder dinheiro nas últimas rodadas.
Colocando de uma outra maneira, quando se está tendo implied odds, você
está contente por não estar all-in, pois você espera ganhar mais dinheiro nas
próximas apostas. Entretanto quando se tem reverse implied odds, você
gostaria de estar de all-in, pois você poderia ver a mão até o fim sem ter que
pagar apostas futuras.
CAPÍTULO 8
A essência do poker é dar “raise” quando se tem uma boa mão e “fold” quando
se tem uma mão ruim. Mas o que acontecesse se seguimos a essência? Vamos
supor que temos um flush no flop, sendo a melhor mão que se pode ter
naquele momento. Você dá raise e todos dão fold. Você ganhou um pote
pequeno com uma mão que poderia ter ganhado um pote enorme.
Esse exemplo nos traz a um dilema no poker. Você quer maximizar seus
ganhos e minimizar suas perdas. Quanto lhe custa quando você joga de uma
maneira que seus oponentes saibam o que você tem nas mãos? A resposta
para essa pergunta está no Teorema Fundamental do Poker, que diz que “Toda
vez que seus oponentes jogam suas mãos diferentemente da maneira que eles
jogariam caso pudessem ver suas cartas, você ganha, e toda vez que eles
jogam suas mãos da mesma maneira que eles jogariam caso pudessem ver
suas cartas, você perde”.
O Teorema fundamental indica que quando você joga de uma maneira que
permite seu oponente saber o que você tem, isso lhe custa substancialmente
caro. Se o oponente sabe exatamente o que você tem ele nunca vai cometer
erros. Quanto mais você joga revelando o que você tem, menos seus
oponentes irão cometer erros. E o que você deseja é que eles o cometam.
Criar erros e enganos é em essência o objetivo do jogo. Você então não dá
raise imediatamente com o seu flush nut, pois não quer que seus oponentes
saibam o quão forte é sua mão. Você quer ganhar mais dinheiro deles nas
últimas rodadas de apostas. Ao mesmo tempo, nunca dar raise com uma
grande mão pode ser um erro também.
Muitas pessoas pensaram que Brunson jogou incorretamente em dar “call” com
par de damas. Berland não estava envolvido em blefar nessa situação. Esses
críticos achavam que havia uma grande chance de Berland estar com AA ou KK
e havia outras mãos que o par de damas de Brunson não poderia vencer. Da
maneira que ele jogou, a única mão que faria Berland ser batido seria um AJ,
um top pair com ás de kicker.
Quando Bones mostrou suas cartas ele tinha precisamente um AJ. Brunson
venceu a mão com QQ e ganhou o campeonato daquele ano. A resposta de
Brunson para seu arriscado “call”. “Bem, disse ele, Bones não poderia ter AA
ou KK, pois ele não entraria de “raise” numa early position com esse tipo de
mão pré flop. Ele apenas pagaria, esperando dar “reraise” jogando “slowplay”.
Esse é um caso onde um top player sabia informação de outro e adaptou seu
estilo de jogo apropriadamente. No no-limit hold’em é geralmente correto
jogar “slowplay” numa early position com AA ou KK. Entretanto como Berland
sempre jogava esses pares da mesma maneira, a informação que ele deixou
transparecer foi muito mais dispendiosa do que o dinheiro que ele calcularia
ganhar jogando com AA e KK sempre da mesma maneira.
Se você está jogando contra jogadores medíocres, você não ganha o suficiente
induzindo-os ao erro para justificar o custo de fazê-lo. Contra esses jogadores,
deve-se dar “raise” quando se acha que tem a melhor mão, e não apostar com
uma mão ruim contra eles que não dão “fold” nunca. Quando se pensa em
induzir o adversário ao erro, deve-se pesar a habilidade de seus oponentes
contra o custo de um “extra bet”.
Outro critério de como tomar essa decisão é o tamanho do pote. Quanto maior
o pote for se tornando, cada vez menos importante será disfarçar sua mão,
mesmo porque os bons jogadores não irão desistir facilmente dessa mão, pois
eles terão pot odds e dificilmente darão “fold”, tornando desnecessário o
disfarce. Quando o pote se tornar grande, você não deve pensar em induzir
seu adversário ao erro.
