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..

J OGOS DE

A E X P E R IÊ N C IA D A M IC R O A N Á L IS E

dacques Revel
organizador

tradução:
Dora Rocha
~,(lJN1S1NOS Ô
, i? } J? ' - ! 9 teca I
N ').Q J .C :J ..~ Y ..! ..f . ...

Sumário
I) II (li li,(,I 'd iC ; () ,"scr vad os à
1 '1 )1 1 '( lH A IIlJN I A ,.Ã GETULIO
VARGAS
11 1~1 1 ti 1 1 0 1 1 11 1\ l, I O _ 62 andar
I1 1 I I00 I io d' Janeir o - Br asil
'/'1 1 , O I) .I, 110 _ Fax: (021) 536-9155
111111 I: 'tiillll I r~v,br I

1 11 1 /1 ://w w w .l/..v . hl'/pu bli acao

li,V I,d 11ti ,I il rl'p~ll lu .!io coral ou par cial des ta obra

IilVI'.'\(1 I I, _\I(:INAIS: Maria Lucia Leão Velloso de Maga lhães


1IIIIIlItA(:Á( I'.I.H'I'I NI A: Denilza da Silva Oliveira, Jayr Ferr eira Vaz ,
M ~rll/l A/I'V 'ti B~lrhoza S imone R anna
Iltvl\'\I\: AI 'itliis d' 13'Itran e Mamo Pinc o de Faria
1'1111 111/(,'\1\ :1\ ÁI'I A: H 'Iio Lour enço Netco

H ha atalográfica elaborada pela Bi blioteca


Mario Henriqu e Simonsen/FGV () ra ionalism o posto à prov a da análi se
)llf lO , ~ le 's alas: a 'xl 'ri n ia da microanálise Jacques R eve1; organi-
I
M ir Abéle
"" '1 1 Ir ; Ira du : o 01', R ocha. - R io de Janeiro: Editora Fundação
:1 '1 ,,1 1 0 Vnrgas, ]l (8.

It, 1I 101IlWI1Ii.I, ,Pl' 1111 II loIsll~"('II, I. J l'vl'i, /11 1111 1' ,11 ,111111 11,1
1,1 1 +1'11 1111 VIII I1 , ,'(lI/S fm ;/, o "m a f'()" pl to "1 1 1 ; r o " : ht ir ; / .' N r r ,r t lt
I (HIII; '1'tJ,lfm ia "
"/11111111 I' I' !ri Ancia : indiví d uos , gru po s e id ent id ad es
1 ' /1 1 " "/111 I iO s ulo X VII

,'III11!w/"r{lmentos, r ec ursos, pr oce ssos: ant es da " r evolu çã o" Ap resen tação
lI) m /I um o

,I bi(l / :ret/ia com o prob lem a


I li

Este livro nasceu de um seminário. Em 1991, o Ministério da P 'Slllli, I


, Tecnologia francês tomou a iniciativa de organizar um encontro qu (1, (
ria reunir (entre outros) historiadores e antropólogos em torno de UIIl 1'1111
bastante vasto: "Antropologia contemporânea e a ntropologia históri 'li" ,

i I "ia não era exatamente original. Ao longo dos anos 70 e 80, encontros d ~,< (
I ir> haviam sido freqüentes. As questões e os métodos de trabalho dos '( 111
logos exerciam um fascínio duradouro sobre os historiadores, co mo 110,PII,' 1
cio O haviam feito os dos geógrafos e a seg uir dos economistas: a afirm:lç:'n dll
'lnologia histórica foi o resultado desse investimento e de um a t It:lliv,1 di
hibridação que a posteriori parece menos homogênea, talvez, d qu' !,.1I1I'111
nos pr tagonistas da aventura. A união disciplinar que se operou 'nt. 0:1111111
J' ' li muitas coisas, freqüentemente heterogêneas, às vezes contradil lIi,I'/, I
P 'ri 'ncias de pesquisa genuínas e também falsas novidades. Nã( ',,1 11 ' Ilqlll
1'1lZ-r s~u balanço, que seria aliás prematuro. Que o julgameilto a r 'SI 'il(l I( I i
posil ivo ou decididamente negativo - como recentemente tiv Inos o ',~I 1I1
pio -, ninguém pode negar que boa parte da renovação das inl 'rl!lI',I,' I
do.' ohj 'I( s dos histOriadores foi, para o bem ou para o mal, fruco d 's.''' 11111 11
1111- 111"hoj não parou de produzir efeitos. O movimento foi 1 arli 'Id:lllll liI
, 'li,' v ,I na Franç'l, mas é largamente atestado na historio rafia ioJ 1t'lIl11r10IHd,
III\(I npr -s 'nw os m 'smos traços característicos: uma notáv 1 /! . '11'Io.'idlld
111'I' '111:d 1~lli:1Ia 101' lima sensibilidade difusa, um qua 1m d' 1"/"1 11('iI
lI' I ic I,' ha,'lul1l' n, fv 'I, un 'I pdti ':1 n,uitas v 'I. 's S Ivag 'rn 10 'Illpll, I I11II
'tllll' '1111ti, ,"lia 'xaJ .( '1'0 pr -I 'nd 'r <111- no novo inr'r'ss' dos hisl()Iilldlll
1'1111 ',polld 'li 11111'nlIISia,'ll)o COI))IIII' v -I da I i1t'1. dos :!1l110P 1101',0,. ) 11111
1II('II(() ',lllllllliilisl I l", ill/'IiI:11I1I '111', I oi>ra ill'lWII '111' d' (:ll1l1dl 1 ,( vi
1'11111'.'. 11" 1.1/' 'ito li' SIII di ('lplill,1 11111 1111)(1'10 l' llllli\ . 'Iw('il' dl' plll 11(111
dllllllllllllll 1111'( III 1.1'li 11111'',111L d' ;11I11I1PIIIII!',i.lplldi I plllllllllll ,I I II
1111I11111t11 I1 11 II1 1I1I I 1111111111,111111,11111.1'11,11,111 I '1111'\\1lilllÍlld 111]111111
1111lilll(ltl li s' abrir a uma perspectiva histórica. Mas q ualquer generalização Althabe, eao historiador que assina estas linhas. De co mum acordo, I .j li
I I II Ilhllsiva. Enquanto ideologia científica prescritiva, o estruturalismo co - mos então dar à re f lexão a f orma de um seminário fechado na Éco le des 11:111
'111,'lIlI 1 i 1" '1lar já a partir do m eado da década de 70. Ele não tinha aliás im- tes Études e n Sciences Sociales.2 Os tex tos que se s eg uem são o re sultado
111IIido 1111 ' sc desenvolvessem experiências de pesquisa decididas a levar coletivo do trabalho que então se realizou.
I11\t'OIlIII a dimensão do tempo social: basta pensar nos trabalhos, em tudo "Micro-história e m icrossocial": o título do tema que nos fo i sug rido
illlli, 11'0 diferentes, de Jean-Pierre Ver nant ou de Marcel Detienne so bre o remetia claramente à proposição historiográfica elaborada e pri ncipalm '111 '
1111111 10 grego, de Emmanuel Terray sobre os reinos africanos. Os exem plos posta em prática por um pequeno grupo de pe squisadores italianos n fin lll
'Iillll) b 'm mais numerosos no mundo anglo-saxão: a ob ra de Ma rshall dos anos 70 e na década de 8 0. Poder-se-á dimensioná-Io melhor após a I ,i
,'i1l1iIlS I ode servir de emblema a e ssa abertura, que ela, aliás, a judou a mol- tura deste livro: a microstoria desempenhou um papel decisivo, qu e t 'nlll·
li 11 'lI) profundidade neste último quarto de séc ulo. remos examinar mais de pe rto. É preciso, contudo, ev itar dar a posr 'ri r r i
Antropólogos e historiadores a dquiriram portanto o hábito de se ler e uma versão da microstoria simplificada e demas iado unívoca, e isso d vido li
li 'li 'ontrar, às v ezes em torno de pro jetos definidos em comum, em ge- pelo menos três razões. Primeiro, porque na Itália (e fora dela), as tes ~s los
111pll'll (;I/.er o balanço de u m a confrontação que nunca chegou a uma verda- micro-historiadores tiveram, até muito recentemente, uma acolhi da par 'imo·
11'lill 'Slllbilização (nem, reconheçamos, procurou chegar a uma co dificação niosa e reser vada, muitas vezes francamente hostil, que hoje se tend '11 's·
lilll I)()II '0n ai~ rigorosa: poderemos ver aí, se quisermos, um sinal do empi- C[uecer. Depois porque, até a tradução pa ra o francês do gr ande livro li '
II'IIII() OI>SIinado da corporação dos historiadores). O encontr o que nos foi pro- iovanni Levi, L 'eredità immateriale, em 1989,3 a temática micro-hist ri '11...•
I () iI" ~'1l1 I{91 poderia por conseguinte não passar de u ma versão a mais de teve praticamente ausente do d ebate na França; e m todo caso, os pOli 'o,'
1111111 P 'C,;I v:íria~ vezes encenada. Se foi mais que is so, é sem dú vida a se us 01'- textos que circularam antes disso não tiveram repercussão sensível. EsslI ,'111
/! , 11Ii/',Idor 'S, Yves Duroux e Maree i Detienne, que é pre ciso agradecer. A fór- I z seletiva se ex plica enfim pela ausência, praticamente, de um pm 'rlllll I
11111111 1111' 'I's imaginaram pretendeu claramente fugir dos balanços e ava lia- Ilnificado e ar ticulado q ue desde o início desse à micro-história o estatlllO ti '
I', '111I>'n 'fíeio de uma dimensão nitidamente problemática. A idéia era lima proposição alternativa e a legitimidade de u ma escola. Expli 'ando III'
11 1'1'1 1111' III11asérie de pontos e de questões e m torno dos quais as duas dis- Ihor: a miero-história não procurou nenhum desses títulos; foi antes lII11l1"
111111111.. " mais amplamente, o conjunto das ciências sociais - pareciam P 'riência de trabalho, feita po r historiadores que se aproximaram 'm 1'111)'11(1

11d('lillil SllllS interrogações e suas apostas, pôr à prova suas ce rtezas mais ar- d . sua sensibilidade e trajetória, mas c ujos projetos, áreas e referên 'ia~ I ' )11
I li} " ltill,', 'xp 'ri, entar fórmulas inéditas. Três temas nos foram propostos. O 'IIS I adiam ser mu ito d iferentes.4 Seria po rtanto f alacioso conf erir-Ih 's, pl',
1I"l1 ll'i1 o r ·r'ria-se a "Os regimes de historicidade e os modelos de tempo- ,'11los alguns anos, uma força e uma coerência que eles não tiv eram, 1'111111
I t1ld Illt-"; o s 'g lllldo intitulava-se "Micro-história e microssocial"; o te rceiro " 'ria, < I m u ver, nos perguntarmos po r que esses trabalhos, afinal di~1illit.) I
1 1 11 till pr 'o '1'1 açõe~ recentes co m "O espaço público e os lugares do políti- t1l11'lInr' vlnto tempo desconhecidos, num determinado momentO forlll)1 11('(I
IlI,' . 'omeçaram a produzir efeitos. Era essa, afinal de contas, a (1'1,~t:l ) 0 1 1
I ,," o, '011 r'r 'n istas contactados, foi sugerido que preparassem o encontro
1'"1 111(I" d ' 11111l:f·,balho de reflexão conjunta cuja fórmula era deixada a seu III ' li q lllll fôramos convidados a refletir.
I I I1 1 tio 't'lIjos rc.;sultado~ provisórios circulariam sob a fo rma de papers entre
f i 11I1I ('IPIII1I's; Sl:es, por sua vez, seriam convidados a co mentar c a Titi ar
I I I 'XIO", I A r 'gra 10 jogo era, como se pode ver, a u m t empo clara e fi - I I':m, , ,"11)111, rio r '1111ill reglllarmcntc M. Ab61t:s, G. Al[habc, A. l3ensa, S, ; 'rlllti, 1\1
(:lililllllii, H. I. 'pel'il', c. Levi, S. Lariga c .I. Revel, aos quais se juntaram, 110 l'illlll dlllll'
VI
I, ('()()I'li
'1I1.1Ç'
o do s gun 10 tema foi nfiada a un anl'rol ólogo, 'rar I 1111 11, I',·A, I{os 'nl'lll 'M. Silllrellis, Agratl 'cenlos :Ias org:lni;o:atlor's do '11 '(11111'11ti Mil

111111, 'I'Sp '('illllll '111" a ,1 .- 1'. livier ti, SIII'd:ln, pclo Ilj)(lio I1l:1t 'rilll li"' g'n '1'0,111111'111

d \11111, I\I),~, I1 inil'illi iVII,


1 "II' I 1111I' 1111,',"" I) I'IVII( Io,~ P'I
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I" 11111111 1 (: l/I i,I,'I',('<Iill illlllllft,,'i,l., ,'lIl'l'icl/l,li/IlIt','lI!wisllll1d/1i'/III/I/[ctl'ISt'!t'('/1I1) '11,111111,

I ti 11'111 1 \ 1 '1111I 11 t1i:WII" I 011', N' 1IIIillllbo pl' 'pllnll lrill, 1';ln 11111111111'1111I "ti 111 1111'1 ('I IljH 1;111111,1'1,,1"11111)\11///111/\1/111'1:1',1,//('111// 11'(/'1/1/ 'XIJlI'/S",(itlllslc'I'/ 11/1)/1It/I/ ,'VII,lill/,

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11111 dllll I 111111/11111111( :, 111.1 1111 1111"111'111111111li, 11 \' I 1111 (:1'11111 1111IiII1 ,11 111 11111111" I I1 1I1111'ItlIIIII I li' ,IIIII/li 11 '1"1 111"1I11l11I11 11' IIdll 111\ IIlillll'II'
111111 d, 11,1111, I IlId, 1111:1111111 ';1111 di 111111\111 11111, I 111 I1I IIdllll di 1111)I til 111/1111111111111
hssa questão parece ser bastante pertinente, ainda mais po rque a aven- independentemente das trajetórias e da experiência social dos membr os q I1 '
1111'11 dos micr o-historiadores não foi isolada. A partir do f im da d écada de 70, a compõem, também é outra afirmação que parece indiscut ível - m 'sl11O
v I'i~s ex periências caminharam paralelamente - e às vezes ignorando-se que permaneça em ab erto o problema de s aber como articular de m aneira ri -
11I11:ISàs outras. Elas não dev em ser confundidas. Suas pre missas e seus cam i- gorosa a relação en tre a experiência singular e a ação col etiva. As t entativ \,
IIhos f oram por vezes muitó diferentes, e alguns de seus con siderandos foram que apresentamos aqui po dem portanto ser entendidas antes d e mai nada
'on ll'aditórios: basta pe nsar na Alltagsgeschichte, a história da v ida coti diana (se- como sintomas de u ma insatisfação diante do desgaste de p aradigm as ci '111
I ill melhor traduzir: a história da experiência cotidiana) na Alemanha;5 nas f icos que ins piraram grandes painéis da pesquisa em ci ências soci ais a pari il
111t'dli, I as tentativas de e mpar elhar a história e a antropologia de qu e faláva- do fim do século XIX e que de m odo geral privilegiavam enfoqu es de I'ipo
II\OS acima e, mais part icularmente, no fascínio que exe rceram sobre um b om macroanalítico. A opção por uma abordagem microanalítica apr esentou-, '
1111111 '1'0 de pesquisadores em t odo o mundo a antropologia interpretativa e a portant o como um ex perimento alternativo.
li, i '/( fescription de C lifford Geertz; basta lembrar enfim a reflexão crítica so- Que aconteceria se convencionássemos mudar a objetiv a, aumelltall-
111':I 'once pção e os mét odos da história social esboçada pelos Annales nos úl- do o objeto da o bservação? A aposta era que apareceria uma outr a tralllll,
I ililOs anos. Evitemos, mais uma vez , dar a essas proposições mais uni dade do uma outra organização do s ocial. Mas isso nã o era ev idente par a todos. Alil, ,
1111' 'hs tiver am: quaisquer que sejam o nível de s uas exigências e o rigor de não fal taram críticas acusando as microanálises de c eder à mod a do sm 1 1 1 / 8

1111for mulação, elas f oram cont emporâneas de L im tempo de a narquia episte- beautiful,
1110119i a do qua l talvez mal este jamos com eçando a sair. E las comp art ilham , entr e outros quando
gracejos,nãode à setentação
trancar de um ariamente
volunt novo irracionalismo;
dentro d e um acusan"armIO-lIs,
ií, io
lIinda a sim, um certo número de traços car acterísticos. Todas guardam uma de vassouras" ou, pio r ainda, de "d ar um microfone às formi gas ". Dei '1110,
dis!. n ,ia crítica em r elação à abordagem macrossocial que, sob moda lidades r egistradas as zombarias, Por mai s excessivas que sejam em suas 1"01'11\1111
di 'rS:lS e muit as vezes tacitament e, por mu ito tempo dominou a pesquis a ções, elas tr aduzem uma forte reticência em re lação a estrat égias d p 'sq IIi
111\ história e em ciências sociais; todas se es forçam para dar à experiênci a sa que vieram se contrapor a uma tradição científica poder osa, ar ti '11I:ld I, \'
dlHl 11101''s s ciais (o "cotidiano" dos hi storiadores alemães, o "vivido" d e qlle, não de vemos esquecer, mostrou ser d e e xcepcional f ecunclida I" A
til 11,',homólogos italianos) uma si gnificação e uma importância frente ao jo go clbor clagem microanalítica colocou em q uestão convicçõe s que er am f OI'l<',
dllH ','I f'IlCUr as e à e ficácia dos pro cessos sociais maciços, anônimos, incon s- , atamente porque tinham as vantagens da evidência e d a simplicidad •. (;0
(' I 111's, qlle por muito t empo p areceram ser os ú nicos a cham ar a atenção d os mo, por exemplo, a convicção de que a importância d e um fenôm '110 " dI
11(',qllisa 101' 's. De modo mai s amplo, todas vieram nos co nvidar a rever c on- "r ea maneira, propor cional às suas dime nsões . Raymond Qu eneau f 01'1I ' '1'11
i('e,' 's 'sta belecidas so bre a cons truç ão do soci al tal com o a pens am as disci- lima ilustração divertida dessa crença no d iálogo qu e, em Le s fIcllrs IJlc'u 'i"
Illillll.' 1111 s atribu em como tarefa estudá-Ia. Vasto programa, e xecutado pl ' fr ente a fr ente o duqu e d'Auge, d e partida par a a guerr a, e s 'U 'a p '11lll'
'1111\(' 'ITa d ·s or den., e que só pr ogressivamente definiu seus própri os cam i-
lIilll , 1(1, já onseguiu, por ém, derrub ar algumas certe zas, e até mesmo su bs-
duque d'Au ge esfr ego u as mãos , manif estando todo s os s in:lis lil 1\llti
I 111 111, por novas. Que não se pode mais, ho je, ex plicar a indu strialização ou
viva satisfação; de pois, bruscamente, ass umiu um a ex pr essão I r 'ot'IIJllld I,
1 Ildllllliz,ay~(), ou ain Ia a mo bilid ade geog ráfic a ou soci al como f enômenos - E l:ssa história universal, sobre a qual te interr o uei já 1'11'/,111111)(1111
I 1\I',loh 1111'S qlle im poriam sua lógica pr ó pria ao co mportamentos dos indiví- r 'rn po? 01 tinuo esper ando tua r es posta.
dlllll dos gl'lll)OS, é pr ovavelmente uma af ir mação que não choca mais nin- - )'1' I 'sl:jais sa ber exatamente?
1',11111\, 11' 1\ id n eida le le urna coletivida le, de uma pr ofissão o u le Ilm:l - O qll . P 'nsaS da história universal em geral Ia I iseóri:l g '1'111'11\ 1 11\1
111, N\' 1110 pod mais S~I' onsiel rada evidene' por si s6 011 n~o po I mai s s 'I' I il:llIlIr, 1"aLI, 'stOu 'S u w nclo.
d Ii 11 itll 1iP nas 'om bas" I a d 'S 'rição 'st:Hísti ':1 I' Pl'oll"j '(1.\ I 's (HlJ 11ns, h, r 011 l1~uico 'al1s:ldo - diss' O 'a p'L o.
I 'st'lIn"llr~s I 'pois, I iz. '-111': II ;011 'f iio li' nnsil 'ra 'hisl )r ill IIl1 iv '1/ 1111
It., 11i.'16rin Ilniv '1'5111 111g '1'[11.
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1llIll'hlllllllllilllllllll\11111I 11'1,ldl\! (d,), 11l,\litl/l'dill/"llridll'II(lllld 11"I'lIiI, 1')11,1, 111SI(íli 11',1'1ti ('111 P Ilti\'ltllll',
'''"1\11111111 (11IillI,1I111111 IlIdllll,lhl IlIlr ildl'lIr illllll ~I 1,llltil I,' 11111/\I\IIII'hl I'; 11 I1111111lillI d 1I1i11l11'!'illilll r
1II11 11I" 1111 1I I 1111111 (1'111 ,llltll'l 1 li 111I'111I I, I li!) I, ri '11111,1111 ti, 1111IílllIll 111111 11II1 1 111111
1111' II11ti f\ 1 I 111I li 11111111
, 11111111 11111,
- Quê? - bradou o duque d'Auge, - Que diabo de lín gua é essa? Se rá vação - em qu e escolhemo s nos situar. Fenômen os mac iços, que estamo.'
ho je o teu Pentecostes? habituados a pensar em ter mos globais, como o cresciment o do Es tad o, a f()I'~
-' Perdão, senh or. É o cansaço, E o nervosismo. Essa s bala s de canhã o maçã o da so cieda de industrial, podem ser lidos em te rmos comp let ament '
s:1o terríveis: diabólica invenção!6 diferentes se tentam os apreendê-Ios por intermé dio das estratégias in divic\ll.
ais, das tr ajetórias biográficas, individuais ou fam iliares, dos ho mens qu e ('o·
ram postos diante deles. Eles não se tor nam por iss o meno s imp ortant 's,
orno o capel ão Onésip hore, todos compart ilhamos espontan eament e
Mas são cons truídos de mane ira diferent e.
, convi ção de qu e existe uma grande e um a pequena história que se
Não surp reende que alguns historiadores tenh am esba rr ado n ss'
(11' 'nl em funç ão de um a hierarquia de impor tância. Essa hierarquia foi, du-
ponto com a refl exão dos antr opól ogos . O trab a)ho de cam po, ao m enos 'o·
11111' muito tempo, a dos rei s e dos gr andes gen erais; mais recentemen te,
mo o ima ginamo s de for a, não é uma ilustração exempl ar da ab ord agem Cilll'
10IlHJII-SC a das mass as e do s pro cessos anônimos que governariam a vida
os primeiros tentavam def inir? Ele consiste, afinal de co ntas, em l evar fi s '
do, homens, Aceitamos tam bém de bo m grado a idéia de que a gr andes efei-
rio migalhas de in forma ções e em ten tar compr eender de qu e m aneif 'l 'Sll'
111,('()I'res pondem nec essariamen te grandes causas. Sof isticados ou simpl ifi-
deta)he individual, aqueles retalhos de experiênc ias dão a cesso a lógicas so
I' Idos, os mode los explicativos utilizados a um tempo pelas ciências sociais e
ciais e si mból icas que são as lógicas do gru po, ou mesm o de conj unt os milito
11'10 S'nso comum rem etem mais ou men os a essa evi dência. Ora , é ela qu e,
1 (' lIiv 'I'SOSlados, e stá hoje sendo posta em ques tão. Não é cer to que as teo- ma iores. Era ess a em todo caso a visão que os historiadores do n osso grupo,
leitores atent os dos e tnólogos, tinham do trabalho destes. As coi sas s r 'v '
I 1I1I do '<loS,cujo sucesso contempor âneo con hecemos , sejam de grande uti-
lar am um pou ço men os simpl es, e nó s des cobrimos, ao longo d este tra balho
I l! Id ' p:lr n o historiador praticante - mes mo que ela s tenham ao men os o
'()njunto, que as pr eoc upações dos n ossos parceiros cruzav am com.as nos.' I:
111,tilo I~ hamar sua atenção para a impor tância e a comp lexidade dos p ro-
( ) que não significa que fos sem exa tament e as mesm as nem qu e toss '111f il
,'I NO.'Il~o-lineares. Mas é n esse ponto que a r econsideraçã o da ex periência
111'tricas). A decisão de dar esp aço à historicidade das co nfi gur ações 'SIII I,
dllll 1101''s sociais adquir e toda a sua si gnificaç ão. Ela foi durante muito tem- das - a dos ator es, a das sit uações relacionais, a dos enun cia los - s '1 1 1
11111',1101'11 Ia porque er a considerada inessenc ial. Isso não a con tece mais hoje lúvida alguma foi det erm inante nessa apr oximaçã o. Não só po r qu . faln I
111\tlin, i\ 1 aioria das historiografias ocidentais passou a se empe nhar em de- d' história para hist oriadores. Mais imp ortante, sem dúv id a, f oi, vindo d('
liI 'r."L1 lu far àqueles que não d eixaram nem nome nem vestí gio visível, Itll a disciplina que hoje tir a leg itimame nte boa par te d e seu [r escf gio d
I 1I(' ',1 '\)1' . (c tantas vezes invocada ) apóstrofe de Br ech t, "Que m con struiu ,1111'a pacidade de f ormal ização e d e generalização, a pr eoc upaç ão d ' r 'Iklil
" illl,' L1nss 't' portas?", poderia s ervir de exer go a esse vasto esforço p ara I III,bélTl cm outr os termos que não os de uma totali zação implí cita; L i • 111i I
I ('I('V 'I' Ilmll história "vista de baixo". Um tal p rojeto pode contudo ser c on- I Ti~lr a ex periência dos atores re construindo em torn o dela o cone "to (111
('I "id o 'I\) t 'rmos muito dif erentes. Ele pode - e terá sido esse o caminh o 11111's os co ntextos) que lhe dá sentid o e form a. Aqui t ambém , a {;s 'olllli 11I(I
('(1111llillior fr 'qüência adota do - ser pensado como uma tentativa d e apr e- , dt 'rnaciva encr e um a a borda gem que privil egia a identif icaçã o d ' sisl 'Ilil
I IlIkl <'onjllnl'OS, le caracterizar comport amentos globais e m édios. E le po- Id01b )Ii 'os g rais, quando não univ er sais, e um a outra que tentaria 11'I" 'Il "
di 1111111) 'm - c é ess a a pr eocupação que compartilham essa s novas 0<111' 11ontcce no process o inaca bado de um a história. Mas é bom r 'l'olll,(,
Itlllll1l 'g 'ns - s ' atri buir como tarefa ex plicar a lógica da significação de ssas l' I' <111' as C.1LI 'IS o per ações induzem construçõe s dif erente do so ' ilil.
I IH Ii I1 'iils 'm sua singularidad c. Não pa ra cede r novam ente à ver tigem Os e 'xWs 'lu se s guem lodem portanto scr consid r ados vali I\, ('
tllI Iltilvidllll1, <luan 10 não 10 xce pcional, ma' om a 'onvicção delue 's- lIollr ·ss 's r '11 as. '10 los são assinados por um autor, mas t odos for :11l1di,'l'll
I1 v il! I,' nlint'IS 'III:IS f'lImb'm parti ir am, à SIIa m'lncir a, da "gr an I'" histó- lido, '1\\ '11Il jlllll'(),' I!'f ltam Ic objetos bastante div rsos ma s lodos, 11'I 'dilO,
I 1 di <111d 'I!I,' di O IImll v 'I'S, O dif r nt " distinta, 'om pl 'X.a, I r o\)I mil l'tllllp 11'1ilhllll\ II m 'Sl11a pr () upaç:10 'om a x p 'rim 'l1taçl o: <111'Ill'Ollll'l'
lillli 111o r tlnlo 01'01' 111\)allo ' um 1>~lio, os 'rllllcl'S 'os li 'qll 'nos, 'siln 11I hil1( ('S ' d' 1\\0 lif i '11rn1 0Sas 'olldi 'õ 's da o bs 'r vaynJ ' dll 111\liN' <111('
1I'('llIlh '('('1' <111'11111 11I' '1IIiLllld' ,'0 'illl lI iío ':I l1l ','1111 d 'lll'IHI~'n 10 do nfv·1 111ttll'lIlll11 "o;'.' V 'I? 'Ihdo, 111m b'11\ 1'I)()stanl 1111'ol\1 pl 'xid!ld', I'vlldw IH'
di 111111.'( 011,('0111011111 I11 , Vi''', l,' ,'~' dir , 11.. 1 ' liVlIl, di i' (' til d ohs '1'.
Iil ('ílllvi('~' o li ' <1'1' o L'11'11('1illl 'n.'1 o do nl 'lodo IliÍ '1'01111 li Iil'O I '111 'tllllll
11\ tllll ptillt'lp li Ijllllll 11 1111 I IH 1('(,1)('11II\,1hOl11('IIIi>l11I1hlllll II to d IH h'II',il'lli
IIH' t i , 1 I' ,iNtil Iil( 111111, 11111i1111, 1 11111\'11dI' 1111111 I,il'i(' 1\'111dlll 11' I
dll ,,11 lIr 1i'1 ('1111\11di I'IH(1 ,111I' '1"1 11111, I' 1111111111 '1'11'111'.N tIl 1
ti, IIllt,illl dilf lIll ' ~
lueles que aceitaram tentar juntos esta experiência estão
ti 1('(lI(io 'm tudo, muito longe disso. Sua cultura disciplinar, seus instru-
11\11110,'I ' 'I'li 'os, suas maneiras de trabalhar não são as mesmas, e esse, aliás,
, II 1111\ los in cresses da confrontação, Mas há mais,~Será possível percebê-
10 ilIlO,' 1i I 'ieura destas páginas: d uas posições essenciais se esboçam entre
11l1~1\0 <fll ' respeita às relações entre as a bordagens micro e mac roanalítica, M ic r oa ná l i se e c o n s tru ção d o social
pl i 1\1 'ira, 'lU é a do signatário destas linhas (e também a de M. Abéles,
ti' ,11 'nS:l, de 13. Lepetit), vê no princípio da variação de escala um recur-
11 ti' 'x"p ional fecundidade, porque possibilita que se con struam objetos
\ Olllpl "OS ' portamo que se leve em consideração a estrutura folheada do
\11i ti, " :Ia 'afirma ao mesmo tempo que nenhuma es cala tem privilégio
olll' 1I1lr", já lue é o seu cotejo que traz o ma ior benefício analítico. A se -
glllltlO posiç, ,que é ilustrada pelos textos de M. Gribaudi, de S. Ce r utti,
ti 1', A, I~ Isental, e que encontra sua inspiração especialmente na obra do
111I!(IPllogo F Barth, pode ser chamada de fundamentalista ( por oposição à 1. A abordagem micr o-histórica torn ou-se, nestes últimos anos, 111\1
pl !1I1'ira, qu 's ria relativista). E la afirma que, na produção das formas e das I s lugares importantes do debate epistemológico entre os hi,st ria 101' ,
'1.1l,'O 'S SO iais, o "micro" engendra o "macro" e defende portanto um privi-
i
F ,i ra esta afirmação, convém desde logo limitar se u alcance e dIz r, q 11' ,
I ",io absoluto do primeiro, já qu e é nes se nível que, a seu ver, "operam os , . lebate permaneceu concentrado no interior de um número relatlv:1I11 ",I.
plll "ssos 'ausais eficientes",~ Há aí um debate de fundo que nada tem de I ' r 'strito de grupos, de instituições e de pr?gramas de pe qUlsa '1'1(1
II IIlo/'.i 'o ' n50 está aliás es tabilizado. De nada serviria endurecê-Io, mas se - 1111'1 camento seria aliás interessante realizar), E p reci~o re~ nhc 'r, :11',111
I1I 1 1 1 1)1''l 'n ler ignorá-Ia. A fec undidade de cada uma dessas proposições disso, que a interpretação e a problemática da opção mlcro-hlst rI'a ni ~ ,I10

111111111 il, talvez algum dia separá-Ias; com toda certeza, o trabalho de pesqui- lum ncebidas em toda parte em termos homólogos, longe diSSO, Parti I1 'li
I1 l
IIII t dpossível
l reformular suas problemáticas. De imediato, pa receu-nos I\lOS rlpenas em um exemplo, podemos confrontar e contrapor a r"'p '10
IlltI d ,j ar O d acordo aberto e submetê-Io àqueles que se d ispuserem a ,1111'ri ana e a versão francesa do debate. A primeira baseia-se n ", til Idil',
1111'\'011 ' ,ti '1' slIa atenção. É uma maneira de marcar q ue este livro é, com o 111\1in lieiário" proposto por Ca da Ginzburg e def iniu-se em grand ' 111'ti,tiol
li' '1l'IIdiu S 'r, produto de uma reflexão em cu rso e tanto propõe perguntas 'OlHO11m omentário da obra deste.l A segunda entende a mieI' -his! )1ill ((I
'1"111i10I 'spostas. 11\0 1111a interrogação sobre a história social e a co nstrução de s 'IIS ohj('!(1 •
I':ssos modulações particulares do tema micro-histórico já est ã na, v 'l,tI lti
pl 's 'nl 's no trabalhos dos historiadores italianos, que foram os prll\\ 'lI( I II

I ( : 11111(;iJ lz1)lIrJ .:, SiJ .:nl:s, traces, piste ' Racincs d'un paradigml: ck )'indi ' " 1,(; I,Je/)j/I, (, \
11, I(IHO 1 'd.: 'Illrim, 1979) IN. li T: trad. bra '.: inais, Raí7.·s dl: 11m p:lrll<!II',1I111111111
l'li I li, 1I 1 \ (ir O S, '/1l/)/'IIlIlS, Sil1l1is, M or/c)/og ill . /,isl'l1l'i:1. S~o l>all10, ia. d:ls I, '11'1\',IIIH'II
'1111IlIlll 'x '1l1plo 1'" '111" Li 'SSII 1'" 'pç~o 11111 'ri ':lna ':1 inl'rodllç[ O ti' l~tlwllI<l MIIII, ()I,
I I 1111'Idll"" I '01'[, lI'il orl-:lllli~,nLill 1'01' I~<lwnr<l Mllil" ;lIido RIII-:l!,i '1'0, I\li '/(1/11\,1111'
11/11 1 lI;!, 11/"" }I '(I}llc", 01' 11"/11 11/1' (Ihillillllll(' I ,lIn<lon, .Iohn~ Ilopl il1s lilliv'l ilY 1'11i ,
1'I'/I), I' II X,' 111. •
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"I/\\//I/II'!I 1'111,I)IIIIIIIIIIIII,IIIH'I'I',I '1 1 1 IIII:'I;,jIlI,II)H1): '1 1IIIIilII 111111111
11111 li 11111111'11
11111III~ 1I 1111 \/I/lI/Ii·~ ," 1111111 1'1 1"11i /111, \/lII IIIi '1/,',1,'(:, /1 (/ 1 1 \11 'I ,
1'1Il'1
Il'I)(:II" a ex periê nc ia da ab ord ag em , ain da qu e ten ha m sid o en fat iza da s em 2. U ma da s v ersões do mi na nt es - ma s nã o a ún ica - da hi stóri:l .'0·
, 1I IS rcf orm ulações posteriores. Ela s não são grat uitas, nem indiferent es. C a- 'i:i1 é a qu e se d efiniu na Fran ça - e a seg uir ma is am plam en te for a lel,1
tlll um a de las remet e a uma conf iguraç ão hist oriográfica espe cífica dent ro 'm torno do s AnnaJes. Su a formu laçã o nã o f oi cons tant e nestes últim os e )o
(Iit qll al o tema func iono u como um re velador. Não ca be aq ui fa zer seu le - anos. A pesa r de tud o, ela ap resent a um cer to nú mer o de t raço s rel ativam '1 1
V l1l1 tam ento e an álise, ma s conv ém rec on hecer qu e as pá gina s qu e se se- LC estáve is, qu e temos toda s as razões pa ra rel ac iona r com o pr og r am a 'd I i 'o
l'O 'n a present am ap en as um a d as versões pos síveis do deb ate at ua lme nt e que, um qu arto de s éculo an tes do na scim en to dos AnnaJes, o durkh eirni:lllo
Fr ançois Simia nd elab or ou pa ra uso do s hi stor iador es. 4 Simi an d r elem br:lv I
'11 1 'urso.
A div ersida de da s lei tu ras pr op os tas remet e sem dú vida à do s con tex- :I estes últ imo s as r egr as do mét od o sociológ ico, destinad o, segun d o ele, :.1 I' '.
g'r urna ciên cia social un ificad a e da qua l as diferent es disc iplin as a p 'Il:lH
1o~ d rece pção: Mas de ve ser relaciona da també m às ca ract eríst ica s do pr ó-
pro po riam mod alidad es pa rticulares. Os hist oriadores de veriam , dali em di
P(,IO prO jeto ml cro-histór ico . Tr ata-se de u m projet o qu e na sceu recent e-
ante, se afa sta r do únic o , do ac iden tal (o indivíduo , o ac on tecim ento, () <;:1 ,o
1 1) '1\[ , no decorrer dos ano s 70, de um conjun to de qu estões e d e pr op osi-
sin gular), pa ra in vest ir na ún ica coisa que pod eria tornar-se ob jet o de um "
\' ,s f ormul adas po r u m pe qu en o gr up o de historiado res italian os en volv ido s
tu 1 0 cient ífico: o repetitivo e sua s va riaç ões, as regul aridad es o bse rv( jv ,i, I
('1 11 'm preend ime nt os comu ns (u ma r evist a, Quaderni Storici; a pa rtir de
pclrtir da s qua is seria possível induz ir leis. Ess a op çã o inicial, lar ga rnenl ' 1('
I (mO, L I m a coleção dirigida po r C. Gi nz bu rg e G. Le vi na Editora Ei na ud i in-
(ill da Ia M icros torie) , mas cu jas pesq uisas pes soais podiam ser mu ito diferen- ('orna
'om pree ores sticasdos AnnaJes
da nd erpelos asfundcaadracterí or iginais edad ephistór
ois ia por social
seus àsufrce ssor
anceses,a: onospl'iI' 1i 1,
((',' 'nere si. Foi do c on fron to en tre essas experiên cias heterog ên eas de
I'g i da do ao es tudo dos agr ega dos . mai s mac iços pos sívei s; a pr i oridad' '011
Pt','lIlli sa, ele urn a ref le xão crítica sobre a pr od uç ão histórica cont emp or ân ea ,
,. lida à m edida na an álise do s fe nômen os sociais; a es colha d e um a dlll 'II<.'l o
dl' 1111 )11g am a bas tante abe rta de lei tur as (an tropol ógi cas pri nci pal ment e , m as sllf icientem ente long a par a torn ar ob serváv eis trans form aç ões glo bais ( '0111 ,
(1111 11 'n')
> em área s mai s in esp erad as, como a da h istória da a rte, por exemp lo), , 1 1'10e orolário , a aná lise de tempo ralida des diferenc i ais) . D essa s ex ig 11('ill'l
lIll ' (1tlll 'o a pouc o em er giram formu laçõe s (int erroga ções , uma temáti ca , su - brtsi as decorri a um certo núm ero de cons eq üênc ias qu e m arcararn d ' IllO dll
I', " I 's) com uns. O carát er extrema men te emp írico da ab orda gem explica lur a lour o os proce dim ento s adotados. A opç ão pela série e pelo 11 1 '11 1\('1 (1
111 1' lI\a l exista um text o fu nd ad or , um . ma pa teór ico da micr o-h istór ia ,3 É r 'queria a inv ençã o de f onte s ade quad a s (ou o tratam ento ad ho' 1 < , ,; 1'011 (1'
111 1 ,1" não constitui um co r po de pro pos ições uni ficac i 'a~-,~em uma e scola, Ir:ldicionais), m as tam bém a defini ção de indicad ores sim ples ou sin \l'lil'l('11
11 1('11 0, ':linda um a disci plin a aut ôn om a, como I D uit as veze Ls _ e qJJi~crer. El a é dos lue se rviriam para a bstrair do d o cum ento d e arquiv o um núm 'ro lilltilll
11 1,( ' plldv ,I de um a prática de historiadores , dos ob st áculos e da s inc ertezas do de pro priedades , de traços particulares, dos quai s se assum ia a 1IIIt'I'I til
111 1 '1'llIa los ao longo de ca minh os aliás mui to div ersos , em s um a, de ur na ex - :1 'om panh ar as variações no tem po: dos preç os ou dos rendin1 enl"O s 1 1 plilll'
P 'I'i 1\ 'ia I pes quisa. Esse primad o da prátic a está prov av elm ente ligado às pio, dei ais dos níveis de f ortun a, da s distribui ções prof issionais; 1 0, 1 1111 111
PI('I't'1 n 'i:ls instin tiv as de um a discipli na qu e de m od o ge ral d esconf ia da s 1 11'I1 tO S, dos cas am entO s, das m ortes; da s ass in atur as, dos títulos I,Oilllll 1 111
1I111 1 11t1 IIÇ '(s erals e da a bstração . M as , para além dess es há bit os profissio- dos g 'n ros editoriais, Ias !na nif estações de devoç ão ete. Torn:lV II.,'(' 1 1/'.1 1 11 1
1l,Ii N, 1'0 I '11 os reco nhec er aí um a o pção volunt arista: a m icro-hi stó ria nasce u pos sf v'l 'studa r as evoluções particulares desses in dícios ; I as IllIllll"II\, I
lllllH I IIl na r 'açã , co m o um a tom ada de pos ição frente a um ce rto estado da prin 'i p:i1 m enté, 'ülnc ) Sim iand tin ha f eito C O ITI o salário c le pois, '111 I lJ,\.\,
Iti'lIlil iu so 'ial, Ia qual ela suge re ref orm ular conce pções , ex igên ias c pr e- 1 1:1'Il' SI Iúi brousse f "I, na I ~squissc , po lia-se f az ê-Ios entrar n:l '()II,'I illll< " \11
dillll'I\I O N . )1,la po le [ r, nes se ponto, valor de sin tO IT1a historiográf i O. ti' I)w d 'Ios m :lis ou 11 '1 nos · om plexos.
J) 'Sillli:lll d ' los lurkl1 'im i:lnos , 11 1 0 '1 1 , Fe bvrc " na g '!"ll\'! o 111
1',11 Í11 1" I '\ llll'ollss' 011 IIr:lIl d ,I '()IlS 'I'V :l1 '1 11 1 1 111 ))1 )"11111 1 11 :1's p"': i' dt, V O IIIII
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() 11 111dI (:, (:illy,hllll', ,'1 1111 ,1 H 1 I, , dI' 1 11 111 )llIlldll',111 1illdll'll1l 11,l'h'ldll 11111I1 111,1 1 1 1 1 I 1 1IIIII~'I1 1'1, '111 l1i11,d, 1\ I (i1 l1 ldi 11 ~1IIl1 lqll l I 1 1/1 11 I111I /1 11,1 111
( , N (' \'/li' ( / e , ' '1/r III ,1'1' llil r I/I/i lI/I ,
dll\' dll I1 VI 11IllId ll~'11 1dI 1'1 1I 1d ,1I111 111 111Ii Jllllidll\11I11Itllllll! 1'1 1, 11'11 1I ~\1I11 )',llIlI d 11 P , I'H) \, liI," 1 111 1 11'1111 1111 :1llil \1 1111 111 dl l"llI 1 111 1111llii/l1 11 ,"I I',I'II N dll" A 1/1 li/ir'", 1,1', I, I 11 '1 I,
1 11 III 1 11\ ,1 11111 1" 1 11111 11 11 1'1111 11 111 111 1 IIIIId Nlllllllill,I'IIIIII IIIII''1I11 I' 1111 1 111 plll'llll 11 1 111 1 "1'I I Ir 1 11 '1I 1 1 11 1 1 11I,I 11 111 1 1 1111 '11111~ 11 \III1iI/I'~ l ,\IIIIII/I'~ II'SI,', ,1 li,)' I, It,l) /I"

I'llIdll l,lllI 1ti li 1 11I1 11 1111 1 I li 111 I I 1 '1 1111


li 1 1111 '11 r1i li II~ 11 II J /I J
llll'ismo científ ico: a co nvicção de qu e não ex iste o bjeto a não se r co nstruíd o il) nte ma is ma ciços q ue no passado , impôs -se a muit os o sentim entO ti '
," 'lind o proced im en tos ex plí citos, em f unção de um a hipó tese s ub me tid a que os ques tion ários não havia m sido re novado s no m es mo ritm o e d' 1 I 11 '
:\ 11n a va lidação e m pírica, Essas reg ras me todológ icas e lem en tares, co m o <ts grand es pesquisas quantitativa s es tavam dali e m d iante am ea çaclas I
pllssar do temp o, deram a im pressão de às ve z es estarem send o per didas de r 'nclim entos dec resc entes, Ao mesmo tem po , a af irm ação de es pe i;1lizll
iSI a. Se m dúvi da, os m étodo s de tr a balho se torn aram cad a vez mais sofis- 'fi 's mais marcadas tendi a a fechar, a partir de de ntro, um camp o hp ·s
I i 'ados. Ma s, p rovave lme nte dev ido à própr ia din âmi ca da pesqu isa , seu es - 1111isa que se acredit ara estivesse definiti vam ente a berto e unifi cad o. 1':ss;1
I allltO de ex perimen taç ão foi muit as vezes es qu ec ido. Os ob jetos q ue o lução f azia sentir seus efeitos tanto m ais f ort ement e quanto, na m 'SI11 I
lIisloriado r se atribu ía eram hip óteses so bre a r ea lid ade , mas te nd eu-se ~ po a, os grandes p aradigm as que unif icav am as ciências soc iais (ou (1'1 1',
'a Ia vez mais a tomá-Ios co m o coisas . Es se de svio, em certo s caso s, com e- no m enos, Ihes serviam de horizon te de referência) es tavam s endo S ' I ill
\'011 muito ce do ,5 Algum as vezes ele fo i den unci ado, a prop ósito da hi stória 1 \1 'nte questiona dos, e com eles al gum as das m odalid ades da troca int 'rdi .'
I)s preç os, do uso das un idades es paciais de ob se rvação, das catego rias ('iplinar. A dúv ida q ue nesses m es m os anos ass altou nossas soc iedatl'"
o 'iOI rof issio nais, m as se m que essas advertência s bastassem pa ra dete r a ti 'I'rontadas co m f ormas d e crises que elas não c onseguiam com pre 'n I 'I (
I '11 I 'ncia geral. Notem os tam bém que esses m étodos de pesq uisa se ins- 111 lliL as vez es nem mes m o des cre ver, contri buiu sem dú vid a para dif llndil ,I
'I 'viam glo balm ente n um a pers pe ctiva m acro-hi stórica que eles não exp li- 'lillVi ção de que o proj eto de um a int eligibil id ade glo ba l do soc ial 1 i" 0

ri IIIva m nem tes tavam , Ou , mais exa tam ente, eles consider ava m que a ~I'I' _ ao me nos prov isori am ente - p osto entr e parên tese s. E stan os 111II1 i
" 'Itia le o bservação não constituí a um a das va riávei s da ex perime ntação 'I) '1I1 1S sugerindo algum as direçõe s de ref lexão para um a análise '1 " ' I 'I
IHi lqll' su pun ham , ao me nos tacitam ente , uma co ntinui dade de fat o do so - 111 1111° 'c inteira por f azer. Elas remetem a ev olu ções cujos pontos I' plllli
,j 11 <lU autorizava a ju sta por res ultados cujo arranjo não parec ia constituir Iil po lem ter sido m uit o di fer entes, m as cu jos ef eitos caminh ar:II)1 11,1
plohl 'ma: a paróquia, o co njunt o regional ou o depa rtamen to, a cidad e ou a 11 1\ ','l11 a lireçã o, e q ue ev id entement e reag ira m um as às outras. To I:\s jllll
PI( II'iSS : O parec ia m ass im poder servir de qu adros neutros , aceit os tal co mo I '~" . somadas a outr as, elas sem dúvida contribu íram p ara pôr rn <1" ',1.11 1
6
, 1,11\1 r' e bido s, para a acumul ação de dado s. 11 '1 "I'L 'z as de um a a bordag em m across oc ial qu e até então praLi '1 11 \1'1I1 (
I~sse modelo de histór ia soc ial entrou em cri se no f ina l dos an os 70 e 1111 11t'1 I I inha sido discutida. A pro posição mi cro-h istórica f oi o sint O ma dI "
II ('jo los O , ou se ja, po r um a es tranh a ironia, n o m om ento em q ue pare- 1 ('I is' I conf iança, ao m es mo temp o em que contribuí a, lemall .il.ll (" 11
('ia Ill llis triunf ante, em que seus res ultad os se impu nh am muit o além da s I'lirl, plll'lI f rmulá-Ia e, precisá-la.
1'101\1 ,iras da prof issão e em que o "te rrit ório do historiado r" parec ia po der
'I' allll' 'ar indef inidam ente. O que quer dizer que o senti me nto da crise só
,;. 1\ m udança da esca la de análise é e ssencial para a def iniç; o 1 1. 1 1111
illSillllOIl mu ito lentamente, e não é certo que ho je sej a m a joritário entre
1111 bisl H in. It im portante comp ree nd er bem sua significação e Sllas illl pll l"
o, ili,'loria lares. Digam os , mais mod es tam ente, que f oi naquele m om ento
W , , Os hi:;(ori,'\ lor 's, ass im como os antro pólogos, costum am trllllllllll 1'(111 1
IIIH ' 1I 'rfti 'a do m odelo dom inante se torn ou mais insi stente (m esmo que 7
11 1111 111,'v .." os tenha sido f eita de ma neira deso rde nada), Várias ordens de ra- IIllI jlll\lOS ir uns 'riros, de tamanh~ reduzido. Esses co njun l'os 11;o 'Oll'l1
II ',' 'onlrilllíram para esse exa me crítico, Enqu anto a inf orm ática tornava 111 11 1\ "Clllt1 pOS " (m 'SI O que, nos últimos 20 anos, o f as íni p ,Ia 'x p 'li 1 1
1 1\ 1111(1 ) ,i'i! S' ['nh a ITH nif stado d maneira insi,t nt' 10 Ildll di
pllll, '10 r 'gistro, o a rm aze namento e o tratamento de dados co nsidcravel-
11 !',llll L I , iVI"i:; prosai 'am 'nt " a m onograf ia, f orrn'l privil 'g ia li! li! I
I 11 111 Nf Hl 'i,,(\,1 I S 'ontliçii os . f ls rc.;gr'ls prof issi nais I' um lra b:lllw:
11 \ d,' 11111 11('O " l1('ia 1 0 '11 111'nml; ~ ('"mili'lri "'ti, <til' d'v ' 'i!I'i!lllil
:1 . .I '1 11 l.YV's ;1' 'l1i 'r r f i 'rn:ll'd l,l:pl:tir, r,' 'x p6l'i 'n . , l1i sroriqll " À prOl os ti' :. E .
1"tlIIII11 "', 1l1J1,[CS /~','" :, ·/·/( » : I .. , 7-úO, I H9.
I, (:1. 11111I'11'xII', ',IIC:II1:III l'II(' 11 '1,id as d' .I a'qll's I{oll)', 'ti', 1:'"1 1 il tI~Pll1t '111'"l itli'l 'l
1'11111 111 '111 1:1111H 'I'P AIlIIII/C,v/iS:, "/(I):17H·<),\,I%ú: ,tI'<:l1l i IlI pil('(:lIllrI, Ili'IlIlII' I:" 111 11 1 1111 ,1111 1111'IIIIIPllltllllIplllltI 1 1 111 111\1 I1 rll"llItlil~'II' ti '41 1(', PIIII,lIlllIl11 11 11li' II"lil
plllll /1 111 11 11111ItI'llItIll
1, 111 ('litl!'?1,('/1 111~tI '1'111 ,'t i' 1'( )llllol 111 1.' 1,'1 ,li 1·1 , ,1"1 /11/ 1"\/,;," '(:, I 1111IIIIIII jllIl1 l/,' "' 1IIIIIIIIIIIItlIIIIII tI,11 I "1 ',111 '1til 111 111tli'IIIj11
1 11 1 11p,lIl1 I11 111 1111:
li, (:11 11 11111 1
II I !H/ l) I, IIl/l) NII 11 11111 11'I 11t i ti11, 1'('1 1 111 I~ 1I 11111 til 111111'11 11 I 11 1111 111111li\( 1 11 1111 1 1111 111 11"/'11 .111 11'111 11 1111 1lI( 1 11 V"I ,IIIII" 1 li 11 11 1111 111 11 11 111111I"lilltI\'N I 1 11111I 'lil
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tllI 111111 /11 1 11 1111I 11 111 111" tllI 11I11 111 11,11 111 1111 111 111 11 tllI \l I til 111111 :11 11 1111 '11111 1, 1 11 11 1I ' 1 111 11 11, I" 11" ""11 1'11 d. I, I 11 11 11 .I1I I 'li \" \ II 1 ~I 'I, (I d ), /,'tI" """ 'I. I /I
1'1 11 1 I "'11 11 ' ,,1/. 111111 /11 1 11"'1 ,1111 1 \ 11//' 11/ /1 I'lil I, I 11 1\'1, r'l IlIllIllIl, Il)/ d II1 1 I ,t l /1 1 1 1 1 1 1 1 11 /" 1 '/1 1 /' /'11 1' 11 1,11/.111 ,11 1'"( 1'1 11 , I di, I"H /), 1 1,/'11
nio do o bjeto de an álise; a uma r e prese ntação do rea l qu e mu it as vezes 4. Co nvé m, nes te ponto, refl etir so bre os e f eitos de co nh ec imento a,'
par' e req uere r a in scri ção de um pr o blema nu m a unid ade "c on creta", tan- ,') iados à (o u ao m enos es per ados da) passage m para a esca la "m icro", 1':11
)' v '1, visível. O es pa ço mono gráfi co é ha bit ual me nt e con cebid o co mo um lamOS de algun s do s raros textos prog ramáticos q ue contrib uíram p:II'a
's paç prático, aqu ele n o qu al se r eún em dados e s e co nstroem pr ovas (e n o d 's enh ar os co ntorno s e as a mbiçõ es do pro jet o m icro-históric o. N um af l '1'0
qu al tam bém é recomend ável que s e dêe m provas d a próp ria co m petência), pu blica do em 1977, E. G rend i ob s erva qu e a h ist ória soc ial do min ante, t '1\
fV I:IS acredit a-se qu e ele se ja inerte - j á se dis se iss o. C en ten as de m onogra- 1 0 dec idido organi zar seus dado s dentro da s c atego rias que p erm item Sllll
rias, co nstruíd as a pa rtir d e um ques ti onário ger al, f ornece ram o emba samen- a 'r' ação m áxima (n íve is de fort un a, profissõe s etc.), deixa escap ar ~u ~o o
'o da histór ia soc ial. O p r o blema co loc ado por cada uma del as não era o da C I 'I ' diz respe ito ao s com portament os e à ex periência social , à co nstltlll~.": o
's 'ala de obse rva ção, m as o d a repr ese ntativ idade de ca da am os tra em rela- I ' id entidades de grup os, e s e pr oí be, por for ça de s e u pró prio m éro 10 d '
~'ao ao co n junto no qu al ela tend ia a se int eg rar, ass im como um a peça de ve tra balho, de int egrar dados os mais diversifi cad os possíve is. A es a n 11 11 1 1 ,
'11 'ontrar seu luga r num puzzle. N enhum a dú vida fund ament al, portanto, ,1, ontra põe a da ant r o polog ia (a nglo-saxã, esse ncialm ente), cu j.a ori~illi~1i
sol r' a possibilid ade de situ ar os res ult ados da pes qui sa mono gráfica frent e d \ I res ide, a s eu ver, "m enos na m etodolog ia que natê nf ase slgnlf l 'allv I
II lim a m édia ou a um modo, nu ma tip olog ia etc. qll' Ia dá à a bord age m holística d os co m portam entos" .~ Deixe m os I, 1:1<111
A a bordag em m icr o-histórica é prof undament e diferente em suas in- ','.'a af irmação demasi ado geral e co ntentemo-n os em reg istrar un ,1 1 11'['0
t 'li 'õ es, a ssim como em seus proce dim entos . El a afirm a em prin cí pio qu e a ('ll paçã o: a de desenv olver uma e strat ég ia de pe squisa qu e não m ais S,' i> I
" 'olha de um a escal a particular de o bservação pr odu z efeito s de co nheci- c': lria lrioritariamente n a medição de pro pri ed ad es a bstratas da r':dld ildi
11\ 'nt >, e pode se r po sta a se rviço de' es tratég ias de co nh ec iment os. V a riar a 11i .', )I'i a m as qu e, ao co ntrário , proc ederia fixan do-se co mo reg ra Inl '~', I 1 1 I
ol>j '( iva não signif ica ape nas aum entar (o u diminu ir ) o tamanh o do o b jeto 11\ i 'Id ar cntre si o m aior nú me r o dessa s pro pri eda des . Essa pos tura 1'01 '011
11 0 visor, signif ica m odif icar s ua f orm a e sua tram a. Ou , para rec orrer a um 1lIl llllda, dois anos de pois, num t ex to um tanto provocado r de C . inzl 111 "
Oll(rcl sist ma de ref erê ncias, mud ar as esca las de re prese ntaç ão em ca rtog ra- :, J10 n i 1o qu e pro põe f aze r do "nom e" - do nome p róp rio, ou se ja d:1 11 111
Iiil n:'o 'onsiste ape nas em re prese ntar um a realid ade co nst ante em tam a- 1,1 Illa is ind ividual, me nos sujeita à repeti ção qu e existe - a baliza qll ' P 'I
nllll 111 aior ou m enor, e sim em transf orm ar o cont eúd o da re prese ntação ( ou 1111111 '1a onstruir um a m od alid ade nova de um a história soc ial :Il '111:1 10'1
,c 'ia, a 's 'olha daquil o qu e é rep rese ntáv el). Notem os des de já que a dimen- IlI tlivllllos perce bid os em suas relaçõe s com outros indi vídu s. Pois II ',('11
1,10 "mi '1'0" não goza, nesse s entid o, de nenhum pri vilégio esp ec ial. É o 11 1I 10 ind ividual não é vista aqu i com o co ntradit ória à do social: ela ti 'v' 111 1
pl i n ' pio Ia variação que co nta, não a esco lha de um a es cala em p articular. 11 11 p()~s f v'l um a a borda gem dif erente des te, ao aco mpa nh ar o fio (I\- 1 11 11
() 'O\TC qu e o enfoq ue m icro-h istórico conh ece u, nest es últim os anos, di '\ il\o particular - de um hom em , de um grup o de hom ens - ',( '0111 1 1 ,
11 111,'U ' 'sso es pec ial. A conjuntur a historiográfica que res umi br eveme nte ac i- t 11\IIIlip li 'idade dos es pa ços e dos tem pos , a mea da elas relaçõ's IIII N 11 11 11
11 l.1 p 'rm il'c comp ree ndê-lo. O rec urso à microa nálise dev e, e m pri me iro lugar, 1 li ~'il1 ~ 'reve. s dois autores es tão, a qui tamb ém , o bn ub ilados p ·1 1 "\'1111 1
'('1 'l1t'n li I omo a ex press ão de um distanciam ento do modelo comum en- Id l .j 11 1I' Ias relações soc iais reco nstruídas pelo antro pól go '111 S 'li ',11 111
li' ,li' 'iL O , O de uma história soc ial que des de a origem se inscreveu , ex plícita I!lo <I' 'am po Iqu I contrasta co m o ca ráter unil ateral do da d< s ill'qlll '1 11
011 'a 1:1 v,o/. mais) imp licitamente, num es paço "ma cro" . N esse sentido, ele 11 1'1 '11 11 1os «lIais ra balha o histor iador ( 0 0 ' ] ' M as sc o â mb it da P 'sqlli, 1i 111 1
1H'lll1it! t1 ron 1 er com os há bitos a dq uiri dos e tornou poss ível um a revisão rí- 11 I1 \,j 'llI -m 'nl' ir IIn s rito, a séries doc um entais I arti IIIar -s PO( \(o1 l1 11
,ir I dos i11SII'1I l1'l'nt 'e proce dimento s da análise sóc io- histórica. M as, e m se-
/',111 1(1011 1).';[\1 ','1(: f oi a f igura historiog ráf i a in teiram ente prática por interm '-
li io li I q Illd 111 11 11a l 'nção nova f oi Ii s pensa Ia ao pro blen a Ias es 'alas I, a n.- I1I' di li1 11111(:1 'llIli, M l('ro-lIl1illisi . S lOl'illS()' jllil'" 11 1// 'rni, '(ori ,i, 35:S0)- O, I (>7 7: l
i'I 1 111 11
li, , 1111!li,'1 >I'ia ( 'on O 11 11"1pou '0 anl' 's Linha O O l'ri 1 0 na IIIHr o pologill),H 11 111 1,1111 11 NIIlIl.111 101il', 11j 11.~ -nlll~':I() d, /,'1/1 11/'/:/;1-1('()lIlIllIllIilll, n il 's p '\'!lIl 11' 111 /111 11 /
"1 1/ 1 1 / I, f I,HH 1 I) I, 1')7(},
111 (:"11 11 <:111 /111 111':IIIIIIPoni,\'
,, : III JiI'llllll',I(IIII,/"/)·/1II1 ,1 7:11.1 I,llJHI(III\II,11 Ii lll
li :1111 1'11 1',1111li1111111 Ilqlll ,I 111qlllll.1I ('lil1111('li' \' JlIIIII V, 110111 1111 0111'01011111101(' , ,lIi 11 1111 1 ,I li 11 1 11 1111111 I li1'011 1 (, r- , II 1 1 1 11 /'01/1 11 111\1 1111 I 11
'I 1IIllillll lIi""I'I" II', 1l1I1i1'11I 1.'IIJ/III,
111/ 1111111,11 11111 1111'1 " i1I1 P,11 111 11',111111,111111 1 Illilll 111 11111 111111 11 (:11"1111 111 III),,'I'{ / 1/ lIHI II(), 1 '1 /11) IN 11 11'I' 11 1111l"lll ( 1I 11 111Ii 11 1 11 111 11t\1 11 111 101i1 ~1I."1I'1'.1I111i 101111 111
/, ,1//1/ 11 1 1// 1111"11//, 11 11/1/() 1 1111111'11 ,111111'11'1111'0111 11111'11, Il j/H , /'/ 1111 \ "I /Ii /1//1 /1 Í/I di 1I'II:1,III(:IJlII(:llI/llIlIl,l'oIl1hll(:1 1 111 11 11 1111' 1 :111 111 1'1 1 111 1 li/li
, 1 11"'Iflll//II 1/ 11/11 1',1/ 1
1111 1 1 / 1 / ' I 111/ 1111 11
111/111
, d,
11 I I I '1""1 1'111 11,1'111I) ,11 1 ', I ,I 1 1111!llll
1 di 1111 11 1' .Illh I li 11 1,11 111 1\1 1 li, illH lI1
III 'pOI s' na dur ação com o no esp aço, perm itind o- no s a ssim en co nt ra r o do campo à cidade e à f á brica . Co mo mu itos ou tros, Griba ud i p ari i, iI I! I
1 1 H',~Il\O in livíduo em con texto s soc iais di ver sos ". !] É no fu nd o o ve lho so - idéia de u ma cu ltura ope rá ria homog ênea o u, em todo caso, q ue homog '1 \ ,i
11 1 10 I, 1 1 11 1'1h istória total, ma s de ssa vez co ns tru ída a partir de ba ixo, q ue Z'lVa os com porta ment os, No meio do ca minh o (e es pe cial me nte ao r' '011 1 'I
(:il\~d IIr g e Po ni ree ncont ram . A se u ve r, ela é insepar áve i de uma "r ec o ns- I 'po ime ntos or ais sob re o pa ss ado f am ili ar dos p rotagon istas da histór ia '1"('
I illli 'ti< 1 0 vivido ": a es sa for mul açã o um tanto frouxa e no fu nd o ambí gua, 'swdav a), de sco br iu a divers idade das f or mas de in gre ss o e de vida na ('01 1
pot l 'mo s pref erir o pr ograma de u m a an álise da s co ndiçõ es da ex pe riê nc ia Iição o pe rá ria:
,~O 'i:lI, restituída s em sua m áxima com pl exida de.
Nã o mais a bs trair, ma s, nu m pr imeir o mome nto, enriq uecer o rea l, se
A idéia er a ver por in term édio d e qu e ele me nto s cada um a das f :ll1 1lli,1
:Issi,l) S' lese jar, lev and o em co nsid eração os a s pe ctos ma is di versif icados
da amostr a tinh a ne gociad o seu própr io per curso e s ua próp ri a i I'nl id :ld(
tI:1 ' P 'ri~ncia soc ial. É esse o procedi mento que G. Lev i, por exemp lo,
soc ial; qu e mec anismos tin ha m de ter mina do a flu id ez de un s C " ' SlllJ',1 I 1
iltl,'II':1 '1 scu livro Le pouvoir au viJ1age.Num univ erso res trit o, ele re c or-
çã o de ou tro s; po r qu e modalidade s se tin ham mod if icado, mu itas l'jll (
1 ' :1 lima técnica int ensiva co letand o "tod os os aco ntec imentos bio gráfico s
drastica me nte, as or ientaç õe s e as estratégias de ca da in di vídu o, \0:1 11(li l
I ' 10 los os ha bitantes da alde ia d e Sant en a qu e de ixa ram um ve stíg io docu -
tras pa lavra s, e co loc ando o prob lema do pon to de vist a da condi ': II llJl
11 \ '1)(:1 1 " d ma nte um períod o de cerca de 50 anos no fim do sé cu lo XVII e t
!II 'io do sé ulo XVIII. O pr o jeto é f azer aparecerem , po r trá s da ten dê ncia rária,
tinh am iss construí
o s ignific
do ava as dpesq
ive uisar
rsas exospe riências
di fere ntes e fisionom
mater iaisias co mo pcrdl'
os j~ls
(1I 1 11t' i1I11
", ',:1 1 ma is vi'ívcl, as es tratég ias soc iais desenvo lvid as pe los dife rentes ato- sim es c larecer as din âmi cas qu e tinh am pe rmi tid o tanto suas aJ.!,1"'1 ' 1' I
I', 'I)) f lln çã dc sua pos ição e de seu s recurso s res pectivos, individ uais, fa-
quanto suas desagre gaçoe s.-!4
Iltili:1I 's, ti' gru po etc. É ve rdade qu e, "com o tem po, tod as as e s tratégias
IH'S,'ollis ' fa mili ares tend em, ta lve z, a p ~rec er em bo tad as e a s e fu nd ir nu m
lI' Id latio 'OlTlum d e equilíbr io relativo. M as a partici pa çã o de cada um na mo se vê , a a bordagem mi cr o-h istórica se pr o põe enr iqu . "I 1 11 1
Itil"")1 ia /.!; 'r al, na fo rm ação e na modifi ca ção da s estrutu ras de sustenta ção li,' , social torn ando suas va riáv eis mais num erosas, mais c ml I' 'tiS ' ( 1I1 1
d,l I\': di Ia I, O 'ial, não pode ser av aliada ap enas com ba se em resu ltado s \) "1 1\ n ais móveis. M as esse ind ividu alismo m etod ológ ico tcm lill\il <',I, I
1 11 '1 (' '!lI li'is: no cur so da vida de ca da um , de uma ma ne ir a cíclica , na sce m '11 1' " dc um co n junto so cial - ou melhor, de uma ex periência '01 " i .1
1 1Illill 'mas, inccrtczas, esco lhas, um a política da vida co tid iana que t em seu ql l' 'S ClTl pre pr ec iso pr oc urar def inir as reg ras de co nstiwi ç1 'I' IIIII ! 11 1
t' '1\11 0 1 1 :1 IItilizaç ão estraté gica da s reg ras so ci ais". 1 2 Num a loca lidade geo - 1 11 11 \1'nto.
1' ,1d 'i 'l\ll1 'nt e próx ima, mas histórica e histo riograf icame nte muito af as t ada ,
,I 1\1('SIl\ l\ orientaç ão é pro pos ta po r M , Gribaud i par a o e st udo da form ação
I! I '1 :lss ' o perária cm Tu rim no iní cio do sé c ulo Xx.1 3 Num a situaç ão em 5. I~m sua vcrsão "clás sica", a história so cial f oi m a joritariil l1 1 '11 1 11 1 11
ql l' ," insistia sscn ialment e nu ma co mu nidade de ex periências (im igra- '11 i(l:1 '01 10 uma história da s cnt idades soc iais: a comuni Ia I' I,I " i I 1 1 1 0 1
1 \1 1IlIl>ana, ra balho, luta social, co nsciência po lítica etc.) qu e co nstituiri a a Idl! 'j,l, pa róqllitl, ida dc, ba irro ctc.) , o grup o prof issional, a (l I' I '1 1 1," '!lll I
11,1'0\' d:1 IIn i lad " d'a idc ntidade e da co nsciência da clas se o perária, o a utor Ik(' '1 '1 0 po lia-sc dis utir o~ contarnos dcssas cntidades " ma is :dlld \, 1 11
,I 1(' ilingill a a '01 T11 anh ar itin crários ind ividu ais qu e f azem a pa rccc r a mu l- 1( 11 '1 'l'I('i;1 'SlIlI si/!:nif i 'a çã o sóc i -hi tórica , mas não se as '(1) 'li :1 1111 1 11 .,
I ipli ,i Ia I' Ias 'x periências, a p lllralida dc de scus co ntex tos de rcf erência, 1 11 '1 1 1:1"1 1 'IH' 'm qll 'stão. IS Dond a im l res são, a I '1 "01 '1' 'r O 'I\Olll H' (" ' 1 1 1
1 1 1'()1111 ItI içõ 's i nl ' 'rnas c ex tcrnas Ias q ua is elas sã portad oras . 1 , Ic as r '- 1 1 11li, '01 11 1 ' 'ilil 'II IOS a '1I ITlula 10 luranl'e. 001 1 40 anos, ti '1 11 1 )1 1 ','\H 'I di
(1 11 1'.1 1(');a pa l'l'ir los p 'r 'ur sos ge o rrH'i os e pr fissionais, dos 'o ml orcam n- ri i \'/1 ' I' in 'r 'i:1 'Iassifi ';Il )ritl. I 'lima Sil'llll '; o p,ll';1 01 11 1 ':1 I.' di" dlllli
1m I! "!lO 'liI'i 'os, Ias 'Slr:1 I 'g ias r 'Ia 'ionais que :1 'om pa nham a passag 'n

