Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECONCAVO DA BAHIA

CENTRO DE ARTES HUMANIDADES E LETRAS

BACHARELADO EM MUSEOLOGIA

Atividade Teoria Museológica Prof. Carlos


Costa - Matrícula Aluno: 201410526
Texto referencial: Mensch, Peter Van, 1947 – O Objeto de Estudo da Museologia, Peter
Van Mensch

Questionário
1- Segundo o autor, quais as 5 concepções de Museologia debatidas no âmbito do
ICOFOM?
2- Explique inspirado no texto, o que quer dizer cada uma das concepções.
3- De acordo com a “discussão” estabelecida quais os prós e contras de cada uma das
concepções?

“Museologias”, acerca das definições de Museologia. (respondendo as questões 1-2)

No trabalho intitulado O que é Museologia?’ o autor apresenta 5


concepções acerca do que alguns estudiosos acreditavam ser o objeto de
estudo da Museologia. Tais concepções partiram de variadas localizações,
assim como, de variados contextos sociais.

A primeira concepção apresentada define a museologia “como estudo da


finalidade e organização de Museus”, essa definição foi apresentada durante o
Seminário Internacional de Museus Regionais, realizado no Rio de Janeiro em
1958 pela Unesco. Essa concepção surge a partir do pensamento acerca das
práticas do Museu enquanto espaço, que funciona a partir de diversas
atividades: coleta, documentação, conservação, preservação. comunicação.
Logo essa teoria defende que a Museologia enquanto ciência teria como objeto
de estudo a instituição Museu.

A segunda concepção apresentada define a museologia “como o Estado


da Implementação e Integração de um Conjunto de Atividades visando a
Preservação da Herança Cultural e Natural”. Segundo o autor, essa definição é
apresentada por A.M Razgon, intelectual Russo. Ainda que essa concepção
reafirme parte da definição anterior a esta. Em 1988 Razgon reformula sua
definição e aponta para a “museologia como uma ciência social que se ocupa
dos processos e leis relativas à preservação da informação social”, o objeto
museológico ganha importância como herança cultural. MENSCH (1994)

A terceira concepção apresentada pelo autor, define a museologia “como


o Estudo dos Objetos de Museus”. Segundo Mensch, essa definição foi
apresentada no Simpósio de Brno (1965), que ocorreu na Tchecoslováquia.
Nessa definição vemos uma ampliação da importância transferida ao estudo do
objeto museológico, importância presente na definição de Razgon, mas que aqui
aparece como objetivo principal da Museologia. Nessa definição, apresentada
por Z. Bruna, a museologia se ocupa de estudar as funções, e transformações
do objeto museológico. Ele é tido como testemunho, objeto que perde e ganha
significados e transforma-se em documento cultural.

A quarta concepção apresentada pelo autor, define a museologia “como


o Estudo da “Musealidade”. Essa definição é concebida por Zbyněk Zbyslav
Stránský, museólogo Tcheco. A Musealidade para Stránský, é o “valor
documental” do objeto, o foco do estudo da museologia seria a investigação da
Musealidade.

A quinta concepção apresentada pelo autor, define a museologia como o


estudo da relação do Homem com a Realidade. Essa definição foi primeiramente
formulada por Stransky no final da década de 80, posteriormente recebeu a
contribuição de Waldisa Rússio Camargo Guarnieri e de Ana Gregorova. Ambas
compartilhavam do mesmo pensamento acerca da relação profunda do homem
com o objeto museológico e com a realidade. Guarnieri vê a museologia como
uma ciência em nascimento toma o cuidado de não limitar o objeto museológico,
e deixa espaço para interpretações ao usar o conceito de relação com a
realidade. Gregorova também entende a museologia como uma ciência em
construção.

“Discussão” os Prós e Contras (respondendo à questão 3)

No texto vemos que mesmo dentro das 5 concepções, elas se dividem


em duas linhas, a do museu instituição e a do objeto museológico em relação
ao homem.
Ao dissertar acerca dos desdobramentos das concepções apresentadas,
Mensch fala acerca das críticas feitas à concepção que centra os estudos
museológicos no museu enquanto espaço organizativo de atividades do museu.
Segundo o autor, um dos argumentos contra essa concepção, parte da analogia
de que a museologia não pode ser a ciência do museu, assim como a pedagogia
não pode ser a ciência da escola.

O autor apresenta variadas perspectivas de diferentes autores, que


problematizam essa concepção, como Neustupny, que acredita que o museu
enquanto espaço, não pode ser estudado, pois representa apenas um
instrumento, que foi historicamente condicionado, visando a sintetização de
diversas disciplinas MENSCH (1994). Burcaw defende que “toda teoria deveria
resultar numa aplicação prática para o bem do homem”; Hofmann o rebate da
perspectiva de que as abordagens centradas no Museu, “evitam os problemas
reais” MENSCH (1994).

Em seguida o autor retoma a concepção que toma o objeto museológico


como objeto de estudo da museologia. Mensch faz novamente menção a
Hofmann, que defende que o objeto museológico não poderia ser o centro dos
estudos museológicos por dois motivos: 1 a relação ainda indefinida entre a
museologia e seu objeto de estudo; 2 a não definição do conceito de objeto de
Museu. Já para Schreiner, o valor documentário do objeto não seria suficiente
para que este fosse tido como o objeto de estudo da museologia.

Sobre a Concepção que nos apresenta a Musealidade como objeto de


Estudo da Museologia, Mensch evidencia que Schreiner também crítica essa
teoria. Para Schreiner, a problemática dessa concepção está na impossibilidade
de a Musealidade ser tida como valor geral do objeto museológico, para ela isso
se da de maneiras especificas, e por consequência de atribuições que a esses
objetos são dadas. Benes, acredita que a Musealidade pode ser entendida como
um dos critérios que podem ser adotados pelo museu para diferenciação entre
“objetos de artefatos” MENSCH (1994).

Ao que transparece o texto, os autores encontram mais afinidade com a


concepção derivada de Stransky, apensar de julgarem um ponto ainda não muito
desenvolvido. O autor finaliza a discussão falando sobre o aceitamento dentro
do ICOFOM de definições não tradicionais de Museologia, e sobre o
alargamento do conceito de museologia, e das duas linhas teóricas que ainda
coexistem, museu -instituição e homem – objeto.

Você também pode gostar