Se há uma grande diferença entre o tamanho das apostas de uma rodada para
outra, com uma mão ruim você deve sim dar “raise” nas primeiras rodadas
para criar a impressão errada quando as apostas estiverem altas. Então não se
deve considerar apenas o montante no pote no momento, mas ainda o valor
das apostas agora comparado ao valor que elas terão depois. Você pode dar
“check” numa rodada inicial com uma grande mão esperando grandes apostas
nas rodadas finais, ou de outro modo, pode apostar com uma mão ruim no
início, esperando que seus oponentes dêem “check” nas próximas rodadas
para dá-lo “free cards”.
Jogando com “patos”, com um pote grande, e com grandes apostas nas
rodadas iniciais, você não precisa se interessar em disfarçar sua mão. Quanto
mais jogadores estiverem lutando pelo pote, menos você ganha disfarçando
sua mão. Custa-se muito fazer isso. Você não está apto a fazer todo mundo
dar “fold” quando aposta com uma mão ruim e custará muito perder apostas
com uma mão boa. Ainda quando você permite muitos jogadores uma “free
card”, suas chances de ser batido aumentam muito, principalmente por quem
estava esperando quedas. No heads up disfarçar sua mão é muito mais
necessário do que em potes disputados por vários jogadores.
Vamos a um exemplo: Você está com AA que é a melhor mão possível numa
no limit hold’em. Você dá um pequeno “raise”, quatro ou cinco pessoas pagam
(call) e agora alguém dá um substancial “reraise”. Você deve dar “reraise”
novamente mesmo que isso o faça ser lido completamente pelos outros
jogadores. Disfarçar a mão nesse momento torna-se errado, pois o que está no
pote no momento conta mais do que as apostas em potenciais nos rounds
futuros.
RESUMINDO:
Não use “deception” contra jogadores ruins, contra muitos jogadores, quando
o pote está grande ou quando as apostas iniciais estiverem grandes. É
especialmente importante jogar uma boa mão de maneira agressiva quando o
pote está grande. A única exceção é quando você tem uma mão que não pode
ser vencida, aí valerá a pena esperar as rodadas antes de agir.
Você deve jogar cada mão de cada sessão da maneira que o fará ganhar mais
dinheiro e perder menos (exceto quando você intencionalmente joga uma mão
erradamente para criar uma impressão ruim e usar disso um artifício nas
futuras mãos). Sempre se lembre do TFP, quanto mais o oponente sabe sobre
sua mão, menos ele cometerá erros. Entretanto, há situações que induzir ao
erro pode custar caro e jogar diretamente é melhor. Nós iremos discutir essas
situações no próximo capítulo.
CAPÍTULO 9
Ao mesmo tempo seria incorreto não dar “bet” com a melhor mão, mesmo que
você saiba que seu adversário terá odds para te pagar e tenha certeza que ele
o fará. Não dando “bet”, você está dando a seu oponente uma chance grátis de
fazer a melhor mão. Colocando de outra maneira, você está dando a ele
“infinite odds”. Vamos dizer que seu oponente tem contra si 5-1 de odds de
fazer uma mão melhor que a sua. Apostando $20 num pote de $150, você está
oferecendo ao jogador 8,5-1 odds ($170-$20), então é correto para ele pagar
os $20. Não apostando nada, você oferece a ele “infinite odds”, pois ele terá
que pagar ZERO para ter a chance de ganhar $150. Então quando o pote é
grande, é sempre correto apostar com a melhor mão. Mesmo que o adversário
tenha odds favorável para te pagar, ele será menos “favorecido” com você
apostando, ou seja, sairá mais caro para ele mesmo quando ele tem odds. E
há ainda a chance de ele dar “fold” quando você aposta. (o que CK e Raul
costumam chamar de taxa de take it down).