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I1 IIi d , li, •• : 1 I1 1 t1 11 11 1 I11'", Ilrl 1 1'1\1 1 1(I1 1 11 1'11 1 ', 1 1 11
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I\ ~Lillll 1 /1 11 11 1 .,1 11 1 111""1, /1 /1 1 /1 /1 1 1/ 1'" 1 ' ' 1 '''1 1'' , '//11 //" \ \/lI/Ii//I ,I 1 1 /1 / 1 ,i/I l/I /1 11 1 1111 11 1 1" II IllJlllllld I ri I 11 11 1 1'11111 1 1 11 1 11 I"Ii ,1 11 11 1 11 11 li1 1ill'llI ,,1 11 ,1 11 1 11 111 1 11 1 11 111111 11IJ III
'/11 \\' /ll f t (1 1 11 11, 1 '1 1 1 'i~" IIIH /) 1 1 11 ,1 ,1 11 11 I1' 1,,1 11 11 1 11I I II ~IIIII IIIi I 1 11 1 11"111 1"1 11 1 IIIi " r" 1 11 11 11 11 (lI) 11
I' Viii illlll, ' 'Iaro, mas os personagens da peça quase não mu dam . Se rá A segun da dir eç ão de pes qu isa, a qu ela que convid a a ref orm ul:1I I1
1"1 {'i:,o IlIlt Iia nos ind agarmos so bre as razões , certam ente mú lti plas, qu e análise sócio -hi stóric a em term os de pr oc esso, sugere um a saída para 'S ,"
1'11\1('111 'x pli 'ar es se m ov imento em direção à so ciografi a de scritiv a. El e f oi dc bate. El a prop õe que não bas t a qu e o historiado r ret ome a lin guagcm 10,
IOI! 'o I aslant , em tod o caso, para retardar por um bom tem po na França a atores que es tud a, mas qu e f aça del a o indí cio de um trab alho ao m 'SIIHI
11I1! t1 11 'i:1 d' um livro como o de E. P . Thompson , The making ofthe En- tem po mais am plo e m ais pr ofun do : o de construção de id entid ade' so 'iui,'
:Iisll II'orkinK Jass ( pu blicado em 1963, ma s traduzido para o francês apenas plur ais e plásticas qu e se o pera por meio de um a rede cerr ada de rclaç( 's
( 11I 1( HH), qu e evitava partir de um a def iniç ão pré-c on struíd a (ou qu e s e su- (de concorr ênc ia, de solid ariedade, de aliança et c.). A compl exid ad' dll,
plllllla a' 'iw) da classe o perária para insistir nos meca nism os da sua forma- o perações de análise requ erida s por esse ti po de a bordag em im põe 'f lllo
\,.111,11.Foi tardiamente, a partir de iniciativas a prin cí pio isoladas, 17 que pou- 11 m encolhim ento do cam po de o bserva ção. M as os micr o-hi storiador's llil()
('O :1 p Oli 'o s' imp ôs a convicçã o de que a an álise n ão pod ia ser f eita a penas s' contentam em regi strar essa imp os içã o f act ual ; tran sform am- na cm pl ill
11 1I 'rm os le distri buições, e isso po r du as razões princi pais qu e se de ve dis- cípio e pist emo lóg ico, já que é a partir dos comp ortam ento s dos in li vf dll(L
lill)'llir m 'sm o que em parte elas inter firam m utuament e. A prim eira rem e- que eles tentam reconstruir as modalid ades de agreg ação (ou de dcsa).' ;l' ')',1 1
lI' dO prol I I a, há m uito coloca do, da naturez a dos crit érios d e class if icaçã o çã ) social. O rece nte tra balho d e Sim ona Ce rutti sob re os ofícios c as t'OI
( 1I 1 (Pl ' s' l aseiam as taxin omi as histór icas; a segunda t em a ver com a ên- porações em Tu rim n os sécu los XVII e XVIII pod e aqui ser vir de cx 'Inp lll,
Iil/, , da Ia b 'I mais recentem ente pela his toriog raf ia ao pap el dos fenôm e- N nhuma histori ografia é certam ente m ais es pon tane amente organi 'i,'ul d(
11 0', d ' illl 'r-relaçõcs na produção da soc iedade. 18 qll a dos o f ícios e das assoc iações de ofícios: ser iam com unidadcs 'vid 'li
N I1I11 'aso e noutro, a es colha de um enf oque mi cro -histórico tem I 's, f u ncionais e, seg undo se sup õe , tão poderos amente in teg rado l'as 11II
11 11 111illl portJncia Iccisiva. l' btando-se da nature za da s c ategor ias de análise por isso m esm o se tornariam qu ase naturai s na socied ade ur bana do Ali! i)"o
dll ,'m 'ial, " 'om certeza no níve l loc al que a defasag em entre ca teg orias ge- H 'g im e. A a pos ta m etodológica de S. Cerutti con siste em revogar 's sas '('I
11 1' 011 'x >g 'nas) c categ orias endóg enas é m ais marcada. Há muito r eco- I ';-,as c em mos trar, a partir do jogo das es tratég ias individu ais c f am ililll '~,
lillI ,ido, o I ro blcm a tornou-se m ais sensível nes tes último s anos devid o à d ' suas in teraçõ es, qu e as identid ades profi ssionais e suas trad uçõ 's iI)SI illl.
iIlilll Il('ill I' I ro blemáticas antro pológicas (es pec ialm ente d a antr o polog ia 'ionais, longe de serem estab elecida s de form a def initiv a, são o b j 'ro d ' 11 111
111111 1111 um 'ri :an'I), que se exerceu pref erencialmente sob re aná lises loc ais. 'OIlSlante tra balho de ela boração e de redefini ção . Longe da ima "11 1 ('lIl1
Nllo ',Ih ' IIqlli ntrar nos pormenores das soluçõe s es boçadas. R eg istrem os 'l)slIal c em linh as gerais es táve l qu e as descrições tradicionais do 1\\ 11 1 11 111
10 11\ '1l0S qu ' o balanço des sa rev isão nece ssária (e qu e aliás não termin ou) dos ol'íci s fornec iam , tud o é o bjeto de conf litos, de negoc iações, d ' (I \11 1 1
( 1111 I1lJ ;UO, S 'm ILlvida ela tornou po ssível um exa me crítico da utilização '()'s I l'ovis6rias; mas, por outro lado, as es tratégias pessoa is 011 f Ulllili I1I 'I
d' 'I I1 ~I ios ' Ic recortcs cuja pertinência quase s em pre parecia in discutível; Illl0 sã I uramente instrum entais: sã o soc ializadas, na m edida '111 lIiI ' I1
('111 [l'lld " por outro lado, a encora jar um relativismo de ti po culturalista qu e il'" 'paráv is dc re presc ntações do es paço relaciona I ur bano, do s 1'\'111'11 '
11111dos '("iI'OS tcndcn ,i ais do "g eertzism o" na história soc ial. < 1 11 ' , 1 , of ercce e das limi taçõe s que im põe , a partir das luais Os ,tlOI " '10
('illis s' ori 'ntam e f azcm suas escolhas. Trata-se portanto Ic I'S IHIl 111111i'1.11I
011 ;10 m 'nos I'd 's banalizar - os m ec anismos d a r 'ga .; o ' (il' ,I o
110hilw,lIi1 1', '1'1101111son, L:I (onn:ltion c/e (:I cI"sse Olll/fiefe ilng/aise (Paris, allim ar 1/ c'j,I\'do, inslst in 10 IY\S m o lalidadcs rcla ionai que os tün f im pos,' ('i.~,I l
11111 1,II)H H; I '(!.: Londres, 1963) IN. do T: trad . bras.: A (onn"ç;/o C /" '1"8s' op ·r;1,.i:l
11 /1' 1r'111,IUo d' .Ii1n 'ir'O, »;1" . 'I"rr:l, 19871. I 'm br 'mos qllt: O t:Stll 10 d' 'I'honq son s' ('IIP '1':11110
ld 'I\lid ad' IIS
'01 111 ' lillç( 'S 'xist nt s -ntre "a ra ionali Ia I, ill dividll id
'liva',.It) (
11 11111'1'1 1\ 11\ 111
P 'rs p' '(iv:1 rna 'rosso 'ia!.
1/ (:IIII\10~, pOI 'x '1i\1\lo, 111 'S(; d' I\li '11,11, P 'rr Ol, L 's Ollvri 'rs '11/;1' v': 1'1';111 " IH7 1- d 'slo ': 11 )\ 'lHO qll' ', 'sas 'st'olll:ts ilí\ pli '1 11 1 1I ro av -11 \1 '1l 1 ' (' 1\1 11
IHill) l'III1 '" lllli 'ISil\d'I,ilk·III ""IVi('·d·I~' plodll'liOlld'TlIl. ',', I< n " ,);lld' '1 ('11 11v('1 11111 1(l, Ili,'IO lill<!OI ',' do 11" ' P 11 1 1O N llIlIl O p )Io/~os pOlqll ' 1 1 Ili Nilllill
I1I11 1 :111 111,1 '('1111 1 , /'C'II s(·II'III1' \'i/ l' 1IIII(/uII('",; 011, 111111'('1 1 111,o('iolo j\ill, 1I('NIIlIIo (!t- dll'l plold('llIíli('I II' \' dO~III\('llldo, d(' 11,1 11rlIlo ~ I IH ,'illl"llic I '1I!Il' I, dlll , di,
111111\0111111 1,1,1'1
,<1 ('/ 11"1'1,1./ 1 Iilil/lluil lllll'/II II:II/ I/Il<' \'(/('hil 1'\11 1'1 ,1\111111 IIIH,' 11, )
I" 1'lIdl I I 11I 11 111111 1111 1111111 qlll 1'1I1 11~'11I111 '1\ 'I I~ 11111'I 1111Iilllllllll~,lll 11111 1\1111 11""1111
111 ( :1 1111 11, /,'1 \ lill II 1 I 1/ 111/1II NI IIIII II/ II 1 1 ' 1 1/ 1 1i1l 11~ 11:1III /IIII /tlli/ (1 / 1 / 1 1 , I I,','
li di 1(1'111 1, I, 11 1', ",'1, 11 )'1( 1),I ' / 1 \
l· iplinas.20 Ele me par ece se r portador de várias rede fini çõe s cuj a imp ortân- Redef inição da n oçã o de c ont exto, Tra ta-se de uma noção qu e mu ilas v'
via não pode ser des pr eza da: zes foi ob jeto de u m u so cômod o e pr eguiçoso nas ciência s soc iais 's p ,
cialmente na hi stória, Uso ret órico: o conte xto, em geral a pr esentado 1\11
início do e studo, pr odu z um ef eito de rea lid ade em torn o do o bj l() d 1
• R cdef inição d os press up ostos da an álise sócio-históri ca, cujos p ontos prin- pesq uisa, Uso ar gumentativo: o c ontexto apr esenta as condi çõcs g '" IL ,
'ipais aca bamos de m encionar. O recurs o a sist ema s classificatóri os basea- nas quais um a re alidade particul ar encontra seu lugar, me smo qu ' 11'111
ti s em critérios expl ícitos (g er ais ou loca is) é sub stituíd o na micr oanálise sem pr e se vá além d e um a simpl es ex posição dos doi s níveis de 01 s 'I VII
pela dec isão de levar em consideração os co mportam ento s por m eio dos ção. Uso interpr etativo, mais r ar o: ex tr aem -se às vezes do contextO as 1:1
luais as identid ades coletivas se constituem e se de f orm am. Isso não im- zões gerais que permitiriam ex plicar situações particul are~, Un:n l)l),!
pli a que se ignore nem que se des preze as pr o priedades "o bjetivas" da par te da historiografia dos últim os 20 anos, muito além da mlcr o-hlsl )I i,I,
I o pulação es tudada, e s im que se as trate co mo recursos difer enciais cuja manifestou s ua insatisfação diante desses diversos usos e tentou r' '<l11
im p rtância e cuja significaçã o deve m ser ava liadas nos usos soc iais de tr uir , seg undo m odalidades diver sas, as articulações do texto com () ('1)11
lple são o bjeto - ou se ja, em sua atualizaçã o. texto. A originalidade da a bordagem micr o-histórica parecc sr a,1 ('111
recusar a evidênci a que subtend e todos os u sos que ac a bamos k: '11111:li
• I~ 'def
ao antri opólogo
nição da ounoça ã oo socde iólogo
estra tégi
, atra balh
social.
a com O histori
o f atoador,co nsumad
controariamente
- com saber , que existiri a um c ontexto unificado, hom ogê neo, d entr o do q 11 :11
cm função do qu al os atores det er minariam su as es colh as. E ssa r 'usa pll
"aquilo que efetivam ente aconteceu " - e que por d efiniçã o não é pas- Ic ser entendid a de duas maneir as co mplem entar es: com o um a 1 '111111,111
~ v'l de se re petir. É exce pcion al que as font es ap rese ntem p or si mes- ça da multipli cidade das ex periênc ias e das re pr ese ~taçõc s s ,'iaisl'llI
IlHIS as alternativas, e mais ainda as incertez as co m que se defr ontar am parte contraditórias, e m tod o caso a mbíguas, po r m~1O das (~IIaIS ~),' 1111
O~ alor es sociais do passa do. De corre daí um recur so fr eqüente e ambí- mens constr oem o mund o e suas ações ( e é esse o eIxo da I'ICI a 10111111
1',110, n ção de es tratégia: muitas vezes ela ser ve pa ra substituir uma hi- lada por Levi em relação a Ge e rtz);22 ma s tam bém, na anális ", '(llll,<l 11111
p )1 '~' funciona lista gera l (e que ger alment e permanece implícita); nvite par a inverter o procedim ento ma is ha bitual para . hISIOI~ Idlll.
,i1)'.tlmas vcz es ela serve para qualificar, de maneira ma is pr osa ica, os aquele que consiste em partir d e um contexto glo bal p.ar~ situar ' :"11 I
VOlllportamentos dos ator es indi vidu ais ou col etivos que for am bem-Stl- pr etar seu texto. O qu e é prop osto, ao contr áno, é constltlllr a pllll' tllllilil,
\' · di los (c que em ger al são os qu e conhecemos m elhor). Nes s e ponto, a los 'ontextos que são necessários à c ompr eensão elos con porl:1I11('11I1I'
po~lllr:1 lecididamente ant ifunci onalista adot ada pelos micro-hi storiado- o bser vados. R eencontr amos neste ponto, é clar o, o pr oblema das ",I' tI.1
I' ~ , ri 'a de signifi caçõe s. Levando em co nta em suas análises uma plu- ti' obser vação. Ele está sendo, a meu ver , ob jeto de um a Ir 'íSI i 'a 1 VI' \ 11
11IIitla " Ic destino s particulares, eles pr ocur am reco nstituir u m es paço
tios I)Ossíveis - em função do s rec ur sos pr ó prios de cada indivíd uo ou A hi 'rarqu ia los níveis de obser vação, os historiadore r ela 'ionlllll illlllll
d' ':1 1:1gru po no inter ior de um a conf igur ação dada. G. Levi é sem dú- 1ivam 'nte uma hierarquia das pro blemáticas históricas: I ara II~:II ""1>1 1111
ida qll 'm foi mais longe nesse se ntido ao r eintr oduzir noçõ es co mo as I\"a "m trivial, na cscala da nação faz-se histór ia nacional; na. 's '111:'11 111ti,
i1' 1'1':1'asso, de ineer teza e de racional idade limitada e m seu estudo das r ai'.-~· hisrór ia 10 ai (o quc, em si, não im plica uma hicrar qllla li' IIIIJlIII
1','11111~ 'ias familiares cam[ oncsas desenvolvidas em torno do merca 10 1.111'ia, 'sP' ia In 'nt· 10 I ont0 de vista da h i 'c6ria so ia\), O\), '('I V\1I1:1
d,1 1 'rr a no s ulo XVII.21 "11l1 li v 'I do 'hão", a história " um onjlln co so ,ia I apar '111 '111 'liI( 'I
disp 'I'~ :I 1l1111 1il 1 1ir fa I' I' a 'onl ' 'im 'ncos min(ls '1110S, lif 'f' 'is ti ' 0'1.', III~
'I. iI I. '011' 'p\': () Iralli 'ion:11 da 11101\{)gr al'ia pr o 'IIra faz -10 ao ~: \lllti)llll
'111\1 11\(1qll' 1111\1 I':IIl:lIho '01110o ti· M:II" I\ b'l S so b!" as I'ormus . os 111'':1I1islllOSdil 1'1111111 1:i1t:i'1I \1 'I iri '11\'\o 10 ':11 < I • !lip li 'st's ' (\ , r 'SII1I:I(\OS g '1\11" () 11,1
pllllll 111(1('ld11,110'1,111\," l'Olll '111p Olnl1'i1- r/lllllllli// ·s
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IlItlllo tk ('0111' '11I.l1i/,1I'1\0 1l\(tilipl.l Pllllic 110 P '10,' 111i '10 !li, IOli ItllIl
1 / '1 1 1 1 di /,111' "li '111 /illll\",i, (1',lIi ,n, ,1a('oll, I<JHI)) s' ,ljllO jlli', l'lI' r Olldlill"\,'1 o jll {
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11111111 Iil 1111 1>11
illi1 11'11111,1di 1111111 1111'''\,,\11 di' 11(I 111'd i 111111111111111Ihl 1\(IIIIIPlllo
" I I .111di 1111111111\,.\11di 11111 \1111111" Ii 1'"'1"11' 11111111111111IIIIIill "I: 1,'\I,I)III'IIIIIIIiIIlIlI\',I' '( 1 ',11 1111111"111
1 1"llIllIldll/\ 111/111111,
'I (, I I \ I, I I 1 1 '" 1 \ 11/I 1111\ ,""''1 ,I 111' ' 1 11 1 , ,li ' 1 1 ' 1 1 1 II Hi.
Pllf 'l' le prem issa s muito dif er entes. Ele af irm a, em prim eir o lugar, que guerr a, a d ifusão da cultur a escrita, a indu strialização, a urbanização , '11(I '
':I Ia ator histórico participa, de maneir a pr óxima ou distante, de proces - muitos outros.
,'O~ - e portanto se inscreve em contextos - de dim ensões e de níveis Esses fenôm enos são extraordin ariament e comp lexos, como se sa b " 1i
variáveis, do mais loc al ao mais glob al. Nã o exist e portanto hiato, men os tal po nto qu e na maioria das vezes é imp ossível p ara os histori adore s I '1ll;11
ui 11 Ia o pos ição , entre hist ória local e hi stória glob al. O q ue a ex per iência cal' seu s limites . Ond e ces sa a esf er a do Est ad o, onde os e feit os in 1II 'I,idwi
I ' 11m indivíduo , de um grupo, de um es paç o permit e perceb er é uma pelo trab alho e a pr odução industri ais, onde aqueles de que o livro 6 I Ol'lll
lll) lulação particular d a história glo bal. Particul ar e o riginal, pois o que o do r? Qu ando os descreve m, os historiadores pod em portant o hesitar qllalllll
pont de vista micro-hi stórico of er ece à obser vação não é um a versão a te- à sua morfo logia, qu anto à descrição de sua articulação intern a. Mas 6 SUr '!)1('
l1ua Ia, ou par cial, ou mu tilada, de r ealidades macr ossoc iais: é, e este é o ende nte notar que sua eficácia, ao me nos tend encial, qua se nun ca ' po, 1,1
S /!:llndo ponto, uma ver são dif erente. em dúvida. As "máquin as" do poder se a utorizam por si mesmas e são · ri ,i
entes pr ecisament e porqu e são máquinas. (Seri a mais corr eto diz r: '\a,' 'li
são ef icientes aos olh os dos historiador es porqu e eles as imaginam como 111,1
). Ve jamos um exem plo que ch amou a a tenção de vários mi cro -histo- quin as). Tend e-se p ortanto a pr ocur ar na regulação da própri a máquina 1i ('X
I i I(101''s. Iode-se anali sar a din âmica d e um macr opr ocesso , como a afirma- plicação de seus d ese m penhos, assumindo-se in genuament e uma iel 'Ollll',i I
, o do I"stado moderno na Eur opa entr e os s éculo s XV e XIX, em t ermos Ia r acionalização e d a modernização que pert ence ao sist em a que S' aS,11
1IIIlito clif'r entes. Durant e muito temp o, os historiad ores se inter essa ram so- miu a t a ref a de est ud ar. Qu and o muit o, procur a-se identifi car aqu 'I 's '1111
111'1IIdo por aq ueles que , de ma neir a visível, tinh am feito a história. De po is, parece terem -se oposto a essa s grandes transf ormações , que se cmp 'nilal 1111
11111','1 -ir a dos grand es teóricos do séc ulo XIX, desco brir am a impor tância das 'n denunciá-Ias e em bloq ueá-I as em nome de valores soc iais altl:1"I1111iVII •
I vIIIII\'O 's maciças e anônim as. Imp ôs-se entre eles, de mane ir a generalizada, S 'm dúvida não fo i por ac aso q ue a m es ma geração intelectual '111 ' llil (I
I lilllVi 'S'; O le qu e não exis te história verd adeir a a não se r a do co letivo e do :lnos solenizava os apa re lhos do po der f oi tam bém a que mai " '1)[11 . ii!
1111111'IO~O. E a mutação pode ex plicar que as encarnações históricas do po - II)OU pelos marginais, pelos re jeitados, pelos alternativo s da hisl )ria, 11<'111'
11I I, 110 ~ 'li modo de ver , se tenham substancialm ente transform ado. Nos han lidos socia is e as brux as, os heterodoxo s e os a narq uista, os ' '111 dll'
111 11, 1 1 1 1 1 0 , tr atava-se ex tensivamente d a política de Richelieu e d a impe- I' LO 10 tipo. Ma s essa e ra aind a um a maneir a de reco nhecer e ka p0l1ll11 pll
1II111 I' '01' I -nação política, administrativ a, religiosa, fi scal e cultural que ela 1'11a r 'alidade maciça do poder, j á que a pena s uma min oria dis p 'I'S:I d' 111'
111 '1) ,'I 1<'1':\1ça do início do séc ulo XVIII. Ho je, pr ef ere-se f alar d a afirm a- I' )is I'inh a sido ca paz de se levantar contr a ela, a par tir de fora '~'III 1111 111
s p 'I'an a verdadei ra.
'I n illlp 'ssoal do Es tado abso lutista tal como ela se in screve inelut ave lmen-
/\ 'eitar tal visão das coisas, semelhante distri buição de Plll -i,', :,I)',llill
II 11 11lon ta Iur ação, entre os séculos XIV e XV III; evoca -se, seguind o Max
',I I,far o admitir que, longe da lógica ma joritária dos aparelho~, (lia doi', 1111
W h'l, o I 'nto pr ocesso de racionalização q ue afetou as soc iedades oc iden-
1111 S I' '~i luai' de resistência à sua af irmação, os atores soc i',is '~II o 11"111 I
I 1 1': 11\'11 'iona-se, seguindo orbert Elias, o dupl o monopó lio do f isco e da
111('111- allS 'ntes, ou ainda que são passivos e que histori am 'nl ' ~\' ,lillIlIl
\'lliI Il('ill lIl1 - a monarqu ia francesa adq uiriu entr e a Idad e IVléd ia e a mo-
1('llIlll I vontade do gr ande Leviatã que os e nglo bava a todos, I~s~ " dllllllllll
d 111idlld .; :I 'ol11 panha-se, eo m K antorow icz, a emancipação de lim a instân-
/,11'110 dll força da fraqueza 6 praticamente inaceit'Ível. Nfio 101 1,1/111 I
11 IlIi('i~udll no pró prio seio da cristandad e medieval. Tod as es sas leitur as 1111/1l i,', I11U SP írqll', mais uma vez, es tá demasiado li a Ia às r 'pr ',' '111.1\'111'
(I 11 11(11.' Illllis) SI O pr iosas e muitas vezes co nvin centes, hlas enriquece - 1111 \' 111111':I ti 'ixar am d' s 'r sug ridas p elas pr ó prias lóg i 'as do pod 'I, 1111 1
111111('Illlsi(l'r av '1m nt nossa 'orn preensão do [ a sado. T Ias ou qu ase to- IIlI'tl'Il(li:lI11 dilar ar ' 1i mllneil'a le ~e o por a Ias; , porqll" m 'S1ll0 ," SI' Id
r! I' ,"ri:1 pr ' 'iso pôr à parte aqui O aso le Elias - t -m ontudo m 111i1i1\1 Ilip 1 i .~ - d '1Ilííll -fi 'Ií 'ia glo bal lo~ a par -lilo~ . IIIS IlIilOridtld '" 1'1111 I
111 1111 1111 li 1'1110d' 11(''il:lr -m '01110 ('ai a l: ist '\n 'ia I- 11í:lt'rol'-nOm -no~ '1I jll I111'lIti ' I I111 · ir lll))<:I)[' 'OlHO 'S~II 'I'idt'ill f oi pos~rv 'I c 011,' -jll, 'Olllll II1
, III ,l'i I ,('Iiu ()I>viu, lIll' 01111 '01'11S · :llrihld:l 1 i Ilíílj 'Slld', 110 pr ,,'1 /,jo, I 11111\l('II,III~(-1 illl.', '111 ('0111\,,10,' Illd\,I'llIidlll)) 'Il( - v:ll'i(tv ,i, , I1 -11'1(11',11111 ',
11111I itlltil" ,111 1 til-IIIII d(' IIIlI P 'ISOllll)',l'lll "1111',IIIiIl, IllIi' l~ ,illllldn ('lIlll I illi"ll 'II('~ do Jllld('1,
111 11, 1,111I11Lld l' 1111 1111111,11 1I1',i!'1 d o,~ )',1 IlId' IIIIillljo "11 1111 11 11''1"1' ~,1o 1'0 :IIIlI('ill n Jllnllll 11 11111(" " Il 1111 11 '111',11111 1',1 II ( 'li', 11 1 1('1l'.•1 In 1II1 \l 1
1IIIIdllll ( 1111 1111111 1111111 dI I'; ,l,ldn, d IIl(ldl IIIi/11 ',lI, di 1111111 '"till 11"11',11 'li 11I1 1 illl'l"l, til 1111.1/11 1'111 1/", 1IIIIIIIidllll /11 I' I 111'111,( '( 1I1111/plllil 1111, I
1111 11111 1 1111 1, di 1IIIIdlllllli 1'lllIi li, dll 11'11 111 1111 I I li Ili 11 1111 11I d, -111111 I 1111111 111 111 1111 11 II 11 11111 di 1IIIIdll lil, dt 111)',11 11I lil, r! '111"1
pl illy; o cm todo s os níve is. É import ante aqui ser b astante clar o: os histori a- pr oduzida a ar gument ação id eoló gica que o subtende ), se se mud ar a es ':":1
dor 'S, cm sua ma ioria, tr a balh am com soci edades fortem ente hierarqui zada s de o bservação , as realidad es que apa rece m pod em ser muit o dif er entes. Foi
I' 11 : )-igualitárias, nas quais o pr ó prio prin cí pio da hier arquia e da desigual- o que mos tr ou recentemente Giova nni L evi na pesqu isa, vá r ias vez es icadll
1:1(1. cstá profund ament e interiorizado. Seria ridí culo negar essas r ealidades aqui, que fez so bre um a com unid ade rur al do P i emont e, Santena, no f im do
' ringir que as op eraçõ es qu e aca bamos d e citar - circulação , negoci ação,
t
séc ulo XVII, Que acontec e quand o se ob serva o proc ess o de con struç10 10
lpr o pr iação - podem ser pen sadas for a desses ef eitos de poder. Ao co ntr á- I~stado "no níve l do chão", em suas mais longínqu as conseqü~ncia5? ( ,
I io, 'u gostaria de sugerir aqui que elas são i nse par áveis deles e que foram, gr andes mov imento s do séc ulo, a a firm ação tardi a do Es tado a bsoluti 'ta l\ll
d ' r alO, manei ras de comp or com os poder es; ma s tam bém que elas deforma - I iemonte, a g uerr a eur o péia, a comp etição e ntr e as g r andes ca sas aristocl';Íl i
I :11)) Os cfeitos dess es poderes, inscr eve nd o-os em contextos diferentes da- 'as estão presentes aí, é clar o, mesmo qu e seu rastro se ja recuper ado por i11
lIll 'I 's que o riginariam ente er am os seus e subm etendo- os a lógicas sociais
I 'r médio de u ma po eira de aconte cimento s minú sculo s, Ma s, atr avés d '~sn i
plilli 'ulares,
Ii onteciment os, é pr ecisamente um a outr a confi gur ação das relaçõ es enll' ' o
R ctOmemos o exemplo d o Es tado monárqui co na Er a Mode rna, Visto r or te e o fr aco que sur ge.
dI' I lIris C de Ve rsalhe s, ou de Berlim , ou de Turim , ele se a pr ese nta co mo
Po der ia ter sido tent ador r edu zir toda essa história à das tensõ '~ q 1i
1111\a 'SI écie de vas ta ar quitetura cu jas form as não param de se desdo br ar,
01 õem uma comunid ade periféri ca às exigênci as insistente s de um 'Ib~olll
d'1 SIIII1
s ' ram
" 1\ificar, até pen
r ealid ade é, etrar
bem no osa bem
maisos, fundoum dpouco
a soci edade qu eplicada
m ais com ele enquad ra
e menos e lismo em pleno des envol vimento. Mas a cena tem mu it os outr os parti iP:11 I
il.lllllOniosa, No nível dos fatOs, as instituições se so br epõe m, entr am em 1 '~, Entre Santena e Turim se int erp õe m e int erf erem as pr etens( 's di
11 111' )r r~ncia, às vezes se o põe m umas às outras; a lgum as já est ão foss iliza- (:hieri, cidade média e qu e quer se faze r ouvir ; as do arce bispo d e 1lHim, di
11 I I))as, segund o a lógica do Antig o R egime, ge r alment e são substituídas (JlI 'm depe nde a par óq uia; aquel as, rivais entr e si, dos prin cipais f eudat:'íl ill',
I 111 por isso serem su primid as, o qu e pod e det ermi nar emb ar alham entos do lugar, que fazem quest ão de afi rm ar sua pre em inên cia. A p r ó pria ~o ,i 'dll
111 '(lli ':tv 'is de autoridades, de com pet ênci as, de ges tões); o utr as es tão em " ' ai leã se deco m põe , se fr atur a em fun ção dos inter esses d iverg 'nl s do'
pl, li,) tI's nvo lvim ento, se ja porqu e são mais recentes, se ja porqu e são p r o- ",111) )05 particulares qu e a co nstituem, Ess es ato r es co letivo s s -nrr '1111111 1,
\', (11111111 'nl 'as mais bem ada ptadas a uma deter minada configur ação da so- 111:ISrambém se aliam ao sa bor de poss ibilidades que são e las mesmas 11 1I11.1
iIi dlld .. I\in I a assim o pensamento do Estado, aque le qu e tiver am a seu ,js. I\s fr entes sociais (e "po líticas", se se pr efe rir ) não param Ic S ' (k,',11
11' P 'ilo S 'IIS [ romotores dos séc ulo s pass ados ou qu e têm os histOr iador es 1'111par ' a tornar a se fo rmar de outr a maneir a, Fo i pr ecisamente à mllll ipli('i
Iloi " 111 11pensam ento glo bal qu e, mesmo nas hesitações, ,na s contr adiçõe s, ,1.1(\ , do' inter esses em pauta, à comp lexida de do jogo social, CjU' ° 111 I/1f1
11.1',1I1 IItlan 'as dc ritmo, r eco nhece um úni co gr and e processo em aç ão atra- li' Sant 'na deveu, dur ante a segunda metade do séc ulo XVl I, :1 ('11"1111
1'1I' I ps s' ulos, Quando se fala do c resc ime nto do Es tado e se t e nta dar '1l1 ,tiva le per ma necer um paese nascosto, mantido como qu' a s:1I I1 (LI
lIlll.I II/IIIia '50 a prox imada de le (é a famosa " pesage m glo bal" car a a P . Chau- /',lllil I 's 1 anobr a d Estado ce ntral. A neutr alização r ecípr o 'a da,' (','1111 1
1111 ),11m 'x 'mp l medin do o peso do sistema fiscal públic o, ou o númer o de / ',i \,' li11' visavam a ai leia, e tam bém a inteligência política Ias 1'1''111 (" 111
11111 t'iollr trios, ou os progr ess os quantitativos da justiça real, está-se pensando lei,' p )(1 -I f az I' entenel r e se estado de coisas; ma s tamb ém I od . I'U/, I, I 11
1I1,. Ii pil l'Lir 10 modelo do cr escimentO econômico, af ir mando qu e um 11,'1)('1d ' 11111n 'gociad r x e pcional, o notário-J odcsCil iulio ~ 'Slll ' (:11111 ,
1 11 lIIIl"IIO n(l/1'l 'r o d indicadorcs selecionados per mite ex plicar a cvolução '!"' I' 'illOIl -11), ant 'na dllr anc 40 anos: f oi ele quem ~o ub - lir ar plll 11 11
(Olljlll\lll d' 11 m sisccma que scria a um só tClr lpo co ntínu o c intcg r'~do, cr - d 'li ('onh' 'im -nlO fnr imo Ias r -dcs ~o iais, d sell lomf ni() da i llllIll1l1l
1IIIII'IIIl' 'l\1ilis I 'li -::Ido t 'ntar uma mcdi Ia cm tcrmos de ,f i '1 'i'l: mas Il lilo 11' - 'Ss~r io I S 'strar ' r ias f lll ili ar s - - da m -mória '01 'I i I plll I
1I 11 1111 do:1 I' 'Iaçl () 'nrr ' O nún '1'0 dos funcion{)r ios I (1I )Ii 'os o n(lI')') '1'0 da I ill'lHlI ('onlO IIJIl 111-diador ohr i 'ai lr io no int 'r ior Ia 'ol11lln idlld'" 'il',ltill
II'IPld I 'i o J"oi>:lIl 'nd' a alll11 'n llll', a' 'ita-s - qllas' S '1\1 d is '1IIir l ill' I' 'slllla 1 111 ,1111'111 ', ,I, 11110'. 'slW 'illlll\ 'llI . I'i 'o ' " 'li 'Slatlllll pt'ol'is,'ioll d II"d I
Iil 111 11:1,li 'ikia Illaio l, 1':1\\ ,odas 'ssas o p 'I'a(;( 's, 'lIl lodo 'il,'O, Illir lllll-s' 11 1I1 ti' X(' 'I)('iolllll. 1 ,;1 ' 111111P ('II '11(" 110 1I11111 do(\0,' pod '10,'0,' 1(' 'ollll( (I
1(1 1110011 i I I ('xisl Il('i:1 d' 11111 11 IIJ'it'11 ('OII\llIll 1111 ('IllIil'iellli 10 ('Olljlllllíl tllle dw Ii 1I POtl<'1 " d(' 11111I 1I111 111('ZI '111/1 111'11111 \('111 ('d il'(,I\'1\1 '; 1l11,I\'iI 1I 1"1
I

li 1111 1li' 1.1' (',', tio I':, Illllo, di 1111'i 'Illl d, 111 11('llItillll "illlltl, I Iid" I, illl d, Illr Ollllll,')'" tI(' ('(lId\('( illll 1I
(),II, IIl1d I I 1I1 (1111 ' ('('1111 ,'(' '.I' 1('IIIIIII'illl I1 'li 1111'1" (111'.1 11 1111 11 111 ,d( 111'1 Il' 11" '1111111 '!"( IIlI I" Ill1l lillll l 'I ,1111 111 11111111,1 I',' ril dll 111111 1111
tI" I lllllilllII lIlIIlILIIII,d'l
1
1111111 111 111"11 111111 IlId (1 11 1111I1tllll'l"l 111111 1I1 1 1'"' \ I111 illli 11 t til ,11"1 1 > 1
Sem dú vida o notano Croce é u m per sonagem fora d o comum, e tin ta f osse g asta. Ele ex erce o fa scínio d os conceitos qu e se go staria d ' JlO
( piando e le desa pa rece, no fin al do séc ulo XVII, não é aliás su b stituíd o. San- der utili zar se ao m eno s se soube sse defini -Ios exatam ente. D eve -se li '1' 11 0
I 'na sai então da sua semicland estinid ade, ag estão local do s pode res se de- "exce pcional norma l " um eco, in t eiramente c onsoa nte co m a sensi bili cla !t-
,'lIgrega e, a prov eitand o-se d e um a cri se a um só temp o econ ômica , soc ial e dos anos pó s-1 968 , da con vicção de q u e as ma rgens d e um a soc iedad ' ti i
polftica, o Es tado cent ral ret oma os s eus dir eitos ( ou ao meno s um a p arte de- zem ma is a seu respeito do que o seu cent ro? De que os l ou c os, os mar! ')
I 's). De toda f orm a, se pre starm os atenç ão , os arquiv os f azem a pa rec er um nais, os doent es, as mulhere s (e o conjun to do s grup os domin ado') ~f () li,
'ran te númer o de sses personagen s qu e, dese mp enhand o o pap el de media- letentores pri vilegi ados d e um a es péc ie d e verd ade social? Dev e-se nl '/1
dores, reg ularam , limit aram, ma s tam bém abon aram a co nstrução do Es tado. dê-Io nu m sentid o dif erent e, o d e um di stanci amento signifi cativo (m fls d '
N 'm todos pu deram ou qu i seram subtrair seu grup o de pertenciment o à ló- quê? )? Ou a inda como um a prime ira for mul a ção do p aradi gma indi i. rio ,
Vi 'a 10 po der central: ma s tr a bal har am para comp or o s inter ess es lo cais (e n,ais tarde pr o po sto po r Ca do Ginz bu rg?
'I) prim eiro lu gar os seus pr ó pri os) com as ex igências deste, com as suas prá- É dif ícil dec idi r ent r e essas diferent es lei turas p os síveis que talll "I, I '
I i 'as, uas institui ções, seu pes soal. 23 Na ve rd ade, a esco lha não é alterna- nham coex istido no p ensamento d e Gr endi, P odemo s, prud entemel r', plll
I ill:1 ntre du as ve rsões da rea lid ade histórica do Es ta do, um a qu e seri a I r um a leitur a supl ement ar qu e parec e ser coerente co m as pr IOS i\l '
"llIa '1'0" e a outra "micro", Uma e outra sã o " verdadeir as" (e muit as outras ant eriormente enunciada s, Gr end i reflete a partir d e modelos d anrtlis(' ,'o
Illllis m nív eis interm ediários que seria c onveni ente recup erar de mo do ex - 'ial utili zados p elos histori adores e qu e são , em sua maioria, mo I 'Ios .'11 11
p 'rim m al), e nenh uma é rea lm ente satisfatóri a porqu e a constitui ção do 'ionalistas, baseado s na int eg ração do maior nú m ero de traço s, 1\ 'Oi1ll' ,
I':SI:I 10 moderno é prec isamente f eita do co njun to desses níveis, cuja s articu- II"C muit os deles res istem a es se tra balho de int egração; co nstitl/'1 11 'X' '.
1,1,'0 's ainda prec isam ser id entifi cadas e pe nsad as. A a posta da análise mi- t,'( 's que nos ha bit uam os de bom grado a tratar como "exeeçõ 's" 011 ('Ollll)
t'/ossO 'ial - e sua op ção ex perim ental - é qu e a ex periência ma is elemen- "ti 'svios " em relação à norm a que o historiador esta bel eu. 1\ I ro po, it,'lln
I 1 1, a do gru po res trit o, e at é me smo do indiví duo, é a ma is esc larece dora d' rendi, qu e iri a ao encontro aqu i d a reflexão in augurad a p ,10 :lIl1/'OJl do
Illllljll' 'a mais comp lexa e porqu e se inscrev e no maior núm ero de co ntex- 1',0 F . Ba rth , seria eo nstruir m odelos "g enerativos": ou ~e ja, mod 'Ios qlll' 1)('1
111'1di r'r 'ntes. Illil" in teg rar. com pletam ente (e não mais com o ex eçõ ' s 0 11 ti 's io, (I'
P 'I' '1lrs s e a s escolhas indi viduais. Nesse se ntido po I 'r-s ·.ia di i'. 'I 111 1( 11
" 'x " p . lOna I" se tornana ." norm a I""2S
7, Co loca-se aq ui um outro pr o ble m a, qu e é de fat o con substan cial ao No debat e que pe rm anece a berto, o tra ba lho I, (;i(JVlllll ti 1,1' i 1III
pl lI Hio pro jeto de um a micro-história. Admit amos que, .ao limit ar o camp o plr ' ,. traze r um certo númer o de res post as '111 ' I 'SIO(':1I11 d I' 11 1111 111I 111 11 I
d • oils 'rva ão, fazemos surgir dados não apena s mais nu merosos , mais f inos, 11/',/11 11'l1I'a ão, Ele lemb ra em prim ira Itlgar <11 1' pn,', I' I pl 11 II I I 1111
III I,' I jll " <llém lisso, se organizam seg und o confi gurações in éditas e f azem pl \1id a I, le 11 m f at s ial de outra man ,ira qll ' Il: (I ( '1111 1 111 111"/'11111 111 11II
Ip lll ' "r lim a outra cartografia do so cial. Qual pode ser a re presentativid ade lI' (', IlItlsri os. s glln 1 0 C "lpít lllo d ' s ' li li vl'o /,('//IJ/lIWI lI / I \ 1 / 11 / 'I ,d , i111 lillI
d(' 111)):1am o~ tra assim circunscrit a? Que pode ela nos ensin ar qu e se ja ge ne- \ ',(1'111 "i:ls dcs nllolvida s por rI' s ram li I ,' dt, I/li I1I11 i11 11111 11111, "111 I I
/ i1iz: v'lr 111 11;1(',"olha 'nlr' algum a~ 'n('I1:IS It- Ollll!'~ 11"1 1'" f lll, '11 11 11 11/ III
1\ p 'rgunta f oi mu ito edo f ormu lada e rece beu res po ta~ que 'm g , _ 111'1'10 d' 11'l\hlll ,1 Lra lam 'nlO '0I11 pill:ívc l, 11 1\1'1111/ I 1I1 1 Illdll 1'1/ 111 11 111
Ililll: oill1 pli 'avam urna adesão, Num artigo j:i antigo, E doard o ren li tinh a- I1 11,llio pl'()so pogdri 'o, () pro" lil ll '1II lI 11,111111 11 [1111 "1111111 11 1111I1 I1 II1 t
(' pl 'v '/lid o 'ontra a o b jeção f orjando um elega nte oxímoro: pro pll l ha :1 1I (l- I' 1I , 'X '1llpl os: IOlillid ad' d/ illl'lIlllll '1111111 111111 1til, I 111 1111 1,11111111
,'\111 !t- ", 'ç 'p 'ion al l1ormal".24 Es~e diam ante o bs 'uro ("Z 'om milit a '1"' di I, 111,('it'lll 'Il(O, d' 11 1\) Illod '10, I';' 1 11 11111 )'1Ii111 11 111 1111 1 ,1111 illlIll
1 I 111 1 .I'oI"d ,1. , h:I,'I:1I11 pal:1 rai'o 'I ''1''"1 I1 I li 1'111>11tI _ ldl 1/11 1111/'1111 11 111 111 11111
IltlIIIVII'1 til' 111 1//',III P O, ll('i:tillollli( 11 111 ,I11 111111111 _ 11111 1111 '1"1 I ItI,l 1111111 111\
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I ' 1111li 11, I" 1111 1 1111 1 111 II1 li 11 1 11 1 1Id li' 1 1'11 d' I 111 I " li' di I', 1 1 111 11 1 d,
I' (01 111 111,t\llIllIlllIoIl 1 111'101IIl l1lh \11 1/1/ 1' /, ',' ,', /, I,) 1 \t, 111 ', 1'1'11 1
I
sin lular. Testar a validad e do modelo conSistir a por tanto n ão em fazer 'onvida o leitor a participar da construção de um o bjeto de pesq uisa; el;1 o li
urna verificação de tipo estatístico , mas em pô-I o à pr ova e m condi ções extre- ~o ia à elaboração de um a interpretação ,
mas, quando urna ou várias das vari áveis que el e inclu i esti verem submeti d as Entre os instrumen tos qu e estão à di spo sição dos histori ado r '~, 11,1
a deformações e xce pcio nais. A con stitui ção de um fi chári o sistem ático é pr e- lIqueles cláss icos, ou que ao men os são reconhecidos co mo tais pela pr ol'i
ci amente o que torna poss ível um a verific ação des se tipo. ':10. to caso do material conceitual, das diversas técn icas de investi~a~':Io.
los métodos de medi ção etc. Há outr os, que não são menos im porranl ' ,
I\\:IS so bre os qu ais no s interrogam os m ais r aram ente, s e ja porque sã olJ j '111
8. Chego enfim ao meu últim o ponto , Ev e ntualmente c ausou es pan to I, uma es pécie d e conven ção tácita, se ja por que, mais simplesmente, .11 111 "
nstatar que alguns - não tod os, nem mesmo a maioria - do s micro-histo- , 'm óbvios. to caso das formas argum entativas, dos modos de en un 'Ia ':10,
riadores italian os às vezes recorriam a pr ocedim entos de ex posição, até mes- d:ls modalidades da citação, do uso da metáfora e, e m geral, das man ira~ d,
n O a técnica s narr ativas que con tr astavam com as maneiras de e screv er ',' 'rever a histór ia. Tocamo s aqui num conjunt o extrema mente vaslO di'
habituais da corpor ação hi storiador a, Foi ass im no c a so de O queijo e os ver- ! lI ) blemas que irr om pem ho je de maneira selvagem, ou pelo menos I ','(li
m s de Cado Ginzbur g, co mposto como um inqu érito judici al (ao quadr ado, dcnada, nas pr eoc upações dos historiadores. 27 Durante mui to tempo, " ,I
j:í que o livro se base ia esse ncialmente n os documentos d os dois pr ocessos 11 11'stões pareceram nem mesmo deve r constituir matéria de intel~ro p;aç: o,,
do moleir
I li'1'0 o F
dclla Menocchi
rancesca, o dopermes
ant emo o San
aut orto, Ofíci o) ; emdeseguid
concebido ssa vez de oEnquête
a, com um a intri-
SUl' / I

d,'~l'funira trdaabalho
históriacientífico.
er a espontane
Quantoamente
m ais elapensesada comocientífi
tornava o formul
ca, am) '~1,1I(I
c ons 'qíh'1I
/,11policial (anun ciada de~de o títul o), com seu s tateament os, se us fr acassos , 11'11\'nte menos o pr o blema se co locava . A massa do material anexa 10 do
.. '\lS lances teatrais cuid adosa mente distribuíd os; de Le pouvoir au viJ1age, d()( 'llmentos, e a seg uir, c ada vez mais, de um arsenal em constanl' 'I', ( I
dl' ;iovanni Levi, em qu e a pesqu isa hist óric a se torn a seu pr ó prio espel ho 111('ntOele séries, de tabela s, de gráficos, ele mapas - p arecia garantir :I 111
I" II,:[\S.~ um a composição em abi smo; ou, recent emente , cio bel o li vro de Sa- 11'1'~lionável o bjetividade do enunciado e fazia crer que ele eril o 1'1111111
hin 1 Loriga so br e o exé rcito pi emont ês no século XV III, cujo model o ex plí- li" " " v ,I (ou, ao me nos, o mais próximo do enun ciado pe~fei.to). ~h_'/-',:1V \I ,
,iI (I o do Rashomon ja ponês.
~
26 I' ',il\\ :1 esquecer que mesmo uma sé rie de pr eço s co nstitui ur na jOl'l\\:I til
I~sta mos, portanto, diante de escolh as ex plícitas de formas de escrit a, 1IIIIIIi va - ela organiza o tempo, pr oduz um a forma de repr esenl':lç: () I

11 ) ~ 'nl i 10 am plo cio term o. Como dar conta delas? No tem os, para começar, 11'1' lima n ção tão com plex a co mo a de "co njunt~lr a", .tão pr e~tigia \1111:1111
1111' n: o . a prim eir a vez que hi storiadores "acadêmicos" utili zam recur sos li- \'1110'r :lf ia frances a dos Annales, englo ba em seu II1tenor, II1dlSSO !l, 'IIIH 11II
I '1'. rios. em remon tar até as grand es obr as da historiografia rom ântica do sé- 1'I',lldos, 11m m étoclo de análise, urn a hi pótese interpr etativa e Ill1l;1l I\till 1i I
('1110 / IX , pensemos, entr e muit as out ras p ertencent es à produção do séc ulo di 11 111 '1':11'.

, " no Frédéric IIde Kant orowicz, ou no César de Carco pino (es crito no ní- 1)' maneir a mais clifusa ainda, a esc rita da história s - I -r'lill, '1111
v ,I hs fontes antigas), o u na biografia de Arnaldo da Br esc ia por Arsenio 111111,''lll)1r' O sa b r, ao modelo clássico do rom ance, c ujo aUIOI'-(1I/',\\1I11tidll
1"I'III~()ni,n o Retour de l\1areiJJGuerre de Natalie Zemon Davis. Por outro la- 111111 '(" lomina so beranamclitc os personagens, suas inl '11<;(I','" II11
do, 'omo cod s sa bemos, co nstantemente utili zamos - de maneir a consci- I I ( " t' "'IIS ti 'stinos; ac nteceu mesmo, co mo sa bemos, Ic S' 1 '1I1 l11111'
'1\1 ' 011 não - procedimentos retórieo s destinados a pr oduzir efeitos ele I11I 1111\' n '1'0 'om o OlltrO. Mas há muito tempo que o romllll " 1111 11\011,
I ':dida I " a mostr ar que mesmo que nós, historiador e " não tenhamo eS ta- lI, dI l'I'(HI~I, IlIsil 011 J oy' " slla escrita n10 I arou d' x p 'rim 'lIt:1I 1,(111111
do I " ,~ -nl 's, podemos arancir qu e as 'oisas e fetivamente s<..:passarnm o- 1111\,t'L ( :011\:t1 "llnl :lIr:lSO, li 's 'rir" históri a faz o m 'sn n. N: o 'de hOI(' '1 11
111 0II~ 'onCamos. o m s micro-historiadores, o pr o blem'~ m' par' " '()IHII- I
I1 10111 ' '0\1 :1 r~I",- 10. I,-1111r 'mos um 'x 'mpln <111<"m : 'r' "ria \llll:1 (11\,111I
d(l ~ 'I' I' Olllr a natllr '7.<1.A blls a d' lima f r ma não ~lá flln I am 'nwlm 'nl . 11"1111111\',11:no (' "Içl)l , livro I' F '1'11:111 1 nr:1I1 I 'I, 1., 1/ I {(/if C 1'1 11(' • ,( I (I

1I1',\ldll:1 111 11:\.~ 'olha 'Si ,t i -a (rn 'slYlO <1"' 'S:;;I 's 'olha 11:() 'SI · .ill i111 ~'1\1 ' ,
1,;11II H' plll\' " ~ 'r 11111'~ d' Ol'd '111h '1II'r~ti '
li, , i..~() d' dO II,' 11\1111'illl~. 1';111
'I \1 111111111
~ • lil 111111 1":lillllIlI I) (:lill'lIl11(: '11/, 1111''11111
1I1IIII~ 11111(111111111'11 Ijlll 11

I'11ti til 11111


IIi 1 i111 1 1 1'111I111111 111 11'" I1111I111 I,ti 111 111 1".1 I, (1111.1I 'I .'11 "" I I111
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1'1111~lllItllI, 11)111
I 1111111111 11111\I I li\' 1'11 ,II)/HO
1 1) ind - méditerranéen à l'époque de Philippe II (1949), de sde o início se po~ ição ex istentes. Um do s efeito s da passag em para o "mi cr o" é t rall~frll
llpOI tou a utilização o riginal de u ma tripl a tem poralida de que or ganiza as IlIar, por exe mplo , a natureza da inform ação e a relação que o histOriat !OI
li' 's grandes partes do tex to. Seria co mp letam ente iconoclasta ver aí um a Il\antém com ela. G. Le vi gos ta de co mparar seu tr a balho com o da hero Ila
1 -nt'ltiva de narrar, a partir d e três pont os de vista, em tr ês registros, a partir ti' lima no vela de Henry J ame s intitulad a In th e cage: teleg raf ista tran 'adll
I ' tr(;s sistemas de regra s diferent es, um a mesma hi stória, ex plo did a entre II!'rtS de seu guichê, el a rec onstrói o mu nd o exterior a p artir d as migalhas d
,'uas narrativas e de pois reco mp osta? O prob lem a merece em t od o cas o ser illrorma ção qu e receb e a fim de tr ansmitir. Ela n ã o as esco lhe, mas tem lIll '
'010 a \0. O que talvez tenh a mu dado di ante d os nossos olh os é que a rela- pro uzir int eligibilid ade a p artir d elas. Ma s a par á bol a tem limit es qu 'illl
ç, O entre uma form a de ex posição e um conteú do de co nheciment o se tor- \lortante marcar: pois o que distingue o historiad or da teleg raf ista de .l~Il' "
nou o b jeto de uma interr ogaçã o ex plí cit a. I' qll ,sendo t ão desmu niciado qu anto el a, ele sa be que a sua inf orma ç: o (
Nessa evolu ção, os micro-hi storiad ores d esemp enham um pap el cen - IlIllll escolha dentro d a realid ade que l he é impo sta, à qual ele acres l1la t.
11':11 porq ue consid eram que um a esc olh a narrativa deco rre d a ex periment a- li IS pró prias esc olh as. De ssa s éri e de vieses s ucess ivo s, ele pode tentar 111'
" O histórica tanto qu anto os pró prios procedim entos da pesqu isa. Os do is ti iI ()' ef eitos, e tirar deles as necessá rias co nseqüênc ias.
aSI - tOS na verda de prati cament e não podem ser di ssociados. A inven ção De toda form a, vista de muit o pert o, a im agem nã o é f ácil de L I . ·i 1'111
d . lIm modo de ex posição não p r odu z a penas ef eitos d e conh ecim ento. Ela 11I1(,IP te. Ne ssa profusão de detalh es, o que é e o que não é im porcalll .? ()
'ol1tri bui ex plicitam ente para a pr odução de um certo tipo d e inteli gibilid a- Id~I!ori:ldor se vê ent ão, par a passar de Henry Jam es a St endhal, na posiç, o dI
d - 'm condições ex perim entai s definid as. A f orm a do inquérit o adquir e hd)d 'io na batalha de W aterloo, na Carwxa de Parma: da grand hisl lIill
IIq lli l d o seu sentido : ela assoc ia o leit or ao tra bal ho do historiador, à pro- Itil imp lesmente da história - ele só con seg ue perce ber a desord 'm. ;. I/I
IIJIÇ: f ) do seu o b jeto de e s tud o. Ma s ela não é a única: o rec ente livro de R o- \'1 ~ . int rrog ou, na a bertur a de seu livro, "so bre o que é e so b r o lIll ' Iltll
I>t'I'IO Za p peri so bre Annibale Carracci mostra, p or int ermédi o do itiner ário 111 \lol'lllnt quand o se es creve uma biografia".30 Na organização I' S 'li I ,,11,1,
do,' I r s arracci, os dois irm ãos e o prim o, tod os os tr ês env olvido s no ofí- IIIIH 'III'OIl em seg uida a composição mais ad equada para dar 'ont':1 d' 1111\ 11V I
'jo dll r>intura em Bolonha na se gun da metade do séc ulo XVI, o que pode d \,.1 10 'ura Giovan Battista Croce, que só conhecem s por Ira 'Ill 'rllO, I
" '1':1 -x p 'rimentação no gênero que a parentem ente se pres ta men os a e la: a llill ,') a Iluir e se ntido por sua inserção numa séri d 'onl 'XIOS dç 1'1'1'1 11
i>io 'l':lria.2R 1 li' l's 'ontínu os. A escolha de um modelo narrativo - 011 , III ti, "111111 1 1I
pro blema es tá hoj e colo cado no nível d o "micro". Nada imp ede, é 11•• positivo - é tam bém a escolha de um mo 10 I, '0111 1 'l'il\W lllll, NI I I
'\lIro, IUC se ja colocado em o utros nív eis, em outra s dim ensões da pesqui sa 1 IlI ido, não - indif erente que tenham si 10 v -lhos f I1 '1'0,' lti, IlI"ll)',1 lill li'
hisl lri 'a, como o exemp lo de Fern and Braudel aca ba de no s lembrar .29 Nã o 1 I 1111 1',1lICill, O r -lat do acontec im entO - '111 ' S' 101'11111111 11, dI 11111 11ill 1"1 111
roi 'ontu 10 por acaso que algum as o bras da micro-hi stória desem penharam I' II!.I, lIhj '10 <.I'sse tipo de ex p rin cnra': o. 1';11\ ,11 ,1 111111111 Ii Id lllllll d I I1
111 11 pa pel determinante no surgim ento de ssa preoc u paç ão nova (ou mais I I tle,'gns!:a los , por que não liz '.10, (I'HlSC 11 1111I 11 1 111111I1I ri 1111111I1111
'XII!:aITlentc renovad a). A mu dança de esc ala dese mp enhou, com o já se dis- 1:1 111, (' sllf i ,i -nt' sal cr tudo sol r' 11I1 I IW I,'llIlIlIl',1 11\, dll 11I li I 11111 1111 11 I
.. " () I a pcl de um estrangement, no sentido dos semióticos: de um estranha- 111 IIIOlt ',011 so br~ III a nt "im '1\1 0, '11\ IIIdll li ' I II I1 I" 1111 ,1111 I 111111
j

111'1110 -m relaçã o às categorias de análise e aos modelos int er pretativos do 1"11 1111 \()~, os jornalistaS onl 'Ji1POI,II11'II', « 1111 111 11111 1111 1111111 [ 11 11 11 '1" 1 11 I
di,' '1II 'SO histOriográf ico domin ante; mas tamb ém em relação às f ormas de ex - "" dI! 11"' os hiSlOria 101''s; is, o 11.\ll 11111 111111 11111 IIII11 11 11 11. 111 11111
tllI 11I W•. 1 \1 1"" 1i hill)'niÍ'i:1 011 o I '11 111 dI! 111111111 I 111 1 11111d, 111111111111111 ,111
11"1 111' JlIII"", o pllp 'I ti - 111 1111 (' \l 'li 11 1i I Iillllll I '1"1 1I 11111 111111111111 111
'11Holl 'rio Z:l pp -ri, Alltli/):I1' ar m ·c i. R icm ro (/i ar cisr a da !!i IVUtl . ('Ibrillf >, Ein lllldi, 11111 ! i('(I,' ('I:,\,','i 'o,' d ,i \111111 d1( 1'1 111111111111111 ,'1111 1 1 111 I I 11 I II I I
II)HI) • IIlf 11 I'IHIí' 1'1Ií','I '111 ti
plll 1('1111111 1111 1.1'1111, 1111 1111\11 11\1, 1111\ 1111111111 11
•"1 1':1' ilo j' '~l. ('010 'lido 1111F r:1I1~':1110 II(V ,I dll ilisl ria 1111'iol1l1l 111111\11 '~\'111i1d Tidi 111' I ,'I, IHlI Ilip(lI\" " 11'1111111'1,1111 11 I 11111 \ 111 I I 11111II1 IIIiI dll I', 111111
dlllll '111 ' 11111('1'0
Ili, I lil'll, 1\11',IIII1I1~ h:r1i~,:ISpoli '11' ~'I' \'III'Ollllldll" 1111\. 1111' 1',11 i I c ", 1,
I 11I1I!iIlIJÍlliltil' til' 111 1111Itl,illlIll 11 1 II I I 111 111 1111 111 111111 111 1111111111 ,I di
I{ \I 1 \'dll" PI (,('lIlllioll, ill/l is lo it"(/('/u /'I/I/,('r '.I .I, '/I'S I'II('(·/II//I\,l/i,\ 1\lllill,,' ,r il , 11 H I)) ,
I' (I '· 1 ; I, , 1'(111111 111111,1111I', NOI I, :0111 1;1'11 1 'I'dll 1'''i'IIIIOI di 1 1 111111' , 111I', NIIIII
(I ri" 1 1 "/1//\ 111/11"'1111 11 1 1 1 I '\1"'1111 1'(',I ,'nnl/ll\I'( )11/1/1/'I 1\111 1,(lIIIII/ll IlId, 1 1 1')' ,
I' 1I \'
\'1 ic,:,() com base na ev idência, o encadeamento d as causas e dos efeitos etc.
qllC acontece co m os objetos que o historiador se atribui?3!
Eles se tornam objetos problemáticos
. Uma experiência biográfica, a
10 pa Ire Croce ou a do pintor Annibale Carracci, pode assim ser relida como
11111 onjunto de tentativas, de escolhas, de tomadas de posição diante da in-
Da mic r o- histó ria a u ma
, 'rI' 'za. Ela não é mais pensável apenas sob a forma da necessidade - esta
vi 1 : \ existiu e a morte a transformou em destino -, mas como um campo d e a n tro polog ia crítica*
po~~ibilidades entre as quais o ator histórico teve de escolher. Um aconteci-
III ")to coletivo, um motim, por ex emplo, deixa de se r um o bjeto opaco (uma
,'illlpl 's lesordem) ou, ao contrário, sobreinterpreta
do (o acidente insign ifi-
('111" " mas na verdade sobrecarregado d e significação implícita): podemos
1 'Il[c\r mostrar como, na desordem, os atores sociais inventam um s entido do
IJ lI:II tomam simultaneamente consciência. A escolha de um modo de ex posi-
,'lio p<trci ipa aqui da construção do o bjeto e d e sua interpretação.
rVlas, volto a insistir, os privilégios da análise microssocial não me pa-
1('(' '
fl) intocáveis. Eles hoje se apóiam no fato de que estamos acostumados "Quanto ao serviço de mesa, era elegante e de um perfeito bom 1!,()~lO.( :il
'H'1l1 di~ 'ussão com a macroanálise. Mas não existe nenhuma razão de princí- da utensílio, colher, garfo, faca, prato, trazia uma inicial cerca Ia I (lI' 1111111
di
pio para afirmar que os problemas nar rativos-cognitivos que acabamos de visa em exergo, cujo fac-símile exato era: Afóvel no elemento /11 Iv('I.',1
IIH'Il :ionar não possam vir a ser colocados no nível macro-histórico. Vinte
1I1(), IlIrrts, a new economic hiswry não foi pioneira ao introduzir de maneira A antropologia e a sociologia se co nstituíram, na s 'gllntlll 11\'111111'1111
1ll'iOll:t1, 'ontrolável, o uso de hipóteses contrafactuais na análise histórica? século XIX, libertando-se progressivamente cio domínio I a hi~t lri:l. 1 111II II 1

rvlili.' do que uma escala, é novamente a variação de escala que apar ece aqui r'l.ncia às ciências da natureza, essas disciplinas ostent:al'i1m li llll\hi\,'i 0111' J 1111
('OlllO I'lIn lan,ental. Os historiadores se dão conta disso hoje, mas não são os por leis gerais do comportamento d o homem 'm S() ,i 'dad', '111101 I I11
111lil'OS. Em 1966, Michelangelo Antonioni contou em Blow up a história, I rimeiros modelos explicativos, o evolucionismo S() 'ial' (I di!'1l i()lIi 11111,II
ill,'pirada numa novela de Jul io Cortázar, de um fotógrafo londrino que por t 'nham dedicado a reconstituir as etapas da hisl )ria lIil 11tllltllliÍII 111 , l'tll 111
\VII,'() rcgistrou em seu filme uma cena da qual é testemunha. A cena é in- França, com Durkheim,2 que a sociologi<1 '()1l1 'ÇOIl, IllliÍ 1\11d/ ,11 I di 11111
('llIllpr 'cnsível para ele, seus detalhes não s ão coerentes. Intrigado, ele am -
plia :IS ima lens (é o sentido do título) até que um detalhe invisível o co loca
11I1I)ist:l Ic uma outra leitura do co njunto.32 A variação de escala lhe permi- 1 111111IJ IIdl'i I1 1111IIIIJ lII '"
I ill pll~sar de uma história para outra (e, por que não, para várias outras). Es- o .:ru-histÓrin/mi 'rosso 'iLI1" '11()I\!rII,i"" 11(11"li '1"1 1 (, \ I 1 111" 11/11111,111I
"I
11111)11lh·'Mi<
lil ~ I:Hobém a lição que nos sugere a micro-história. .1'1111nll~in, hrisrianl: Bnllg -rol, .1':111 :h 'til I1I1 ,1\111111111('11 \111 IIi 1111'1 1'1 11111
r"III\II';" ; o d 'lil:l', J \lli<,;h'l NII ·pl:ls. Mkh I 1'11111111
, 111111
I 1111 'di 111I 1 hlll 111I \ 11111I
1'(lill, obS'I'V:IÇÕ'ssübl'l:IISll'im'il':I'vt'1 11 "111 11,111"1111 '111111111111 111111111111111 111
(111' I ')(10; 1'" 'SI Ol1SClbilidlld' I -101111('111111 ( 111 111(1',1 ,11111I til! 111,111111 1111111\1I1
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'illr dess es grand es afre sco s, afirma nd o qu e o fat o soci al, em sua es pecif ici- cio lóg ica e o qu e ce rto s antro pól ogos go stam de cham ar de d in âmica sO 'ild,
dll I " escapav a às limi t ações do t em po e n ão po dia assim ser co nfun dido ou de so ciologia di acrânic a, ou de estudo d a mudan ça social, ou de anrtli.' •
'om um fato históri co. Na antr o po log ia, a ruptur a foi ai nd a m ais radical de pro cesso. Al iás, num s entido am pl o, eu di ria qu e a antrop ologia so 'inl ' I
qll(lndo Ra dcliffe-Br ow n e Ma lin owski o pu ser am à expli caç ão hi stóric a a história são do is ramos da ciência soc ial ou dos es tud os so ciai s". 6 Po r ess ' ':1
análisc f uncional e sin crânic a que atribuí a a dive rsid ade das soc ied ades con- minh o enve redariam, na Euro pa, pesq uisadores como Ge orges B alar di 'I,'
'r 'tas , entendida s com o totalid ades , a prin cípi os ge rais e pe rm anentes : a Pie rre Bo urdieu 8 e, mais tarde, Jack Go ody,9 que reivindi cariam, c ada unI \
'(l 'são social, a satisf ação da s n ecess idades biol óg icas, sua maneira, a necess id ade de nã o se parar a antrop olog ia da hi stória das 11\11
Sem dese mboc ar numa r eflexão t ão gener alizante, a históri a, por seu danças soc iais. Na históri a, f oi no fi m dos an os 70 qu e se desenvo lvc ram 111\
Ia 10, viveu na m esma é po ca um mo vim ento comp aráv el, quando Simi and 3 Itá lia, p or um a r enovação das ori en tações d e pesqui sa batiz ada de "mi '10
'ri, i ou o es tud o das sin gularid ades institucionai s, dos acon tec iment os políti- história,,,lO as críti cas mais elab oradas à ênf ase dad a ao tem po longo ' I,'
'os ' los personagen s mais marcantes de um a é poca. O int eress e pelo coti- "me ntalida des". Se o jog o de in f luências rec ípr ocas qu e liga em pa l'l' :1
di~lno, pelo numero so e pela longa du ração - credo da esco la dos AnnaJes av entur a da esco la dos AnnaJes à da antro polog ia estrutur al deu lugar a 11l(i1
abriu caminh o para um a aprox im ação e ntre a histó ria e a antr o pologia. O tiplos co mentários,11 a av aliação das dif erenças e ntre essa a ntrop olog ia '.1

id lio onhece u seu s melhore s dias após a 11 Gu erra Mundi al com o des en - micro -história n ão suscitou o mesmo i nter esse.

vo lvimcnto con jun to


dlls luas disc iplinas ,
da históri a e da ant ro po logia
quando a l on ga dur ação se eterni zou
estruturais. O a,en controper-
na estrutur O parado xo , qu e o p r esente t ex to go st aria de aj ud ar a d elin ear c a SIII H'
rar, é co ntud o no mínim o surpreen de nte: a antro pol ogia - qu e em prin ' I io,
111;ln 'ccu contud o pro blemáti co. Ass im , às refle xões de Br audel sob re a "his- por me io do t raba lho de ca mp o, se dedica a co mp ree nder seus c nt 'I1\P OI ,I
, )ria in 'onsciente" e o " temp o es trutur al", co ncessões teóricas extremas qu e n 'os tal como eles ag em e se ex prime m em un iver sos sociais e cu I tu ra i s " I\(
I hist ria pode ria faz er à antrop ologia,4 res ponderia a lacânica argume ntação ,{f i ~s _ vo lta com grande fre qüênc ia seu olhar para além das r 'alid Id ('
d - I,'vi- trauss: pr 'sentes, a fim de recons truir a s soc iedades (e nq uanto as o bserva "ao vi I)"
011 le repe nsar pro ble m as filosófi cos g erai s; enq uanto isso , a mi ro-hi,'1 )I; "
Na medida em que a hist ória as pir a à signific ação, ela se co ndena a esco - privada de qualquer exp eriência vivida do s f atos, proc ura por s LI Ia 10, ('0111
lher regiões, é poc as, g rup os de homens e indi vídu os dentro desses g rup os, Ilnla grande p reoc upação de "rea lismo", res tituir a contem pora~ 1 ~idad' tllI
. a fazê-Ios des taca rem- se, co mo f iguras desco ntínu as, de um co ntínuo passado cm tod a a su a s ingularid ade, dese nvo lvendo um cO lllp aratlvlSI\lO ('1111
que po de a penas se rvir como pano de fundo. 5 1I0la 10 e , poder-se-ia dizer, co ncreto . Não sub est im o as dif iculdad 's fi IIt' 1 1111
('1 (l-h isrória po de levantar ou encontrar, ou até mes mo suas fraq li "/,a,; 111\ ,
ti ,i \11 10 aos historiado res o cuida do de dese nvo lverem eles n 'snw , ,111 11
Mas os estrutur alismo s antro po lóg ico e histórico, qu er proc urass em
Idillr-s -, q ler procurasse m distinguir- se, log o se riam desca rtados, sem q ue a
11Ii', () ross dada a nenhu m dos do is,
I,I':. I,:, I':vllns-Pri tchard, I\nthro pologic cc hiscoirc, in Les ;Jnchr opolog ul,;s lil ' " / ' 1 11' ,-' /1 111 II I
Na antro pologia, já em 1961, Evan s-Pritchard anunciav a a necessida- lil /l'lil:iol1 (\'~ris, P F, 1974), p. 49-72 (I cel.: 1 961). .
d - d - um r - urso à história: " Não ve jo dif erença capital entre a história so- I (:1, (:, Hnlancli '1', ' 'o iologi' :I 'CIIC/lC c/c J'I\l/'iqllc noir c. Oynil/llJ(llIc c/'s 1'111111:
'/11111/\
111'1111
IX '11 /lIi-ir lll' '(;111'1':11' (1':lris, PUr:, 1955). ,
11 1 \11I1I1(1i'1I /l1{'<ri' 0 , S 'r,." 'rllrc.ç é '0I10Ilúr/III,;S cr
1 srru 'I'I/r's r Illpor'/1 -.'I (PilIIN, 1'1'1111111 1
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I I': , 'i111illlld, M 'cli dI.: hiscoriqu e ec s iencc sociak, J(l,;v//1,; \s'
I( O , 111/1111); ' I l',/I /\1('111'1I1:i1)orlll,ll
111 () '01111\. S:lYlId, I, 'rI 1'11-in '1Il '111'. 1,:1 'ris' c/ ' I'IIWIC'11Ir 111" /1/11Ii 1111
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" 'r vas em r elação a um a das importantes corrent es de pe nsamento d e sua dis- crevem . Ele se inspira, pa ra tanto, no "método indi ciário"ls utilizado no 111
'iplina, preferi tentar mos trard e que m aneira as i mpl icaçõe s a meu ver mais timo quartel do século XIX por Giov anni More lli. E~s e historiado~' da ,1111 <
1 " '11ndas da mi cro-hi stória pod em aliment ar uma cr ític a con strutiva da antro- conseguiu iden tificar os pi ntores de quadr os não assmados, ~ d lsclngllll ,I'
pologia tal como ela ainda é pr aticada, prin cipalm ente n a Fra nça, apesa r da o br as or iginais de s uas cóp ias, ao r ecuper ar, no nível dos motiVO n ,li, li II
o br a pioneira de Victor Turn er ,12 das pr o posições ( por certo amb íguas, cf . mos, aq uilo que, na maneir a de pintar do artista, devia-se mcnns :10 " II
;11 f m p. 64) de Clifford Gee rtz, dos tr abalhos da esco la dita "de Ma nchester " pertencime nto a es ta ou àquela esco la. Pa r a Mor elli (cuja ar?ume~r :l~ o 11 ,111
ou ain Ia das pesquisas fr ancesas que l evam em consider ação a redu ção ou a escapou a Fr eud), como m ais tarde para War bur g ou .Saxl, ~ pr~ ISO I1 1~1i11 1
I11l1dança de escala.13 das int enções d eclarada s do pintor e das suas referên Cias eStl1J stl as Inlllllf!
Os dese nvolvim entos m ais atuais d a antrop ologia podem ser estimul a- tas: sua ma neir a de desenhar um a orelha , um dedo ou um mü s ulo, (i , 11 11
los pela atenção mar cada que as pesqui sas dos mi cro-historiadore s têm da- tal' a cor ou de inserir em sua comp osição uma figur a enigmáti ti I 'Vi I1

(\n so br etudo às noções de contexto, de temp oralidad e, de escala e de vista como um sintoma de sua identidade e co mo uma alusão in 'ol1,'l'i 111 1
síll1 bolo; essas noções, r efer entes a um só temp o ao método e à teoria, pr o- ou velada a sistemas de re presentações s ituados muit o além das ar t " pl.l I1
vo 'am necessa riament e um per cur so epistemol ógico e m es pir al pel o qual se cas da época. Po r exe mpl o, comenta Ginzbur g, Sax l, e~ seus ~ eudo" '0111 I
VOIL:l à me sma quest ão mas tom ando-a num ou tr o nível ou so b um outro ân- a arte r enascentista, apela par a "a história política , a eg lptolog~a, a 11 111,11 1 111
"Ido, Para conduzir uma tal r ef lexão, b aseei-m e em ex emplos di versos , a fia do Cinquecento, par a resolver problem as que s ão sem pre <':lr .·lIn, ('111 11
1)laior parte dos quais foi tirad a das minh as pesqui sas no oeste rural d a Fran- precisos, mas que, uma vez resol vidos, entr am nu m contexto rn alO I, <I"( 1"
Çll so bretudo no su l d a Melan ésia (Nova Ca ledônia). deríamos c hamar(co ntanto que esse termo não evo que uma GCISf 's/~( "'('/I/ /1/1

o paca e a bstr ata) de história da cultur a" .16 Os s ignos p~ctóric s. ~ l 11'1 111I'I
(I

radigmas, ou se ja, mod elos-tipos declinados por analogia so b dtf OI',~'"I <' 111 1
mas de a co rdo com os regis tros em que podem apar ecer. Os pr illl('lIllll til
mic;o- história t r ansport ar am es se método p ara o d omíni o da his( )Ii:1 ,11I "ti
fatos apar enteme nte ba stante an edóticos Ihes permi tiram " °nl' '11(i1 I 11111 11
. . . ., I1 li,lll
"Todo testemu nho deveria satisf azer às con dições contr aditóri as de que realidade mais pr ofund a, imp ossíve l de atmgn de outr a m~ln 'I a .
:ltestemun ha saísse do grupo quando o bserva f atos sensív eis e en trasse ar esse o bjetivo impl ica fornece r-se os meios documentais m ·tO 111 101' ,11 1i

nova mente nele p ara r elatá-Ias." 14 de vincular um aco ntecime nto hi stórico s ingular a sistemas mlli,' :111111111'111
L 's de dados e de significações.
Assim, a partir d os docum entos do pr oces so de um mol'il(1 i,lltlllill
1\0 f azer da "análise com lupa de f atos cir cunscritos" uma d a s tarefas
I 'nunciado em 28 de setembr o de 1583 pela Inqui sição, u I' 1111 11'H III til
búsi 'as d'a micr o-história, Cado Ginzbur g des env olve uma preocup ação com
a 'usa ões de br uxaria, Ginzbur g desenvolveu uma pesquisa tIO Il~' 11 111I1 1 11
o I '1:i1he que pretende r emeter as pr o priedades de fen ômenos f ortemente
po m ,ticulosa e ex tensa so br e a velha cultur a eamp onesa d U'lI(i1 '111 II1 ti )
i'1(\ividualizados às car acterísticas gerais dos co njunt os nos quais eles se i ns-
histori:ldor conf ronta pa 1 avr a por pa I avra as d ec I ar a ço -es do "h 'r ,ti 'o" 111111 11
lIi 'o S an l'lla om os textos que inspir aram suas ref]exõ 's SO\)f II 11 111"111
o

do 11111n<,\l, 11V rdad ir a natur eza de risto ou as f alhas dó · 1 'r o, NII di' 1111
I (:1'.v. w, '.IlifI1 '1', Schism and continuiry in an African sociery. A swdy ofNdembu \/ilJage
'i:I 11 ' s 'para a I era Ias livr os li Ias I 10 moleir o' o o ne o{. 10 tln, (,)"dll'll
l'vllll\t'il 'SI' '1', l\lhinch(;stcr University Press, 1961).
1\ :il '1l1()S, li titlllo lk (;x(;mplo, G. ndominas, Nous :Jvons mangé 1a Forêe. Chronique
11
"'1111 "; 11 11.11. . II/II OII!! !!:/r , IlIIlIr s pl:lr t;:lIJx c/li \lit;r ·Nalll (Paris, Mcrcurc de Francc, 1957);
I., 1 \ '11101 ' I. "hlll'ard, ollvil/': IIn I,ill://!.· r r :/Il('i1i s (Paris, InSliwt d'Ethnol gic. I, (:, (:i,llllilll',' 'il'l1 '~, 11 .11''~, I'i~l'~:I.lrirw~ 1'IIIII(Ii'\III' 11· I'indi T,' 1 . ( : J ,/1111, Ii \ 1 1,
11'1111
1 1 I .\ : I', ''''i Ili.1Ili, , /l/,I/'i I!:C 1,~;!:,1I1 '. 1111' . ,/,tl/llll1i' ri' J1:'I1( 'lIill's ('hc% I's UIIII/S c/. flll- i'IH O , \ 1111 111111 11 \ /)'''11'', ('III/ilc 111(",111/1'(", /ul/llllllrl!';' I" h; ,'trI;IC (1\111 , I' ""11111 111 11 1",
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DA MICAO.H ISTÓRIA A U MA ANTAOPOLOGIA CRITICA

" I '~ Iq 11' le dá, vemo s af Iorar um pens am e nto específ ico: aquele que IllI m determina do mo mento coloca, em co nseqü ência, a qu es tão das s 'ltia,
IlId 'P '11 I 'l1temente da cultura letrada das classes domin antes) os c amp one- d' int erpre tação dos f enôm enos , A aná lise, de início des en vo lvida no o li·1
" d 's,'liV Iveram no deco rrer de séc ulos. Ta mb ém encontramos ves tígios da situação ma is sin gularizada no tem po e no espa ço, so licita a seg uir <11 1[1
1111 1, v 'IS des se pensamen to nas declarações do s benandanti, ald eões do nor- dros ex plica tivo s menos dir etamente ex traídos do aco n teci.mento; ess s li!ltl
I Ia Idlia que, no fim d o séc ulo XV I, diziam comb ater, "pela f é cristã" e Ir(Js são a preendidos como patam ares sucessivos qu e con têm e tra balham a,
"JlOl' al110r da s c olheitas", grup os de f eiticeiros a serviço do diab o que tra- I 'alidades mais ínfim as. A micro-hi stória não rej eita portanto a hist ória g '11tI,
18
y.i IllI LI P nL hia. O discurso qu ase mili tante do s benandantÍ, assim como o Ill:IS introd uz a ela, tomando o cuid ado de distin guir os níveis d e int '1'(11 '
do IHol 'iro qu e pensav a, ext raía suas refe rências ( image ns, argum entos, pro- I I 'ao: o da situ ação vivida pe los atores, o das image ns e sím bo los qll' 'In
VIS) 10 fun do cultural reg ion al que a Inquisição est igmatizo u so b o este reó- dcionam, co nscie ntemente ou não, para se ex pli car e se justif icar , o d'ls '011
I i po ti' " bru xa ria s". R essa ltar sua preg nância sem p e rder de vista as di~ 'c 's históricas da exi s tênc ia dess as pes soa s na époea em qu e se us dis '11 1
illl 'I~'C 's ircunstanciais dos ac usados e de seus juízes ex ige, é c laro , um ,,os ' eus com portamentos fo ram obse rva dos. Essa s preca uçõe s in p '<I '11 1
d, ',' 10 pelas mutações próp rias do R enasc ime nto, pelo folclore e pela histó- 11ina 'omp ree nsão unívo ca e es ta belecem ext ratos de signific ação qu ', '111-
II I Ia:; r 'prese ntações . As sim , as batalhas noturna s dos benandantÍ, arm ados hor ll inter penetrand o-se, co nservam um a certa autonom ia estr utural.
dc' I amos le erva -d oce, pod em lemb rar o rit o no qu al, no c a mpo, o In ve rno o b muit os as pec tos, entre as dive rsas propos tas da micro-hisr )I'ia, I
1111' li a bam de ser aqui a po nta da s e res umida s int er pe lam os método,' '11'
'I I PeI "'s
po,' 'guido
' J 1V ns, cae daderroumtado delespe lorep res
Verão ao fin al umdea umdas duemasbatee staçõ
entando en trese dois
em lutgru-
a. ('HI' lrçns teó ricos da antro polog ia.
I\las a analogia permanece forma l, o bserva Ginz bu rg, na med ida em que "os .sem dúv ida, o tra balho de ca mp o2 0 não é o tra balho 0111 :Irqlli II ,
('(11\1 '(Ido s do dois ritos mos tram-se comp letamente difere ntes, Nas c o nten- 111:1,'a valorizaçã o da s exp ressões ma is hum ildes, ass im como das m"is (l I( 11
d.l.' '1111" o Inv erno e o Verão está sim bo lizada uma sucessão pacífi ca de e s - 111I)I'ias, le um a vida soc ial bem delimit ada é co mu m à abord:11!: '11) IlI i, 111
111'( ':; ma r ada pela in evitável vitória do Verão . Ao co ntrário, os co m bates Id'" lri 'li à etnog raf ia, a não ser por um a - fund amental - lil"r '11,'1: I
('1111 ' I 'n:1Il Iflnti e bru xas s ão en f rentamentos de des fec ho in cer to entre Illollowal'ias emológicas ditas "d e ga veta" du ra nt e mu ito t m po I'ol'alll p '1'1
PiO, p 'rida de e penúri a, uma luta verdadeira , mesmo q ue ela seja conduzida 1',Iri Ias por um id ea l de inventário ex austiv o qu e dev ia, "s n nado 01111111 "
'WI ',llIl 10 um ritual prec iso. Aqu i a o posição entre a es tação ve lha e a nova é IOl1l0 a 'onselhava Mauss),21 situar toda s as o bservaçõ 's 110 111','Jl)() plilllll
i iela I, n odo dram ático, como um a batalha qu e dec ide a sobr ev ivência H" d ' fato, nenh um paradigma organiza a litania I, lima '01 1111 'r li,' 00 1111
" I I1i omunl 'dac I"
111111rlll e. 1') Os benandantI "se alIm entavam, sem dú vid a, das iV11il11 ·iramente lin ea r das coisas vistas OLl ouvidas, (1orqll (' iIl11lIi('1111111II1
II Ielic; .~ '<lm l onesas e uro péias, mas as integravam a novas prát icas q ue co r- I li' Sllp C (; qu e "material" ass im c nstituf 10 Ili/(II, 1)(11 ,1111 JlIIIII'1I1 I JI '
I '~ pOIl li am aos pro blema s es pec íf ico s da sua époc a. A análise microssocio ló- 11111,o 'Oll jU I to da socieda le es tuclad:1, POS I 'riOllll '111(" c' I 'I 1I11 11i11111 1111, I
/',IC'\I, '()I110 se vê, permit e ca pta r os comp ortame ntos dit os "sim bólicos" em 111 li, ' 1 " 'orta a Iartir do ex teriol' 'I ma l rill 'I 1 1O/',I li I 111 I1 I " li li 11111"

