Para que o açúcar e o álcool cheguem ao consumidor final existem
empresas de distribuição e exportação especializadas. Para o mercado interno, o transporte desses produtos é feito, principalmente, por rodovias, saindo da indústria diretamente para as bombas de combustíveis ou supermercados. A utilização de outras formas de transporte de açúcar e álcool, como o ferroviário e o naval, ainda são pouco utilizadas. Contudo, são os setores que mais crescem no país, por sua maior eficiência em relação ao transporte rodoviário em longos trechos.
As usinas, por seu foco na atividade industrial, são muito conservadoras
em avançar nos canais de distribuição. Usinas que estejam numa mesma região podem montar joint ventures e entrar no mercado de distribuição de álcool, com uma gestão independente, comprando distribuidoras hoje existentes ou montando novas, autorizadas a funcionar pelo governo. Ainda em canais de distribuição, as usinas, em formas organizacionais associativas, que podem ser franquias ou joint ventures, podem montar postos de combustível nas cidades. Estes postos não viriam para competir com as redes existentes (seriam poucos), mas seriam postos "conceito" (o nome da rede poderia ser verde ou "green"), e serviriam para duas funções básicas: a de estabelecer os preços varejistas do álcool (dificultando a ação de cartéis urbanos) e a de comunicação da imagem com o consumidor final. Melhoria da infraestrutura de escoamento da produção de álcool. É necessário dar velocidade aos investimentos já anunciados de alcooldutos, bem como nas estruturas portuárias para a exportação de etanol. Agilizar as parcerias público-privadas (PPPs) que fortalecem um amplo programa de privatização de rodovias e outros aspectos de infraestrutura visando não onerar o álcool que vem de regiões mais distantes e que hoje sofre com os problemas de custos de transporte no Brasil. Retomar a transferência de estradas, portos e áreas portuárias para o setor privado. 6. Concorrência Rivalidade entre Concorrentes Rivalidade para conquista de matéria prima, equipamentos e mão de obra e para venda de produtos. Dentro do contexto de conquista de equipamentos e matéria prima, ainda será desenvolvida uma outra divisão, que é entre mão de obra qualificada, equipamentos e insumos menos comuns (feitos por poucas empresas e tendo a disputa pelo mercado nacionalmente), que são os chamados bens qualificados, e os insumos encontrados regionalmente e a mão de obra menos qualificada, que são os chamados bens simples. Nos bens qualificados, a questão da rivalidade entre os concorrentes. Como as pequenas empresas estão sumindo deste mercado através de fusões ou sendo adquiridas pelas grandes. Desta forma, a pressão de empresas concorrentes para compra de matéria prima e compra de maquinário é bastante elevada; Na questão dos bens simples, a busca e disputa de mercado ocorre dentro da própria região e, por isso, a concorrência não é alta, mas também não é alta a oferta, o que é prejudicial ao desempenho da usina também. Espera-se, entretanto que a região prospere neste sentido, e que diversas empresas comecem a enxergar potencial para o setor, iniciando produção no local. No que tange a questão de vendas, dado que este é um mercado globalizado e que tem preços estipulados em bolsa de valores, a concorrência é mundial e, por isso, apresenta pressões de todos os lados, mas acaba sendo uma pressão leal, dado que é regida pelas leis de mercado.
Poder de Barganha dos Fornecedores
Fornecedores da matéria prima básica da usina, que é a cana de açúcar, e aos fornecedores de máquinas, sistemas e outros equipamentos necessários a usina para seu funcionamento.
Em se tratando dos fornecedores de cana de açúcar, eles têm poder de
barganha devido a impossibilidade da usina buscar a matéria prima em uma distância muito grande. Um ponto a se considerar que reduz o poder dos fornecedores, é o fato de que as usinas normalmente têm também produção própria, que pode supri-la em caso de problemas com os fornecedores, gerando menos dependências e menor poder de barganha ao fornecedor. Em relação a questão dos fornecedores de máquinas e sistemas, existe na verdade duas faixas de fornecedores. Existem aqueles que apresentam produtos e sistemas mais elaborados e conseguem faze pressão grande nos produtores conseguindo, inclusive, preços altos em seus produtos/serviços, e existem aqueles que têm produtos mais tradicionais e não conseguem realizar muita força de barganha em seus produtos.
Poder de Barganha dos Clientes
Não há somente um tipo de produto feito dentro de uma usina de açúcar e álcool, e cada um desses produtos, têm clientes que respondem de maneira diferente a determinados movimentos da indústria sucroalcooleira. Na produção de açúcar, o preço estará muito balizado por momentos do mercado, pois o mesmo tem seu preço estipulado em bolsas de valores do mundo todo, de acordo com a sua cotação de mercado. Os grandes clientes podem, portanto, tentar modificar o mercado tendo um certo poder de barganha, mas com pouca efetividade, levando-se em consideração o tamanho do mercado, a liquidez dos contratos e o tamanho de cada cliente. O caso do etanol já funciona de maneira diferente ao açúcar. Como ele não tem uma negociação com tanta liquidez e nem tantos mercados de negociação que o operam, ele apresenta variações entre regiões e pode ter maior pressão de barganha dos clientes, dado que o mercado é menor e é necessária uma organização menor para que uma parcela grande do mercado faça diferença.
Ameaça de Produtos Substitutos
Esta é ao mesmo tempo uma ameaça importante de ser analisada, pois já existem substitutos para todos os produtos da usina atualmente, aparentemente tranquila de ser lidada, dado que uma usina que processa cana de açúcar já consegue produzir normalmente diferentes produtos, existem muitas pesquisas que estão desenvolvendo ainda outros e estes substitutos existentes ainda são menos eficazes ou sustentáveis do que o produto a base de cana de açúcar. No que tange a produtos substitutos existentes, pode-se citar como exemplo deles a gasolina no caso do etanol ou o açúcar de beterraba por exemplo no caso do açúcar. Em ambos os casos, o produto da usina acaba sendo superior, devido a sua eficiência e sustentabilidade no caso do etanol ou no caso do custo de produção no caso do açúcar de beterraba. Entende-se, portanto, que hoje, mesmo havendo produtos substitutos, o mercado está seguro de enfrentar uma grande concorrência que irá frear ou mesmo tirar muito mercado dos produtos de uma usina sucroalcooleira nos próximos anos.