No jogo no limit é mais fácil ganhar grandes potes imediatamente, pois você
pode apostar qualquer quantia para pressionar seu adversário. Então você
pode escolher qual odds dar ao seu adversário. Por exemplo, com $150 no
pote e seu adversário tem 5-1 de chance de fazer a mão almejada, apostando
mais $150, você dá a seu adversário 2-1 odds ($300-$150), caso ele pague,
você não ficará triste, pois ele estará jogando errado. Então, sempre que
possível, com a melhor mão, aposte uma quantia grande suficiente para que
caso o pague, o seu adversário não esteja fazendo a coisa certa. (em termos
de pot odds).
A não ser que você tenha a melhor mão possível (nuts), você deve sempre dar
a seu oponente a oportunidade de dar “fold” e fazer ficar o mais caro possível
para ele pagar, mesmo quando pagando ele continue tendo odds favorável.
RESUMINDO:
CAPÍTULO 10
No geral, quando se tem a melhor mão, você não irá querer dar a seu
adversário uma carta gratuita, pois você o estará dando a chance de ver uma
carta e tentar fazer uma mão melhor do que a sua sem ter que pagar por isso.
Do mesmo modo que quando não se tem a melhor mão, você irá tentar ver
uma carta gratuitamente para tentar levar aquele pote.
Ceder uma free card significa dar “check” numa mão onde você poderia
apostar e quando se há ainda cartas por vir. Quando você sabe ou desconfia
que tem a melhor mão, você tem que decidir se irá dar ou não a seu
adversário uma “free card”. Nós vimos no último capítulo que quase nunca é
certo ceder uma carta grátis quando o pote é grande. Você simplesmente deve
ficar satisfeito com o que está no pote agora.
Vamos dizer que há $50 no pote e você dá “bet” $10, o seu oponente está
tendo 6-1 odds. Ele é 5-1 favorito e deve dar “call”. Como vimos nos capítulos
anteriores, dar a seu oponente uma “free card” é dar a ele odds infinito
naquela rodada de apostas específica. O seu oponente precisa fazer zero de
investimento para ter uma chance de vencer o que estiver no pote.
Você só deve dar check com seu flush se o pote for muito pequeno e você
esperará ganhar mais disfarçando sua mão. Então caso não venha nenhum
flush após o flop, seu lucro nos últimos rounds de apostas serão
consideravelmente maiores do que você ganharia apostando no flop.
Entretanto se alguma outra carta de espadas vier, prepare-se para abandonar
esse pote.
3. Sua mão é tão forte que vale a pena ceder uma carta grátis
mesmo com um pote mediano.
Com o par de valetes, você deve apostar e tentar levar o pote agora mesmo.
Se você der a seus oponentes uma “free card” (com a sua melhor mão no
momento), um ás, rei ou dama poderá aparecer no turn e você estará
encrencado. Então, você não irá querer dar a seus adversários a chance disso
acontecer e algum deles conseguir um par maior do que o seu. Mesmo que
nenhum de seus adversários faça um par maior do que o seu, você dando
“check”, dá a eles a chance de blefar com sucesso caso um ás, rei ou dama
apareçam no bordo.
Com um par de ases você deve considerar seriamente em dar “check” no flop.
Nesse caso você não precisa temer nenhuma carta no turn ou no river como no
primeiro caso (do par de valetes). Assumindo que ninguém tem os outros dois
“dez” do baralho nas mãos, será lucrativo disfarçar sua mão para tentar lucrar
mais nos próximos rounds de apostas. Não somente você não teme que
apareçam reis, damas e valetes, como você irá querer que isso aconteça, pois
atrai oponentes que façam pares com essas cartas e que estarão no caso com
a segunda melhor mão.
O conceito básico a ser enfatizado é que você não deve dar ao seu oponente
com uma carta pior do que a sua, uma carta gratuita que poderá tornar a mão
dele melhor do que a sua. Aposte sempre que tiver a melhor mão, mesmo
quando você achar que não vai ser pago.
3. O tamanho do pote
Quanto maior o pote e as chances de seu adversário fazer uma mão melhor do
que a sua na próxima carta mais razões você tem para apostar.