I i1111'1 0111(l 'om pro blem,íticas soc iais particulares em seu devir, sem ref ~rên- I/',lli1 <lO llS 1 'li Ias Ias signifi caçõ ':; qll ' 111(' i'ill'II' lill
(ill~ I 11111hip otético f ec hamento do s sistemas. mi 'ro-história fi 'oncr:lrio, s' 1 ",lllId I di lili ll lill l '1"1 1I1 111 >11111
" li
N ~o a penas
a micro-história não se para os tes temu nhos, que um a 11I11'li, 1'11111:1 ma ssa do um nwl illdil 'l'lt'lItlllill I 11111111111111111' ti 1111di
i1 llll(itl r 'I)) mais a cav'~leiro poderia simp les mente co nsiderar co mo anedo- IllIriO : (;il l'l.IIII 'g, L 'vi, S 'IIS Jl)ltio, ('lilllI'IIIJ l li 11 I1 lil lll d, 11 1 d, 111 1111I11
111, dos IlIlí II'ipl05 on textos de qu e eles participam, Co mo ela cncontra 'ua 11 I I, ,'Iillltl 'c 's sO 'iais pr' 'i$:ls, ' (/,1 11 11 11111I 111" 11111111 ,'1111 ,11 I 11
I( /',il illlidlld ' lia r lação af irma Ia entre o "m i 1'0" e seu contexto. 1\ atenç: o lillll (' "dl', CIISl'aJl1", ( tI'lalll' vak 11\'11' 11111 ' di 11 tllIlll 11 11'" 1I \1 li, 1" 111
1111qllt' I(li 'I"rivam elic' dito, t I'O 'ado e leva do en 'onsid 'raçã o p 'Ic s am'I' s 1" 111111111'il '111I ,'lf illl'ios 'dlls IllOlivll!,' I' 11'1 1 "1111111, I11 hl 11/1111111111 \ 111111
111111(' 10 10,' (JlllIi, illll '()dll 'l., 1':111('1111 111111,li 111,1 j1""1 1I11 1 11111111111111'1111'11
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I'IH H I ' 'I~ l ~ltlll , 1I/II IIdtl'II/III IIW II/,11/ 1 1"11 1,1"11111'11/", 'IN ri11 I 11 1111"'11 /1/111/11
1 '1 1 1 ti ti ,i' I li, 1"11',, 11/111,1 I" '1111,I )1111 1 1111I1l, 1'11111
111 I homog eneidade do social sob a simp les ju staposição de su as ob servações 1 0 'ação de á rvores recém-cortadas sobre as ca sa s da s moç as (as árvores d '
()I 1<:1n i/,adas em cap ítulos, ela esm ag a os fatos, despoja-os de su a profun dida - 111I1io), o desloc am en to de ob jetos privad os usua is pa ra e spaços pú blicos' 11
ti .• le sua na tureza contraditória e, po r con segu in te, de t od a a su a din âm ica . ()I'ganização de u m ca rn aval e de ma nifestações op erárias cristali zam nlllll
!\. o bsc ura cla rez a de num ero sas mo nog raf ias , qu e às vez es con fer em 1\1 'smo conjun to, desde a Liberaçã o, práticas festivas de invers ão ext r 'tIIll
I 'nlJ)iri a um a estran ha beleza in versam en te prop orcion al à su a in teligibili- 111'nte antigas e os elem en tos de um a cu ltura po lítica reivin dic ativa m'lis r'
tllld " resulta essencialm en te de um a sistem ática extração do s da do s de seu "llte.2ú Em períodos de c rise social, é po ssível qu e esses cont ex tos enll' 'llI
("0111'· xto. O an trop ólog o Gr egory Ba teson ha via en tretan to assina lado tod o o 'lidos se se par em, rec up erem sua au ton om ia e até ent rem em co"nf r nw. /\,
prov 'ito que as ciên cias sociais poderiam tirar de u ma elaboração da n oç ão i111, a crise ideo lógica do sécu lo XVI, uma das área s privil egi ad as I S 'SIII
(I. 'ontex to pa ra fi ns he urístico s: "Para mim, tinh a-se torn ado claro qu e era dos micro-históricos, rev ela as contra dições en tre sistem as an t agô ni o,' I'
-,'s - f enôme no do contexto, assim co mo o fenô meno estreitamente liga do Il '1IS<lmento e a ma neira pela qu al a esqu em atiza çã o do s abá-tip o pcl s pro
10 s 'ntido (significação), qu e definia a linh a divisória en tre a ciên cia na I' ,'sos Ic bruxa ria tenta sup erá-Ias. O exa me da var iabilidad e dos ritos . dOI,
I " pçã 'clássica ' do t ermo e o tipo de c iência qu e eu t en tav a construir". 22 wl:llos ao longo do t em po revela-se ma is esclarece dor do qu e a' anális 's , 'i
11111':1l3ates on , as relações en tre os fatos ob servados e os diferentes contex tos 1I('qlli 'lls que, no fund o, pa rticipam da s li tu rgias qu e pr etendem ex pli '111,
tio,' I'l ais eles depend em devem ser a ntes en ten dida s co mo processos. 23 O que design amo s, pa ra u m per íod o determin ado, co mo "conl.' tO" I'
('0111 'xtO é iman en te às práticas, fa z parte delas. É portan to im possível pen- II111ilO lif erente do qu e se ent end e hab itual men t e por "c ultura", 0 \1 s 'jll, ('I
N .10 '11'1termo s de e strutu ra estática , Co mo a troca de i nforma çã o, a apren- (' liÍ poc"tico reserva tór io de r epr esent açõ es ordenadas que preex istiri:1 I,' I" 1
di~11 '111 ou a mo bilização
I da memó ria, ele nã o é cont ínu o nem coeren te na I t' I,' - . Ih s daria a priori sentido . O contexto ou a cultura n1íc) poli 'íll 1 I
(1111 '11<':10,mas ha bitado po r m últiplas contradições e fraturas intern as, Enf im , 1'11111'111li1 los com um quadro d e referências; dev e-se antes '()ml I" '11(1 111'1
v rios 'ontextos mu itas vezes an tinô mico s se en contra m cristaliza do s no pró- 111111011 111 'onjunt o de atitud es e de pensamentos dotad s de S\I:I I) ,j(' I !llll
pl io int 'rior dos com po rtam en tos do s atores. IlIi 11 11Is que um a situação pode mom entanea mente reunir no inl 'rio,' (i(- 111 11
Por exe mp lo, os rituais - ou , ao m en os, as práticas repertoriad as sob 111(' IIlO f'nôm no. Os micro-hi sto riadores pensam a ultura 'lI Slll\ 111 1\11111
I, ,'I I'Il brica - nu nca pa ra m de recom po r su a en cena çã o: eles tr az em pa r a I I1 ,'r '1:tçõ s sociais; ass im redefini da, "como a língua", ) bs 'I'VII C i1l'I,1lII 1 / '"
dI 1111'0 leia imag ens, gestos e discursos ca ra cterísticos de s itua ções e de é po - "1 ( IlIl o " " :, e ao indiví lu o um horizonte de p ssi bili 1 11I's !tIl '111 's 1111\\1
'I, <ii f 'r 'ntes mas que respon dem às nova s co ndições do mo mento . A fusão 111111 I1 'xfv 'I i nvisível onde ex ercer sua [ r6 pl'l<l., 11b '1'1:11 I I ' '0111I"11'1111\II", '7
dI- 'Oll!' 'Xt S de orige ns di stintas dentro d e um a prática ún ica dá a es ta últi- /\ 1Il1tro polo~ ia sem dúvida não insistiu I) h:l,'I:tlll ' 11(','1/I/ dillll 111111I
II\li IOlh a sua f orça evoca tiv a, No P erch e-Go uet, a festa de S ão Ma rcu con- l'"d ll"11 (i 'as' ontingentes Ia vida '111 so ,i -d I(it-, (), l'OIlIiIlIIIIIIIl 11111 I
('I'I\l1'l1 so b um mesmo protocolo, d esde mead os do s écu lo XIX, a dat a das II 11111 1\'il1c1n$ qll <': o tn610 o registrll Si () 'OIlIII <iO ('Xii I dlll lill til I 111
rI', (tiS Ia prim avera (l Q de mai o) e a devo ção solene a u m s anto qu e, como 111 11110 'OI1L nllO Ias r 'Ia 'õe s ele h á mliÍto (I'IIV Itlll1 Ililll li 1 11 llil '1li1 I1
1111(1111':1 Os r is de França (de Fili pe I a Cados X),24 cur a esc róful as. A pere- 111 (IVII 'illt 'rl'oga, /\s x p ri 'n 'ill$ 11l)llIll\i1 Idll'l til I 1I 111, 1111 illlllll
I',li 1111'I () t:ira dessa s so bre posições esse e xce dente de signifi cações q ue con- I I' ti, ,'111111'I () do mom '11l.0 ' do 1\11111 (111111dllilll 1111111111 1 111 I i11 I 1111
11'1(' I S Ira lições os meios de se perenizarem mes mo mudando con ·tante-
11111 qlll' I1 Ibor Ia' '111 'Ino "I'Mi 'li 'Olll 1111t i 1'111 "11l111i1l1 11l11 " I', Ir 1li 11111
11 1"11 1" ' I a m sma f orma, em lVJont bard, na Borgo nha, no lQ le maio, a c -
'1 1l' 11 n illl 's lOilll1 Ia s SII' 's,'ivlI,' I('/',i 1111111 1" 11I 1 " 1111 11 I I I li 11I 111II 1 I liI
1',111' I( li" I o .. ' '111':1í'.11I1 I '111, (',il 'I di lllil 111111111 111111111'11 111 1111 11'11
II 1'(11111'1' 'lI, \ o do 11\111'Iilll dI' 1'(' '1111 II 1'" "1 1 " 1 111111I 11111111111111,111
" (:, 1IIIlI'SOll, \I.'/'8 (/11• <colop;i' (/, I' 'sJlfil", I (P:His, S<.;llil, 1977 ), p. L.
'\ ,11 'IIS11,111(livitill, S lrll'nll", inll l):1I1 'nc', 01' -g ory (\:11 'son 'r I', '01- rl'IIIl~'lli," d' .'0-
1111111 1',",lII Y, W inl ill ('(1.), /1111'SIJIJ: Jl1' 'l/1i·/' </tll"tI'IIIJ!l1 I'i!IIt'(', :ollollll di' : 'I'i.'Y (1'lIris,
,'li lIiI, IIIHH , li, I. ,) 7(), '11 I' \VI 11II 1'11111('I ~,,,ti 1'11i 1'1 lIlI'll I1 1111111I, IIIIi li'" 11111111111111111 111111111li'11 ,k
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Irll'Ii/1 1'1 1I 1 / 1' 1I 1l 1 11'11 11'1111'11
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ti, I11 11111 11'1'''11 111111''1,IUml, JI 'lIH 'I /11I, /111/1//'1/11111i/'1l ~I\I'I/, I 111l'lllilll, 1:111 d I I I11 I , 1'111 /1
ll1;lneir a pela qual as coisas vistas e ouvidas - e o próprio etnólogo - es- geral, dos con flitos, aproxima a micro-história da e xpenencia etn ográ fi ':I,
O inseridas em si tuações. ~/las seria pre ciso que esta úl tima apresentasse, medindo ao mesmo t emi o a~
pes quisador de ca mp o partieipa da v ida dos gru pos que o acolhem listorções induzidas por se u tra balho de e scrivã, as falas indí genas em seu '11-
III 'nos como o senhor astuto da s ituação, que finge brincar de ín dio conser- 'adeamento efetivo tal como ele se desenvolve, por ex emp lo, atravé s le tlll1
Vlln 10 por ém, velada mas vig ilante, sua di stância científica, do q ue como o liálogo, de u ma discussão ou de u ma troca de di scursos oficiais, Lev ando '11\
p ': () muit o pouco precavido de uma par tida cujos lances o envolvem e mui - 'OIHa a lógica institucional que preside o registro dos en unciados (a d o tribll -
t:lS v 'zes o surpreendem. 28 A sociedade que acolhe faz da e stada do pe squi- 11:11 a, do poli cial, a do con fessor, a do etn ólogo etc.) , o esclarecimen t o do ~ 'lI
,'il 101' em seu se io um ac ontecimento que transcorre dentro do jogo do I ido imediato, para os locutores, das declarações trocadas constituiri a assinl o
IlH)1II nto, dentro da h istória local. Ass im, as falas e ações indígenas, que o prime iro círculo da a nálise, a partir do q ual outras interpretações se d es nvol.,
',n )grafo tende a considerar como "dados" independentes da sua pr esença v 'riam pelo al argamen to progressivo da noção de contexto de enun ciaç1o,
t' r 'eir ados sistematicamente de um e stoque supostamente finito de t radi- A sociologia, com Du rkheim, estabeleceu claramente que o s atos do,'
'( 's, são o r esultado mais vis ível de u m tra balho conjuntural de produção il1 livíduos e suas pa lavras assumem um sen tido objetivo se os r eco lo ',1I1l (lf i
d' 'f1uneiados e gestos, Por sua fo rma e seu conteúdo, o que é mostrado e
IIIIS posições que cada um ocupa de f ato na s ociedade. Dur kheim , IeJ i~ dI'
I i L O t ' , , pr ogressivame nte uma his tória, a dos lug ares e dos pap éis sucessi-
rVl:ir x, denunciou dessa forma a ideologia individualista e psic ológi a \lllt'
vosIllfIItri
11 1t 's",buíd os ao observador, e també m a das es tratégias retóricas dos "infor- Il" 'ga a autonomi a do s ujeito em rel ação a seu mei o social de o ri gem. :011 111
11\~rodo, essa vulgata determinista - que, em su a a cepção mais ger al, nlll1 ('I\
1\ mi cr o-história se apóia no e xame das rup turas, das inc oerências e
1'0i invalidada - leva o sociólogo a descrever todo esp aço social com o 11111, i,
d IS if 1 omp reensões que sur gem nos documen tos, conferindo uma i mpo rtân -
I{'III:I Iif erenciado de estatutos, chave interpretativa das a tua ções < .i. ,"11 ,
('ill 'onsi lerável às trocas verbais: "Devemos procurar nos ap oiar nos ra ro s
111'1lll >r os: as declarações de un s e de out ros são de fa to ent en lidas 'Olllll
('I,'OS 'm CJue a documentação tem um c aráter dialógico num sentido qu e
1II1I110S le vista que refletem experiências sociais do mun d o tão liv'I"/11II
11 o '() le um diál ogo forma l",29 Cado Ginzburg trata do século XV I italia-
II() , 'lII'ope u a partir de u ma lei tura minuciosa de a rquivos judiciais em qu e '1"11111 0 :I morfologia social é heterogênea e dividida em vá rio s su b 'on jlllllll,
<" li (l 'onsignadas as palavras dos inq uisidores e de s eus acusados, A s pes- 1111l1\ 1I1H,;nte' (classes, o rdens, cat egorias, estratos etc ,).
SOII~ 'nvolvi Ias são nomeadas e situadas de m odo b astante preciso na ép oca Um tal o bjetivismo tem o mérito, como esp erava Dur kh 'illl, ti'
('111 (111' agir am e falaram. Ginzburg reconstitui a história das si tuações suces- "( ~ p I,I 'ar os f'atos sociais . ' por outros fato ' s socIaIs'. ,,11 e de a pr een I 'r O ~,' pll '11
, i VII~ I, in terlocução por me io d as quais os pr oces sos particulares de bru xa- IH'ilr ill: () 'omo um continuum uniform e, mas p or i nt ermédio das SII;I~ 1I11 i1'11
Ii I I'oram ur didos e deixaram vestígios no s arquivo s. 111'I I',', 1,:1, :lpr esenta contudo o inconveniente d e toda teoria Ias '01'1\', IHIII
;on.o r ess alta Levi, "toda ação soci al é vista com o o r esultado de ullla di I\('i I,': 'I,IS n~() a juda m a entender nem o encadeamento hisl ll'i('o 1111
1I1'/(O'i:1 ':Io in lividu al constante, de uma manipul ação, de esco lhas e de de i- 1IIII1II'IlIl11;l(VÕ's sn 'iais nem o papel singular que nele pode les 'mp '1,11 111I'H
',' lillnt' d um a r ealidad e normativa que, emb ora oni presente, nem por is- d" iiltliv d\lo, 1 \. lif i 'ul Li le só pode ser superada pelo r ecur so ~s II()\' lI', til
',0 l,i ':1 I,of -r ecer ampl as possibilid ades às interpr etaçõe e às li bcr dad 's I IIIII'/',i" ' I· tra j ,t6ri;l, que restituem a margem de manol r a los ;lIOll'li (
Ill', '~()" is" ,:\0 f ato le insisti r nas palavr as pr of eridas (em letri mentO Ias '(l- 111Illlilt'lll Il' 'onstrtlir s 'U senti In. Nessa me li Ia, os enun 'ia<.ios <I"L' li P '/
1I1 '111 (jrios I,se 'unda mão so br e os fatos) e de pôr em leswC jul. : atos I, lill- 11"1 I pOI 1'1111-' vistas r ' 'olhe r eferen.-se aos gru p S los qU;lis os IOI'I\(llIl 'I
/',111)((,'111no interior los processos, dos interr o r atórios e, Ic um: ,! mal) 'ir a ,li 1 IIIL'lllill(),' , I' 'v ·Iilni os pr o j 'cos, ,IS esperanças e as ele '''S i( 's P()l' IIl('ill
1111111 11d,' ri ','~ ' '11 '(1I1Ir :lni ins 'rir os nlll 11a hisr6ri:1 sen I r' '1 11 111 (11'!ll\,
' 'I III
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Os K anak do centro d a Grand e Terr a distinguem as "pess oas co- I ipo de narrativa, a a ntigüidade se co nfund e com a pr ópria or igem do J1\lIIl.
muns" dos "nobres ", eles pr óprios divi didos em du as c ategorias: os repre- do, Uma retóric a do exa gero permi t e ao narr ador fazer de seu ancest ral O :111
S 'ntantes do grupo de par entesco e/ ou do t erritório ( os "chef es") e os 1'(','lr al de toda a humanida de e, dessa forma, asseg ur ar sua p osiçJo ti'
rundado res dos esp aços ocup ados (os "se nhor es da terr a"). Os "chefes" são 11111lador do c lã ou do lu gar . O simpl es ato de tomar da palavra par a narr :lr o
or iginariamente e xteriores ao te rritório do qual constituem o embl ema vivo IIp:lr 'cimento do mund o, a fa tur a do texto e o jogo de imagens que el' 'xi
quando os se nhor es da terra n ele os acolhem e os instalam. Ess e sistema de lI(' sistematizam alusões que corr em to das elas na direção de um único ohj ,
duas ca beças não é destituído de tensões : o ch efe depen de da boa vo ntade 1I o: lizer o dir eito da linh agem ao es tatuto de senh or da terr a e, por ll1 'io
ele seus anfitri ões, qu e podem s er tenta dos, em caso de dese ntendim ento, a d ','x' ato de dizer, esfor çar-se par a impô-l o. O enun ciado pr etende scr ,ri
Ihc lembr ar suas ori gens estr angeiras , dese stabili zando assim a le gitimidad e 111/,; :Iquele que o profer e conta p ersuadir s eus ouvint es da su a validad '. I': (~
que no passa do lhe ti nham c onferid o. Pa ra prevenir ess a am e aça sempre l a- jllov:~vel que, a seu ver , a narração diante do gravado r de u m europ 'li ali
tente, os "chef es" desenvolvem estratégias de enr aizamento, entr e as quai s 111'111 " com as chances de publi cidade da fala (esc uta, publicação ), o pod 'I
a relativização de sua qualidade de imigr ados tem um p a pel esse ncial. En- di i 11n uência da narr ativa.
I Janto um relato de sua che gada como seres vind os de um território longín-
Par a além dess e caso e specífico, os e nunci ados, de modo g ral, 11 11
quo "num turbilhão de vent o" sublinha va que eles d eviam tud o a seus
111111'111 ser confinados a penas dentr o das posições ou tra jetórias dos 10 '111o
anfitriões , uma outr a história n os foi contada cer c a de 10 anos dep ois: nel a o
"chef e" mora bem p erto de seu lugar d e residên cia atual, qu e ele passa a in- 11 , I~ ;
patente que eles t ambém a br em, ao entrar em comuni cação uns '(1111
11 IlIII ros, es paços se mânti cos , e por tanto soc iais, cuja estrutur a c tOnalidildl
ccg rar não mais com o um guerr eir o celeste e selvage m que vive da caç a, mas
11111 'o!lstituem uma có pia exa ta daq ueles que os pr ece deram. m d(l id I,
'omo um horticult or pr evenid o que tr az co nsigo inhames. Co m isso, os "c he-
, IlIlllinuidade da re alidade soc ial é assegurada por atos de linguag '111, lI\d'
f es" pretendem fazer valer sua antigüidade relativa e se c o locar pr ogressiva-
mente na categoria dos autóctones ou "senh ores da terr a", a ponto, por I JlI~lilm 'nte porque nun ca são ga rantid os, porqu e detê m a capa idlld' di
I 11111 0lis por de vá rias maneiras dif erentes e de interpelar de mo 10 1 :11('1.11
vczcs, de incitarem estes últim os a acolher um n ovo estr angeiro p ara, em tro-
, I 111' im pr evisível seus similares, que ess es atos guardam possibilid:ld', di
'a, eles pr ó prios se identificar em definitivamen t e com os antigos d o lugar:,2
Assim como o estatuto de "chef e", o de "senhor d a terr a" não é es t a- til 111 olvimento e de tr ansformação. As funções dos atos de lingllal-( '1\\ li'
belecido de uma vez po r tod as. A autoctonia dos fund adores (o u do clã) nun - I 111 11," liv rsas: .or a as declarações fe itas não fa zem mais que vali 1:11'o~ 1'1
." é incontestável, um a vez que as g uerr as incessantes do passado, e a seg uir I 1111 11'xo 'iais dos locutores (ao de clarar que a "sessão es tá a berta", () !lI' I
as ex poliações de terr as de qu e a França co lonial foi culpada, obrigar am s di 111 1't'()l1firn a que enquanto tal ele é o único que pode a brir a x ·s~: () ; 11111
gru pos locais a se dis per sar e a se reimpl antar mais além. Essas incertezas le- II d i "':1111 o cur so dos ac ontecimentos, ex ercendo sobre o :lIldil )I1() 1111111
vam as poucas linh agens, gl obalment e reconh ecidas co mo desde há muitO ,,1111 1I('i:l tal qu , 'onvencidas pelo discur so, as pessoas mo lirit' 1111 111'
instaladas num a região, a reivindi car, cada uma, uma antigüidade maior CJII' 1"11I11It ti· vista, suas atitudes e,mesmo as referências que até -!lll () 11,, 111111
as outr as, g arantia de um pr estígio superior e, além disso, de uma legitimi Ia- II111li d . I · i. I~~ possível mostrar, assim, como a fala, so b a con li<;: () d " . 11111
I I dlllll() I:lqllilo que .lean-Louis Sir an chama adequadamenl' I- 11111''I ,
I . maior para exe rcer uma autoridade segur a so bre os chcfcs c, c vent\l:lI-
mente, perante o poder br anco. A comp et ição passa por vários tipos d' li' 11 d(' at' 'il:lbili 13 Ic""D é ca paz de engendr ar campos s I:IIS 'Il\ 1')',11
'stratégias, co mo acusação de feitiçaria, denúncias escrita' à I olí 'ia dos a bu- 11 1111('111 . 'j):II1Si:iO, omo 'Ia r faz, faz c desfaz o mund o .."1 IVI:ls ~ !lll (1'111
sos le alguns, mexericos desco rteses, intimi lações físicas ctc., qu 'o ':lsiol1:d

m
p' 'nte
li 10 vier
10 amP 'squ aisador
ser substituídas pela grasavação
eur op 'U. Assim, histórias I<; qll"mitos le orOig:IP:II,,·
. r ·1:ll'aITl '(1)" j :I , I I, HIIIIII, 1{l'i1I()I'il',Il'lIdilioll Ilnd 'onll1)lIlli '1II'ion: til' t1i:d' 'Ii's 01' 111'1Illilll'. ill 11111
(1) 'nr o I:t :ilI p 'rfí ,i, t 'rI' 'srr ' 'd s us prim 'iros O '1'1 :Inl 'S Si O,' '11\1)1"' '()Il ", 11I, IIII ,':H :• • , 'I , II)I)
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I:ld:lx por p -xxoas iJll' r 'ivindi 'am o 'SI:1I111 0 I, "x 'Ililor 1:1 1'1'1:1", N',', . 11 11111 "" 11 11111'1'/1111,plIl 'XI'lIlplo, 1\ '1',111,11111
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Ior na r cuidado para nun ca reifi car a fala em categori as sui generis tr anscenden-
' / "1np or ali da des
1 's à prática, e sim acomp anhá-Ia em sua circul ação ef etiva.
É possível ent ão mostrar, por exemplo , que a s narr ativas que o s an-
I ro pólogos se compr azer am em chamar de "mito s" ,35 m~ito aquém das "O cr onista que narr a os acon tecimentos, sem distinguir entr e os grand "
Iil 'ditações tr anscultur ais que podem inspira r , participam de maneir a intei- I.:os pequenos, leva em cont a, ao f azê-Io, a seguinte verd ade: de tu 10 o
ramente pr agmática d e uma mi cro-história social conhecida pelo narr ador que alguma vez acont eceu nada deve ser considerado perdid o para a II i,'
tória,,,38
, por seus ouvintes. Esse "sa ber comp artilh ado,,36 é inces santemente soli-
'iLado no interior da n arr ativa por um ri co sistem a de alusões, de piscade-
las Ic olhos e de subent endid os que aquele qu e é estr anho "às fala s da J iovanni L evi aborda a hist ória de uma aldeia do Piemont e no S 'IIio
Iribo" não consegue entend er. O sentid o não é pe r ce ptível do exterior ; ele VI ;I partir de duas longas gera ções de h omens, o pai e o filho. Enquanlo o
s) se mostr a ao obser v ador se es te último é capa z de situar a narrativa n o I'lilll 'ir o (notário e podestade) con seg ue contr olar o jogo das r elaçõe s so 'i,ti"
t'arnl O das interlocuções qu e a pr ecedem e a seguem. Essa dimen são inte- 11 111 11 P 'r íodo em que a aldeia perma nece distante das turbulên cias r egiOIl:li,I,
r:lliv<l e comunicante do "mito " permite o acesso à sua compreensão e às 11 11')'111 110 (padr e), enr edado nos n ovos conflitos entre senhor es e com o P(I
di I I' '11I"ral, f az frutific ar a importante heran ça política que lhe l egar a S 11 Jlli:
,'lIi1S funções
Illn 'iais, imediatas.
O r ecurso à citaçãOso ef eeitos lúdicosdisfarçada,
à alusão e táticos, sobas aconstruções
cobertur a circun
de ums- a 11111I I '11I'ar enrique cer , procura tirar pro veito, num primeiro m omento, d:1 Pll
,'11 ' 's 'ão de imagens aparent emente fant asistas', rem etem a um sa ber im- III (I p'" 'minente que ocupa na a ld eia e d o cont exto de c ri se e d mis\'''II;
pl 'ico, a uma moral e a uma história comuns . A a rte r etórica liga a forma I111 ,(,,,,"i Ia , r einvestindo seu ca pital de n otori edade num n ovo cam po 111li,
t 11'1wl :)s ar acter ísticas "i materiai s" do poder , lança-se pelas estr adas liI II
:10 1'11ndo, a natur eza da narr ativa ao seu conte xto de enunciação e à identi-
(1:1(1' 10 narr ador. O tip o de enun ciado esc olhid o, sua fatur a, suas figur as c ,1111 'x -r ' 'ndo o of ício de exor cista e de cur andeir o. Levi r eco nsLÍlll i 1111
1111 11'11I ':lI as carr eir as do filh o e do pai e se a proxima assim "dos oml (111I
os IH)meS pr óprios que ele exibe são largamente d omin ados pela conjun -
111 11110 'on r etos em toda a sua compl exidade am bígua pois quc s' 1'-1"1('111
( 11 1':1. ,\ 7
I 1IIIIill L' mú ltiplas e contr aditórias".39
IVlosr rando-se atenta ao e ncadeamento d as situações co ncretas, a 't-
111i 'r o-história reconstr ói, em torno de alguns per sonag 'ns pr '('i,'o'.,
11 0 'raf ia deveria ser ca paz de r evelar os diver sos camp os do discur so em 11 1111111 li 11' o seu es paço social f oi e, dessa for ma, dá conta das inc '1'\ ''1.:11>(1,1
lIll' 'o 'xistcm declarações o ficiais, elucubr ações marginais, concepções 111 'H'oll':ls liantc da conjun tur a do momento, As co ndiçõcs 10 pl " '11 11'
Illlllllim 'mente ace itas ou com partilh adas apenas por alguns, enunciados 11 111 111 1)'I' roi vivi 10 tornam- se ace ssíveis para nós graças a uma (\{'I'lIlhl
ploibi I >$ ou exce pcionais e mesmo, muito aquém de tudo o que se po I ' I 1II 111 1Ii,'l Ir ia 'm seqüências que cor res pondem às modalidad 's pllll II "
111 1 ir , pr o posições imp ensadas; sem que estas última s, contudo, se jam 10 0

I. 11til to l 'l11 pO P 'Ias pcsso as do século XVI. Esse " prese nt hisl lIi 'o" 11111 1
11ItI:IS I - 11 m privilégio heurístico par ticular. Dessa f orma, os I r ocessos por I 1II 11 11111II V'I' 'om um in tantâneo f otográfico, já que e dc 'OITl pO' '11\ 11 I
111'io dos IU,lis os acontecimentos são construídos , e seus ecos na vi 1:1 so- 1 oIld, • '111'illis ;I!'li '(ria Ias no tcmp o; assim são r estituídas as s ituaç( ',' 1\1) ill
('i:1I s: o 'onscrv'ados ou alterados, se r ão lesvendados em toda a sua lia- I' 111 di', 1I11:lis os in li ví luos r eor ganizar am sua ex periên ia riz '1'[11 11 Irll I
('II)llill. I I I 11 111~ 1',il1pr ) pl'ia:'I 'Sal' da rigi Icl.: Ias es tr uturas s ci-lÍs 10 Ânl il'O H )',i
I1111 1 1 :1i :11I ((lis' 10 passa 10 1"11'1. ex pio lir cm as 'o 'r ~n 'ias' IIS illlJlI "
d, IIOlIllI)" '11 ,i Ia I, 'oln qll ' 111 1'1olhar ma is lisl"anl' lalv"/, S' ('11 11
\, (:1',1\,1\ 'IIHlI '1.1 ,- :, Hivi '1"", 1), 1'liiHloin; ti 'H1I1(li 's, Nill'I'i1liOIlH 'I P(>I"J I.iqllt'H 1111 1111111 , II JlilH, 1(10 S' lOl'I1;1Ili ll "'pr 's '111' I' olllror ll", 011 S 'j:l, 111 1\",'isl '11111
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llI 10('1i '11\1 \ (I.' 111 111' 'I H 'H 111~1;1I11(lI'pllOH 'H ), 1;1 Iw 1/11/ " I()() 1()7,
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I (:
1
( I "ontextos ,,40
que nu n ca para m d'e agI r uns so bre os outros e c om os quals . Jll<) blem a da origem [da s pratIca s dit as sincréticas] é bastant e relativií',ado
os ind ivíduos tecem c ada qu al a sua própri a tel a. 11'10 caráter eminentemente atu al de sua pertin ência" .4 4
Enquanto a micr o-hi stória permit e o acesso à prese nça passa da do tem- As sim , o tra balho que consi ste - sem mu it as veze s se entregar, OIlH )
po, cI antro polog ia se in stala nu m eterno pre sen te . Para desc reve r as socieda- 1.11ia O historiad or, a uma crítica d as font es - em redesenhar os co ntorno s li'
d 's es tud adas, o " pre sente etnog ráfico" ( qu e limit arei aqu i ao recurso ao 1IIIiv rsos antigos, im plicitamente consid erados originais, perman ece SUSI 'ilO,
pr 'ente gramatical ) se afasta de qualqu er influ ência histórica. 41 Devemo s I, (li 'ontra essa deriva, e em par te contr a si pró pri o, que se voltou M al inowsl i
a Im itir, com Umbert o Eco, qu e os e tnólog os são "os jornalistas do eterno" , 10 'onvidar seus colegas a fundar , em vez de um a etnolo gia escrit a no pr 'sell
lU então sublinh ar o qu e essa a titud e metodológ ica t em de irr ea lista? Corn o II , IlI na verdadeira etnologia do pre sente, do atual e do cont emp orâne :
mostrou Johannes Fa bi an,42 a es crit a da etno grafia n o prese nte mascara a s
'ontradições, a s ruptur as, os so lav ancos da vida soc i al e ressa lta em troca, por
lim a es péc ie de dep ura ção do rea l, tud o aquilo qu e, na sociedade, encerr a 1\ antro polog ia, mesmo na gera ção qu e nos precede, pref eria c tuda r 01111
11 m 'aráte r nor mat ivo . O temp o im óve l da e tnolo gia lemb ra o da anatomia , m cm morto ao homem vivo: era so br etud o a ciência dos crânios ' los (' 1
<11 1' consid era o corpo na simult aneidade dos seus comp onente s internos. qucletos, do homem neo lítico ou pleistoce no, d e idade s e d' I'orlllll'
'on hecidas a penas por par cas sob reviv ências e a udaciosa s re 'onSlll1 ' li
É raro os etnólogos dat arem suas in forma ções de c amp o. Qu anto a os
[ •. . 1
111'mb ros das sociedades e stud adas, presum e-se que s e ex prima m sem tam - ção Ae das antro pologia do futuro s" ocup ar-se-á
raças " intermediária do es; tud int
ou " bárbaras" o eressa
do indí gena [:1111
r-sc-á '111111 111 11
11111111
j)() I1 o se ref erir a qu alqu er temp oralidade. Por ess a dupl a omissã o, a etno- hindu q uanto pelo tasmani ano, ta nto pe los camp oneses e hil ·s -s 1111 11111 11
I\"a f ia lá a entender que d escre ve "s istem as" que r e sistem ao des gaste do P -Ios a borígin es australian os, tanto pe lo negro da s Antilh as < jUIIII (O " I11
I 'l11p o. Os historiadore s por veze s se espantam ant e essa a usência de bali- I ro briandês melanés io, tanto pelo af ricano de stri bali<;'ldo do IllIill 11 1
í',~IS, que confere às soci edades um a certa im ateri alid ade atemporal. Ao se ex- qllllnto pelo pigmeu de Perak (... ] Em resum o, uma tal anuo j)olol;i I 11\ I
pri m ir de pref erência no prese nte, a a ntropolo gia parece q uerer f aze r d'l I 'r:~ somcnte um a maior imp ortância prática, m as tornar-s ,.(J :11) 111 1111I
.'ill 'ronia a palav ra de ordem de suas in terpreta ções e , ao mes mo temp o, re- I 'll1 j)O um a verdad eira ciência, me sm o qu e deixe kSL:r lIl11l1 . :I~do 111
I rim ir 'ss a ardente nos talgia do passa do que com fr eqüência a ha bit a. Ac on- , ou um pretexto para um m aravl 'li10S0 deV<ln '10.
1\1,I1I'1'a ,4S '
I ' , , m 'smo de os f enômenos soc iais que retêm pri orit ariame nte a atenção
do.' 'tnólogos não se rem aqu eles que eles têm diante dos olhos, e sim seus
V'S lígios nas memó rias, em o bjeto s ou em comp ort amento s considerados () novo olhar que Ma lin owski pro punh a a S 'IIS '01 'I' l~ Ildo\ 11 1 I111dl l I
"~I 'si IlI clis", A etnolog ia religiosa comp raz-se ass im particularmente em i n· '111 1 1 f'lllos 'rn ográf icos se jam trata Ias como fillOS lIi, 1!lli/,ldo', I1 11 0 1 11, 1I1
( 'l"J)I' 'rar fi' crenças e os c ultos con tem porâneos e m term os de so brevivên 'ia 1111111 1i1.'!l1l '(ln port'lm entos inscritos nlll11 d '\ 'lIl1illlilo f ll 11111111(I 11
(' d' sil1 retism o. Entretanto, relacionar, por ex em plo, alguns elemento. I, 111\ di ('ril OS aSSllmem então um r ,I 'vo 'ol1l pl '\11111 1 11 dd l 1I 111 ' , di 11111111
11I1 \a I ráticcl guadalup ea na atual de cura a um a trad ição antiga dat'ld'l da IIll hl 11<1'li, IIm il r S pOStil a um 'on jlll1lo 'in'llll 1111<1111di di 11 1111111" I
'JlO 'a Ia 'S ravidão é bem me nos ex plicativo do q ue mostrar com o ess ..' 1111 1,\11 di' ','[rlllu rct n~o (;VO 'Iria 11ais p011 111l1 11 I Id l 1II di 1111 1111 1I I I 11 I
(,I 'll1 'nlOS se soma m a outros de prove niências liversas:" s vid nt 's 'IIr an- I" I I111 11 I, IlI nll r 'l~l', o s 'm pr'
I I '1\,'11 '11111 I 11 1I 1 11 1 dll II1 Idll' 1
dl'im.' 1 .. . 1 'a s pessoas qu e pa sam de seita em seita 1 .. ,1 810 uns' OllCr oS O s I', III'ill, do pr'S 'nr', 1\ r '1"1' n 'ill I /,illl'llllIlil li 1 11 li I' 111 111I 111 111 1 Idl 11
11101',' LI' 11m movim ento le criação cultural marcada pela lóg i ', 1 da a '11 11\11 1'1 111111 1'111il'i 'ial, por,," ' :11 ' Illpol'lil, dI iI j 1111111 1111,1111 111 11 11 1111111 1II'I dl

IIII;JO ' 1:1 jll staposição".'1:\ De l~lIn eira mais g 'ral, o bs 'rv:l M ar' I\llg\ "0 111'
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I lido rea l da sociedade , justa pondo , conf orm e a necess idade, inf orm ações ti- I:lts, ou se ja, de nome s. As pessoa s int errog ada s ma is de meio séc ulo de p(.i,
I li 1:ls de dif erentes fa ses históricas do mu nd o estud ado e as regras argumen- I ivc ram assim à sua dis p os ição um va sto es toqu e de top ônim os p or m eio 10"
1111ivas qu e permitem d ar cont a des se mu ndo, e d edu zir de u m a sincr onia qu ais podi am afirma r su a autoridade so bre lug are s situados for a de suas I' '-
1)[lramcnte metodológic a a permanên cia das estr utu ras . , ·rvas. Estamo s, de fato, di an te de um a recompo siç ão circu nst ancial do ~i~
Ta is artefatos ("alter ações pr odu zid as artifici alm ente por ocasião de i 'ma dos no me s próp rios t al co mo o tor nou pos sível e pol iticamen t e cf i 'a~ o
1111'1 xam e de la borat ório,,) 46 revelam- se co m clar eza qu ando int errog am os a ('s La belec im ento do re gistro civil a par tir de 1950. Na da permit e prov ar qll '
varia bilidade do uso dos nome s pró pri os num d etermin ado con jun to socio- IS o bservações feitas n ess e períod o re produ zem fielme nte o sistema só 'io
'1Ililll 'al. Segundo a b oa reg ra, se u lev antament o et nog ráfico não deve ria ser político que era oper acional antes d as ex poliações d e terras e d o advcnto do
I ,r 'rido aos outro s proc edimento s de identifi cação co m os qu ais os mem- (:(l ligo do Indi genato (1880).
i)m s da soc iedade es tud ada ev entu alm ente já se defrontaram ?47 Po r exem - Da m es ma form a, vá rio s rel atos e discu rsos de feitura ex trem am '111 .
plo, a lec ifr ação das orga nizações soc iais ka nak do ce ntro-n orte da N ova 11 I li ional mos traram t er sid o elab orados nos últim os 40 an os em reaç10 a .. i
:111, lônia passa pela coleta e a análise do sistema d e nomes pelo s qu ais os 11 111'õcs dir etam ente pr ov ocad as pel a política col on ial: vincula ção a 11 111d .
il) livíduos , os grupo s e os lugares sã o des ignado s. Ma s es se ap ar elho sim bó- IC'II)) in ado d istrito, e nã o a outro, c onte stações d as ch efias admi ni sel':l1 iVII,
I 'o joga do com o um a r ede de mal h a fin a sobre a socieda de tal com o ela se
i
Pl'O j 'ra no espaço conhe ceu, ao qu e p arece, nume ro sos av atares de sde o iní- ill"U llada s pe la administra ção franc esa, conflitos de terras suscit ados pOl' ,11111
11 lIistri buição . Nada ma i s historizado d o que essa etno grafi a que se ill1d ili ll
('io tia olonização ofici al em 1853. As sim , os nom es de famí lia f ornec id os à 11 1>1'' si m es ma se não se pro porcion asse o s meio s metodoló gico s d' f 'llí'.('1 I1
Idll1inistração em 1946 para a con stitui ção do prim eiro reg istro civil m elané- I 1 I i 'li le suas f ontes, a fim de a pontar as mo dalid ades segun do as 11" 11i, fi
~io s~ o em ge ral, m as nem se mp re, nomes de anti gos há bit ats qu e os K anak 1IIIII portam entos e as f alas qu e ob servo u particip av am de um a evo hl~'1 o hi'
I iv 'ram que aba ndon ar entre 1860 e 1890, so b a pressão do s colonos e d as 1/111'a local.
111 ' li Ias de distribui ção e m rese rva s. Se m dúvida, a des igna ção das un ida-
1\0 não relacionar os doc umento s co m que lid a com o SC II '011 1' '111
ti 's ti . parentes co por to pônimo s correspo ndent es a locais de resid ência 6
1111 , i '11;IIn d O B ateso n, com a sua "',,es trutur a no temp o, 48
a a lul ol. o 1o 'llI' 'W
111 11;1I dtica antiga . Encontr am os , nos ma pas milit ares do sé cul o XIX, os no-
11 I\lIlol'izada a não ter que distin guir o atual do a nti go, pensa po I'r id '1I1i
111'.' dos luga res retom ados a pó s 1946 co mo patr oními cos . Mas sua atribui -
1/111 o ~ingular com o geral, o conjun tural com o estrutur al. A dis iplin ll Ilpl l'
\'\ O a lln a ou outr a f amília e a man eira pela qu al cada um a delas ju stif ica
I IltI 'li :lssim o contex to antes com o o lu gar sem ântico da re petiçã l . :dll)lIflll
1)()SI ·riorm ente sua ligação co m o top ônim o que a des igna parece re sultar I'
I Itlc'i 1 ti . qu e a cultur a e a t radição co nsag ram a preg nância do '(' '1'11 01('111 1
IlIllU inl'r pretaçã o kanak da situ ação no pró pri o mom ento em que o reg istro
11 11,I 1 111i 11 Iazia do pa ssa do so bre o pres ente, do prev isível so br<.: o i1 11'('11 11
'ivil roi 'f etuado. Na m edida em que o sistema social que ho je se pode 1 's -
I' 1IIIIIIIda 10 mesm o, ca ra às teo rias f ixistas das ciências natl1l 'ai~ dI! IIlldl
('I 'v 'r ~ inteiram ente tribu tário das relações co mp lexas csta belee idas nl rl'
,I dC'i l,' 'onSll bstancial às noç ões de organism o social, de sisL '11)[1 ('\111111111
lodos 's s 's nom es de f amíli a, não é e rrado pensar que ele omb ina a heral1
, di c' ,llU lllra I r f un Ia. N ão se pode, é c laro, conce ber uma ma l'rill 011 Il lIlil
';I ti· lima soc iedad e kanak m ais antiga co m a situação criada para os n <.:1\1-
I 111I IC ' viva s 'rn r corrências; mas, ao atribuir às soc iedades a 'sl:IIJilidllli
II(-..io s p ·1 0 podcr co lonial ap ós a II Guerra M undial. A hi póte s 'rllnl O
'1"11 111 \(' dlls I . Iras, Ias plantas ou dos bichos, a a ntro polog i'l 'or r'lI o li'c'lI
Illid .. v 'rossímil na m edid a cm quc o Ics p voa m ento, so b os f 'iros 1:1 n'
III ..... : 0, tl:ts ' pi 1 'Túas ou do cx ílio, da s zonas outrora livr'm 'IH•()'1Ip a 11,'
d, til ix 11 -s ':lpa l' a pró pria es \ ccifi cida Ic d f enôm eno hll m :lllo, :1 ,'111 > I,

1H "lo,' J(:ll1ak <. I 'ixoll I so 'UI a 10 um gran I nlímero I' 10 ali Ia I 's . 11 . I>i 111
IlillIl'11,i.1
1'1 ('1i('~ ':lo
d:l 1)lIl 11a ia,r 'n,pOl'ali
I jolog pró pria,
Os raios latiso 'i:li~ I)tO in <.:ndcntc. a ancro
s: olei'o is:ls, I) ('polo)'ill
'mp o 1011,I'/',0 didi
111 1 dll !lId o dll,' ci IIciIlS" O 'iais lIll ' 1 'VI II11 'lll '0111:1 :1 dim 'n~: o do 1('"11'11 ,,1'1
111 1,I)', ('()IIIt'X I(),' ao .. (1'I lIÍ' O '1IIO hl/',O (' ,'('lI, (':1(\ -rno,' s: O ill ' illl (,11 11"li
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I ' I' 'metidos devem ser apreendidos como processos. Por me io deles, a cul- do "tem po longo", se estará insistindo respectivam ente ma is n as f ragilid 1
1III 'a se torna um f enôme no historizado . d 's do grupo local, na estabilidade relativa ou no equilíbrio glob al dos S 'I',
Ba sta mu ltiplicar as pesquisas durante um p eríodo bastante longo nu- l11entos sociais que se r ecom põem ao s e co nfrontar: "é i mp ortan te, assilll,
111 :1mesma área par a ver apa recerem, sob a obscura densidade do c otidiano, I 'V'H em conta a escala de t em po para definir níveis de le itur a da estrUlllI ll
" 'qüências tem porais que perm item sug erir que um co njunto de inform a- ,'o 'ial pois o estatuto do m odelo é relativo ao temp o que se esco lhe pal'H ','
v ( 's corresponde a um estado do mu ndo social numa determinada época, Itl lar a sociedade".52
nquela ao longo da qual um a mesm a problem ática se imp ôs ao espírito dos A singularidade de u ma época, ou s eja, se u modo própri o de organiz.ul
p 's quisados, As anotações de " camp o" se inscrevem numa temp oralidade , primir sua h istoricidade, reside, é verdade, na tensão que é gerada pela '011
's pc íf ica. Por e xemp lo, toda a documentação que consegui reunir na No v a 1('1111oraneidade de a titudes herdadas do passado e de comp ortamentos Pf '()V O
;;lledônia entre 1973 e 1978 mos tra-se inteiram ente dominada pela preocu- l'tHlos por nova s prob lemá ticas. O "espírito da é poc a" (Zeitgeist), a p 'S :II' dt,
pação dos meu s interlocutores kanak de terem restituídas as terras de onde a 11:1fllgacidade, ma ntém um a re lação comp lexa de continuid ade e singlil:1I idll
'ol'on ização os expulsara um século antes. 50 As atitudes e as declarações ten- li '()m o "espírito do p ovo" (Voiksgeist) lastreado p elos h á bit os Ic h:'í 1l1lrllll
di:lm a reconstituir o ma pa da ocup ação kanak do espaço anterior ao confin a- tdqlliridos ; contudo, "os ethos dos grup os per man ent e s não "ão f ix:l(lo, d(
III 'nto nas reservas (1876-90). Ess a for te exigên cia, à qual a pesqui sa 1IIIIIIn,anelraa. bI - ' .
souta,masestaosuJeltosap rocesso s d emu d "
ança," S \ ]) 111'11)('1
(lI' 'I' 'c ia um me io de expressão inesperado, reforçava a autoridade das p es- "'I' ssc movimento que confere ao f ato social sua es pec if icida k, '()I1VI'111
,'OllS mais velhas, cuja me mória era a principal fonte desse intenso trabalho. N a Ili',' 'mil' em que medi da os equi líbrios atuais int eg raram as "lutas anlvlioll
1\\ 'sma é poc a, os efeitos financeiros da elevação dos pr eços do níquel abri am [111111Ira nst rmar ou c onservar a estrutur a" e co ntêm em germc, nas 11'11 '
111 iIis a m plamente aos K anak o acesso ao mercado econôm ico europeu, sem ,
I II I(ll"a IO momento, " .. [ 1 das translorm açoes
"o. prInCIpIO. u Itcnor. ti ",,'I
L' -

'(lI)) isso inseri-Ios na sociedade caledônia dominante. E essas contradi çõe s Co ncretizar um a tal amb ição muit as vezes s ignif ica, omo a l1li '1'0 1dt,tll
'li 'ontravam em despesas ostentatórias, no consum o excessivo de ál cool, , lill 111),' 'onvida a f azer, res tituir um es tatuto teórico forte ao a ()nl' '( 'illl '1110, 1'11
'1l1 outras condut as tão paroxísticas quanto desesperadas, sua forma m ais ma- 'li 1\1111,'11:111,ahlin s, a maneira pela qual sua irru pção é tratada p 'Ia ,'()('i 'dlld(
II i r 'sta Ic extravasamento. As sim, a febril atividade intelectual dos m eus in- 1111' 1('Vl'1:I sc es ta privil eg ia as atitudes prescritivas, c nf orn'l's 1 1 110111\tI,' Plt'( I
1 ,do 'licores - decididos a pôr tod o o seu saber e sua hab ilidade r etórica a I,dll I('ridas, ou ntão os atos performativos, que g ran por si s )S 1I0V O,' ('(1I1!
s '('viço Ia recuperaç ão de s eus direitos sobre a terra - se exercia num a u- 111 1 Ás I' 's pos tas variam seg undo as civilizaçõc s. Os polill". iOl: di NIlI ' I
I ios :1 atmosf era em que sobriedade e beb edeira conviviam perf eitament , ~ I I Ilditl, I )I' 'xem plo, teriam integrado às s uas cl'<ldiç( 's illl('('tllltiÍ' 111I 11 1 I1
111)) pOli o como nas caves de Saint- Germain-d es -Prés no pós- guerr a. 11111' 'Ild '111 ' 'hcga Ia los brancos à sua ()S r;l: "I':11':10,' 11\1 1111' ' , I " 11111 1111
1 es c jo menos insistir aqui n a tonalidade d e um período particular 10 ,11111111 0,' s: () rOI"1In ent únicos aLI nov()s, mas 'I 's () H 1)('1('( 1I1 111 111111111 1111 11 11,
!lII ' na nec ess idade, para o etnóg raf o, de definir os momentos em que suas 1/'1111 111111OI'd~m r" ' bida da estrutlira, 'o mo id Illil'II'1111I 111ti 11 11111111111111
p ','< jlli sas de camp o se realizam, quanto m ais não se ja porque os modos d' 1111 1 .. ,1 o 1))lln do lTIaori se Ics nvolv' '01110 1111 1 I 11111I1 \111 1111" I, (I 11I1
t'(lll\ pOl'tam ento jamais são ind e pendentes das modas. "So b pena de n'ltLll 'a 11111(1'1 ,1 l0l','"1I Ia 10, t ' riam r 'av~1Iiad o '1'1'(lIt1('1111I111 11\ I 1111"1 1 1111' 11 I
1;"',lIr :IS 'struturas,,,51 a etno graf ia tem todo interesse, na medida do poss rv '1, 111111i1solJ O im pa 'co das ativi l:id .,' ti 'S ('IIVldl'idlll 1 11111 I I 1,1111 111111 1II
'111 illl 'gral' à sua ex periência as condições históricas da ua reali/ação. 1)1\( II1I 1 IIIIIJl '11,' IIp )S :I 1110l'l' I, (:00 1 , () 11'111111 I '"1 1 11111I II 1111I I I 111 1/111111
d '1'01'1" a int 'Iigi bilidade não a penas do tra balho de cam po, mas taf Y\h '1\\ 111I rll 11IIIO<!ilZ.il' I1 ol'd 'I)) so 'i:1I NIl 11 i';( 11111111', ItI I rll 111111 I1I 1I 111\ 1
do,' 111() I 'Ios 'x plieativos que podem ser O bl:idos. atherin e Álcs, por 'x '111
pio, IIHlstl' 111 , a pro pósito los índios Yanoma mi, quc, 01 form ' s' ins 'I'if' 1 1 ,
nil,' 'I'V:ly( 's 'rt1ogrríf i 'as na lógi ';I do "t' 'n po '111 '1'0", do "r '111PO 111' lio" 011 \11 ,( :lllllIriqll l", li 'N 1I'IIIpll 111111111111 :1111 dlh 1111 I1 I 111 1111111
IlIlIrI, 1'//11/11
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(I (:1',.1, I )lllIp ll 11l, I,/w '\IJlI/llllluIiSIiIIlI'i I{'S/'T' Nu,,\, '//(' ,'II!t dllll!t' 1'lIli ,1,'1111111111111111, I I' 1111111111
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I,f llllll ,
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1 , ' 1 1 " I dI/I 1'1111, r- . I 1111I, 1'11/ IN tlll 'I' IllItI 11111/1I,'", li 1/1111\, no111 1 II I I ~ ti" I' 1111111 1111 1 1 I1 i1 ~ d , 1 1 1 "1,/.,, 1/" Ih 1111 1111,11111' .',111111,1 111 1111
1'1111 111,
1\111111111 I , 11)')111 Ildtl, 11 1 1 1 11 /
mas, afin al de co ntas, o qu e e le f az é mu ito ma is reve lar um a est rutura cultur al I\s info rm ações fo rnec idas co m ma is espo ntaneida de pe los f al1 l1l '1 1111
do que in trodu zir à comp ree nsão de um proc esso temp o ral. Sahlin s coloca o di ti po "histórico": " Nó s deixam os es te luga r pa ra nos in stalarm o~ n~1(1I1 I,
prin cípi o da histori cid ade dos sistema s c ultur ais e ressa lta a im po rtância do 1111 11 () antes de virm os pa ra cá; nossos a nces trais surgiram no lugare jo X", ( h
I 11111,\ 'iados es tab elece m des locame ntos entr e pon tos fixos e ressa ltam 11 1111
ac ont ecim ento sem com isso s e en vo lver num r aciocín io de tip o histór ico qu e
articul aria entre si dif erentes seqü ências de fat os t em po ralizado s.57 111111n 'ia do lugar d e origem. A acum ulação de difere ntes h áb itat~ () ' 11 I)lldll
I JlIII'I ir dc um há bitat-ma triz fornece a tram a de r e latos apresentado,' '11111 11
Sucedendo- se no eixo do tem po, os fat os socia is part ici pam ob jeti va -
I 1,1 'm6ria do passado da qu al os "ve lhos" são os d ep osit ários. s 1\1111li
m ente de um a evo lução histórica, se ja es ta pensada ou nã o co mo tal por
II IIlIla/11 aqui um a rep rese ntação linear do temp o c ujas etap as s ins 'I' I1I
seus autores. Es tes últim os , em troc a, conseg uem chega r à historicidade do
1I' IIJllancame nte no espaç o, O temp o se re du z assim à oc u pação d ' 1II11 11 1
soc ial po r inter m édio de s ua pró pria exper iência cultural do tempo . Nesse
I' 11 (': di~tância pe rco rrida e ntre d ois lugares de residên cia, enq uanto 11 It
do mínio, a etnog raf ia deve ex a minar, j un to com as "re prese ntaçõe s" do tem-
I1 I 11 'ias à ho rticultur a rem etem à sucessão rep etitiva, a no '~ p6s alIo , d,
po, os processos seg un do os qu ais o temp o é so licitado para tra balhar a vida
11 111 111 'IIIOS idênticos v ividos no mesm o lugar. Essa concepçã o prOf llll 1:1111 "11
soc ial. A me mór ia, o esq uec im ento, o prog nóstico se lec ionam os fatos so -
11 '.pu 'ializada da tempo ralid ade
I f az da leitu ra da p a isagem o sUp Or ! ' d,1 11
ciais , fazem deles elementos signif icantes , e isso de diversas m aneira s, se-
11 11IIloração. A nosta lgia do pa ssad o, na literatur a oral ka nak, é nosl;"/' i,1 tllI
gundo as cu lturas, Lévi-Strauss, entretanto, acr ed ita poder es ta belecer qu e
I ' t1IIC
"o próp ri o do pens am ento se lvagem é ser intem pora l".58 M as para tanto ele IIII~'OS
11111 f oi precs iso coletivas
111 ' ;IS identidade a ba nd on ar. são dElaitas se porevela
r me io tanto
de topm aõnim
is osf ort·
. na IIl1 ,tlitll
Ao 1('11 111 11
o bliter a as f un çõe s cog niti va s e soc iológ icas das relaç ões com o temp o . Ao I 11 I ('lld' ia Ic luga res onde res idiram seus ances trai s, o in f orm a n 1 ' 11i11 )',1 11
ex cluir a dime nsão do tem po da ob serva ção e rnográf ica, a antro polog ia corr e 1111 " " 'lI'i "inal do qu al traz o nom e. Os relatos f azem do passado a 111'1IIIlI I' I
o risco de f icar pri sio neira o ra de f ilosof ias rígidas d a his tória, ora , o que não 11111ill do prcscnte. A m emó ria trab alha os e nu nciados; cla in di idlll"i/,I 11
é muit o diferente, de hipó teses estrut uralistas atem porais. '11 111" I 'v 'Iando o qu e liga o seu prese nte à s u'~ matriz.
Como lem bra Giorg io Ag am ben , "toda cu ltura é a ntes de ma is n ada () 1 'mp o acum ulado co nstrói a id entida dc c onsti ui a Ia.' ' d '1,', ,1'1 11 1,
um a certa ex pe riência do tem po, e não ex iste cu ltura nov a sem t ransfo rm a- 111111 0 ',' pol íei a' que são a s c hefias kanak. O proccd i m 'nl o, 'Ol't' '111(' 11 1 r 11
ção dessa ex periência".5 9 Co mo es sa ex periência se encontr a alo jada no 1 (: li-ti nia, na Polin és ia e na Áf rica, quc rcz', <lU ' s' I 11 ('li -lill 11 11111
m ais f un do da nossa a pree nsão "espon tânea" do m un do, é di fíc il perceb cr 1 11 11111', 'im , f az clc pró prio ref erência ao tc mp o. CO I\1 a t:rlll'O lljl',II~'I 1t1 dI' 11111
seu caráter construíd o. É sem dú vi da po r isso qu e o O cident e con tem po râ- 1111 111'11'I' " 'o m cça uma nova era política. Não h(( '11 'I'i:l S - 11 1Iltil',1 I~' 11 1, II 11 1
neo tem dif iculdad e de o bjet ivar suas pró pri as ex periênc ias e f ilosofias 10 I 111 '1 11111:1 do r" 'm -chcy ado qu c s vê prom ov ido: 1'1111" 1'1 111d, IllI II 1111
temp o. Se u etnoce ntri sm o nessa m atér ia - talvez mai s ag udo que em ou- 11 1IIIIlIIII 11"' o a 'olh '.1\ nov a s iw ação m ar 'a O illí('ill d' 111 111" 111 1111 1111 I
tros dom ínio s - o leva a j ulga r as ou tras conce pçõe s da tempor alidade co m lIllIl l, ('0111 a ' ssão do título sup r'mo 11 111 11111111 11I~ IIII"I C :1111 1111 11111 1
base nas s uas pró prias. Some nte um a difíc il crítica das ideo logias m odernas Iil 11 111,k'ss' tipo' singlllar em raz: O das idi'lIli,hl tll' tllll I I tlll 11111 111'11
do tempo - na linh a das re f lexõe s de um Wa t Ie r B enJamm ' ,60 d'
- po eJ'Ja at '- li' 111 IIIW 11 " 's s' 'n 'OJ1l'ram im pli 'ado,'; 111111 11"1111 11 11I1 11 1\1111 111 111 I li
nu ar essa cegue ira e abrir cam inh o para o co nh ec ime nto (e o rec onhccim cn- 11111 I 1'1110'a~': 1O '111 pdli 'a do prin '( pio I', 'l,tI dll 1I1 "llld I dll I 11 111 1'1 111111
61
to) da histor icidade espec íf ica das soc iedades não-i ndustriais. 111 111111 Iv 1\1o I'llça ma is 111 1' ma l' '111 a 1('1I1111 1i1.11 1Id II11 I 1 111 111 111"'111 ' 11
1111 111'1, O.' r'lalOS V'Ill 1I11 :"ll'il'lll li', 11111 111111111 111111di 11111 IlIdllllll 111
"11111 11111 ,/1 i I' )1' irll '1'111"dio ti -I -" W 1\ IIl iil 111 11111111 1111 11I11 I1 111 111 1111 1 1
57 Cf. a vigorosa crítica do "estruturalismo histórico" desenvolvi Ia por N, 'I'homa~, () /l t dll til '1 1II" H'IIII:II'~'I\I 1111 1pllp" 1'IIIIIItill 11 I 1 1111 1I li 111 111 1111 1,11 111"11 I 1 li"
01' rime. J-Jisrory and evolurion in illlrhropologicill discours' ( ,:lmbl'id~" ::lInbl'id~',' 111111 11111 111' V i1olil',llIll , !\tI', 111 ()III1 ( 111 1111"11 11111 tI,,"11 11 11 11 11111 1 111111 1111til
Univcrsity Prcss). 111 1I11 111111 ~ IIli'l'~II:ti, 011. ,10 ,'tlllll 11 11,1111111IIlIi 1 I1I .11 i 11111 .111 1111 11111 111
sx . Lévi-SII':II1SS, Ilisroir' 'C diait:cciqllc, p, 341,
S'I C, t\g:llllb '11, JinJ iul('c '( IIisr oi,.c, J < llé,.;ssr .:1IJ '/11 1ft- 1 ''',\1) ',; '/1 ('(' '( 11 ,;/: ;/1 ·(/,·/'11 ;"/1 1/1(
(1':ll'i", I 'li (1), p, I I \.

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11 111/t1\1 ''1 1 11 (I'" '" 1ti, IljH'
n ( 'l11pO jamais é neutra, assim como não o são os usos da informação forne- 11\'nte comprovadas. S imultaneamente, "o ca ráter concreto superficial 10
('ida ao e tnólogo; os Kanak mobilizam, com efeito, intelectua
l e afetivamen- 1~'ontecimento"65 é in serido na s ua duração própria. Assim são destaca los,
1" IIITla constelação de relações mais ou menos profundas com as coisas l'0r11 contextos, estratos temporais que o historiador percorre vertical ho
passa Ias, atuais ou previsíveis.63 Assim, a antropologia não pode apenas se I i1,ontalmente. Com efeito, co mo lembra Ginzburg, "na secção transv 'I'S:"
IlIribuir como tarefa descobrir as " representações" do tempo; ela deve tam- ri' qualquer presente encontramos também as incrustações de num rI), mi
I m mostrar em que medida os modelos da temporalidade p recondicionam p,lssa los, de espessura temporal diferente (so bretudo no caso de test '11)1i
10 Ias as informações recolhidas ao longo de uma pesquisa. tillos folclóricos), que podem remeter a um contexto espacial muito I1HIÍ.
Esse enquadramento numa perspectiva temporal, ou seja, essa imer- I l'n50".66
•lona temporalidade tanto do "indígena" quanto do e tnólogo, tem como
l'l' 'ilO principal tornar difí cil a uniformização e a imobilização da visão do
1I1I1IHJ Osocial. Sempre hipotética, a norma se apaga diante das singularida-
(it-s luando a pesquisa destaca o modo pelo qual cada um cria o aconteci-
III '1110, assume a duração e te nta mudar o curso das coisas em se u próprio
I> '11·rr 'io. rlàda concepção historizante da a ntropologia, ao res taurar a origi- "Muitas vezes desejamos que a iluminação mude, assim como '\ Silli:l~': Il
Ittilida le do "presente passado" (do passado enquanto ele foi um presente), lus objetos para os quais olhamos; diminuímos ou aumentamos os illl '
I

I '.'s:ilLa a força do acontecimento e o pa pel determinante das individualida- vai s e multiplicamos nossos ângulos de visão até que o aspc 'co \l1\', 11I1I
d 's liuc nele participaram. Mas é preciso, para isso, renunciar a toda genera- lu objeto corresponda ao julgamento que lhe é próprio,,,67
lida I,?
s cstudos micro-históricos nos dão uma consciência aguda do tem-
lJ IT'" situação social, ou seja, historicamente definida, ombin[1 11111
po '1Ir«>, aquele que os homens acionam efetivamente em s uas vidas. Em
1111111 'onjuntural e atual que seja - fenômenos que têm ada 11111 ~\III 11111
Ilot'll, . também o pes o do tempo longo que é desvendado, porque muitas
1'1111 (H':"a temporal e espacial. Assim, argumenta G. Levi, "a nallll' "/,1 J lI(
d.I,' I'ormas que os atores integram ao seu próprio presente se encontram
, I >I da 's ala que opera na realidade é revehda pelas lim "r1~(I~', rlll
1110111r:1S épocas e mesmo em o utros lugares. Por exemplo, enquanto os
IIIII\' IIIOS so iais próprios de diferentes ca tegorias d p 'SSO:IS ' d' dil"l 'li
111(Il' 'ssos por bruxaria se desenrolam numa urgência inteiramente po lítica,
I "llllq os ti ' relações estruturadas".6R eg undo a boa I' '/,,1':1,11tllll'tli, (' rll'l'l
I, I'allls (PIC neles são pronunciadas reveJ am crenças, idéias, imagens qu "
I 1 IIllrl('I' Iljllstar sua lente às dimensões peJ 'tin nr 's elo ol>j 'l(I (' IIlI'lili/ll 11'
Itlllllpassam os momentos em que são proferidas. É por isso que, em sell
11111 IILI~"( 's <llle as unem. A micro-história privil ' ·iol! d(' 1.1111I 1111111111 ri,
" Illdo sobre Lc sabbat des sorcieres, Ginzburg é levado a constatar qu •
1111 )" I, 's 'alas - da mai r (rcf(;r':.n ,ia pril1l 'illl 1'111.1I 111111111 ,d,
", '.'1 '11111nhos mcsmo muito recentes podiam conservar vestígios de fenô·
111111111111 . os p 'sCluisa lores e tamb6m )S :llor 's '.'III1IIr1II' J llldl I1I I I1 111f i
II1 'IIOS milito mais antigos; inversamente, testemunhos afastados no tempo
I I1 iI,'III" Os primeiros para a int 'Iigihili 1:leI' dI' '1111 1111'1I'I',II~ 1 ,11 11111
pndi 1111's I,trecer fenômenos muito mais tardios [...) Nos proce sos, I"·
11111pllll I 'ontluç~o a bonl t 'miO ti' ,'1111 ( 11,111 )',111 111111 I1 III 11
11(1111 Ivam-s(; I ã apenas duas culturas, mas também dois tempos ra li 'al-
1,11111>l1i:t I 'ss' jog I I~ 's alas", do !I11:" .I:II'f1IlI' I , \ I I, 1 1 , 111111 I 11I I I
11ll'III' "'L ·rog':.n 'os".64 Os micro-historia lores se recusam a onsid 'fill'
IIldlllllll,l1l) :1produlivi laeJ ' ""111 Sli('II,(I'I, plll'''11I1I 11 11111 1111111111I I1 11\
111'' IlIll domin ' O outrO, Eles tentam não opor morfologia 'história I ro 'U
11111/11111lodo' 1 so 'j 'dali"; 'Ia I' ~'II 1 Illrll· 1 I I 1111 rll "111111/
1111\viII 'ltI:lr aquilo ljUl.: a listân ia a lescontinuida 1(; Ia inform:lçno nos
l
i/, '111 l:tr"'"r ins riro na m(;sma rcmporali la(l(; a insticuiçe "S hislori 'U'·
1 1 , ri, I' \(,
li, li, I' \I
ItI I,; II '1"1'('11\lllIlltilidi'Il('I\"illll:i1 do l'II1J lO '\II\I'I'lizl .('111dll idll III,ri~1IIIIJ ll.IIII'111, I ""111,/'/1'/11/ 1\ 111'1/1/ /1"'1"1'\,11, \ II (1'1),111/,
11111111 tllIIll1 1',1111111('11,111'1111111 dlIN, o('ivdlld:.
11111 1IIIIIilidllN 1111 t i 11
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IlItllldltll 1111I htll'll/, 1'111111 qlll'dil'ililllil' I',('IIIIIIIN 111111'1 J l~'lll 1'llItllIIl1 til 11111 111I11'11
11 'I 1111I, 1,'1111Ii11 ,1111'1'rllI 111,11111,11 11I t. I, / , /'11111'
'li 1111 \ // I" "
iri 111 11,1111 II I, 11I11'11I1'1
\I I' t 111111 111/111:1 (: 1'111'''"11,1"11/111111 11111\111/11,li 1I \ \(l ri, 1" , IIi li, , (:, 111
II I, 11'111, 1111111111111, I" "1'1'1t1III, I1 '''111 li'
,,j (' (; 11111111)', / 1 ,,,/,, '11/ ,I' I ,I, 1 1/'1\
('lI · <tixados,,70 qu e confer em à vid a so cial, seg un do Patrick W illia ms, seu pll d,~~o cieda de, "um a in div id ualid ade de síntese", ob serva Ma rc A ugé , ",
"\)rilho cam biante" ,71 Ma s en quanto a mi c ro-hi stór ia ass umiu com o s ua essa 1'1 'ssuo de uma cultura ela próp ria considerada um tod o".7-5
11 111lança de e sca la, a antr o polog ia de mod o geral 72 se co nten tou em vin cu- , . Decid id amente m et on ímic o, o a rgum ento qu e id entif ica se m in t nn '.
1,11 'as o bservações mais de talh adas a s ign ifi caç ões ge rai s, se m se deter no rlllllo~ a pa rte co m o todo nã o intr oduz a um a ref lexã o so bre as in cidên 'ill,'
','<Imc de eve ntuais níve is semâ nticos i nterme diários . Quando C liffo rd ( /II P 1'1'as e. te~ricas das va riações de esca las , A antrop olog ia, quase s m pr',
(; , -rtz des creve o " ritmo con cei tual int erno " de sua s anális es com o a "ida e di ('I' 'v u lI1dl feren tem ente as soci ed ades se m av aliar em qu e medi I~I o,'
volta dialética co ntínu a entre o mais loc al dos de talhe s loca is e a mais glo bal IJll oIdl'OS de o bservaçã o muit o difer entes de um "camp o" para outro det rJ1l i
Ia s es truturas glob ais, de tal so rte qu e se c o nseg ue vê -los sim ultanea men- IIIII~I :l co nstrução do modelo apr esentado e a p ro blemátic a elei ta. A ald 'ia, I
I ,,,,7-' ele se situ a na linh ag em di reta de M au ss, atrib uin do ao antrop ólogo a I1 /',1 O ou a na çã o nã o pod em se r a pree ndida s nas mes mas co nd içõ e~ n '111
l;lr 'f a de da r desta qu e ao " home m mé di o" ou "to tal" de ca da soc ieda de es- d 11 Ill gar ~o me smo ti po de ra c io cín io, Est ud ar, por ex em plo , uma su b 'aslll
111 l ada. Tal o bjetivo só pode ser atin gid o caso s e admita que um fr ancês po- dll 11 1 Ia Ind ia, a partir de um a ald eia sup õe um a pesq uisa di reta, por o b~ 'r
d' soz inho signific ar a Fr a nça , um ba linê s a soc ieda de de Bali etc., em \ 1\'111 1' entreV Istas, Inversa. mente , analisar o co nJ'un to do sis tema ' de "ISl'l"
.. 76 <- l i I
lt

Slll ))a , qu e um a co r resp on dê ncia im edi ata se es ta belec e en tre o in divid ua l c 11 111 1(1lam bem o fez Lo Ul s Dumo nt, ) é quase im poss íve l sem um lon yo I','
() '01 ,tivo , o circu nstanci al e o perman ente. Para mos tra r qu e ex iste uma ma - \ 111 IH"Ias tradiçõe s escr itas milen ares da Índi a. E as lóg icas soc iais e Clllt 1II :IÍ.
11 ,ira bem f rancesa de f alar ma l dos o utros , be m ba linesa de regular os con- 1111I I ,\leis em ca da um des ses dois nívei s não sã o neces sariament h011 l1l
l1ilos ou be m alemã de anda r, é p reciso e m pun har e maneja r o pinc I I' 11 111.', I\~s im tamb ém, ao ac o m pa nhar no co t idiano as troca s de b 'n s pl
d 'S 'ritivo co m muit a de streza , já qu e se ret ira m as esc alas suces sivas qu e 1111 '11,' l'ltas po r um tro bri an dês com um pe qu eno nú mero de par' 'iro, ', li
p 'rmi tcm construir um o bjeto tão f orteme nte signif ica nte. Co mo , de f atO, , Ill IIIIIgo não ob terá a mesma co m preensão do f enômeno que alca n 'ar :í ('
(','1:11 > -Iec er um a conexão un ívoca e ntre o sin gular (uma de termin ada in gles :l 1" 11 1/',1 o, on junt ~ de transaç ões de qu e tom ou co nh ec ime nto mu ltip li ':lllllo
1I1 111 1a 'alçada de Lo ndres nu ma determi na da da ta) e o ge ral (a soc iedad e bri- I IlI'sqlllsa s em dive rsos pontos do arqu ip élago,77
I,llli 'a) S m a plain ar toda s as c1i va gens internas (de classes , ge raçõ es, estatu- antro po log ia pre f ere ent reta nto gene ralizar a singularizar, f az'/ 'o
10,' -[ ',) pró prias da soc iedade in gles a, sem redu zir todos os espa ços sociais 11111 H 11 lodo metod ica mente reco nstitu ído co mandass e os elementos '1lIpi.
di,. 'r 'n 'iados a um esp aço único, a uma totalidade homog ênea? Devemos I" 1111 1('111" s ' parados , rea bso rver os fa tos pa rticulares nu ma lógica g/ol>;1I qll(
IIp or 'lU o "melanésio de sta ou daquela ilh a" adere plenam ente ao co njllll - " Ill ill '1'1;1a todos , O culturalismo pr ov ém dessa homogeneização ti ' prill('
10 ,'0 'ia l mais amp lo, com o q ual ele tende assim a se confun dir: ele 6, di :;. 1"11 1111' Il'ansforma as práticas sin gulares em signos pertin entes I, 11 111('011
11111 \)"111 (auss, "af etad o em tod o o seu ser pela menor de suas per c pçõ ',' /1 11 1111 ,I \llus o ,f eito de totalização as sim prod uzido de stitui as in('()I'lllal ,'(1 1 '
(1 11 P '10 menor choqu e mental".74 Não ma ntend o portanto, em relação ao 111 til ,I/I ',' n 1I1 tas vez cs mais limi tado e menos co mp lex o qu ' 'li!,' li 11
1Illllldo, n -nh um a distância, essa pessoa seria a ca da instante um resum O-I i. 11 /1111 111 0 .logo da s perguntas c das res pos tas suscitada s pela p 's 'I" is I. 1)1
1 " I lt ll lido Ia 'p o a, do !nterlocutor e da situação do mom '111 0, 11 1,1 11
1111 111(1 1,d llt/ lS 'Inográfi os são portadores de mensa gens lif er '11 1 's, 01,1 11/
111I. 1\ 'v -I, I :hisw in: au ras du sol. 11 11 'lIil,'lilll 'l11 () (Il'ros, 'lU podem ser f ornecidos em Outros 'Olll 's lO:I,
/I :1', I'. W illi:lms, f\I!:Iri:lgc csig:lI1c ...
I' (:1'. :. BrOlilh 'rg -r , I u grantl :lU rl.:[it. Vari:ll'ions ti -s "hl.:lk:s ,[ ti 's oh j 'LS d'tlll\tlY~ 1
111111'l'histOil'
1 - r-' -m' ti, I' -Ih nolog il.: til.: 1:1Fr an' -, ill I. ;hiv;1 " v..1 'g 'I - ( 'ds,), /\'1/1 1111 I \111'1 , NO/l /Iellx. I,,('m(/II '(ion:) 110 . lllllhml)%gi' (/'!:I SlIl'1/1od 'mil
(PlIl'is.' 111/
/"Il' '.\ ( '/I 111illl ir, /'11 "'1':111(' - 'c /'s }I:I)'.' ti ' /:111/':/1 '1I1I'lIllllltl' (Paris, MSII, I (> H 7), p. 17 '),1 l" '" 1,1 1 I'IN . II o " I.: Irlld, hl'as,: N z O-/II/:II(,('S: iOI I'llI/III'I I!)111111 111 IIlH 1'()I)olog ill (!t , ,\/11,1('111111 ,
I'. / 1('11 1Ih'lvitla Sigl1il'i 'nlivo (11 1' 11 11\tios I 'XIOS 11 I:lis 'S 'inl ' . 'dlll '. d 'di 'lIdo~ 1I11,~11'111dll '1 " 11/11/li/ I, ,'11111'11111 0,l'i1 píIIlS, 1 /)1)'1/.
11 11 1,'10ti· 'S ('ltlll '11 111I1 1I'O pologill11 '111'dos II'nh:tlh os <I' '1lIolol ~in <1:1I"III I~'II, ('0/111111'1 1111 1 1 111 111 111111,
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1I IIIHtllll' ,ld '1( liv 'ss(' IOlll,Ido 11 1ti, S('II,Sv '111 '",,1 1 j11 ('.I.!O ..... 111'1111 ti 1111111<111 (ti 1111 11 11 I ti/li ( 1'1111 1.1111 1 1,1\10111 11 11,1 1)r./): 1/1/11/11/11 11,/1"""'/1 " h"\'lli
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AI '11)disso, todos os discursos são em itidos por in divíduos que mantêm, ca-
mental é tripartite, que suas trocas não têm qualquer fin alidadc 1'111111 li 1111
da 1111)deles, com o universo social e intelectual da coletividade, relações
~u~ seu modo de pensamento é "sociocósmico". A imposição dc I »)>,i,', di
mais ou menos distanciadas, dubitativas ou críticas: "As c ulturas 'trabalham'
fInIdas fo~a do contexto sobre um campo social do qual elas prct 'I) 1\'111 1I1
('01110a madeira verde e nunca constituem totalidades acabadas (por razões
conta mUIt.a\~ezes produz efeitos ridículos que alimentam as cari '11111111, "I
t'. 11fnsecas e i ntrínsecas); e os indivíduos, por mais simples que os imagine-
antrop,?logla: .os et~?logos ~ para o senso co mum e para um grand • 11111111
11IOS,não o são jamais o ba stante para não se situarem em relação à o rdem
ro de etnologIzad_os ~ senam aqueles estrangeiros que deCrCt;lJ11C111 111
1111' Ihes designa um lu gar: eles não exprimem a t otalidade dela senão sob
do~ os fra?ceses sao ruIVOS, que os a f ricanos sempre torcem o p 's '(I '11 IIil
1111\determinado ângulo".78 Ass im, as sociedades não constituem blo cos
ga.lIn?as vIrados para o poente, ou que as entradas cruas anteced '1)' o IIi .lill
Iolnpactos; sua fragilidade estrutural - que deriva de s ua inscrição no tem-
pn~cIpal porque o cru é anterior ao cozido. Bastam às vezes algum,I,' 01111I
po - se alimenta das tensões entre as pessoas e os grupos: o holismo, ponto
vaçoes de bom senso de l~m observador sem pretensões etnológi '11', 1'111I
d ' vista que privilegia o inter esse geral, e o individu alismo, acoplado ao in-
que o ~astelo de cartas das Interpretações que sistematicamente privil\')',I,111I
I 'resse particular, coexistem de fato permanentemente, como dois tipos de a autonda~e da~ cre~ças e das interdições i ndígenas desmorone: u J11 ' I' 1111
argumentos necessários, mas cada um impróprio, so zinho, para caracterizar q.ue o etnologo .ImagIna ser "tabu" revela-se simplesmente impnll i ,(( I 1 111
lima formação social-tipo. vI~tude da denSIdade da vegetação; é sem dúvida ofensivo sentar no 11:1'i ,
É verdade que empiricamente uma sociedade só pode ser percebida selfO d~ um ancião porque sua cabeça é sagrada, costuma-se liz r '1111I 11
no cotidiano através dos f luxos díspares e i nacabados de práticas e de discur- Kanak: ISSOnão imp ed~ que.o mal-educado ou o desajeitado quc inl'rillJ\
sos individuais. Cada um tenta fazer coincidirem, em seu próprio benefício, ~a regra de boa ed ucaçao deIxe de ser repreendido, pois a aplicação d:1 I J" 1I
os interesses dominantes (que o etnólogo às ve zes toma pelo "interesse co- e sempre função da apreciação das circunstâncias.
letivo") com as suas próprias reivindicações, tenta r econstruir, em seu pró- Ao sobrecarregar de significações e de regras "simbólicas" os 1II'111111
prio proveito, a conjuntura, modificar as normas em função dos projetos do fatos e gesto~ que seu t~abalho de observação isola, a antropologia 1): (I ilj 11
momento. Tecida com m últiplas estratégias que se e ntrecruzam, se confron- nas força a ma~ ~e ~anelfa um tanto ingênua, mas lança sobre o terr '111)1',1"
tam ou se equilibram temporariamente, a coletividade estudada se def ine tanoso da emp~na mIcross~cial as pranchas de uma lógica sólida 'lU' '(lIIIPII
como um espaço de interlocuções e de comportamentos r epetidos: nos pró- me a co mplexIdade das SItuações sob simplificações generalizanl' ·s. ,'t' II~
prios fatos, nas trocas de palavras induzidas pela pesquisa, a sociedade resis- atos e as f~las indígenas são tra tados como amostras impávidas d ' III11aI 'Idl
te portanto à co isificação. Colocá-Ia como objeto fechado e determinado por dade c_ons~dera.d~ .mais homogênea e unânime do que articulada p"oiJl '11111
seus contornos implica nos af astarmos deliberadamente dos movimentos tlca, nao fIca dIfIcIl dar um salto do local para o global.
que constituem a realidade. " A vontade antropológica de transcender os particularismos CII('li11',11111
O distanciamento das práticas é a co ndição prévia para a construção lalS derramando-os na forma pré-fabricada e toda-poderosa I, si '11i11('11Ii
da sociedade como totalidade. Visto do avião, o todo parece mais importante quc os ultrapassam encontra o principal instrumento de su" aml>i~'do 11111I
do que as partes e - de vido à velocidade do ap arelho - parece praticamen- ·~"·SO~ noção de "simbólico". Sabemos que "simbólico", ora Ildjc'li o I1III
te imóvel, enquanto o "piloto antropólogo", com o seu largo ângulo de vi- y'IO, ~Jst.cma, ordem simbólica etc.), ora substantivo (o simb )Ii 'o, li 'ill I
são, tem o sentimento d e englobar com um ún i co olhar a finalidade última substituir "sagrado" e "representação" com o desenvolvimcl LOdo c', 11111111 1
do comportamento d os atores, sendo estes considerados parcialmente cegos 115no na antro~ologia e na psicanálise. O uso elo termo 'C g 'I) '1':1111'.(111 (0111
porque dão a seus ob servadores celestes a impressão de e starem pr egados ao bas' na ana 10glfl postu laela entre sociedade e J inguagcm. , c as :11iIlId' I' 11'/
chão. Do alto da posição de deus ex machina ou de manipulaelor de mario- I' 'nsamentos 'stão para a s ciedadc como os fonemas cstão para 11I ")',11,1, (I

netes na qual assim se instalou autocraticamente, o pesquisador p dc dcci- 111)1ropólogo d 'v.' 'onSldcrar os atos c as dc larações in Iíg 'nas 'olno o (,li
dir a res peito d o sentido oculto elas. ações e das dcclaraçii 's dos in !fg nas. 11)'1110S I, um slsrema ti, signifi a ões, I, 11m 'ó ligo. Esl . líl\illlO I '111(li
Estes últimos ficariam em muitos casos pasmos d' slIll 'I' (JlI ' .' 'li '"1iv'rso

