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A ESPADA E O DRAGÃO

Havia uma profecia sobre um jovem que viria a ser a ruína da vila Ignis,
porém durante muitos anos os moradores aguardaram e nada aconteceu. Com o tempo
essa história foi se perdendo e acabou virando lenda, apenas os mais anciões sabiam da
real existência dessa profecia, os moradores apenas contavam essa história para seus
filhos a fim de assustarem caso fizessem algo errado... Porém tudo mudou naquele dia,
era um dia tempestuoso e começou a chover, como era a noite a pouca iluminação que
se tinha na vila havia sido danificada e as luzes que se podia ver eram de algumas casas
ali do local, porém uma se destacava em meio as outras, a casa de Isobel e Darian
Redblood, ao seu redor plantas brotavam, animais se reuniam, o fogo parecia brilhar
com maior intensidade e uma aura sinistra quase como de morte pairava no local. Isobel
e Darian eram membros do exército da vila e eram bastante respeitados entre os
moradores, havia uma comoção quase que geral por parte da vila, pois era aguardada a
chegada do primeiro filho do casal, muitas pessoas aguardavam por notícias e os
anciões estavam lá para auxiliar a jovem Isobel em seu parto, foi um parto
extremamente difícil, pois se iniciou pela tarde com um sol escaldante e veio ser
completado somente a noite com uma lua extremamente cheia e brilhante, um caso
muito raro, Isobel ficou bastante debilitada e fraca porém não morreu, os anciões
fizeram um esforço enorme para salvar a vida da mulher que finalmente pariu um bebê
lindo, assim que saiu de seu ventre todos os anciões se assustaram, Isobel sem entender
nada perguntava incessantemente porque eles estavam levando seu amado filho dela,
Darian tomado por fúria e dúvida agarrou um dos anciões e exigiu que lhe entregassem
seu filho, foi então que foi revelado que o garoto carregava a marca da profecia, uma
cicatriz no olho do garoto, uma cicatriz que era o ponto chave de toda profecia na qual
dizia que o garoto que nascesse sob os olhares de vários deuses teria uma cicatriz no
olho, quase como se essa criança fosse motivo de disputa entre os deuses, os anciões
previram todos os sinais naquela noite, sabiam da presença dos deuses que queriam
abençoar aquela criança porém eles não contavam com uma coisa, toda aquela vila
pertencia a devotos do deus do poder, eles sabiam de todas as probabilidades e fizeram
o ritual certo naquele dia, apesar de serem devotos do deus do poder eles não queriam
que aquela criança fosse criada nesse meio, pois temiam que ela poderia se tornar
poderosa demais e incontrolável, enquanto era levado pelos anciões o garoto era
mantido sob fortes encantamentos, entretanto os sábios não contavam com uma coisa,
quase como do nada eles ouvem um rugido alto vindo dos céus, todos na vila se
assustaram, mesmo os anciões, e se descuidaram do garoto por um momento, quando
deram conta disso voltaram suas atenções pra o garoto procurando sinal de alguma coisa
ou sinal divino, mas não encontraram nada.

Nesse mesmo instante no quarto que estava especialmente preparado para a


chegada do bebê na casa de Isobel e Darian, surgia um artefato lindo e que irradiava
imenso poder, Darian percebeu aquilo e quando chegou para olhar viu um artefato
muito parecido com uma espada, ao longe Darian se assustou com aquele artefato,
porém ao chegar mais perto viu que era realmente uma espada muito bem trabalhada e
que nunca havia a visto antes, pois todos os guerreiros da vila lutavam com lanças, ele
sentia a emanação da espada, mas quando a segurou viu que se tratava de uma espada
comum, muito linda mas comum ao seu toque, ele decidiu esconder isso do conselho de
anciões, uma vez que estes já haviam levado o seu filho embora, ele assim fez, escondeu
a espada e nunca mais tocou no assunto.

Os dias se passaram e correu tudo bem na vila, o filho de Darian e Isobel fora
devolvido a seus pais após passar por uma inspeção minuciosa dos anciões e agora vivia
alegremente com seus pais que o nomearam de Draco, homenagem ao avô de Darian
que outrora foi um grande general.