Vamos a um exemplo prático:
Com qual das duas mãos você tende mais a apostar? Você está em melhor
situação na mão 1 do que na mão 2, pois há 5 cartas que podem melhorar a
sua mão 1 (3 “ases” e 2 “setes”) enquanto apenas duas cartas remanescentes
irão melhorar a sua mão 2 (os outros dois “oitos”). A partir do momento em
que você tem mais maneiras de melhorar a sua mão e ganhar de quem, por
exemplo, tem par de valetes, você estará mais inclinado a apostar com o A7.
Quando você está decidindo em apostar ou não e estiver temeroso em cometer
um erro, você deve manter em mente um principio muito importante: Um erro
que custa o pote é uma catástrofe, especialmente se o pote for grande,
enquanto um erro que custa apenas um “bet” não. Quando estiver em dúvida,
esteja certo de que não está cometendo um erro que custe o pote. Dar “check”
e a oportunidade ao seu oponente de ver uma carta gratuitamente e dele fazer
uma melhor mão pode custar o pote. Entretanto apostar e ser pago por uma
mão melhor custa somente aquela aposta. Então o único momento para se
conceder “free card” é quando a sua mão é tão forte que o risco de ser batido
pelo oponente após a carta gratuita ser colocada na mesa seja mínimo e
escondendo seu jogo para lucrar muito mais nas próximas rodadas de apostas
daquela mão.
CAPÍTULO 11
Quanto mais maneiras de se fazer com que sua mão se torne a melhor mão,
mais razões você tem para apostar. O semi blefe é uma extensão desse
conceito. Eu defino semi blefe dessa maneira: O semi blefe é uma aposta com
uma mão que se for paga não se espera que ela seja a melhor mão no
momento, mas que tem uma chance razoável de se tornar a melhor mão e
ganhar das outras que estão na jogada.
Obviamente, então, o semi blefe não pode ocorrer quando não se há mais
cartas por vir. Quando você aposta como semi blefe você quer ganhar a mão
naquele momento, assim como num blefe. Entretanto em contraste com o
blefe puro, você ainda tem chance de ganhar de seu oponente caso seja pago.
Quando se está semi blefando, quer se que seu oponente saia da mão, pois ele
pode estar dando “fold” na melhor mão.
Todos os profissionais usam esse conceito e o semi blefe pode ser usado em
qualquer jogo sendo um “bet”, um “raise” ou até mesmo um “check-raise”.
O semi blefe tende a fazer seu oponente a jogar incorretamente de acordo com
o Teorema Fundamental do Poker. Quando você está semi blefando você
provavelmente não tem a melhor mão. Se seu oponente pudesse ver suas
cartas a jogada certa para ele seria entrar em você de “raise”. Entretanto
desde que você está representando algum jogo com o seu semi blefe, os
oponentes estarão mais propícios a darem apenas “call”. Às vezes eles irão dar
“fold” na melhor mão o que seria a jogada mais errada para eles.
Quando a mão em que se está semi blefando é de fato a melhor mão naquele
momento, apostando você não irá cometer o erro de dar cartas gratuitas a seu
adversário.
Outro ponto positivo do semi blefe é que quando você consegue a carta que se
está esperando, seu adversário quase sempre irá ter uma leitura errada devido
à sua aposta na rodada anterior. Então quando se consegue a mão esperada,
se configura um cenário para ter ganhos altos com essa mão.
O blefe puro é uma aposta que caso seja paga não tem a menor chance de
ganhar o pote no showdown. O semi blefe é uma aposta com mais cartas por
vir que se for pago provavelmente não será a melhor mão no momento, mas
tem uma razoável chance de se tornar a melhor mão.
Muitos jogadores experts acreditam que seus blefes devem ter expectativa
negativa. Eles os vêem como uma forma de propaganda para a ocasião que
eles realmente tiverem a melhor mão. Eu acredito que o blefe é uma
importante parte do jogo. Se você nunca blefar, seus oponentes saberão
sempre quando você terá uma mão legitima e não os darão a ação que você
irá querer nesse caso. O que é importante ressaltar também, é que às vezes
você acha que está semi blefando e na verdade está apostando efetivamente
com a melhor mão.