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mo função estabelecer a pertmencia dos fatos sociais tratando-os como
'kmentos l igados entre si, à maneira dos fenômenos de uma língua. El es Essa pe~soa benfazeja é chamada de "aquela que ergueu", nom' '1IIIljlll
s~O "simbólicos" na medida em que não significam cada um separadamente, to a p artir o verbo upi (" erguer.") CI astres se a poIa
,. nesse termo pnl.l 1'1111
II
mas uns em comparação com os outros, a ponto de co nstituírem cadeias sig- lar um ge~to ao m~vimento dos ancestrais míticos que se elglli 1111(11 / li),
ni ficantes mutuamente conversíveis. André-Georges Haudricourt e Georges el~s t~mbem, em .dlf~Ção à superfície terrestre: "o ato de 'nas 'inl '1111"tllI
ranai criticaram esse ponto de vista na medida em que ele re duz a s fun- pn.melros G~ayal\.l fOi um a subida que os se parou da terra. Da J11 ',111111111
ções de comunicação social da linguagem ao sistema da língua e privilegia a nelfa, o nasc~mento de u ma criança se con suma no ato em que o illtlil'rtlllll
sincronia em detrimento da di acronia.8o ~em _verdadeiramente origem, não no waa, a queda que reata < I v '/lI 1 11111
Ao fazer o símbolo tender para o signo,81 a importação do model o lin- Junçao do .homem e da terra, mas no upi que rompe essa li gação, 11111/11I
güístico para a antropologia dá a entender que os comportamentos soc iais ~rgue a cnança, a~rancando-a assim da t erra onde ela tinha sido ti I li II 1
podem ser vis tos como termos descoritextualizados. Os falante s não têm jazer (. .. ] Texto e Imagem, o mito d e origem e o ritu al (sic] d nasci'll 1 1111
consciência das es truturas de sua língua; da mesma forma, aos membros de se traduzem e se ilustram um ao outro, e os Guayaki, a cada r ' '~1I1 111 1 I
uma coletividade seriam imp ostas conexões entr e signos constitutivas de do, repetem sem o saber (sic] o discurso inaugural d e sua pr6p"ln li, 1111111
uma ordem lógica anterior à própria sociedade. Se, de acordo com o id ealis- n~sse gesto que se deve ler c omo se escuta uma fala".85 Por seu IlIdo, o 1 11
mo levi-straussiano, o simbólico está c o locado na origem da sociedade,82 to- d.IOS,nem dur an.te nem depois do parto, estabelecem conexõ s '1111' o 111
da atitude ou todo discurso são de saída significantes por referência a uma c.lmento das cnanças e a emergência dos ancestrais; pior, 'I,,' ,( 0'1"1
ordem lógica que os engloba: os ges tos e as falas mais ínfimas se inscrevem ficam calado.s, a tal ponto que várias vezes Clastres, como qu' 'SPllllllltllI,
de maneira automática no firmamento de uma ló gica totalizante, transcen- s~ sente obn~ado a. explicar essa atitude: ele elogia sua "discriçt o" 1111III
dente à prática e única escala pertinente dos fenômenos. tao s~u tot~lll1vestImento na a ção, depois imagina que uma m 'SI),:1 1111\1111
Assim Pi erre Clastres não hesita em ver nos gestos que acompa- slmbolIc.a lIga alguns f atos que no entanto são a priori bem dislilllo III1I

nham o n ascimento de um a criança guayaki a "ilustração,,83 de uma passa- mesmo 1l1come~~uráveis: uma mu lh er cuj a função é erguer umll ('11.111I1
gem "do" mito de origem dos homens que ele re colheu nessa comunidade (~o"l~ngo da ~n~lI.se o ges to tornou-se um "ritual" e depois uma "c 'tilll
indígena do Paraguai: os prim eiros ancestrais dos Guayaki viviam debaixo ma .) e o epl sodlO f abuloso de uma narração pela qual os m '1llillO' til
da terra, co mo os tatus em suas tocas; "para se transformar em humanos ti- um~, peque2a sociedade habitante d a floresta evo cam suas orig '11.', () !I
nham que sair d e sua morada subterrânea e, para conseguir fa zê-Io, eles se bo ,erguer serve de gancho para passar de simples movim 'nlOs i 11ti 11i
ergwam. ao Iongod a pare
dI e" qu e esca ava m. 84 O'ra, assim qu e a cnança
. nas- duals de braços (segurar a criança, lavá-Ia) a um pensamento '(lI'1 i 1 i 111111
ce (waa) - "cai", como dizem os índios - um a mulher a toma nos braços. o adve~to d a huma~idade, de, um detalhe comportamental: 'mllll'I',11I111
guayakl. A construçao, a partir de argumentos aliás basta 111' I 1111 I ti
uma
, ' metalinguagem que da' se n t'd
I o a tu
d o o que aconte ., (1"1111011111
' '
I ,/111
80 A.-G. Haudricourt & G. Granai (Linguistique et sociologie, Ca1Jiers Intemationaux de sejam os co ntextos e as esca las de observação, permite ao '11I(dol'o 11\'1 li,
Sociologie, 19:11 4-29, 1955) denunciam a co nfusão entre a língua ("o bjeto concreto e par- a "ordem. secreta das co isas".86 Clastres se instala com Canto ""111'1 )'11 II1
ticular para o lingüista") e a linguagem ("todo sistema de signos suscetíveis de servir de
comunicação entre indivíduos", p. 114-5); erguem-se também contra uma concepção nessa P?SIÇãO de ~outor ventríloquo em teologia amazôni 'a na 111'dltl; 1 01
a-histórica dos sistemas lin güísticos e sociais: "a análise estrutural feita em sincronia ten- que esta convenCido de que os índios não têm , no fundo, gralld ' ('01, 1 I til

de a isolar o sistema considerado de seu contexto soc iológico e dificilmente escapa ao for- I
malismo" (p. 127). /,11111
r ,~or
r qnsamento
ue seriam, 'elvagem,
até em seu próprio
incons iente silêncio, os simpl
de si mesmo na 'sm por '! 1(1111
'dida '111,/11til
81 Cf. V. I escombcs, L'équivoquc du symboliquc, Confi-onrar ion, J:77·9~, I 'J!iO . ::' 'nas os, g 'Stos o dizem" pore'anlO, decididamente, milito di. ,illlll tllI
82 Cf. C. I ,t:vi-Strauss, Introduction à l'ocllvrc de 1\I[arcel 1\llallss, in 1\11.1\I[i1I1~S, 80 'i()IO~i'
IfI tos mais po I 'rosal11 lU ' S 'nhor li ' si 10 p '/lS:l111'nl'O o 'i.tI '111:11"
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O pr imado da lín gua so br e a fala, do simbóli co sobr e o soc ial, da for ma que a sociedad e ou o antrop ólogo teriam escrito e mon t ado. P ar a C jll . (I, 111
,'0"1" o conteúdo desvalori za a interpr etação "indí gen a": se, escr ev e Lév i- táculo se manten ha ' dentro dos li mite s do projet o, é pr ecis o de fato lIpll I I1
, II'IIII SS ,"se redu zisse a realidad e soci al à concep ção que o h omem, mesm o der as realidades apena s numa única esc ala , a mais glo bal p ossív 'I; II,~,'illl, I1
" ' Ivagem, f az dela (.. .] a etn ografia se di ssol veria então num a fenomen ologia par ticu lar e o ger al se confundem a todo momento .
v 'rbosa, mistur a falsamente ingênua em que as o bscurid ades a parentes do Uma tal visão uni fic ada do mundo soc ial se rompe qu ando plOI I dI
I 'nsamenw indí gena só seriam apresentad as par a enco brir as confu sões, do mo s a um a diversifica ção das e scalas de an álise e, si n gularment', 1I11 111l111
t'onr rár io demasi ado manife stas, do pen samento d o etn ógrafo " .88 Não se de- priv ilegiamos a obs ervaç ão mic r oetnol ógica. Se a idéia de um ir '011,"li 1111
v 'ria portanto elev ar a teori a indí gena à posiç ão de ar gument ação discur siva auto-r eg ulado se apói a num a lógica d as formas , generalizáv el c . '1IlIIIIII I I
1111'omo Lalande a def ine ("o peração de pensamento qu e atinge o o bjetivo porque demo nst r ada por um a pes qui sa comparati va e sincrônica tI" ' \111111
jlll!'U o qual está voltada por um a série de o per ações parci ais int ermediá- um gr ande número de sociedad es e de é pocas, em com pen saç ão ax I('lilt,fll
1ills"),S'.i mas a preendê-Ia como um a re alidad e men tal estática , refl exo de um de pro ximid ade a par tir das quai s se elabor a o sent ido prá ti co do x VIIII"""
p 'nSamento fund ament almente ex teri or aos a tor es. Passa mos assim d a soci- tamentos só se re velam no ex ame de situaçõe s particul ares e 10 '< 1ix. . 111
, 1111 ' à mente hum ana, seg und o um modelo que liga, como o signifi cante dividu alid ades co ncr etas, inseridas em red es operacionais de r 'la,'(11 ,
,to significado , as prop osiç ões particul ares dos indí gen as (jul gadas o bscur as) port ant o env olv ida s num a história ao mesm o temp o p esso al c col 'I i li, I 11
: " g 'n ralidades es clareced or as da antropol ogia. A invoca ção do "simbóli co" con tram- se no c entro de uma inve sti gaç ão ci entífica que nã o sC I ar ll (I 111 )'11
no s ntido definid o acim a - é a bsolut amente indi s pen sáve l a esse pro- estrutura l do joio conju ntur al. A pesqui sa e a análise microssoc iol ) ,i ',I di
, 'xxo Iorque ela r eenquadra no inter ior de um a grade int erpret ativa. cl~r~, sem baraçam os fios de um a empiri a que é tanto m ais densa quanto llllii', 1111
11\11noma e co letiva, a confu são aparent e dos enun ciados sin gular es e IOdl vl- nucio sa é a obs ervação. Os efeit os de se ntido são ent ão rela 'iollado, I I
t1l1l1ix,Estes últim os são fundido s uns aos out ros c omo se a socied ade se ex- ligaçõe s que as p esso as est abel ecem por si sós en tre t odos os aconl "illl 11
(lI il11i sse com um a úni ca voz e para todo o semp re, sem que nenhu m de .seus tos, pequen os ou grandes , passa dos e p rese ntes, que advêm, S'II '11111I
111'm br os jamais falasse e m seu pr ó prio nom e, num a época dada, a parti r de ment os dos gest os e das falas de cada um a das pessoas im plicadas 1111S illl ll
1111 111posiç'ão precisa. Fazer a econ omia do exame in situ das d eclar ações indí- ção pr esent e tecem a tram a cerrada e ince ssa ntem ente r etr abalhada da,' I11
"('II:1X permite erigir a menor fras e ouvida em "e x pressão da,verd ad~" s o~r.e terpret ações locais . É peri goso desc ontextuali zar autom aticam 'nt' ',,11
1 " 'Idrllf a" assim refor çada em suas pr ess u postas homoge neldade e Im o bI1 I- discur sos, decompô-I as em fi gur as que se tornari am os signos d Unlll 11(1\'.1
IIl1d '. linguagem, a das "estrutur as pr ofund as". Os pr ocesso s dialó i ·o s alll,llll
Um raCiOC lI1lOmacro scopl co de malh a tão aber ta abandon a o indivi- na inter ação são ins eparáveis da s norm as que eles proclamam r1")'0111\'" 111'
dllld, o temp oral e o factual às baixezas da hi stória par a melh or tra çar a é pura particul ares. A quest ão consiste em seguida em avaliar a cap a ·i lad ' d ' I I I
ti' 1111 I1 lindo jul gado enfim compre ensível porqu e livr e do sag rado, do po- tos jul gamentos e class ificaçõe s convencion ais de o perar em '111
11" ' Ias paixões. Essa limp eza lógica nos entrega afinal seres se m es pess u- textos de esc alas dif erentes .
1,1, d' 'om postos em "es trutura s folheadas", reduzidos a cabides n os qUaIS o Esses es quemas interpr etativos ge rais e fr ouxos su btend '111 11111 ,1 II11
IIIIIOP )Iogo pend ur a formas dit as "s imb ólicas" porque p articip ariam de um a guagem verbal e não-verbal geral compartilh ada pelos memb ros li . 1111 1111'
li11!'." II "'\11 codificada, de um a metalin guagem f inalmente id entifi cada ~om mo conjun to cultur al. A antro pologia ded icou-se a desc r ever 'ss' I ~Xi('1111I
.I pl6 prill so iedade. A eficácia sim bólica tão louvada faz o papel de mo:~1 formas mais corr entes de co m portamentos intelectuais, co rpora ix 011 11r 'I 1\'(1
m termos de "categ orias" o u de "modo de pensamento", qu' lar'Ítllll ('(1111 11
1I,ld'11,' dos
tll\ o nllm
'omptilortam
o deentos,
análise tem
que,algo
co ncedendo
a ver com lar
a ga vantagem t 'atà r ai:
montagem automatlCl-
tu~o . c simultaneamente dos casos particulares e dos fenômenos os maix 'Iolwi"
P 1 \11 'on os' os ar ares , af ogados so b s ader ços e as m5x '\II'IIX,S ' , pr tn IS- pr lhi ':ls 'otidianas ou ex e p ionais, p rman nr 's ou t 'mpor rtri:ls, IllllI/',ill,11
'11'111ill 'onx ,i '111'I' 'nt· num x6 r 'gis~r o O da p '\11 I, IlIlll() I' '1'111(\11 'nl ' ou "nlrais, x ri:II" assim ;l pr o j' ':10, nos m 'nor 'x r ' IJltoxdll I 'ltlill liI,
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I 1IIIIIIiI
IlIll pa pel no rito ou no mito ligado à rea leza". 90 Mas essa análise abole toda condição de toda comunicação, o simbólico decorre d e uma realida I, 11111111
di. '[ inção eventual entre o que os lingüistas chamam de os " níveis de Iín- pológica essencial, mas tão ge ral que praticamente não é e ficaz para 11tlll til
)'11:1". Estamos no direito de nos perguntar, de f ato, se todos os tipos de i n- se dos fe nômenos sociais.
I 'do 'ução acionam as mes mas ca tegorias e da mes ma maneira. Além disso,
Entre os s istemas de comunicação, as línguas faladas e as a rt's '0111
ti 'onsideração dos dados etnográficos pelo qu e eles são, ou s eja, como diria
rem ao homem e só a ele um d omínio de suas possibilidades adquirido, dI
Ihll 'son, ,'UnI'da des da co rrente co mUnICaClOna, . , I"91 permite. pensar que as
expressão. Numa permanente posterioridade, a língua, forma rígida ' 111'"
l
i 'ai' 'orias" apresentam con tornos menos nítidos e car acterísticas me nos ria maleável, está à disposição do homem. Ora, também é designada '111111
111l(VO'as do que imaginam os fundadores da escola francesa de sociologia e tropologia como "s imbólica" a capacidade de dizer uma coisa por outra; 111I
, 'IIS 'mulos:92 elas se elaboram segundo as co ndições da interação sem re- uma tal comunicação de "segundo grau", pelo estabelecimento da 'orr \ •
Ii 'I ir m ecanicamente uma estrutura semântica transcendente e mantendo pondência entre termos pré-constituídos na língua, não pode ser vista '011111
IIII)~I 'erra ambigüidade de se ntido, o regime necessário e ge ral de toda comunicação. Trata-se de um uso r '1(lii
I\s distinções entre os níveis "micro" e "macro" não são aquelas que co particular, bastante distinto de o utras práticas próprias da lingU<1' '111:
IIporiam o caso particular à ge neralidade, o exemplo à teoria, e sim aquelas todas as soc iedades estabelecem assim distinção entre uma expressão ri '11111
IJII ' podemos estabelecer se pr estamos atenção aos modos de comunicação
, '{'olltidos por nossos inter/ocutores. Estes últimos se e xp rimem em regis- da, "sim
nos, q uebólica", e umaoa micr
a atenção falaossocial
mais direta. Esse jogocomdosnitidez,
faz aparecer homens é com os , idi
pI'O IIHO J '.
II)S 1if el' ntes; é abusivo considerar que o alcance de suas declarações é uma atitude intelectual perfeitamente controlável, uma forma de lis 'IIr,'O,
, 'Illpre, queiram e les ou não, da mais ampla generalidade. Ao forçar as esca- não expressão de uma hipotética "mentalidade",93 Os enunciados são It i '1,11
1 0 1 , ' d' 'xpressão maiores (as menos contextualizadas) sobre as escalas meno- quizados por aqueles que os proferem. As figuras re tóricas perc '11 "111 II
1\\, os ctnólogos f reqüentemente fazem de seus informantes espécies de sistemas de argumentação que demonstram, provam ou contestam; 'Ia,' ('O '
1111'I tis lue atri buiriam ao mais ínfimo e ao mais material dos detalhes uma xistem com outros tipos de declarações, cada uma estabelecendo uma di,'1 11
'dl'l)il'i 'ação quase cósmica e de senvolveriam por qualquer mot ivo teorias cia específica em relação àquilo que quer significar. Convém consi 1 '1, 1,1I
1,1l1'Iaboradas quanto aq uelas com que a a ntropologia sonha para si mesma. como técnicas de comunicação e vincular o fundo à forma, os pens:1I111'lllll'
, il1l, para que o pe nsamento dito "simbólico" se tornasse a especialidade aos suportes de s ua transmissão, ou seja, finalmente, à história da 'UltllI'll 111
dll IIl1lropologia cultural, foi preciso construir em parte um objeto de estudo que os documentos estudados são r ecolhidos. A memória, o deb ac , o {'llllltl
1 1 / / 1 ( ) " sem que a noção de s imbólico fosse claramente elucidada. cimento, numa época dada, são i nseparáveis dos me ios e d as formas I 1(111
1\ capacidade de simbo lizar define toda forma de linguagem: sons e cas que os v e iculam. As idéias e os pensamentos não tr atam da r ':IIidtll!t 1 1
I',(','IOS 'ombinados produzem formas pe las quais o mundo é d ito e mo stra- não se r por intermédio das relações que estabelecem e mantêm '()I11o' 1111
do, N 'ss ' sentido, o simbólico é coextensivo à linguagem, A relação da coisa mens.
['11111'Ia mcsma é o impossível real, a noite autista e seu mistério. A media- O simbólico é um meio de comunicação, um tropo qu
,',to p ,10 simbólico põe no mundo, faz ser, porque faz com unicar. Enquanto tuado num jogo de enunciações. Mas a a ntropologia fez dei' 111111I10do di
pensamento ou uma categoria co gnitiva, aproveitando-se do 'q I1 VCH'O'1111
atribui as propriedades significantes gerais da linguag m a 1111111I1,1I1i11
1\I, , '11111
'111 ins, I '8 í/C8 c/:IIlS I'hiscoirc, p. 63. ontextual das imagens, à retórica. Assim, a noção de simbóli 'o I 'l1d' 1('1111
'11,', \Vi,)1 in ( '11.), 1 ,1 1 Ilolll/cllc commulliciltioll (paris, Seuil, 1981), p. J 27, TextOs de Ba- fundir metáfora e lógica da mente, construções eircunstan iais ' 'li11,'I, [,
1I 1/", lIi,'dwliisl 'li, ,0I'l'm01n, Ilall, J aeli:s n, Scheflel1, igman, Warzl:lwi 'li:,
truturais. m isso, uma lógica universal d", omLlni ação v -111Sll\), lilll I
'I' i,
:111110 ol>s 'I'V:lIIIOS (.1'. P . B 'ill' vair\; & A, B 'nsa, M:lllSS d:lns 1:11IIIllilion dlll'kh 'il1li-
liv 'rsas pI'O lu Õ s I ais d' feitos I' s ruido; aqu I:ls qll . ti 's 'I) OIVI'11I
IIIIH lI\- l'i,\(lividll : I:i p 'rSOI1l')', ,/'ili'I"', ·1053S, 19H II), plllll I 1111
hl'illl, "IIN \'~II '~ori:lS
111/"lIil1 INIHI('illi, , qll' '1\10 silo l"iUIN pllr:l K' IIpli '111'111\i\'lll 11\11111111 ' 11/1i:I1', 11\'111
r i 11111 qll'
r -ri' 'õ 's ' rMn' 'm provas, 011 '11[; (J aqll 'Ias qu - pro' -ti '1)) 1;)1' SOIlI\'I',II/',tl
, I 1/11111111'111
I111111:,
111'\'lIlilllld,", I·;IIIS I 11\"'01110 1',1111;111
dl/III1'111 I 11111111'1
I 11111,1/111111/" d' si 111il'i 'U \,n 's 1111111
111's1110 pOIlIO, por illl '1'111
~dio dos rito,' , do '1w1n 1111
1111111
11111111/''1111/ '1111111111
11'IIIIII'H 111'N dll vill" '.1lI'i,lI "' (:1 I' 1)1111111'1/1,/1'\ /(,111/('\
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11"1111 \/1 11li/I (I' 111,1 '11 1 " I')(,M •
I' ,'li 1 1M \ (I ,1 1 I I11 ') '/I :1 (, I· I( I II/yll. 1'/1/111 /I 1111/1 " • 1 '1 '1 1
,/111 /1 /1/1//////11 (I' o, • 1." I I, 1111111
11''I OS. Essas ex periência s, tanto int electuais quanto SOC IaIS e psicológicas, aqui", decreta sem nos convencer que em qualquer cir cunstân 'i:l :I fOI I dll
1110 podem ser reduzid as a um a combin atória de formas cujas regras se r iam inconscient e sociológico (de estatuto entr etanto incerto) é sem p , 111,11111:I
'01 ) '"das for a das situa ções o bservadas; pois as configur ações verbais con cre- isso significa - a profu nd ando o foss o entr e antr opologia e hise 1'111')1 I11
111,',q u C se confundem com as realidad es soc iais empiri camente tangíveis, se zer com que as p ráticas co nscientes e a din âmica das conjun tur as Ili~IOII Ii
I' 'ram no e pelo contexto hi stórico. . desempe nhem um p a pel no máximo r esidual.
Uma tal pers pectiva torna caduca toda tent ativa de instaur ar um a pn- Resta contudo r evelar, por trá s da diversid ade da s ex prcssõ 's I Ililll
Illllzia ou uma anterioridad e das f ormas sobr e os conteúdos . Por exemplo, a rais confun didas com lingu agens, uma lógica universal da s forn'l'ls, I,:" ( I" I
IiiSI 6ria da arte d eve ser ca paz de relacio nar uma l eitur a pur ament e estilísti- jetivo neok antiano de semboco u necessariamente na definição de ':11 ')',1111I
I' \ das o bras às condi ções soc iais (encomenda, pa pel dos mecenas, estado do e de equações. Q uer se su ponha que elas refletem a realidade so '10101',1 11
III 'r ':1 10 etc.) nas quaIs. estas for am ela boradas. 94Da m esma form a, a antro- (Durkheim ) ou a con stituem em virtude da eficácia quase m ágica do " jlllllll
pologia não tem moti vo par a diss ociar as form as que observa ~a hi s:ória que lico (Lév i-Strauss), essas noçõ es e relações permanent es fornecem: Ili 1111('11
\1,' f orncce em conteúd os. Mas a antr o pologia estrutur al redU ZIU o sImbolo a quadr os pr eesta belecidos de realização. Par a isolar tais dados tr ans "1111 11
IlItl signo im perm eáve l à dur ação. tais, a antropologia estrutu ral reduz a diversidad e dos sistemas d . sigilO, 011
R enunci ando às análises atemporais que aca bam de ser criticadas, so- serváveis através do mun do 96 a matri zes lógicas que os en "cndl'lIl'illlll I1
IIIOS por isso cond enados ao hist oricism o, a u m rel ativismo cultural e históri- todos. O compar ativismo condu z a uma tradução dos códigos 10 ':lis 1111 ,'IIli
'o a bsoluto, inca paz de se despr ender dos contextos para compar ar e o bter outr os até o esta belecimento d e um a es pécie de es peranto antropolll)',1t o
" pli 'açõcs gerais que dêem conta de f enômenos simil.are~ obser~ados em Os jogos particulares de formas são as sim relaciona dos às cae gori:ls, 1 "li
o ,i 'd:ldcs diferentes? A compr eensão das situações maIS cIr cunscntas, pela gras inerent es ao funci onam ento da m ente",97 como diz Lévi-, crallS" • di
Illk'l'O.história ou pela etnografia , r evela pr oces sos, regras de enunciaçã o, fa- se modo às regr as mais ger ais, A teoria supõe aqui que os signos' s 'li 111)',11
Ilid:1 1 'S de comu nicar cuj a lógica não é irr eduti velmente es pecífica dos na mente hum ana pr eexistem à interação entre as pessoas. Assim :lS 11IlIIIolo
v01I1 'XLOS, mas se encontr a e age também em outr os lugares. Nenhum a das gias entre sistemas cultur ais seriam im putáveis à a plicação d:ls nl ','111 1111I(
l,il1lf lllariela Ies e elas configuraçõ es par ticulares que o historiador estuda é ab- gras da mente a cont extos hist óricos difer entes sem que S 'jlllll d lld IN 11'
'1Olillllnl nte única; mas perce bem os similitudes important es, por exemp~o , razões dessa ass az curi osa epif ania. Ma s as soc iedades não s: O o s li l i '10' ti
'1111'" :lS cstrutur as políticas do antigo Ja pão, de Ma dagascar e da Polin ésIa, uma mesma língua, como f azem crer as com parações ps 'LI lolill!' I til "'1 '1"1
'1\1 q 11' possamos esta belecer relações históricas pr ecisas e n~r e ~ss as re- substituem l ógicas sociais concretas por lógicas sim\)()li 'as 1'0111 1,11"~I 111 \'1 I
I',i L"S 10 mund o. Se os comportam entos parecem ~e ela borar .Int eI~am ent,e que os proces sos de simb oli zação dizem as relaçõ 's I11:1S11 (111,',('1111111
Illi 1:111. '-a-lance do jogo das interações que caractenzam cada SItuaçao partI-
A antr opologia e sua taref a com par ativista po I 'nlo , 'I 1'1'1111111111 ti
'111:11',a 'stratégia é contud o limit ada pelo habiws, as capac idades de ~ons _ tru-
pé se a bandonarmos e sse gênero de sacerdó io q 11' '01\, 'i. 1 I 111 '1111111I 1111
'10 ' I, simbolização da ligação social são sujei tas a regras que se Impoem
gem do sentido fora da s pr áticas efetivas, cons·i '111 ',' , ill('(llIllil 111 1 ,tllI
IOS I1lor's ' mo heranças parcialmente inde pend entes de c ada conteúdo re-
ator es. Para tanto, convém considerar os enuncia los 'o,' 111\),'111 1111 1111111"11
l,I 'joll:1i 'oncreto. É uma questão teórica essencial par a as ciências soc iais de-
jeções de modelos atemporais e incontroláveis, mas ('(11110 SIIIII ' I' I' 11.111
1('llIlil1:1r a natureza dessa autor idade invisível e avaliar em que medida ela
I"\ll' influir so bre contextos diferentes .. Se,a.mic~o-história, atribuind o l~m a

illl!lol'l:
d' ','1\1111'ia primorasdialno ões
" 'r qlle às calepacidades
estr atégia Indl vl?uals
e de Interessedos ~a.o
~tores,
elas corr e ,o ns~o
tambem I:I~- 'J, ,0111 o f az, por <.:x<.:m plo,L évi-Strauss quando SllS[<.:nr a<111 '"Ia lIisllíti\l '11 1101I1\11tllI"
s' dixrinJ.:u '111xo br ,tIIdo p 'Ia c.;s'olha d' p ·r xpc.;,tivas 'ol11pl '111'111111 ',: 1 III~IIIIIII111/'"11
tlll iVillll -111' 'onstruí Ias, a antropologia estrutur al, qualIf l ando eI s I o Inl-
zallclo x 'IIX dadox 'm r 'ia<,'; o ; s 'xpr 'XSÕ'S 'onx 'j " 1 'x, :1 '1IIOlor ,i,l '111,1111 11,1' 1111'
( 10 ti, "in('ol1s ,i 'nr ," li I r 'gnân ,ia do qll . "já 'seá lit" sobr - o <\11 ' " seá di<," 's illl'oll,'l'i '1I1'S (ia vida so 'i:d", /11 l111/ 'u/llilu/ ,i' 8/f'I/C/llutlc 1'llIis, 1'11111,II!.',H), li 'I
IN , do 'I:: 1111\1. III:I,~,:!l1/( rll/lu/n/:ill C 8//'III/II1//, I1 'cI, Hio ,k ,11111 'ilo,'I"III1'O 1\1111111 1111,1Ijlj1 1
'IIr ()1I~I'IV('IIIII~qll', 111 1IIIIillli,. clll VI'/I'~, 111 1l i 111'1 11111111'1110)'0'1 lilliÍlllIlI '1111111111111,.1
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11 /1 /1 " 1 ,1 ,1 11 1 11 1 , /(l, II HH lI
pro blema s de comun icação que sur gem no int erior de intera ções preci sa-
me nte situ adas. A seme lhan ça das produções sim bólica s de diver sas s ocied a-
des não poder ia ser ded uzida de um a lóg ica a bstrata e universa l das form as:
ela res ult a da hom olog ia dos proces sos ac ionados em situações co ncretas
homólogas. As refe rênc ias à m en te huma na ou à s " m en talidades", em s ua
generalid ade , im pedem de v er o v erdade iro níve l de perti nência: o das con - Sob re a escal a na hist ó ria
fig uraçõ es soc iais 98 e lógicas necessár ias que prod uzem ex pressões s em e-
lhantes n o inter ior de cultur as muito difer ent es . Uma mesm a ló gica hist óri-
ca se par a um rei de seus súditos, es tabelec e laços e ntre gravitas e celeritas,
entre a utocto nia e or igem longínq ua etc., tan to em F iji quanto em R om a,
em Tó qu io, em Segu ou no territ ório dos K anak . Ne ste ú ltim o caso, p or
exemp lo, a d istinção e ntre sen hores da ter ra, insta lados há mu ito nu ma re-
gião, e recém-c hegados , considerados "estrangeiros ", se esta belece primeiro
de fa to, pelo encontro de dois grupos de pess oas n um mesmo luga r. A ques -
tão é saber por qu e e co mo essa s ituação s erve em seguida par a el a borar, p "
meio dos estatutos de "a utóc tone fun dado r" e de " estrangeiro chef e" , uma
conceituação d ual forte susce tíve l de ser trans posta pa ra outros co ntextos.
modelo nasce das circu nstâncias, e não o in verso. "O que dizemos rec b' A história é uma boa moça, um pouco ind olente mas S 'I\\PI ' 1'11111
seu se ntid o do r es to de noss as açõ es ", lem bra com razão W ittgen steinY9 I1 li seg uir, sem muita discussão, quem a tiver eduzid . Ilo j', il Illi" 111
Iii.'l Hia está na mo da. As propo sições a prese ntadas I cio 1,(1'I11 )(}tlt' IIi I11
, Iltlor s italianos reun idos em torno da revista QUild 'l'I1i SI!!,i·i ' til 1'11
'" '10 M ierostor ie of erecem um a ref erência e um mo d '10. III !lI, II 'I
'111' s' Icclaram nelas ins pir adas, há dis uss- S S '11 10 <l1/'lllli",11 11 IIj I
11 p'r '1Issão exa ta precisaria aliás sc r m 'd ida) " 11 0 cI i II\'I tlt illll 1II '11
fPI(' '1Irn 'teriza atualmente a história, 'assin 'omo a,' ti '1I1,1i I1 li' I1 111 1
111111 IS, 'Ias onstituem um p onto d' r '1"1' 11,i "I III"II( I1 Ii\ I' 1I 1I 11111
I1 'olha le um e pisódio minL is Id o 1)11 d' 1111 11111 11/,(111 111111 11111111I'11 1 I
jllllllir p or si s6 a o btcnçã d' um 1)1" d' 1111 111111111111111111 II
111 1IlIdos 0 ,1 mi rostO";fl são liv 'rsos, :"':1 11111'11 1.1 11 111 1111 \ 111 11 1di
1I11~ '0111 ma is prolixida I do <111' pl ,(,i ,111 1'" 1 111 1" 1111 111 111 11 \ 1I
I I 11'ill <111' a ,Ia s' faz (< 111111110, livlIl, '111111 111 1111 1'" 11I1I IlI li 111 1
IIIIIIIII? ~ I S V";' 's m 'lis '11 '<lI\till(1I11 1111'1111 1111111\ 111111 1 1111111 11111 ,11
lIll' ," '0111"1" 1 mi('l'o IIi 111111 I I1 llil jll 1111111 II II1 11I I 1"
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I I 111I 11 1ItI , II1 11111111 1111I 1111 11" , 11/1/111, /' I ( I) ''l I \, IIII H I, 11111 11111'1 1"
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I, l" I

'1'1I. \ 1111'1 111I '11, 111 /"111,1/111/ ' (1111 1 (: tlllllllltI, 1 1 1/1, ,li l(l, 11 I '''rllll 1 1, 11111 111 ,I .',', 'L ', / ( I 'til " 1 '1 1 1'
o último
liv ro que Gu y Bois d edicou à mu tação d a cristand ade oci - ssas dif erentes tradições indícios de realism o histórico: o l oca l é OIlI 'IIIIt1i
por volta do an o 1000 é um trab alh o ambi cioso . 2
I 'ntal Pretende propor u m 10 com o r eal e r efrei a toda t entação dema siado t eorizante, O livro foi litlll
modclo ca paz de da r conta da p as sagem , na Europa , de um si stema soci al liscutido, m as m uito pouco no qu e diz re s peito a ess a quest ão I m ~11)t1II'
h 'rda do da A n tigü idade par a outro , fruto da re volução feudal e resultant e, S' os historiador es pud eram com pre end er , expre ssas com poucas liliilll, til
pOLICO a pouco , dos efei tos do t ra balho dos n úcleos dom ésticos camp on eses interva lo num a mesm a obra , proposições tão pou co comp atíveis, , POIIl"1
, Ias comunid ades ald eã s. Essa mut ação fundamental de toda um a " econ o- 'stão vivendo um a situação d e grand e incer teza diant e da ab orêlag m 111111111
mia-mundo " é contudo r eduzida, na ordem empírica , a uma cab eça de alf i- gráfica. O risco, então, é ver o estudo de c aso ocupar uma p os ição sim ~II It'l l I)
11't c. Ao con struir seu ar gumento com base ap e nas na alde ia de Lourn and, tllI cstatística de scritiva numa históri a ser ial tradic i onal: ass im COI o os 111111
110 Mâ con - 350 pess oas vivendo dentro do r aio de al cance de um a p edr a dl'os gráficos, a apre sentação de dados locais é reduzida a um u so sim iJolil'll,
,Itirada da abadia de Cluny - , Guy Bois esc olh e del iber ada m ente a micro- 1 lima espécie de convenção cuja f unçã o é pro clamar a valid ade da P 'S qllÍ, I,
história e exp lica po r quê. Vá rio s argum ent os lhe oco rrem para justi ficar essa postarem os, ao contrário, q ue as v irtude s heurística s da micro- hist lrill slll
's ' lha metodoló gica. O primeiro é da or dem da ne ces sid ade: a obs ervação 1IIIIis f ortes e que um a prática ma is produtiva do ofí cio de historia 101' (' '1111
int 'nsiva de um a célula el ementar é tão in dispens ável à aná lise do hi storia· 111'l1tc nascerá de um c onhecime nto ma is ex plícito d as modalida I 'S di
lor quanto à do biólogo. O s egun do mo tivo é a preocupação de inv erter ()
'I,' 10 racioc ínio histórico e de s uas im plica ções , Farem os aqui todos o,' "
olh'lr
ll1a, f i qupartir
e é lançado
das c asas sobre
dos ca ampsociedade,
oneses e orientando
das al dei as, o proj
e nãetor
o do deEstado
b ai xo epadas ra 'i·
i· 1'111ços para acrescentar ma is uma pe ça a este dossiê, ref ercn t às q 1 1 ','t 1("1
I111'ri igadas da escala e d a generali zação.
dades. i\ inve rsão de persp ectiva s e explica ao m esm o t em po p elo fat o I'
Esta últi ma noção é equív oca . Os dicionários de f il s f ill ti ,t'ill '111 til
(/11' , "a partir de baixo que se opera a const rução do sistem a f eudal" ,.'\ mas
IllIn bém porque "o ger al não se to rna com pre ensív el pela simpl es soma 011 I1 " maneiras a pass agem do p articular ao geral que ela dcsigllll, 1\ pl'i 1III'i 111
jllsla pos ição de situaçõe s particul ares". O terceir o mot ivo li ga-se ao pap I dll 1 I 't"rc à passage m do obj eto singular ao conceito, i\ seg un Ia :) 0IH'1 11,'1111
'ol>s 'rvação loc alizada e m relação à teori a : de um lad o, ela funciona como 111'111lIllal cstendem os a to da uma classe o que f oi o bs I'V'I 10 nllm 11t', 11\\'1 I) II
IlIlla barreira de p r oteção contr a os risco s de um a esqu em atizaç ão tcóri '1\ IIll1ndo dc indivíduos ou de casos pertencentes a ess a 'lass'::1 "'11" tli:t, I' I1
I t IIU () lima f orm a da indução. Q uando Pierrc I 'yon, 101' 'x t'lIlp lo, vi 1 11\
1I)llsiva; dc outro, o briga a modi ficar os mod elos int er pre tativos e a rc (11)
por d maneira diferente a matéria histórica, contrapo ndo-lh es a variedatl 11\1li.' , tu! soc iedade de uma ca pital de pr vín i a fr:1I1 ' 'SII 1111 1:1'01111illliÍ '1 111
do r 'aI. Iil (','111 10 dos avanços e das dif erenCÍ'~çõcs blll'gll 'SIlS I',tI(' 1I11 111'il I 111 I1I1
T'r-se-á perceb ido que e ssas razões , todas e las ex plicita Ias no livl'o, I' I ti, 10 f llncionamento social no século XVII, '1'11 11 ','." II pll d °1"1111, 111
, ' iliS 'revcm em trad ições e im plicam p ráticas que se coadun am mal. I O lil Jill ' ,'~' ins 'revia scu tra balho, i\ {i1tin a o p '1':1': O, ri 111"" I '111 " '1 1 1'1"11 11111111I
do los I16rodos, a o bservação intensiva, nas ciências sociais, remetc l11t ;no,' :1 1'1 111'1111i'/,II<;:o da analog ia: com bas 1111s 'm -111:111'1 1 1'11111 /1,1 I ,I [111111
Ilio logia 'Iular do que aos mod o s de validação da ciência intcrpr tativa ' d:1 11111'I 1 Illiíll O lI"C f oi rcco nhccido 'o mo v 'F(I;ld 'illl /1111111111111 \ llillllll [til! I
1/II'c/c c I 's 'r ipeion antro pológica; inv ersamente, pôr à prova hi pótcs SI' )1'i(':1 di :11110 ;il1:t,burg, ' cor i" not r l/ rn :t , 11\' P 11'('('(' 'l i I 1111 11111111I I IIqd ll ti , f i
I)()I' I)) 'io da o bservação empírica particular leva ao positivismo 16g i 'o. I O I1 111 '111 ti ,t'illiç( 's, 'nl'l" as qllllis li: o 1': 11'111 0, 1111 111I 1 ItllllI, 11 I1 11 111 11 ti" I
I

do 10 ol>j 'tO, O loc al a parece corno um a es pécic de modelo redu/,ido I, \111111 1111 IlItlil' 11,'( 's, 1111v 'r 111I, hllllllis, A /',('111 Iltli/ll,lll1 I 111111 dllll l 11111 ti, 1111 11
lill Iliii 'l i g ral: UIl1'~ amos tra, quc sc qualificará ora 01110 ai 'Hl'ória, Ol'il ('011111 P"H 'I',""O d' :II)SII'II<;; o: s 'li I't'SIIIt:ltlll t 111 11I \ I 11111111111 1111 1111 iltlllll
I l('iO llld, Ma s 'Ie t'tm bém é a prcs ntado, le maneir'l 'omp l 'W I1l<,:nl ' dil ' til 11 1'11',' '''lllvl ',', 1"1,, o p -1':1P(ll ,'t'll' '111111111Ir 1111 11 111 111111 1111 1 111111 di
11'11(', 'OIiH) (l ,I 'm enco nstitutivo dc um processo glohal qu ' I 'lI) Sllll od 1I1'lIlldd lld', do ti 'I:dh ', dll di!""'II'11 1111111Illill 111 111 11 11 111111111 (I 11
}',t'll\ 11 11ilit 'r:I<':: o ,fi ':1Z das situações 10 'ais, Po I 'rí:Ii110S ailidil :1 'I' ','I'l'III:11 1 111 1',11/11', '111,'111 PI 'IIl(,1I ('olidi 11\I , ~ ti 1 1 111 I1 11 11 111 11111111111111 1'111 11I 11
111111111111II IIpil ", Slll'I'iI'i('1 1I dt'l 1111("/ 111111111.11111li, 11111I 1111 11111 111 11111111111',1 111
111111111,111tlll ('1 '1'111:1d' I '11i(','H'11I \ '1 1111 111 I1i11LI ,1 1111111 11111111 Iltllll 111ri I \ II
'( 1,111111,1.11/11/11 t ll OI I d '/ ' 1 1 1 / 1 1 /1 , / ,' 1 1 /1 1 1 1 / 1 /1 / , I'll/'/Ii<' /I//l'O/llllll,\ (/('I', \lIlit/" lil 1 1 / 1/ 1 1 11 / 1 /
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I '11111111" 1111 \11111 tI 11 til 1111111 1111111 ',111111111"11 11110'11
11\/11 (1'1/11 1,IIIIVlliI, II/HII), 1'111111II1111illllllll N 11111111 1I1 11~11111'1111111111/'11111'11
1111/11'111,\11 11111 I til /1/11 1,' Ii lilll'llllil'll illl plll'l lI' I 11 di 1111111111dll I" 111Ildl I 111 11\11 IlItlll"
1,', 11111111I vlllllll' '11111 111 d 'lIlll 1'lldll~I II1I'I, A li I/li I'I/Ir'~, '/,1111111111111
11/1/1 1111 11 (,111111 ti/I I, t 1111111I'illlll ,11111 111 I ,til 11,1111) 111'11 11 11 \'1 I 11111111ti I
\ 11111,11 '\ ' 1 "111 111, 11 til 1'1 111111 'I, 11 11 11 \'11,1 11111I '111 11111 11I 11 0111 111/\ 1111 1 \ I 1111111
<1:1:-;lasses que ela pretende caracterizar.4 Estas definições, e as observações
1':lcs encontravam aí o fundamento de seu dinamismo e de seu sucesso, '(la.
li11' elas suscitam, servirão a seguir de grade analítica. I "ia que o resto lhes era dado a mais,
Um déficit analítico resultou daí no que diz respeito às questõ ':-; C111
110Socupam neste momento. A distinção entre os níveis micro e ma 'roa 11ti
I il-'oS remete, nas ciências sociais, a opções conceituais fortemente d 'fjl1idllN,
I', 'r:tlmente herdadas da história das disciplinas. A diferença dos 111'10 10
Em 1941, numa conferência para os alunos da École Normale Supé- p'squisas estatísticas contra pesquisas monográficas, por exemplo) il11lHIII I
Ii 'ur , Lucien Febvre explicava os motivos do emprego do adjetivo "social" 111'I S do que a oposição dos quadros de referência (a sociedade ou a "01111
110título da revista que havia fundado 12 anos antes junto com Marc Bloch:
Illi:1 em sua totalidade num caso, a situação em sua singularidade no 011110,
dos seres pertinentes (os agregados, ou então as pessoas, mesmo CJue abS11a
Nós sabíamos muito bem que social, particularmente, é um desses adjcti- 1.1,' ou das formas de solidariedade entre os atores (coação não n 'ssal'la
vos aos quais fizemos dizer tantas coisas ao longo do tempo que no fim I1I 'lHe consciente, ou negociação e interação) cuja escolha a prior i nã I' '(li
quase não querem dizer mais nada [...] Estávamos de acordo em consid '. I<' ti ' proposições testáveis, mas de preferências fundamentais nã 0111'1\

rar que, precisamente, uma palavra tão vaga parecia ter sido criada 1... 1 IIII~v 'is. (, Contra tais oposições, que estrlltur
am as querelas da s ciologill 011
101' um decreto nominativo da providência histórica para servir de inslg 11 pro 'ramas de ensino da economia, a disciplina histórica se viu, pOl' I'alla
nia a uma revista que pretendia não se cercar de muralhas [...] Não exisl ' til dis 'u são, quase totalmente imunizada, Co mo que esponraneam '111" 011
história econômica e social. Existe a história, simplesmente, na sua unid:l- I /,1, s 'm reflexão crítica, a profissão praticava a macro-hi tÓria.
de. A história que é toda ela social, por definição.5
1\ totalidade social constituía o objetivo último da p esquisa, 1\ i 1 di
11'1',so 'ra um procedimento analítico francamente ca rre i'ln ,< 1 " s' 01 ,li
projeto é menos próprio da disciplina do que uma retórica I'WI u.'o 1111li, p:lra cm seguida poder praticar a quantifieação, em r 'OITar 'ad:l ohi '
1111'rno 101' um momento fez supor aos historiadores: a ssim como as Ollll(\, Ifl ('01111I 'X, em agregados de dimensão intermediária. '$(1110 dll 1"1111,'1\
'j 1\'i:ls humanas, a história procura estabelecer, de acordo com o ponlo ti ti 11 rlli~o R gime passava pela análise de suas provín 'ias; () '01111'('1111'1110
Vi,'I:1 <111'lhe é particular, os princípios gerais do funcionamento social. Mil, II1 o ,i -da I camponesa resultava da deserição Ias gn ")oS (/11" dOI, 11111 11\

I:rlv ''/, por lue esteja defendendo a originalidade do projeto dos An[ JIII's , 1,11 1111111111'
's I"nanuais aos lavradores, a compllnham; ti al1(J lis' dll "11111"1111111
'k'll 1"" vre reduz o problema ao da geografia das fronteiras disci, lil :Irt'" 11,\I ,IVII-S' 1a individualização dos m vim 'nros I' !til (I,' o dil( f( 1111 () II1
1 II:lS 'ondições prévias parecem bastar para permitir o acesso à toralid:1l1 11111'il11 '1110 10 101o, se gundo se supunha, d 'viII 111I' 1 ti 1 1111 dld I, III11
11iSI )ri ';I:/]:> CJ uestionamento dos recortes trad icionais com base nos q 11:1 i,' I1 111 '/ v'l, I, SIJ aS partes, I\s novas mao 'iras (Iv 1IIIhllllllll t 1I1I1 I IIdll 111111
('i 1\ 'i:1 histórica analisava o passado (o econômico e o so ial s pal~d:lIll 'IlH', I 1,r1I1If:ldIS a partir 10 < lU 'stion'\I11 'lHO d 'S, ' Il10ti It l 1111111 li 11"111111 (I 0111
pOI "'mplõ e a remoção de barreiras intelectuais entre os sab 'r 'li 'D ':-;,' \l\11 do I'rll'lISS0 Ia pr:1Li 'a I '01; o dll Idsl6ri.1 (/11,1111111111\.111111111 \ 1111
I'i ri d:1 r 'f1exão metodológica dos historiadores en 'aja los ness ' I ovil\\ '1\111 dI' 'lilOS: 110 plallo 'pist '11)01) ,i 'o, \('11 lill"ll I I111 11111 Idll 111I11
" I ill tl s '~uir n obilizado por um esforço de re omposiç~o dos 1'ri Íl )I im 11i" 1':11do v 11'1110:t 11:1
1 1i '() 'llIr' as d"S(,II,11l I I I1 II1 I I 1 111i"1l1 I
1.11 l[ivIIS, 1111\:1aI '11\.':O m '1101'li)i dild 1 I 1111111111 "1111 111 1I1 I1 111" I I

'\'111[11111', Vo e/ 11m /li ir , r "/inir /II, 'r 'r ir i!JII' 1'/:I/)/iilo.~()I/ii'(plII'i~, 1'111';11)')1;11I1
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1,,1/1111'11,VÍlII 1'1"'<111111 l'III\1II/,II'jlllllllllllll,1I1 :11111/111/1111110/'11/111111' l'III',t\ (:,11111,
I 11 , I,IIl IlIhi l'!l 11I11I/lliO / ,"1,11111 I I h 11/\ ti, I 1l IA 111/ 1 1, 1111111 (I'
/1 Ifl, Ir,lI,
111,\1,1' I') 'li I" I I' 1i I '1 1
IIl:lis geral almejado. O tratamento da conjuntura servirá aqui de po nto de Ilomenológica ou numa análise teórica dos processos senão uma 'xplll ,I .111
:qwio para fazê-Io. ,/(I boc . Resulta daí que, se o método f ornece os meios de uma I, '"1111'" 1
Para a "história historizante" que os fundadores dos Annales denuncia- " ) Ia complexidade do momento histórico, ele impede de pens:u 1(' 11111111
vtln , o acontecimento formava a unidade temporal elementar que a explora- IIIOUO, que não o do empilhamento, a recomposição da g lobalidad ',( I 111
';tO dos arquivos permitia restituir. A seguir, a crônica narrativa constituía a 1'I alternativo dos programas da história conjuntural, de um lad , ' 111"111
tolalidade cuja construção, por meio da concatenação dos fatos tidos com 1I1Iiu imóvel", do outro, revela a dif iculdade intelectual na qual o Pltll( 111
v 'rdadeiros, esgotava a descrição histórica. Em oposição a isso, depois dos ~Il:lrra. Ela sublinha uma incapacidade de recompor em sua compl 'XIii 1111
t rllbalhos de Labrousse e de Braudel, a historiografia francesa concebe no .I lotalidade histórica considerada ao cabo da o peração de decomp sj~'dtl ,1111
p >s-guerra cada momento histórico co mo a combinação de vários tempos, ca· Illi 'ti que devia mostrá-Ia,
d~l um dos quais se desenrola segundo ritmos e numa escala espacial que lh ' 1\ demonstração teria sido ainda mais fáeil se tivéssemos analis:J (lo .I
s: () próprios, A explicação resulta de um processo de identificação e de d '. 111(1I:ilidades previstas de arranjo dos resultados das monografias 10'ais 11"1
s·, 'aixe dessas temporal idades múltiplas umas das outras, O procedimenlo 1IIIISI iwíram durante uma geração o quadro mais freqüente da pesquisa li i·
li: () postula nada quanto à duração da seqüência cronológica a ser explicadll: 1111 i ':I, ou o modo pelo qual a história social inseria então seus da los '1l1 "1
:1 'p ca de Filipe I Ie a breve crise revolucionária da primavera e do ver~o 1" l'i 'S le quadros cruzados que permitiam ao mesmo tempo tolali",a~'( (
d ' 1789 liaam-se ao mesmo tipo de análise. A reviravolta não atinge ap n:l.' 11111 lillha (a sociedade de 1789 são os camponeses, mais o povo I:,s ,i I:ldt ,
o método,bmas afeta também o estatuto dos objetos temporais envolvidos. ( IlIlti, :I burguesia, mais a nobreza - cada um desses grupos scn 10 1)l)1 ,11,1
II 'ontecimento (no sentido de objeto histórico, sem que nada seja postulado \ I, divisível segundo o mesmo princípio) e p or coluna (a burgll 'Si:l (~11111"
,'o!)r' sua duração) constitui agora a totalidade, e as múltiplas crôni as I1U,' 1"1 I ': o l: 'onômiea, mais uma posição social, mais um nível I, 'lillllllI,
qllais le se inscreve formam as partes das quais as modalidades de comi i 111IllIia lotal não inscreve seu método sob a insígnia da gen rnliztl\':io, ' 1I11
n Iy: o dão a ex plicação. di Itll:iliz:lção. A . preocupação com o realismo históri o, ti primaúl 10 '111 11 //
Entre a pluralidade dos tempos, duas dimensões foram geralment ' pl i 1111111 ,'li 'o que oferece a evidência das suas éries, ':t majoritrtl'Í:I 1111,111101
il '/!;indas pela historiografia: as tendências longas e as oscilações cí licas, ( d. I.II\\ili:lri nde com toda forma de raciocínio prob~lbilist:l ' I li '011\\,I,II\'I I

I('oplumcnto dessas categorias temporais durante muito tempo constirllíll ,\ 11111.1 oI1Íluti' pistemológica que vê na bus a da 'X:lIISli id:ldt, tl 1111(1di
11:1," Ia rdem de exposição dos resultados das pesquisas: de um lado a 'SIIII I 1I111plir o programa da história totaL 7
111I1I,"r 'alidade que o tempo custa a desgastar e veicula muito lon 'an '11It''', H 'Sllltan daí uma maneira de 010 ar os pmhl '1l1;l~( 111\\,11111 "11,111111
(' ti' outro o recitativo da co njuntura, O encargo de reduzir a con pl 'xitllltlt d di i 'solv '-Ios. À questão de sab r s' as . '()I1()l\li:l~ 1I( lI,dli' 1111\ 11 11
do mom 'nto histórico isolando seus componentes temporais ab , t Cllil',\
111111111'111 '111' 'omplcxas para ai rcs '111:11' r' 'lil:l\'cl(' ('tlll/l1111111111111 1 '" 11di 1
('SIIII ísei a. As etapas dos métodos tradicionais de decomposição das S('I i '
, I I" 1.1ti 'S 'ri\'~() <.Iosmovjm I!tOS SII . 'ssi o' di' ,111.1I d. 1111 I dll 1111I I1
('101101>gi as pertencem à bagagem de todo historiador. Na maioria Ias, '/,,(',
1111111 I ',pII 'o ' nlll1l p 'ríodo Ia tos, m )vjlll('l\ltl~ I. "11 Idl I1III11 \I \11 I
IIIII:I-S' le revelar o movimento mais longo, eliminá-Io, isolar o 1110\11111 '11\t1
1"111" II11'il'l\l11 'nl' nas 's 'olhas 'slalÍsli(',I~ 1'11111111 ill I) I \l1l1I 11111 11111111'I
d' dllfa 'ão imcdiatamente ií,ferior ao precedente, eliminá-Ia por s '\11111110,I
di 11111('o J >!'ohl 'ma I" ',iSl 'n i;1 1(' ('il'!o 1'1111J 111I1 11,I
111 I111 11111 1 1/111
I, sil)) por diante. Uma reprcsentação gráfica vem' ralm nt illlS I rar o d,i, ('111
,I IltI,"I(', ti' tI·s 'ri\': o 'soh!";1 '011/1/',111" II di 1111/I 1\1Itll 1111111111 di I1I1II
NO: n 'Ia, 'a Ia I ovimento sc enrola cm torno do eixo forma 10 p ·10 nlOVlll1 11
Ijlll ••11,1(It'li:l,1I111lIn1a sjllla~'11I P:llli('ltI", "li 11I1I1j111l1l11l \11I 11111111111, I
10 d ' dllra ',() im 'diatament superior.
I(ss' pro" lim 'nto l:seabel' 'c, I'fato, lima hi 'r:lrqllill 'nlr' o' IlIo\'i
1\lt'I\lOS d' 1111';''~o lir 'r 'nt', Cutia 11m 1'1 's t 'Il'l, 'I)) r ·llIç; 0110 IlIovl'IIl'11I11
ti li 11111'1.11 ( 1',lItill~,ll('illi , 1'('1:" (:. I'. 11111,
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1111111 III 1"11"1111111,11 \ 111111111" 11111'1 1 ,1\ 111I 1111111111 1111111111I1I 11II1 I' 'I I'
1111 'stões da esc a la cron ológ ica da ob servação e da decomposiç ão do mo vi- d) m três etap as qu e va l e ~ pen a lembrar. 9 Primeir o, no decur so do Ira \) I
Il\ 'lHO conju ntural não têm solu ção, nem virtud e h eurístic a: a curva é divi sí- lho de camp o, er a preci so o bs erv ar f atos p articular es concern entes a 111 1111
,I em vár ios elem entos cíc licos, dos qu ais a penas a ma ni pu lação es tatística Ilni a famíli a (ou a um nú m ero muit o pequeno delas) . Um a vez con '111 1 0
v 'm esta belecer a pertinência do núm ero e da du ração. Porqu e o e ncargo ex- ('.'s' microes tud o, proc urav a-se tirar dele, por in du ção , pro posi ções I,ti'. I

I li 'ativo se apó ia nas téc nicas de decom posição, o p rin cípio da partição ini- Por f im, ess as co nclusões era m su bm etid as ao j ulgam ento de es p ialisl I ,
'i:1I e a significaç ão da recons tru ção co njunt ural não s ão ver dad eiram ente pos- 11,1maioria das ve zes notáveis locais: prefeit os, notários, m édicos . .. J\ I f llli '11
(OS à prova. Po rqu e não ex iste ade qu ação e ntre a pro blem ática , de um lado, e Iill i lade dess es es pecialistas era pertencer t anto ao un ive rso o bservad o ,I
os pressu postos epist em ológic os e o m étodo, de out r o, o pr og ram a de pesqui- Ivillm na mesm a comunid ade hu mana que as fa míli as que er am ob j 'LO di,
sa não po de ser leva do a bom t ermo. A ex istência de um a reg ula ção c íclica jI('s qllisas) quanto ao do obse rvad or estudi oso (m a ntinh am , como ele, ailld I
I r J pria do A ntigo Reg im e perma nece f undam entalm ente um a qu es tão cI ' 11'I' a penas por razões soc iais, um a dis tância crític a f rente às man irtls ti '
)pil ião. I1 Ias f am ílias op erá rias) . Se u luga r no dispos itivo da pes qu isa é imp orlall
11 , j~ qu e eles form am a in stâ ncia de va lid ação qu e permit e rom per a ,ir 'li
1IIId:ld de um a análise que indu z de o bservaçõ es particulares con III S( 's
I1 IIIÍS, sem poder sub meter estas últ imas à prov a de outr os dados qu . 11 o
11/11'I's mesmo s qu e permi tiram forjá-Ias. Ma s q uem dese m penh ará, '1111'
Praticando o es tudo int ensivo de o bjetos mu ito limit ados (um fato bll 11 11101'iro herét ico do séc ulo XV I.e o histori ador de h o je, o pap e l do es p "'111
1l:t1, um pr oce sso, um rit ual, um in divíd uo qu ase com um ), a microscoria pm - II \lI? método de L e P lay é int eressa nte aq ui como indíci o. A r s po, 1.1
1'0' há algun s anos ou tras m aneiras de traba lhar. A infl uência da historio 'rll '1 " 1 'I·traz à questão da va lidação ass in ala a cont rario que o pro blema Ia I '
ri:1 fran ces a e a im poss ibilid ade ha bit ual de enc on trar na un iversidad e italill 1" 1 1'lIl alividade, pre lim inar a toda f orm a de ge neralização ne.S' qlladlo
llil :IS es truturas necessá rias para desen vo lver as pes qui sas co letivas s riai, IIl ill 1ko , 111 encon tra solução for a de um racioc íni o prob a bil ista I ' 111~1o
< 1 " . permitiriam pree ncher seu prog ram a ex plicam ao me smo tem po o I 'to dll d'l Il1ostrag em .
I() I, tra balho e suas pr im eiras ca racterísticas . As prim eira s justif i arivl\: ,"ria li partir da antropo log ia anglo-saxã q ue a microscori a iria 'n '01\(1111
'pisl 'lTIológ icas da micro scor ia ates tam a preg nância do m odelo m acr lIn all " jlllIl'I'dim lH OS int erpretativos dife rentes que lhe perm itiri am 's 'f ll \I do
li('o. I c um lado, os micro-hi stor iadore s pretend em se intr oduzir nos int 'I, II I ,do do paradigm a qu antitativo . Co ntra um prim eiro m od 10, ins pII ,ldll
I ('ios Ia análise se rial e chegar at é o "vivid o" e a ex periência individua l ill:1 11 1 IIIO posiçõ 's de Clifford G eertz, e que ofer ecia os r ec ursos d 11 111 ;1('j 111hl
"ssfv'is aos es tudo s agregado s. De outro lad o, ela pretende, ini ialn1 '!lI " 11 1111111'Ial iva, os historiadores italianos ergue ram rapidament 11 111:11 11 1\11"" 11
I r:11 ', 'r a s pro blem as de validação da a nálise res pos tas da m esma 11 :11111'1',11 di I1 1i" \I,', tO 1\ antro polog ia cultural, como é sab ido, pretend e 'onsiti"1 II 1I1
(illqll 'I;)s lue a história qua ntitativa su po stam ente deveria encontrar no 11 11 1111111 1111 ' (() significante o co nju nto da s açõe s, do s comp ortam '1Ito," dll' t i
11' jo los nú m eros. As def iniçõe s variáveis dadas à noção le "ex cl ionul !lOI til I ti l~ " '11 'as qu ' f rm am o tec id o soc ial, e atri bu i com o tal' '('a I, I'i 11 1III
l!llll", ('orj" Ia para enfr entar a qu es tão da re presentativid ade 10 liSO, "'II:!,('1I1 111III I,,i 1'1'a r O s 'ntido desse texto. Ela defin e a cultura m o lII11 11 1111 11111
1', ',' :1 m llr '<I, não im porta se a idéia é proc lam ar .~ ca pa ida d' r'v 'Ind ol:1 011 II II IIli1olo' 'ol11 partilhados, co m o as palavras e as estruturas d' 11111 \1I 11 1',11 1
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1I()lllHlli I a Ic da cx c ção nas so ie lades anti as. 1\ gen rali"llçl () P:lI" 'il\ 11 I 1'11 111li Iloli/,,{)11I ' I, poss ibili dade d todo ato d f :da. 1\1 'an ·: tr 11 111('()1I11(
d 'I' " , 01' '1':11 'a ss' pr ço.
M :ls, nssiITI 010 ado, o prollcl a não on porr:lv:1 soluç, o, No 111 (',dll
do, 'ltiO I" 'olTIO ale 'rn ariva à 's wtf sei 'a sO 'ial qll' '/H : o plO,'p" 1 I, I I, 1 '1 IV, 1 , 1i 111(" " 11( / 1' Sl)cilllv, 11/ 11 /,! r lC '." "( /11'/; ·/'s '/lm ll {'IIS", IIP"N 'IIIII~ 11til

1"1~(i~li' I,'PI:lY pro pllnh:l, pa ra () 'suld o Ias f llm f li:ls 01' -r: lias, 1111 111\ 1 11 I '\, 1'1111'/,t \1 ildk'JI,'/K lill\" ~i "'I, II)H! )),
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('imcnto geral, nesse ca so, cons iste em re stituir a ling ua ge m qu e está à dispo- vinl ento que em cada caso é restituídoY' Nen hu m desses livr os .111 ,I Ip lll
, iÇi O de atores qu e se limitam, na s si tu açõe s pa rticulares em que estão 'ortes temp orais regu la rm en te espa ça do s pa ra f az er os in v entários di' 1111 ,1'
'Ilvo lvidos, a articulá-Ia. Um po stulado imp lícito é fu nd ad or do projeto an tro - S 'melha nças e de s ua s , diferenças a fim de de du zir da í os pro cessos '11 1 11\'11)
1'0 1 ico: a esta bilida de da relaçã o qu e associa o "tex to" da ação soc ial loca li- 1'01' isso, ne nh um tam bém é co nstruído como um a crô nica : nem a 'X:III ,11 1'1
í',a Ia e a "lín gu a" da cul tura de que ela é ex pressã o . "Os sistema s de si gn os e tia I do relatório, ne m a line aridad e da na rração fa zem pa rt e de Sllil,' 11 11111
d<.: sím bo los são c om pa rtilha do s co mo o ar qu e respiram os ", escrev e Ro be rt ". I 's . Não é o en cad ea me nto do s ep isód ios, e s im o do s p ontOS ti' vi 1 I
I afnton seguind o Cl ifford Gee rtz; ou en tão: "Gr amá tica s cu lturais realm en- 111111 íticos e da s mod alidad es su cessivas da ob serv aç ão (escolha d as 1:(1'; ld(', i 11
1 ' ex istiram " .11 É cla ro qu e ca da prática so cial e cada at o de fal a sã o su scetí - I -r pretativa s "loc ais", seleç ão da s f on tes, mé todo s de tr atamento) (lir ' 11 1
v 'is de mod ifica r a comp osição da a tm os fera ou a s estru tu ra s gram atic ais, 11 1:\1 1 Ia seu desen volv iment o.
mas na escala da açã o hu ma na tais al teraçõe s sã o de sp rezíveis. No uni v erso Ex plicit am en te org ani zad os seg un do rot eir os de est udo pree st'l b ·1-citlw.
dos textos, pa ra Darnton par ticul arm ent e, a igua laçã o da s ca ra cterística s con- II 's r s po ndem à definiçã o do qu e po de ria ser um a hist ória ex peril y'nllll.
I 'x u'tis do mome nto (as ma neiras fran cesa s de pe nsar o mu nd o no séc ulo 111 1:lise da mu da nç a nã o é bu scada, ne les, po rque o t emp o constituiria a pl 'il
VIII, po r exe m plo) é um a ga ra ntia cont ra a in terpretaç ão livre e é a co ndi· I II paçã o particular da hi stória no se io da s ciên ci as hum anas, e sim j)OI'qll . 11
I,:iO da generalização , fora da qu al as ch an ces de s ab er se a an álise hi stóri 'a I iI'i -dade é din âmi ca por nat ure za (vo ltaremo s a isto) e porque a apa 'id;l(\('
captou um tr aço de idioss inc ras ia ind ividu al ou o traço funda ment al que per- til dur conta da evolução é um instrum ent o d e validação dos n O I -Ios, , '<"
'orr ' um a cultura dev em ser cons iderad as mín im as. 11111 111 11 11 '0 de um a história ex perime nt al (ou d e um a história- pr bl '11 1<1,,' I
/\ ausência de au tono mia do s ator es sociais e a sa turaç ão in t er pr Lil- I'llr'I'il'), o b jeto his tór ico é con struí do , e não dado de an t 'm~(), II11 \(-11 1

liva los es quemas analíticos são a s dua s car act erí s tica s qu e r esu lt am c1css' tllI dil p~squisa que o torna vis ív el e o ex pli cita. M as, ao m 'smo I -nlp u, li'
posnllaclo e que justif icam a rejeiçã o do mo delo pe la microstori a, Porqu ' o illll' 111'0'cssos, o da evoluç ão d o f uncionam ento soc ial c o lil SII:I '!tI 'id :1 '1111 ,
('OI\L 'xto que conf ere sent ido ao "tex to" é, na es ca la da ob servação, 11 11\11 111 11$, o sc paráveis. O modelo históric0 se enContra su bm ri 10 il loi,' nlvl i
illvllriante, a análise p resta ma is atenção ao s entido f ixa do pelo "t ' XIO" d, vldidllyão. Cada um de seus elos ex plicativos é su bn 'rid o 10 't tillH 111
'1" ' aos proces sos so ciais, e par ticul arm ent e aos con flitos de int er prct;I~'a(). 111111,1das o bservações e mpíri cas co rres pondentes. I~m s -gllid il, -1(' ( ('illl
!I11 ' r 'sultam na su a fixação. Porque o t exto de i xa ver o contex to c o '()lI 1llIllIlldo, <.:m seu co njunt o, com o desmentid o cv -nl'lI:ti 1:1 dill. Illil'll Hill'illl
I(XIO lá sentido ao texto, a aná lise int erp r etativa term ina na circulari lad(': 11 I"IH ' -,'sos teó ricos que ex plicita extraem sua vali l;ld ' d ' ,'llil 111 01'1111 11\lll
" c insomma un processo circo lare in cui i crit eri di F erità e d i ril'V ilI lYi/ , I 1111 )111[1mil lança social o bservada. p'ro 'sso ' "I 'ri lI('ia: 11' 1'111111 11.1111I
lI/ fi i'hil / si ne JI 'att iF ità erme neutica costitut iF a, ap paiono [... J t rop po 11 1'111 11 , 11 ",('1\ ,,';tlií',:lÇão se pera por analogia, 1\ '01'1 'S pllll(\ IH'ill 111 111 li' 1\1 1
/ li/ r i" .12 Á reviravolta analíti ca acar retada po r ess as o bjeções é du pla. 1~11I1(' IIIi 11' pr 'vislas pelo modelo c os pI'O , ' ssos oil,' 'IVII 111 11'1 11111 11 111"1 1" lil
,'111111 'm nega r a permanência em benef ício da mudança ; ela traz 11111 '11 I) 111 11iO llillíl -1110 so 'ial passa 10 os prin '( pios ('x plil'l lIil'll (111 1dll l 1111 1I I1
!lI im 'im plano, antes tot alm ente ocu pado pela atividade inter pr 'rill iV:l do 1,1 til 1I\;lr\ 'il'lI 'm pír i <I) cuja r 111i ,o I()I'I"\! ill\\l1I11 111
p','qllisa lor, as ca pacidades e os esf orço s de decif ração 10 mundo dos 11 1) 1I1i 'ro·l1isl()rill so 'ial s' O P ( - ilO I', '('I I t.Í' 111 111 II 11 II I 111111 1I 111 111 1
I ',' 10 passa 10. I 11 1li' 111 111 1I' 'gllll 10 ponlO, 'On1U roi lIilll: 1111 1111111 111. I I" I I,I '11 li til
IIiS l6 riil d e um e xorcista , Itinerários o perários , Nus 'im 'IJI() (/c 1111/ I
ti, 111/1'1)I('lalivlls dos IltOI' 'I', Os IIIUdl 111 ' t11t 111111111 11li l' I 1111 11 111 111 1
lil/ :" I 1 f.{ ·/ 11 'orporilriva: qu em não per' b u qu os su bcíClil os lados [1 '"i(
lltlll 1111 1111 1111ilnII 'O polol' i:1 soei:" 111 (1111 111IIII 11 11/11 11 1 I 1111111111 ti 11
livros !I1 1 ' d 'v '111 ser inscritos so b a in sígnia da mi 'ro-hiSl6ria d "'l'rdl lilll
11 11\111\1 's ma 'struwr'l an;:díti "I? l\IIu lança 10 I11l1ndo 'amp OI\ 's 'dll,1 I( 1I I
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I'.rll 'I /O 01' 'I, lia lia 'j lad " mo lif i ',IÇt o los ilS p "IOS 'dos (1'I IIdI O,' (\[1 ,lIli(\ I
lil I\d' '01 "ivil Iltllllil (:lI pil:1I 10 Aíll')',O Itq;illw: - 11111 (1'1 iI 11 11 ('11 1 11 111
\1,11 ',/IIIU I/IU"'/I//III/III'I ,,~ I (111111111 ,/111/ "1/1 11 //11 11 / /'/"1 1 1/1111' 111
'11 11/ .I 1//11/1/1//1/11111/1 11 1\ \' "/11 " (1"11 .1111 ' 1, I'IIPI,', 1'1111 11 1,/11 \ 1 11 1 1 Jil
Ii 1/ /11 11/ 1/11 11'1tI'l/lI /tI/I '111:1l'UII'(l IIIII/ (/11 11 / / ' fll' /11/111 1',"1,1'111";, 1'l'HI )
II I I l'lllllllIl, /1 '1,/11 1///1 11\\"1" lil'\ 1'1/11/1,1', \()() 1 I 11'111,li 11\1 li 11111111,1111111111 1\ Idllll '11 11 ti, I11 11 1li 1111 11II /, 1,1/1 ti" 1/ /1
1'11 I, 11 ,11'"111 111 til 1)'1 111 11111 1,1 1 '/1 1 11 11 111111 /11 /11(/ 1 1 1 / ,' I / r ! ) (1"11 1, \ ~IIIIII, 1'1 /1 1 0
d ' sugerir, seguindo Paul-Andr é Ros ent al, que a microstoria se ins tala com Inir a e da a comod ação da ópt ica, pos sui um dup lo estatuto: r es ulta dll ('Olldll
'ss 's modelos em pos ições pou co conformes àquelas que cer tas leituras d e nação de mil hares de si tuações particulares e ao me smo temp o clá SI 111idll a
• •'
li pr ogr ama lhe atribuíra m. 14 Um ins trume nto de a nálise e uma gra de te ó- lodas elas. Por exemplo , a evolução do Es tado mod erno no s éc ulo rV 1 1 (11 '111
r i ':1 f rnecem à microstoria os meio s de val orização dos at ores. Os méto d os I''u em milh ares de al deias como a de Sa ntena, no Piemo nte, m as ao Ill(', 111 1I
Ia Jl nvork analysis permite m recons truir as redes de relações dos i ndiv ídu os 1 'mp o o mod elo que é da do dessa evolução assegur a que nã o será I1 '(' I II
, Ias fam ílias. Essas redes resultam do espa ço de ex periência social de c ada I'jo re produzir mil hares de ve zes a experiência de San t ena para se "11 il'i('111
11m e desenha m seu hor izont e. Sua i dentificação permi te recuperar as f or - do valor geral do cas o . O co njun to dos c onte xtos con struído ao longo di",
Illas cio agrupamen to social a pa rtir da mu ltiplicidade das prá ticas indi vi- i!'rimentação h istoriográfica é ao m esmo tempo qua dro, o mai s engloh:1I1 1
dllais. Os e lemen tos teóricos mai s impo rtantes são encont rados no a ntr o pó- d '1 'S, e níve l de gen eralização. Mas a ques tão de sa ber se aqu ele que fo i I "
lo{.(o norueg uês Fredrik Bar th. A mic ro-história toma- lhe de em préstim o O Ii 111ído es tá compl eto, ou me smo se é o único ima ginável, fic a sem SOIII~'1o ,
íllOU 10 de um indivíduo ativo e racional, que por se u lado oper a esc olh'ls 111v o ar a experiência dos a tores parece ser um meio de ro mp er uma t ai ili
Illlln univ erso caracterizado por incertezas e obr iga ções que depe ndem par - ('('rI' za. Um rel ativismo met odológi co vem se compl etar num a forma I,1 . I
Ii '1i1arm ente da dis tribuição des igual das cap acidad es ind ividua is de acesso li, m ) e pistemológico.
informação . Do c onj unto das escolhas individua is resultam proces sos ma- "TLJdo o que é imp ortant e é macr oeconômi co, tud o o qu e é fun dalll 'li

o(TO S'6,
p 'dr ios icos,decoTur
moim pornoe séc
xempl
uloo XX,
a penetração dalidação
ou a co nso i deologiavariável
fascista dasno cor
s meios
pora- 1111~ microecon ômi co": talvez a microstoria pude sse ado tar a fórmu la '111'11 11<1
I 'oJ1omista Serge-Chr istophe Kolm . Os micro- histor iador es contr i buiri:li11 '1\
<;( 's I' of ícios e a formaçã o do Esta do moder no três séc ulos ant e s. li o para f azer emergi r a figura , inédita na his tória, da opo sição entr' lois 111 1)
Portanto, a cons ideração das va riações de esc ala se situ a, pri meir o, do dI IlI,~ 'onceituais altern ativos do social, do tados de obj etivos e de Sqll~'IlIII"
lado 10 ob jeto. A impo rtância diferente dos recurs os de que dis põem os aiO 1III'I'pr tativos divergentes. Alg uns dos b loqueios d enun ciado s na "OIlOllli I
I~',' 'a liver sidade da extensão dos c amp os nos q uais ele s são suscetíveis d ' I 11:1sociologia encorajam a explorar uma outr a vi a, esf orçando-s ' I ar (l 1111111
I/,;ir 'se, o entre as ca racterísticas essenciais do pa nor am a social e co nseieu '111 I1 I d ' ,i liclamente do lado do mét odo a var iação de e scala. Das onsid 'I1\1 I"
I. I'OIlI'S prin ci pais da sua modific ação. A varia ção de esca la não é aI an~l,jo 1\1\('.. ' :1 a ba de ler, dedu zir-se-á que não s e deve pr ocurar os m ios I' I'II~,
1(1p 'squisador nem princ ipalmen te o pr oduto do pr ocesso de conser IÇiO li 1 111plim >rdialmente nas três disci plinas citada s há pouco. Im põ '-s' tllll P I'
P "<I"is~1. É, em primeir o lugar, taref a dos atores. Ass im também a manipll 11 ill por 11m r aio maior. Mas, de u m camp o para o outro do S 'I!) 'r , 11,'1I 11\',
11\'1() 1 'Ii berada do jogo das e scalas não tem como o bjetivo sugerir um 'S pll II I Ileias Ic modelos são co isas delicada s - ainda m ais qLlan 10 +1: ('11<1
\'0 sO 'i::ll totalm ente dif erente: a for ça de est ranhamento da micr o-hiSl li 1 1111\('111a pr o posições ec léticas . Vam os co mbin ar que f aren os (1(I'Ii 111 11IPIO
11 os' leve se não à f orça de evidência que os quadr os agrega dos tinh alll ad 1IIIIIII')I'i 'o I'ssas pro pos içõe s, co m fun ção de estranhamcnto ' di' I I""
qllil'ido. Ela tem por fun ção identifi car os si stemas de co ntex tos nos quai,' ,I 1111 li,

ill,' 'r 'v ·m os jogos s oeiais. A ambição des sa car eo grafia lin 1n,i '~ I ' 10 'lIli~,111

(' d ',' 'nhar, m sua variedade, um conjun to dc ma pas que '01'1' 'SI olld '111
I(),' viírios territ6rios soc iais. Quanto ao princípio cio funcionam 'I1l'O sO('\III, " " ta La e a const ruçã o do objeto
(I, "por s 'u laclo (ini o e s6 privilegia um'~ linica es a la, a 10 mi '1'0,'1' ) pil'lI,
I1I qll li o p 'ran os pro essas ca usais le lue cle p nd 'm wdos os 01111'0,', " N I I" ~ 'ogr:d'ia ou na arqui t 'tlIr a, uma 's 'ala 6 um::t linh a lividld 1 ( 111

dl\ O, Assim s ' orlima


l\(l n1 'nos gal iza, nos entr
r ns10 tr abalhos
e um n,de,todo
mi 'rmuiro
o-hisr 6rar
i:l, 'nlO
S' :IOS
li: o prIllllil ('Ollt11\II
llt' 'dilll II \111' i/',lIllis : '010 ':lti:1 no roda p-O: ti' Ilnl m:'I);I, ti, III TIti 'sclll1o 011 dI' 111111
IIi IlIl il, pllll s('lvir d' 111'dida ('Ollllll llll lodlL' IIS P"I'I'S I, 1111 'dil'eioolllll
III d' P 's(lIli sll qll ' f :I~,cm apar ' "r o b j 'tos hisl )ri 'os in 'dilo,' 'o P1IIH'1di I (11 I Itlllil. Ils di,'1 li 'i[l,' , \ (odo, (), 111/',111's <I' \1111lliaPll." I, A d(" illi~' 11
111l\'o l'illl:l <111 ' ., 's 'Olil"l' 'n1:~ 'x p 'Fi n ,ia individllld do, IIIOH',' do P l i' II "1111\II II1 h"IC')'I'/II/Il'llic Pl'lIllil '11Ii('1I111 " IH', lI"i,'II, )':1(1d 'Si1'.1I11dlll, 11 ('I
dll, () i. \t'IlI\l do, ('01" 'X(O" l' ~slilll do p ,Ia ,"'Ii' das vaiÍ 1')(',' do 1I/',lilll i11
I

I /"1 \1/11/11 ti/I /i/l/IIII(fP/lII


I/I/I ,,/111/1/11 l/I '/111 i ,r li \ 1/11', I" rll /1/1 (flldl'lllll, 1,1
111,11111,1/11),11,1' '!ti,ll"ii" "Iillllll"
plinas que fo rmar ão o camp o desta (no tem os qu e seu enr aizamento no s sa- 01' anização a ser estudado. A um geóg rafo que quisesse se interr gal' solll'
bere s práticos é co nsideráve l no séc ulo XV III: o co nhecimento d o mund á e a configur ação de uma rede r odoviária regional, um ma pa na S 'a 1:1 11('
a teor ia da a r quitetur a têm uma fina lidade utili tária que se consuma nas Geo- I :25.000 não inf ormaria nada, mas se ria precioso para aquele qu e I 'se jll I1
graf ias comerciais e nas Ar tes de construir) e duas questões princi pais: a da 'ntender a relação e ntr e a distribui ção do há bitat e o tr aça do das 'Sl1,111i1
medida; a do du plo o bjetivo pote ncial da esc a la, que esta belece um a hom o- Ill1"alS.
logia entre a r ealidade e sua imagem e, em cada uma dessas duas esfe ras,
Tr ês dif iculdades r esu ltam dessa posição e pistemológica. 1\ prill\ 'li I,
uma relação de pr oporção e ntr e as partes.
1I1tli' pr o pr iamente geog r áfica, tem a ver com a questão d a conr inui I ild', :11
Uma aplicaçã o me cânica do conceito ex plica ao mesmo tem po o des- 11\0 conciliar a contin uidade fund amental do es paço real (passamos S '111 11 1
crédi to em que caiu a noção de e scala na geog rafia contempo rânea e a pouca wl'ru pção da aldeia ao mund o) co m o caráter discreto , na pr áLi 'li. 11
atenção teórica que lh e é d e dicada. Parado xalm ente a penas uma esca la cr o- (',' 'alas? Com o, simetricame nte, conciliar a continuidad e iner ent ; I 'J lll
no lógica, a es cala sec ular, figur a no índice d os " pr incipais ter mo s úteis p ar ti "'lllaçã o car tográf ica com si stem as de relações q ue nem sem pre t~onl 1IIIdll
a análise dos espaços e dos sistemas es pac iais" qu e f echa o vo lume geogr áfi- ','10 s pacial co ntínua ? As dua s out r as são ma is ger ais. Tr ata-se, el Ilirll '1111
co da NouveJJe encyc10pédie des sc iences et d es techniques.16 A colo cação 11 11\111',do risco da tautologia: como se asseg ur ar da existência d e um a r '11Ii<l11
em esca la pertence aos pr oced ime ntos de instrume nt ação e se u conheci men· <lI' g 'ogr áfica a não ser reali zando a escolha pr évia da e sc ala qu e vil'l 1'(11111
to está ligado aos mo d os de utilização. "Devemo s sem pr e nos lembr ar I, \'1'1 Slla imagem? Quem , por exe mpl o, co nhece o grau de d esenvolvil1l<'1111I I
que um ma pa é u ma r edução de um território . A es cala é a r elação entr e um .1', 'al"acterísticas da r ede viár ia naci onal qu ando se disp õe a penas, 'OIIICI \ I I
com prim ento .
me did o no ma pa e a medId a rea n o oca . 1 l' 1,,17 P- 'd
or tras a 01 '. 11 ('liSO da França até o fim do Prim eir o Im pério, de ma pas regionai .. 011 di
ração ca rtog ráf ica figur a um realismo. A escala do geóg rafo assoc ia um re pr . plllllln1entais? A passage m, no discurso de R oge r Brun et, da n ;(1 d' I1 I1I
sentante, o ma pa, e u m r ef er ente, o territó rio cuja con fig ur ~ção es tá dada ' III1io par a a de terr eno é o sint oma da segunda. O terr eno, aqlli, r 'llll 1
prec ede a op er ação int electual que é a reali zação do ma pa.- E portanto p ss 11111 ,1'onf igur ação do r elevo e a operaçõ es que são de triangulaç,o . d' 111',/1
vel imaginar duas hierar quias para lelas, a das "esc alas", que está ligad,1 ilO IIIl II,'j o, c a questão da esca la não se coloca a não se r num úni O univ 'INU di
domínio da c a rtogr afia , e a dos "níveis" dos fenômeno s e das organizaç( '. 111 1did :l, tO pog ráfico. O ter ritório , ao cont r ário, é um a formação 's pa('i,d '1111
es paciais, que tem a ver com a natur eza das coisas e c o m a estr uturaçlo c io 11.11 d ' 'orr e a penas da organização de um es paço , mas de pr ár i 'aS <I' "IlIII I
mund o. A dif iculdade do mane jo da esca la provém de ssa du alidade: "dCI 'li '1'1l ," I 'scnvolvem segund o lóg icas pouco com ensur áveis. :01110 1I "11
dendo da escala, mudamos tam bém a 'óptica' e o nível de inf ormação", II~ I 11 ti· 's 'ala pode dar conta da complexidade do real e de slIa ill, ('11 .111I 111
mas "nada ind ica qu e os f enômenos e as estr utur as mudam se o olhar (1'1(' 111I1 \'II,'OS 1 mcdida distintos? É melhor ir procurar em outr s J()lll\1I1 l1 111/1
0

lançamo s so bre eles se mod ifica".!') Esco lher um a esca la consiste ent, ) '111 1'" I 'I) 's 11 1 -nos redutoras. Distinguir emos, com esse o b jetivo, lI,' 1111n, d,
selecionar um n í vel de informação q ue se ja pertinente com o nív'l d I'IlI pllll,':10 'ti redução da noção de escala.20
ioll 'I-I '-I 11 foi sem dúv ida o primeir o a ledicar um \I 'dllll I 1"

Illil lil' 11111 li 'ionário de ar quitetur a à noçã o de esc ala distinta dll d P"II" Ii
1(, F . Auriac & R. Brun et (eds .), NOllvelJe encyclopédie des sc iences ec occhni 1" ·s. 1';"/'11
, 11 'I pr opor;) não c ta bclcce relaçã o entrc universos tlislilll<L'l. 11 111
ces, jellx cc cnjellx (Pa ris, Fond ation Did erot/Fayard, 1986). So brc a n ç~o dI,; 's ':i1,1 111
geog raf ia, pode-se p artir de P . Hagg ett, Sca le components in gl,;ogr a[ h i ;lI Pl'Ohl<:tllS, 111 1111 111111'inllll -nLC I Ia I do bjeto: "Dcvemos entendcr por 1111)1)111 'I I 1 1
R . J. Chorley & P . Hagget t (eds.), Froncicrs in gcographicill e<;;/ciJing(1.011<1011,I,:, 1\1I1111d, 11111\' . {'II11 ' O lodo' as par tcs".22 1~las são esta belc i Ias s -glllHlo li 1111, 11111
1965), p. 148-63; l-B. R acine, C. R af festin &V. R uff y, É hcllc I,;C 1i 'I'iol1. :()I1[1ihll\ illll'l 1\
une inrer pr écation du- méca nisme de I'échellc dans Ia praciqlll,; <k 1:1g Oe(J'I'1h i', ,'{,lIllIll
phici1 J-iC1vecica, 5:87-94, 1980; .J.-C. Boye r, Échl,;lks · C 1i 'I' '1II'S, in :011' ,(ir 1'/11111,'111'1 d, ""tl'"1111111III1I', I\OIl<!OIl,IJII'III<'hiITIIII'III',III"', :,ilir /II(', j:1 l1 ./i' ,IIIH'/,I' I 'I lI,
géol!:l'~'1)hicsocialc cc urbainl,;, 1 " /;1 g<agnlph i . II r !):Ii" , 11I:, /I, o/l,/ 'IIJ llli' s()( 'illh .. h'c", 1I 1'1111/11111 11(
li , J)·I' j1 I/'IJilt'/'II I//'/ i'1 J,i,,/ 1 /llIll/:ic
o, !"{/l/ c,'Ililllltl 'I'{('/, (//( (1'111/',1'111,
n0n-s 'ns li' /' 'Sp:l ' . ( ,
li'
lI, Plll'll<ligm " 19HI~),p. H I.(). I 'I' li I
17 H. 11, '111'I1, ',li ('1 11 '1(', III {J/ !c {i'c'," /doi, p. 1\,5, 1 I '111111I 1I 11111,1 JII '( /(11'1111111
l
il 1'1 /1 1 /111 1
"11/1 11 1111/I\'' ti" \'/11111 \\'1' " l/
I (1 '1 1 1,
1M 1 1 1 1<1 ., p, 1 1 7 ,
111/1I , IHrd . \' " \ \ di 11 "I' 1111li, ", I1 1 1\ '\, (IH/II ,\ /. I' d 11 I1 "1'1111"111111 11",
1'11 111111I1 (ti l, ;'11'1111'/11 111/1 /1 " 11 /' I, 1 1 11 1 1/ ' 11/111\
I1/1/1(1'''1i , 11,111i1
1I1/t\11I1I1 I' 1 1 ',, 1
11/1111I, I I1 111, Ilj'I())
, I' I 'I
li "'1 I, 11," "1'11/1111111'"'"II ,\'
01I I 11\II
dalidades generativas: uma, aritmética, lHO possui 11'Ilhllllltl 111111I( 111'11111 111111'111 di 111,1I1"llildll 1 ',tI 1l'11l10'11111
'~\' ' 11111 1111111 111lllilllido, 1111
a não ser o universo dos números e de sua combina 'aO (s 'I'ill 'lItH'11 I 11111 11111
'1"1 II li dll '111111111,11
illjll II dilll 'II,'! 01111(' '111IPI(',' '111I lI,dllllHlIlI1I 111\
da arquitetura da Grécia e de R oma); a outra, eon 6tri 'li, '11'(11111 I I1I1til :llIdll'I'I'IIIII,~ II villlld' qll' ':-lI: liJ \ldu I I' 'dll~': o, (I () pl()(' 'N , o ',111<j I
mensão do h omem o módulo elementar do sistema h'lrm )ni '() (,' 'dn I pil'll 1111 di 111I1I1l'1111'llIO, 1'011111 j: li)i dilO, :-1111 '1'1111I' 'si,'1 Ilt'in lilll 111 'Olllpl I
dos arquitetos da Id ade Média ocidental). Mas a refer'\l 'ia :10 11111111111 tllI1(1 d 1111lill II l1j to, li idilldo o pt' 'vialll '111' '111 ,1'111'11IOSqll ' ,'Ito :-Ildllll 'I Idll
homem não basta para estabelecer uma diferença entr práti 'as 111111 '111.111 I Illllclllll\ 11I ,I IlIllil :111:li .. · p:llti 'ld;lI: o s:li) 'I' :-IO!>I. o lodo pn:-lsa IHII 11111I
caso "Nesses dois sistemas, encontramos um mesmo elem 'I)tO: r 'III~'I " ti 111I 1'11VIO '11)111(',lia,' P:1I1':-I, 111~IO10 110qllal S' il1s'r 'v' a /'[Ihl'i 'n\'ll0 11111
números, rel ações de ângulos e de dimensões dadas por tri:1nglllos ,"111 111111111111I('I,d'OII(,1I ti' IIlod 'Ios I' 111/',;los ~ inv'I':-Io. I':" 11110op '1011111111
Ihantes".23 A escala aritmética ou geométrica produz harmonia, l1)llS '.'111,'a di 11111\'111'llIl~' 11,'<Iil"l 'Ill 's PIII'[ 'N 10ol>j '10, ':-lim 'nLr' ;1:-1 dil"r '111',' <Iiltl! 11
torna ipso facto uma propriedade apenas do objeto construído. I 1111,', 1I111tI,''I:,', d ':-Idohl'a, I~I' 11:o ':-lI '1':1r 'SI illlir lima iJ ))lI~ '111,('1111
A escala arquitetônica é um operador mais complexo. Ela d ','il'"11 01 11111111 d o 111j 10, IllilS IIp 'nas hom )Ioga. N 'SS' 'lua lro, m 'smo <lu' 11111'I!
correlação (e não mais a relação) entre uma construção e aquilo 'lU' 1I II ( I li. I11t i 1111' I, IIII!:I illls: 0,011 S 'j:l, m -smo s ' () sa l 'r ror ill 'ompll'II), li 11
ela (e não mais entre suas diferentes partes). um p ensamento por v '>,,( , ,til 11111"11111 I11IOdo pr' " I ' (I t!;lS p lln's, mo I '10 r 'duzi 10 I' )sSlIi 111111111
ainda hesitante (o estatuto da arquitetura medieval muda de um v'rI '1 ' pll 11111 IlItll() 1I1111>1ilO:-I, ~ 'o/lstrllí 10 ' l1Iilnir'sla ;) Slla aflil'i iall IlId', N ( I (
ra o outro ao sabor da ênfase na escala humana), Viollet-Ie-Du . urilizlI Illi IlIlIdll lli I) 11111 IIOIl1 li 19O passivo 10 obj 'CO, ' sin () r 'sldcaclo I, 1111\11

cialmente a noção de dimensão para introduzir o construído no IIniv 'rso <111'1 111IIIII! 11111'11, 'Ollll'ol:ív 'I, I' '1I0V{tV 'I, modifi ';Ív\:l, <':111
fllnção los P!lI, 111('1111
usos, A arquitetura grega, diz ele, estabelece uma proporção entr' O di. IIIl I Ildllitlw, ' d ' ponlOS d ' vist:l parei 'ular 's. EI ' ost 'nca :10 m 'Slô10 I '1IIpO (11
tra das colunas de um pórtico e a altura dos degraus da ba e sobr' ;1 (fI "ti I 111111 loI(,il) '11111
10, S 'li pc>I 'r d' inl -ligil ilida I' 'SIIa natlll' '/,11:lflil'i 'i:d.
elas repousam, mas não se preocupa com a relação que une a altura I 's~ Il(', \'1)1\:11'111)):1I lanla 'm s 'ala nií $ resul rlln 13m 'ntall1l '1111 I
degraus e a das pernas dos cidadãos convidados a transpô-Ios: e la n; o I '111, I I til( I( ('('I '111r' o I' ,:tI' sua r 'pr 'S 'I'lração r 'hçõ s passív 'is 1-1111\11Iplil'll
propriamente falando, es cala. A . arquitetura ocidental tem uma posiç: o dil 1111111I 111'1ll1 d ' 'Ihl 's. I ':-1'nhar uma planta é onstr lir um Illod 'lI) I 'dll
rente: "de agora em diante, uma porta não aumentará mais na I r porvíj(l til I 1111lill 1(' lIi<l1l I, :tp lS t 'r s'l' 'ionado uma lirncns:io cI ,Ia (no l'IINO, "11
edifício, pois a porta é feita para o homem; ela conservará a es "lia tia 1II1I 111IIldll:IIII('lllO 110 'li: o) , r'r r nun 'indo às o utras. Pod 'ríanw:-I ,'lIlllilllll1 1
destinação".24 Ele registra em seguida a diversidade dos elem mos q 11('d I" Idll d ' dei 1111 's, d' '01111'1'xida 1< .:, d - informação) '111' Ill11a 1111 Ilpl 1I 1111
terminam a dimensão do construído: o uso, como acabamos le ver, mil,' I 1111 111111111111.1, I': III!lis jllslO 'n(';lLizar a 's olha, e a inten ;:io qll' ,111pl '~ 1IJ 1",
bém a função da construção (e principalmente sua função s imbóli '11) , " II1II II llpilli: () PI'" 'c1 -nl' r 'pollsa na id 'ia pr guiçosa I' qll' () 1('111~I 111
natureza dos materiais utilizados. À unicidade da escala do cart6graro, (I 1I1 111111I 'lpOll1 111':1111'111., na slIa riqu 'za, antes de tO Ia aLivi lud' d( 111,111 I

quiteto contrapõe a pluralid ade das escalas de referência. (liI 11 11111:1111 '111' I ,ri 'irflria). I\. '1" 'stão de s'lber luanw 1I1L'<I I I11d I li I
Philippe Boudon relata assim que Miguel Ângelo instalOIl no 1I11':!1Itlll 1\111111111Idl\lil •lima inl'inida Ic 1 r spostas. "Quando lima I>u ti 11111111111 11
cornija do Palácio Farnese, que estava construindo, uma cornija I, 1ll:ld '1111 1111Itlll IJ II' II)i il1di 'ada nlll"l mapa 'rn 's ala de 1:100.000 ' 1('d("1 1I111i111
nas dimensões da construção.25 Essa cornija, na escala de 1: 1, n nô POI' i ,'(1\ 1111111 1IIIpll '111 's(':lIa ti, 1:10.000 I 'r cl emos m S li 'onl()1I10 111111111111
menos reduzida. Tecnicamente, o modelo não é co nform à r alida I': .1111\ 11\11,111', ','IIIlP'IlIlSlllas.Nlln napa 'I eS'aln l'I:I.OOOV'IIIIINl.lllillIlll
deira não é evidentemente o material definitivo que será utili7.ado. IVla, 111 11111111I( 1I1,'11I),'ld)-hll as 'SIIbS11bl \:nínsulas, assim por lial1! ,," No 111111
quele momento da concepção, essa é uma dimensão d obj '10 lJ lI' 111111 II "1111(' (' 1111.''XII '1l1;1I11'1l1 ' r' III/"i Ias, O '()11' ,iLO I, 'OSla d·i iI d ' P '11111
I

interessa ao arquiteto. No conjunto dos universos possíveis nos qll;lÍ:-I ,I, 1('111 I· " I 1 \ SSII11,n:
I1 I , )',11)/'.11Iil, ' () ap 'I ns 's 'n:-latO 'S 'olh 'r 11111:1's' lIu. ('0111111
de dar medidas à cornija, sua seleção é então diferente: afasran 10 ti 'se IIn li I 11111111111do fl'ttl ~ illlpossfv'l s '111 'SStl 'sc;ollla. No '111i1l1!O,() 111111111,
1i
nica, ele faz um julgamento sobre o elemento ar<l'lir 'tOni 'o do pOlllO <1(' j'lll