Draco teve uma infância diferente dos outros garotos da vila, ele não se
interessava muito sobre magias como era de costume na vila, ele gostava bastante de se
exercitar, correr, pular e treinar, pois assim como todos ali, ele também tinha que
treinar, mas ao contrário das outras crianças ele adorava e se destacava muito nisso, em
casa seu pai sempre lhe dava conselhos e ensinava técnicas com a lança e cada vez mais
seu pai percebia que ele ia se aperfeiçoando ainda mais como guerreiro, mas o garoto
percebia que sentia um certo incômodo naquele modo de treinamento, enquanto todos
treinavam com lanças e se sentiam bem fazendo aquilo parecia que Draco não se
encaixava em lutar o estilo de todos os guerreiros de sua vila. Certo dia revirando as
coisas na sua casa procurando algo para brincar ele achou um compartimento secreto na
parede, estava muito empoeirado, mas ele decidiu continuar e ir até o fim do que ele
tinha começado a descobrir ali, ele limpou toda poeira e viu que realmente tinha um
compartimento atrás dos blocos de pedra naquela parte da sua casa, quando tirou um por
um achou um pano velho todo sujo que parecia enrolar algo grande, e havia algumas
inscrições no pano, ele já havia visto aquilo, era como as inscrições que sua mãe e que
os anciões faziam e mostravam no treinamento, ele havia aprendido a desativar aqueles
feitiços e assim o fez, quando ele acabou de desativa-los sentiu que uma energia
poderosíssima o atingiu, ele terminou de desenrolar o pano e viu um artefato magnífico,
uma espada que parecia que havia sido feita a um bom tempo atrás, ele nunca tinha
visto uma arma como aquela, tão bem trabalhada e aperfeiçoada, quando ele a tocou
sentiu que parecia que havia sido feita pra ele, sentiu um enorme poder, e apesar de
ainda não ser um grande guerreiro empunha-la não era trabalho ou dificuldade alguma,
ele ficou maravilhado com aquilo que acabara de descobrir e foi contar ao seu pai,
quando chegou lá seu pai ficou muito assustado com o que viu e lhe fez diversas
perguntas sobre onde ele tinha achado e como ele fez pra desativar os feitiços que
cobriam a lâmina, ele explicou como aconteceu e seu pai contou toda a história de seu
nascimento, inclusive de como a espada havia chegado em sua casa, e lhe pediu, pediu
muito que nunca falasse que aquela espada havia aparecido pra ele daquela forma,
Draco garantiu e pediu para que seu pai o treinasse mais arduamente, ele queria saber
como usaria aquela arma nova e tão encantadora, seu pai não sabia como manusear uma
espada porém com uma lança eram poucos que o superavam e ele ia fazer de tudo para
ensinar ao garoto.

Diversos anos se passaram e agora o jovem Draco via muito melhor a realidade
na qual se encontrava, sua vila era extremamente ferrenha as regras do deus na qual
seguiam, em diversas ocasiões viu alguns conhecidos sendo punidos em praça pública
por crimes que cometeram, muitas vezes viam seus vizinhos comentando e entregando
uns aos outros, mentindo e incriminando pessoas boas que moravam ali, alguns apenas
assistiam toda aquela tirania e não diziam nada, mas não podiam, não tinham poderes
para impedir tal coisa, Draco como sempre fora diferente de todos, acreditava que a sua
igreja não precisava cometer tais atos para agradar totalmente a seu deus, atos tão
malignos, ele pensava diferente, sabia que seu deus não era bondoso, longe disso, porém
acreditava que não precisava agir como um selvagem para agrada-lo. Como seu pai já
fazia parte do exército foi mais simples o caminho para se tornar membro do exército,
era extremamente habilidoso, e tinha interesses ao se juntar ao exército, queria poder
ajudar ainda mais seu povo e se tornar um grande general um dia, ainda maior que seu
pai. Todos os outros membros do exército o olhavam torto pois de todos os soldados
que ali se encontrava ele era o único diferente, lutava com uma espada ao invés de uma
lança e escudo como todos os outros, nunca fazia parte das formações e sempre gostava
de lutar sozinho, nas linhas de frente, era bastante impulsivo e isso sempre gerava
situações inesperadas pois ele sempre corria para frente do combate antes de seus
companheiros, porém foi entrando para o exército que ele conseguiu ajudar melhor os
moradores da vila e alguns de seus amigos que muitas vezes eram injustamente presos e
castigados pela milícia da vila, mas também foi no exército que ele viu que um de seus
desejos foi quebrado, ao ir subindo de patente ele descobriu que havia uma parte do
exército, guerreiros de elite que treinavam para capturar e matar dragões, e que seu pai e
sua mãe pertencia a essa casta de guerreiros, ele ficou extremamente decepcionado, ele
sempre imaginou e leu sobre dragões em sua infância e os achava seres magníficos e
lindos, porém esse grupo de guerreiros achavam que o único deus dragão que poderia
existir no mundo era o maior deles: Kallyadranoch, o deus dos dragões e do poder.
Draco se sentiu impotente queria poder fazer algo mas naquele momento ele não
poderia, não tinha poder suficiente, ele achava e acreditava que os dragões podiam ser
mais do que simplesmente maldade pura, mas seguindo os passos de seus pai entrou
para essa ordem, sabia que para conseguir mudar a mentalidade de todos ali ele deveria
ocupar cargos mais e mais altos dentro do exército da cidade. A vila de Ignis vinha
crescendo de forma rápida, o sacerdócio da vila tinha politicas bastante rígidas e
exigiam que os moradores tivessem cada vez mais filhos para enxerem as fileiras do
exercito e aumentar a população da vila, que agora já era digna de status de cidade.