Como podemos ver, o semi blefe pode ser lucrativo porque às vezes ele
funciona como um blefe (quando o seu oponente dá “fold” na melhor mão) e
às vezes o faz melhorar sua mão para se torna-la a melhor mão (quando o seu
oponente dá “call”). É a combinação dessas duas circunstancias que faz o semi
blefe ser lucrativo. Entretanto é importante ressaltar que você não deve semi
blefar caso tenha certeza que irá ser pago.
É ainda uma boa idéia semi blefar menos quando se é o último a falar,
especialmente se muitos jogadores derem “check” na sua frente.
SUMMARY
1) O semi blefe é um “bet”, um “raise” ou um “check-raise” que pode ser
usado com uma ampla variedade de mãos e que você acredita não ser a
melhor mão no momento. Entretanto ela pode vencer não somente quando seu
oponente dá “fold”, mas ainda no showdown quando ela melhora e passa a ser
a melhor mão. A sua mão pode ainda vencer quando o seu oponente dá “fold”
no último round de apostas depois de você capturar uma carta assustadora no
bordo e que faça parecer que sua mão é a melhor.
2) O semi blefe deve ser usado apenas quando há mais cartas por vir.
3) Às vezes uma mão que você pensa que está semi blefando é de fato a
melhor mão. Apostando você impede uma mão pior do que a sua de conseguir
uma carta gratuita.
5) O semi blefe é uma boa maneira de randomizar seus blefes com o adicional
de que você pode ganhar a mão caso seja pago.
6) Você não deve semi blefar quando tem certeza que seu adversário irá pagá-
lo. Entretanto se sentir que há uma chance de se adversário desistir da mão,
você deve apostar ou até mesmo dar “raise” com um semi blefe nas mãos,
especialmente quando o pote é grande.
CAPÍTULO 12
Se você sabe que seu oponente está semi-blefando quando ele aposta, você
pode simplesmente dar “raise” sem nada nas mãos e fazê-lo sair da mão. O
problema é quando se acha que ele está semi-blefando, mas não se tem muita
certeza se ele tem uma mão legitima ou não. E além do mais, ele pode não ter
uma mão legitima agora, mas poderá ter depois, ou representar que tenha.
Exemplificando:
Você: K -8
Seu adversário: Q -T
Flop: K -J -3
Outra vantagem do seu “raise” é que ele intimida o seu adversário de semi-
blefar contra você no futuro.
Ao agir dessa maneira você impede que semi-blefadores tentem isso muitas
vezes com você durante o jogo. Pegando-os desse jeito, você reduz
sensivelmente a quantidade de vezes que eles tentarão esse tipo de jogada
contra você. Seus “reraises” os irão fazer pensar duas vezes quando quiserem
semi-blefar contra você no futuro.
Há 3 critérios que você deve usar para decidir entre dar “raise” ou “fold”.
2) As chances de seu oponente conseguir uma carta perfeita caso ele esteja
apostando com a pior mão
Quanto mais você acreditar que seu oponente esteja blefando ou semi
blefando e maiores suas chances de conseguir uma carta perfeita que o faça
vencedor, caso ele não esteja com uma mão legítima, mais você tenderá a
entrar de “raise”.
Quando o pote é muito grande, você não pode dar “fold” num semi-blefe, caso
esteja com uma mão no mínimo competitiva. Ao mesmo tempo, não há porque
entrar de “raise” para tentar expulsar seu adversário da mão, já que devido ao
tamanho do pote ele irá pagar de qualquer maneira mesmo semi-blefando. E
caso ele não esteja semi-blefando e tenha a melhor mão no momento ele irá
dar “reraise” em você. Então, nesse caso, a melhor coisa a fazer é apenas
pagar.
É comum jogadores cometerem um erro de dar “raise” com uma mão boa,
mas não tão boa, quando se pensa que o adversário apostou com uma queda
para flush ou seqüência. Se a aposta dele foi legítima, você estará encrencado.