,/,1/ /1('1/\1I' 11/1/1'11:11'111,1'11111,111(,.),


1,111,',111111 1','p.I: 1,,1,ri '111'11"11til1I111
,! \ 1I 1i1l" p, 110, rlll I IllId 11111 /'1111'11111111/1"1""'11, '111 ,'i1Ii1'IIJ lII,NIIIIIIIII, 1 1/7 1 "
JI I': VIIIIIII Ii I lill, "1':\111111
", p. 111,. 11 1\1:111111111'"1,/1111/1/1/1/1"11111 1
'111 1111'1111 1111,1""111111111111111,
IIIH·I)I'li".' (:11111
", 1',111111111111,11111 11111"11111111
11111111111', I1 I( 1111111'1,1I 1I til 111 1\11I 11'111,I' '" \'
lIg 'nte da alfândega ou o pe scador que se de sloca a p é, por ex em plo, não 1';lInizado em 1985 sobre a rela ção ent re a evolução agr ária e o c r esc im '11\ 0
l\1ant êm a mes ma relação com a c osta da Bre tan ha, e a diferença de seu s pon - 11'mográfico per mit e enc ont rar situaçõ es equ ivalent es na históri a e pr c 'j~a'
10S I vista sobre o território susc ita ria sua car togr afia em esca las diferen tes . , IltlS conseqüências. Z8 Um deb ate opu nha nes se enc ont ro a eco n omist:l I':,'
Assim , mais que uma relação de si mil itude com o re al, a esc ala des igna um a ( 'r Boseru p, que con sider ava a pressão dem ogr áfica o pri ncipal m otor do ti '
I ' lução dele. Ela expr ime uma int enç ão del iberada de v isar a um obje to e in- ,"Jlvolvim ento agrícola, a um gru po de hi storiadores. Estes, n o m'iixiJi)o ,
di '<\ O campo de re ferênci a no q ual o obj eto é pens ado . A ado ção de uma e s- vi:lIn no crescim ent o da pop ulaçã o ape n as uma cau sa ent re outr as do pI'O
clIla é antes de mais nad a a escolha de um pon to de vis ta de conh eci men to . 1'1''sso agrícol a: os av anço s téc nicos , a abe rtura dos merc ado s, o inv estin '1It O
O carát er virtual dos obj etos a que se lig a o arqu iteto (con struçõe s ou III'b:1no, a div ersificação dos con sumos tinham, afirmavam eles , efeitos pr ovo
:icJades ainda por vi r) ta lvez exp lique o fato de ele dar à no ção de esc ala u m "lidares ao menos igualmen te impo rta ntes . Mas na maio ria das ve zes el 's i1 1
'ol1teúdo mai s com plexo do que o que lhe dá o car tógrafo. Já f oi di to qu e a v '!'liam a relação e viam no de sen volvime nto agr ícola a cau sa d o aum '111 0
's 'ah cartográfica liga u m represent ant e, o map a, e seu re ferente, o terr eno. do Mlmero de hom ens . Con clu sões con tradi tórias e deb ate sem saída. M a,',
Ao ntrário, a esc ala do ar qui teto liga um rep resentant e, a plant a ou o mo- 1I11\1In1 0 mai s de per to, per ceb e-se que as di ferença s não co nce rn em a p '1I11S
d ·10 r duzido, a um repr esen tado , o edif íci o pro jet ado. Por nã o exi stir ainda, dllS m canismo s exp licat ivos. Ela s afet am tam bém o qua dro no qual el s ','
Ii r 'aliclade cons titui apen as o hor izon te do t rab alho de rep resent açã o. A re- I III 'sta belecidos . Bos erup tr abal ha com esp aço s ext rem am ente vasto,' I
dll~:iO <lrquit etônica não vi sa a um obj eto preex isten te, mas se es for ça para (:llill:l,
IIliI 'nareso continent e african
(a Antigüidad e, a o)Idadee dur açõaes emextseu
Médi remame nte
c onjunto), lon
ou gas,
, ao ao m '1I0S
conm'tIÍo,
('011 ber as diferen tes dimen sões (espaci ais, mas tamb ém soci ocul tur ais 011
i "ni as, por exe mpl o) nas q uai s se i nsc reve um obj eto por v ir. Um a úni 'a 11111\gr u pos extr ema mente pequenos isolados num t erritóri o muito pOli 'o
I ' Illção a um a escal a esco lhida, com a excl usão das outr as, não ba st a par a 's- dl'I\"IIr Y1ente povoa do (os indí gen as do d es erto de K alahari , algumas II'il\o,
1',01:11'sua comp lexidade. Se um m odelo reduzido é pertinente em r elação ;I 11I111i'.nicas). Os historiadores , ao con trário, estab elece m su as conclus( ',' 1111
I 1'1I11I máxima de uma reg i ão (sul da Ingl ater ra, Prov ence , Flandr es) " "111· i
111l1a lin ensão particul ar da rea lidade , exi stem, par a o arqu it eto, v árias 110
d 'Iiy,ações dese jáveis de um edi fício futuro. A pluralidade da s pertinên ·ills 11111 d luraçõe s co mpre endidas entre algumas de zen as de anos e cI loi, li
k/(it imn a multiplicid ade das reduçõ es. Por isso, o pro jet o, em arquitetur <l, " I1 ,"Idos. É exatam ente por que os inter locut ores não se situam no 11\ ("1
1111 \:1linâmica e um a arbitragem. É um a dinâ mica na me did a em q u e o 1110 111111\V 'J que eles não podem se entender. Assim com o o mapa em 's "i1 I dI
1I·10 'xige outr os, que respond am a outra s pertinênci as. É um a arbitr ag '11\ I I,()()() n10 6 mais verdadeiro qu e o ma pa em escal a de 1:500.000, :IS '011
11I 11\ 'di Ia em que ele aca ba por f azer coex istir em dif erentes escalas lir 1111/ "S los historiado r es (aind a que es tives sem mai s próximi1s d:! ','\'11111
r '111's p 'r tinências, e em que o jogo entr e as es calas permite domin ar a illl lt 111I1i\\l1í1l' Ia ex periência dos ator es, suscet íveis d e co nhecer , nas Idl',llll l I
1'.('11\glo bal c coe rente do proj eto. Vol taremos, para termin ar, às sug 'sim',' til /, 'II:IS I, :Inos de suas vidas , o punh ado de aldeias ou de alH< ',' sllllllll
· pisr 'molá ricas dessa pr ática. Mas antes, co mo o o bjetivo da reduç'io I, (',1 1 dw I ()hs I'vaçã o) não são mais verdade iras do que as d nOSl'llI p, 1',11
I' 11li n: (l ::lpenas descritivo, e sim exp lica tivo, nos deteremos aind'l 11111\111 11li, 10IJr' a r ',i1id::lde, ex plicações d if er entes que só s ão ex cltl I "111 <',',I' 1'111
Idi i11111 anrtlise. 1111111l<'l pod '11"1ser 0\ ostas uma a outr a, quando se crê que '1 :ts VliI('111I1II
1111 01 1 ('S 'a i a .
1'01' S' 'onfr ontar 'om es calas cronológicas e es paciais ti 'S111','11111111
11111111' Vtlril v 'is, H g 'omor fologia t,;st,l mais acostum ada a man 'jal' 'Sl jlll'lIll'
I 1VII,' t ' 'ausa I'I Ia d t,;s 11'1'II tl.p Ias c nao
I1I '111 'I· - ne essananôent
. . 'I(. I '1\1 'N, 'I/
'0111
( II111 pan; O é O I' rr itório: duas figur as, uma 'm 's 'ala I, I: ,.O()() ( I
11111111 ('11\ 'S '111;1I' 1:~ O ( ).O O O, n:io p 'rmir '111 qll ' S' I 'i:l d:1 11 1"'11111Illlllll'illl 11
" I \ 11/11 111111 I/l:l/dl'l' (" 1'/11;,'1,'11111 ('(' d( 1I1I11:1I1/II,Ít/lH" 'd. pOI' 1 \. Iil
lll\/ '.(;hllllI
IIlIX I,i I",
1111',
IIlii'.I~1o do ',' p11<;0.1\0 llpagar as vllr i:ly( 's qll ' s' r 'v 'IUrilll1l '111111 11 II 11 1 1 1 111, IIIH I).
iIH (" d Iri 1111IIIIUI 01111 '11 ill\III':l"lI\ do lil1I1 Hlo, lod\l, I,' dlll,' N (' Nii111 111,11
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I I I 11111 ,1,111', '0111 111,,11111111 '.11 I I 1t111l11"1 1I 1I'111i111 1, I!I'I'III' dI' ,'1 1IIII IItIiltll/IIIl!t' 1 1 1 '1 /1 /
JlIIIIi, <lI" 11111IH)lliO d, isi \ d(' l'IlIlI\Ç('illll'1l11l I·, ~,,(·('rim (' ('111111 I 1111'111 '111"1 /11('1'/1 , f.' I \ H, li)') '; ,(: dllllll ,,\ , '1\ 11111, I ,I 1'1111" 11111 di' 111 ,'llllmilil'lIi 1111 di/ 111 I
~ 111dI I( . pIIIl<l1111111 1\111(11IIIIIII'IiloI, 111 1111 11V I I', l'ldlddll <I, 1',11Il'lldi~ I li , 1 11 111 11 1 11li 111111' ' 1111 , ,\/1111/", di (,'111 111/1/111 , '11 \ 111) I1I J H I" 1 ' )1 1(1; I, 'I ('\111 , 1
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1 1/1 f lll
1\11 111 11111\111 I IllId' 1'1Id Idl I t t I jlll 111111 111,
1111111111\111111 illll flllI'illllllllll I 1Il, "11 11/1 III 1 ,1 "IJli lI II II/liJ liJ it 1'111 ,~III 11 11 , 1'1 j I
No ponto de par tid a de um de seus pr o jetos met odológ icos mais sistemáti- do f i ue deve leva r em co nta a aná lise das micr oformas, tanto qu anto a do 1I
cos , encontr amos um a ref lex ão so br e o domíni o de validade da s leis físi co- I 'vos de dimensões interme diárias , e a tectôn ica é uma variável imp ()I111111 1
quími cas ( não jul garem os sua per tinência factual, por falta de co mpet ência , 11111esmo temp o nos níve is médio e su perior . Entr e as c lasses m orrol l)'il'll',
mas ve mos uma va ntagem no fato de que ela concerne às ciê ncias dit as exa- I ," parações não são es tanqu es. Ma s a natur eza dos f enômenos, as r '1:II,t1l
tas) . Ela se a póia na con tradição e ntre a ve rific ação e x perime ntal ord inária da d 'ausalidade e os métodos de o bser vação va riam seg undo o tam anho, I III
lei de Lavo isier de cons erv ação da ma tér ia, de um lado, e o uso que é feito III1Ial c es pac ial, dos o bjetos considerados. Em ca da esca la deve ser imlll'ill I
do pr incípio opos to da sua degradação prog ressiva e d a des integração atô mi- dll 11m mode lo genético pa rticular, que resta belece o s istema d as IIIISII, :1
ca em q ue r e pousam os meios de dat ação d a história da Ter ra, do o utr o. Um a 111 1 11ele um novo pr eço. A deco mp osição tipológ ica do uni vers o das rOIlI\,I~
das maneir as de reso lver a contr adição é a que aca bamo s de evoc a r; ela con- ti 10 pr oduz um conjunt o de conhecime ntos parciais desco nectad os. Em ',I
siste em admi tir qu e os dois princípios são c on correnteme nte válidos em es- dll 'S ala, é a ca pacidade ex plic ativa da discipl ina que está envolvi Ia,
calas dif erentes: a exp e rime ntação para o pr ime iro, os te m pos geo lóg ico '111 ','1: O não é s a ber como articular for mas pa r ciais de ex plicaç ão, ma s '01110
par a o seg undo. Da du pla constatação da descontinuid ade dos prin cípi os ex- 111111., r uma ex p licação t otal da for m a parc ial considerada. Podc-s 01 j '1 11
plicativos e do pa pel das va r iações de esca la para com pree ndê-Ia decorr e um 11"1' s' rr ara aí de um efeito da f orte evidênc ia indi vidu al dos rcl vos (111 ' 1i
pro jeto taxinômico . As fo rma s do relevo que o g eomorfo log ista tem d e co- 1\1IIl1lorf ologia analisa? S eri a esq uec er que as form as de relevo, clas 11 'SIII I"
nhece r são divid idas em classes de ext e nsão e de d u ração decr escent es. 1 \.,; II I1 I m outra ex istência a não ser aqu ela que o o bservado r Ihes lá, '1I11( I
prim eir as, o s contin entes, se dese nvolvem na esc ala de vár ios milhõ es de qui- 11111;'s le escudo co ntinental ou d e bacia sedim entar, por x mp lo, I11111
lôm etros quadrado s e de vários mi lhares de anos. Na outr a extremid ade ela I" 11I 'st: O ligadas a uma história d a inovação intelectual.
class ificação, microf orma s têm um taman ho de a prox imadame nte um metr o S desenvolvimentos r ece ntes do estudo das sé ries cronoló r i 'as ('(111
e uma dur ação d e vida da o rdem do s éc ulo. 111111 11111 'rcforçam a leitur a que aca bamos d e fazer do esqucma r '0111011010
Não haver ia aí nada m ais que a com bin ação de duas escalas de g,",1I - 11ti d' ai álise. O realismo po ssível das categorias SI a iais 11110 1 111
deza , se ess a taxinomia não pretendesse ser ge nética e exp licativ a. Co mo :I 1llllllllp:lrr ida na ordem tempor al. A par entemenre, a mar 'riali \il \ ' do,' 1111',1
geo morfo logia se dá c om o objeto a superfí cie de cont ato entre a parte sóli Ia " d I I S o p rações de recorte do es paço pontos de a poio' lillhlls ti ,tlit'('1 li
do glo bo terrestre e o invól ucro atmosfér ico que o cerc a, cada um a da Ias 111 II m:tis sólidas que o desenr olar linear do t mp o of"1' 'c' :10, I '\'11111
ses c riadas assoc ia uma uni dade morfo lógica e uma unidade climática e I ,ri 1 111111111'1 ,j 'os. Alguns eco nomi stas insistem nisso mUil'(1 l11ai s qll ' o', 111'1111111
ne um princí pio de evo lução . O interesse desse e squem a metodoJógi O l: Illil 11,' l11ov imcntos sec ulares ou ícli os 'm CJII ' po I 'llIO d "(,OIl'lIl}1 1\
que e le procura a exp licação da din âmica das f o rmas n a combin açã o de f-n I11 11 IIl por ais não têm r ealidade. 30 ão mov ill1 '1110,' :lh,IIIIII)', Idlllll 11111 I

me nos que têm sua sede, para uns , na litosf era e, par a outr os, na atmos f '111, 11111.1111tios pllrll f ins le pesqui sa e 'lU' p 'I'mil '1111 '<111 /11, ,1111I111 11dll 11 I
e não na com binação de meca nismos ca usais efic aze s nas diferentes s illil,', IliI'llill,ld 's ';t) arr ibuir a cada um a prin '(pio,' ',plil ,111 \'11. I Iljlllld 1 111 di
No nível dos g randes con juntos estrutur ais, a pe squisa geomorfol gi'a I Idll,' o II/)S 'I'vala das grand zas "011 111i 'IS, 1i'"11 11111 di 1IIIId lllllllll
nos mov imentos da c r osta terr estre o p rincípio gener ativo fun dam 'nlal 111
111 I'lld '111 I"V -llIr-s' (o salário - :t I J()(illlivitlllti 1111 I Iillll Idlll I1I 1111
evo lução do relevo. Nas esca las intermed iárias das unid ades tectôni as ' do"
IIIl1dll illv 'rso nll 'urr a dllra 'iO, 111:1,'11111I1 1',111 11 11111 1111I 11111)111'1 \ 11,11111
acidentes e lementares (uma fossa, um anticlinal, um m onte), a ar 'ny: o ,'(
I 111111111,11111,'1 i hip li 'S' ti' atlilivitl:ltI III 111 11111111dll 11,11111 1\ I 111111 d
volta pr incipalm ente para a a çã o con jugada d as oscilações c1in 'íti ';\S . ti(11
1111til \ '1IIIIti",':hric:t, 'SS IIS o posi~'o'~ li, 1 111.1 (:11111 11,111 Illill,II"1 1111 II1
dados estrutur ais (di spos ição da s camadas, natureza dos mar ·ri a is). 1\ lilolo
gia, finalmente, é constituída em variável ex plicativa pr in 'ipal Ias r OI'IIIII' II
I1tllllilll'1111('1
lllllllldo d' 'Illpr 'Stillll) IlIdtl, 11 / 111IltllIl
(','P ',aVII 'h ').'.:11': Il)llditlldl
0111 1111I11ti 11 111 1111111,
di 111111111111 11 di 11111 ,11 I
til 111111
men res (solos poligonais, erosão por es oamentO d áglla 'onLfnIIO, ,,'r olill
1"1 I 11 ( III'plli,' ti ' ('Olllhilllll,'lll1 til Illil 1111 \ 1111
ç110), Ias qU'lis I p 'n I a moldagem d'IS v'r r nr 's, N 'SS a 's 'Ida, :I ).'.'0111(11
rologi:1 S' IlraSll1 dll r 'ologia para S' apr oxima r I, 0111ras dis 'iplillll,'; 1 I I,i( I, III11 "/',1"11 '11111d (' ill ':di- 11111l I ti 111111 1I dll 11111111 11'111 1111i1 1 1111
li 11I1(111i (,11,a i>iolOl'ill, 1'1111 rlllIl 11111' "li 11 tim, "till/,IIIIII' 11\ 111111\ \11 111 I til 1111 111111 1111111 I

1,','OIlII(l i ',lIill('II, ('Vitl('III('IIH'IIIV, li 11, '11(1.11 11li 1tlll


llil II( i \I til d( '/I 1111111 111111111 11p,IP I 1I11 ,111dod( i 111 111 11
1111.111111111111lllill 1 11 IIlld I: 11(.11111 1'11 d,l. Illlli 1,1'"1 I
i custa de inov aç ões rá pida s, a um a renova ção profun da do instrumen tal di s- ('OS anteriores. Nes se caso, inversam en te ao e squema anterior, a " L 'I 111lil
ponível. Esta, em par ticu lar, inv erte o proced imen to, esforçan do-se pa r a 'om pro va da (pela an ál ise espectral, por exem plo, mas o exam e dos IlIodl 11I
ap licar m étod os de e xp lica ção integral e técn icas de d ecom posição simul tâ - "arim a" leva ria a coloc ar , aind a qu e de m an eira um pouco dif erent -, 1i f lll'
n -a que nã o postul am um esqu em a a priari de e struturaçã o temporal m as, I o da escol ha da e scal a) de ci clos privil egiad os nu ma séri e cronol 19i(' I I1
00 ontrár io , se esforçam p ara ex trair da sé rie um a cl assificaçã o das ev en tu a- IH " ao m esmo tempo, na ord em do conh ec im en to, a elabor ação pos s v('1 ill
lidade s segu nd o sua p eriodicida de e p ara localizar os fenômen os de de pen - Illn sistem a exp licat ivo cau sal e, n a ord em dos det erm ina nt es , a im por!. II "I
IGncia ao long o do tempo.31 Embora nenh um a aten ção sistem át ica tenh a dos m arco s temporais e da e scal a cron ol óg ica ad otad a . N a hip óte se I' S 'I 1 " I'
si 1 0 da da a isso , esses métod os têm cons eqüências im portan tes para o e sta- v -I no s darm os séries cada vez ma is long as , o alongam en to do Icrf olio 111
rllto da escala temporal de ob serv aç ão. Ag uardan do um ver da deiro estud o, ol>s 'rvaçã o, em par ticu lar, resu lta em doi s efeitos. O prim eiro é a m ll dtlll\' I
lue contri bu iria pa ra enriqu ecer a noçã o histórica do t em po, limitar-n os- do 'om primen to dos ciclos qu e a an ál ise espectral isol a, ou se ja, a alI.' 11 ('101
-m os aqu i a algu mas ob serv ações elem entares, com finalidade local. Ut ili za- dt, P 'riodicidad e ab solu ta da c rônica : a period icidad e (e po rtanto O si.'( '111 ,1
r m os o índice Dow Jones como pont o de pa rtida. A trajetória descrita pO l' d(' 'allsas suscetíveis de exp licá -Ia) é relativ a ao c om prim en to da S 'lJiI 11('1.1
'sse índice de bo lsa há u m sécu lo é um "p asseio sem destino", a randam 1I Ill poral estudada . Es sa ap eriod icida de ab solu ta d as crô nicas sigll i f ica '111
W M /k . O pa sseio sem destino possui vá rias prop ried ades matem át ica s qu - 1i "IIOS de processo qu e as va riáv eis depend em aí de f enôm enos I· Illllilll
<.I,
s 'rie conta
ao seuda sponcaracterísticas
to de p artida desãosec u ertas;
comportam
os ento
interva los tementre
poral: du asas volt as ns Ia
pa ssage 111 111/0prazo ou ainda de ch oq ues al eatórios muito antigos, cu ja lista s) podl
11 11, . 'om pletar com o com eço do m un do . Ass im , de um lado, "11 111 PI'()( '(' 11
p -10 ponto de partida nã o t êm va lor méd io, o qu e qu er dizer qu e o m ovi· 11 1111 mi que s e desenrol a no tempo n ão pod e ser analisado in I" '1\(1 '1111
!TI 'nto não a present a um ciclo priv ileg iado; um a march a ao a caso c om ex p , lIil 111' do seu pa ssado" e, de out ro, a c ada in stante, o cstado pr'S '!lI <I' 111 "11
I ativa zero não tem tend ên cia (el a oscila em torno da h ori zon tal) m as li I I Il i 'il n, o resum e todo o seu pa ssa do: as séries curtas s10 C gils p:II':1 os ,I, 1
am plitude de suas flu tu açõ es va i au men tand o com o tempo . E nfim , e est a - 111 tit' 101 g'l duração. 3 .1 E xiste m técni cas que perm item distin glli r <Ia,' . ( 11 1'
I 'aracterística que su bl inh are m os aq ui, "tod as ess as pro pri eda d es não Si: o di 11 \ 'Il)()ria curt a as séries dotadas de um a m em ória 1T1Ili t'O lonJ'tl. IVIII, \ hl
ligadas a um períod o priv ilegiad o. Qu al quer qu e se j a a esc ala, encontram o 1I 11 pod 'riam nem prec isar sua dim ensão, ncm es gotar ti listlI do,' :Ihillo, 111 1i
Ias da m es m a m aneira [. .. ] Diz-s e qu e as propried ades do passe io sem d 'sl i '11 "ll jO 'f 'ito desliza a ca da m om ento do passa do pa ra o 1'111111 '0, 11 1( '" i
11 0 são inv arian tes em relaçã o à e scala ut ilizada na ob servação e em r 1~lç~o .11111, ti' r' 'o m pol' em cada escala de o bserva ção 11 111 'S lJ1 1 '1111 ' 1'11( ',1111 111 .11'
tO S ITH lrcos tem pora is".32 Es sa inv ariânci a em relação à esca la tem poral l '111 lilllll IlI" In 'W I s de análise das séries cronológ i ':\s :1('1''''(' '111111 11 1111 101 tilllll 11
vrtrias onseqüênc ias: para o ec onom i sta voltado para o f utur o, a im pos si bili fi I1 il11 possibili dade, para toda cx pli ação, I, '1l 1 :11 1\11 1111 11 111111 1111111 111/\11I1
Ia I' le um a p revisão que não se ja aleatória; pa ra o historiador, volta 10 I'ill I 1I iI ('S "m ar slIa om llcx ida de.
) pass'ldo, a im poss i bili da de de desenvolver à guisa de análise da séri ' 01111 I
'oisa que não se ja um a desc rição - ou um a racionalização ad h c; par:1 lO
dos, a inuti lidade da busca de um sistem a causal int erno e tota I i/',;l11I ' P:II I
da i' 'onta do con jun to da série. E sta é um a seqüên ia de e, ta los in I 'p 'li
1) / ' /o n f .f um a cid ad e , um am lo ...
d '11( 'S,

I nv rtam os O 11')0 leio. A o pe ração, ao m enos em c onon ia, n: (l '1111 11 1'lItit'r-, '-i, irnagin o, :Ilrih llil li 11111 .'11111 1111 111
\111 1'11ll ip()r's ' ,I adêm i a: entre outras grand ez as, () volum e los ·a pil ai,., o I" I I 11111 ,'i' I('alw d' , :t1 1li1 1:11 '.I 'IIIIHI I I, I'IH 111 1li 1" 1
I Ido da 11 '0 IlI ção 011 cio en prcg o são cs toqu cs m odif i 'a los li 'liIII 1 ll(1 I11 '1\1 11 li 11 1'111 1 I pl'l~li 'a dll o/'r 'ill dI' liilillHll till1
\10 1 I'II1 XO S ti - 'nrra Ia c saí Ia (PI' , stão na ti 'P 'n I 'n 'ia los 's la [os' '011 11 11 I. I'Od('llIO " 'onf "rir: I'ollllll lil \111 1 \1 '11 1I1 I11 1 111 I1 111 11.
I 111'1111i I ' l'illi \ dI, ,'('li 11'11 11'I", 11111111111 11111\ li 111 11 11til 1 111 111 1I1

1 d, II Iilild l do PIoH lllo, 110 illl \lll '111 11 \1111 111 , I I 11111111 1"11 '1'1 1 111
1i S Ii( •., {('III//II/('/I •.", 11 's p, ti, I/ismi ,., ('( f i/ 'S/II(' (/.1.11 )1 )1,1'1111 111,plll I, \'. (li Irlll, tllI II11 1111 1 fill l' I1 I W IIl'iÍ, 1i lti 11111111 1 tllIll l 1i 11 1'11111 1111 111111 1\ 111 "ti
I'IIIISI 11 11111111111/1 IIlslIlIl,11I1II 111I 1I111I1I1',l'llIivl
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I' I I i':lljllllllWI I" I, (:11111 11Ii"' d'llIl 1I11 1t1l1 ll1ll 111 I' 111111 111 11II IllI\\' 11111 1, J li 1 11 1" I I
/1 \11/1 • / 'I I' I, 1 1 1 1 1 1
entend ê-Ia de uma man eira ma is f orte : o pa ssa do não é c o nserva do, m as é tio fun cion am ento soc ial nu ma esca la sem pre particul ar. Esta n: o 1I 1t111 1'
o bjeto de uma reconst rução s em pre reco m eça da. A história não po de acredi - I p 'nas a co nf iguração do o bjeto, mas tam bém o cam po de extenS1 0 dil 11 11
tar qu e ao m es m o tem po invent a pro blemas e res titui ob jet os: e la co nstrói Ii," (p ois é s e m dLi vida inútil crer, po r ex em plo, que o estud o da onllllll11
conju ntam ente un s e outros . \'10 de interess es locais basta par a esgo tar a com pree nsão da COnSCI'Ilyl (I tIll
2. O m odelo ( ou se ja, a int eligibilida de hi stó ric a do mund o) e a m o- I':,'wdo).
delização (o u se ja, o p rocess o de pesq uisa histórica) nã o sã o se paráveis. O 5. A questão d e sa ber em qu e ca mpo de v alid ade a ex p licação p<HII ,.(
m ode lo não é, prim eiro, o res ul tado de um m ov im ento d e co nce pção. El e itll ar em f unç ão da esca la de o bs erva ção esc olhid a talvez nã o tenh a Ul rtl,lIl
pró prio é u m proc esso, qu e to m a sua form a transfor m ando um sabe r inici al, IlI y: o a não se r prática. Se ex istem esca las m ais pertin entes qu e ourras p 11 ,1
qu estio nam entos, m ate riais doc um en tais, em o bjeto co nstruí do . Ele encon- .I s 'nvolver certas pro bl em áticas e tes tar certas hipótese s, é pree is l '11 1,11,
tra em seu próp rio desen rolar os proced im entos e os ins trum entos de cont ro- 1' 1\1a ada tem a particul ar, esta belecer tão sistem aticam e nte qu antO poss I I
le (específicos ou não do of íc io de histo riador) que perm it em a prec iar a I 'onscqU ências p rovoea das pelas variações de e scala do cam p s 'olllitlll
validade do s istem a de p ropos ições q ue co nstitui . To do m odelo é um a redu - IIIlI . o conteúdo d as grades ex pli cativa s. Da de term inaçã o em píri 'a los 11 I
ão, que não retém do o bjeto sen ão algum as dim ensões . M as estas não sã 1,ll llilr 's que se param níveis de o bserv ação s ignific ativos que f om "'11\ illll
em nLim ero lim itad o, e ca da redu ção c ham a outr as: a pes quis a é um a din âm i- 1'1 lI.' 'es quem as de co m preen são d ifere ntes da realidade vis'lela, 's p '1111
a sem fim . II ,ot\ 'iaçõ
11) esm) áximentre
o reghiprasótesesde corresp
e escaondência (ou sim
las de a ná l ise. A ples m ent
a prcciação ti, nlogillH
dos ·r ·il IIH tI(
111
3. Nesse processo, a es colh a de um a escala pa rticular t em como e f eito
m odificar a co nf orm ação e a or ganização dos o b jetos. E ntr etanto, nenhu m a 11 IIl1 ç: () analítica so bre o sa ber produzido deco rre de um a ciên itl pr, 1i 'li,
escala desf ruta de um privi légio es pecia l. O s m acrofe nôm enos não são m '. ). Ás conclusõe s que res ul tam de u ma análise realizada nlll 1l\l t', < ,tlll
n reais, os m icrof enôm enos não são ma is reais (o u inv ersam ente) : não h; I' 11ti 'I" ar não pode m ser co ntr apo stas às conclusões o btidas nlln1 a 011 (1 11 I'
hierarquia entre eles. As represe ntações e m dif ere ntes esca las não são pro j '. I 1111,1':I;1 S não sã o acum uláv eis a n ão se r so b a condição d I vaI' '111 ('011 111 f i
ç s de realida des que se encont rariam po r detrás de las. "Po r detrás d I::ts, I1 \1 i,' dir'rentes nos quai s for am esta belec id as. D eus não r ,ral, o 1111 1111/11I
xistem apenas ou t ras 'vistas' [... ] O rea l es tá entre elas, aq uém de las."3 4 Ás I "tlll di:" lTlas de certa m aneira o s historiadores f azem isso. E s 'r' 1'1 111 11I1
sim , a m ul tip licação con trolada das esca las de ob se rvação é s uscetív el I' 111 '" sf nl se, po r exe m plo, é sem pre, em rela ão aos 'S llltiO ,' pilllil 111I1 1
produ zir um ganh o de co nh ec im ent o do m om ent o em q ue se p ost ula a af 11 111" I' isl' '11"'1,m udar ele escala, portant o de o b j ro 'ti' prol 1 '1I1 111i'\1, 11II1
plex idade do rea l (os princíp ios da dinâm ica soc ial são plur ais e se a pres '11 I I I jll ' 'SI' ja inscrita num im provável plano I, 'onjlllllo 111 111I1 Illrillll"l
la m à leitura seg un do conf igu rações caus ais dif ere ntes) e s ua in ace si bili I1 (1 11 11 iI ,riniria a e ala do pro jeto), a pe 'qu is:1 lIist )ri(' I li '\I'H l I 1 1 11111 \111111 1I1
de (a palavra f im nu nca é da da e a m odelização está sem pre pronta a s r I ' til \'1/. I 'lista de um n vo preço. R cslll ril 1:1 <11 1.. ('011 11"1111 111111 1 " "ltlllll lI
lom ada). 1"1 111\11,1 11 'O 'T\U m , a m parab iliela I' . a nll lll",1I iVll lilll1 11111 11 11 1111 \ 111 1
4. A qu estão da generalizaçã o deve s er co loc ada m enos m term os d . .111 \ ItIll 11\ '1I0S f lln lam entalm nt' nil bist )1i:1 01f i 'I I( \1 111 11" .I , 1" '1111 I tllI
r ' pr sentatividade que de cam po de valid ade. O pr ocesso de generalizll 'I(, 11111 IfI' pl 'O " li, "tos aos n 'lodo,' li' 11 10111( I, I II I d I I I I1 11 111
n; nsiste em atingir a tot alid ade por som a ou por m ultip licaçã , Á bll ,'('" .111 11I111 'n\(lS ti ti 'fini ão ti· un 1il Illivid"tIl I 111111111I
I, LIm a in aces sível ex austiv idade (herdada da história positiv ista) ou a a pl(. 11,1 11"i 1\1 I 's? N: o há tll hlid :l, '111 1111111I II 11 ,111 Ijlll 11 1ti 11 I "11 111 til
'ia'< f reqUentem ente im po ssível da re presentatividad e (tomada d · 111 11 1, til 111\111'it'l l m ais '()11 'isil . · 1 '1',111111',1 .1111 1' I11111 .11 til! 11 11 1 11"1 111 11 I
P " 'seim a do m odelo estatístico das ciências soc iais) n10 co nsti u '111 l1a IIi 11 \111 111 dI' PIIS '111 sol)!" :1 qll 's lll" .1\1 iltllllll li ti 11I I 11 11111 dll 1111111 11"111111
I )ria as m elh ores m 'ln eiras de colocar a qu stão da g n 'rali/,<lçl o (, " '11\ dl l 11 I" 111'tlilil\' (), da ( ji1ltllOt!O S o, '1'11 1111111 di \I 111 111 11111"1 1111111 r~ '1 I
vi Ia m 'nos ain Ia d r solvê-Ia). om o tOda s as 'i 'n 'i;ls so 'iais, ;1 IIi,,(('lti I 11 11 11 di Ilill\': o infinilll do, ol!il 111 " til 111,,, 1 1 11 Ild lll 1IIIIII\IIdll til
piO 'lira 'sla!) ,I, r, a par tir 10 pOI tO I, visra lIll ' Ih' " I r lIHiO ' 'IIvolvll1 11 11 1111111 I1I1PI (l('(', ,'() " '111 fin l, )'>1 I 11111111 111
111 11 . 11I 1 11111 11 til I " "II 1IIII t111
do :i IOllllid ad' da ':" a·i 1 11I, 'x pli 'aliva Ia dis ' jplil1l1, o,' plill' pio, /',1'1,11 I ,li '1"11 111 1,i\'1() 011 d' "r,I/111I 1\( 11 1111I l'IillI 11 11 II 11 1 1111 1111 11 1 1 1 I, li" di
I1 I I I'1 ,11 ti" /',1111 1<1'1 ',11 ,1 o IH ' 1'111111 1111I II1 \I I 1,11 11111i IIIi 1111111111\
tI 111 1 I1HltI\1I11 111 1.1"111',' ' il''' tIll "1111 1 11 1 I I1 I I 111 111111 '111 1 11 \11 f i 1111 11 111
1i 1\, 1\1 " ,111l'IIIH \,. I , li 1 1 ,1 i 1 1 ' / 1/ \/ ' ./ 11 / 1 I'uli" 1 11(.1>.11/,1<1til 11 ,lIltllllI til 'U til 11 I" 11 ,1111 "l\i It illl l( 1,\1 dill 11: I1 1'" 1111 1 I 11 11 I 111 1 1iill, i llil 11"11 1
1111111til 1'1(,0, I' '1 '1 H I, I11I~IIII 11 'HO IlI lillll til 11, I'11 1 ill, 1111111 , I, il\'1 ti, 11 II1I (1 1111111 11111111111111 11111lilll 1 l
pas sou o s limit es das classes dos gên er os, da s es pécie s.,,35 O sab er , num a tal
con figu r ação, v em se choc ar co ntra d ois obst ácul os con sideráv eis. De um la-
do, o ob servad or é inca paz, par a de screve r o m undo , de reco nh ecer e de ado-
tar o ponto de vista ade qu ado e a distância corr eta: sua condição humana se
opõe a isso. D e outr o lado, a esco lha da esca la de o bservação nun ca cheg a
ver dadeir amente a uma r ed uçã o da d ive r sidade do mu ndo e da sing ular ida- o racionalismo posto à pro va da anál i
de da s co isas : um cac ho não tem do is bagos iguais. A r enú nci a ao co nh eci-
me nto n ão é por ém o r esult ado dess a constat ação s em ilu são. A r eflexão pas-
ca liana sobre a unid ade da nature za não recu sa um a r ep rese nta ção da het ero-
geneidade do mu ndo , mas ao c o ntr ário se baseia nela (lembrem os do grande
f r agmen to: "De sproporção do hom em"). E a ling uage m, pelo uso reg rado
de con venções, vem in terr ompe r, na esca la esco lhid a por um momento , unl'l
reg ressão sem f im.

Uma cidade, um ca mp o, de lon ge sã o um a cidade e um cam po, mas à me- As r ef lexões qu e se segu em têm como ponto de par tida as di, ('li Il'
II,IVI I Ias entre h istori ador es e a ntropó logos a prop ósito de m 'to los d ' Illilll
did a que nos ap rox im amos, sã o c asas, á rvor es, telhas , f olhas, ca pin s, f or-
1111111 11privilegiam
' a m icr oa nálise. Foi a corr ente da mi r o-histór ia 11" 11 11 1
mig'as, pe r na s de for migas, até o inf inito. Tudo isso está en volto no nom .
cam po.3 6 11 11111111, le f ato, os métod os e as concep ções qu e até então I r 'v:l1 Ti 11' 1 I11
111 dis 'i[ linas, par a pr omover um a verd adeira mu dan a 1 ·s '111a li,' 11 111
111, I i dos f enômenos. Uma das c o ntri buiçõe s desses er a alhos f oi ilillllill,ll 1
I1I 11 11i I so 'i'~1 e eultur al a par tir de a bor dagens 10 'alií':It!as . I "('IIIiI" l"
11111 i111'ir ·unser itos. Pa r alelamente, o de senvolvim nm I' 111 11 :1\IIIII(lIHdll/',11
til (lvi 'da Ics Iitas "co mp lexas" co locava o pr o bl 'm:l da ':lpllVid Id di I
til Il plin<l ti· lar co nta de pr ocess os de gran le am plillld' pllllind (l doi Idl I I
I 111d' '01 ,tividades de tamanh o red uzi 10.

aborda -em ((mi ero" na ant ro polof .Jía

\ I. 1\111 11111111\
, 111,1111 t1 'lllIlpllj"\', li' Inill...: 11,1 SII"~ PIINI'IIIi li'" I.itl /11(11/1,'drlll,
11 \ 1 '/1 1 ( ,
\1'11 1"I~lld.I'IIII' , 1\11'1111,111 ("/1\'/11 "11111/ '/1/11,111,pill 1 1,1.1111 1111(1'1111 ,~lldl,
IIJ Ii II I' tllH
r 'ill. Por seu lad o, Boas, Ma linows ki e Ra dcliffe-Br ow n ma nifestav am a me s- Os con ceitos lévi-straussianos de troca recíproc a e de t r oca g 'li 'li" I I1
m :J preo cupação de l ev ar em con ta a totalidade do fato so cial aprofund and o da, a op osi ção ent re estrutura s elemen tares e estruturas compl exas t i ' 11\1 11
s 'm des canso seu c on hecimen to do dado emp írico. ICS CO têm sua ori gem nesse va ivém entre o singul ar e o ger al. Os ",'('II1'liI
O rec urso à mic roanál ise é uma exigência metodológica e se ins crev e vim entos posteriores da teoria, notada men te com as pesquis as de I': 1 1 ' lili 1
IIll m pro jeto mai s vasto qu e aciona , além desse ideal de t ot alização, uma pr eo - ,'o bre as estrutura s semicomple xas de p arent esco, são ins epa r áv eis do s 1 1 dll
'li pação intelectual bastan te precisa: a de c onstruir, a partir da experiência d e lhos dessa antrop ólog a sobre uma so ciedad e de Burkina-Fa so, os .'al\1(I , 11 \1
':II1'\PO, generalidades coe rentes e sólidas . É o ideal de mo delização, qu e en- qllal ela realizou uma co leta sistemá tica de genealogias, proc ess adas a " '1'.111 1
'oneram os igualme nt e em açã o na tradição an trop ológica e qu e ilustrou os tr a- P ,( computador. 4 Pas samo s aq ui do concreto a um nível el eva do I 1I1>SIII
balhos de C. L év i-Strauss sobre as estruturas de p aren tesco. Nã o é inú eil <,'10. 1\ análise de fatos localizados, circunscritos no espaço e no tem po, r' ('
I 'm brar qu e este último distingu iu clarame nte três ní veis de i nv estigaçã o: fi II-s ' ind ispensáve l à elaboração teórica,
'1l Iograf ia, a etnologia e a antropolog ia. Pa ra ele, a e tnogr afia "co rresp on d Ao produ zir a distinção famos a entre mod elos mec ânicos e m od 'Ios "
IOS prim eiros estágios da pesquisa: observ ação e descrição, trabalho de cam - liI! seicos , Lév i-St rauss chamo u a atenção para a possibilid ade de e al'i 111\ 11
p )"; era ba lho do etn ógr afo é ess enc ial m ent e m on ogr áfi co, "tr ata ndo d e um 11 11 \alco grau de abs traçã o sem por iss o fica r sub ordinad o ao dom ínio 10 qllllll
I'/ IIPO suf icienteme nte restrito para qu e o autor possa colher a mai or part e li ' 11 11ii vo. É claro que, cont rariame nte às idéias comu m ente aceita I 111a I 'Iill
,'lia info rm ação graças a uma exp eriência pessoal" .l til' vi 'ntificid ade, a regularida de estatística n ão basta para asse gurar 11 v:t1idll
O seg un do estágio é aquele em qu e o pesquisador dá prov as d e um 's d d' uma teo ria. No qu e conc erne à construção do s m odelos, a a i ordllg '111
I'orço le síntes e. "Es sa síntese pode se operar em trê s dir eções: geog r áf ica, S( ' 1111i1iLa tiva a parece e m certos domí ni os com o um elem ento h 'u rfsei 'o 'S,' 11
" • I recender integrar conh ecime ntos relativos a grupos vizinhos; históri ca, s s' II ti, !\ análise em escala red uzida revela -se f ecu nda [orque, ao 'olll rrtrio d
visar a rec onseituir o passad o de u ma ou de v ár ias popu lações; sistêmi c a, enfilíl, 11 11\11abordag em es tatística, não se at ribui de saída um co rpo d - hip <'ll ',1('
" , s' isolar, para lhe dar uma at enção especial, determi nado tipo d e técn ica, d(' \11 1(' ,'llp ostam ente ca beria à ex periência "loc al" verif icar ou invllli lar, 11 111,('li
('(),'llll 1'\e ou de institllÍção."z A etnologia correspond e a esse esf or ço para 'Olí 1'1 IIdl ll C rem ane ja, se nece ssá rio, estas últim as, com ando 'om l) p0l11 0 til' 11"
Ilolur os lados e e xtr air del es alguns aspectos a fim de ex ercer sobr e eles 111111 IliI!1 1.' 'onstruções in dígenas. É isso o que conf ere ao 'IIn po S 'lI 111 1',111 11111 1111
1('11' 'i o. A etnologia se apó ia na etn o grafia. M as extrai seu s entido de um , 1'0 I Ill'vittl n 'sse tipo de ex periência e ga rante sua f e '11 I1di I:td "
.i '10 m ai am bicioso , pois se inscreve no h orizonte de u m a ciência do hom '11 1 () i kal de l1, odelização deve ser diseinglli i o do idelll di 101 llilll '\111
<11 1' I 've ser o pont o de c heg ada de tod o o em preendim ento . Essa ciênia tllI
111 11 111'11 'ionci antes. Se s e s u blinh ar, corno f :1z 11Il1l1iorill dos '11 10"11',11', li 111
hOI)) 'm , ou antro polo gia, se defin e por sua as pir ação: "co nhecer o hom '111 ( (/
II1 '111'illl lOt ,i1 , a vontade de sa ber se r alizará '1111'/ 11111(' 111111 11 1 I 1" 11 1I
fll/, 'onsiderado, num caso [a antro polog ia soc ial], a partir das suas produçr cs ('t
,11 tio '1 111\po. I~se últim o ofe re d' fato, 111 ,dllll "ldl ll id I I , 111 111111
1100 111 '1'0 Ia antropo log ia cultur al], a pa rtir das s uas representações":'
11 111 111111 0d os 'ara 't ores pr6, rios d' lIl11 a so( 'i('dllil(', I': I 1111 11/11I1 " 11 11 11111
Urn bom exemp lo dess e encam inham ento nos é fornec ido pelos lruh I
11 1 11 10, di SO 'i, 111(- f c 'ha Ia 'm si m 'SII\II, 'llldlllll ll '1111 11 1 11I 111 1111111 111 11
lhos los 'e n61 gos na área do parentesco. Na base , rea lizam -se inv 'stigll\' I
10 1II1 d('S ,'11 lotali IlIlI' '1"' o P 'S(III i,' Id lll (11 11 1 \,( IIIi I111 11 1111 " 1I ,ltll I
'1I1l' (I'aran de so ciedades m uito loca lizadas. Co nsideram -se as term inolo/ ',ill
11111 11I1I 1, ~10<111 'xilll sriv idll ,. 'n 'Oll tl'il 1111 " ('ll Iltil fi, til I I I111 I 1 111 11,11
d' par 'nl' 's o, as atitudes e os rituais. E f etua-se um tra balho 'onsi I 'r, v ,I di
111 1111 Ildl ll\ '1I1() pri vil 'gia o 'slIl 'o: ( ,1 " /11 111111 11111111 I1 11 11 11 1 \11'1111 1 \ I
('III('11l d' /! . 'nea lo ias. A partir desse corpus, o pera-se de .~ rm a om pllrlil IV I,
1 ,itl"llIif il':l1'am IIS no\'( 's (il- "IHwi ti 1111 1I II1 ", di " 11I IIL ldl '111 I 11
('OIII'W I)lf \l1 10 dados recolhi dos el"'l grupos rese ritos d 'ne ro Ia m 'sm a rtl' 'li('111
11 11111 l.Iod '-s' igualm ente esten Iqr ess as on pa r açõ s ti Olltros Ilniv '1,'11 ,', I': 111 1 1",1'11 11\ o pl prio ohj 'to dll 11 I1111 1I0 11I1, .h\( :11 111 1 111 111 111 , I 11 111 1111 '1"1
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1 i111 qll 'os 'sP' 'ialistas 'h 'gam a 'onstrlli r r 'gras "int 'rpr 'tll ',o,
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Ill1 tro pol og ia ur ba na qu e se de sen vo lv eu ma is ta rdiam en te pa rtiu d as m 's·
m as premi ssas . Ma s , desde 1925, um do s fu nd ad or es da es co la d e Chi 'a go,
H, E. Par k, ins cr ev ia ex pl icita men te seu pro jet o na filiaç ão da an tr op ologia:
Es sa co nc ep çã o qu e co loc a no ce n tro da s p reo cu pa çõ es do et nó lo go a
'() lTIunid ade fec ha da em si me sma ma rca o triun fo do " mi cro" na an trop ol o-
gi~1. Como diz Re df ield, "a co mu nida de isol ad a, au tôn oma , pe rma ne ce a Até aq ui a an trop ol og ia , a ciên cia do h ome m, se de dico u pr in cipalm 'lil-

im agem a bst rat a em tor no da qu al a an tro po lo gia soe ial se for m ou " ,.1 No qu e ao es tud o do s pov os pr imit iv os . Ma s o ho mem civiliza do é um o b j(;C( l (i .
')n erne à ár ea cul tur al eu rop éia, el a e nc on trou su a ex pr es sã o mai s ex em - pesq uisa igu al men te in teres sa nt e, sem co nt ar qu e é mai s f ác il ele oh~ '
I

pl:lr nas mon og raf ia s de dica da s às socied ad es ca mpo ne sa s, Qu an do se co ns i - va I' e d e est uda r. A v ida e a cul tu ra ur ban as sã o mais var ia da s, sutis, '01\\
d 'rou o po rtun o aplicar os m ét odo s dos et nó logo s ao mu ndo mo de rn o, plex as, ma s os mó ve is fun da me nt ais são o s me smos no s d ois ca so~. ( H
11 :1 1Ilr alm ent e se vo ltou a at en çã o pa ra aq uilo qu e pa rec ia ma is pr óx imo de s- pacient es mét od os de ob serv aç ão ut iliz ad os pe lo s antrop ólogos, '()IlHI
S '5 univ ersos: as soc ied ad es ca mp on es as e sua s -aldeias. Bo as e Lo wi e, par a es tu da r a viela e as mane iras de ser do s índ ios ch 1\1 11~
!\. ald eia du ran te mui to tem po ap arec eu co mo o ob jet o "a de qu ad o" p a- rica do Nor te po de m ap lica r-se de man eira aind a mai s frutíf era ao (;sl'lltlO
do s cos tu mes , das cr enç as , das pr át icas so ciais e d as conce pçõ es g '1';1is dll
1 ':1 III TI'I etnog ra fia pr eoc upa da co m a exa us tividad e e a pr eci sã o. Lév i-St ra u ss
viela reina nt es em Little Ita ly ou no s bai rros po br es do N orrh Sitl '11 1
illsistiu ass im na ne ce ssida de , pa ra a qu el es qu e tra ba lh am na s n os sa s so ci eda-
d 's, le limit ar o ob jeto de e stud o a gr up os isol ad os (a ld eia, ba irro et c .).6 E l hica go , ou a in da pa ra r el at ar os co st ume s m ais sofistica do s dos m OI'l Id "
rcs de Green wi ch Vi llag e ou d as r ed on d ez as do W ashin gton, qUIll" '11 1
Vill aí o m eio de recup er ar a "a ut ent icidade " que c ar act er iza os uni ver s os ge-
Nova Yo rkY
Illlm 'nce es tudados p elos etn ólog os , em que pr ima m as "rel aç õe s pe s soais",
I, -'r 'Ia çõe s co nc ret as en tr e ind iv íduo s". Do nd e a imp or tâ nc ia at ribu íd a :1 0
"illl 'r 'o nhec im ent o", às liga çõ es de pr ox imi da de ; pr ov a disso são o s m últi.
pios 's ru los de comu nidad es aldeã s real iz ad os na Fr anç a ru ra l: pe sq ui sas iso ·
IlId:IS, lTIas tam bém trab al ho s pl ur idiscipl in ar es co mo o co rreu em Plo zévec no
I)' qu alquer f orm a perm anece coloc ada a C]U stão 10 liSO (JlI \' (', IHIII
\-011 1 . 'o dos ano s 60. Cer tas car act er ística s ap resent ada s po r e ssa c om Ul ll1
til II I ,(' 'rência aos rni croun iverso s na antro pologia. A)ll'l() r',', lltoll (:('( 1 11 '"
I [lItll taxa de endo ga mia lo ca l, a exi stênc i a de u ma pa rticularid ade ge néci 'li
1 IlilllO l'llln t' distin guir entre o es tudo da ali ia o 'slll tlo 11 1/ lilti('il: I ' / t, l
i
I1 Ill xação congê nita do qu ad ril) de ram or ig em a pe squi sas nas quais 'Olll
7 til' IIV 11(111' scudy ís noc chc ob jec c ofchc seu Iy. 1\111!JmlillllJ/:i,I'!,I' IIU /I'I -,lutI,
1)(1I'1 1r:tm c1 em óg rafos , et n ólo gos, hi storiad ores , sociólo gos. .
'1 11 11/:1'(Inó O S , tO w ns,
.
nelghborh oo ds ... ) ; c)I ')I SI/I(I' 1111''11
/ 11/:1',
" III li I I
I
P o leríam os, ass im , citar os tra balh os rea lizados pe la equi pe do 1 ,1 1 11 11 11 ' i li' () 'am po, ao se privilegiar a cx p 'ril'ln 'ia 1l 10Illl!',1 1 lil I, l\lll 'I IIIII 1 11
1)()I'1 11)rio :Ie Antro polog ia So cial de M in ot, um a aldeia do Châtill onl11 li,': 11 11 1 dI' P 'r "r I' vista o ess ncial, Ou s '.i~I,:1 1('II I:ílil'll II I'lltItI 1 111 1 11 11 1"'
IHII' '11 1 '$ o, transm issão e herança, o sim bólico , todos es se s domíni S SI (I di 11 111 1 11 11 111:I I 'sqlli sa?
Ililoldll los a pareir de análise s preo cup adas em res tituir o co ntextO d'l :11 I 'ill No Cs p rico dos f un lado l' '5 tl:i li,'cipl illl, li ( 11 11 1"1 11 11 11I IliI
I' 15 tradiçõ es autóc tones. R Nã o ca beria enum erar as nu merosas 011 ':15 '11 1 1 11" 11/11 l!iS/HJ silillO 111 '('{Jd ológiuo, 1\ 'S('OII lII tIl 1111 11 I " Iil III1 1 IliI I
11 11 ' 1 1 llld ,ia s rviu de quadro pertin ente para a pes quisa. uri sam cnl -, 11 til IIIlido do pl'o j 'LO inl ,I,,tlllll 111 1 ' IllI illlll II 11 1\" 1 I' 1 1, 1 11 1() 11 1
1 1 111 11 11 11 11 ,'11 1 \0 '01111 ':1 'o iSl1 S '11 10 f lll !O d , 1111 111111 1 , III 11 1 1 1 1 11 11 1 11 11 111
11 11 1/llilJt/'!',lll'Illtid a p ,Ia I' '1"1 Ill'i I 1 11 1 11111 11 11 ,111t1t11 1111 11 111 11 1 11 111 1 111 11I',
I ,I -dl'i'Id, Til ' lir el' '011 1111 11 11 ir )'. P :1/811111 ' 80 ,i 'ry :11 1 I 1'1 1 1 11 1 11 51 ,til 1 \ I II 'c 's ,'id lld' 111I1 !l1! l1 '11 di 1\ 1I I1 I lill 1 1I 11 '1111 1 11 11 1, \1 11 11I 1
1'1 I ,IIY ""l'SS, 1 9 . 1 » ), 11 1 11 11 1 11 11li' ('11 1','1ldl ':lrill 11111 '1 (' ,\1 1 1 1 1 1 11 1111 11 11 11 11 1 11111 11 1 111 1 11111 11 11 111
/1 (:, I, vi, '11 '1 I1 1 SSII , 111 III 'o}lO/ogi '81'1'11 '1111 '11/ ', p, 4()().
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n -nw do o bjeto_ Uma das ar madilh as que p ers eguem constantemente os IIl'i 'ntações metodológicas, as eoisas são menos clar as: tudo se passa '()III() 1
antropó logos é essa pr o pensão a fe tichizar o "mi cr o". A tal pon to qu e, em II lesenvolvimento histórico da antr o pologia num contex to exótico Iiv 'N'I( II
. 'rtos domí nios , a pul são monográfica pode torn ar -se u m verdade ir o obst á- do ( e feito d e aeentuar o primeir o termo da o posiç ão. Pri vilegiando a tldl IIi
'ulo ep istemo lóg ico. 1111a tr i bo, limit ando a pesqui sa às fr onteir as da co munidade , os et nÓI()l'.o· I

Pude constatar, quando tentei dese nvolver pes qui sas s ob re a políti ca 111'o u par am pouco co m a articula ção do local e do g lo bal . Eles ho j , 1.\11
na França,11 a ra ridade dos tra balhos de dicados pelos etnólog os euro peí stas
1(' I sco br indo essa qu estão, e se interr ogam so br e a pertinência das 'llI, , iI1
a 'ssa dimensão da atividad e so cial. Essa situação, longe de ser f rut o do aca-
lições que dur ante muit o temp o orientaram seu mé todo de tra balho. I': ',\
so u das esc olh as subj etivas dos pesqui sadores, deve ser relacionada ao des-
, m passo entr e os mét odos dominantes e as regras da inves tigaç ão em nos- , ,'l()r ço par a reinscrever grup os artifi cialm ente isolados num c ontextO I' I '
sos Es tados c entrali zado s. O recorte co munit ário n em sem pre é adapt ado a 1.11; 's e de antagonismos ca paz de tornar inteligíveis práticas e ex pr 'sso .
um emp reendimento qu e ev i dencia inter-r elações e ntr e poderes em anad os 1 I\tI ) renas qu e do co ntr ário es capariam ao o bservador , coincid e co m as pl '()
I' níveis terri tor iais dif er entes. A pesquisa em antr o pologia política ofer ec I Ilpa ções dos etnólogos que est udam a mode rnidade e con str oem inSll1l
o 'x m plo de uma perp étua ten são entre, de u m lad o, a necess idade d III('MOS de análise que lhes per mi t em efetuar um vaivém entre 10 'ltI (
a pr ofund ar um c onhecim ento das relações polí tic as basea do na ex per iêncin /\1111):11. Eles estão env olvidos num pro c esso de a pr ofundament o que os kV11
II
1)1uir o íntim a de uma cole tiventr
I, lar conta das conexões
id ade
e mi crbem
o e demaclimit
ropada
oderese, , dequo e utr o, gaa exigêncii)
o bri a recorr 'I' I 'p'nsar, no co ntato com as out ras dis ciplin as, conc eitos qu e mer e . '111" 'I
111 1 I\[1< . I os à luz dos dados.
mu lança de esc ala par a a pr ee nder os fenômeno s. I':ntre os pr o blema s co m que o s antr o pólogos se def rontam em Sllil \>11
Sem a men or dú vida, um a das principais c ontribui ções desse pr ocedi.
I Itio r 'ai, lembrar ei, entr e outr os, o tema da historic idade. Um dos p 'I i/',II'
n 'nr o liga-se à sua anco ragem em um uni ver so de pr áticas e de discur so 10-
di 1I1I 1aa bor dagem f etichista do "mi cro" é e vacuar pur a e sim pl SI '111(' I
'~ili7,ados. Ness e se ntid o, não se pode imaginar dis pen sar o r eeur so à etno ra
di," lI\i 'as e a mudança social. Uma das críticas que se fizer am à a bor da/', 111
lia. 1\0 mesmo temp o, a transferência de uma meto dologia que deu suas pro
tIS I ca pac idade no es tudo da s soc iedades distantes impl ica um a reflex: o 111 11110/' rHi 'a fo i a de qu e ela a paga va a inserção histórica das formaçõ',' , til
,'oi>r ' sua pertinência, em relação aos t ipos de o bjetos que o pe squisador pr i li Idll,', I, que ela, de certa ma neir a, as "e sfri ava". A r evelação d e p '1'11):111 11
vil ·gia. É um truí smo dizer que as nossas soc ied ades a presentam uma grand(' 11.1, " hlls a da condições de re pr odu ção da es trutur a soc ial sla :11\11111
(,OIl11lex idade; mas essa constatação não é inútil , pois ela nos incita simulUl I' 1I11f1d :ls pr eoc u pações dos etnólogos . R elendo ho je os esc ritos d . Hild 'Iilll'
1i'lll)-nte a f azer um esforço de a profundamento, na medida em que of r '('(' Illfl VII, <111' inf 1uen iaram so bremaneira a disciplina, fica- se imp r 'SSiOIl,1I111
o iI\SIn IITlento idôneo par a a pr eender os diver sos es tratos do real, sua estrUll1 111111I11)1'gnr ln ia de um a conce pção que se inspir a no métod o 'XI t'lilll 111li
1 1 1 I' "ma sa f olhea da". A análise loca lizada constitui o melhor ponto de P:II "lIli 'I()" ~ P r e bid como um la boratór io onde se pod em iso la I r , 1\ 1I11
Iida par a toda generalização pos terior, mas so b du as condições: 1) de qu ' 11;1(1 1111 IIliri 'iilln 'nr '. A refer ência a metáforas biológ icas é nes . 1)()1\lfI 11',llill
, r· 'he m escolhas de esca las limitativas; 2) de que não pretenda ultr:q :1 < 1 111\'11, 'li Ia so , i 'lade sendo [erce bida atravé s de seus Iir'r '1\1(', (111',\11
~111'SII:tS om petências, atro pelando o procedimento com parativo.
11111111i,'llll 10 a 1"(11'0IU í'.ir sua integ rid ade e seu equilí br io pr )pri(). :1111111
Um a onf usão pode facilmente se introduzir entre duas a' 'pçõ 's dll
vot', \>Iil o "10 ai": ele fun ciona de fato em dois gêneros de 01 os i õ 's s 'lI) 1\ 111 11\111111';V:1I1s-Pril'har I, qu e foi le pr óprio fortemente 11'1 a r 'lIdo 1)(1 1\
Iivll.' h '111distinta': local/glo bal, le um lado, loca l/g ral, d ' outro. 1\ ~1I1l1 (1)(1 11111 I' 'jo 1'111,jOf 1 1:dislil, 1 1 anel' pologia n'ío poderia lis pcnsar '~s lil1ll11i,' I1 111
logiil das sO 'i I,) les tracli ionais se cI tev sob retll 10 1 fi S glll lu Ol)()si\': o, I 1 II , I dilt('I'ol1iil: '1:1 'manoll do n od '10 das -j n ias na[lII"ais ' 11\'1('('(' 1111
1('01ills ('01110() stru'uralism o <.I : I , 'vi-Sr .r illlss ou H or i -ncaç: o h '1'111'1\ 111il' I 111 11id, 111/1 "lll\la 'sP' ,i, parr i '1I1 ~lrti' hislOr io rrafia", 1 N 'SS~IP 'I" PI'('livII,
IIIO pO,'lll 101' (; , 'rrí', :q r 's ram r 'SPOSlaS possív ,is : <111'si: o tia Pll,',' 1/',('111
'
I 1I1til 10 'ltlil',lIda pod' 'OllStilllÍl' 1111 \' T" '111' r 'v 'Iador do,' lI\ov illll'lIlll'
dll 1 t 1 C '1 /1 plll" o I!( 'J':/I, No <1"' '(1)' 'rI) ': pr ill1 ,ira o posi\': o, <1" ' P , '1111 " 1 ', I 11'1('P('I 'flll '11111111 sOl'i
11 'dlld',

II ~I 111 I •1/ 1 /1 1 ' /1 " /1 1 1 1 1 // 1 , , 1 li IN /,,11 1111/11 '/i 1'1111/ 11111 1 li'II/Ili, 1' 1/11 1//1 /I/ 1/ '1/1\"/ (I' I
1 1 ,( I 1.1 1 1 11 1 , l'IIi'l)
mam-se com o obj eto itin erários indi viduais, acon tec im entos biográfico s, plll,l
I mplica çõ es epistemológic as
produzir a posteriori tipos id ea is, ca teg orias qu e ap arec em , ao fin al. da p 'sllIli
,'li m ais densa s e ma is ricas . Faz end o impl odir a conce pção fun clOnallstll di
Nã o se pode minimi zar, no plan o ep istemológico, o a lcance crítico dos III~a socieda de globa l defin ida co mo con jun to coe rente de g rup os , de instillli
novo s avanços da micro-hi stória e do dese nvo lvim ento de u ma antropo logia ,'Il 's e de re prese ntações, os pes qu isa dores que praticam a micro -hist6r ill ,I
Ias ocie dades co mp lexas qu e se e xe rce a partir d e análises loca lizadas, co m " põem à crí tica. Nã o hav eria aí uma fo rm a de e mpir ismo q l~e a,c~ bari:~ por
lim a preoc upação perm anen te de co ntex tualizar suas próp rias a bordage ns. imp reg nar a teo ria do soc ial? Não se e s taria voltando a um IO dlVldu all.'lIl1l
Slla dinâmica lev a de f ato a re pensar cert os pres su po stos das ciênc ias soc iais. 1II 'rodológ ico? Ao descon stru ir as cat egor ias "macro" que aj udam a p 'IISII1 11
I':stas, de maneira ger al, trabalh ara m a parti r de macroconc eitos. o 'ial, os historiad ores não se e stari am co ndenan do à imp otência e pist 'nlolo
Em prime iro lu ga r, a concep ção cláss ica que co nsiste em ela borar hi- " ,i 'li?
p )1 'ses determinando entidades o b jet iva s co mo "classe soc ial", mas tam - J\ ques tão que é coloca da para os micro-h istoriadores, ass im 'omo pll
h '111 como "me ntalidade", "co m po rtamento político" etc., me parece s er 1,\ os antropó logos q ue trab alham em un i ve rsos loca lizados e limitado s, '11
dir 'tamente ques tion ada pel o tra balho que ef etuamos . Como most ra Jac- til pos 'i bilida de de p rodu zir enu nciados ge rais e ded uçõe s válid~s. <:(~11I1l
<1" 's R eveI a pro pó sito da mi cro-hi stória, essa abordage m tem co mo efe ito I' 'ilSllr S f enômenos soc iais pa ra além dos cas os pa rticulares, se as I I 'nll~I,1

litanto 'ssu bstancializar


urna espéc ie objde etosimpiosã
qu e o esem
tavamdom íninoos centrond
o e dadurant
análiese. muProdu
ito z-se
t empo por-s' til'"
I' Ip '01
aga mtivasatrásse frag
da menta m
irr edutibilid ao sab ordos dos destin
ade context
os os, in dividuais?
se a s categ /\Orias
ai 01' sm'IIII~'
Ia/; 'llI
li 's 'nvolve u um a conce pção da ciência centrada num modelo ex perime nta- d, '\1volvid a na micro-hi stória - e por cer to s antrop ólog os -, as v[lri:l ' )'
li.'la j, antigo . Po is, quando se seg ue Durkheim , ad ota-se ta mb ém Stuart di 's 'ala qu e ela op e ra sem cessa r su bm etem ho je a um a dura prov a 1111 \,1
I ( i 1 I " com ele, essa e s pécie de motor de três temp os: hip óteses, experim cn- I 111\(' ., ção um ta nto co ngelada da r acionalidade hum ana. N s (lIlil11os 111 10 ,
t 11,'( 's, onclusões . O método das v a riaçõ es co nco mitantes é, para o so ciólo- 11 dl'\):lt ' qu e o pô s os defe nsores do un iversalismo e os partidrtrios \0 1 '/11 1
)'0, "o i nstrum ento p or exc elência das pesqui sas s ociológ icas" .13 EI' \'I'III \) lhO contri buiu verdadeiram ente para esclarece r ssas lI" 'SI( l'S, (
1l< '1'lllit, es ta be lece r um a rel ação de cau salidad e entre d ois f enô menos: "11 1"lIm'iros, 'rn nome do racionalismo, nos pro põem uma '(),n' 'p'; () I: li d 'pll
('011 'omit-lncia cons tante é portanto, por si mes ma, um a lei" .14 Enquanto S' 1.11111'I":ln emp o brecida dos processos culturaiS, r duzltlos 1I :\'PI 'N '111 I
P '111 1all(; 'ia com um a visão do "micro" entendid a como métod o es sencial I 11 olilln<.!as da mente hum ana das qu ais a psi 010 f ia 1:1,'111111 p lll I dlll
111'111 . monog ráfico , esta se integrava pe rf eitam ente à lógica ex perimel IliI: 11 111 1.1. S S 'gllndos, se levam a sério os d tem inanl · S hi,'161 iro I '11 1 illllll',1
p,llli a-s' le hip óteses "m ac ro", e o tra balho sob re o "micro " assum ia O as 11 1 , il '[11>:1111por privileg iar slla dif erença e sua polis,' '1I1i,I, '1I11 111t111 111 1I1
pl' '10 I, urna ve rif icação de premissas q ue o ultra pas sava m inteiramcnt· . () di I p~',d'r nos mea nd ros da inter pretação. !'lIra ~ 'I'.',:1 1'1'1111,,1 I 1'1111111 I
"llli '1'0" era, quand o mu ito, a prova do "macr o", mas era es te Cdtimo qu' 111 til I1 rlllil1ll~~ii() I,um o bjetivo científ i 'o ' '111 si ,'IIHIH'IIII,
V I li 'ss a prova sua signif icaç ão e de limi tava seus contornos. Se a prova illVl1 l':.'s· " bat' , S m dú v i Ia fruLO I, 11 111 11dll l'lll I1 1
lidll I :tlgllm as hi póteses , voltava-se ao "macro" para redefin ir as c n liç( , 1'''11, ( I ' I ,fi 'I . lima vonta I' I' ri '01' '1111' 01'111 1I, '11 11 11 \1 11I1 1I til 111
tI,1 pl IV 'l. 1\ monog raf ia era portanto "e nqu adrada". Donde a irritaçã los dll I "Il'lIloJ',i 1 ·.'lrulura l ' Ia "nova hisl )Iill" tll,1 IlIillll 111 111 1111 11 11"1111 11 I
ti il 'il1lianos m relação a Le Play e sua esc ola, qu e cultivavam a monogrld'l\1 '11 1111 ,,1.111 '\lHOS 'on' 'ill lais; ti, 011 110, t' 1'1111 111II1 I1 1" 1111111 11 I I 11111I
111 1 ,i 111'sma sem se Ireo cu par em relacioná-Ia às entidad s constitulivas dll 111 tlll ",I illl {o 'Slrlll1lr:lliSI:l P:II'II li " '11 \'11 1\ I 111 11>\1'1 11 1 I I I11 11 11 1111111 11 111
/lI ,i '(\11(\ . glo bal. 11 1111 lil' 1111l' 11 lllis lil 'rária tia lIi,'I(1I ill d I 111 1111111 ',111 1'111 Iilll 11 \"1 I I 11" 1
( <i'" s observa mais
parti 'lIlarm nt nos mi 'ro-historilldor 's ~ 11 I
111 1, I (li i '11Il1\), o ra 'iol1i1lislll '1I11ivI I Idlll I I 11 11 I 1I1 11111 II11 111" 11111' I1
,
<11", (IOillll1) 'n O di'" SSa 11 'rarell"a Imp I"I 'Ira 'ncr' o """ma '1'0 . ( n\l ' '10 "() , 1111 11 1'1 1I I 111 .'illlOlil lIi('11I11'lI\(' dilit Itld 1111 1111 I" li 11 11 1"111' 11 1 i
"llIi 'I )" IIdqllir' '0111 ,(' ' itO uma lir)"l 'n s: o 'x pli ·illlm 'nl ' il '111 '.'1 i '(I, ){ I I 11111111li., III ·.'llIO ·.'Illlldlll 011 '111111 ",I 111 1Idl' I 11 1 11 11 ,11 II"IIIIVII I
IO il',IIO 'Ill." IIS id 'lIt idad 's sO'i:lis . polli 'lIS 11 pllltir dos dado.' 10 ',li: 111 ti, 1111 \ 1'1.lli('lI, ri 'II( li('II", N, I I 1'11 11111,1 111 111 '11 11 1111 1 1111 11 11 111 1111.1 I
di I I1 I 11I (I rll'II, Ip W' 11 111P 'I (ltllI 1\111 .\ I I 11 I 111 1 111"\1 1I1111i1 " dll I
11 111111til 11 111' til 1"1'1111 dll I\III III/r \ 1 1 11"11111 111111111111111 1 11 11'11 11 1li li 1I
I \ I', 1IIIdl11 1 111,1 I 11J:/I l/I /1/ 1111 Iil lldl' / 1 1' 1 1 1 / 1 1 1 ' 1 / 1 1 / 1 ' 1'111 ,1 '1 /1 ', P II \ ,p I \ I, d,111I1 1111 1 IlIlil'l'l di 11 1 1 ,,111 11'11 1 I " , 1111 111 1'11 \ 111'111111 I 11 11 1'11 1 11 1
1 1 111111 ,p I \' 1 11 111 1111111 1 11 11 111 11' I 111111111 til 1111 111 1111 1I IIIl ldll til 111 11111I1 "\1
"/, ma is crua, co mo ind ica a conv ergência de t raba lho s em an ados de d isci- O po nto de v ista car tesian o atesta um a form idáv el arrogâ nc ia ep ist '.
plill:ts c até mesm o de escola s diferent es. Trat a-se co m efe ito de prom ov er 11\()lógica, Sem dú vida , en qu an to um mi sto de s er pensan te e corpóreo , o ho-
IIlllll abordage m rac ion alista co m pr eten sã o genera liza do ra e demo ns trat iv a 11\ 'JO está su jeito a erro, ma s semp re lhe é p ossível alca nç ar a verdad e n o ato
f lll ' I 'vc em co nsideraç ão os da do s conc retos, cu lturais e loca liza do s. jltll'O do co nh ecim en to in tu itivo , Pa rtind o do conh ec ime nto da s co i sas sim-
pl 's, ele se elev ará grad ua lm en te até o da s ma is co mpl icad as. As sim se ge ra
Wlo cncadea me nto de verdad es, o sa ber. O in tu icion ism o de qu e De scart s
, 1":1'7,arauto ma rca tamb ém os limites do m ét od o. Em no me do c rit ér io I'
It1ade
' qu e cons titu i a ev idên cia, nã o se po deria reter certos do míni os d'
11 111 11cim en to qu e dec orrem co ntud o da at ivida de ma temá tica: é o caso so-
Para entend er o qu e está em jog o, uma brev e vo lta atrá s perm itirá, as- 111 t lido do s infin itam en te pequ en os e da s prob abilidad es. "O in tu ici onisJno
'ilil () 's pero, co loc ar em pe rspectiva a situ ação atua l. É que reenc ontr am os I 1'11 1essência restritivo", su blin ha va Mich el Serres, destac an do a c ontri bui-
11111 1 lim velho deba te ep istemo lógico : o po nt o de vista desenv olvido p elos '\ o inqva do ra do f ilósofo alem ão no d om ín io ma tem ático . 18 Os trabalhos
/1d Cl'o-h istoriado res é po r exc elên cia an tica rtesiano . Em sua s pe squisa s, eles 11 t H' I,ci bniz efet ua va , no ta da men te no do mínio do cá lculo infinit es im al, I'·
i() I· ncontro ao idea l de c on heciment o ca ro ao filós ofo fran cês. Ma s vão ,'111III)-no a rev elar as fa lha s da t eo ria ca rtesiana , a po nt o de se i n surgir '011 -
110 ('li 'ontro das teses desenv olvida s po r Leibn iz , no tad am en te no op ús culo 1111 'ss a f ilos ofia do co nh ecim en to e de qu estion ar a estrut ur a conceitllal <Ili '
illl Illlln 10A1edieaçãessobre oconhecimen to,averdadeeasidéias,ondeseencon- I' 11.'( 'ntava,
111111,na crítica ex plí cit a do car tes ian ism o, sem po r iss o aba nd on ar a persp c • Co mo mo strou Yvo n Bela va l,19 Leibni z recu sa tod os os as pectos 111
I i VII 1 0 ra ionalismo ana lítico. II 11 1111 'artesiana: do métod o à metafísica , pa ssan do p elas matemáticas, li I •
P~lra Descartes, co mo se há de reco rdar, só o conh ec ime nto clar o e dis- II \( I' 1i física, nenh um do s en un ciad os ca rtesiano s conta com a sua in lulg 11 -
lilll() , pI'O lutor de verdad e. O prime iro preceito do método era "nu n ca a 'i- 1 I. No I' 'xt prec iso e dens o da Nleditação sobre o conhecimento, li V '1'(/1/(/
I11I ('OlllO v rdadeira qu alqu er coisa sem a conh ec er ev iden tement e co mo wl I II~ i I il/s, Leibni z, ao mesm o temp o em qu e proc ede a um a errti 'a 'rn I '.,
1 , . . 1 ' n,O in cluir no s me us ju í zos na da qu e nã o se a presen tas se tão chra t' 1'11/ ti(' " 'li a Iversário - "e sse assu nt o [a s verdadeiras e as f alsas i I 'ias/, '11 \-
1111 distintamente ao meu espírito qu e eu n ão ti vesse nenh um a oc asião p:tI'1l 111 1111,'ia UII mais alta imp ortância para o co nhecimento Ia v rdn I., 1\10 I< li
11 li I' '111 Ilivida".lS O en ten diment o proc ede semp re de acord o com (\11 1111 IIIII li10' d ' n-.a neira sat isf atória p or Desca rtes " z o -, ex põ' sua pr lprill ( '01 i I
(11)('111< ,;('S: a intuição e a dedu ção. No pont o de partida de q u alqu er o p '1'11 1\11 10 11 11' 'im 'lHO. Entrega-se a um a análise crítica Ias 1I0y( 'S d' ,11 1('''' I ('
\'j o il\1 'Iectual vá lid a, a intui ção apar ece como "a con ce pção de um es pír ilo 1\, d 'Ilill '10, mos trando seu caráter parcial e insllf i ,i 'nt " 111111 iti i I poti!
plllO 'ar 'lHO, concepção tão f ácil e tão distint a qu e não resta dú vida alglllllll , I 111 111, 11 1llS 'onf usa: clà nos permi tc a pcnas r' 'ollh ' '('I li<'oi. I H'III 'I 11 111
IIOhl ' o <lU' om pree ndemos". Jú A dedu ção é def ini da como um "movim '11 tlll, 11 1("1 'mun ho dos se ntidos, o " não s· i (11 1 " ',11 I j(,lI: pllllllllll 11 11111 ,
I() ('OIII f IlII O c inin terrupt o do pensamento qu e tem um a intui ção clara I' t i 1lI lIllld o, 11 0 in I f inív I.
J',11 I111 'oisa".!? Na procura da verdade, o es pírit o "p uro e atento" 6 ililmill ll 1'111'11ir ai '11 dessa prim ira ai 01' III/.( 'li', í 1"I",j, 01'1111 " 111 / IIItlllll 1011
dll li ,111"llIz Ia razão". A metáf ora ó pti ca é oni pres ente em Dcs art 's. ( V'I "11 \111 ('I , sld'i 'i'nr's p'ua liscingllil ' li '01.11 di 1'11111 1I( 111111 01", (:11 11 ,11 ,
d Id 'il'o s' apresc nta so b a f orma da evidência, irr adiantc para a inw i:1 () f llll I I to I id "ill distinta, 'orno eSS,ls 1l0Ç I', 1'111111 /11'1 qll l 1111 111 1\0 1111 11 III I