Draco não demoraria a ascender dentro do exército, apesar de sua


impulsividade muitas vezes pondo em risco toda uma formação e estratégia de batalha,
ele tinha suas próprias estratégias em combate, com seu esquadrão ele surpreendia
diversas vezes os inimigos, muitos ao seu lado temiam que eles teriam uma morte
rápida e precoce caso continuassem a segui-lo, porém ele era brilhante e sempre
conseguia vitórias atrás de vitórias, no campo de batalha ele era implacável, apenas sua
presença e suas altas risadas sádicas assustavam diversos homens, parecia ter uma aura
que o seguia e causava medo a quem chegasse perto dele, brandia sua espada com uma
tremenda facilidade que parecia ser uma extensão do seu próprio corpo, a força que
aplicava em seus golpes era sobre-humana, era quase como se um dragão o
incorporasse, quase não usava de magias, esse não era seu dom, parecia mais que ele
tirava força da sua fé, ele em muitas ocasiões se negava a conjurar suas próprias magias
para aumentar sua força, pois isso o deixaria vulnerável no campo de batalha, era muito
resistente também, se destacando, algumas vezes, até mais do que seus próprios
comandantes, e isso fazia dele um dos maiores combatentes que a cidade já teve, mas
isso não preocupava seus aliados ou ate mesmo seus comandantes, tudo que ele fazia no
campo de batalha se tornava história para os bardos em sua cidade, isso preocupava
bastante a alta casta dos clérigos anciões que controlavam tudo, eles sabiam de onde
vinha tremenda habilidade e força, eles sabiam que ele era o garoto da profecia e sempre
cuidavam para que ele não saísse do controle no campo de batalha, lhe colocavam
diversas punições e desafios que nenhum humano comum realizaria, ele se dividia entre
o exercito normal, onde era a sua maior paixão e também se dividia no grupo secreto
dos Matadores de Dragões, onde seus pais atuavam e se preocupavam demais com o
filho, pois este sempre ia contra muitas coisas que os anciões lhe empunham, ele
diversas vezes matava os dragões sozinho, voltava sempre machucado e totalmente
decepcionado e com raiva de si mesmo por aniquilar criaturas tão belas, poderosas e
majestosas mas esse era o preço a se pagar.

Certo dia Os Matadores de Dragões foram convocados para uma missão


urgente, dois dragões jovens haviam feito uma ninhada perto da cidade e os anciões
estavam se sentindo ameaçados pela presença, e o que eles poderiam fazer a cidade, mas
tudo isso não passava de uma faixada, era um plano para roubar os ovos dos dragões e
vender tudo no mercado negro, Draco ficou revoltado e tentou convencer a todos que
eles não precisariam matar os dragões, ele discursou e uma confusão foi gerada, muitos
o questionavam e diziam que os dragões eram impiedosos e malignos e que deviam ser
detidos, como sempre Draco tinha uma visão completamente diferente deles, mas como
não havia nada a se fazer contra todos na mesa ele não tinha escolha a não ser participar
da missão juntamente a seus pais.