Se não, ele provavelmente irá pagar seu “raise” para tentar a queda, o que
elimina as razões para você o fazê-lo. Então, tudo o que você está fazendo é
doando dinheiro para o pote. Você deve apenas pagar (call).
Entretanto, quando vem o turn e seu oponente não conseguir a carta perfeita
para a queda, você passa a ser o favorito e aí o correto é apostar. Se a carta
que ele estiver esperando vir, você deve dar “check” e “fold” caso ele aposte. A
não ser que você tenha um excelente pot odds para continuar na mão.
O terceiro caso onde o “call” contra um possível semi-blefe pode ser uma boa
jogada é o que chamo de “delayed semi-bluff raise”. É uma jogada que faço
contra bons jogadores que são familiarizados com o semi-blefe raise como
resposta a seus semi-blefes.
O “call” pode ser uma boa defesa contra um possível semi-blefe numa situação
como essas descritas acima, porém, lembre-se que a jogada correta
normalmente é “fold” com mãos marginais e caso o “fold” não seja
apropriadamente correto, entre de “raise”.
CAPÍTULO 13
RAISING
Dar “raise” como um puro blefe com uma mão que não tem a menor chance de
ganhar caso seja paga é uma jogada complicada, há muito risco para ser
tentada.
Ela é usada geralmente quando não se tem mais cartas por vir e você não fez
a mão que estava esperando e está tentando convencer a seu oponente que
você a fez.
Quanto pior jogar o seu adversário, mais provavelmente ele irá pagar o seu
“raise” com qualquer mão.
O “raise” como um blefe é uma parte muito importante do poker “no limit”.
O “raise” como um semi blefe é mais significante e mais freqüentemente usado
como parte do arsenal dos top players. Assim como no blefe puro, você dá um
“raise - semi blefe” esperando ganhar o pote naquele exato momento. Porém
contrastando com o puro blefe, você sempre entra de “raise – semi blefe” com
mais cartas por vir e com uma mão que pode melhorar, então há uma chance
razoável de você conseguir sua mão e levar o pote mesmo quando se é pago
pelo adversário.
Como vimos no último capítulo, o “raise – semi blefe” pode ainda ser uma
defesa contra alguém que esteja semi blefando. Quando se entra de “raise” em
um jogador que está semi-blefando, geralmente ele joga sua mão fora. E
quando ele dá “call” no seu “raise” você pode ter certeza que ele tem o que ele
está representando ter. Então um benefício adicional para o seu “raise – semi
blefe” é que você ganha um pouco de informação. Além disso, seu oponente
pode ficar temeroso de você ter a melhor mão e abrir “check” no próximo
round de apostas o dando uma carta gratuita.
Então, mesmo que você não consiga sua meta principal quando se está dando
“raise” nessas condições que é que seu oponente dê “fold”, você sempre
consegue secundariamente, ganhar informação ou uma “free card”. Ao mesmo
tempo quando se dá “raise” para expulsar mãos piores do que a sua, mas um
de seus oponentes o paga, você ao menos conseguiu uma das metas
secundárias que é colocar mais dinheiro no pote que você acha que é o
favorito a vencer.
Dependendo do tamanho do pote, às vezes pode ser correto dar “raise” com o
que você acredita ser a segunda melhor mão para expulsar a terceira, quarta e
quinta melhores mãos do pote. O conceito aqui é melhorar suas chances
percentuais de ganhar o pote se isolando com o apostador original (que é
quem você acredita ter a melhor mão). Esse isolamento pode fazer suas
chances aumentarem e você pode tentar conseguir a carta que se está
esperando no caso de quedas, ou apenas tentar melhorar sua mão em virtude
do tamanho do pote.
SUMMARY
CAPÍTULO 14
CHECK-RAISING
Agora suponhamos que o jogador com o par de damas esteja à sua esquerda
ao invés da direita. Nesse caso você deve apostar com o par de reis mesmo
sabendo que o jogador com as damas apostaria caso você abrisse “check” e
mesmo sabendo que você tem a melhor mão. Quando você aposta nessa
situação, você está esperando que as damas dêem “raise” então a aposta
dobrada irá expulsar os outros oponentes da mão assim como o seu check-
raise no outro exemplo. E se no caso o seu oponente der “raise”, você ainda
pode dar “reraise”.
