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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL

DE JUSTIÇA DO ESTADO Y.

PROCESSO Nº_____________________

JOSÉ, qualificados nos autos, por seu advogado que esta subscreve, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 103, III,
alínea a e d, da Constituição Federal, artigo 541 e seguintes do Código de Processo
Civil e na Lei 8.038/1990, interpor

RECURSO EXTRAODINÁRIO,

em face do respeitável acordão proferido nas fls.______, que negou provimento ao


Recurso de Apelação interposto nos autos da ação em epígrafe, em face dos
RECORRIDOS (qualificados nos autos).

Requer seja recebido e processado o presente recurso, intimando-se a parte contrária


para que ofereça, dentro do prazo legal, as contrarrazões e, após, seja o recurso
admitido e encaminhado com as inclusas razões ao Egrégio Supremo Tribunal
Federal.
Por fim, requer a juntada das custas de preparo e porte de remessa e retorno.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.
Advogados OAB/_______ Nº_____
RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Processo nº_________________________________________

Recorrente: José

Recorridos: Presidente do Banco X e responsáveis da empresa W.

José, não se conformando com a decisão que manteveo respeitável acórdão de


fls._____, vem, respeitosamente, apresentar as razões do presente recurso
extraordinário.

I – BREVE RESUMO

Com fundamento na Lei 1.234 do estado Y, que excluiu as entidades de direito


privado da Administração Pública do dever de licitar, o banco X (empresa pública
daquele estado) realizou a contratação direta de uma empresa de informática – a
Empresa W para atualizar os sistemas do banco.
O caso vem a público a revelação de que a empresa contratada pertence ao filho do
presidente do banco e nunca prestou tal serviço antes. Além disso, o valor para
(milhões de reais) estava muito acima do preço de mercado do serviço em outras
empresas.
O Recorrente, cidadão local, ajuizou ação popular em face do Presidente do banco Xe
da empresa W perante o Juízo de 1ª, instância da capital do estado Y, em que
pleiteava a declaração de invalidade do ato de contratação e o pagamento das perdas
e danos, ao fundamento de violação ao artigo 1º, parágrafo único, da Lei 8.66/1993
(norma geral sobre licitação e contratos) e a diversos princípios constitucionais.
A sentença, entretanto, julgou improcedente o pedido formulado na petição inicial,
afirmando ser válida a lei estadual, analisada em face da lei federal, não considerando
válidos os princípios constitucionais invocados.
O Recorrente interpôs recurso de apelação, ao qual se negou provimento, por
unanimidade, pelo mesmo fundamento levantado na sentença. Além disso, foi
interposto embargos declaratórios o prequestionamento da matéria Constitucional
suscitada e não apreciada.
II – PRELIMINARMENTE – DA REPERCUSSÃO GERAL

Verifica-se que existe questão relevante do ponto do ponto de vista jurídico, uma vez
que foi violada competência constitucional para legislar sobre licitação pelo Estado
Y. Além disso, há prejuízo de milhões de reais do erário pela fraude descrita e à
moralidade administrativa, sendo relevante do ponto de vista econômico, político e
social, nos termos do artigo 102, § 3º, da Constituição Federal e artigo 1.035, § 2ºdo
Novo Código de Processo Civil.
Por fim, a questão jurídica envolvida no caso transcendente o interessado das partes
artigo 102, § 3º, da Constituição Federal e artigo 1.035 do Novo Código de Processo
Civil. Assim, o recurso merece ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

III – DO CABIMENTO DO RECURSO

Percebe-se, no presente caso, que a Lei 1.234 do Estado Y, que exclui as entidades de
direito privado da Administração Pública do dever de licitar e a contratação direta de
uma empresa de informática – a Empresa W – para atualizar os sistemas do banco X
(empresa pública daquele estado) violaram dispositivo da Constituição Federal
(hipóteses de dispensa de licitação – artigo 22, inciso XXVII da Constituição
Federal), bem como o próprio ato de contratação também afronta a Norma
Fundamental do Estado brasileiro (artigo 102, inciso III, alíneas a e d, por (i)
contrariar dispositivo desta Constituição, e (ii) julgar válida lei local contestada em
face de lei federal).
Saliente-se que o recurso foi interposto tempestivamente nos termos do artigo 1.030
do Novo Código de Processo Civil.

IV – DO PREQUESTIONAMENTO
Foi realizado o prequestionamento da matéria constitucional, em virtude da efetiva
manifestação do Tribunal de origem, bem como pela interposição de embargos
declaratórios, estando superados o contido nas Súmulas 282 e 356 do STF. Desse
modo, a matéria foi devidamente questionada na instância inferior, esgotando todas
as esferas inferiores para o exame da instância superior.
V – DO DIREITO

Há violação da competência constitucional para legislar sobre normas gerais de


licitação prevista no artigo 22, inciso XXVII, da Constituição federal, sendo que essa
competência foi exercida pela União por meio da edição da Lei 8.666/1993.
Também foram violados princípios norteadores da Administração Pública, previsto
no artigo 37, “caput”, da Constituição Federal, quais sejam, os princípios da
moralidade e impessoalidade, pois foi contratada, sem licitação, uma empresa sem
experiência na área, por um preço muito acima do valor do mercado, apenas pelo fato
de a mesma pertencer ao filho do dirigente do banco estatal (empresa pública).
Além disso, disso também foi violado o inciso XXI do mesmo artigo37 da
Constituição Federal, que determina a realização de licitação no caso apresentado.
A lei 1.234, do Estado Y, ultrapassou dos limites da competência do Estado e,
portanto, é inválida. Nada obstante, o Tribunal de origem entendeu válida a lei local
contestada em face da lei federal (que impõe a licitação às empresas públicas), e,
assim, configura-se um conflito quanto às competências de cada ente federativo
(União e Estado Y).
Por fim, também foram violadas as normas do artigo 173, § 1º, III, da Constituição
Federal (as empresas públicas tem o dever de licitar como regra), bem como a do
artigo 175 da Constituição Federal (a necessidade de licitação para a prestação de
serviços públicos).

VI – DO PEDIDO

Diante do exposto, o recorrente requer o conhecimento e o provimento do presente


recurso extraordinário, pois estão presentes todos os pressupostos de sua
admissibilidade, reformando-se a responsável decisão recorrida de fls. ______ para a
declaração de invalidade do ato de contratação e o pagamento das perdas e danos ao
Erário.
Inversão do ônus da sucumbência, condenação da parte recorrida ao pagamento das
custas e honorários advocatícios, nos termos do artigo 20 do Código de Processo
Civil.
Termos em que se pede deferimento,

Local e data.
Advogado/OAB

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