I 11\1 "Ild ' na pu rcza do instante. Dec crto, para 'hcg ar a cs'e r sultado, I 'li til 1\1111 111 'i',lI,, 011 Ias figuras. MlIs o tii'lIl1l1l 11 III (I 1'"'111 11 I1I
Ido Il(T 'ss( )rio pôr prcviamcntc cm dllvida as o pini õcs I r 'scal ·1· 'idllS, (I I IIII11 ,til I1I di. tilll u pod' S 'I' iliild 'lJll ld 111 11 IIlllJlllill, '11 Id lllllll I
I1 11 '1\\lllll1os 'nganador 's do s s 'nti Ias. raças a 'ssa '~s se 1 r vi" , () ,lIj( i I'1 1\1 11111 11.111
,"lls di!"!' '11 l ',' '01 1 1 pOli 'Jli l 11 1,11111111\11di 11 11 111I /I 11
I11 ('H 1 doravllnr' '111 'ondi<,;õ 's d' :: 1 '[Inçar O 'onh' 'ill 1 'nw v 'r(/;Id 'il'O, 1'1111 I\ I"II~ ll/ 1 I/"/ IIIItll , pois '()Ili 1 ('('11111,1('1\111111 1 111 "'iI / 11 1 1 1 / 1 '1 / 11 11 11 1 11 111 /li, I
1IIIIId o lodos Os r nios ma ligllos,

II I 1I "' ,11 1'1/11 181/1/ /1/ 1'1/ /11/ 11 1//111 '11//11 (I"ld11 , 1\1111111 1IJiII0
, , I' I \I.
I I, IlI/H'IIIII, 1 ,1 ' 1 1 / ',1 ' /1 / 1 / 1 ,1 1 1 ' 1 1 1 1 1 11 1 1 1 1 1 1 / 1 ' lll1.i,~,(:lIlilllllld, 111'1\),p, 1\/ l'lllillll) I1 1\1111'111,1.1'/111 1,1,,1'11 '1(11111 1 1)1' 1'1/1/1 I 'II~, f Iillllllld, IIJiIIl
li, \( I k 1'lIlli I, /(1 i1 " 1 1 1/ / 1 1 l'IIIIII'I'thlll 111 l'I',I/U i, (1'1111 11, (1111 11111/1 l11,
I/li \ ,I' ·1 \ (I'I! 1 1 11
li ) I1 I W 1,1 11111 /,( )I'lIw 'I IlIw III ~,I/I'
I1 1 Ilh 1 1 1 /1 1 1 1 I{ f , 11111" d" ti" li" 1111 '11 111,! 111111 11I

1/ 11 1111,I' 1 1 . li' 1 11 , \'1 li, 1'1/1(1 ), 11 '1


1111, O ''''ito da água-forte com pr eendido nessa noção. A noção de núm er o
É o caso , por exemp lo, no cam po político, das catego rias em vigor : Es -
.i' ,IJ)I'O 'i m a bastante , por seu lado , do con heciment o adeq uado.
1,1 10, elites, comp o rtamen tos po líticos, po lítica naciona l, política loca l etc. A
I oss ível
obte r um con hecimen to
(~ ade qu ado? "Duv ido porém que os ( lar eza e a dis tinção aparentes dessas noções ocu ltam a questão da sua ade -
111111'ns
1 p ssam dar de le um único ex em p lo per feito",21 respo nde Leibn iz. li til) ão. O ato de pr ovar, um a vez aceitas es sas noçõe s, não s ignifica mais
I', lI" . a adequação i mp lica um c on hecime nto distinto de todos os in gred ien- 11ti ' desdo br ar pertinêneias es tatíst icas, q uando de imedi ato se ntimos mu ito
Il q 1 1' om põem essa idéia. Um co nhec ime nto desse t ipo é verdadei ram en-
1 Illamente a po bre za desses instrumentos. Do nde a nece ssidade de pro ce-
1I i 1Illlilivo: aquele que o p oss ui ab raça e ntão "de uma só v e z pelo pen sa-
11 'I inversamen te e de construir os concei tos a p ar tir d e urna abo rdagem ana -
111'lHO LO Ias as noções q ue ele contém"; compree nde (com-prehendere) no
I 1i 'li, sendo as c a tegorias básicas co nsideradas , no p on to de pa rtid a, como
('111i 10 ,timológico do termo , Par a Leibniz, e aqui el e se s epara de De sc,u'.
d.l los intuitivos e por def inição i nsuficientes e teor icamente insa tisfa tório s.
11 ,,' O entendimento divino é v erdade irame nte intuitivo. A i déia do círcll-
1',1111levar a bom termo essa a bordagem, de nad a ad ianta cor rer à proc ur a de
10 IIlío 'stá em nós, mas em De us: "Em nós há um a im age m do círculo, umil
1111ns evidências, É prec iso, a ntes, co mo o f azem os micro- historiadores ou
d'illli 'Iodo círculo, as idéias de tudo o que é necessário para pensa r o cír u
I I 11Os a ntro pólogos, de term inar zonas se nsíve is, isolar ar tificialment e mo -
10", I'vlas s6 Deus pensa "por inteir o e a o m es mo tem p o a essênc ia do ·íl'
I

1III'IHOS, configurações , espaços , que p odem estar loca lizados naquil o que
I 1110"; li lS mesmo s só a conh ecemos "po r suas partes".
1111 'n par ece tanto como o centr o quanto corno a pe rifer ia de um a soci edade,
Ililr ~l Lcibniz, tra balhamos co m noçõe s compostas das quais não é pos I diss' "í-Ios.
I ,I I 'r lima a pr eensão
l
i intui tiva. Não vamos do simp les ao c om plexo, 01110
"I(')', Iva I 's 'artes, po rqu e estamos desde o início imer sos nesse u niverso <11
1111\' 's 'om postas do qual na maioria das vezes não te mos senão um conh'
i illl 'Iilo " , 'p;o ou ainda simbólico", A lItilização dos signos, da linguagem 11 11 I'1ri zçã o de e scala: o obj et o eu r o peu
111111011 ai r 'brica, é O meio de tr açar o próp rio caminho atrav és daqui lo qlli
.1 1'111 11:i,'a vist,.! pode parecer claro e s imp les, mas que implica o r ecur so ,I P1lr a ilustrar es sa orie ntação, que me se ja per mit ido lem brar a pes qui -
111 dill\'( 's 'onceituais que alongam considerave lmente o per cur so ini 'i,lI I till' r ,,,Iizei sobr e o Pa rlamento E uro peu.23 Ha via a par ent ement e um cer -
111 1111(' I 1 'visto. 111 di h 1r io em escolher essa i nstituição com o lugar de uma pesqu isa de
N10 'se m inter esse c onfr ontar nossas pr atIcas de historiador s 'd 1II IIIlllologia pol ítica. A pós ter estudado longamente a vida po lítica na F ran -
11I1 1lI,,( jlo 'os 'om os enunc iados leibnizianos. ão ve jam os nesse dia p:n6~1I I 1111 ,11,11mu dança de camp o par ece brut al. a verd ade essa de c isão se ins-
1I ilo limi, 's 10 entendimento a ex pr essão de um irr edutível p ssimislIlll, , Il \1 1\11 111 <1 pers pectiva coer ente se a dmitirmo s a positividade do princípio
111 11',llli 's 11111e ncora jamento para seguir em fr ente levando em COlHa oi), 1 0 1 ,li \ 011/:1':10 de escala. Enf rentar a questão da represent ação po lítica so b o ân-
1111 11 i'OI1'r 'Ws com os qua is se defr ontam as ciências sociais. I\f llnd l\llllo 1110 11.1 ,'· ição eur o péia er a prolo ngar u ma pesqui sa na qua l havíam os con -
1111 110.' :1 1' 'an lS 10 local, tomand o os atalhos da micr o-história ou da '111 01',1I Illlldtlo 'x · hlsivamente os contextos loca l e naciona l. Plane jar a poss ibi-
1111,ll'l'illl)1()s 'omo um pr essuposto e pistemológ ico a idéia de onh '('ill\( 11 11" Id, d' 1111 1ponto de vista que ultr a passasse os limit es de ntro do s quais
I11 ( ' '/',0 (('(){.fif óltio i1CC i1). Que a análise nun 'a t rm ine, mas <lU' S· po~ 1I 111 1',111111 :1'jo 'inam os para pensa r a política me p a r eceu indispe nsável. Con-
I"Odll",il PI'()" lim '11(0:> pertinentes ao longo le um p r '1Ir so s '111 'ado di di /111111011.'r 'sisr~ncias dos pr ó prios po líticos - do tipo : "Qual é o interes-
1IIIIIIIiI\'\I(llls, 's' situar na per spe ,tiva de um a ilrs in v '/li 'l1(/i I, 1I0V O 1il'll, dll Jllr llIll1 'nL Or 1,le não tem poder algum ", "A Eur opa po lítica não
11 ('i 1 v ,I (\ . ", 'IInd;lr 111 1"1abor lag '111 <1" " do 'on trlír io, 'stlí 1':1(\i1d:1li iI' ( I
11" ,11 '1" 'bi qu ' havia um v rdadeir o mal-entend ido . Na medida em
lilil,ll, ('Olll 11(Ini 'a pr 'O '1I pação I,s' "onf ormar Ils "i I<ias 'Iaras 'tli,'lililll " '1"1 11 IIlli('IO "I' ':lI" não' 'onsid 'rad o imp ort"lIntc, ou mesmo "consistente",
1I11( ('11111111:11li lIo j' nossos dom fnios I' 'sP' 'ri vos. I 1111,,111111 1 11' 11\ :'ílis' < I))' '1llIivllll) '1)( •ti ·sVlllor izado. mal-entendido se
, I 11111 11 ('11111'11,'10VIlIJ " o 11101tI(' 11 ,'0 do 01 j '10 • o int 'r 'ss' 10' 'onh '-
11/1 1111 11II"! 1,1, pod' 01111111 11'1111 1'('1111 .11
'1 1 1 1 1 1 1 , JI 11
" I' /, 11111111 1"11 /11\111'/11111
111,'/1//111
,li 11/1 11 1/11//111111 /,111111
' 111111',11,
11 I t
llIl/, 11111 111 ,li/1
/11\11 111 I, I' '10
Ora, o objeto em que stão, na m edida em que int roduz um e spaço de Apresentando um ponto
de vista contrário a propósito da 1(11I11I1i1,
variação inédito na consideração das práticas políticas, não po de senão cha- I, M. Ferry formula um di agnóstico bastante pr óximo quando diz qlH ",I
mar a atenção. Ao mesmo temp o, é c laro que esse trabalho de vaivém entr e ( :omunidade Européia realizou em suma uma sociedade civil qu e u/tI" '/1',\\11/1
escalas diferentes desorganiza princípios de classificação, até mesmo de divi - I~swdo. O Grande Mercado europeu realiza as precondições de uma so 'il'lI I
são do trabalho, que orientam o funcionamento das disciplinas constituídas. dI' 'ivil européia unificada, enquanto permanece a pluralidade dos 1':sl Ido
Ao pôr em perspectiva o quadro Estado-nação ora a p artir do local, ora do su- rllçe cs, e aparentemente nao se c ogIta e um sta o europeu. " 27 É'I 1'-1'111
- . d E d '
pranacional, introduz-se incerteza num setor bem balizado. Mas o obj etivo 1'11111 lido se aga rrar ao Estado-nação, se pergunta Ferry - e é aí q u - ,', ,
lesse tipo de pesquisa é precisamente esclarecer pro cessos que tendem a di r 'rcncia de Thibaud: "A Europa situará a identidade política de scus 1'11111
ser identificados com uma categoria reificada, no caso o Estado, da qual cada 111' 'idadãos como uma identidade pós-nacional, mas também con () 1111111
lia que passa mostra a fragilidade histórica. Introduz-se assim a complexida- Itll'nridade pós-estatal",28 Distinguindo função técn ica (organizar as olldj
de num domínio onde o estereótipo às vezes eclipsa a pesquisa. Mas, como I1 I 's da reprodução social) e função ética (fixar a identidade de seus MII'III'\iÍl
screveu lRevel a propósito d a micro-história: "Por que t ornar as coi~as 1 '1 1I representação de um a soberania nacional una e indivisível), to I[I~ 11'·
simples se podemos complicá-Ias?" dll\IS, scgundo ele, co nstitutivas do político, Ferry prega a instituição ") ,
Fixando como objetivo a exploração das zonas sensíveis - con ceitual I 111 '1Iropéia de um e spaço público, de uma e sfera de d i scussão e d c J)ropo
mente falando -, a idéia é tr abalhar dentro do horizonte desse conhecimcll 1,'10 que assuma a fu nção étic a do político, ficando a fu nção 1" 'liÍ1'11
to "cego ou simbólico" qu e preconizava Leibniz. Continuar a an álise I1n 1I '('I Va Ia às instituições comunitárias e xistentes, A prin cipal fraqu 'ZlI d"
Juilo que el a tem de interminável, mas com a preocupação de acionar !lI ,i "lllopa atual decorre precisamente dessa ausência de espaço pü bli o, ti •• I
damente as co ndições de sua realização. Essa abordagem ofer ece a possibili di I!ril le pu blicidade.
l-ade de compreender melhor o que está em j ogo na quilo que v em scndo 1\ I osição de Ferry é explicitamente voluntarista: a identidad p I,' 11\1
'hamado há alguns anos de crise da polí tica e que sem dúvida corr espon I' I I 1111111 I, orre de fato, segundo ele, de uma escolha ética. Em oucras plllil
lima mutação bastante profunda nas relações entre sociedade civil e pOlflit' I, 111, li I~uropa política só se fará pelo acionamento de um espaço pt'11>1i'11,
Mutação que afeta ao mesmo tempo os espaços políticos e as práticas lolli 1'1/ I r 'alização desse espaço remete ela própria a uma identi lad ' P), 11,1
'as, c que interessa muito especialmente à antropologia. , 11111,11 li ~'r onstruída sobre bases "não culturais, geográficas c hislóri 'il,''', ('
Os debates recentes r elativos à construção européia ilustram bem o lil II1 "illr li as, morais e políticas".2'! Ferry rejeita a idéia de um 'swdo ('11111
'a n e dos deslocamentos que se operam. El es se cristalizam em torno dI 1 11111; 111os' trata de reprod uzir o paradigma do Estado-nação, n as d Ili! II1 I

</11'stionamento da forma Estado-nação. Partidários ou adversários da I~IIIO li' I 10, Po Icmos nos perguntar em que medida o voluntarisn o pod ' 'I I
pa dc Maastricht evocam sem cessar essa questão, uns no discurso da I 111111 1111/1'111' para essa tarefa. Mais profundamente, a disjunçã 'nlr' "111I I
'ia, utros no discurso da negação. A propósito dessa Europa, P . Tllih\lIld II 11111'11 ~ I roblcmática. Ferry parece ignorar sistematicamcnc li <11 1' 11\1ldll

rill:i '1Tl "perda do político, já que o sistema público de ges tão rest;:\lIrildo 111 1"111,I , dlls r 'Iaçõcs le forças e e las condições de produção cf'cl'iva~ di di 11 11 1
'\\)o d processo é amplamente desconectado dos valores cívicos 10.' dil, 11111I, o m 'sm e mp , sua análise é sintomática de uma toma Ia di' ('1111
I '111's povos e referido a um espaço que é o do consenso técni o, - rll o 11I 1I III 11\tlis /! . oral dos problemas que afetam hoje o eSI aço . li pl IIi II
vOl1wd p olítica, e que a liberdade de manobra reencontrada ao L'l'millO 11I l"tllllI 1 •

'IIJ'OP -iÍ',a ão co rre o risco de não ser senão a da comunidad supral1u 'j('"It1 I JIII 1)()1110
forL' d'l lis ussão sobrc a Europa entrc Thib:\\Id . I, 11Y
!lU' os c' nocratas formam entre eics",24 uma "federação àS:lv SSilS", !I li/li 1 /111 1 10 'SI:IIIItO 10 po1fci o, !\ J)osição le l'hibaud,
1 1 11 11 / !lI' 'ondiciolll 11 11

"il\slilllição que eSI era reeneoQtrar as rran les qu scõ s após L'r 'S/lol Idll II I11 I I dll din. Illi 'il 'ul'Ol -ia Iloj " I o I ' S 'r r -SIII i da -n 11m siloVi.·I\IO: o 11I

li -< t Il 'l1as, lU' IIniformiza scm ons 'guir dM s 'nei 10 ~ IInidild', o 1111111 1I dll polll ko o I';s\a 10; Ol'a, a linfillli 'i\ \Irop 'ia limita - '011.'11 111)', 1I
Id),'idiarislll possfv 'I".u, 1111\'111\' I do 1':.'llltiO.'; logo,:1 1':IIIOpil 1111('llIllO 'Slrt S '1110 'onsllufdn illlpl

'I I t\1. 111 IIV 1 0\: I' 'I'h 11111111,/);'('11\"/1111 ,1 / 1 /1 ' 1 " 1/ 11 1 / 1 / ' 1111"',(:lillIllllIll I.II'V, 11)1) I, I' I' 1 1 1 11 ,1 1 1 \ 11 ,
, 11,11, II IH 1 1 .1 1 , I' I \
", I1 I ti , 11,,\ ,1 1 111
'11 IIn a perda, quando nã o um esg otamento do p olític o. Do l ado op osto, Illano polítiço a qu estão da rel ação en tre o lu gar e o não-lu gar - a pro ÍlIIIIII II
F 'rry pro põe uma dis junção do políti co entr e a ação pro pri ament e dit a, que IIOS a qui, no nível da c id ade, de um pro blema que M, Augé co l a a PIOIIlI I
';li) 'ria aos Es tados, e a cidad ania, qu e teri a a ver com o pós-n acional , com 10 cio indivídu o, quand o qualifi ca os es paços da modernid ade d' "11: (I 111 1',I
1i I':uro pa enqua nto espaço público . A um só temp o, a con sum ação do Es ta- I 's": lugares onde a solid ão e a similitud e sub stituem a identi lati' ( \1
(io·n-ação e sua sup eração numa c omunid ade maior. A di scu ssão mostra I ,1:1 ão; lugares qu e nã o fa zem ma is sentid o senã o pelos com entál,'i~)H , p 'lil'
iJ 'm o pro blema que enfrent aram os artífi ces da Europ a. Esta se instalou 111'nsagens, pelas injun çõ es qu e produ zem em int enção de seu s uttllí',at!(1I
11 \1111mov ime nto dito d e spjIJ aver (de en grenage m); ex perim entava -se o 1
"( s não-lugare s criam um a contratu alidad e so lit ária", :\ o bserva Au p; , .' P( I
Illovimento andando , até o momento em qu e a ques tão d a União Euro péia d'l)1 s nos per guntar em qu e medid a a Eu ro pa sem Estado não é a qllll ll '
," 'olocou ex pli citamente no qu adro do pr oc esso de int eg ração das ec ono- 11 ,ia do não-lu gar.
Illi llS nacionais. Do lado das prátic as, dois tip os de qu es tõe s nos são colocados: a Ii1Ili
A questão do lugar do p olíti co a par ece e ntão em tod a a sua compl exi- "o 10 ref erente Es tado-nação tem como ef eito p erturb ar os jogos le o po,'i
dlld '. I\té então as práticas políti cas eram co mandadas pelo prin cípio n acio- \f 1l'S tradicionais e intr oduzir um a comp lex idade in édita no pro 'sso ti'
1l~i1ista, que Ge lln er de finiu como o prin cípi o qu e "a firm a qu e a uni dad ' IOll\a Ia de dec isã o. Es sa compl ex id ade se tradu z nota damente pelo 'ldl O 1 I
po l Li 'a e a unidade na cion al devem ser congruent es" .:\o Evid entem ente, ' 11('1 'iação e pelo pap el amp liado d o compr omiss o. "A des peito d Slla 11\:Ii
s,'a 'on rruência que é ho je pro ble m ática. O naci onalism o assim con c eb ido ti Id '0" ess a cultur a da bargan ha, essa diplo m acia contínu a com porta grav 's 11\-
I,IZ ~g ua dos do is lados. A situ açã o na Iugo slávia reve la as tendências ce ntrí. I(IIIV 'nientes ",:\2 escreve Thib aud, qu e denun cia "o métod o Monn 'I, a pl I
1'11'lIS qu e f azem im plodir o Es tado-n ação, e de maneira m ais geral o bserva 111,I I' 'ontornar ou de neutralizar o político" .:\:\ Podemos co nt 'scar o till, I I
IIIOS 'onsideráv eis f enô menos de fr agment ação, como a asc en são da Lig:1 I (,(,ssiv-amente norm ativo desse g ênero ele asse rção . Esqueç an''\(),s () jld).' I
I,olllbarcla na Itá lia. Fragment ação de um lad o, de s posse ssã o pel os Est a los 1111 '11 10,para su blinh ar uma i nfl exão im portante dos process os p01f 11 'o,', 1\ 111
111 \'( 's le comp etências importante s na con struçã o europ éia de outro. A h:II' 1111111'ionalizaçã o, ou se ja, a int eriorização das in"l po içõ ~s ' ~ 'J 'I)il,' P 111
III( 11\iza ão Ias leg islaçõ es res ultou num des loca mento do poder normati o, 1111 1',' político s e, progress ivamente, pelas o pini ões pll blt 'as, 11)(11 Ií',11 11 o
I kto Ia f orma, pelo viés do Co nselho dos Mi nistros , os Es tados-m emb ro. 1II IIl jlOl'lamentos nas arenas políticas tradici nais.
(llll, 'rvam um a ca pac ida de de ini ciativa bastante rea l. A ex tensão d o pri nc No ontexto europ eu, as opini õe s mani IU cfs ws, a I )1~ it'11Ililll IÍiI II II
pill ti' maioria qualif icada na tomad a de dec isão no int erior cio Co ns lho ('
1111111I i I"ia I' um par estável maioria/o posição, . ,ti 'Ill 11 1)1,11il ltillltil 1 111
pOl ~1\1 signif icativa. Os Estados estão cada vez mais em pe nhados num pl'O
1111 1o l' qll' I vam em conta um maior n(11 l1 'ro I· p~lr, 111'11 11 Nil I I'111 1
\ '~,'O I' negoc iação em grande esca la em que nin guém pode mais" '011
1 11 .1 11('0 '1lrO p 'U, O int r se nacional s' 'on jll 'a: pld 110 1li11I 111111\, I I 11
I '111 111 'n 'ntar so bre as pró prias pos ições. A política da cadeira vaz ia 11 :10
1111 (OIIS! I 'ra 'ão a pluralidade dos in r'r 'ss 's ('olldll l I 11111 1111 1111 111111 1I I
111I1('iol1a mais, como pude mos co nstatar com as diversas inves tidas cio (;:11 1
I 11111.1 IOlna da I' d . 'iS10 , 1\ av alia, o do ','IH'(·i.t1i'llll 111 1111 I 11I1 11 1111111 11
('111 Illlll ~ria a rícola.
\11 111(' ,'SI11'io I~I:I 'f io políti a. J\lgllll S v '111 I 111 111 111 111ti, til 11111111I 111
I (l lado dos es paços políticos , vemos portanto vir pa ra o prim 'iro pl, l
1 1111 1 , ',' 'I' i 'lIalm 'nl . 11m 'nriqu 'eilll '11\11 ,lil ,lIl 1ld 1111 \11111
1111 I lI'l 'slf io Ia sua redec upagem ou da sua recoml osição. 1\ afir ma çi o d,I',
I IlI llilll o 101 iSI1H I '1)1 Brll' ,llIs; 'llll 1,111 li' I 111 11 1111 1 II 1 1111 \11 tllI
( qH '('ili 'idad es, a instauração de relaçõ es entre s níveis territoriais il1rl:lll\
/ t I/ I/ ,i ,,', 1 ':,'\ ·S I""IH m llma r '1:1,'~lo (111', 111 1«1 111 I 111 1111 11I 11 11111111 1111I
IIlIII,li,' l: :IS instân ,ias omu nitárias, não c ntri bui neces sarian 'nt' para '111'1,\
I ltiil i'j, 11 111() ~ IlOV O. Nos dil"l('III I' I'I I I 1I1 1'i 1l 11 ,11 11"1 \1111 1 1111 1\ I 11I
1111 ('("" o Esta 10, ma s I ilra integ rá-Io a dis positivos IWlis 0111 1 I ·x os. 1',1:1p odl III 11I 111vil',(H,
I'tilll, ('OlllO na Fran '3, 'omp 'Iiçõ's 'ntre nív 'is d' '01 'ri vi 111I 's dir 'l 'li\ (
011, dO (,ollldrio, '011 10 na I\kma nllH, r ,f orçar os 'lI"ilí brios 'xisl '111 ',' ('111 11
1','d,ldo r'd '1111 'r' 'i( ',', I',m lodo 'liSO, 'SS Il 'volll ';0 1'01,'11() P ','IIIIÍ '11dlll ,I
I ~I "1 1 , NI/II /1 '111. /1/(111 1/111'11 1/11 /1111 11'11/1'
11 ''11'' /11li til/I /I/lII,,,ft /1111 1(11'11 1,'il lIl,
1" 11 11 ',', I1 Ill i(,IIi :I,'O do,' 11 v 'i,' ,'('llI pl ivil'gilll 111 11(' '11(1 (1, o t1101d,1I 11 11
1"'1 'I, I' 1111IN. 11,,'1': 111111.1 1111.1 NOII //1 JI/ l 111/1 '11 /111'11111111 ,11/1/1 11 1"''''111l/li "1 " /1111'
1
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Itil , 111111 1
I I I I 1'" \ I' I 1 11IIllItI, 1 / )/\1I1 III/l 11 11 1 / 1/1' I" ,11 t ' \
"'ltI 1 I I)'
De f ato, o qu e nos sur pree nde é a co ntaminação das pr áticas po lítica s
p '10 lo bism o: pr eferir a nego ciação , cri ar grupo s de press ão de geo me tr ia va-
r iável. Esse modo de exe r cício da polít ica pode des co ncertar os par tidos tr a-
dicionais que interpr etam como versat ilidade o que não pas sa de agi lidad e
de a bordage m e r ecusa a se fe c har num jogo reg r ado e binário. Pode mos
pcnsar que no futur o esse tipo de co mp ortamento ir á se dese nvolver no in- Es c ala , pe rtinên cia , c o n fig ur ação
erior das dif er entes formações se m qu e por isso as g r andes clivage ns se ap a-
guem. Elas co rrespond em a um a flexibili zação do espaço polític o, e àquilo
IUC podemos co nsider ar uma perda d e r efe rent e.
É bastante evidente que a nova mão das carta s do jogo eur ope u põ '
dir ctame nte em questão os prin cipais refere ntes a pa rtir dos quais se d efini ll
orientou a atividade política. Ma s os antr opó logos es tão bem coloca dos pa-
rn sa ber que es ta últim a não desa par ece a pr etexto de mudar de r efe r ent·
)11 de se inscr eve r em nova s es trutur as. A meu ver, um dos as pectos imp or .
wntes do tr a balho ant ro pológic o é apr ese ntar um ponto de vista crítico cm Nas image ns que são evo cadas pela oposiç ão "micr o"J"macr ", 'dll,
r 'Iaçã o à pree min ência da f orma Estado-nação . O f ato de este últim o a par' qll~tiS se lança mão nos de bates, ou pa r a com parar as duas a bord age ns, 011 P,I
"r omo o lugar do político num deter minado tipo de soc ieda de não imp li. III I ,f ender uma em detr imen to da o utr a, pode mos quase s empr p 'I" 'Il I
a a imp ossibil idade de outr os dese nvo lvime ntos. O r a, é se m dúvida um a I ' o taçã o de um a ir redu tibilida de de esca la. A a bord agem m icr oaoal I il'll
'volução dess e ti po que vivemo s ho je e que af eta mui to dir etamente nossa \,'Ia 'omo aque la que reme te inevitavelme nte a espa ços e a m eca nismo, 1(1
111111,ir a de faz er e de pensar a política . Par a o antropó logo, isso im plica umll ('llli,' q IC se situam na esca la da p r ópria r ealidade, como na c éle br e fi . 'I () 111
Il( 'oção r edobra da a esses desloca ment os de es cala, mul tiplicando ao m " IllIFg 's. "macro" é perce bido , em co m pensaçã o , como o ní v el da glolllili
lHO I' 'mp o as análises loca lizadas. dlld " da gener alidade - pelo menos o 1:250.000 das carto graf ias r ' 'ioll ti ,
I pl '111sa bc o 1:500.000 do ma pa nacional, ou mes mo o 1:2.000.000 do 111111 111
IIIIHin 'ntal. Dentro de sse quadr o, o de bate se desenv olve em duas rI' '1111'.,
'I lia, ti . um lado, das ca pacidade s de gener alização ou de espc 'ifi ':lç:l0 plll
PII.I, d' ada a borda gem; de outr o, da natur ez a dif er ente dos ~'n III '1l11 11
I "d, !I11, 'nda nív el de escala supostame nte est á a pto a f aí', 'I :tP!111I I I
1\ 1IIIInl L 'P ,tit, neste mesmo livr o, se situa no inter ior de sc ti · 1 til ' di '1 1 II
'I liV('II<10 as im pl i açõ es ligadas a essa o posição básica.
N I,' p5gin'ls que se eg uem, eu gos tar ia de tentar m tr aI' 1111('1 11'1 111
11111d' 'scala nos lan a num a pista falsa. Cr eio, co m ef eitO, <1 11" Hl' I I II
11111,1 II pll,'i~~ () P 'r l in 'nte entre "mi cr o" e " macr o" na prática a p ','tpli d IIi
111111' I ',d' 1110\0 mais gel"ll, as iência soc iais, ela dev s 'r 'ss '111'idll\! 11
I1 111111' 'Illlilill 'm I 'rmos I' mo lali h I's dif rentes Ia for m:llii'.II~'IO ('111'111
dll Ii 11 111'1l0S ,'o 'illis ' Ias 'VOIIIÇÕ's hiSl'6ri as. bt6m-s' assilll, dI' 1111111
dll, 1111\01 i11l1i','Ill da bisl )ria 'do d 'vir sO'ial 'OI1Hl 11m sisl '11111n l>('lllI, 1111
I" '1" tllll 11111.r OIlIl II<;1I0' d 'I 'l'l\\illlldo I ()I din , Ini 'I\S ' m' 'IIni slIlo,' Illil 1I1
111I' • di ti po illl '1IItiVO; 11' 011110, 11111 11 111 1111',('111
IIl1l1,' 'voltllivll, 1111lI"i"II'
1 111111 11'1liÍ~llllli('o, , o i 10, 1'01111ti1 I 1I1 IÍllilll0s 1I1(',' ti, Illdo 1I11111111111
11II 1111 11 IIli, (' (',1111 llldl \dtllloll
111 ( 1IIIIIllI dI vi lI, I dll ll 1"lIl1dlll',1III 1110 111111111'11111 11 I',' li 1
11111111111'11111' 11\'1 1 dI 1111 1 1 I "1111111 11 I1I IlIlill 1 111I111I1I1 (lilil,1111,
I
nação, o indiv ídu o ou as in stituiç ões e os g ru po s etc . Baseiam-s e an tes em 110, entre form a e co nt eú do , as aborda gens "m acro" conc eb em O~ plIH '1 'li
jl,stif icativa s em pírica s e retóricas diferentes, Co me ça rei ex po nd o, ao men os históricos em t ermo s de l eis im an en tes no plan o da ev olu çã o fnr nwl. I II
su 'intame nt e, esses asp ect os. A an álise fa z, ant es de tu d o, ap arecer com o, '/,1 (;s da his tória residem na s for ma s de s eu de vir. O a rco tr aça 10 110 1\ 1111" I
11 'ssa ó ptica , o prob lema da esco lha de um a esca la perde su a cent ra lida d e. por um f en ôm en o ta mb ém no s f ornece as ch aves da qu ilo qu e el t 'Ii\ dI
I~ I' só é de fa to c ru cial no qu ad ro de u ma ab orda gem ma croa na lítica. Um a P - 'íf ico . Qu alqu er qu e seja seu gr au de r efina ment o, os m od elos "1111 111"
I ai a borda gem, ba sead a nu m mo delo imp lícito de hierarqu ias ca usais , se ,'I () portanto su bs tanc ialm en te determ inista s e evoluc ionist as. s 11 )(llll 111
o briga com efeito a reco nstruir as lógica s qu e liga m os atores in dividu ais aos "Ini 1'0", ao su blin ha rem a ru ptura ex istent e en tre form a e co nt (1(.10, ill, i,
Ii f 'rentes f enô meno s ma croestru tura is qu e fora m pr evia ment e in dividu ali - I 'm ao cont rá rio na dimensão da i ncerteza , da po ssibilidad e. A cO ntinl lÍd lldl
ZII I s. A a bo rda gem mic roa na lítica , em co mp en sa çã o, in tegr a o conceito dc iliSl6rica só po de po rtan to ser li da a posteriori, ma s nã o desv enda, 'm si, ,'11 ,1
',llIsalidade no s m eca nism os in tera tivo s, esva zian do assim o prob lem a d a es - Il,js, IV I uito ao con trário, ela es con de sua s con tingê nci as suces sivas L I C f I " dI I

'ala. 1I11'paras dos mode los pro jet ado s,


Para além da s op os içõ es d e esc alas res sal ta por tan to , an tes, o p ro blc-
nla da s dif erent es retórica s demo ns trat ivas próp rias de du as ab orda gens q uC
p 'rmanece m fun da ment alme nte irred utíveis um a à out ra. A abor dag em m a-

'rossociológ ica é dedu tiva e esp ecifica sua s prov as a p artir de um m od elo
I'lo b'tI. Nes se en foqu e, a cons truç ão ca usal é principa lm en te forn ec id a pelas "A burguesia é um gr up o soc ial cu jos c ontornos não sã o k f ini los I.. I
':Ir go rias ex pre ssa s pelo mo delo. Os d ados em píricos nele int rodu zi los
Nos~ l() o b jetivo era cara cterizar [. .. ] o co njun to d as categorias 50 'i:lis <11 1' IlI'l
I 111 um a f unção qu e é essenc ialm en te de ilustração , po r int ermé dio d e UIYla
11'11' -111 à burguesia, pequ ena ou gr ande, sem ex cluir n enhum rn ,jo. 111
H 'ri, d o pe rações retórica s e/ ou es tatísticas de tipo logiza çã o. A ab ord ag nI
lillIlIll grup o a priori."t É ness es term os que Ad eline Oa uma rd dl'l'illl' 11
Il)i 'rossoc iológ ica, in du tiva , in dividu aliza meca nism os e os genera li za por in
Idl j '10 '() quadro de se u tra ba lho sob re a burgues ia I arisi 'ns' 1II1 plilll illl
1 'rn1 ' lio das f ontes. Aq ui, a co nstruç ão ca us al nã o é d ada de a nt emão, e S illl
111 1'1:1I, I século XIX. O o bjetivo ex plí cito da pes quisa, hoj . 111 11 '11m (11
I '(,:onstieuída por int erm édio da s f on tes qu e imp reg na m o ob jet o. A retóric I
dll hi ..l )ria social, é de f ato determin ar co m maior pr' 'is:io os ('OIlIOIIlW I di
d . rip ge nerativ o. Os d ad os em píricos cons tituem o ma t erial bru to qll c'
11 1111',I'iIPO so cial qu e ex istiu , nos diz a aut ra desd . as priIl 1t'irll,' "ll/',ill I., 1111
ti 'v' permitir indi viduali zar mecanismo s e funcionamentos s ociais qu ' SC'
tiilll'III'SOS , nas prátieas e nas re prese ntações do 'on jllnlo do , ~I'1I1n. I',i IlllI
C'II 'onrram além do o bjeto e da s ca te goria s historiográfic as qu e o inf Orl al)l,
I lil lO li pr imeira, a mais clara justifi cativa cio ob j 'tO ' do '11 11111111d' 11 111/1I
Nes se nível, a a bo rda ge m micros soci al parec eria portanto não '~ p 'nll
'1"' o visa, As re prese ntações e as práti 'as 'Olll -IlII J()I, 11 11' I" Il' 1111 li 111 111
lI\l1is 'Iega nte em sua argum entação retóric a, co mo tam bém mais f und I
di .' 's payo 'at,yorial, ref erem-se a 'I': -I, , i..It" POIIIIIIII,IIII IltlI I di II
11\ '11 1a<.la logicamente. A utili zaç ão dos dados empíri cos parece justil'icad I
lI! li!l'i 'Iltil'i ·ame nte. lIá ontll 10 lima <)lllll III Iilil'IIII I'11 '1111.1111 11 111I" I
1111Ili 'di Ia elTl que eles permit em ex pli citar, não a penas as ca tego rias ' I'
Ilillll'("nlo m'nos x plí'ita, onstil'llill Illw,'1 '1111 /111dlllllll 1111 1 1 111111 11 I
I 'p" 's 'ntações soc iais, mas tamb ém suas utili zações co ntex euais e os dil"
I 1 11 1,111dll P 'squ isll. Tr ata-se 10 11wd '111 d(' VOIII 111 1111111 11 111'"1 111 111dll
1(llIes graus de a desã o que es tas enco ntram no temp o. Ao co ntrário, Ii al)() I
IJll itl ,I )1I1I1 ))ard ' s bo a as linll llS d' , lIill '111 1dll 11 11111 1III pli I 11 111
11'1',C'111ma rossocial perm anec e tot almente so lidária das re prese nta,'r (,;, <11 11
I11IIlI'i I)) '111 su'~ marca nos o b jetos s u bm etidos à análise. A utili zação dos dll II1( OI'a 'nraí"a sua pr6 pria kitll llllll 11 11 1111
dll 1111 11 11
li dll Il lilll
d'I' 'llI pf ri 'os, nos quais essa aborda em c n entra para lox alm '11 1" () (" r~1 1 1"111 1 'li, ' 'llI Paris plini 'liI :llllIl'IIII, "di 11 1111111 11 I 111 1 11 1,111 dCI 1
'( ' 11 ('jlli d' s 'u 'sfo rço, p 'rmane 'e logicam nte su bordina Ia ~ 'S(l'lI(II1 \1 tli 111 11/ 'I~I," 'n: o dllilS 'ivili zlI~'o ',',110111 1 1111 dll il 11111i 11 1111 1III hll 111\11/'11
1Ililtl 'Ios 'OIlSI rllf los il pri r i, ,11 '1$ at go rias são portanro rf "ida s (; 11 (11111 11 1 dll 11111 1 P:I.,' Id o 'I"':t H 'vo lll~'do 1I 111 1111 111 1111 11/ 11111 1111 I1 111 11 Illlp 11 11 ,
VII/, I',hl,' s' '010 '111 11nO 111'smo plano (1'1 : os f 'lI)111 'nos 'Sill dlldo" ('011 /11 'llhll'llldo 1i Ht"SIIIlI 'II,'i n, 1'111 " 111 1 I( 11 11111 1111 ,1 I 1I11 11 t11'1( 11111 11111 1111
IlI illtlo-s' 110 11\ 'SIIl O 1l'In po '(linO l'lrli 'os ,I 'm 'nlO,' ti' oh s 'rV II,' () (' di 111 111qlll 11Âlll('iÍ( '11 ti 'v 'l'i:1 IC'IIIiJ',11Id i 11 111111
IIII 111 11/ III IIIp l 1111"1 11LIII IIIIII,
(' "Iic' 1<;10,
() c' 11111 1(1dll"'II'IIII' dntlo H ('lltl'I',oli I" IIl ld lirll "'111, dlll !lhOldll
/',111 1'11I'(1I1 !11 11 11 111 11 dl'III'o 1l'Iil llillllÍI' 1I"'''ll'livll' IJlI I 1 li' 11 IId 111 I1 I 'tI,111I1 11111111111 /.11. ~ /JiJlIl/W III l/I /'111 1.1111 /' '11 /' ti' 11 ,1'1111111 11111 1, 1"/11 ),
111 1111 11I 11 11 \11 I' I dll 11I 1 111Itilllll1i1 di I III lil IllllI Ililllllli 11 I1 I1 11 1 II /
'amo pr essenti ra Tocquevi lle". 2 O mod elo que subtend e imp licitamen te to- A hierarqui a causal aci onada no m odelo reflete-se portanto cl alal)\( '1I
<.i'ta organi zaç ão da pe squisa é po rtanto o de um processo de moder nizaç ão te no pr óprio objeto , ordenan do o princí pio da anál ise. Se a evol u ção glo bal
que ass istiria à pas sagem de u ma soci eda de de Ant igo Reg ime par a uma so- dos fenômenos políticos det ermi na as din âmic as dos g rup os, as form as m:tl .
iedade de t ipo "mo derno", car act erizada pel o fenô men o que A. Dau mar d riais e a mas sa dos gnlpos sociais del imi tam esp aços mais r est rito s no inlt'
Icf ine, retoman do as palavras de um contemp orâneo, com o a "constituiçã o rior do s qua is encontramo s os meios e as famílias, os qu ais, p or sua v "/"
Ia sociedade civil. [A] revolução [...] tornou iguai s perante a lei hom ens qu e influem no horizonte individual. Nes se enfoque, a fonte qua lit ativa r od
() ristianismo tinha tornado iguai s perante Deu s". 3 servir para ilust rar a pro posiçã o ger al, mas não se c onstitui como pr ova; I od(
Voltarei a esse mod elo e ao s pr obl ema s lógicos col oca dos por uma t al 'tpenas acr escen tar um "ef eito de r eal idade" a um re trato qu e, em suas I i
'an eituação da t emp oralidade histórica e de s uas din âmi cas evolutivas. P or nhas de fund o, é definido apen as pel os dado s qua ntitat ivos:
ora observo que, mesmo sendo introdu zido de m aneira retórica pelas re fe-
r '11 ias a debat es con tem porâ neo s, ele det erm ina as cat ego rias cau sais da É indisp ensá vel conh ecer os testemu nho s de t odo tip o, poi s s6 eles " 'lil
11I)álise. Adeline Daum ard se s itua com efeito no i nterior desse proc esso; recem as esta tísticas ou os dado s qua ntitat ivos que puder am ser r unido I
:tssume imp licitamen te a idéia de um a evo lução histórica social glo bal, d e- (...] Em últ ima anál ise, o exame das r eaçõ es col etivas, o estu 10 Ia [i1111 11
I 'rminada ant es de tud o por muda nça s estruturais que são , por o rdem d ,- coletiv a da burg uesi a esca pam à medida. A documenta ção qualiwriV\l II
'I'
'r erior
inr entedessade impo rtânci a, caupoIítico-
con strução sal queinstituci onai s, realmen
se justifica econteômicoas,objetosociais. É no
hi storia- toma aí todos os seus direi tos, mas o valor dos testemun h os é aLlm '11111111
pelo quad ro est atí stico preest abel ecid o no qua l eles ocup am um liI~',III,
"r, fi' . Analisar a bur guesia , medi r sua impo rtânci a numé rica, desc rev er suas
(:11 r :t ter ísticas internas imp lica que se e speci fiquem as formas de u m pr oc 's-
so th 10 mas cujas eta pas e evol uçõ es int ern as é preciso esclarecer . Nã o me dem orarei nesse exempl o. Mas me p arece int eress'a l r' oh, I
Desde ess e prim eiro mome nto , con statamo s portanto uma mu dançll V:lr que, nes se quad ro, os nív eis de pro va semp re reme tem, em última 1111.1 1
d' 's 'ala: do processo histórico global , que se con cretiza num ei xo tem porlll , " ao modelo geral. E , portanto, às representações dos p rocessos h ist lii('II'
, ,('tilar por meio de mutações e struturais maio res, pass amos ao nív el mais li. 11 11 'dominam na socied ade e em seus comp onen t es. Devido a ess: 1 ','11111 11
Illillldo e contingente dos grup os soc iais exa min ado s. Essa oper ação se r I)l- 111 I 'inclusão causal, cad a nível de esc ala se c onstitui uni camenc " ti ' 1\11o ,
(' ao longo do restante da pesqui sa, por meio de um a abor dagem < 1 11(' '1l(II I'lnW ilustração de dinâm icas que atuaram além da sua pr ó pr ia 'S/"I I d
1(,11'1 ., < l aela pass o, a lógica de inclu sões ca usais impli cadas pelo m ti ·10 jl'rcinên ·ia. Isso não sig nific a que esses model os se jam falsos (volwr· j 1 111
I', '1'111.A 11I1 :.ílisee a es pecif icaçã o das car acterísticas da bur g~lesia, que <.;o nsli /1' ponca particular na últim a par te de ste texto), e sim, mais sil 1 I ','IIIl'lill I

1I1 ('lll o "rne da Ies quisa, baseiam-se de fato na mesma lógica hierárCJllit'll 111 1'o nív I de prova da abordagem macr oan alí tica se baseia m 'no, IlIHIOI!
li"'vIii 10 'strutur al ao su perestrutur a!. O plano do tra balho, a pres 'nl~ldo i(,tos 'm, ír icos 10 que nos modelos de pr oces sos que a informal)1.
('OlllO i n 11'0IIIÇ:10, é partieu larmente esc larecedor a esse res peito: que aca ba de ser af irm ado apar ece rá de maneir a mais '1111'11, (' 1III Idl
IllIll OS , m sm esquematicamente, a retórica es pec ífica Ia ar '111 11('111111\11

11I1l'I'Ollnalf ti a. A base em pírica do tr a balho de Adelinc D ai 111111l'd,11 I ' 1 11 1


!\ d 's 'ri -: O IlIs est rutLIr as b Ir gues'~s, pr imeir o, visa a delimitar os l11('illll
d- ,'lltI ~Ir'limei tação se e ncontram na prim eira parte, onde 1 1 ili.lllli Idllll
iJlll "',llt:S's, Ilrikl,lll1 10 r en'r -/1 i:ls mu c 'ri;lis: nfveis de f rtuna ()lI tk: r ~lldil,
/('1111 '1Ifil'c'l'izar os traço s es pccíficos da burgucsia parisi 'ns' . ('(111Ill dl
PIIlI'i" 1 1 1, f ~ n '1'0 I, viclll . nfv I d' vicia. Essa primeinl p:lrc - rend ' 11111
1111111)()(i'\0 ti - 'scl'i:Itificação interna 10 gru po, Para fazê-Ia, '1;1 ,'I' I! I' I ill
d Illdll 11dl'1i1l 1illll'o s Irup os: ~ um 'sl'lI /0 d' m:/ss:I. !\ s 'gul I11pul'\ ' (' lil
VIlII1111!lllll\ 11,'1J'/lil fliilS, cl:lssif'i Ias por 'aI:' 'or ias, '(11110 o/) j 'Iil/o ti '/1/1
'
; I 1111111ill)port'anc - mac -r ia I I, ar<lIli vo, -u jo cscudo Ih " 'rn icill I' '(,OIl,'IIIIÍI 11'
I I~ I/I ,I 1 11 1 / ', 1111
dllll di!" j' '111',' m 'ios, :IS r '!uçe 's qll' s' 'Slll1 " l' 'j\l ('1111 1 IIIi idild 'S I rol'issionais, Os r 'ndim 'llI'OS , as forcllnas . os 'onSlIll lO,' dI' illdl
,1 1 I, 1I"1 I 111,11'l'llst',' 1111,' IIIIIIIS," ~Iplill a I'OI'111I1(JÇ:dos illdiv d11tH:1 rdllo I' de I'U!)) lias. !\P) S ('ill'IIII S '1 "1 ' 'r dil"l' '111's 'Iass 's ti' iJllI"',lll'Nil1('11111
IIIIIH III,~Pl'<l l'isS ( 'I' ' 110,'I 'l\dill\('1l10S, I111111 01'11
," ti ' li 'li :I ti ;11111111
/1<'1111 111
di 11I 111i1i, Illd o I\' 1'IlI'IIIIISd - 1I11)1lldill,NII illl 'j jOI' ti' 'Udll 111 \\do, /',IIIP O, /11
1 1 1 11 1 jI 1\
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I 1 1 1 1" II li I 111 1 1 1111 11
di vid ualizados, o objetivo é a nalisar as p r atIcas e as re fer ências simbó lic a' da categor ia e permi te acresc entar outras esp ecificações tiradas d a d istri h l d.
I r' lominantes, que permi tirão especificar os limit es e as propr iedad es int er - ção dos comp ort amentos; mas o faz, d ess a vez, já s ob a forma d e um gn'l I
I1:1S Ias pr ó prio s gru pos . Doi s pres supo stos imp líci tos sust enta m uma t al abstr ato. Citam- se assim as dim ensõ es "geralmente restritas das f amíli as do,'
(lP 'r ação. O pr imei r o é que os e lementos pertinentes qu e explicam os laç os I jistas" e o fato de qu e , na úl tima fase do ci clo de vid a , o lojist a modal " '"
, as identidades sociais são efetivame nte internos aos espaços categoriais d e- mlmente (...] (vivia] só co m a mulher ".1O A noção de ci clo de vid a é as i1 11 1-
f ini Ias pelo mode lo global . O segundo é que cad a grupo sec r eta um m od elo jetada na d emonstração pelo v ié s de uma general ização; é pr eciso· 'nr : o
'o 'r ente e am plamen te comp artilhado , que ori enta global m ente os comp or - lemon str ar a pertinência d essa noção, ligada aos at ributos já d e monstra los
i1111') ~ntos de seus membr os . Ia categor ia, por me io de u ma acumu lação de d etalhe s:
Tr ata-se de pres supostos fortes , dir etament e derivado s do mode lo te6-
ri 'o su b jacente. No enf oque macroanalítico, a extrema dispersão e vari eda-
(I, los dados em píri cos não chega por tan to a pô-Ios s eriamen te em qu est ão.
o cômodo do comerciante de sedas da rua Nlontmartre er a mo bililldo
com as peças estrit amente necessárias ,
sem nem mesmo um a poltr ona; 11 I
A lifer enciaçã o dos comp ortamen tos é ao contr ár io percebid a como ur na
moradia do com erciante apos entado, se ele d ispus esse d e um mín imo d('
'on f irmação ulterior da n ecessidade de o perar uma síntese: "a disp ersão dos
recursos , ao armário , à cama e à cômo da [...] soma vam-s e poltr onas, 111 1111
1i(Im ros se ria tal qu e qua lquer pr ecisão daria uma falsa segur ança . É por ta n- secr etár ia e, às ve zes, "uma mobí lia d e qua rto de d ormir ", ou se ja, liill 1'11
10 pr 'f crível apr esentar alguns caso s-tipos , escolhidos na medida em qu e pa- na pé com polt ronas e cadeiras fa zendo jogo , o que per mit i a r ece bL:1' o,' ill
I ' . '111 simb olizar a condição mai s comum em cada meio".6 ti mos. A maioria dos lojis tas tinha uma cri ada, raram ente mais, 111'slllll
Detenhamo-nos rap idament e nessa operação e a nalisemos a con stnl· quando possuí a um a for~un a bast ante razoáv el. 1 !
\'110 r 'tór ica que está associada a ela. Na segunda parte do quarto c apítulo, :1
llllor a se e s f orça para re velar a espe cificidade dos grupos méd ios e inf er ior ','
dil hur gucsia. A categoria d e referênci a é a dos "loji stas " . Contudo , ao longo Eis-nos no cen tro da de monstração. Numa única fr ase, d ois casos illdi
do,' 'a pftulos pr ece dentes, el a nos tinha mos trado como , no tocante aos r 'f ),. viduais e dif er entes sã o li gados por uma conexão d e causalidade t 'mp OI ri,
dilll 'nros , outr as profi ssões pod eri am estar ligadas a esse gru po. A análisc I ,:/0 '01 stituídos como tipo s e generalizados como m odai s par a o conjlll1l() dll
111I por tanto em conta essa possibilidade , ori entando ao m esmo t emp o li ('111'goria estudada. A f r ase seg uint e con firma a tipol ogização proclu/',idll, pOI
I 11,'('11 10 c aso exem plar no gr upo prof is sional de refe r ência. 111'io I, uma gener alização ulterior qu e opera pela prime ir a vez a pUI'!j l di)
A abordage m da autora é desd e o início or ientada por uma qu alif i<:l\ I('lldo Ia cat goria: "a maioria dos lojist as ... " A categori a está por talll() ill.'li
',10 d' 'on junto da ca tego ria em construção : "a ma ior parte dos lojistas 'stil I11< 111,'m Sllas f or ma s assim como em seus cont eúdos. A bur gucsia 11\ ~d II1

li t 1I11liLOmal-insta lada".? Essa qualidade é a seguir af inada pela dcs riylll) 1111''I'ior 'orr cs pon lerá ao modelo do lo jista que vive COm um ' nf ol'lo d Ido
dll, 'IIra tcr ísticas mo dais o bserváveis: ".. . muitos tinham apenas 'ômol!o, lill' val'ia I, um a er ta maneir a ao longo do c iclo de vida. No inl 'ri!lI d( , 1 1
1111,'ohr 'lo ja c viviam ... "R Não dispomos, po r tanto, até aqui, de nenhum 11 Ii po, ()1Itr 'as f isionomias pr of issionais e sociais poder ão vir a se in '1IIir ,'1'/',111 11111
(" d ' prov '~, mas os ter mos "a m aioria" e "muitos" r emetem a un ti disll i I) pril) , pios Ia analo ia e da difer ença: "raros são o s outr S \)11'1',11 'H
IlIli\'lo qllantitativa que per mite conf irm ar a exi tência Ia categ ria. 1':111 1111' .. ,", " ... IIlguns Cm[ r egados ", "sobretudo viúvas", "salvo 'x' TI li, Oi, ( 1 11
('(lIIIP 'nsação, os c onteúdos da categor ia são individualiz·tdos por m 'jo dI pl I) ',Idos do ":stn 10" 't·.
1111 1liIldlis' baseada num duplo proce dimento d o bser vaç10 c d . g 'f) 'ntli N 'ss' r) v'l, tamb 6m, as pr vas da a bordage m macr sso 'ial SI o pOI
1,1\'\ o, () 'aso s' tor na I ortanco r pr 'sentativo do 'on jllnto: "lIf r l '0111 'I'('illll 111110 1'111)(111111 'IH:llm 'ntc r ctóri as. Elas se base iam m o pcr açõ(;s I 1/,it'lI. I1II
1(' li ' "'1IIs Ia r lla l\!Ioncn ar tr c que pagava mais 1 _ ._ l11oraV:l '0111:1 1l1lr lil I dlllp l 's 1111 111110,fi 'li1 ', 's lU P '1'1 ir 'I') r eif i 'ar um ru po m lianl' tllll I ~(
I ' ("'I
I (111,' I )OS P ·t lU 'nos num... "I.(;(' '. 'aso In I'IVI. I lia I I r ovl I a p '1'[1f
" ) 111'11 1II 111' IllllI,'I'OI'II\:lyl 's s '1I1:1l1r i'as o p 'r lldas '1111" a 'al'gc ria' o.' dll<lo,' 1111
111111 \11
i IIS, NIIIII pl'ÍJll 'il'o JllOI)) 'Il(O, II,'s\lI)) ~-s '11 'llt· 'ol'ia 'lHO '\11'11111,'1(' I)
Illplll,j 110(' ('Or l'l','Il(IIl(1 '111 \1 '111, N(',~, . I) li '1, o 'liSO 011 o,' ('[1,'0, illdi
/1 1II I!" p, (,li, (;1i1'1I 111( li,

I Ildl! (:dl'i, 1111li,


11Ildl! (;dlll 111111 111 Iltll! ,11 /0 (li II1 I I1 I li,
'1 IIIII! , li' I,I J 10 II 1It11!I 'I 111111111
vi<lllllis :iervem para especificar o conteúdo da categoria. Mas, uma ve z I'rasc de Giovanni Levi, quase escondida nas últimas páginas da su i nIa po
1)1' 'n 'h ida essa função, o valor do caso individual (o comerciante da rua r 'm densa introdução de s eu livro, def ine bem, a meu ver, a especifi 'i la<l '
MO"I m'lrtre) presumidamente qualifica o conjunto da categoria (os lojistas), dll abordagem microanalítica. Instabilidade das formas, processos g '11'1'111i
'I )los os OLltros casos obedecem a esse tipo de operação. A dispersão e a va- Vo:;, peso decisivo das ações individuais ...: o modelo implícito ao qual 'H H I
I i 't1ad ' dos c omportamentos observados são expressas nos termos do con- :I/)ordagem remete é o de um processo histórico que s e desdobra por 'l1('io
jlll1[O, É portanto o sistema categorial que, em última análise, orient a e d' linâmicas que põem em jogo co nfigurações sociais complexas, qll ' 1'1111
d ,ril) , o conteúdo do objeto empírico. lIi o-lineares e, a cad a momento, imprevisíveis. Essa noção de imprevisil>ili
!\ retóriea, que funciona aqui numa construção narrativa e sintática, 6 til I' 6 a que me parece esclarecer melhor o ní vel em qu e se situa a li 11:lis •
t' 'ILaITl 'lHe aquela que a estatístic
a quantitativa utilizou desde o século XIX Illi 'rossocial: o de uma causalidade que é, a cada momento, pen a Ia '()IIHI
pOl' intermédio das operações de agr egação dos dados nominativos em ca· III! 'rtura. Se um processo evolui de maneira não previsível, isso signifi 'li lIl' '
\ 'I~orias, c dessas categorias em quadros e quadros cruzados. A análise dos IIS fllt res que favoreceram a concretização de uma solução de prcf I' n 'ill 11
illgorirmO:i e das formalizações estatísticas conduz aos mesmos resultados, I 1l\I(ra :ião contextuais; estão ligados à especificidade de escolha e dc linnllli
, ' 'ja p 'Ios números, seja pela construção narrativa, as abordagens quantitati- 1',1,'lI"C se atualizaram num momento e num lu gar particulares.
IIS ' ma roanalíticas não são capazes de fornecer níveis de provas empíri 'as Frcqüentemente percebida como obsessiva, a atenção dada ao 'Olll 'x,

logkllni nt aceitáveis. As provas apresentadas nesses modelos são portanto I1I p 'Ia abordagem microanalítica r esulta essencialmente do abandollo <111
IIl1i ':1111'ncc retóricas e remetem, em última análise, ao modelo assumido ()- 11111(' 'ito ele causalidade ass ociado às evoluções macroestruturais. "'J "111 ,i 11111
11\0quadro inccrpretativo global. I 11110·:;tudar um fragmento minúsculo do Piemonce do século XVII", ,,'('1(
!\ pri ridade hierárquica do modelo interpretativo global sobre todos I'C' (;jovanni Levi, "utilizando u ma técnica intensiva dc reconsII'IH,::io i10
o I 0111ros níveis da análise e do objeto explica portanto a centralidad do IV('IIIOS biográficos de todos os habitantes da aldeia dc Sanccna (111(' ( / '/\ 1 /
l'OIIlTilO I variação de escala no interior da ab ordagem macroanalítica. N 's- 11111/ /l1l1 Ifcscígio documental."14 Aqui, como em todo trabalho mi 'J '()IIII:1i I il'II,
1\', tllllura f'ita de uma série de encaixes causais, cada plano é conceitll:tii I I " ,,,i 'li 6 intensiva e o ideal é o da reconstituição total dc 11mr 'l:dl1() tllI 1\
1,lIdo I' '010 'ado cm níveis diferentes de escala. A elegância e a pertin(;n 'Í\I I I 111,'o 'illl.Mas essa reconstrução é instrumental. Os indivf IIIOS, IIX ('Ollllllti
til 11111 I ti 'rnonstração residem em grande parte na sua capacidade de hi:ll'l)IO Illd 'x ou os J rupos só são valorizados na mc lida 'n lIll' HII:I OI!Sl'IVII~'lll1
11i'/, 11 por meio de operações retóricas e narrativas - esses níveis e kil\ 1'"i1(' lilm ' 'cr chaves de acesso a mecanismos a linami 'IIH til' 111'(/1'111 1',11111
I li, t'll(ia ':;paçü n interior de um outro maior de acordo com uma COntilllri. \ 'iÍOI, p:lra loxalmcnte, se uma tal abordagcm r 'IIv:llill 0('11111'XIO '11 1111' II

tlld '(do 'li Ia orno princípio, III~'IIII() '111,'Ia lhcs retira, ao mesnl0 t 'mpn, o 'SllIlll(O I1li il\'I',illdlll1l 111'11111
di "11 liH', :; verdadeiros objctOs são 11lJ lli os 1\\('(';lllÍ,'111I1 1 " il 11111/'1111' 1 I11
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r t6 ricas causais na a bor dage m microa naUtic a 1111'11('11,Hlla história e suas repr':; 'nlll~'() ',': "li IlltliÍl 1IIIIilI i111 111'11, I
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vi Ilwi " a an álise do s comport am ento s e d as esco lha s r ev ela ca d eias de d e- O p r o bl em a é a ss im clara mente co loc ad o, P a ra Lev i, a co ntinui l :id '
I' '11 lência s ca usa is qu e li ga m esfe r as , m eios e di n âm ica s t r ad icionalment e do s p r ocess os histór icos a tua no pres e nte d e cad a co ntex to, Ca d a f or ma .
'on' bido s co mo separ ad os , Co m a ca usa lid ad e send o d es locada d o f enôm e- p or lef inição - dife r ente em ca d a lugar e em cada in stant e. No ce m' d :1
1\0 p ar a o indi víd uo e p ar a os m eca nismos interati vos, as di nâmi ca s r econ sti- P 's q lisa se e nco ntr a po r tanto a tentativa de fo rm aliza r um m od elo d e alI S:I
("rÚa seg ue m as r eferên cias sim bó licas e os esp aç os de r elações qu e f or am Ild :l(Je das ev o luções soc iais qu e sej a menos rígid o e menos hi er ar qu iza d (: .
p 'n in entes nas di ver sa s e sucess iva s p er s p ec tivas indi vid uais. Ela s atra ve s- 11 ','se níve l, pe nso eu , qu e se p er ceb e ur na ru p tur a r adi ca l com as <lbor Ia
,':lm por tanto os es pa ço s d os indi ví du os e d as f amíli as , do s ca m p oneses e d os 1'I IIS d e ti po m acroa nalíti co . Uma tal co nce itu alização implic a fun d am ental
I\ o({tveis, do s g rupo s e d as in stitui ções, d a comunid ad e e d o Es tad o, f azend o 11 H 'I1L e es co lhas meto dológ ica s, con stru ções r etóri ca s e níve is d e pr ov a in l ,i.
[I pa r' 'er os co njunto s, semp re p arti cular es, que p es ar am não a p enas na s es - 11111 'nte opost os aos q ue se d e tectou n o cas o d aq uelas ,
t'olh as d os ator es singul are s mas tamb ém em evolu ções g lob ais, Á p rim eir a esco lh a implicad a é a d e urn a co nstru çã o ge nerativa '(
1 ) ri
e seg iJirm os ess e tip o d e a náli se, a d escontinui d ad e f enom enol óg i 'a 1'11 1li 'iona l.
Ta l co nstru ção é c om freq ü ência int er p r etad a com o um enô pr "'\ i
'11 11 " lif er entes ní veis d e esca la , po s tulad a pe lo en foque m acr oanal ítico, 11 111(orn ad o à a ntropo log ia d e Fr edr ik B arth e di tad o p ela elegância form lll d t,
17
p 'I' I' ef etiva m ente sua pe rtin ênc ia . Nã o po rqu e a ab or d ag em m icro analíti- "" ti · monstr ação . Co nt ud o, es sa e sc olh a metod ológ ica m e p ar ec e - 11 'S ,'I'
I1I1'()lIl 1e - ter um a justificat iv a ma is pr of un da , Se a causa lid ad e se . '1l ili('11
'I I1l0 leva ria em cont a a influ ência do am bien te e da s di n âmi cas d e p od '('
,'o!)r ' os comp ortamentos e a s esc olhas in di vi dua is, mas por q ue ela só co nc '. d i 11 11'0d e ca da co ntext o p articular , as formas e os comp or tam ent s S() 'i,1 i, j(
I ' 'ss ' p od er co mo agindo na pr ese nça e por int erm éd io d as co ncr etiJ',; t., I 1I/:('()(!I'élll1 co ncr etam ente a par tir da s di nâmi ca s d e incer açã o los int li , I
\'0 's 'S l e íf icas d o co ntex to, A signifi caçã o d e um a institui ção o u d os Vil IlI/ri s: 'ntr e sua m em óri a d o pa ssad o e suas antec i pa ções d o f utur o p O,'S VI I,
Itll ',' 10 mer ca do é d ad a na in teração e na ne goci ação d os ator es s ciai , ~1I 'sllllio d e G iovan ni Le vi, o esf or ço mais imp or tante consisti 11 :Is,'illl 1111
l'OIlt'1' ,(OS qu e, c ad a um a seu tu rn o, os e nca rn am , Esse é um po nto imp ol til '10 '1 Ir o olh ar do s compo rtamento s pa r a os q uad r os mentai do s indi ídl lll
1.111\' ao q llal vo ltar ei, m as co nside r o útil sublinh ar d es d e já qu e a di sso lu~'1 o
d i d ','t'onLin uid ad e d a s e scalas é ta m bé m fruto , em últ im a análise, d o mo 1 ' Ess a s ocied ad e, como ro das as Olttr as so c ied ad cs," omp O Sl;l I' illd ivrdll ll
111 ill\p l 'iLO le ausa lid ad e temp or al utili zado. A p artir do mom ento em <lll t' 'OI1 S 'ienr es d a zona d e im p r ev isibi lid ad e dc ntr o Ia '11 1111I 'v' S\ ' O l)',illll/lll
I ~illlll a 'ausalid ad e no co ntexto e no se io do s mec ani smo s in ter ativo s, \(1 I lod o 'omp or tam ento; e a ince rteza não pr ov ém a p '1111StllI tlil'il'llId ,1I11 til
11 I ," 'ss 'n 'ial d ar co nta d a conf igur açã o do s elem ento s co ncr etamenr ' '11 1 pr 'v t.:r o f utur o, m as tamb ém da consciência p '1'111:11'111'
1 d ' di 'IH II d I 111
11 11 1'101\( 0 ' 'x p licá-Ia em suas f or ma s es p ec íf ica s. A tr a jet ória form al tr a 'all.l l'or m ;1 ões lim itad as so br e as f orça s em :I 'ão no !li 'io o 'ilil 11 11'1lhd .1 di \I
I-ir , Nã o é um a soc icd ad c p ar alisa Ia p '111il1s '1 -\11 1'111
'1,11
1 11,.1111' 11111 '1" 1 I I
11 11( 1 1\1)(l p or u m f enômeno não nos r es tit ui suas leis. O pr ocesso d e f O l'lIli1
'() . p as siva, af err ada a va lor es im óv 'is I' 1II IIO pl llll' 111 1\/ 1 IIItll /I I "I' \ I I
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I ilh lll(/' p:/r;l aumentar a se,t.;lIrun(':1 ~ 111 11pll', .11 111 11111 111ti,1
I 11 II I '1\ 0 'on ínu o q u inf luiri a d e maneir a lin ea r por m cio d c scus 'om, o
I ~ ' lIj 'li, p si 'ológ ica c social ',;IS ('SI/li '/: i",\ u'I,j('/l11111/ I II I 1 11
II I 11 1',', 1· :1' foi , 'm '~d a ITlom ento c em ca d a con texto , d if er ente '11 ) " 'li
I '('lIi('IIS (I, 'onrrol' do m 'jo,lK
11 11 1'lId ll, ' . lIas sllas p os si bili d a Ics d e ev o lu ção:

No t' '1'11 ' tIlI Ú 'm onstl'aç: o lI \i \'III,Ill lillil I, I 11 11 11111I I I1I 1\ 111111 1 11
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111 )'lias I' um pr ohl 'l11a d ' inct.:rp r 't a '; O :: lS 'x p li 'a<';1 ',' 111 1 II IIII \' tllllI , No 'l1l :inr o, Sllll "llll ':i1 id lld • 11 1111 11 111 111I tllI 1 11 1111 11" I ( ) 11 11

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l,':lo ' m um me io qu e va i do mu nd o d os pr óxim os à ima gem d o so beran o, A d ive r sida d e d os co mp órtamentos co mo nor ma , do s co nteúd os 'd :l,'
p ali~ an do pe la ga ma co mpl eta do s rec ur sos (s imbóli cos e e co nômi cos) e do 11\ 1 'nciona lid ades qu e se o c ult am atr ás da s a p ar ências f orm ais ... A pa r tir I','
pr oLa g ni stas d iante do s q uais o ator p od e ser col o cado. ,I,' afi r ma çõ es , a r etóric a d emonstrati va d a microan álise se de se nvolve 'OlH O
P or tudo isso , a s constr uções ló gica s e demon str ativ as são totalme nte in - 11i11 jog o contínuo de d es construçõ es e d e reconstru ções que t enta, sitll:l ntlo
v 'ni l-as em relaçã o às da a bo rd ag em macr oa nalític a. A análise, aq ui , não de v e 'I (' '; 0 níve l d as font es, indiv iduali zar as articulaçõ es oculta s qu e un cm :IS i 1\
iil livi lu alizar comporta me nto s típicos pa ra ilus trar n or m as ou mo de los . Ao 1('1\ 'iona lid ad es aos co m po rtamentos socia is.
'onlr 1r io, ela se pr op õe d esco bri r me canism os que p er mit am d a r c onta da va - O tr a balh o de Giov anni Le vi co nstitui m ais um a vez um bom x '11 1
r ia ': 10, d a d if er enc iação do s comp ortam entos. Du as af i rm aç ões im p ortantes, p io dcs s a a bord ag em, qu e pr oc ur a e enco ntr a sua s p r ovas g r aç as a um lrab a
illlp li ad as po r essa in ve r são d e p er s p ec tiva , car ac teri za m o pr ocedi m ento mi - l!to indut ivo d e interpr etação e d e r eo r ga nização d as fo ntes. To mcmos p(
)l

('I'oa na Iítico . I 'm p lo, o q uarto c a pí tul o d o li vro, no q ual o autor co nstr ói um mo I '10 ti('
1\ prime ir a, a qu e já fi z refer ência e qu e é tamb ém a mai s ex pl ícita, t I ntl if icação da co munid ad e alde ã q ue é o bjeto do es t udo , O ponc o I, p lll
di ~ r ' 'p eito ao c ar áter esse ncia l d a di ve r sid a d e d os co mportam ento s e d a~ II d ll Ia d emo nstr açã o é da d o po r um a críti ca d as cat ego ri as hi stor iogr H i 'lI,
l'mm as soc iais. A no çã o d e "e xcepcion al norm al" - f ormul ada por Ed oa r do 11 ,ld i 'i na is - no ca s o a s c a teg ori as sóc io-econ ômi cas ea d o gnll o r al11 ili\1I
(;r 'n li há alguns ano s e con siderada o bsc ur a po r vá ri os comentad or es - C • 11 1 I' 'si lente, Po r mei o de um a recon stru çã o ba sea d a em tr ês f ontes di r '1('11

p i'in1 " ., m eu ver , mu ito clar amente essa concepção. po rq ue


Éimposiçõe os co m po r r :,- 11,' os r eg istros paroqui ais, as list as d e co br ança d e im po stos, Oli 'li 1:1,'11 1li, ,
1\\ 'n I os sã o en gend rado s a p art ir de av ali ações e d e s di f er en c 's (:, I 'vi mostra
J que a comp osiçã o d as f am íli as, as f or ma s de I r OI r i 'da ti I
p III 'a 'ad a contex to, q ue eles va riam in de finidam ente, em sua f orm a co mo til g 's tão da s terr a s va ri am co ns id er av elme nte e de m odo '~ p ar 'nl '11 \ '1\1
'11 1 ~ 'u onteúd o, A va ri ação constitui p ortanto a norm a de um a sé ri (/(o til .lI )r io. Ess a co nstatação lh e suge r e a hip ótese d e q ue cx ist '1 11 1:1l,'o,' (l'I
'Oll1 1 Or lam entos , O continuum, o es paç o co berto p ela va ria ção das fo r mas, (' I I'tluram e s olidif ica r am , p ar a a lém do es p aço da s fa mí lia c I' SII IlS I '11,1 ,
1I I ():t 'n( 'f.Çoria, co m suas refe r ências mod ais, se torn a o ins tru me nto m '10 t ", 1I 1 1d o m ec ani sm os m a is p r of un d os de soli d ari edad e c d e el'O a.
do l(')gi 'o qu c p er mit e de scr ever e c lassif ica r as o bse r vações. Tr ar a-se aí d o pr im eiro pa sso da c on str ução a nalíti 'a. N 'SS' 1\ v 'I, \1
1\ scg und a afi r ma ção co nce rn e a um a di f er ença , de nature za on 016 111 \1 1',' n, O ilustr am um mo de lo glob al, ma s a br ang rn un a dll p la 1'11\\',10 Ii
1' ';1 ';', '1111 " f or mas e conteúd os , O enf oqu e mi cr oa nalíti co indi vid ualiza (l , 11 111 1':1,I 'um lado , e las p erm item ao p cs q ui sad or r or nal' m :ti,' 'Olllp ll 111i
('1) 111 '(1 lo~ p ar '~ além do níve l forma l dos fenôm enos. A s ignifi ca çã o 10s '0111 11 111'10 I' 'StLI 1 0 e f az er ap ar ece r o car ácer pa r ial los I110 ti 'In, 1I ,Id illlllllll'
l)ll lllllll 'nW Ii, ass im com o da s r e pr es entações, é enco ntr ad a nas in c 'nço' /1 1 11 111 1'0, ,Ias con tri buem pa r a justif ica r a es 'olh[l f i 11 ' ~ l',il.l, d I '1111 111 I
do s ator 's, ':lp ca Ias em seus contextos . Tr ata-se aí de uma ru p tur a Ia Il ni<ll 1\ \, lis' no plan o d os m ec an ismo s q uc g 'r an Ol i 'OIIlJ lO II:III I! 'IIIII ' ,'I 11 ' 11 111 1
I!' ('1111 " r orm as e co nteúdo s po stulad a pe la ab o r da ge m mac r oa nalíti a, <111 1 1 11 11 1.11\1'nlOS o bservad os co m a a ju d a Ias 'aL 'go lill, 1I,Id il ill lllll 11 1I 11.1111 111 1
I' illl'v itrtv ,I do mom ento em qu e o sujeito hi stór ico é co loca d o n . 'nlro <1,1 11 111 1' '1\\0 I 'mp o co mp lex os e caót i 'os - '1 1 ltip tll (t LI! 111 1 1111 I 1" 1 I I
,llIllli," , 1~la 'x 'r e p r tanto se us ef eitos em tod os os nív eis e, e m pr i il\ 'illl I 1" 11 <1 11 ' d 'v 'm xistir f orm as d ' inL 'r I ,Ia '11 ' tlIII 11 111 1 I d i Ii 1111 111 111 11
1111'li,
, ,'o!)r' o 's tat uto Ias f ontcs : 1 " I Ill)',i ':IS m 'nos apar 'ne ·s.
e) s' '11 1\ 1 0 pa sso o nsisr' 1' 1111' 1 11 1 ti.
1\ :1 -1:11)( ".1 '11 1 11 11111111 11 111111 11
() S 111'1 I'lios 10 'um 'n L OS mu lar am dc sentid o, p cr I r am a vid ~n :ill, 1111 1' I 11 1 IIIJ l(1 1 'I i ':11 11 '1)( , os m' 'an iSllI o,' , ,I' 111 1'11 I I 11 I til .I 11 11 111 1I di
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1 O ,'lil! uL iliz,uç:1o ill cd i'lW , liter al, I f orn a os signil'i 'ad o, P \1l 11 11 1I\l pl l'xil!ud' d os 'O l11 p Ol'lat11 'nl(), (i1)',I I\," 111 11"1 1111 1, di 11111\Id ll 11
fi' 1111li 11 itl zid os, ho in t 'r ior I, Lima '~ Id 'i" in l'(H I1l :ILivll 1111('11111 1
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1111 1'11 11 1 lI! 11 1(' : I. ('() t11IH ;IS ':IS 'IH I;IS I' I '1'1';1.' 'oll,'iti '1'!It111.( '1111 11 I1 11 1 til 1111 11\'11 1:1 ':10 <111' I\(),' I '1 ,1011 ( 1111I 1.1" 111lil llj" 1I d i Idl d llll l d 1.11
I 111I 11 til 11 111111'1(,lld o ill1 p 's~ o:1I (r '1111 ;\1\\ li,' 1 '/',1'11,'d :l,' I('('i p'(l( IIlld l 1 1111 11\.11, ('01 1.1,'0, I!' I '('illl(w id ,1I11 ',11 1 I til 1 1\1 I 1 11 1 I 111111 \ 11111 11 di
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[I prese nça de uma o r ganizaçã o soc ial particular que deve ser b usca da "na quadro genea lógico que pe rmite in screver ca da indi vídu o dentr o de 11111:1I
forma de s olidarie dade e de c oope ração seletiva que [os ator es soc iais] ado- le maior de re lações de parentesco, Essa r ede é e m seg uida amp liada gl ti ,'\I',
1(11))pa ra organizar s ua sobreviv ência e seu enr iquecimento ; na gam a muito a)s testamentos, aos atos no tar iais, aos co ntratos de mea ção e tc., até ai 'li IH;II 1
ampla de pr estações fe itas e e sper adas, pelas quais passam as informaçõe s outros espaços , incluin do outros indivíduos e outr as figur as soci ais. As fj,'io
as Ir ocas, as r ecip rocidades e as pr oteções ".21 l1omias, as asp irações e as es tr atégias de indi víduos e famíli as são p Or l:t lHO
Essas hipóteses co nstituem o ceme do t ra balho analítico. Trata-se por- r' onstituídas a pa rtir dos laço s dos quais essas difere ntes fontes cons 'r til 11
tanlO de uma a bordagem tot almente indutiva. Obse r vam-se dinâmicas com- o r astro. A generalização do modelo, do c aso ind ivid ual ao co ntexto e ;10 P ,
I I xas e a parentemente ir regu lares. Ass ume-se ess a irr egularidade, colocand o-H r odo histórico, tr ansita ass im por entr e essas inscrições . Nesse nível, as PI(I
no . 'ntro da aná lise, e constr ói-se um con jun to de hi pótese s sobr e os meca ni • V:lS são port anto d e tipo analóg ico e f ormal: laços e fo rmas de parenl ',TO
mo s sub jacentes q ue a ge r ar am. A partir dess es meca nismos , def inem-se as , 'rnelhantes suger em ex periências e mecanis mos análogos,
1()r t1 as c as ligações pertin entes no co ntexto analisado. A volta às fontes e ao
cone xto é o mom ento que pe rmite pôr à prov a e, eve n tualmente, cor rigir o
Illod '10. Os passos s ucess ivos o co nfir mam. A análise tenta, de fa to, testar es· As abord agens mi ero e ma er oanalítiea s , o tem po históri co ()
,':lS hi póte ses examinand o de mane ira min uciosa a histór ia fami liar de tr ês g ' .
I'
Il ':dogias
111'I'r os ') serdeemme eiros.
anali sado As esco
declha
alca dasfielme
f ontes,
nte odos compo: ort "Fa
model am entos
larem os ede dosf am par a·
íli:l,' nômeno
IlO s 'ntido de grupos não co -residentes ma s ligados por laços de parent es 'o A . leitura que acabo de pro po r do s tra balhos de A deline Oaum:ll'll I' di
('ol\s:lngüíneo, por alianças ou por relações de parentesco fictício, que apa r' (:iova nni Levi é sem dúvida esquem ática. Ela me per mitiu , contu 10, d ',/ 1 1 1
, '111, na nebulosa realidade institucional do A ntigo Regime , co mo bloco s's 1'\11'a o posição esse ncial qu e existe entr e as d uas a bordag ens e qu ' s' .1111 1
11111 111':1 los a f im de se a f irmar em diante da incerteza do mundo s ocial, m SI1I(I oilr ,tudo no níve l da co nstrução de um mode lo de causalidade.
. ,,??
f llI . :I p 'nas na arena de uma pequena a Idela .-- Ade line Oaum ar d press u põe, em sua análise, uma hier arqu ia I' '1111.I
N:ío cabe aqui acom panhar em seus pormenor es a demonstr ação (!t' l!tl \ 1 's encaixadas uma s nas outr as e a tivadas sob a p ressão de fenôrn '110, " 1 "
(:io lInn i Levi. Bas ta lembr ar que a pa rtir desse modelo ele cer ca, no 'S pll 11.11\11''za e imp ortância seriam muito diferentes: um processo hisl )r i('o J'.If1
,O ' 110 1 'mp o, com o auxílio das f ontes mais dís pares, as relações manti III~ h.tI, :lS G rmas estrutur ais e institucionais que o car acterizam, os gl'llJ o,' ,fi 'illl,
pOI '[I 1:1 indivíduo e cada f amília. A reco nstituição qu e ele ope r a faz a pal ' tll l' ;IS povoam, as normas culturais e as atitudes psic ológ ica dos indiv dllll'
I 'I ('Oll)(), n ss contexto par ticular , as est r atégias de so br evivência e I, 111(1 d\l,' rlll ílias. Giovanni Lev i pr ess u põe, ao co ntrár io, uma callstllid:1I11 111 1\
hiliil,1 I' 'sl50 basea das na ca pacidade individual e coletiva de esta b I,' 'I Il III[tI, 'on r eeizada c hierarquizada no presente, Em seu tr a b:tlilo o II 11
ti· ,Iliv:ll' o maior núm ero pos sível de ligaçõe s horizontais e ver ticais. O ';1111 1111110 n; o é conceitualizado enquanto entidade dada· a prior i , :Iqll 11\ dll
II I d' 'isivo I 'ssas r lações permite assim ex plicar a extrema variabilidlldl 111'('llllismos da inter ação social. Sua natur eza e se u peso var ialll dt' ,li I lIdll
d,r :, fOIIl\:lS o bs 'rva Ias. Os atores não evoluem dentro de uma uni d:ld' do 1111111i par ti 'lIl:tr idade das ligações e as dinâmicas relacionais pr )pli I, dI I 111L I
111 ("I i, I " 'par a Ia, " us omp ortamentos c sua fisionomia s ial sc: () illS('11 11111\"10.
(O', 11\1, ('ol\fi '111 ':I<,i\'s s mpr n ÓV 'is que suas li façõe s e s 'U "vivi 10" 's pll Os dois aucor es invoca m sua ligaçã o co m a história 50 'i:tI ' I 'I lotil
111 <111,() 1I10ti ,10 ~ pOl'ranro va li Ia 10 por n cio ele uma lemonstr a 'r io f 0111111 I 11111111h os:t in lor tiln ia de um a análise qualitativa das 'Ititlld's 'dll.' '111 11
111 1111 1IIIIilll ('I('I',lllll ' , 'onvin' 'I t', rvlas m' par '" int' 'r 'ss;lnt ' oh, ('11'111 1"11111111'lHOS so 'iais, que os sc[ ar a torna seus tr abalhos proi'lllldllllll 1111
'1111 I •I I' iliilll 'Iio t' li !'; '11 '1';i1ií',aç: o I, '01'1' nl' 'sI'< () 'ss 'n 'ialm '111' 1)11'11'I di I! 1 '111 's 1\; o 'por 'ol1scguint' t'ant'O a s 'olha le III o bj 'C O 011 d ' 11111 1( I
li I 111 Itll,ll\ 1111\1(":, 1.1111d' oils 'II':I~ ';l ( pllInto SIl:1 'on' 'pç; () I:i r 'ali lati' hist ll'i 'li ' d(' 'd II
I, lil 1111 di lillll, f i 11, ol'i '111:11)1U r ' 'onstilllil;: o . indi elll\\ o,' tiil(,,, 11
l IlIlIllol\llIll '1110,', IV I 'slllO II'i1 blllh:llldo 1\111 \1Illv'l 10 'ai, A. I :t1l1\1:11(1dI 11\
11 111 1"111'I J!iÍll('ip,dlll '1\1 " :I,' I'()III 's P;1I0C jlli:li,': 'llI, I'OI!! ('1'111 1I \ III\'I 11111 11
Vi,~ifi 1(' 1ipo Illll 'lo,'s(l('ioll'II',lcO, Pill:l 'Ia, I' ':tI ~ ti '1t'llllillllllo
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I1 di 1IIIIfI pOI 1'('1\ 1\\('111) (' 11I11I1I11i' I I' 11" IIHlivitlllili,'. ( PI()('1 'fi ti
111 111111111 /11',\0,.1 ("111111111 I 011 11111I, Ollllll.ldfl 'I', ~ o l'oll('I'hido, 111 111 11
1 1 1 1 .1 I' I1 I 1/1 111 1 111 'dOIIIII' dOllldo di 11111 1111Iilldildl I di 11111 ,1,111\ ()l\lllldll 1'1111'110\
1 11" I' I, I: 1,1 \'1 dll 11 11,1 I11 11111'1" 11 11111, 11111 \ I 11I 11111III 1111Ifllo/"I ,\ I 1111\1111
'o 's q Ué sua análise enco ntra nã o têm vid a autônom a, Só têm realid ade na o do process o. Do nde a insistê nci a no probl ema, cruci al dess e ponto d ' v i,
111' li Ia cm qu e sã o env erga das po r atores so ciais qu e as inv es tem e se refe- I<1, da ge ner aliza ção dos d ados emp íricos. O enfoqu e micro ssoc iológi 'o ".
r 'r)) a elas em suas ações . 'm co m pe nsação , totalm ente es tranh o a ess e tipo de pr o blema. Co mo jrt Sll
É po rtanto ex atam ente a o posição e ntre a bordag em ma cro e a borda- blinhei diversas vezes, o m undo soc ial não co mport a, pa ra ele, desco neinlli.
I' 'm n i rosso ciológ ica - e não a esca la de análise - que me pa rece se r es - lades f enom en ológ icas. A a firm ação ess en cial é aqu i a da continui dad ' do
, ')1 'ial aqui, e q ue me parece rea lment e dividir o c ampo da pesq uisa ,'0 ial qu e se e x prime, em todo s os níveis, pela centralidade d os me ani,'
11iSI )ri a. Encontramo s, aliás, o modelo causal de t ip o macrossoc ioló gico em mos hu manos.
I 'I () 'm vár ios tra balho s muit as veze s con sid erados micro (ou m eso) an alíti- A o po siç ão "micro"/ "m acro " esc on de portanto , antes d e tudo, uma
'os. I~ o: caso, ti picament e, das monog rafi as so bre ald eias, nas qua is ]a cqu es IlIpt ura entre mo delos de c ausalidad e basead os em ret óric as demonstral ivas
H 'v 'I e Ma rc Ab é les mostraram clarament e co mo as taxin omi as locais em dir érentes . Co mo vimo s, a ab ord agem macr ossoc iol óg ica, de tip o ded ulivo,
/' 'ral são referidas d e modo rígid o a ca tego rias e a mode los de ca usalid ade 11m 'ura e c o nstrói suas provas a partir de um modelo glo bal. A argum 'nl I
·