Suponha que ao invés de par de reis no river você tenha feito trinca de reis.
Agora você tem uma mão muito forte e sua mão pode “tolerar” “calls”.
Entretanto você deve usar a estratégia oposta à empregada com o par de reis.
Com o provável apostador à sua direita você deve apostar e depois de todos
darem “call”, você espera que o “provável apostador” dê “raise”, então os
outros jogadores irão dar “call” num “single bet” duas vezes (o que é muito
mais provável do que dar “call” uma vez num bet dobrado).
Geralmente você usa essa manobra quando acha que tem a melhor mão. É
frequentemente correto dar check-raise com o que se acha ser a segunda
melhor mão se a jogada conseguir expulsar outros oponentes. O princípio aqui
é idêntico ao princípio de se dar “raise” com o que se acha ser a segunda
melhor mão explicado no capítulo 9 e no capítulo 13. Se a provável melhor
mão estiver imediatamente à sua direita, você pode dar “check”, esperar que
outro jogador aposte e então dê “raise” suficiente para que o resto da mesa
saia da mão. Enquanto você não é o favorito, você pelo menos aumentou
consideravelmente suas chances se isolando e há ainda a chance de se ganhar
potes secundários oriundos das primeiras rodadas de apostas.
Às vezes pode-se dar “check-raise” com uma queda. Com uma queda para
flush, muitas pessoas no pote, você não esperando um “reraise” e tendo um
bom e suficiente “odds” especialmente se ainda houver o turn e o river por vir.
Essa jogada só deve ser usada quando o provável apostador está
imediatamente à sua esquerda, então os outros jogadores irão dar “call” no
provável apostador antes deles perceberem que você irá entrar de “raise”.
Você aqui não quer expulsar ninguém do pote, você quer que seu odds sejam
suficientes para o seu “raise”.
SUMMARY
SLOWPLAYING
Na maioria dos casos, para um “slowplay” ser correto, todos os fatores abaixo
devem acontecer:
1) Você deve ter uma mão muito forte
2) A carta gratuita ou “barata” que você está permitindo seus
adversários verem deve ter grande possibilidade de dar a eles a
segunda melhor mão.
3) A mesma carta gratuita deve ter uma chance mínima de dar a
algum de seus adversários uma mão melhor do que a sua, ou
uma queda para uma mão melhor do que a sua.
4) Você deve ter certeza de que irá expulsar seus adversários
caso mostre agressividade, mas terá uma boa chance de ganhar
um pote grande caso não o faça.
5) O pote não deve estar muito grande ainda.
SUMMARY
Como vimos no capítulo 4, quanto maior os blinds e antes, mais “loose” você
deve jogar. Quanto menor, mais “tight”. Com blinds e antes altos, há mais
dinheiro no pote, e você terá maior “pot odds” para jogar mãos que não
jogaria caso os blinds e antes estivessem baixos. Quando há pouco dinheiro no
pote, não há porque jogar com mãos marginais, especialmente quando você
percebe que outros jogadores na sua mesa só entram no pote com grandes
mãos.
LOOSE GAMES
SEMI BLUFFS IN LOOSE GAMES:
Nos jogos “loose”, os jogadores tendem a jogar mãos com valores menores do
que a média. Entretanto, a sua mão não necessita de ser tão boa quanto caso
estivesse jogando numa mesa normal ou “tight”, já que seus oponentes
tenderão a jogar com mãos mais fracas. Isso se torna mais verdadeiro quando
se está numa situação de “heads up”.
Em contraste com o semi-blefe e com pares baixos, mãos com quedas tendem
a ter seus valores aumentados com muitos jogadores participando do pote,
pois geralmente se tem um excelente pot odds para continuar na mão e tentar
a queda.
Além disso, quando o jogo é “loose”, você será pago quando conseguir a sua
queda, o que aumenta seu “implied odds”. Então na mesa “loose”, com muitos
jogadores, você deve jogar mais mãos com quedas como quatro cartas do
mesmo naipe (queda para flush) ou queda para seqüência de duas pontas.