Era um dia em que nevava muito no local, todos eles iam com roupas especiais,
pois se tratavam de dois dragões vermelhos, eles sabiam que eles estavam enfraquecidos
pela neve, mas ainda assim não deixavam de se proteger, sabiam que dragões eram
poderosos e toda companhia era experiente em caça-los. Dividiram-se em meio à neve e
a floresta e os cercaram, flanquearam os dois dragões e investiram contra eles, suas
armas eram poderosas e conseguia vencer com certa dificuldade a pele escamosa e
grossa dos dragões, com todo seu ímpeto a mãe se preocupava em proteger sua ninhada,
que contava com diversos ovos, já o dragão macho investia nos combatentes com tudo,
a mãe que estava mais preocupada em proteger seus ovos acabava por deixar sua guarda
aberta, e os golpes a atingiam com mais fervor, ainda assim não deixava de ser uma
batalha sangrenta, constantemente via-se cabeças voando, escamas caindo no chão e
lentamente aquela paisagem que era branca ia se tornando cada vez mais vermelha, os
dragões rugiam e soltavam fogo, porém como havia muita neve os homens conseguiam
se proteger melhor das chamas, e cada vez mais iam minando todas as defesas dos dois
dragões, o macho ainda tinha bastante vigor, mas a fêmea já não iria aguentar, Draco
que estava no campo de batalha já não gritava mais como de costume, não empunha
medo a seus oponentes nem estabelecia a confiança em seus aliados, ele baixou sua
espada por um momento e começou a analisar toda aquela cena, de diversos homens
contra aquelas duas criaturas que queriam apenas proteger seus filhos, via o sofrimento
estampado no rosto da fêmea que caía com furos por todo o corpo e sangrava
incessantemente, vendo aquilo ele não aguentou e partiu pra cima dos próprios homens,
os atacando de uma forma que seus golpes não fossem letais, apenas para desacorda-los
e fazerem eles pararem com tudo aquilo, infelizmente era tarde demais para a fêmea, ela
caía inconsciente enquanto os homens desferiam golpes atrás de golpes afim de
acabarem com a vida dela ali mesmo, Draco ia derrubando os homens um por um até
ser contido pelos homens e sendo segurado sem poder fazer nada, o dragão macho ao
ver que sua amada caindo, percebeu que havia um jovem ruivo desesperado derrubando
os homens e correndo em direção dela, numa tentativa desesperada de para-los, viu que
ele havia abatido muitos dos homens e percebeu que ele era contra tudo aquilo que
aqueles homens faziam, mas não foi o suficiente, Draco viu seu pai investindo com tudo
para cima da fêmea e desferiu o golpe final, o golpe que acabaria com a vida daquela
magnifica criatura, o macho ensandecido rugiu num ar de melancolia profunda e puro
ódio, todos no campo de batalha ficaram paralisados por alguns instantes, após isso
vendo que estava em desvantagem o dragão macho alçou voo e fugiu olhando para trás,
vendo a figura de sua amada banhada em sangue e de toda sua ninhada que agra cairia
nas mãos de humanos e também aquele garoto ruivo chorando porque não conseguiu
impedir aquele massacre. Foi um combate sangrento para as duas partes, diversos
homens foram mutilados, outros diversos morreram, porém eles haviam completado a
missão com sucesso, mas eles mal sabiam que aquela vitória lhes custaria muito caro, e
que tudo aquilo seria sua ruína.