d' tip o macrossoc iológ ico. 23 É o ca so ta m bé m de nu merosos es tudo s de his- '; O seg ue a própr ia dire ção qu e as hierarqui as ca usais pre ssupostas im pli
1('11ill S lcial qu e, mes mo tr a balhando co m o bjetos mais va s tos - um a prov ín- '1m . A peç a-m estra da demonstração está inteir amente pré- inscrira 11 11,
l'i:I, Ilm:l cidade etc. -, dur ante mu ito t em po adota ram esse mo delo, ao (' 11 -gorias utilizad as no modelo, enqu anto o s dado s emp íricos t êm um a rllll
11 \ 'I1()S Ic maneira implíci ta: encontr amo s sua tradu çã o na pró pri a orga niza- \'Iio que é funda mentalment e de ilu straçã o. Indutiva , a a bo rda gem mi 'ros, o
'I () ,- o bras em que os ca pítulo s iniciais são dedic ados à defini çã o de un l'io llgica co nstrói , in versamente, o co njunto d e sua argum entação a p:11ril
('(111 1' to (geog ráfico, histórico , econô mic o e de mo gráf ico) e ntendido como O dos dados em píricos . A retórica da demo nstração é de tipo gen erativo .
IlIl lldro qu e deter mina os com po rtamentos est udados . Inver samente, a ab or- IOIH '$ f ornecem o material bruto pa ra indi vidu alizar e analisa r me aniSlllll'
II,,~', 'I)) mi ros soc iológ ica, mes mo quando visa a o bjetos situ ados e m nív is ( liin ~micas soc iais que se co nsid era existirem aq uém d os o bjeto s c I:ts '111('
11i i' 'r -n r 's do es paço soc ial, ressa lta sob retud o con f igura ções ca usais nas ",11 1ia s historiog ráficas.
(1I1 i1is os protagonistas são os indi víduo s co ncretos e n ão fenômenos est ruC\l- I)esse po nto de vista, forço so é admiti r que as duas ab o r lag 'ns 11 111
I ds: lIssim, os me mbros d a corte r eal no grande livr o de N. Elias, a mu ltidlo I 'iil 'm o mesmo grau de so lidez . Se c o nsid erarm os a dim ensão [ uram '11 1 '
111 1 I 'volla no tra balho de A. Fa rge e} . Reve l, o mund o político prov in ial 11 t()l'i 'li das demonstrações, a p rim eira me parece ao mes mo tem po m 'llIl
1111 11' I. Ab élcs, o s mee iros e os notáve is de G. Lev i etc. se situ am e se I '
. I 1I"',al 1 - e menos justif ica da. A fun ção de ilu stração q ue é a dos dad o,' '111
11 1111i 11111))na pres ença e no interior de c o nf igurações relacio nais que r m·· I'f iÍl'I)S ( anto quantitativos q uanto qualitativos) só é de fa to ass 'glll'IIlII' "111
I( II1 I1 ligllçõ s, a re prese ntações e a d in âmicas s ituada s co ntem poranea m 'nl ' 1'1 I lima redu ção drás tica de s ua comp lex idade, pela tradu '; o dI' 111
111 11 v 'is muira diferentes do es paço so c ial. 11 111 1'(Idos nomin ativos e co ntex tuais nos da s ca tego rias utili za Ias, /\ pllll' I
() pro blema da esca la só me pa rece portanra pertin ente dentro Ia (li 11 111ri 'li " nesse caso, mais que f rac a. A retórica da seg unda a bol'(llll',I'1I1 11 11
I il',1 IlllI 'rosso iológ ica. A pa rticularid ade do mod elo ca usal so bre o qual 'llI I'III( (T, 'm 'olTlpensaçã o, autorizar a prova e m píriea. Lo nge d r '(;11,' I1 I di
it i1p dll i111 1li a a necess idade de mostrar que articulaçõe ' entr f enÔITl 'no,' I I,.idnd· los omp rtamentos observados , ela assum e a va riaç1 io 'i! di pl I
o P ).'IIi1 11 bs como de natureza dif erente e agin do em nív is de es ' ala di, 111 1,( 'llllloran 10 SLJ 'IS categ orias a partir desta s últim as.
11111 11 , l'lld -mos ve rificá-Io a pro pó ira do es tudo de Ade line Iaum ard, 11l11~ rVlllS ' so br tud no nív el da construçã o lóg ica qu e m' P:II" " pll 1
1'111 1'I lIIl10 S g 'n -ralizar a o bserva ção para os numerosos rra b'~lhos '11 1 ' lido \ 1 I 11" 'ss:íri() hi -rarquizar ess as a bor lagens. Ao co nstituir suas proVi!, (' 111
11 111 ','s' 'ni'oqll '. A reeóri'" ma crosso 'iol6gi a 1 v h'lI'Illonizar as OhSl'IVII I' II( I t i i ' I ,; -Ias ;1 pa reir dum modelo, a a bordage n, ma TOSSO 'iol )gi 'a I ,i11 '11,
\III 'S 10 'lIis 'om Os da Ias agrega los qu 'x primiri am o nív' l rn 'sos ' )pj 'o til 111111,1 $ '111'gori:ls qu' 'onseicuen s LI o bj to. n cim ,- norI1 1;1, o, li
lill, dill 11))i 'IIS 'sll"lllurais. Por Sll:l V ''I., os \:1 los agI' 'g:l los d '1' -111 S 'I 1111 111 1 l!l!l 11 \ 'jo do s lIll ais ,Ia lir 'r 'n 'ia ' 'lassiri'lI (l ma r ' ri:tI 'Irlpiri'o ,'Iio , 11I
111(l lIi/. Id o,' '(1)) os n1() I 'Ios gl,lh:lis lIll' " prim iriam o 11 v 'I mllt'ro,'('(l pit'o, 11 11 111111'1I1P O, o PI()t!1I10 ' :1 jllSI il'i '11,'110 ti 'SS :IS m 'sma s 'lIl - f OI'ias. ( I"liI
Iltlll ( 11111 1'11 110 'il 'lIilO Ilgi 'o li 11 , \(1111 1 o hi,'IOIilldor p i,'ioneilo li I,' I 'pl(.
111 11 o 1111(' jlllllll'lll 11010 IIH 1101 'IO!JI' o olli '10 Illa,' 111111 1>~1I\,'01>1' 11 '
"(~I 1 HII'( 1,1,'''1 lillll I111 11 rllI ',Iti, plll\11 111 I :,1,1 v i, I, 1"1 1/111//1/1/IIIII/I~I ,11 I 11 111 1111 1 11 11' 1II1'II!llolll/',il'lI 1II r1lllltlll' (I IllIil 1111< '111('o (' I, o li I, 111'i11l1l11 l11'
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pria variabilidade dos dados empíricos e a ass umem plenamente. Assim essa num contexto particulares. Os conteúdos e as fo rmas são portantO separ:ldll"
Ihor lagem se afasta de maneira crítica das categorias que informam o obje- porque o enfoque microssociológico se co ncentra no indivíduo. São a inr '11'ill
tO, dando conta ao mesmo tempo dos valores e dos conteúdos que estas abar- nalidades e as situações de incerteza que permitem entender os contell los 's
('111))'m momentos e em contextos diferentes. pecíficos dos comportamentOs. A qui, por definição, cada seqüência fo 1'111 a1
Este último aspecto nos remete inevitavelmente à lógica geral dos 'onsiderada como investida de conteúdos diferentes, A afirmação de ul11a li
doi~ ladeias e às suas diferentes conceitualizações do fenômeno em relação n aridade fenomenológiea dos processos está afastada. Cada seqüên ia . '011
,10 ['mp histórico. O estatuto diferente dado à ca tegoria pelas duas aborda- ebida como um nexus onde atuam vários desenvolvimentos p ossív 'is. ,',
I', 'I1S remete com efeito a modelos temporais totalmente opostos. J á que não 'iovanni Levi insiste tanto no conceito de incerteza, não é portanto por a ':1,'0.
, iSl' distância entre categoria e fe nômeno, entre forma e co nteúdo, os pr - S us atores se deslocam e agem no interior de co nfigurações de eventos 'di'
(' 's~os históricos são concebidos pelas abordagens macroanalíticas e m ter- I' 'Iações sociais nas quais a historiografia freqüentemente quis indivi Itl:di:t.lll
"'OS dc leis imanentes aos planos da evolução formal: as razões da história
IS fases específicas de um processo que resultaria na construção do Est:l 10 1110
I 'si I'm nas formas de seu devir. O arco traçado no tempo por um fenômeno
I 'rno. Levi mostra ao contrário que os projetos e as ações d e scus p 'rSOl\l1
1I0S rornece também a cha ve daquilo que ele tem de e specífico, Os modelos
"'ns exprimem, a ca da momento, um leque de representações 10 pr 'S '111' I'
II\i 'r lanalíticos, sublinhand o a ruptura existente entre forma e co nteúdo, ill-
do futuro fortemente diferenciado; aberto, sobretudo, para persp ctivas ('1111
SI.'1'11) :10 contrário na dimensão da incerteza, do possív el. A c ontinuida I, t 'xtualmente prováveis ou, ao menos, plausíveis e que, na maioria das v "1 ,1".
111.'1)ri '<\ s6 é portanto legível a posteriori, mas ela não desvenda, em si, Slla,'
1,,1.', Milito ao contrário, ela esconde suas contingências sucessivas graças II 11:(1 'ão realizadas em decorrência de fatores mínimos e imprevisív 'is. 1\ ('VO
11111:1 miragem óptica de p rojeções. liIÇ: é menos entendida, nesse e nfoque, como a genealogia de formas ',1111
'Ibra-se aí de u m aspecto extremamente importante sobre o qual po IlIrais do que como uma seqüência de possíveis não concretizados' o plodlllll
d,',' 'r (l1il nos determos. Vimos como Adeline Daumard, parafraseando impli d ' mecanismos que levaram a concretizações não necessárias.
111.1111 '1)[ 'Ibcqucville, enquadra seu objeto dentro de um processo de II)()
ti Il\i:t,aç: o (pie é postulado como manifestação de uma afirmação progr SSiV11
,l.I ", o ,i 'dade civil" em geral e da burguesia em particular. Observamos 111111
I1 I1I '01110, 'Om base nesse modelo, ela individualiza as categorias all:I,' I
111111.11 as li~ rentes formas que caracterizam as dinâmicas estruturais Sllplll N debate historiográfico atual,'1 :lborda f 'I!l l!li 'IO,III,tili('11 111111 I I I1 I
I t 111111 rais I 'sse processo ao longo do arco temporal assumido pela an61iSI' ('11'olHrado - ao menos a curto prazo - III11a l('olllid,1 ptl' illl' 1,1'1 111111 1111
1
1,1,pl "iS11I11 nte p rque, nesse enfoque, co mo vimos, o fenômen < :: id '1111 I pllnir I'ssa apaciclade de con 'iw:tii:t,:II' o ('Olllpl!11 I 111111111 ItllIllIlIl til
ih'ldo '0111a 'ar 'goria, as difcrentes formas destacadas são assumidas' il\l('l P I '11 dClvida a noção de rcgularida I' 'voll1liv I, dI 1111111111111 11111111 I I,
jlll'IIIlI:I,' ('01110a "pr 'ssão imediata de leis estruturais que ear·lcterií'.ari:l111 I
IlIlillldo n: o o ai atório, nas su "SS! 'S I 'II'1HII,11
('V(dll,' o ltisl6ri'a 'a determinari'lm como necessclria. O crescim 'nto nlllllt
I',nu 'tanto, se o 'stll 10 los 111'( ,1111'<11111 fll 10111'11111 1I1I 1I
11('1110,' J 'IIII)()S so 'iais obs 'rva los, O aumento e a composição lir 'r '111' d(
IllIlir ',' dllS ',tt 'gari as . dos motl '10, III,I! 1IIIIIIItilllll , 111111
IrI, I I 11 1111I1
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vezes será ren ovado. Na mai oria dos cas os, a an álise começa e pára 111 111 1111111
da Ii ficulda de de demonstrar a pertinên cia dos m ecanismos reconstituídos
te principal, qu e fornece ao mesm o temp o o qu adro da s va ri ações 10 1 \ 11 IIIi
p:1I"a o con junto de se us objetos.
no estuda do e a ch ave de se us mecanism os explicativos. Visto < 1"1 I I
Podem os facilmen te individu alizar essas dif iculdades na ma ior parte
de pen dên cia tota l em rela ção a uma fon te se com bin a a um control ' 111'111Ii 1I
das pesqu isa s ba seadas nu ma aborda gem microa na lítica . In clusive no trab a-
goroso da s di mensões da experiên cia, o pesquisador corre o ri sco I" 'I 1\til
lho, entretanto mu ito atento à construção lógica e demo nstrativa, de Giovan-
merso pela im portância do n úm ero das var iações a explicar e é I, nlill II
l1i Le vi. Vejamo s a an álise qu e ele propõe da s práticas da s estratégi as
produ zir tipologias cada vez m ais comp lexa s e cada v ez m enos convil1 ' '1111'
flnniliares dos mee iros. Ela se b aseia, como vimos, na reconstituição meticu -
In. a dos percursos e da s es colhas realizadas pelo con junto das fa mílias cam - A mai oria das críticas dirigidas à abo rdage m mic roan alítica qU lIllIl1 I
ponesas de San tena em vár ias ger açõ es . A iden tificaçã o e a confrontação d e sua ca pa cida de de generalizaçã o ba seia-se, sem o saber, n os resultlldo,' 111ti
"nt nas de tr ajetórias individu ais e fam iliares levam o au tor a reconstruir a parentes dessas fraqueza s im plícitas. A complexida de do s mo lelos " pl i(' 1
lim a gama extrem am ente va riada de práticas. Ora, é ao estabelecer essa ga- tivos acion ados do momento em q ue se aumenta o tam anho das amOSI I' '" "Ili
nl:l quc se torna possível pa ssar do exam e à explicação. Ca da percurso indi - interpretada como um a prova decisiva do alcance limitad o do enf oqll ' " " li

vidual é situado em r elação ao conjun to dos com portam en tos observado s, (; '1'0" e da sua incapacidade de captar fenômenos ma ior es, inscritos '111 01111 I '
o 'sf orço ana lítico se volta pa ra a compreen são dos mec an ism os e dos imp e- 's alas, qu e ca racterizariam o espa ço social e det ermin ariam suas 'vol" 'f lt

rll[ivos que favoreceram um a escolha de preferên cia a ou tra. Assim, as estra- I~sses
'om plexotraçosdeba tepodemque seportanto
travou em explicar
to rno algu
do prma s o blema
das posições
da escala. I ISSIIl11
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1111 1I1111
I" •.i :ls rclaciona is da s tr ês fam ílias qu e Levi va lorizou ma is par ticularm ent"
;': o 'sc;larecidas em re lação à ga ma global dos co mportamentos da aldeitl: SO eles me par ecem justificar a volta a um a conee pção rígida los PIlH'1 I li'
1111 1in liví duo ou u ma família escolheu investir nu ma terra ou n um a ali ança IJist6ricos. Pois pa rece evidente qu e a sup eração dessas lifi 'ttldad 'S illl plll I
porqu s imp erativos específicos sob cu ja in fluên cia ele (o u el a) se en co;l- III 'nos uma reavaliaçã o do p apel das esc al as de o bservação ()II 1i r) , , " " idll:l,
IllIV:l nua perm itiam nenh um a da s outras escolhas "possíveis". ti . tOrnar mais compl exo s os mod elo s e as catego ri't s clássi 'as d:1 1111li I dll
T'r-se-á eompreendido. É sobretudo o deslizam en to semâ ntic o entr" <1"' a necessidade de aprofun da r n oss a reflexão so bre a d 'S '()Ii1illltirillri 111
Illlílj ':1$ o bservadas a partir de um a fonte e o estabelecimento de um a ganlll I'ormas de coe rência e de org ani zação no int erior 10 's paço so 'iul.
d ' possív ' is perce bid os com o obj etiv ame nte ofe rec ido s que m e paree '11· Ao sublinh ar a ambi güid ade das f ontes 'o mo protllllO d' 1'0111111 di 11
1'111<111 ' . 'r a lógiea de uma tal aborda gem . Poi s cons idera-se assim que O ,,'- Il'III "S de inscrição, ao insistir na utilida I, ele IIn, ll 1 ·il1I r:1 111I1i~1111'11111\ I1
Ill\'o so 'ial subentendid o por essas práticas é ú nico e h om o gêneo, lU' li,' li 'ias Ic significações que elas determin an , a 'ríri ';I I 'XIII ri, (' I '!I H (litlllll 1I1I
','('olhas os co mp ortamentos de cada um do s in divídu os qu e deixaram 1111\ 1\ das 'ategorias, a a bordage m- "des 'onSl'l'I1 ,jolli,'III",.S·: 1I' 1'11 I1 1I1 ,111111
,'I "io foram claramente percep tíveis e eram c ogitáv eis por tod os Os 0 11 ('ill po ler ontri buir para clarea r o 1 \):11 '. 1\11li,', plll 11111I '111111ti 111 P 11.11li I li. I
110,', ( ra, se existe uma contribui ção do enf oque microanalítico em relaç: o I 11('11(';10 renova Ia que f oi diri gid'l I) 'o(1)pl ' 'ilindl' rill 111111111 I 1111 1 1111I til 111
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/',111 \11ti' 'ontet'ldos e de intencionalidades que as mesmas f ormas e Os f)) -~ dos IYlod -Ios historio'ráfi os glohllis, NII/ 1lllIlitlllll' 111 1111li 11 11111 111'1111111 1
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c/li /11\1111111 ',/1 'I ti 1(111til '"11 1111, 1'1'/11,1111IlIlItlll til , (:.1'111111,//1/1 /1/ ltolll /lIf' "', flll / 11 "I /'1 III/IIllIlil'/III/"'I/1I1 (1'1111,
I 111 .,. " 11 /1)')
o 'Ial~. A multiplicação das histórias é portanto resultado de um a aborda- lavras, para construir meu objeto, co nsiderei que duas denominações dili'
J '. -111que desconstrói seus objetos ressituando-os em sua perspectiva históri- r ntes se ligavam e apresentavam um grau de proximidade a partir do
Vil ori ~ina!. momento em que er am declaradas simultaneamente no mesmo registro I ()I
Mas a história social pode também tomar um caminho mais próximo IIITIpai e por um fi lho.
dos questões que debatemos. Ela pode se interrogar sobre a possibilidade A partir das ligações inscritas na fonte - no c aso, a da filiação -, po
ti ' repertoriar as formas de des continuidade que se destacam das pr áticas so- ti '-se construir um gr áfico orientado que conecta o conjunto das denomillll
'iais reexaminando suas fontes numa per spectiva qualitativa e usando instru- '( es profissionais presentes no corpus.29 Se, por exemplo, três pa is te lal':\1I1
fl) 'I1(OS de análise que estejam intencionalmente em ruptura com as abor- , crcer a atividade de "carpinteiro" e seus filhos a de "trabalhador manll:d",
da r 'ns clássicas, Só um estudo desse tipo pode produzir uma cartografia fi- 11. "empregado doméstico" e de "tecelão", essas quatro profissões apar ' 'ç
Ila Ins formas de organização do espaço social e das relações que elas man- 1 O ligadas. A estrutura dessa ligação particular terá portanto forma de 'SI r '
I 111,b m como da sua evolução no tempo. 11: no centro, um ponto dado pela denominação "carpinteiro", a partir tio
Vejamos um exemplo, Numa pesquisa em curso tentei construir uma qllal e desenham três flechas que o ligam aos pontos formados pelas d ' 'li
111'liisc formal da estratificação social da França do século XIX, baseando- I I 'i)es dos filhos (cf. figura 1), Entre essas q uatro profissões, ter-se-á paI'!a 11
IlI' n'IS fontes tradicionalmente utilizadas p elas abordagens clássicas, mas 10 r gistrado fo rmas de proximidades inscritas a partir da prática concr 'Ia d
(,ollsiderando-as apenas a p artir de um enfoque qualitativo e pros opográfico, 'is pares de indivíduos, três pais e t rês filhos. Mas é claro que ess-as pro I
I 'li objetivo era conseguir tratar objetos classicamente "macro" com uma Illi I:r Ics são fracas porque são unívocas, de pai par a filho, Se, num caso d("1
\11>01'lag m formal e estatística mas de n atureza "mi cro": seria possível r'· , tipo, registram-se práticas que vão do "carpinteiro" às tr<3s OII!11I
'OJlSI iCIIir a topografia d o espaço profissional ilustrado por um corpus im( ()I'- lllivi lades, não se observam ligações em se ntido contrário. Bastante lir'l 'li
1,lllI' I dados de es tado civil, sem recorrer a cate gorias preestabeleci Ias? 1(" s 'riam, em compensação, as proximidades entre essas mesma I 'IlOII11
1',1llOlltras palavras, tratava-se de individualizar as formas de coerência e I' 1111\ 's profissionais se se tivessem registrado fluxos recíprocos enLr' (' Itll
1'10 imidade soc iais a partir das práticas inscritas numa fonte operando Ilnlll 1111\[1I 'Ias e todas as outras. N esse caso, a estrutura das ligações daria IlIl\(1I I
I 'illlra i. terna e baseada na análise do conjunto dos dados nominativo~ r 'li 11111I'dfi o de forma quadrada, com pontos eqüidistantes e ligad s pOl' ,\'i I
11 idos, I11 '11;\Sbiorientadas ( cf. figura 2).
Não me estenderei mui to so bre esse trabalho, mas gostaria I I '11\
11111 abordagem metodológica escolhida, bem como alguns resultados <1" '
li

I' '1Illil 'm ilustrar mais claramente os nossos problemas, Analisei porCllI\(lI
'Jl'a balhador
11111'()(I)/J,'; de 46 mil registros de casamento, fe itos na França no s -clllo

r
manual
,') " 'sforçando-me para reconstituir, para vários períodos, o espa o ti 'rilli
do I' '10 'onjunto das inscrições individuais e pela totalidade da s r '1:1~'OI"1
I i,l 'nL s ntre ela .2R Em ruptura com as descrições estatísticas 'Ids.'it'll'"
I) L I'adas 'm operações de agregação dos dados nominativos, par" 'li li\( ,arpll1lClro
Iltil ('onsiti ·r ar onjunto da declarações profissionais registra Ias no ('(11/11/\
('(1I11011111a'onfiguração de pontos, ~eparado~ un~ los olltros 1 as SIL' " I IV I I'
11(' ,\'1 '11\ liga los 'm t rm ~ de proximidade ou I, listân 'ia, 1\111Olill" 1'11
1111 1111('}\ II(10
ti 11 11 11 I ('O

'li '11111.1, • do, "gislrM d' 'aS:l1l1 '1111l r' 'olllitios 'lll CiII:Jtiro da p 'MII.i~a ,Oil'I' 11 IllItllIll
1111111 I' 11 d 'StiIlO di' ,\ Illil 1'11111 li:ls 1'1111 1' 'SIIS d • 1H O J 110.' 1I 0,\M ), dill~1 didgidll 11111 I, 1\111 '1
I"lill llill1/1 i Iql 1l1!'I, 11111,1 "011' 11,1 11111110 . o !l,III 1'O dI' d,ido~ 11111 ~ '11'111111 1111"1 1"1111'1 I, 11111 \ II1 Illi I '<11 11111111111'111(, III ''c 1.\'11 ,11 111 11 I d' dC'C!.II,I"1 '~I"ol'i,'millllld 111 111 111 11
111 11 111111 11\1101 '111111111 1'"11 1','1\ 111111('0,1111'11'1111 1 "'111/, ,1'111 1' 1I1111'II'IIIIPllltldlllHIII 1 I IlItllIlIl'I~lllIlllllllldlll'III1IIIII1I III1, 111 1 Idl''l"ld'l"III,lIdl('II''II''llllpldll'l.dll
11j()\ ,IIII IIIIIIIIIII"IIII.lillllllIlIlIl 0111\ 11 111 1'"11'111 1111'<111 11 11111 1I111'111':i l,111 "liltll 1 llil, 11 til 1 11111\ ,li til "111' 11111 ',"111 " 111\ 1III iltlI 111 111 11 dll 1 11111 d I dI ", 1111''' 1'lltllI
1111 I"llIl h IlItllI 11 I" 11',1 ,11111 11 1111 111 11111 01, I 1111 11 1 11 " 1l1I111 11I 1i1 lil til "111 '111 /,lltlll til 1 01 1 101, 1',"1"111 "
Uma tal op eraç ão, rea lizad a a pó s nu merosas ten tativas de outros ti pos p 'Ia natureza do s laços q ue as c ara c terizam e por sua du raç ão, 'lJlI' Ip li '
d' f orm aliza ção, me parec eu i nteressa nte na me dida em qu e pe rmitia re- '· m compe tindo pelos rec ursos e p e las fo rma s de des e nvolvim 'IHo 11"
'Ol1struir ca mpos basea nd o-se realmente nu m en foque de t ipo qu a litativo. v 'ISo O traço f unda mental que carac ter iza a ima gem produ zida é 1 Olllllfll I
(~ 'Iaro, co m efei to, que os e sp aços qu e ap a rec erão como comp ac tos se rão d 's ontinuidade. Uma des co ntinuida de perceptív el, ao mesm o t 'l1l jlo, 11 11
al jll(.:les oc upado s po r d en o minaç ões profiss ionais ligada s por prát ica s den- (,i 'os sinc rôn ico e di acr ô nico.
sas de circularidade e de troca . No e xem plo sucinto que ac a bo de d ar , a se- De um lad o, no eixo sincrônico , em tod os os perío dos do séc ulo, :li. 1111
'lin da confi gura ção, ca rac ter iza da po r uma troc a total, se ria def inida po r um 111[ISde prox imidade q ue a análise detec ta rev elam muito c1aramcnt' 1111 I

'Iau de coes ão má x im a, enquanto a prime ira rev elaria uma c oe são frac a. E la . 'I) a de diversa s lóg icas de or ga nizaç ão dos r ecu rso s soc iais . Assim, em 1011 1I
assinalaria um po nto de passage m, de ruptura ent re o po n to cent ral e os po n- tI,IS mes ma s at ivida des p rofissionais, é pos sível individualiza r várias zona,' d '
[OS margina is (os qu ais, aliás, pod eriam se r po r se u tur no co nec tados por pro- Illll itadas po r práticas e utili zaçõ es de rec ursos prof unda ment e dif eren 'iadll ,
'irnida des mais fo rtes com o utros ca mp os). O critério está ass im bas ea d o, I'n I mos detec tar a ex istê ncia de f orma s de prox im idade basea das em 1 '1'1'li
por analogia, num a relação de endo ga m ia-ex oga mia ent re de nom inaçõe s. Jl) 'ncos a cor pos o u de out ras bas ea das em at iv ida des se toriais, mas o bs 'I li
'Ih> 'as rec íprocas nu mero sas e repetida s tradu ziriam um a esp éc ie de end oga- IIIOS tamb ém liga çõe s ca rac terizad as pela f raqueza da marca profissional. 11 11
Illia . Uma pas sage m un idir ec ional en tre um a denomin ação e o utra (e s ob re- ,Ii'1 Ia mo bilid ades que remet em a form as circulares de atividade (n ta 1:lIlH'1I
I11 I> entre
11111111 'za 'exogâummicompon
ca . ente con exo e o utr o) pode ser interpreta da como d c Ii 'om a prática indif erenciad a, entr e os memb ros de uma m esm a fan fli I , d
jlllil'iss -cs com o as de moleiro, telhador , f a bri ca nte de ca rroça s, p edI' 'iro, '111
Um tal proce dimento pe rmite po rtanto pr odu zir um enf oqu e efet iva- 11I 1I~'ir();o u aind a vende dor ambulan te, em prega do do més tico agríco l:i, 11111 1
III -nt invertido em relaç ão àqu e le tradic ionalmen te utili zado p ara medir as I" il'o, tra balhador m anual etc.). A outra ca rac terí stica not ável dess as fO f l1l1l, I

I'Ol'lnus le es tratifica çã o e de mob ilidade soc ial. De um lado, po rqu e evita 'm- 111 1('IIn "l'agrande parte de las é estru turad a verticalme nte e apr ox im a ati idll
du 'Ias 'ifi caçã o prévia po r ca tegoria , basea nd o se u tratamento es tatí'ti o di 'pO"'ições s ociais hiera rquicame nte dif erentes (po r e xe mp lo, as d' It'l'!
'1H'llrlS nos dado s nom inativos. De out ro, e so bretudo, po rque permi te d 'fi- 1,111 , I' o perário tece lão, de fiandeiro, de fabrica nte, de arm arinh 'iro, ti
,lil o 'SI aço po r me io do c on jun to da s p rática s e d os movim entos in livi. plll pri 'tário etc.). Esta úl tima carac terística me p arece aliás se r de un il I 'I
dllllis ins 'ritos num a fo nte. Pa r adox alme nt e, po r tanto, nu m caso de endo gal11 i:t • P,II1i Idar, na medid a em que ass inala a co e xistênc ia, dent ro I lima 11 1.
tOI t i, 11 m nú mero mu ito alto d e relaç ões recíp rocas entr e as de nomi na<;< 's 1111 o 'j 'dadc, de vária s forma s co ntempor ânea s de estratifi ca ção v 'ri ir 11
plorissionais rev ela um ca mp o es tável, enquanto um único mov im '11(0 I' ,I, 'Si ruturações , produ zidas po r prátic as qu e li ga m dif erentes 's p '\'11 I
IIll i lir' 'ional po de reve lar as passa relas pe las quais o pera a mo bilidade so 'i:tl, 1I1\'idad's sociais, nos f ornecem uma r eprod ução muito clara das p 'I' 'P \
lIl!. I ril ndo a Iinha d e fratura entre dois ca mp os "en dog âmi cos" . doi "i~'larqui'l SO ial existentes em dif ere ntes moment os históri os, t' 10 11 \1
Não me a Ionga rel ..mais so bre os as pec tos tec"nlCOS de ss a pesqlllsll. .\0 111 111 1I1 PO Ias estratégias e da s pers pectiv as de dese nv olvim 'nl(l l jll 'I I I
(:o sl:tria I ressa ltar, em com pensaçã o, qu e, qua nd o se ace ita ess a man -illl IllIdl,lll\ 01"1" 'er.
I, tra ba lhar, se co nseg ue identif icar as formas de um pr ocesso qu . im pli('iI " " por Olltro lado, percé bemos a e volução no temp I · ss I, div! I I
11 11\1 'slrllwr ação do es paç o e das dinâmica s de ti po conf igura iOI ai, 'ap :tl',' 1 11 1111 11 1'( · s, o bservamo qu e a co erênc ia e a du ração tem po r:tl dos dil 1 11
d(' d II 'onca de maneira simp les e sintética da co mp lcxida I, das dill~1l1i(',11 I 'III\P OS v:tri:lnl 'norrnemente. No ca so es tuda do, nenhu m I 'I ',' 111I (
I "alludas pelas a bordagens mi croa nalítica s. No caso qu aI alis 'i, o til ,~O 111 N'('ldo in'lI 'CO, mas alguns persi tem n,ais temp o, modifi 'ando·s IlIlp I
1 (ti 1\1, I'r:tn csa do século XIX, o cs paço soc ial a pare' " I, f at'O 'OlHO ','1111 11 IlIil'l'11\1 '''l " 'Ilqu an to outros lesapa rc' 'm. Na maiori,l dos ';IS0S, IlOI. di
t 11 1Ido por várias forma s de coe sões, qu e são dif cr 'nt 's ao m 'SlllO ( '1IIP ll 11 11 11111111'011 0,' \ 11 11 1l:tnças imp orrant 's qll' s~ o 'ngen dra clas p '10 qll~' POtll
111111,11 01111 d' 111 tlilll rni 'ilS 'onl'iglll'll 'iollllis: 'Ias s' I 'f in 'n) li\) I\\I~SIl\() 1('111
li" I 1',11 1il do 'Oll jlllllO dos I\\()vill\ 'I\tO,' 1111'1IlOs 1 i '\1 Ia 'lim po ','p '(' j j(,O "
\f I, '11 111
'II~ plll!>1'11 111,' l'Nlll'('I'i'II Ndll li) 'didll 'dll "t'J)I'l'N'lllll~' 11)',11ri 'li dll~ plll~illdd 1111 di 1111' "I/llt',~' ',', d)('I' 'I'1l\. 11 0 d('('(1I1 'I do 1~'IIIPO. '''Ir' 's, I, tli!' Il'lI
\ dll dl'll 11('111'11 11'11\dl'1111I111 1111,'(I', plllf'i ~iOl\lli,~,(,r, 1I11 111t111111 11 1\1, (;Itllllllill , 1I 11 11111',11 111\' "I IO('\Ii N.
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I '
li I 111111 1111111
11 'O d' uma série de movimentos que se engendram a partir de int eresses, É essa natureza configuracional que dá c onta em pr ofundida I . dll
li-I r ojetos e de perspectivas diferentes. Vemos assim progredirem ativida- lescontinuidade de h á muito observada pelos enfoques micro-analíti 'o,'.
d 's ou formas institucionais que estão na origem dos mode los explicativos Uma mesma prática, um m esmo comportamento recobrem com efeitO 1111\
11':ldicionais. O Estado, sobretudo, não pára evidentemente de aumentar seu valor que pode ser totalmente diferente conforme as relações que eles an,
I

I( mínio ao longo do séc ulo. Mas a cada mom ento ele é "e nvergado" por a to- 1 'nham com o utras prát icas, outros comportamentos, no quadro de seu al))-
r 's liferentes, que inscrevem seus rec ursos no contexto de se u campo d e hiente concreto. A abordagem micra-histórica sem dúvida subavaliou 11,'
p 'rcencimento. A instituição, as demandas que lhe são dirigidas e os funci o- implicações metodológicas de tais fenômenos-o Pois é cl aro que e ssas des on-
namentos que delas derivam mudam portanto várias ve zes dura nte o perío- tinuidades se situam num espaço que, por d efinição, atravessa as categol'i IH
10 analisado. Sempre segundo essa óptica, observa-se na produção industrial 'Iássicas. No int erior das mesmas categorias profissionais, até n os mesmo,'
li I resença de nu merosas inscrições desenvolvidas no quadro das l ógicas e lilgares físicos, podemos de fat o obse rvar práticas que ligam recursos e t 'HHi
dos recursos próprios a campos que podia m propor outros desenvolvimentos I(Iras sociais heterogêneas.

, OlltroS resultados. Paradoxalmente, descobrimos que os atores que par e- À luz desses elementos, torna-se portanto possível apreciar m Ihol' o
'-m investir mais na at ividade e na p rodução industrial durante a prim eira 'Hratuto do viés lóg ico inte rno à abordagem micro-analítica que evo íVIIlIl()l
Il)'t:\ le do século XIX serão tota lmente marginalizados no decorrer do perío- I 'Ima. A divisa atribuída a essa abor dagem por Jacques Revel - "POf' (111(

do s guinte por out ros atores, guiados, estes, pela dinâmica de cam pos outro- lomar as coisas simples se Assim
I \. mas não é justif icável.
podemos
comocomplicá-las"32 - dagens
no caso da s abor é nes se ma
sentid() . 1\
'ross(wio
I J muito afastados do mu ndo industrial e diferentemente orientados.
Não me estenderei mais sob re os resultados de uma pesquisa em curso II Jli 'as, a complexidade dos modelos explicativos me parece s r frllto dI
dos quais dei conta mais dem oradamente em ou tro tex to.31 Remeto aqui a es- 111I1Ll inadequação mais ou menos importante entre os instrumentos, o,' 11111
ti 'Ios e a natureza dos obje tos da an álise. Situarmo-nos claramente forll do
" , Olltro trabalho apenas para mo strar que é po ssível construir uma an~í1is'
(1\1:lntitativa dos objetos da história social com bas e num enfoque microanalfri- 1110I-Ios e das categorias clássicas pode portanto permitir reduzir ss' v i(-,
'c). Parece-me importante, contudo, sublinhar que a natureza dos processml "'()I'n'1I"as coisas mais si mples", m esmo trabalhando com objetos e r'll 111(
fiO,' pr fundamente complexos,
IIll 111a tal análise faz aparecerem ilumina com uma luz diferente os prol I'
11111$ CJIICsão colocados pela análise histórica e pela pert inência de suas I 's 'I'i
y( 's, Desco brimos assim a centralidade do co nceito de configuração. No
li 10m -nto em que renunciamos aos instrumentos clássicos e que observ:II1H)1
IS práti as sociais baseando-nos diretamente nos dados nom inativos, corna-S('
illlpossívcl formalizá-Ios de acordo com um sistema único. Torna-se no - 'ssál io
'011$1J'ilir um espaço complexo e marcado por dinâmicas miero-relaciol1i1i, ,
iilHlg 'I que se impõe é portanto efetivamente a de uma configuração ti - pOli
10,' '111 volução constante, sensível ao mesmo tempo aos movi mel cos (il- 'I
di UI1l I' eus componentes, às suas es tfuturações locai , e às lin5mi '1\, li"(
( ,,'11$ -scJ'ilturações engendram. É claro, pois, que não podemos onsid '11111
('xL I n 'ia de diferentes fenômenos sociais que se situariam cm 'S '11111$ dil'("
I 111'S, I"
" IITlporCantc, em compcnsação, conceitualizar mais fi '[\ZITl-1\1' 1 1 ' di
'

li Ill i '1\$:;n 'iais 'n 'endradas por mecanismos L,nicos mas (jIlÚ, ins 'I' 'v 'I\do 'I
('11\ 'onriglll'Hç( S 10 ais, liversas pela 1atureza I SuaS formas r -Ia 'jol1l1L, 1'10
dll/' 'llI dir 'r -n 'iaç( 's signifi 'ativas, .

1i ,ljlilll( 11 1 pilllll 111 1 II 1 illIlI 111/1 d' \1 111 11Iim , 1'1', rvl. (;1 11111 1111, 10'11111 111 dI II II 111'\11 1111
111 1'1 d i I1 I 111111 1111 11 li 111 1"1 11 1I1 • I/li 1I 111 dl 11 1'11 11 1 1\111111 111 111 1 I, 111 1 \ I,i P 1 I 111), 11 I IIH
11 11 lil 1'1'/11111 1111 11 ,1 1 lIlIl/l "
II/li/
ll ~1I 1 1 1 1 1, (1'1111, I\IIt 1111,11)1)11, jl IHI '''I
!\. microstoJÍa italiana tor nou-se uma referência sscn 'ial pIII.1 1IIII 1

1'111 1 - Ia história social francesa. I Estamos fa lando, ao m nos, 1:1(111 -/:11111 1,


Iloj -, pretende modificar a percepção dos objeto' conh - ·i los IIplic:III<!1I 111'
I 1\ m 'nos es tudados uma multiplicidade de Ihar'S SII' 'ssi o.' ' ,qll 'I( I1
1 ,\1 \ I) sob ângulos diversos realidades frcqü nt -m 'nl - 'O lill
llll
it(lIl
. 1 I,. I1 I

" 1 ' 'ra Õ -s a levam, particularmente, a fazer Ia 's ·al<l•. "\\Ij~ I III i 1111 1111
dll jo 'o entre as esc alas de análise, um dos '011' -ito, 1'1111 1.11 11111 1.1 1" 11 11 I

I'> " ' ( 'XIO < li v(;rsão final (iç um traba lho 11'" II I 1 1I/, llllI llIld 1111 '" 11 1111 1
11 11111,11, inl 'rio IIt r(;s. Agrlld cç (;SP' 'illli ll 'li\(' I I, 1\ di 1 1 11111 1, 1111 1 111
ti 1111 \' 1\ I.ihb y S ·hw( ;b(;r por slIa a jll (la 1111 111 11)'," di 111 I'1 '1"1 I

1 1h I 'lllOS 'iaro, d 'sd' O iní 'io, qll 'qllllllllll I' 11 111 I til I 111 111 1111 1 I '1/ I
11 11 1111, IIIH -s 11 - (lido,: história so 'iul, ' 'Slll 111 I ,lIl tlll til 11 1111 111111 11 I I' , "
1111 I1 , -lillivo s pri n 'ip :1I 1l1 -111' I hi,'lIIt1l' 1111 1111 11
, 1'1 111 'I \'.: ''''Olll r:II' 11 11\11 1I:ls r()I'I11ll lil~'IIi "1 11 1111 I I'lf llll ti, I 111111 111 1111 I' 111 1 ti"

11 111 I t1wz IlI ais pl'O posili os do qll 111111\1111111 111 11 111111111 ItllI 1111 11 11111 1" 1111 1 11 i!
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I I ,1\ldil(iO 'as I -s onrinuidadcs quc os salros d' 'st':ti,l 1110 0'1111\il1l!) '- lir'r -n ia Ia: 'Ia I 've nc cssarian')\;nte privil 'giar um I Iano pllfl i ',tllIl ti 1111
d '111110, por -x -mplo, d' s arcr a uma simplc narraç~o lil1 ':tI, 'ros 'ópi' . Em última instância, é a el IUC to los os r '11)nl '1I0S ti 'V '111 II
tUI\l1do I 'ssa f rma, cssa scnsibilidade - qu ·han1ar 'mos, por r m tidos, pois é no seu nível que operam os pI'o es os ' allslli~ ,ri ,i '111',',
plll,1 lIll 'sliio ti' modidade, de "abordagem multiscópica" - leva natu- Em suma, a despeito de algumas semelhanças apar 'l1l'S II "lIi)old,II',1 111
I ti 11)-111' 'ssa história ao e ncontro da micro-história social italiana. Esta úl- multiscópica" e a micro-história soc ial italiana são irredutív 'is uma I 0111I ,I
I illlil :tpr "ntl seus objetos no nível de observação mais fino possível. Ela fim de desenvolver essa hipótese, vamos tentar ir mais lon na ' plor:Il;lo d I 1

PIO(iIIZ llssil repr sentações que, contrastando com o primado "macrosso- matriz teórica que subtende a microscotÍa. Em vez de panir dos pr 1111 io 111I
,i ti" IlII"ant muito tempo privilegiado na história social, são, elas tam- cro-historiadores italianos e dos seus textos, concentrar-no - mos nlll1\ 11111 til
h '111, "I 'sfamiliarizantes". Ressaltemos que, apesar dos mal-entendido que os influenciou profundamente, o antropólogo norueguês rI' Iril 11111 til,
po,',' v 'is quanto à sua denominação, a micro-história nada tem em comum Há duas razões principais para essa escolha. Primeiro, a o br:l d ' 1\ 11111
('011\ 11I11aabordagem monográfica: sua pretensão é chegar a conclusões his- forneceu muitos dos componentes teóricos mais importantes da mi 10 lti, IlIli I
lOI jowlHi 'as Ic alcance geral, e os historiadores italianos, partindo do mi- social italiana. De pois, enquanto os italianos foram reticentes em 'xpli('11 11di
'Iose Ipi '0, manejam níveis de escala muito diferentes, da mesma forma maneira sistemática as justificativas teóricas de sua abordagen1,4 o p 'SI I'ti Idlll
'111' 11"al ar lagem multiscópica". Enfim, como acontece com esta última, norueguês, paralelamente aos seus trabalhos mais monográficos, li ','li(' 111111111
01{pl'O' 'Iim ntos da micro-história impedem-na de se a ferrar a tramas nar- cedo dedicou-Ihes artigos específicos. E mais, construiu-os COII 1111\fi!'.11I di
I I! i 11,'era li ionais. exposição quase matemático, ma rcado pelo cuidado de definir' (i' 1I11Í111li11
Mas a hipótese que gostaríamos de desenvolver aqui é a de que esse com precisão todos os conceitos requeridos pelo raciocínio, O tlII' 111111111/1 I

('11('0111 ro 'nere a "a bordagem multiscópica" e a microsrotÍa, longe de indicar procurar neles lima verdadeira teoria da análise do social.s
,'011 'I'I~-11'ias profundas, é apenas circunstancial, e só pode ser atribuído a se- Nosso objetivo não será absolutamente apresentar uma 'XIHl'iÍ I11
11I 11I1111Çil~ I forma. A "abordagem multiscópica" vê no interesse da escala exaustiva das idéias de Barth, e sim utilizar estas últimas a fim I, 111'111111
1111l'1(1,"Ipi 'a o caso particular de um princípio cognitivo mais geral: o co nheci- tLJ ar as proposições da micro-história social italiana e mostrar sua in 'til 11 11'111
III( 11101)1'0luzido pelos historiadores é relativo a uma escolha de escala; multi- rabilidade com as da "abordagem multiscópica". Tomem s, pOl' ' '1111'111,
pll '11 os ângulos de abordagem é o recurso mais fecundo para a historiogr'afia. um dos "clássicos" da microsrotÍa - Le pOLlvoir aLi viJJage, de ;io tllllli 1,111
N("" I P 'rsp riva, a multiplicidade das escalas de observação e as imagens A obra de Barth nos permitirá ao mesmo tempo encontrar e xpli 'il\1I (I 11/1
(lllllllldit )fias que elas secretam servem não apenas para produzir c nh i- trato teórico de noções tão importantes nesse trabalho como a~d' 1,111IIIIIilI
111'1110.' novos, mas também para mostrar seu caráter sempre limitad e par-
('ild, Mas nenhuma das escalas de análise possíveis é em si detenrora de um
pod 'r I, análise privilegiado. O interesse particular dirigido ao nível mi rOS50- 4 Enconuamos decerto enue sua produção artigos como o de C . inl.bllf[' l" (;, I'11111, I I
('i:d IIt o ~, ti 've à sua superioridade intrínseca, e sim ao faro de que ele foi r - micro-histoire, Le Débae, 17:133-6, 1981 (nad. fI'. parcial de II nome e il 'OI1l(',~I 1111111 I11
lil! 1 1\111 'nc ' desprezado pela história social contemporânea e é portanto apaz riografico e scambio disuguale, Quad emi S eO I'ici, 40:181-90,1979) IN. do '1:11111tI, 1'"11 (j
10 III'nos provis riamente - de cau ar estranheza. nome e o co mo. Mercado historiográfico e troca desigual, in arlo ;inzlnlll'" 1',11111
(;O~laríamos de tentar mostrar aqui, ao contrário, que a mi 'msf'Orill s' a.telnuovo &Carlo Poni, A micr o-hi stór ia e outr os ensaios, Lisl a-Rio d '.IillH 111,1>111 I
11111i I 1IIII1la ópti a que poderíamos qualificar de neo-racionalista. Por m 'io Bercraml Brasil, 1989]; ou o de G. Levi, On microhistory, in P . BllrkL: ('d.), Nc ll' /1('/",/11'1 fi
dll plOllIOc;l () u~um sujeito que pensa e age s g undo modali Ia I 's I ási 'as Ilni- IICS 0/1
hiscoricill writing (Oxford Polity Press, 1992), p. 93-11 3 (N. do T: rl'llll, 11,'111/,:
:1mi 'ro-hisc ria, in PL:ccrBurkL: (org.), 1 \ L:scrit;/ d e) hist6 r iil: 1101l:/S pc;r s /)' '6111/8,,' 1111'lIllil,
SIIIIII

(I,11i.' , ra 'ionais, podemos Icfinir o projeto mi ro-históri O 'Olno 11(1"·1 .


Lln 'sp. 19 21.; " do mesmo allcor, mas numa linha mais 'J 'Íeia, I p -ri 'oli 11"I', '( II/,hlllll,
11" ' vi,'lI 111" 'onstil'llir to hs as 'a u ,ias ti, "Callsali IaI, qll ., 1i pari ir da~ 's '(l- / 11 / ( / 'rni 8mri6, 58:269-77, 19H 5. M~ls 'I-s 'onsrirll'l11 am 's I'Orl1l11l:i<-s ,:( 1'(11('dl/, 111111
1'1''ql\ 11'ia ligadas: inl 'nç O li - ((lllllll' pllsi~'11I11111 0111101111'0
11 (k:h:II' itiS lOtilll',lllilll di'
II\Ollll'IIIO,
\ VII, 'lIilll(' I 111111111,11
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ti1'." 1'('('111('111'111(' 11Itllli('llllo ti' 11,I,l'p 'til, 1('lIil('('IIII(', I':N~(', 11Ii1',11111'11,,1111
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j I 1'1"11'1111 , Iil 1111111I 111" d I'rl 111 11(, ;1/11,\1". I I: 11H IH, I')') I 1(111111 1\1i' I' 1',lill1'1111,I')HI 'I\1'
ladc limi tad a, in certeza, in coerên cia do s si stem as de n orma s, espa ço do s Co mo explicar um a es colh a qu e parece, po rtant o, ir COI1II II 11 1 111 1Ir
I (ssíveis, causalida de não-det ermin is ta, continuum da s form as sociais . Ela ma is im ed iato da qu eles qu e a fazem?
11'rm itirá igualm en te comp reen der a concepção qu e G. Levi tem da pr ática De im ed iato, o exem plo do s pe scad ores perm ite ilu strar 11 ,'C'II,' ihil lrllill
histOriado ra, su a vo nt ad e de c on strui r a história como um a ciên cia experi- teórica que ins pir a F. Ba rth, A preo cu pação de leva r em co nsiderar,; 11 11' 1'1 11 11 11
mental, o estatu to qu e ele dá às ob serv ações, a ma neira pela qu al reco rre à tes c omp ortament ais, por ma is min oritárias qu e sejam, conv id a a ir 111'11 1 d,I' I
, catística. Nu m ou tro registro, a referência à ob ra de Bar th perm ite da r um pl icações estrut urais, basead as na pregnâ ncia de u m sistema 110 11 11111111111 11
'onteúd o precis o a um a da s n oções ma is cé lebres, ma s ta mb ém ma is ob scu- cu ltural qu e se i mpo ria po r si só a todo s os mem bros de um a P p"l 'i\,I\O, " 11 11
ras, da microstoria, a de "ex cepcio nal no rm al". também , a ine ficác ia da atitude majo rit ári a (a que con sis te em pcs 'ar '11 1 1',11'1 11 1
impe de que se rec orr a a um raci ocí nio de ti po funci ona lis ta. É essa dllpl :1 1('( 1I II
Nos sa reflexão pode se articu lar em to rn o de u m es tud o de c as o pro-
- a mesm a de q ue pa rtiriam cerca de 15 an os depo is os mi cro-hiscorilld OI " 11 I
pOStO po r Bar th: a co erên cia do pens am en to desse au tor au toriza a apresentá- lian os - qu e es tá na base da ma neira de B arth trabalh ar. N as a bor 111/','1\ , 11 11\
10 ti partir de um exem plo, e a respeitar, ao mesm o temp o, a im portân cia cion alis tas e es trut urais, o an tropól ogo noru eguês cond ena a in "I 1i 'id lld ' di ,
quc ele atribu i às s ituações e aos dad os emp íricos . 6 O estudo sobre o qu al ou a recu sa a, pens ar as di scordâ ncias de pe rcepção en tr e as cs 'alas, , Il llllltil
nos de teremo s di z respeito a um a po pu lação de pescad ores no ruegu es es,7 e men te a di ferença sistem ática en tre a man eira de o s in di víduos aI)' ·il ll:llc 111 11
s ' prend e a um a observa ção factual: co mo os barcos de um a comu nida de al- nível mac rossocial, de u m lado , e seu amb iente concr eto, de ucre .')
d '~ se dis trib uem no ma r par a ir pescar? Dua s pergun tas, em es pecial, in tri- Três di ferenç as, em p articul ar, separam B arth dcssc s dois I ip lI ' di
gam o ob serv ad or. De um lado , en qu an to em su a mai oria os barcos ficam abordagens.
uglomerado s e pescam uns ao lado do s ou tros , um a pequ ena mi noria pesca A prime ira concerne à coerên cia atribu íd a ao s sisten as ti, 1l () IIII \1' 1 \
d ' maneira totalme nte isol ad a: como exp licar es ses do is comp ortame ntos ra- abordag en s ma croestruturais se baseiam, en tre outras, na visJo d' 11 11\11 111 111111
di '"Iment e op os tos, e su as fr eqüências respectivas? De o ut ro lado, a atitud e in tegrad o e regi do por s istemas co eren tes de n orm as , qu inrlll 'Il\ dil '11111 111i
" lominante" (a da concen tração ) nã o é a ma is ad aptada ao deslocam en to, in - te e sem am bigü id ad e sobre toda s as mi cr odecisõc s. Ao 111'S IIlO I('III PII, 11
I 'iramente imp revisível, do s cardu mes de aren qu es qu e são objeto da pesca: comp ortame ntos mo da is pe rm item rev elar uma CSI é 'it; d' ',''111('11 1111I1 111111
da o rgan ização social, e é neles qu e se concentl"l a an61i s', 1 \ 11111 ,1'111 1111 11 1
no, par te do p on to de vi sta op os to, c onsidera nc!o '11 1 ' o Il lllll dll " 11 1'1ti 1111
Não há a m en or dú vida de que a ch an ce, para um barco, de en co ntrar perfeita me nte in teg rad o, e qu e tod os os sist '11ll1s d '1l 011 l11lH 10 1111111111II
arenq ue é mai or se ele seg uir sozinh o do q ue se acomp an har ou tras em- por inc oer ênc ias . Nessa per spe cti v a, um 'omp Ol'IIIIII ('1\1f1 11111 t1 11 11 1 11111 1\ I
barcações. Es tritas cons id erações técn icas e econ ômi cas deveriam favo re- qüência mec ân ica da obedi ên cia a uma I Ortl1ll, "() '1111 lill' 1\ 111111 111 '1" I I
cer esse tipo de moviment o . 8 _ _ ,
men te nao sao co stum es, ,
mas ca OS ( I , 'Ollll ll lllllllll 11 111I" 111111111 111111
Um a seg un da di f erença, cscr 'illllll('Il\ l' 111',I tll II 1111 11 1II I, I '111
vez de en fatizar as f orm as de homog 'Iwidlltlc 1I1 11i1 , 1 \ Iflll I 1 111 1IIIlJ 1 111
I, Nus 'i 10 cm 1928, Fredri k Ban h , após um a for mação em biolog ia , estudo u antr op ologia terog eneid ade que, em toda so i"dali', 1" 1 vlilll' 111 1111 111 I 1111 11 11 1111
('11 1 ~ltic;lgo e de pois em Cambrid ge, nos a no s do p ó s-guerra . Prof esso r d e antro polog ia ção dos rec ursos . I I Ca da in divídllo 1IJ.', t:( '11 1 11111 \11 di 11 111 1 1I I1 1 11 '11 11 I111 I
10(';:11 'm Bergen de 1961 a 1972, a seg ui r em O slo de 1972 a 1985, atribuiu grande im-
IH lI'\. 11 ia ao tra balh o de ca mp o. Esco lheu pri vil egiar perman ências relativ amente curtas
d ' S 'is ti 18 mcscs) c as sim multi plicar as ,lreas de o bservação . Suas in vestigaçõe s O leva-
1111 111rin ·ipalmel1tc ao Curdistão iraq uiano, ao Paqu istão, ao Irã, ao Sudão, à Pa pua- Nov a v "Exist<.: norm:dm 'ntc 11 111 tlil 11 "!' 't1~ '1I1 1It111111!,1 I I 1111 1,11 I 11 111 11 1111 111 111 11
t il 11 1111
(:lIill\ n mã, ti 8el1i e ao Butão - scm es quece r suas pesquisas so brc a Noruega sctcn- vídllOs cfcl'uarcm J.( 'n L:r:dizllyt 's . oill(' I11I( 1111111 1I li, I 1111 1111"I jlh II~1/1 _ . 11 Iiil llltlll I
1.i1l111111':111'nd
. :1 o portllnicl:ldc prOC ill 1.il1livros, dos luais O mais 'onil' 'ido 6 sem dllvidtl ti' slIa so 'i '( belc, '11 t1 111 '1ifll ti' ('Ol\('('ill lllllll 111 111111I111 1 111 111 II~ 1111 IIqll 111111 1 1111
/\'(/llJil'/:"'() I// I"'/I/ 1!/ bOl/l 1tlr/ ri ',.,(1 ,(\l1<1on, ;cor/.:' ;\1 1 '11 & Unwin), oi>r:1 '(l I 'I iVIIsolJr 'l i iti '11 - jllr llO d' () ':Isi 's plll'lI IIII~ 'I o" (1I lIllIdll('IIIIII, 1 1 ti ti , jI 0 1
11 1I1Id (' 11I !l'1 I( 11 1' 1111 ',lltlizlIl t'l\I I') ú') .
I 111r-,llodels 01' S01 '11I1O 'l~lIl1i~,1ili1111 I, iliid" JI \
1 I'; l'tIIl l"lli 111 1111 dll IIII('N III ('N ('Slli lllldllS ('111 M lld 'L~11 1'NII ('IIIIIH /',1 11 /,ItllH I I, ill /1'111'088 1I "(l, li 1i,'1 ( 11',11I '\I Niík N1I1li 1li 'Hti 11111 1111di' '11 11111 1111111111
1' 11 1I11 11 r11111rllI 1111I 11
II/ lil til/li! /l1 ,\f1 ( lilll ill, II I. li, 111 1\111'lllId, ~'''" (111 Jllldl '1 11 l't ll'illlll 11 1111 1,11\ Iltll til 11 1 I I 11 1 IlrI,1 1111 , l,ld , " ( \1It11111
I

I! I1tld ,I' Irl 11" 1/1/1 IIIII IIId 1 111 1111 11 111111111\"Il iltI, I' 'I
JlII'lpli a . que depe nde do s recursos de que ele di spõe - recur sos materiais, dec isõe s. Ora, de um ponto de vista heurístico, o exame do s processos (I '('I
ti' "I'lO, mas tam bém cog niti vos 12 e cultur ais. sórios lhe p ar ece se r u m d os mais apto s a co mpr eender os m eca nismo s qll\
atuam n as soc iedades es tudadas, Ma s Barth está longe de post ular IlI',' 'li
mo delo de análise é vá lido para a totalidade dos com portamen tos hum ano, ,
A 1I1rur a de uma po pul ação é distributiva, comp ar tilhada por a lguns ma s Ao contr ário, ele se co ncentr a num tip o de situação, a penas aquelas el < 1 11
n~o por ou tros. Ela não po de por tanto ser def in ida, co mo o faz Goo de - r einam a com petição o u a cont estaçã o (contest), exc luind o toda s as O lllll\.'
nOllgh, como a qui lo de que se nec ess ita sa ber par a se r mem br o de uma formas da vida soc ial. Seria imprudent e estendê-Ia indevidamente a Ollll'()S
so · jedade, nem ser demo nstr ada sistema ticament e, como o f azem os et -
cam pos de o bservação :
nometodólogos, a partir de um in form ante, por meio de q uadros lingüí s-
li ·os. As estrutu ras mais s ignif icativas da cultur a - ou se ja, aq uelas
'u jos efeitos sob re as aç ões e as relações dos indi víduos são as mais siste- Os ensaios que se seg uem pr ocuram analisar sistem aticame nte '\s IIll "
máticas - podem n ão residir n as suas formas, e sim nas suas distri blli- tões de finalidade e de util id ade nas situações em que pe sso as ou grtlJlOl,
ç CS, na ma neir a pela qu al ela não é compartilh ada. 13 que t omam decisões p odem ser o bser vados, e descartá-I as rigorosal11 '111'
quando elas fornece m apenas uma m etáf ora inadequad a ou um tel 'o!o/',il
, ortave'116 ,
mo Illsup
on,portamento so cial nã o poderia portanto simpl esm ente d epen-
1i('1 dll oi) 'diência mecânic a a um sistema de no rma s: sua e x plicação imp õ'
1111 ('" , I'vc em consideração a posição pa rticular de cada memb r o da p o pu- O outr o int eresse que as tran sações a prese ntam para o autor 6 O til- I
11\', () 'Sllllacla. V lar a incerteza que pr eva lece em tod a r elaçã o soci a l: esta é uma ra;d1 o Sll pl
rnentar para afastar um a a bor dagem estritamente cultur alista, i I 'al, lill
so iedade. Para ele, uma das car acterísticas prin cipais da ação so 'ial ~ qll
()~ ;ILOres estão (sem pre e esse ncialmente) posicionados (...] Ess as dif er '\I- S 'u r esultado de pende das aç ões paralelas, o u da reação, das ou tras p 'S,'OII ,
\'as I, posicioname nto são a pr incipal razão de ser da "lon ga conv ersa" R 'sulta daí uma incer teza q uanto às co nseq üências de todo comp OrLam '11111,
por m 'io da qual os indi víduo s interpret am e div idem suas ex periên i;l~, a qual é levada em co nta pelos indi vídu os: ela os imp ede de contar abs\l'illll
, III 'Ihoram sua comp r eensão de su a pró pria v ida e da vi da do s outros,l.1 III 'nte com um sistema de nor mas par a ajudá-Ios a pr ever sem ambi r '( idad
os f eitos dos seus atos. Estes últim os nun ca ref letem unicam ente as "O\)I il'll
\:( " de conhecime nto e de va lor" mas tam bém a "p ragmátic a Ia '()O P '111 ,11'
JI,l1l'irn, um a ter ceira linh a divisór ia deco rr e da un idade de o bscrvav:l0 'da 'omp etição". 17
1111' 1\11th pri vilegia para ana lisar o mu ndo soc ial, a sa ber , a inter ação '1111' • ssas três grandes linh as teóricas, afina l de co ntas, não I'slclt' 11111 1'1
1" o I.', S 'li 'statuto po r vezes foi su perest imad o: as "transaçõ es" não 'on, I\:IS os pr essuposEOS , mas tamb ém o o b jeto do est udo, Nas ab<m lal', 'li' 11\1
I tlll '11\ ah sollltarncnte o ponto foca l, e sim a uni dade de ob servação () 11111 'tO 'srruw r ais, um comp or tame nto é norm alme nte aceito c mo ,I 111\111 11
" III I > Illhian o,lS Para o autor, seu inter esse é du plo. Pr imeir o, ele 'ol1~id 1 '
I
illl' liar a e inequívoca de um co njun to de no rmas , às quais el' p '1'1IiÍl ,'i(
tlll< ,.' Ir llnsaçõ s são situações nas CJuai os indivíduos são f orçados fi IOll111l )',tlll 10 'omnm 'nte se s upõe, r em ontar. E um conju nto de CO mp OI\illll\ 11li I'
1 11 11Ii 'os ~ p 'nsa 10 como a conseqüência idêntica de um a s6ri . li' ('\111 ' ,'I
ItI 1 11 i 'lIS,
I' "1':1 11I 1'1l10Shlll1l:lnos tilis 'omo :,1 distr:lçr ío, li bllr ri c 0110 l:s pir iro ti· 'ollll'IlIi,' o I par til'mos,
I"
aO contr ário, da id6ia ele uma não- 'oer"n 'ia do,' ,ifll!
11111,11111111'('on' 'rn' 110 IIntro pólogo, disl'rihllítlos ti· mlll1 ,ir n Impr 'visiv '11111I Ollltll,' ,," 11I 11 ti' norma s' do 'ar Ctr 'r n; o-allr omári 'o los S 'us 'f icos , 111 11'OlllpOll1
(t\llIlh 11I1 11'SOl 'ill1orgnllizlIl'ion I, ibid " p, ,4), . 11\ 11I\il d Ido 1110 ' I1lais < 1 " . a r 's posra p:II'I'i 'Itiar <1'1' um in li v dllo ti Idll
1\ I' 1IIIIIIi, 'I'h' 1lIlldy,is 01' '1111111 ill' 'olllpi'x so 'j 'Ii'" 11' 1 /'1 /(18" ,/ ('\ '1):1 \ I, IIIHI },
\11111 I I 11111 11,'illlll\1 o dad,l. I ()i~ '(lII'!)!)I\ )111'Il!OS /'orl11:tim 'llI ' id 111 1('11
1I 1IIId
I 11111111 I hll\l, Itli\1I 1i II i'lllll dI' ~II,I IIhlll: "llilllll· j d "Ij\IIIIIIVIIIII 111 1IIII pll 111111I1
'I1I1,llp 1111111 dll'l 1 11111111
II:IIIIIH 11I1l I I'111111111 ,1111'\1'1 111111111
di '1111111,'1\11'1111111111"1
111 111111111 "\'1111li 11111 1111111111 1 111111" ('t\I"IIII'" 11111111111111 11,1111 ' 11 1 1 1 ~ 1 1 1 11 / 11 11 1 1 1 /11 " 11'11111 111 1111
IIJIII, li 1111,I' /.
I I 1IIII i ,I' /(, 1/ li, ti
Iltltl '111 I - fato ter sido concebidos em ci rcunstâncias heterogêneas, e dois De far a, a teoria dos j ogos formaliza e traduz diretamente os 1111111
'11111pOr!:l1Tl nras formalmente diferentes em circunstâncias idênticas. Ainda pios teóricos anteriormente expostos. Ela faz do indivíduo um atOr 1111,
1111\11 v 'i:, 'o uso que o indivíduo faz de uma situação que é aq ui determi- mais precisamente, ela o pe rcebe no momenra de e fet uar uma cs 'olilll, d,'
III111I" (l 'lu significa dizer que não no s prendemos mais a compor tamento tomar uma d ecisão, Esta depende não apenas dos seus recursos c das SII,I'I
IOllllais, mas aos processos dos quais eles são apenas o produto, obrigações, mas também da sua previsão (em estado de incerteza) das aliO -s
fio I -mos co nsiderar que Barth, no t recho que se segue, resume a v i- ou das reações paralelas dos outros arares. Os comportamentos indivicllll1i,
110do mun 10 social que fundamenta essa abordagem: não são m ecanicamente de terminados: e les refletem o uso que cada um rlll',
da margem de m a nobra de q ue di spõe numa situação dada, do seu univ -rso
de possíveis.
;011'cbo os ac ontecimentos constitutivos da vida social como essencial- Mas uma tal abordagem não se baseia por isso na utopia da onipol 11
rn 'nte [characteristically] micro, realizados pelos atores (indivíduos e gru- cia de um indivíduo "livre" e dem iúrgico, A noção de " gama de possfv 'is"
pos), Esses acontecimentos ou atos são condicionados pelo nível agregado traz a marca da dialética que a fundamenta: indica ao mesmo tempo a r' '1ISil
- por ua vez o constituem, A idéia de processo fornece a conceitualização Ias determinismos e a idéia de uma margem de manobra precisa e Ol1lrolll
flll1 lamcntal para descrever como se p roduzem as agregações, e para expli- Ia, já que os possíveis abertos ao ator são se mpre em número finito - o <111('
'IIr ,1Sformas agregadas. O n ível agregado tem, é claro, propriedades em er- os torna também acessíveis ao pesquisador. Não apenas o espaço de ITlanolll,i
g -l1rOS,que devem ser reconhecidas e descritas em seus próprios termos, p ssível é geralmente muito restrito, como não é necessariamente dOLa to d
I1)IISS'm que se caia numa reificação inadequada das suas estruturas. O fa- 'ficácia: os indivíduos podem não percebê-Ia ou avaliá-Io incorretam 'l1t -
lO I, que os próprios atores adotam essas reificações deve ser in tegrado 011, simplesmente, não utilizá-Ia. Enfim, a incerteza no n ível interin lividllll
1I0S110SS0Smodelos onde isso for pertinente, mas nem por isso nos dá C"rLII 11,O impede o aparecimento de regularidades n o nível agregado: um', di\,' 1I
hlll 11'a para fazer o mesmo,I8 'ações básicas da teoria dos jogos é precisamente determinar "soluç( 's·\ 01i
111:1S para situações incertas.
proporção que seu trabalho de ca mpo lhe oferecia oportunidad sd'
I' 10 \ PIOV:l, l3arth montou um p r ograma de pesquisa adaptado a e sa vi Emerge uma espécie de ordem - no sentido de formas regulart:s ti, '(llll
to. '('01)' - b 'U as ferramentas analíticas destinadas a aco mpanhá-Ia. Vf1rio, portamento - que não pode ser descrita adequadamente n 'n '111 1I1
IlIlIdl'lo,' o nju laram, alguns dos quais foram tomados de empréstimo rorll mos de regras combinadas de sanções, nem enquanto express~o dirl'j 1"
lill I'i Il ,ias sociais. I') Como outros pesquisadores at raídos por essa ab( rdll um sistema cognitivo.21
1',1III '111:() nova,20 ele encontrou uma fonte de inspiração e fo rmas d r,l '10
IlltiO "'P' 'ialmente na teo ria dos jogos. Esta última lhe permitiu ol1(;ililll
Pc i sobre essa base teonca ge ral, tomada de empréstimo d:1 1'111lIi
1'111 i1111 ohj 'I ivos cruciais para a sua abordagem: pôr em ce na um in I iv d 11 0
tios jogos, que Barth construiu seu modelo de análise do social. ('I('III( 11
111\'11' rll 'ional, operando esc lhas próprias; dar conta Ia obrigaçõ 's 'd:ls li
111<1" - rorn e seu sésamo, e no qual o autor baseia a rela ~o -nll' \,:,1,1111
1111/I 'I)t",' <1'1- P -sam s bre ele; r latar e sas obrigaçõ s numa s 'ala 111i'10,
IIli 'IOS' lpi -:I ' sala macroscópica, é a noção de va lores. Para d 'I'illi li1'1
11'1" 'd; IllOSlr:lr 'lu - a inc rtcza no nív I da tro a int rindivi 111:" 11 II ,
111'Illodo rrivial, pod ríamos dizer que são eles que definem (l '0111'1Idll
1~111I11l11v -1,110 nfv I agI" ra 10, com regularidades 'omporlaJl1 '111:lis, "llIl'lilo < /" " para os ag ntes, r 'pr 's 'I ta g'lnhos ali perdas, 1 ,:1 'S l'()Ilsl i.
11/l111o,' parnm'll'OS '111r llnç: o los q11llis S - 1 'Iinarn as r gras -stral ~I',i(',I~
1IIIIII,ds d -ri tldas da l 'oria dos' jo/',o,', Ia 's I'1':1I ' ,ill P -rlllil 111
III ""llId, 1'1" 1('('0I1~id', 'd, ihid., I . H O ,
/1 I li l, 1'011\\I,', 1I11l11
v 'I', dndo,' o,' p:11 111-110,' d' v:"m," S: O o,' VI"lllI'/
I 'I( ) 11 1111 1 tW •I
1(' "('I - ('SP '\'1111111'111 - I I' 'li '-(1('' 1 \'VO I"11 ('I0I1I~1i1 '111 I\lod('I~ ol'lIll('illl llll'ilill /ll
1'11 1 1 I' \ \ ,I IH II'o'lI olol',i., 111 ''1',1 11111 11( 111 ( lioll p,7),
'lI \ 11111" 1IIII Ih,d lllll, dI I 1'11 11 N 11111111 11 I () I\IOl}'lIl NII 111, ,1111 >1 ", II 111 "0"11 I ,1111
111 1111 101'111111111 11 1111 dll,ll! 11 1111111 1i'1'l1 11111 (; 'I' (;11111 1'11111, f 'h /111 /l1 \,f , 11 1/ '
1 1 1 til; /111 11 I11IIIllIdlll\1I ,11 111 11111 I, 111" 1>1 11111 IIIIV, 111 1 ' 1 '" I 11111 /1,1 11 11 / 11 \1/ 1 ' 1 ,l l t I " I' ",
1/1 1 11 11111 11/1' til/I" \ I'11 ,111 1l 1otl, I'I( ,H ) "llItI, I 11 1 11> 11 ,11.1 1111111 1 >11 11111 I, IllItI ,11 \1 1
'1 11 permi tem a passage m de um a con cepç ão teór ica do se r hu mano, ab s- mente os recurso s dos ator es e as ob riga çõe s qu e pe sam sob re eles, 1 ~ :o
1r :1I'a, univ ersal e rac ional, para for ma s concr etas, pa rticul ares e co nt in gen- es tab elecimen to dess a relação qu e de ve permiti r descobri r os valores, '011 -
t 'S , que variam ao in finito conf o rme o campo do p esquisado r. Barth , co m ce bidos com o os parâme tros qu e t erão sido leva do s em co nt a n as dec iSI 's
.(" 'ito, não preg a uma teo ria ge ral do social , as sim com o nã o pr oc ur a individ ua is. '
ti 'S rever uma es pécie de homo oeconomicus, univ ersal e a bs trato. Seu o b- A partir daí , o pe squ i sado r está a pto a da r um con teú do prec iso e 011 -
j 'I'ivo - aqu ele em n om e do qua l ele elab orou seu m é todo - é, ao con - tingente às regr as est ratégic as abs tr atas qu e de riv am da teo ria d os jogos, 'a
1r:'íri , ap oiand o-se em situ aç ões pa r ticul arm ente rev eladoras , es tudar da lar co nt a de ma ne ira caus al da s situaçõ es emp íricas qu e co ns i gnou, É aqld
Illan 'ira mais pe rtinente possível a infinita diversida de da s f or ma s de v id a lue atingi mos o obj et iv o pr incipa l qu e Bar th atribui aos p esqui sad or es: r 'v '-
,'o 'i,d,2,,\ lar modelos ge n erativos em lug ar d e se aferrar a mod elos homot ét ic os, trab'd 11:11'
Ba rth co ns tr ói su a no ção de v alor es como i ndissocia velment e lig ada à para a id entif ica ção de p roc esso s e nã o par a a simp les de scri ção de f orma "
lIyl o, Es ses "c ân on es de julg amento qu e as pe ssoa s fa zem sobr e as co isa s e Es sa é a verdad eira preoc u pação do autor , aquel a a serv iço da q u al ele '010
'ou seu mé todo . 26
,o br os atos [sã o] f atos empí rico s q ue pod emo s descob rir - [são] n ão uma
('ollstrução do pesq uisador , ma s pontos d e vis ta assu mi do s pe l os própri o
Itor 's" .24 Se gundo um procedim ento tí pico da su a const ante preocu pação
til 't o lológ iea, o autor ado ta u ma defin içã o mu ito ins tru men tal desse con ce i-
to: lIS açõe s e os valor es qu e os moti va m são as du as fac es de um mesmo eon-
jllnlO, 1~las es tão i nextricavelment e unid as, e se in screvem numa relação le U ma vez lem brados suma riame nt e tod os es ses element os de m 'Iodo,
11 • , 'ssida le lógica : os va lor es e a s a ç ões se fund em recip roc am ente, e é atra- po de ser dese jável, para permiti r su a apr eens ão mai s co nc ret a, voltarmo,' I()
Vl " d 's ! as que aq ueles se reve lam ao ob ser vador . 'x 'n I 10 elas prá ticas de pes ca daq uela peq uena flot ilha n oruegues a m 'ncio
lIad a aci ma, Podemos ag ora redefinir s eus term os , em fun ção do s as p '{li () I
111 to 1016 rico s ab ordado s até aqui:
J: < i lll: o modelo prete nde retratar process os em píricos rea is, tod os os s 'IIS
'()l1lponcntcs c todos os seus mecanismos - suas in terf aces , seus parâm '- - O o b jeto do e s tudo é analisar a distribuição observada;
25 - ess a an álise deve ter um cont eúdo caus al: tr ata-se de 'x pli 'i, 1,1
II 'OS kvalor etc, - pode m se r qu estionado s e c0l1trolados.
°
<IlltliS Si OS I rocessos qu e prov ocam a forma o bservad a;
- O P 's quisador leve dar conta da totalidade das variantes '01\ , IIII1
IJma vez coloc ada a qu es tão do s valores, estamo s ca pac ita los fi 'n-
11I ,'; ti, 11 m ponta d e vi 'ta lógiéo, os com portamentos estatistica m '11 1 11 1i 111l
t '1I t1 'I' () plan o de pesqu isa pro pos to por Barth. N essas situa õe s p 'rcin '11-
I il Irio s I 111() m 'sm o es tatuto que os que sã o ma jor itários;
1(', d' '()tlt ',,,'c , a primeira tarefa cio o bservado r deve ser ex am inar as
ai '111 d isso, e qualqu er que se ja sua freqüência, esse s a 'Oll( '('jlllt 1I
(:/('olh:ls '("'llI ndas pelos atores , Ele dcve em seguida rela ioná-Ias às 'Olll'i-
10,' di v('l'sos 1 'Vt:11 ser ex plica los a partir dos mes mos proc esso s: IlIl lll /',111111
/'.11 1I' 's p:lrl'i "dares nas quais sces es tão inseridos, d ten in and o 110 111tlll-
1 /1 1;( " d' ':I I ,ias ':1L 1sais deve servir pa ra entende r o co nju nt 10 f '1\ 11 1'110,
111t odil 1I Sllll I1 'r 'rogeneidade;
'\ "I) V IIIIII OS "lllrlll'I1( )SS :IS ohs'rvnç 'S "111illliivílill OS r'llis '11l SitIlIIÇ\I'S d(' vidlll( 'Il!'im, il f"r'qü 'l.n ia Ias a onte cimentüs im põe lim ic 's ao 111011(,10
I • II I 1llIlllSidllli' SIlIIl ' 11(111' o 'X I1I 1I' li' SIIIl SiI'IIIIÇ:() poli' II'llZ 'I' '(li li'1',111 <I 11 0 pli(' II ivo ' I '111 nn I' 's I' tu 10 uma f unç10 de \f ali f ação los PI'()" ~IO
11 111111 111 111p!II
11 I( 1I1II,<ll' 's lll<lo l"U II1I '111' l"lSI'i'lIIOS . b '1l1 d 'lillJillid os, S '1',IIill<lo IIIl ti 11111 11,1IIIdo,' I) ,10 P 's ll'lisador: ~ I r 'c iso '11 1' 'si' S 'oin 'idam '0111 li di, ,li
1111 111di 11 11'1lIil', II~' o pll'd 'I l'1'111illll(\OS, S' 'S III liltilllll 11 1111,111
1 <I' 1!'llhll!"111l 11111111111 1 111 11 ' 11 OIH('IVlIlIll.
ildllll"IlI'II\ til 11 I1111I1i1l1
dI IlIdIV \'11\:11ilIIII!'II11I' 'sqllisll, '1Il lido I' 11'1IIiI ltilhlll 11 1111 '11111 1
111I111 I 1111 11111 1111111 1)11 V I'III lIS <I('i)(110 IIS,11 111 0I'o 111(I lIdo ti' d('sl IIvolv( I 111111 111111
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I II/.III~ I j I II 111111 til 11111,1('OlilI.UII;,1 1111I('i,',1 d:1 PIIIII' ti' 11111I1J11tlll, 0,111111
Ihlllit'lilallll '111' a impr 'visil ilidad' ('om os instrlll11 'llIOS ti- d 'Il'(' 'ilo til 1I1i11111 1'1111 11,111I /.I('il 01111'1, 1\1111\ di,'so, ('lI' ,'llil 1111' o ,11(' • o dI 111
1)(111VI is, I1l1n 'ti s' sab ' quan 10 nelll onde os 'ardllm -s I' ill('llqtll'~ (111 lI,) I II 1111111 ti ''111 '('Lido 1111111
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olllir:l I '1ll(iv:I, () 1'111\'" ~o l '11111,11dI
/',,1111 s 'oslas norll 'gll 'sas, n 'm em 'lU 'm m 'nw -I -s s - til 1'0 il1ltllll d,1 I1 1111111I IIlldll '( r.1 i"l" Idll 1111Ii,'s 'v '111111'111' lill' 11 I'l'ilt'IS, o ('011111'11 di
pl'11' l'i - pod 'n assim ser I' 'sca Ias) e 'I variubili Ia I' 10 Ilil'HI di 11111 1111"1 ()I,I, ,I IIwdidll do ,11 "sSo " ail1 1:1 1I1:lis illllHlIlllrllt' do 11111 I
tI('('OIl '111 ': s - as hoas I 's 'arias 1'0 lem render at' 5 mil lil ras, pod '-s ' 11111 1"1111 iI Idl til 111i. 'klivlIlIl 'llI~' tra:t,i Ia: ,ti '1:1 <111' I" '/l It-, d' 1'/111111
IH 111vollar ti' m,os abanando - e mesmo, no pior dos as )s, 1 'I'ti 'I 111 dI. " 11111111111110(('"doi 1111\dlll:1 lois 111-s 's), a 'ilpa 'i 11Id' 10 ellpililo dI 11
qll' vtil ' sozinha 6 mil lil ras, 111'11 III'hl IllplrlOl,', o d' hO:1 qllitlitlad " O pl'obl'llIa nlO lalllO qllt 1I1I1
Banh Ifllla 'I seguida dos ',cores que parti ipam Ia I' 's 'a, s '01111.1 ," I 111111111
11110 /',lIl 111111,pCII SII:I viii IltI - 'x '1IISivil, III11a S ~ri ' d' p"',\ "11\'
Iw, d' '!llpr 'go os hierarquizam, ao m smo tempo m qll' I 'I'in '11\ s '11,' til t1'"I1Li 11111 \ qll\' ,1(, P '1IllÍt " 11111oS, I' l11an ,ira in lir 'lU, 1111111
III,til1l ,111
1IIIos ' ti 'v 'r os: O "pitão a s ume a respon abilida le maior, a I, I, 'itill I I11 111 111.11('11"dll !>1/('0, ' ~ 'ssa '011 li ',0-1"1, \lU' 1\11111'11111li,' l'i1.1I111
'/Olll ' os 111'ar '$ da pescaria, responsável pela rede diri e as o p 'rayo ',' til 1 lilLlII 1)1.1111 d.l 1'I:l11(1ç ill' 'li 'I'.a <1"' P 'sa sobr' O traj 'tO do .11111
p'S 'li pI'opriam 'I le lita, e deve uidar de "maximizar" a p s 'a lima v 'z 111 til IlIlpllll. lI('il' tIllS il1lJ li ':lÇÕ 's ligadal> i 'onfilll yll, 1i Illilillrl" tlll
1,.ltiil il 1" I', s P 's 'aclares, e m nLimero de sei " sã exeCutant s Sllj 'illl/ .1 I 111111 01 Olll';i o Illilis prll I 'nl -: '111 v ':I. d' L '111:11'id 'l1tilil'''1 11111
1IIIolidllti' 11 'apit,o, eu tempo de trabalho não é limita 10 (n'l práli '11,11.111 til di 11.1 1111, OIS, ,I 'S Ill1SSilill a m aior, nJ 't' 10 I 'nll () as' p 'I~ '/',11111111
I lillO ,li 'gar a 72 horas cons cutivas), Eles re ebem UIT1a parte 1 0 PIOtillll1 11 11111111. Ili,lIlllo 1/11111il dOI11 'l'açiO 'sp 'ta Irlar n< m 'io 10 o' 'i1I111 1'1
d I 11~Sl'11. II I 1IIItll.lII".I, 1I1:lis 1111' o ar '1'1(1" ': s6 o s ' apitã's I11ais 'Sti/lllldll' I I I
MilS 'ss"s disposi õ s formais são impotentes para dar onca d ' lodll I 1111di ,,11I1',Íl'11.
01 l'OIlIJ lOI'lam 'lHOS qu " n d talhe, acom[ anham a procura do p 'ix',1'1111
I, "11,,1\('11 '10 d:1 :lhor lag -111 bllrlhiana 1 1 r 'solLl ,ITo I, Illll 11"111111111
11,11111, ~ o ' afl ' Ias interdependências entre e. sas tr":s sitllClç< 's I'WIII 11
I' IIIIIIi111 I' 1/1111(' illlStl't1l os prin '(pios vo 'ados lU' II(J lli, "\)11111, ( 111',1111
'IIH', 110 qllalro pr i so Ias ndi õ s "ecol6 icas", pern ite expli 'Ir o d ,111
" I I I 11111.1111111,'
\to 110SS0 llrglllY\ 'I)tO g ' ral, e 'xpQr 11111 "ItO 11111111
11d
'1110 dos bar 'os, "I\. relação
11111 entre O 'a[ itão c a tripulação ass uI11 ' il 1'011111
111111111di 11"1,'10 1'1111(' o 111'Iodo I' F Barrh '(I pdti '(I Ia nlÍ('f(JS(IIII.I
<I' IlIlllI n -go 'ill<'ão in' 'ssante,,,ZH I fato, apesar das disposiçõ 's '(11li 111
1II,ti" os hom 'ns Ia tripulação não são lesprovi los I' ",pa idad' I' I ,\11
I ),ld:1 li asp'r -za 10 Irabalho, O a pitão pr' 'isa qu' ,I 's se 'ngaj '11) s '111 11
, IVIIS do S 'li Ia 10, Uma Ias man -iras I' pr 'n I 'r os marinh -iros 'tlill 1111
II I" i il ~lio, ' "P 'ional, d' t 'r a' sso à I OfltC. 'Ibda a tl'i, ulação s; ',"111 1
[1(11111110S '11'1 "ssar, far 'jan 10 os ar lum 's \' ar 'nqu s. Cada 1111'1d' '111 111111111111'1llll1ltO II olltra :11r 's 'ntam, primeiro, 'ara 'I 'I ',11(.1' 111111111
111 IlIhll),' s' 'sl'orl,;a para lar pr ovas I, SUtl '(li '
I 'l 'n 'ia, rn:lnil"slando o-. I 11111111.11111 110 I', 11111110<111' C OI1f' 'I' 'n às obs 'I'vaç< 's 'mp ri 'il, I' 1111111111
11
11ti 1111\' d 'Veill 11':1Iilzir as <l1lll1i lad 's r '\lU 'ri Ias I ara $lla lar 'I'a, 1 \ ill('l'11 11'1111 11111111(11\ ,10 O!>,'l:IVII 101', O 'SLU 10 <I"C ;, Lcvi I'di 'a I, "1111111 til
1,1 '1"111110 10 I ','Iillil 10 da p 's 'a ~ llll1lanha <1" ' al> 11'0 'IIS '1111" o,' Iiolllt 11 I 1111111 111" "I ('1111,tilili Illll:! I O;t illlstra ': O disso, r'f'orçada p ·10 PIII('( ti 111I( 11
I tlll 11111111' V '1(I,ItI 'illls lrilnSlll,;( 's sol r' a 'Ilpa ,i Ia I' 'Stilllild" I, ('il(l.l 11111 I, 11111111111"tlollltlll J l '10 illllor, Como s' pI'O '1Irass' faz 'r O l'ilOl ,('11111 I til
", 1111111111111
I '1i,1I\(' S ti ' 111('ro, 'li Iiltlldl dll IIllIill '11111,'I 'v:llltatios 101' O 'llsi, O \:1 1 'i(1I1'1I dll,' I'O/ll( , I II
1)1111111 <1,1 1111111,''I i, d' r '/.!,ularida I 's '0I111)()111I11l '/l(,Ii" 11111.1"I 1111111I 1" 1.1 /tl'dllli" til' 11 , lirll1l1' 'IIS 1'!lI' 'iros, ( s "'!11'I\IO, P.lllilllll
'1"11 1111111IIII \ tlj'lliÍhliÍ,'110 'Spil 'iltl d" nOlill1tl, () (,tlpil:lo, 110 1'011110, I 1I I 1II 1111 1111),111'tll'lIi('O, , PI('1l1io d' ('ildll 111\111'OI\Stilll '/11 dI' ,.I 11.11111111
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Itll) ,I 10111111til' 'i~o \,' li"i1l1l0 1 lo(,ttli:t, I,' 10 d ~I 1111.11111 11111 1 IlIlpll'lI.1 dll ('11,11 'I 11'<1111111
ti I li ti 11lilllllo~~ill d:\,' I'CIII1II,' d' /.1I11 111
I1 11 1111111
'li II\II~,I .I J I Iltil I, plll I ~(I, p,lIo1 111111/11111:1I '('llÍeil <I' di (11, III