Nos jogos “loose” então, você deve jogar mais “tight” considerando os semi-
blefes, porém mais “loose” a respeito das mãos com quedas. Entretanto você
não deve jogar “loose” com mãos marginais como dois pares ou um par médio
quando há vários oponentes no pote.
TIGHT GAMES
Num jogo “tight” então, você deve aumentar seus blefes e semi-blefes, mas
deve tomar mais cuidado com as mãos legítimas. Você também não deve jogar
muitas quedas num jogo “tight”, já que nem sempre você terá um excelente
pot odds e mesmo no caso de conseguir a sua queda a tendência é que você
não seja bem pago, ou seja não tenha tanta ação quanto num jogo normal ou
“loose”.
SUMMARY
Nos jogos “loose”, você deve tomar cuidado com os blefes e semi-blefes, e
deve jogar mais suas mãos legítimas. Você deve ainda dar mais “call” e jogar
mais quedas. No jogo “tight” você deve blefar e semi-blefar mais e deve tomar
mais cuidado com suas mãos legítimas, pois elas perdem um pouco o valor.
Você deve aumentar suas exigências para entrar e continuar no pote nesse
caso. Dê menos “call” e desista mais rápido das mãos com quedas.
Para usar todas as ferramentas que o poker te proporciona, você deve ajustar
o seu jogo de acordo com a mesa em que se está jogando e de acordo com os
jogadores individualmente.
POSIÇÃO
Nos jogos como o five-card draw, draw lowball, e o hold’em, você reconhece
sua posição a partir da pessoa à esquerda do dealer. O jogador “under the
gun” como chamamos, é sempre o primeiro a agir e o dealer sempre “fala” por
último. Entretanto, nos stud games, (high e low), raramente se sabe em qual
posição se estará na seqüência de apostas de uma rodada para a outra.
Por outro lado, se você apostar logo nas primeiras posições com uma boa mão,
você terá o custo de oportunidade de ter tido um “check-raise” que tivesse
dado certo. Mesmo numa posição intermediária com uma boa mão, você tem
decisões táticas difíceis de serem tomadas. Se ninguém tiver ainda apostado e
for a sua vez de agir, você deve decidir entre apostar ou correr o risco de dar
cartas gratuitas. Se houver alguma aposta até você, você deve decidir se é
mais lucrativo dar “raise” e inevitavelmente expulsar alguns jogadores das
últimas posições ou apenas pagar e esperar também que outros jogadores
façam o mesmo nas últimas posições. Na última posição não se tem esse tipo
de problema. Se ninguém apostou você o pode fazer. Se alguém tomou a
iniciativa do jogo, você pode escolher entre dar “raise” ou jogar “slowplay”,
pois já saberá quantos jogadores remanescentes ficarão para disputar o pote.
Com uma mão medíocre contra apenas um jogador, é ainda vantagem jogar
por último. Se você não puder pagar uma aposta, você pode conseguir uma
“free card” caso seu oponente abra “check”.
A vantagem de se jogar por último tem a ver com o fato de você poder jogar
mais quantidade de mãos também. Você fica destemido em relação a futuros
“raises” de jogadores que ainda não agiram e pode usar melhores estratégias
para ganhar os potes.
Outra vantagem significativa das últimas posições é que quando você tem uma
mão forte, você tem mais oportunidades de ganhar um pote grande. Você com
uma mão monstruosa pode esperar que o apostador à sua esquerda aposte e
traga com ele vários outros “pagadores”. Os jogadores à sua esquerda aposta,
dois ou três adversários pagam e então você vem por cima e dá “raise” em
todos eles. Você ganha no mínimo uma aposta de cada jogador que sairá
depois do seu “raise” e no mínimo duas dos que pagarem o seu “raise”. Você
ainda pode fazer ficar mais caro para eles tentarem te expulsar do pote
quando há mais cartas por vir.
SUMMARY:
Em suma, enquanto nas corridas de cavalo você quer ser sempre o primeiro,
no poker você sempre irá querer sempre ser o último.