Voltando para vila, os anciões decretaram que estava na hora de celebrar e


decretaram uma semana de festividades, onde a cidade estaria livre para fazerem tudo
que quisessem, expuseram a cabeça da fêmea em praça pública e fizeram uma grande
fogueira a sua volta, que seria queimada ao sétimo dia, os anciões e sábios estavam de
bom humor, afinal haviam conseguido os ovos de dragão que seriam vendidos e lhes
trariam muita riqueza. Durante sete dias toda a população festejou, havia comida aos
montes que se estragavam nas ruas, pessoas bêbadas e completamente nuas se
amontoavam nos lugares, a cidade havia se tornado um antro de perversão, ao menos
naqueles 7 dias permitidos pela igreja local, mas havia um habitante que não havia
comemorado, Draco estava preso desde que os soldados voltaram da ultima missão,
havia sido deixado lá para que pensasse em seus atos, seus pais o visitavam todos os
dias tentando entender o porque de fazer aquilo, o porque de ir contra as ordens, mas o
garoto não falava nada.
Ao final do sétimo dia, mais ou menos na metade do dia, onde muitas pessoas
estavam acordando da ultima noite de festas, podia se ouvir ao longe um barulho
estranho, isso gerou uma comoção nas pessoas que se reuniam na praça central para
discutirem sobre isso, o barulho ia ficando cada vez maior e maior, até que um dos
soldados da tropa dos Matadores de Dragões reconheceu aquilo, e avisou que era um
ataque de dragão, as pessoas ficaram polvorosas, algumas corriam para suas casas
outras se preparavam para a chegada do dragão vestindo suas armaduras, muitas pessoas
que ainda estavam caídas nas calçadas morreram ali mesmo pisoteadas, porém todo
aquele alvoroço foi em vão, e por fim o dragão chegou na cidade, agora ele não tinha
limitação de tempo climático algum, havia pego todos desprevenidos, renovado e com
uma raiva demoníaca cuspiu fogo na cidade e começou uma destruição em massa, os
guerreiros não puderam se preparar adequadamente para vestir adequadamente suas
armaduras e muitos dos próprios Matadores de Dragões saíram para se defender sem
suas armaduras e equipamentos adequados. Foi um massacre, pessoas morrendo
queimadas, sendo destroçadas ao meio, muitas sendo engolidas pelo próprio dragão.
Draco conseguia ouvir tudo aquilo, a cidade estava ruindo e ele ouvia as casas sendo
destruídas, os gritos das pessoas na rua, e ele estava ali preso sem poder fazer nada, até
que de repente, a parede onde ele estava desmorona, a cauda do dragão havia batido
onde ele estava preso, ele conseguiu acesso onde estava sua espada e saiu para as ruas
porem viu sua cidade completamente destruída e seus pais mortos expostos ali na rua,
seus amigos e todos aquele que ele conhecia mortos, o dragão rugia em uma fúria
inexorável, sem precedentes, Draco não conseguia fazer nada diante a presença do
dragão, ele o reconheceu como o dragão que seu pai havia matado sua esposa e roubado
seus ovos naquele dia, o dragão também o notou e caminhou em sua direção, chegando
perto ele deu um rugido de tremenda força, ele havia decidido poupar a vida daquele
garoto ali, parece que sentia que tinha uma divida com ele por ele lutar tanto para tentar
proteger sua amada, e Draco o entendia, o dragão o olhava com um ódio que Draco
jamais havia visto em algum lugar, mesmo todas as suas missões no exercito ele não
havia visto nada igual aquilo, nada se comparava ao olhar daquela magnifica criatura,
ele ficara ali paralisado, mas não de medo e sim admirado com a enorme beleza e força
sem precedentes daquela criatura, porém quando o dragão estava prestes a ir embora e
deixar a cidade de vez, um soldado se levanta de um lugar e ataca o dragão, ele sabia
que não mataria o dragão com isso mas queria morrer lutando, o dragão quebrou sua
arma e o engoliu vivo, olhou para Draco e lhe deu um golpe poderosíssimo que o
arremessou longe jogando-o contra uma parede, antes de apagar Draco olhou o dragão
em toda sua magnitude que rugia como um choro de vingança e lamentação, percebeu
também que o dragão o olhou fixamente mais uma vez sem dizer nada e alçou voo.

Draco acordou dias depois com sua cidade completamente destruída e todos
mortos, ele ainda sabia algumas magias de cura, e por sorte pôde usa-las para se
recuperar, ele caminhou por aquele cenário apocalíptico e encontrou o corpo de sua mãe
e seu pai, os pegou e os enterrou em uma colina ali próxima, o jovem agora estava
decidido que iria se tornar poderoso o suficiente para mostrar para todo mundo que é
possível dominar um dragão para ele não realizar somente o mal, e mostrar que a igreja
de Kallyadranoch não era somente feita de atos altamente malignos.

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