, 1,"10 I ,ti 111I ti 1111111 1111111


I, i1l1ti ,I' III
• • 1 1 1 10 1 1 I' I'
a ela ideog raf ia, que, em no m e do r e s pe ito pe la comp lexid ade do real, se (om dado s em p írico s é aqui determin ante, e faz eco à prof issão d e fé d FI"
('on 'ntaria co m um a sim ples enumeração de f orm as. di il Barth:
Ao co ntrário , a am plitud e e a plastic id ade da s red es de parentesco mo-
I>i1 izadas em torn o da s grandes deci sões o u do s grand es a cont ec ime nt os o
'onvid am a con struir uma car act e riz aç ão das famílias qu e, em lu gar de se ba- O btém -se m elhor res ultado estab elece ndo os f atos do passado q uando is
so é pos síve l, e não por in t erp retações con jec tu rais bas eadas em es qu 'mas
" 'ar nu m cr itério unívoco ( a co-residência, po r ex em plo), pe rm itir ia dar con -
prees ta be lecidos , ne m recor rendo , mesmo co m co m petência, a re 'il lI.
Ia I f enômeno s dinâmicos e comp lex os . G. Le vi se em penha assim em
historiog ráficas já prontas. O s dados do passado são úteis analiti am '111 '
, lif i ar um mode lo proce ssual, ca paz de dar senti do às ob se rva ções rec olhi-
qu and o pod em nos surp ree nde r e f alsifi car as no ssas hi pó teses; não s -lido
Ias. Ness a ó pti ca, as três fam ílias cu ja história ele ap res enta não sã o em a b-
assim, não ve jo nen hu ma razão para lhes conce der um a atenção privíl '
,'Olllto cs colhi da s po r se u car áter "re prese nt ativo": sim ples mente, a trajet ó- 31
giada.
Iia 1<:ca da um a, po r trás da sua es pecificidade , permit e expo r co ncretamen-
I 'as J ues tões que o his tori ador de ve se esfo rçar pa r a reso lve r. Es sas "histó-
I IU S le f amília [... ] quas e qu e ex clusivame nt e reco ns titu íd as de ac or do co m 1\ recusa em part ir de tipol ogi as das f orma s de f amíli a re pousa por 011
o,' L\'os nota riais, não pret end em rec on struir situ aç õe s tí pic as, ma s re velar os 11 11IlI' num a po sição mais teórica . A adoç ão de q ua lquer pré- reco rte (011 N('
1,1 'rn -fito s constituti vo s de um modelo" .30 li, li' lima ca teg orização a priori do mun do ) torn a quem a f az de pend '111
m ess a in tenção , e co mo em Ba rth , o estu do se a tribui a tarefa d e t i I silll ples o bse rva ção das fo rm as sociais. Essa é um a ap licaçã o diret a d \ 11
I• '\IP or ar a gama das fo rm as a se rem ex pl ic ad as e, a seg uir, reú ne as ob ser- 111 .\ hllrthiana em adotar uma ex pli cação m ecânica dos compor tam nL OS,
va~'('s Ihidas pa ra cheg ar ao ob je tivo f ina l: redu zir a dive rsid ade da s o bser-
\l11l;O'S a um a série co nce ntrada de me cani smos que as eng en dram.
s laç os entre os fatores que determ inam uma situação e as f orm llS li 111
1! lI'IOdo seg uido para fazê -I o é com paráv el - c om a dif erença, é claro, d -
ti 'Ias de correm não seg uem uma lóg ica de necess id ad e pura LI J1) 'l' 111
f i 11 , I,'v i, que tra balh a co m o séc ulo XVII piemontês, é o bri gado a ir busca r
('''; 's sa conexã o de pende d as disp osiçõ es humanas para avaliar ' P,II \
11.1 do '11I 'Yl<:ntaç ão no s a rquivo s: base ia-se numa ob se rvação inte nsiva, f un- pr 'v '1".,12
d Ida no 'x am ele um a trama f ec hada de co rresp ondências entre as inf orma-
\' 's lis poníve is.
~omo o antr pólogo noru eguês, Levi pres ta igual aten ção a todo os No 'aso pr ese nte, a adoç ão de um a ti polog ia a priori não p 'lIltil illll
('11 11 11'lI1 '111 's le sua amos tra: o mes mo peso lóg ico dev e ser atribuí do a pr i(). til I ( IliÍ l os n ca nismos que af etam a evo lução da s f amí lias. P "Ii\O, l iltl l

li I I()(IIIS as f 'on as, qu alquer quc se ja sua f reqüência. Não que o autor Ir', Id ll\1 '111 " , mo m Barth, a ques tão da in certeza, o nipr esente -J1) I, 'I' 1//\ 11 //
I Ild :1 I' '1'I\1al1 "' 1' n nível ideográf ico da e1esc riçã o pura. Sim plesm 'nt., 11 1 ,, 1 1'1 : " "lIm'l Ias razões qu e im pedem a adoç ão, pelo autor, I, 11 11 111I 111
1'11 11111lliil'lll, ,I- I 's onfi a elas atcgo rizaçõe s a priori - das tipologi'ls, pOI 1111 1111,111 ' 'ani 'ista.
l'lllplo, f llI ' do millam em m atéria dc carac terização elas form as f amiliar 's ,
I ,( ('('I it'i,', 11\0 I '1l1 dois f undam n tas , que ele omp artilh a am a S 'Il sibi li
ti 1111 h lIi1i ÍlIIIII. \I 1II IIIIilII '1011, ill J>1'()' ·ss I/nI {01'111 in soc ia //i r e; , p. 6-7. Tomaremos esse 11(1l'id,111pllll 11
lilllll lll 11 1111 11111 d' 110S S\IId ord age m. N sso úni'o o b jetivo é nos S 'rVil'II III N lillll I I
() 1'11111 1ilo I 111 11111 's 'ollf ian):a in stinriva m r laçl (l ao s gralHI 's " 111 11 illllÍl 'W I dI' 11111'11PIII'\I1 's 'lul'e' '1 ' o m érodo seg ui do pela mi ·I'O·l1iSI)I'ill li dillll\
IJ lI i 1111 I\h Ilil ll' li I 'x pli 'a<;1 O his! )ri 'Il. AssilTl orno os outros Jl)i '1'0 1ti,'lo r \111111111111III IIS ',llIh 'I,' 'r I1 g '11 'ld(W íll il11'I' 'lII\1l d 'St:l (dtil11l1, - Sill1 ti 'lIill1ll1 11111
11 11111 11 , 1 1\ '1 IlIll'lll' d)ordal'; 'ns "10(01) 11) -dida " 1 - S 'li 01 j '(O, 111ti 11 11 1111 111111I11\II I1'dI' ~ S 'li IIS p' 'IOS, I1 II1 111 '1~'llIlIl " '11 11 111 II ll1f 'OS,di s 'I'illlilllll ti 11 1/11 111
IlIli llIlIllI I 11 111I 1'1 Id Idl'il I ('Oll! ' 11 I:t1i1,1Il;IO bisl )I'i(': \.., ' IIHli.' IIlI L 1 (1.1 1 11111 11 11 1111 11 IIII ! 'illilll 1I'ill dil('111 (' 11 11"\' ,~\'II"illili tlll(k ('1111" 11 11,',1111 1.1111 111i111
111 111 '1111 11 1111 I 1'" i11i 1l1llldl' d' , '1('1'1 ,11 1 I ,li ')( o, A \10111I d ,dI lid,1I 11 0111 11 111 1"1111N II '11:/11JlI\'NlllI ,1"1 1 IIII JlIII, 11111lli'
I 1 l 1111" \'IIIJlil ÍlI" IlIil'llI 111 '1 111 11111,
I1 111 Il lilllllltll 111111'11
1 111I' 1'1 11 11" 111111111'"1 IlillI, I 1/\111 "11111 11 I 'I' I IIl'i I 1 11 11111111
I' I Iilllll l' 11 11,1 1"1 111,1 111" " 1111111.1 11111 11 1111 1I1 ( 11111111 /1111111111'11Í'i111 l1i1l1i111
I

11 11 111'1 111 1
11It! I 11 1 111I " 11 11'111 1111 11 11
I, II1 / "'11 ,/11 1//11 /1lI /11 111I,I! /1/1 ,JI \ I
1\ linica solução que resta ao obs erv ad or é port anto, segu ndo a ma is I',inalida de, na da ma i s é que a expre ssão des se princípio . Con cretam nl ,I
pllra lógica barthiana, iden tificar a gam a de me canismos generativos capa z IIS f orma s ex trema s com ' freqü ência são mu ito preciosas m etod olog i ': 11 11 11 11:
d' lar conta da total idad e das form as o bse rvadas , De f ato, os r e sul tados da IlIs a jud am a definir quais são os d ois pólos do continuum, ou se ja, :1 t 'I lIlllll
ill1 dlise ele G. Lev i so bre as form as de fam ílias cons istem ver dadeiram ente Id ,ia ma is concr eta da g am a que po dem percor rer as forma s est uda Ias,
1111'nu l1cia ção d e oit o p rincí pios de funcion ame nto, a qual co ma nda a f orma Outras comp arações pode m ser estab elec i das entr e o m 6codo d,
pilrti ular de sua conc lusão ..'I.'1Esses princípios caracterizam todos os grupo s 1\;11'11 e a a bordagem m icro -histó rica. O trabalho d e M au rizio Gri bau li, 1111
1'1I11 1iliares, m as se de clinam a o in f inito seg un do a po sição soci al e as situa- piO 'ura entender com o, no primeiro quartel do s éculo XX, um ba irr Oi> 'I I
,'( 's es pecíf icas. 110 d ' Turim passou em algu ns an os do comu nism o pa ra o fa scismo,.'I7 pod '
Iiltli nos servir de fio de Ariadne. O rganizado ele tam bém em torn o da pr 'o
I IIp:lção de ap ontar me can ism os generati vos , f az surg irem prog ress ivam '111 '
I\s es truturas de sust ent ação da comun idad e podem se d efinir por u m a 1'1rias cadeias causai s à me dida qu e o est udo ava nça.
série ele relações não rígidas: cad a situa ção ind i vidu al p ode ser des c rita co- A o bse rva ção dos hab it antes do bairro l eva a cara cterizar o com' '0 do
rno um caso num a série mui to extensa de re la ções entre parâmetros , com
, ('Ido pela ausência de i n f ra-estrutur a soci al, pela conf usão do s pa péis lil' \
base num mod e lo de processo de i nter ações, qu e le va a certos agru pa-
dI! : pluri atividad e, e pe lo nivel amento da s difere nças de hori zo nte jndivi
me nto s das comb inações de fatores , em torno de um tipo mod al. 34
1111111, I co rrente da pregn ância da situa ção de m igr ante num b airro no li,
1)\1 111's ma form a, é no nível mic ros có pico q ue podemos acom panh::tr :I 111I
I~m suma, ca da form a d e fam ília concr etam ente observada con stitui 11111I P 'Ia qual as f am ílias res pondem a isso aci onan do so lidarie lati ',' dI
1111111'om binaçã o pa rticu lar, resul tan te da gam a de m ecanism os ident ifica- 11111 11 o ~ lese nvolv endo um di scurs o igua litário, inspirado no soc ia IiSI)\O, I',
dos, Co ntnriamente à a borda gem tip ológic a, as formas de f amíli as são aqu i 1'11 1('om paração que se expl ica o romp im ento que ma rca o p eríodo S 'gllilll
IHII('l\cilllmente contínu as um as em relação às outras: elas são fruto de pr o- () IIIS 'ismo é em parte res ponsáv el por is so. As insti tuiçõe s de assi,'\ I\l'i I
l" Sos 'om uns, em lugar de s erem se para das a priori em categ ori as distintas. '1'11' "I ' instaura torna m me nos nec es sário o auxílio m útuo op erário, 'nqlllll
1':111t l.'oria, pode ríamos traçar um arc o cont ínuo po ndo l ado a lado, po r grau 111I1 ( 'olHrole policial que e le mo nta imp ede a regu lação do s sist mas d(' p I
til' pro ilni Ia le, tod as as f orm as poss íveis , um pouco à ma neira de um a si- )11 1'/ por llli1 discurso ideo lóg ico. Mas outro s f ator es intervêm: a div 'I'Sit!llt!
IlIld:I,'IO (I'Oc !'IS as f orm as po tenc iais, com e f eito, não es ta rão necessariam en- d .1 III i I-': 'ns fam ili ares , esmaec ida entre os o perár ios recém-im i Tac!os, 1'<-'" d
tI' Pl 's 'nr 's na amOs tra o bservada) .3S I I I 111 1' S 'us f ilh os, cu jas tra jetórias dive rgem . No f inal, ao se re '1ISar ;1 P\II 1I
( s ':lSO S "e "tranhos", "exce pcion ais", não derrogam esse princípio: I '. 111 IOIIII:lS imediatas da desc rição - como as q ue sugere o dis 'IIrso ,'()('ildl'
V( 11 1,1111,,1 'm 'Ies, f azer parte do contÍnuum dos po ssíveis - e têm grand ',' II 01111 ' iI harmonia o perária - a pes quisa do s proc es sos ca usais r 'llI:111 l il \1
l'!111I1("S (i' ll par' 'c r nu ma das suas ex tremidades po lares. A f am osa noção I' Illil/',llIill:; ini 'iais da perce pção e im põe no vos cont eúdos.
"1 l'(' p(' jonlll norma l",''!) longe de ref letir lim a mística da marge m, ou da mal' () trnb :llho le M. Grib audi permit e primeiro ilustrar a illlJlOIIII III,l
11 I11I1i( 'II, 111 11'riorm ente mencionada, da heteroge neidad e n"'1 listriIJIIit.' I1 li
Iiil dll N I ' 'ur:;os. a 11to r, com efcito, comb ina duas op eraç( 's SII(", I V I
II '" I I"III'pios ('III'I"s pond '11 1 d' C 'l't:I nw n 'il'a lias pl'in 'ipa i~ ti pos d(; III'bill'III',"111 1111 1plilll 'im m om I to, reconstitui os percursos genea lógi os 'Iliol', ' IH'II'
11111I1 1111111 11111
d, "111 '1"111111'110 lon 'o d' slIn vilill, (; 'lI jo l'(;slIltndo, s 'mp l" in' 'no,,'oll d, I lilll 11 111dos m '11 I)ros da sua am o tra, assim como as re I's 'llI lI" (' 1,1, '
dll 1111 111
11 111 di "1 1111:11 II1il1l11,:1I
'(11 ) IIS 1'llIlI f li:ISnl () 'o-r 's id <:nr(;s, iI dif '(;1''n ,i 1<': 10dlls \11i , 1,11 I1 1 "I idos. I': nqllilnco as a bor lage l1s tf'lc\icion'lis tratal os O pt'I:~1 ion dI
d 1111, I d i I1 I IIII~Io do, dOi 's '11(1" IIS I1lldh 'I' 's do grup o (;1''.1\ lislll ' 1111ti , V II , 1'(1 1'1 111 111 1I1 I1 ',( 11111 11',\I' indistinea , M . Crib all li s' esf orç:l, 'om pr' 'isl (), PIlI\1 I11
111' 1'111iI~"",1 II I1I1 (f, 1/I'vi, /,1' /H//I\loir 11/1villllg .... , ·lI p. , p, (O · S , dl\ Idll dil.l 10.', 11111':1silll:~-Ios 111 11)) 's payO I, inrl ll'ln ,ias' d ' tr() 'I IS illl('IÍII
II 1 1 t1 d P 'I I
dl\ Idllll • f llI(' di 1i Clldll 11111d ,I 's 11111POI\lO I' viS!:I so br' o 1111lIlll(), 1)('111
, ~J 1111 "11 " li, d'l'" II, 11111/,I i 1111111 ('lill W,IIdll 'X I)(IHi~'do ,d' 'olld II,~II li 1'11 111 11
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III lO lnl'('II. IIIII III,d 1'1111',lIIi~oI \'IÚ),1'11111,1',i111, 111\11,
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," Il'aba lho , o au tor, nu m segu nd o mo me nt o, está ap to a ex plicar po r qu e, Uma vez propos ta ess a trans ação inédi ta, doi s regi stros c .l 'valllll liI'
'1)1 um a geraçã o, os habitantes do bairro se comp ortam de m an eira diferen- 'ntão se par ado s são post os em relação um com o o utro. O reslJlllldo di I I
'inda liante das p ossibilida des qu e lhe oferece um am biente qu e , por out r o '( mp aração po de ser um a tran sforma ção so cial de c on junt o.
Ia 10, 'm parte se tr ansformou . Os ind ivíd uos, de fat o, dis põem , co mo vimo s, de r ecur sos h " '111)',
Es sas dua s op erações suces sivas per mitem revel a r doi s paral elo s ess en - 11'os e inclina m- se a rea gir de ma n eira diferen te dian te do risco 'dll i 11
ciais entr e a micro-história e o mé todo de Barth. O prime iro co ncerne à qu e s- i' 'rteza. A ma ioria é cap az de re cusar a no va trans açã o prop ost a, 11111,.
li o da muda nç a social. Co mo pa ra out ras tend ên cia s em hist ória social, um itlgun s pion eiros a aceitam , e se e xtraem de la um lu cro qu e par e 'Silt i/"llll
dos pontos de partida da micro- história é um se nt im ento de i ns atisfação co m I rio a eles p r óp rios e aos out ros atores , há boas chances d e q ue sua d '(· i
I dimensão de mas iado estática das ab ordagen s mac roestruturais. 38 Ao mes- /"I,o se ja generalizada, e mes mo institucional iz ada. Isso lev a à red 'f 'il\j~ll!l
11\0 t 'mp o, em luga r de se ap oiar em es qu em as lineares me cânicos e ab str a- d ' valores , de a cordo com u m me canismo q ue o auto r ch ama de fc d l)/ / (' / "
IOS para ex plicar as gr ande s trans forma çõe s sociais, os micro-historiador es d ão I" os valores são dado s estáveis que p esam sob r e os ato re s, estes ol1lillll
prioridade ao estudo dos mec anismos concr eto s da m ud an ça. A pa la vra-ch av e 1111\portanto a pto s, per manen tement e, a inic iar pro ces sos qu e levar: () iI I
qll ' S ' imp õe aqu i é modalidad es. G. L evi - e out ros - não crê qu e o m ode - d ,rini-Ios.
lo da "mode rnizaçã o" ba ste para d ar co nta das t ran sform açõe s do Estado a
plll't ir do século XVI . M. Griba udi proc ura i r além de um a leit ura ide oló gica,
i'lI 'rnalista, da ades ão de Tur im ao fa sci smo. O interesse dos do is est á volta- Os có digos, os valore s e os conh ecim entos [ ... ] não const ituem. tlp '1111 I1
do pal""l os process os efetivos qu e tornaram pos síveis ess as evol uçõe s . pr emissa s e as limita ções pr év ias das a çõe s p articulares: essas :I~( 's 1'11111
133rth também se inter esso u po r es se prob lem a, e sua ob ra prop õe vá- 'f eiro se rep ercut em por incr ement ação sobr e esses códigos, valor ;,' '('11
suas pró prias P " i'()Ilt1 i
I iilS r '1'I'amentas analític as par a enf rent á-Ia. Tod as decor rem da sua r ecusa nh ccimentos, e pod em assim afet ar e modific ar

'111 (t'illar O mu ndo soc ial como um todo hom ogê neo e coer ente. Inversamen- Ç( es.41
I i' COt\)O vi mos, do pon to de vista f uncion alista, o a uto r cons ide r a q ue o u n i-
V'L'O los valores nun ca está integrado. 39 Em outros termos , ex istem valor 's
Voltamos aqu i às premissas de no ssa análise. A r azão pela {Jllill 11111111
1111' ,',o il'r 'du tíveis uns ao s outros, q ue não po de m ser med idos com o m 's-
11I1dil 'nsão microscópica a fo nte da mud anç a soc ial está ligadll illl
1110 111'11'0. Essa integração semp re imp er feita con fere po tenc ialm ente a to-
1111111 1\'ia qu e ele conf ere, para us ar s ua ex p ressão, à d iversic /:. I c / (' , I)i 'l'li
do /"Ii,'1-rela S cial uma dimensão process ual e dinâm ica. Ass im, ao ofc re' 'I'
d I1dI' dos va lares, diversidade das pos ições i ndividuais, às I'liIi s ,'i' ,~(
1I11I1I
p 'lu pr il 'ira ve:t na r egião - a possibilidade de um emp rego assalariado
/1111 (,i 11'ia, entr e os a tores, da inc erteza q ue pesa sob re as 'OIlS 'ti I 1111I1
( Il'I',ldal' IUl'ante ano todo, a intr odução de técnicas mod ernas de p S 'li
dll' . 'IIS IIIOS. Longc de ser um todo co erente, a v ida social' r'illl d( di
1'0111 l' '(I , no nort' da N o ruega fez sur girem questões novas.
I 1\ II('illi,', 'ada 11m dos q uais of erece um a possibilidad c d' nllld 111,'I. 1:\111
I II ' 11 11 ' P 'r mirer n qu c um a inovação , de início insignifi ant' 'plllll Ii di
() 1111' ~ Ilm;l jllSt'<l r'mun 'l'lIção p'Ha pescar, q uais são as equ iv<ll"'n 'illll 1111d idll, " , g 'n 'ralizc e, ao final, se institucionalize. E 6 por l\H'io di I
IIIOIll'lr tl'illc das di~'1' 'n ':IS I' 'om pet n 'ia, qu :t1 6 () v'tlOI' elo t 'mp o liv!'(" 1111I 1111.1 110 'ss 'n ,ia I qu e se o pera a passagem do micr s 'ó pi '() 110 11)111'111
dll 1IIIIOl\Olllill, <111vida 110 IIII'? ,': O gr anel 'Z:IS qu e as p 'SS():IS S) 'oll\'oi 1111'1<'11,011 Illllis ' nrnm nt' a 'onstrução onstante dcst' por 1111 11
,1(" NII

/111111I 11 ('OlllPIII'lllll ijlllllldo I' m '10 q ll' f,IZ ' I' o balan '() dos 1I1'/'OS' dilli 1111111 ' 111/1', por tod os · ss 's as p' 'I'OS (a indi vicillalií',açã o I, 'lIdll ,~rl 1111
1 " II I 11 I 1111111
Io s d' 1111111 l'I'i111S:1
'10. , 111d I pll plilll~'1 o . li 'nra s' da Ia ~ liv 'rsidad " () 'onSl<inl" 'J1 I' '111 111
)'"" l"lll'llI'il" d' lodos os · 1 '1\1 'IIIOS d' 11m sist '11111,a 1111111
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lIillllO no CJua l o autor , é bo m lem bra r, fo i for ma do no iníci o dos se us
c '1IId o~.4 2 I iame nte co m ele nes se pont o, e fala menos em falsific ação do qu e em vali
d:lção. Ainda assim , a im portância co nsid erável que ela atribui a esta últ il11 I
A seg unda q uestão q ue o tra balho de M. Grib audi p ermit e co loc ar é ,I leva a trata r a história com o um a verdade ira ciência exp e rim ental,46 alinh a
II da g neralização e da va lid ação, por me i o de proc edime nto s quantit ati- da à ex plicação.
vos, dos mec anismos ge nerat ivo s id ent ificado s p elo pesquisador. O autor
Pa ra enten de rmos mais precisament e o car áter de ssa valid ação q uanLil:l-
~l'I'" ' um método "ex per im ental". As hip óteses qu e extrai (a que con cer-
t iva, podemos com parar a ma neira pe la qu al a es tatística é utili zada res pe civ,tt
11(', por exe mp lo, à i nfluênc ia da po siçã o soc ial dos tios sob re a mo bilid ade
111'nte pe las a bor dagens "ge nerativa s" e pelas a bordagens macroe struCllflllS.
Ho( 'ial cJ s so bri nh os) são res ult antes, "qualit ativam ente", da ob servação in-
( mo do pelo qual es tas últim as pe nsam o o bjeto é homog êneo ao fun iona
tC'lIsiva le um núme ro redu zid o de caso s. Para valid á-Ia s, ele sub met e ca-
11 \ '11[0 da es tatíst ica clássica . A mb as con stroe m categ ori as distint as,4 7 ent'r ' :I,
d I lima leias a um tes te es tatíst ico, construindo em cad a ca so os indic ado-
Il',' :lprOI riados . qll:li~ é possível iden tif icar c orresp ondên cias dir etas. As unida d es de o bs 'f Va
\ , 10 S1 0 tratadas co mo átom os , sepa radas uma s das outra s e ag ru~ adas m ';1('
,heg amo s aq ui a uma últi ma grande se melhança entre os tra balhos de
/'11 ' ia s monotét icas de f inid as ex ante: ass im tam bém, o perten clment o li 11 11\,(
1\.111h 'o da mÍcíOstoria. U ma vez co nstruíd os os modelos generativos, o a u-
11 11outra categor ia pode se r definid o a priori e se m amb igüidad e, em 11 11 1\,110
101 11 lrlleg uês conside ra que o pes qu isador deve s e asseg urar da sua valid ade.
dll po ssess ão dessa o u da qu ela car acterístic a intrín seca , ?ra, nu m caso '0;'1 11
11 11(1IIt'rO, considera-se que o co m portamento pod e ser duetam ente I'11 11',1(111
(~ na maneira de vin cular a teor ia à rea lidade q ue ela procu ra de screv er qu c 1111P 'rre ncimento a um a cat egor ia: a es tatística, ass im co~ o as a b?rda.g 'n,s 11 1.1
1'0 I mos es perar cri ar ess a possibi lid ade de falsif icaç ão e de c or reç ão das 1 IlIl'S Lr llturais, despre za relativ amente os caso s mi norit ános , a pnmclra ftll, 11
h ip óc< ;scs so bre essa rea lidade, T alve z se ja nos me us id eais - e, es pero, na 1111os "re pres enta r" pe los casos t ípi cos, ma jorit ários ; as seg un das en falil',:llldll
l11inh a prática - relativos a essa qu es tão que eu me sint a mais dif erente dc I "O 'r'\n ,ia dos sistema s s oci ais, É ass im que as a bo rdag ens macroest'rllt 11 1 111
111 11i('osdos mcus coleg as: pr et endo tra balhar num a discipli na na qu al a tcO - 1"lIll'll1 ~imultaneamen te co nf erir à es tatística c láss ica u ma fun ção ti' I 's t'1i
I ill 'os dados empír ico s se jam conf rontados em mú ltiplos nívei s.43 ~ll0, d' 'x plicaçã o e de validaçã o.
t\ '~ tatística cláss ica não pod e desempe nh ar ess e pap el nas a bol d,1
t\ pos lçao de Barrh pode ser qu alif ica da de popper iana : o autor fala 1'1 II~ "1'1'0 'c~s llais", Es tas última s partem do prin cí pio de q ue a ? I ~ 'I 11' I1
V\ Id Id 'il'am 'ntc, c em v,írias o porrun ida des,44 da necess id ade de po der SIII )- lill' I'II!'mas so ' iais não po de, por si só, indi car o que qu er que se ja soh!" 11'1
li\( 1(" os 111 0d lo~pro postos (p ois trata-se a penas, em tod os os casos, le mo- 111 1(' Illismos 11 Ie as geram,4R Além do ma is, e c o nseqü entemcnc., '11 1
tl 1 0 I li I 'l1l tlLivtls I falsifi ação . A mi cro- história não concorda n '~~ :I. til I" 'IV:lr S u interesse aos ag reg ados mai s maciços, es sas a bor 1:1' 'li pl l'
1111 111 1 I 'vaI' 'm eonta tod os os caso s, me smo raros, mesmo úni 'os, I': l'llIl I
di 111111lI" ' a o bservaçã o dos casos mo dais não pode b astar, '111 si 111( 11 111,
I' ,'\ 11 11,10\ '111 11'" ",ni 'I'OS'(\pi 'o" do mo leio d< .: Darwin, pod<':/llos , <.:m meio a U /ll:r lil\ poli I dl'S V 'nd ar um c n jlln to de no rmas qu e rege m um sistem:l, ":1,1 1, 11 1111"1
1111 111.1.11011 111.1111 " IIOS I' ,r'ril' I 011 '11ti, E, M:ryl', nc longilq~'I11l1cnr. hilrl's I (/(lIlillllllll di 11 11l1l1l l\1l1 ( 'ontinu ar a conf erir à es tatística uma fun ção de 'X/)/I "\'/(1 1 ' .1 11

'/'1 )'111 1 \/\ 111'111111/1'/11 '11()llIli()III1(>'liJ(lII~iJr( l:rm bl'idg', M as'" If al'val'd liniv 'l'silY p" , , 11 111'11 (11,IU ,:lO, s ol a 'ondição de co nstruir ind icadores ada pta lo~ ao, 1 \~" I
1'1'11), 1'11 11 '1I 1111 111 11',IO~,' 'llS '1Ip íllllos 4 '6, NOl'mos C jU ' FI' 'dl'il l'\anh, C jll " '011 10
I l
i
IldltlllllH P 'Ia o bs 'rvação n,i roscó , ica, a es tatística pode manc 'r S,II111111 11111
11 111 ,1 .1,,10 1 II1 P" 'IlriO I ,,' IlIl lil rlll'll1a~'1() '111 "hiolog ia 'vo lll 'ionisla" r,,,, S 'II~ ('Si 11 til \ lI/h/llpTo das :l bor lag ns pr cssuais. E sa dimensão é css ' 11 'Ial 11 111111
tllI II1 1/ 1111111,11 11111111, dos 1I11 0S40,11111 11P 'I'fudo '111< /11 ' 1i "síl1t 's' 'vulll 'ioni,'III" 1i
I' 11 1 I 11111ti Iti 11 11 1111 111o 11',11110 1 P 'nS11I1 I'111 0 dlllwi niano (v 'I' so b" 'SS' 1)(111111 A, 1," t1l illl I 11 1ql l ' P 'I'Inic' p<tSS :lr lc LI m a o bservaçã o "qu'~ I'ItatJv.a " <.'I 1I1 }) 1\11 11111 (1
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d. I 11 1 I I li 11 111II 11 111 11 I. I1 \ \ I li',
I I" I I 111pl 11 0 111llIlllllllti~'1 o 111 ~I, (;11 11111 1111 W/'I", JI, 1 I ,O,
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I 't1I 1i',i 10 de casos para a possi bili d ade de uma gen era lizaç ão - a qu al cons -
1illli v 'ruadeiram ente o objeti vo fin al da análise.

Pr ocesso e expe riê n cia: i nd ivíd u os, g ru po s


U m a vo lta à ob ra de B arth é portanto valios a p ara decifr ar as caracte- id e n tid ad es e m Tu rim n o século X VI]
1 ,ti 'as e s o b jetivos da microstoria, Ela p ermi te es clar ecer as divergê nc ias
ti' 1'11 1110 existentes ent re o q u e cha m amo s de "abord agem m ulti scópica " e
,I los m i ro-hi storiadore s itali ano s, A ado ção sistem ática de u m a es cala d e
111 1lis' m ais f in a nã o correspon de pa ra eles a uma ex per imenta ção pa rticul ar
11 11" ()llcras poss íve is, assim como n ão tradu z um a simp l es von tade de pr o-
tillzir um f eito de estrangement. Em seu espí rit o, ela decor re ao contr ári o,
/I ' "ssll1'iam ente, do de sejo d e dar con ta, o ma is ex au stiv ame nte po ssív el,
tio, Il\ ' 'unismo s de produ çã o do re al. 1. Em 1963, ao esc rever a introd u ção de The making af c l1 ' I~ I/I:I/',II
1\ mi rastoria se bas eia assim, verda deir amente , num pro jet o pos itivi s-
\l' Irlán 'J ' elass, Edw ard P . Thompson ach ou que devia ju stif icar IInl I I ltlll
I I, 11 11 'r 'n '\ na pos sibilid ade efeti va de re cons tituir as ca dei as cau sais, qu .
f'I/l IilSY, ou se ja, desa jeitado . O gerúndi o making nã o era eleg ant', ll1a, Iill
I o 11() , ntr da s s uas pre ocup ações . M ais exatament e, dev erí am os f alar,
1'111. 'ia traduzir corretam ente a si gnifi cação de se u tra balho, eu obj 'I i li
I1 s 'aso, em "neo positiv ism o" , pelo des locamento que ela imp õe ao s o bj -
11,1 r· 'onstruir
IlI'lI do hiSl'oriado r. Nã o é m ais "o qu e rea lme nt e ac on te ceu" qu e este últi-
1/111d('v . pr ·t nd cr rec onstitu ir, e sim "tudo o q ue pr odu ziu o que acontece /l
11111I1 Iti 'ria I 'r a ontec ido" , un process o ativo , que se dev e tanto à aç ão hu m ana [ag en cy J 111111111111 0
'onu i ionam entos [eondit ioning] [0 0 '] Por classe, en tendo um fenôm ·no f JiM Ii
ri 'o, IU C un if ica um a série de acontec im entos dís pares e a pa r '111'11 11Ill l
d 'S 'on<: m dos , tant o n a m atéria- prim a da ex periência com o na '0l1S1 i 11 1111,
Illsist n aráter histórico do f enôm eno. Não ve jo a class e co m o 11 11\I "!' I1I1
1III 'a", n -m mes m o com o um a "c atego ria", m as co m o algo qu - ) '0111' 1 Ii 11 1'I
11\ -I1L- ( , uja ocorrência pode ser dem onstrada) nas relaç - -s hllll1\IIII' 1

(':, '1/1 lar 11 1 pr o osso , m ais que um o b jeto - "a classe ' U llla 1 ,L , ', 11/, I
1111I I1 11 II1'lIisa" -: em iss o que exigia se r justificado, N a da era m 'Il(U lill 111 ,
1111 1('li'l!o, na pdti ':I histo riográf ica , cu jas es pec ializações mu il'as V'i',(', ,I 11I
I 1\11111.1 li '()I \I I', rio, na in lividualizaçã o de o b jete c n, co ntornos b '111 1 '1II li!l(l' ,
111 11Ii 11 1'I '11\ il 'an,pos listin cos da vi Ia 50 'i'd (o econôm i , '1l1 lilf 'll1, o IIlill
11 1li 11'" 1 \ tll1, lis' I 1'0' 'ss ll,,1 in I li av a l im a m udanç'l le I ers p' '!iV iI li .('i iv I, I
til I j\ll li illl lO I' ,' lllV il bilslllnr' 'ons 'j '111 ' , Ia (1'1 111,hoj -, Ih' som os d 'v '!l1I1 " I

I I I' 1111 11111'


11 11,1 .1 1 1 1 ,1111 1 11 1 11 1, t i /111/'1\1111 1/\1/111 IIII/,It,j" (l \Ii'l, ;lllIi"lIllIl, '1 1111,IIHUn,
I' I \ (1,11 N III ',I \'11 11, 1'111 \ I~~ tlII I 11 11111111 \ 11 11/111/1"'/1 tllIl'!lI\\l' 11/1('111/111 11 / ,/ li,

Ilh, til 111 111111,


I'" I 'li llil, II/H/ I
li, ti, i' II
P'lssada s qua se duas déca da s, defr ont ei-me com u m p ro ble ma sem e- (" s r re pre sentada apenas por um únic o cor po : a mun icipa lidad . Niln 1111111
11111111 '. I~s tudav a um proc esso - a formaçã o de gru pos profi ssionais -, e es- 1':11',n essas im agens da cid ade , par a as p rofi ss ões e os ofíc ios. As 'orpt)l,1 1I ,
',I o pvé O ditou, por sua vez, tod a um a série de escol ha s ref erentes à maneir a ('m particul ar, estão ausentes delas; ao lado da munic i pa lidade, ap 'li I' 1
d(' ahor lar as fontes e de int e rrogá -Ias. Gostaria aqui d e ev ocar essas esco- lI\(dh eres e o s jo ven s têm um lu gar at i vo na s cerim ônias urban as.
111:ls.\ M inha dívida em relaçã o à ref lexã o de E. P. Thomp so n fica rá ev iden- Ess a repre sentaçã o un itária da pop ulação resistiu duran te muilll 11111
1('; 11 ):1;,l ..:vidente ficará també m aqui l o qu e sepa ra as du as pe squ isas, pois os po: não foi po sta em quest ão pelas mu d anças po r q ue a c id ade paSSOl 1 ,111
dois proces sos de aná lise foram dif erentes. A aborda gem de Thomp son era longo de todo o sé culo XV II, desde o aum ento da popu lação até o d 's 'IIv,1I
1I1i1'ro-histÓrica. Já eu quis leva r at é o fim o qu e me pa rec ia se rem as im pli- vim 'lH O das manu faturas e das i n dú stria s. É som ente m ais tarde, I' 111.1
,',\(,'0 's da análise " pro ces su al" e m e pa rece co nstituírem as prin cipais con- 11"ira bastante brutal, que ela sofre altera ções im portantes . No con '~'o do
Iliilui 'õ s da microanálise . Tentei acomp anhar os prot agoni stas daq uele ~ 'Ido XVIII, e sobretudo nos anos 1730, tudo parece tra nsf orm ado. Os 1i
plll ' · sso em seus perc urso s individuai s a fim de reconstit uir a variedad e d IIlIlis c as cerimôni as abrem -se en tão a vário s ofícios , as corpor ações I 'S('1I1
'<lliI 'x periêneia nos di f erente s camp os da vida soc ia l. Qu is, em suma , defi-
pt'l1ham ness as oc asiões um pa pel de primeir a importâ ncia, os bairros dll
lIil S 'us interess es a pa rtir d as possi bi lidades e da s i mp o siçõ es qu e se p -
,'idndc os tentam as insíg nias da s cor por ações e dos mestr e s, mas ta1111)('111
di 1111a pre,entar a eles ou influir so bre eles, ma is do q ue a pa rtir da po sição
'lil' () '1l pavam f orm alme nt e na h ierarqui a soc i al. A análise proc ess ual entr - d,I,' assoc iações de compagnons e de aprendi zes, A presenç a d a linguag '111dll
II1'Oll-S ' assim com uma aná lise do s itin erár ios individua is dos prot agoni st'ls 1IIII> alho faz -se constante, e as de signa çõe s dos c ont empo rân eo s são 'I1rillll'
d 1111 ,1Ia hist6ria. R esultou da í uma relação ba s tante dif erent e entre o s co m· IIIIIIS 'om qualif icaç õe s pro fissiona is. Para lelamente , o pape l da mlll1it'i p,di
plllllllll 'ncos indi viduais e o que Thomps on chama de condi[ioning, e a inter- 11.1(1, 'smaece; ela não pas sa de uma entre muitas ou tras inslillr il,' 11
pl (', a< ,':o P ; 'ra I do proces so foi ela pró pri a mo dif ica da po r i sso . IlIllill1as. A ima gem unit ária da cida de é s u bst ituíd a, po rtant o, p or umil !lI I
(

, I11a~::( f ragme ntada de seu teci do soc ial.


,No ntro do meu tra balho está o proc esso s ocial pelo qual, nUl11 a A 'volução dos r ituai s urba nos ma ntém es treita r elação con a do d,
, 11I.ld " do An i R egime, o fato d e praticar um ofí cio tor n ou-se um crit 'rio IlIllI das or porações, A pós sua reintro duç ão no Piemont e no fim 10,'" 'Idll
dll' 1Iali ri 'ação s ial; um instrumento po r m eio do qu al foi po ssível desi , 1 : 1 'stas L'dtimas se dese nvolveram lentamente e com dificullad '; 11:llIp,1
11111os illdi vfull s; , do ponto de vista destes últim os, uma linguagem <11 1" 1I " 1\1 I'lln ,i nar rea lmente nem poder dese nvolver-se ao longo do S 'Idll ,
1111', p "lI11i lia situarem-se na hierarquia soc ial da cidade. Em Turim , a pil:d /'1lilll " Ma s brusc amente, nas primeiras déca das do séc ulo XVIII, pa.',',11I1 I1
dll' I'" llldos I', av6ia, a entralidade do ofício parece u-me de imediato s" ~'1 '/,11 d' 11m su ess o desc on hec ido: multipli ca m-se e co meçam V'I(IIIII il I
11111kll 1\1'no qu ' estava longe de se r natural ou atempor al: ao contrário, 'lI 111111 1("11d 's 'mp enhar um papel. Inse nsíveis às pressõe s do OV'I 1 1li l' 11 11ti
1 1,IV,1lidnn(lo 'om um pI'O esso datável, que devia portanto ser rec onStillli I 1111 11>"111:s I ressõ es me rca ntilista s dos anos 1670, se u dinamismo o\lt di 11
dll 11111:1s"l'i· ma i a ele ev i lências ca minh ava ness a direção. A pril ,ira ., 1'1111,11110a ritm os que não estão ligados ao desenvolvim entO' 'lIll 111 11li I
1111111 pl 'I '11(li 'onr'rir toda a sua imp ortância, ra a Ia re prescntaçõ's '1"1 1'1111\111 ivo da ,i Ia le.
I1 11111111111 's dn ~i(la I' 's olh 'ram - ou a itaram - dar ele'si m 'Sl110S 1111
I ) i11111' d ' 11ma tal ronologia, era preciso renu neiar a " '(lI1I1 I 1 11 11111
'"111'11 1I1I1P 'I o 10 'iativam nl ' cxt ns .
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il I'

r~ 1I d"t'lll!' 'I' dos S 'Idos VI' Vrl, por O a sião dos ritllais 'dlls (' 1IIIIII'Id llvia IOlal ' imediata entre a esfera técnica c pr dutiva 'a do, «1111
11111Itll , 1111',I IIOIIl("1l10S '11 1 'lI' 'a 'i Ia I' . 'I am ada as' IT1 0strllr ' a d:1I 1"11111I ('I\lOS ' Ias r 'Iaçõ s soc iais. Era necessário, em suma , r '111111'lill I
11111 1111111\1 11 1111 o,i III '.'1\1:1, 'llI l1i o ado ra li lingllllg '11"1do s ofí 'ios • da s piO 1111111 l'OIII'l'I'~'1 o "nllnlralista" Ias relaçõ s entre esse s lois planos" 11 1"illll I
I1 iI 1111111 ' il" 111\\ 11", Il:l\il 'i ':1(,::o sO 'i:1I sim plil'i 'ada, 11:1<lllal a p 'Illl, ,ri 1111',11,1 0 l'olllnlrio , so br' as 's olhas 'lu tinham det rmina 10 'SS :I I' "I" 'hl'lI
11 11 '1IIIdl /',IIIPIl S(" tkSI 1('11111, O "X 'r 'ito, a I1wgislralllra, a 111111 lIol)!( 101 I I II dll l'idlld " sohr' as r 'sisl 'n ,ias ~ lingllag 'm 10 tra balho " d' " 11>1'
11 II1 I1 li I I 111111111111 111, ('lIql lllllo 1 po p~ da 'do da 'idlld' o povo 110111 tlll',1111/,ol'IH', , ' a s('/'"il' .'0111'('.. 'li .',,' 'ss o in 'sI' 'ra 10, N: os' 11'11111 ('viII 11

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11 '11 111\, '111/ , 111\1I di 11111 1 d, 1111111' I
I I
t 'tl) 'nrc Ic neg ar a relação entre divis ões técnic as e divi sões sociai s,s m a s de 1l1'()f"i'sion ais, esses cnten os po uco a pou co foram enriqu ecidos '0111 "1111
I "ollh ccr que en tre elas as r e lações sã o m enos dir etas do qu e nos f az crer I' 'is sócio -econ ôm icas; a tom ada em consideração do s setores d :11i ItI Itll ,
lIoss a obsolete market mentalit/' Em Turim, as div isões técnic as, ao q ue tu do tios níveis de rique za ou de renda, das relações de depend ên ci'~ 'd ll Ill tll
illdi 'a, durante m uito t emp o nã o tiveram senão um pa pel lim itado na designa- tI\1l1 ' cios ofício s contribuiu par a produzir escalas cada vez ma is ri 1111,,tl
vi () da identidade e d o estat uto do s ha bitantes, F oi a penas nu m mome nto pre- I Llssif icações p rofissionai s reve laram contudo fraqu ezas difi cilm nl' I'I U
ciso da história da c idade que elas se impu seram com o um "idioma da lilV 'is, em esp ecia l num terre no em que realmen te poderiam f az'r :lVIIII 'li
's lrat i f icação", ou se ja, como u ma "construção social que encarna a realidade I P 's luisa - o da com paração. As crític as m a is es pecíficas q ue lh's fOi ,111 1
<Ia lif crenciação material e a transfo rma em gu i a par a a açã o soci al".7 li I1i " i Ias ref eriam -se à incap acid ade das categoria s sócio- prof i i n:lis <I,
A com preensão desse process o ocu pa um lu gar central em meu trab a- du,ll1gcr realid ades locais que se mostrava m irredutíveis em sua sin 'lilll
lho: o que, durante tanto temp o, im pediu o of ício de desempenh ar o pap el IltI Id '. I\. imposi ção de um m esmo código s ócio-profissio nal a conl ' (O S
d' 11m ritér io de e s tratifi cação? O que, em seg uida, o tran sformou num d os ti, 'rsos muitas vezes mostrou ser um a o per ação forçad a e de fra () I' 'lIdl
Ill'Ín 'ípios constitutivos dessa estratific ação? 11111110. As figuras profi ssionais registrada s so b as mesmas cat egori'ls '011 's·
IHIII<Iiam a P aris, a G reno ble, a L yon, a indivídu os cujos estatutOs so 'i,ll

. Faze r essas pe rguntas signif icava pôr e m q uestão um a atitude dif usa IHllli:lI11 scr muito dif erent es, co mo o eram as funções e a s relaç 's '0111 \1
I'lIltlllv ; o, Assim , os mestres pa risienses, a rtesã os qualificados, C/lias' o ItI I
, quasc irrefletida q ue cara cteriza um bom núm ero de estudos de história ur- Illdlll\\ 'm comum com os mestres lioneses , que por sua vez s I ,di 'l i 111 1
Ill1lla, A utili zação das class ificações p rofissionais como elementos desc ritivos 111 "O lll 'r io; ainda em Ly o n, m uitas categoria s interme liárias '1111 ( 11
!lI ' . , Ic aí a análise deta lhada dos diferentes aspectos da vida da c idade q ll I1I1 'li 's • o jornaleiros desapa reciam quando uma classif i açã I (lI' St'((11(
o p 'sqllisador se propõe exa min ar. Essa descrição prévia foi muitas ve zes con-
til Illi i da" era adotada. 9 Os mesmos problemas surgiam quan 10 a Plt'(H 11
.'id 'ra Ia ao mesmo temp o eficaz e necessá ria, já que perm i tiria registr ar, sin-
I' I Il1 ,'011 p:lrativa era colocada no centro da pesquisa Oll S 'ja, qllllOtlO II
I ,li 'amcnte, as c aracterísticas fundamentais do esp aço urba no. A d istri buiçã(
11111'1 \0 d:ls 'Iass if icações nasc ia diretamente da v ntacl' I' 'OIlf 'I'Olllill dil
tllI,' habitantes pelos difere ntes s etores da produção rest ituiri a um a im agem
11111 1 I ':lli Ia Ics urbanas. lO Ass im, imp rtantes tra balhos ti· lli.'I()li,1 '111111\
ti lS VO 'fi ões ec onôm icas da c idade (a indústria, as manu faturas, os serviços) .
1111 1i"I, 1II Im 'rosas c ricas monograf ias rC'ionais 011 IIrballl.' 1(' 1.1111111II
Il'llt ·t 'ria ao mesmo tem po à estratif icação soc ial, pois , implicitament e, a las-
1111 '1 111/l'S ti' 's apa r de sua particlllarida I ',nlO 1'11<It'lllIll '111111 '111 o I
i li 'li '; () profissiona l desen haria a esca la das hier arquias soci ais.
III IIIII( , , ':1.',
I~sse proce dimento, aparent emente neucro, fo i ob jeto ao longo dos (iI-
IllI<I 'I'-S '·ia Icgitim am 'ntc p rgllnt ar s' 'SS :I ill,lIl, qO Il 1 1 ti I I 1 11 ~'"
I illlOS anos de c rític as ex plícitas. Fo i tam bém q uestion ado por outras anCllis 's
III I"Idi.'siollais para dar onta I' r 'alitllld 's I 1IIIIIi' di 1'1 1 I III I 11 111 11
I
1111,' 'Iassili ações s oci ais que enriqueceram no ssa imagem da vida urbanl1 no
111111I P 'l'Í ' ti ' r 'v an 'h' 1010 'al so bl . o 1',loil.ti lIll, 111 111111 1111i I11 I II , I
111igo R gime. Talvez não se ja inútil ree xam inar ra pid am ente esses ilin 'I:í
1""111 1111\,\ 1 ','ist n 'ia Ia llnális' hi,'t()lir:l: 1'111111i11 i/:11 1II til I1 I Id l'lllI ti,
1 jll.',

/\s 'ta pas do de bate que se travou em torn o cI critérios I' 'Illssil'i.
1',1 '10 Sl!> bastante eonhe idas. A princípio baseados ap nas nos I1S p' '1l1
I 11111 I11I I(1I ,\10 NO!J,' 's~' l'lilll '111,1dll I LI' dI! I 11
P,I N,ildll VIII I('vi, 11Idm IlIilII111111I I 1111
111 11illIll 'lI 11111 11 \
1111111111 11 I IllI p qlll'l
I ('111'111111 .1"111I 1\1 1111 11,11 1/11 \ 111
:1'" I 'SS· f' 's p 'ito, as f'·f I 'XÕ 's l i' L, Bolranski '11) s 'U livro L<.:s '1Ic/f' 's, I, !i11l111l11l111 I I ,11 1 'I 'lill'l, I (1I1I1iilH11 It ~ Pillhll 1111 til 111 1I I 1111111 ,11
11 '1111 1: 111 11/ 1' so 'illl (l'lIf'is, M inlli" I <J H 2), 'SP' ·t:tlm 'nl . p, 50 ,55, I "" /I!, (11 'H ,I, 11/70
/11,1'111111\ i, (1II 'O!JSOI'I'IllIlf'k'l Ill'I1[:tlil, :O llllll'tlllll ~ 111 , II)Il7,I'Tditllilo '111/ ' 1/111/ 1 1 1 1 11 ,1 1 \ / H
1/\ ( ,IIll'iJlli('IIII (/ /11 11 11 1'11 1 '('llIllillli ',I': 'SSI I 'sliI'KI/III 'li/lltl)'i, 'd'lol (;, I ItlllIJI (illltl, 11(:11\" 111, I 1"111 11 111 '111, 1/111111111(I11til. I. 111 /,,/, 1/11 /1/1" /I/
1111111 1 \11111 N, I'11tH, /11 1"11/1/11111"'/111/ 11111111 /111111/1 ,,'!I/I 111 1'"\ ' 1/"11 1 \"11 I / J I , 1IIIItlI ,1/1\ I/ 1'/1//1111I
I I', 1i 1'"lIllIhl ~ 11,qlll 111 I1', liI(1II 1ill'I IIIIII(' '/1('111" d I, 11\/\'1, 1'llI l'f t 111''' " 1\1111"11111 1 li'" \ /IIIt 1 1/'"111 1'1 1' r ll \ rll!,"./IIII/I ti , 111,I Ii'/I 1 1'11 1 1 11I 1 1\111111 1111 1 1 )/ \ "lI
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p 'slIlIisa.11 Creio que na verda de a ques tão nã o es ta aí, tanto mais qu e as crí- I's lratific ação so cial de um a cida de do Antigo R egime . H Nes se ca so, 1I11I1 I1 1111
I i 'as mais pon derada s dos có d igos só cio-p rof issionais (com o por exe mp lo as 1.1aprof unda da da s f ontes tinha como ef eito multi plicar os atorcs so 'ial \ Idl
li 11, a a bamos de lembr ar , de M . Ga rden ) fo ram formul adas no momento em cI', o sex o não er am m ais simp les variáveis no in terio r de uma e 'al:\ 111I1 1d,1I11
qll o cntusiasmo qu antitativo estav a no auge e a con cord ânc ia era quas e un â- p 'Ias atividade s produ tivas; na cidade de Lyon no séc ulo XVI, e SllS (';11I l'lIll I
nimc qu anto ao f ato de que não exi stia hi stória so cial a n ão ser quantita tiva, ItI 'ntif icav am grupos sociai s aos qu ais era r econh ecido u m luga r es p '('111111II 1I
Olhando ma is de perto, não er a a f orm alizaçã o enquanto t al qu e es ta- 1!l1 'rior da es tratifi ca ção ur bana. Alguns anos de pois, o historia 101' Il.ill 11111
I':doa rdo Grend i voltava a esses temas. 14 Os objeto s de sua pesqui -a '1,1111111 11
va em questão, ma s an tes uma form alização c ompl etamente es tranha à exp e-
ri "'n ia dos a tor es so c iais. As pri me iras inter ve nções no de bate so bre o 111('1''s e jovens, ou se ja, categ orias soc ia is que es tavam mu ito prese nc 's 1I11~I
'slatuto soc ial atribu ído às di f er ent es prof issões e aos dife ren tes grup os s - 1.11IIl c s da baixa Idade Mé dia. Es tes último s não tratava m ap enas d' 1'11 1)\'111
'iais - de ba te que nã o ce sso u nos últim os 20 anos - j á consid eravam a n - 1111 I' orde ns. Ju r idic ament e, as distin ções de se xo e de ida de eram aí 1'1111(\,1
, 'ssidade de indi vidua lizar critérios de desc riçã o da rea lid ade pró ximo s da III 'lItais: os arqu ivos judici ais falav am ta nto das mulheres e dos jov ens <11 1:111111
. periência dos co n tem porâneos , In terrogar -se so br e as f unções e o estatuto doi 110\ reza e da ralé. Os est atutos civis ou criminais eram lido s, a s im, '0111 11
so ial dos mestr es, ou sob re a utilid ade so cial de ca da of ício, ou aind a so br' "llIlla 'artografia cultural das relaçõe s soc iais, um do c umento parti Ulal'l1ll'1I1 1
a 'stim a socia l de que gozav am, era já se inte rro ga r, de maneiras dive rsas ' I wlado r da imb ricação ent re va lor soci al e rea lid ade dos f atos". IS
n 'm sem pre exp lícit as, sob re a im age m qu e os a tores hi stórico s pod iam t 'I' A re pres entação e a a nálise das estra tifi ca ções s oc iais ur banas plll 111
I ' scu pró pri o unive rso soc ial. A poss ibilid ade de recon struir a estratif icaç , o II 11 11\Jio da linguagem do s próp rios atores soc iais - ma is que pela a 10\',111ti,
so 'ial leva ndo em co nsid eração a linguagem dos co ntem porâneos com e aV :1 "I,IIil'S I leitura exóge nas - encontra vam -se portanto, so b modali I:ldn di
portanto a emergir . \ ' I ,IS, no entro de todo s es ses tra balhos . Não se tratava ele su b titLI ir Silllpl l
Ao longo dos ano s 70-80, alg umas eta pa s decisiv as enri queceram 'ss I 1I11111' lima class if icação do histori ador pela classif ica ção do s conccmp Olnl\1 1I ,
r ,fi 'xã o e vá rias das pe squisas qu e a alime nta ram fora m esse nciais par:1 tl 11101:11 11's le re pensar glob alm ente os c ritério s de con struçã o des - s loi~ 11111
!lI 'U pró prio tra balho. Ca be aqu i co nfer ir um l u gar à parte à monograf ia d ' .111 ' dI' abor lag ens. No caso de Caen, a análise do vo ca bulário, long' d ' S ' 1),1
J ',111- ..Iaude Perrot s o bre C aen no séc ulo XV III. 12 Pe la primei ra vez o l j, I 1 1" i111'sma , a bria camin ho para uma pesqu isa so bre os s istemas ti ' S('I1 II1 I11
livo e x plícito era res titu ir a inter pretação do s co ntemp orâneo s so bre a',' 111II'II( 'S à classif icação, ("O es tudo das palavras só tem im porcân ,ia lia 1111di
1r:tlif i ação e a class if ica ção soc ia l d e sua própri a cid ade. A taxin omi'l do,' , I 11'111 <11 1'es tas In ' terrog
I am e as mes masI' as rea 1da des. ")16 A- SS .lm, o '1'11".111111'11
tll'í 'ios era construída a par tir do voc a bulário utili zad o pelos pró pr ios ha bil:ll1 111.11 : rio s níve is de análise f azia emergir a dif erença entre "o V) 'al1ll1:lIl11 I ,I
I 's ti' aen nos séc ulos À'\111 e XVIII . A apro xim aç ão das lin guag ens 'do, .1111 ,1111 ~ 'ni 'a"; entre o tra balho das classif icações e os o b jetO s 'Ias,illl ,11111
1I1 rilu tos vin culados aos of ícios, e m momento s e em é pocas d if erem 's, lan I', IIl11 l1\OS lraV a, acim a de tudo , co mo "os seg mentos de atividad' JlIIIIIIIII \ I
\':Iva ltlZ so bre deslocamentos de se ntido e des loc amento s no interior da hi ' 111111IlIlados no es pírito dos co ntem po râneos são continuam 'IH ' 111\,11111.111
larqllia social. Por sua vez, estes últim os susc itava m novas in terrogil 'o',
1II I" 1lil'Ial<lllia so 'ial elo age ntes ".17 Po r outro lado, as categorias lli- 'I II I
,01 r' as transform ações do tec ido social, assim como so bre as mud:1I1 'as 11,1
1.11111, I' postas por Nat alie Z. Da vis e Edoa rdo Grcndi, não S' sol 1l.'1I11111 1,llIl
p 'r' 'p ão que delas tinham tid o os atores.
Por s a mes ma é po a, ain da que num outro caml O e s 'm r' 'Of l 'I .til
qll:1l1litalivo , Natalie Zc mon Davis Icse nvolvia r f 1exães imp onanl 's sol1l ' 1 1\ J /111 111 11J):lvis, /, 's cll/lllr -s (/11 fl 'lIfll', l? ifIJ -Is, S:lvoirs 'r r {sisl':ll1c 's .111X I I / " \1 '/1
11'111, \ltilll'l I\IOlllili/!,11', I<)7(); I 'I.: Slill1l'ord, 1i 7.1),
1I I (;" 11111,I d 'olo/!,i:1 li '11:1 ';Iril: "m'i 'I: inclisei, lin:II:I: 1:1l'()SIIlI~,illl1' dl'l '1'.11 IIlil
11 1':,,11, 1111'~I( 's ~' 'onlr:lIl1 n os 11'[11:dhils d' 1\1. G:lId
'11 Ilv!'i 'I'S '( 11111,,1,1 \.li I
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I 11 I ,dl j'llIlIv n' (1·170 1(,70,111 (;, 1'11 li 1I , f\1. I{O ':I, I,: I '11:1P '111101(nh,), tilllll/I
I IIp IIl,i '1,1'1(1)1 111'S li' i:I \:odil'i ';lliol1 SO 'iOPI'Oi""iollll ,11 ', i" 1,'llislllil(' ,\11 1/ 1 /1 \11/1/ , 1111 ,1 1/111 111/ 1I 1'/I'lllIh,I 11 111(/"1/1 ,/I /lIlh 111 111 11'/:1111 1',111/ 1 '/1\11111 11"i,\II"1/
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iI \ I, I' '11,
I'I~,), " I 1 11 1 1 1 , P 'IH
sim plesme nte às ordens e ao s of ícios, ma s os reco rtavam , dese nhando co nf ig u- Iin Ia que de manei ra intensiva, sem referê ncia aos processo s qu ' ti,' /',1 I 11 111 1,
ra -es es pe cíficas de re lações , cri ando gr u po s qu e esca pavam das ma lhas das I' iss com ba se na co nvicção de q ue, de to da fo rma, elas po d em 1"111 11 I dlll
'Iass if icaçõe s habi tuais - as do s co ntempo râneos tan to q uanto as dos historia- 1,IIi cnee à experi ência dos protagon istas . Ve jamo s um ex em p lo: a I 'S\'II\I\II di
lores . lont pellier em 1768, restit uíd a por Robe rt Dar nton utilizand o ",i 'o d 1111 1
Partir do vo ca bu lário do s a tores so cia is imp lica va po rtanto que fossem IIllrguês da cidade ,20 é um tex CO a presentado como a utônom o isol~ldll, '1 i11
ref ormu lados os fundamentos do t ra balho de c lassificação , e repen sa do s os IlIivida, o leitor é preveni do da pa rcialidade do r elato: ele nã o ex pril ll ' 111ill 0 1
ritérios de análise do h istor iador , como as ca tego rias q ue havia m orientado 11 ali ade de Montpe llie r, nem a inter pretação de tod os os indivíduos 011 dI 111
o' ha bit antes da cidade e m sua aprese ntação das hierarqu ias prof issionais e dll,' os gru po s so ciais; mas , 'ao mesmo tempo , a desc riçã o não é nl'roJlllllol
d s estatutos s ociais . A dis tribui ção dos in d ivíduos e ntre os se tores de produ- 1111\1nenhuma oU tra fo nte, co m nenhuma o utra leit ura co ntemp orân 'a. ,111
çã a parecia po r conseg uinte como uma das re prese ntações po ssíveis da ci- 1111,I ortanco , nã o co nside rou necessá rio interrogar -se sob re os mo d os d ' I IOdl1
!::lde e não ma is como a rep rese ntação necessá ria. Da c lassifica çã o, a a tençã •• 11 1 I ' a imagem, sobre as relações co m o espa ço o u co m os indivídu os 1111' 0 1
S des loc ava para as re laçõ es q ue a h av iam produ zido; esse novo o lhar f azia 1Ii 1()I'rnaram. Em suma , ele nã o se int errog ou sob re a re lação e ntre a rcalid :ld ' (
r 'a parecer toda a va ried ad e dos siste mas de rep rese ntação s imultaneament I IIII 'q retação, re lação na qu al o p rim eiro dos d o is termo s rem ete à il I ri 'a\'\ Ii
'x pres sos pelos con temp orâneos. A ap ro priaçã o da li nguag em do s protago- dll V 'rsões co nf lituais
I ou conse nsu ais que se def rontaram em M ontp -1 1 iI." 1 '111
nist'ls ma rcava o com eço da pesq uisa, e não, segur amen te, sua conclusão . IR 1/11H. proced imento não é diferen te daquele ado tado por mu itos hislorillllll
Sob esse ân g ulo , os traba lhos m encionado s se disting uem de um a li- 11'I qu ' se in s piraram na antro po logia inter pre tativa .21 Há algo de p'lradllx:d 1\11
nh'l de pesqu isa ma is rece nte que, no e ntanto , f az da pre oc u paç ão em leva r 11[1) I' qu e o conce ito de rep rese ntação , que su btende a con struç; ( so 'i:iI I
'n conta as catego rias dos a tores so c iais s ua palavra de o rdem. Pe nso es p '- lllillllal le cada rea lidade, e q ue requ er po r consegu inte a nálises minl l 'il) 1 1
'ialmente nos tra balho s de historiadores - num erosos , nos último s an o - 1II Iilli lirn ensionais,22 aca ba por legitima r uma atitude de pa ssividad - '111 1 i
"11 ' se ref erem à an trop olog ia c ulrura l am ericana e mais e s pecificamen t ;·IOS 1.1\,\1) t s f ontes : de in strumento de desco nst rução da r ealid ade, ess' '1)1il'lllll
I ra balhos de Cliffor d Geer t z. Um do s po stu lados da antropo logia interpr e ali 1111 111,1,'V -zes s e transformo u nu m meio de re ifi cação dos "dis ursos", 1':111111
va - omo se sabe, a alreridad e radica l do o bjet o de e st udo; a lrerid ade qll ' dll 11,' Ira balhos mencionados , a lingua ge m é ce ntral: mas se , n S si li do 111
pod' ser "ca pturada " pelo historiador po r mei o da decifr ação do s sistemas 1(' IIi I l)lill so ial que citei, ela é reveladora d e relações , de confl icos, "lIli:IJl\'oI I

signif icação e nra izados no s comp ortamentos , no s tex tos , em c ada f orm a do 1111Il'XIO de Darnc on so bre Mo ntpe llier as relaçõ es, os conf litOs ' as ali.11 I 'I
"vivid " soc ial. 19 Em mu ita s dessas ob ras a atenção es tá f oc alizada, evid 'nl ' 11 1IIIp l 'smente suge ridos por uma voz e m o E E . O qu e f ica para O I 'ilOl .• di
ll1 'me, nas lin guagen s e nos modo s de des ignaç ão do s contemp orâne . 1',1l 111111 11111-nle, a im press ão de um fone co nsenso,·
li' 'lanto, mesmo qu e os pontos de conv ergência t eó rica entre as P sC lllisa, 1\ IIdoçl0 da lin guagem dos atores soc iais não perm it, portanll), 1 1111
los historiadores sociais e esses trab alhos sejam nu m erosos, é difí 1 1 af irr))ill 11 i 1111'nOS a prox imcmos da sociedade o bservad a. As categ rias III il i1',,11,1 1"
"11 - 'I s 'e jam dir etamente a parenrado s. Na realidade, as metod olog ias '11\
pr -g<l Ias livergem, o qu e acarreta imp ortantes dif erenças te6 ri as.
As análises das "re prese ntações " tendem a se f echar so br si m 'snlllS, ( "I 111111111111, (;,"1111" bOllrf ,(co isc: Ia villt: co m1 TIt :tt:xte, in Legral1d mnssl/ '/'e d',\ 1'11,"\ Ir
pOSlldado se un do o qual cada ex pressão do social dá a 'ess o, I r si s), a 11 111 ' " 1 11 / , l'r I'WI /I/II ('C,\'( /IIO,\'/ '1111 ';<;111 1'F ral1 c (Pa ris, R . Laf f ont, 1985 ; J 'd,: N 'W Vlld , IIH II)
IlIliv'rs( ultural cu ja coerência é prec iso reco nstruir rrad IZ-S , na v 'r lati" pm I lill 'I': 1111i!.1)lIIS,: ) IJ,'1'II1Ic/' IIIII,\'SI IC/,<; dos g:n s e outrOS <;pis6c 1ios /11 iJ;,\'1 1/';111 'II/r 1 1 l,/ll lilll
11111 11I 'iwl'a 'streit,~ das f ontes. Mais prec isamenrc, es sas f one -s s: o anilli, lid a, 1
I' /, • 1 d. Hio d' .11111 -il'O( ;"11:11,1 9H 81.
11""11\11 11,11'X I (', ('I'
lit:\IS <\11 ' S' d 'scnvolv 'rllln 1i pllI'cir do livro d' It 1)111'11111111111 1I1
1111111111 Illlilllllm !li, I l'i('oS ins pirados P ·1111 1I111'O polof ,(ill int ' 'rpr 'wlivII,l'1'. (;, I,' I, I 1"
111111 lil I f',llll/,i NIII II, 'IIIC /c m ; ,S'(()I'; 'i, ,H : m·77, IlJHS; IC (;!lllr[i 'I', 'I"XI" 1I1 1lld IllIli
IH, 'olll . ·SS· I 11I1IO,I 'l1l'to 1 1111111 'il'lI I ·111qlll ll SI o IIlilizlldllS IISOIIS-'VII~'II's tio', \11 1111111 11111111111 /1 11 1 /1 1 1 /1 ( 11 '1 \/1 1 1 /('1 1 1
I, //;,\'I 1 1 \, 7:IIH 1 ),,1 1 H,'t I{ '111('10idlldllOl'illl1 1 11111111 I II
plll 1I'os IllI, IlIilliilhllS d·.I, :, P '1'101,HIIPP lIl'tS SO 'illll 'I vill',~ I11 'VIII Sill'l "I/lIl l1 I
' 111 1 di 11"1 11 d ,', I" I Ilpl illl \'X :, I, I\ol pp 'tis,) (\\'tul, ;11 /'11111('(' ,di' W, 11., '11 1'111
11 \ li', ' :. '.l{ ): 1,11 117.IlilIH , 'ti' I ,I 111'11 " /, 'I) '1 1/,/(' t i ,1'1/1 /\ 1 1',\\,/;,\/11 / :/1 '1 111 11 11 /1 I1 J 1 l1 ll1 l1 l 11 I 1\1Ii/, IIlId li\1I1t""IIIII I/,'''/lII 'I) HI t 111 I" ,,,11\,1 111111111'1111 11111: II'I'PI'''( 111 1/111 11111 111
1111\'1'11/' \/f, /, l'lil , Idll I t\hllllllll'lI, IIIHI),I'1I1 1 plllilollpf llilo J 1111, III/d,'III .••.'I/III /, (.1 ', 11,lljHI
1'1111111111 lI.dl.11I11I di (:1111, I 11111, ,11 11 I' 1IIIIIilIIIIIIIIII di 'lllll'ld\ Idll I111 ", 1'1111 I 11 11,\,11/t il/ 11111111 "111'11 1111111,,11/", I I II ( 1111111I, 1/1 /1 ,'1 1 /1 1 1 'd 11'11/111 11 d, I "
1 1'/1 , ,/ t ld , /\/lII/,//I/ltI I, 1 /1 1 "" 1/1/1/1(1',111,1'111. I'IHII. 11 d NI \ 1III,IIjHI l 1 1 /. (IIIIII I/, Illdllll ""1 111/.111 111, I'HI' I) 1111 111 11111/1\
los contemporâneos são - assim como as empregadas pelos historiadores - o l(-nLes da pesquisa: uma induzir á um cruzamento contínuo das f01l1 ,11 /11111 1
resultado de uma interpretação do mundo em redor que prevaleceu, num de- oIl/-';crirá um desenv6lvimento d a análise em dois tempos, abran' 'lIdll 1"" 11' I
terminado momento, sobre outras leituras, provavelmente diferentes, Renun- III o c ontexto, em seguida os c omportamentos,
ciar a reconstruir o tra balho que está na origem da classificação s ocial23 Considerar a cidade como um ator social consiste portanlo ('1l1 1 1111I
contribui para perpetuar uma imagem rígida da sociedade urbana. Sobretudo, IIlJ .(ar sobre a construção das categorias dos atores sociais qu ' ~I "dlll 1\ 1111I
uma tal atitude reproduz aquilo que, a meu ver, constitui o principal limite 01 rc a construção das categorias atuais, Em lugar de consicl 'nll vilil lIl' 11
das classificações sócio-profissionais exógenas: o pressuposto de q ue os g rupos IH Ilcncimento dos indivíduos a grupos sociais (e de analisar as 1 1,1fll I 1I
profissionais e os grupos sociais podem ser descritos antes mesmo que se ja lI(' sujeitos definidos a priori), é preciso inverter a perspectiva di "Il 111t I
analisado o tecido das relações que os engendrou, É a definição do contexto I interrogar sobre o modo pelo qual as relações criam soJ idari 'Iali( I di 111
urbano que está em jogo - probl ema que não pode ser simplesmente resolvi- 'IIS, 'riam, afinal, grupos sociais, Nesse sentido, o im portant
' lltill, 111/\111t
do pela adoção das classificações dos contemporâneos. É preciso de fato apre- IIlili Ia Ic de todas as categorias sócio-profissionais - exógcnlls 011111111/
ender a cidade como uma cena na qual se inscrevem os comportamentos, OLl III.iÍS - mas impregná-Ias das relações sociais que, hoje como 'nl,lIl, 11111111
antes como uma parte integrante e i ndissociável desses comportamentos: co- III1I 111para o seu nascimento,
mo um a tor social.24 A alternativa é ao mesmo tempo de ordem metodológica

e teórica, Acepções diferentes do co ntexto urbano produzem orientações difc- 4. Reconstituir grupos sociais a partir das relações quc ligam o illd, t
tillll 'ra um caminho que me parecia importante seguir. J 7ormuhlll.1 111 t
It 1I1\l)S, nU se tratava de uma perspectiva nova, A proposição "I" '011 11\1111
21 Em relação a essestemas, a reflexão historiográfica revelou-se até o momento reticcn
te em face das sugestõesmetodológicas oriundas das pesquisas sociológicas. Entre e5la, dl,IIlI;:\S ntre os grupos sociais - e em particular as alian 'as m~lIlilllilllt,1l
últimas, cito especialmente os trabalhos de A. Desrosieres (Éléments pour I'histoire ti 's jll 'slava no centro das primeiras críticas dirigidas às 'lassiril';I,' H, II1
nomenclatures socioprofessionnelles, in Pour une histoire de Ia scatistique, Paris, IN$EI':/ I Illi 1.' n)s níveis de riqueza ou de renda. Bastará I 'm\)r;lr os 11111) 111111lil
Economica, 1987, p. 155-231; Histoire des formes: statistiques et sciences socialcs aVIlll1 1IIIIIId lousnier, inspirados pela intenção sistcmáti 'a ti, ti 'rillil ,I '"lIill
1940, Revue Française de Sociologie, 26(2):277-310, 1985; em colaboraçãocom L. Th6v 'IIUI,
, I .11,o ,ia I a partir de mapas desenhados por essas li 'al,o 's,
Les ciltégories soc ioprofessionnelles, Paris, La Découverte, 1988); os trabalhos de L. Til
venot e de L. Boltanskisobre a classemédia, e mais particularmente o deste último, /,c,\ Nao rei, contudo, que essa o[ ração S 'ja sld'i 'j '111', 11l'llllllllll1, pll
·adres ... Uma série de reflexões estimulantes para uma crítica das classificações profissilJ I1I I 111'n" ssário refletir sobre a signifi 'Ição <1" ' s' li 'S('j:1 dlll •'I I hl( [11 li
nais adotadas pelos historiadores pode ser encontrada em 'v v. H. Sewell Jr., OCCUI IlIilllllti 1111,011 \)"1'\ jul'amos que levá-Ias '11 'onsid'IiI,':IO 1'"i11 ''1"1111 11111111111
statuS in nineteenth-century French urban society, in R. M. Hauser et alii, Social scrll('(1I I 011111.11 ••'ompatibilidacles" cntre "I'lOS glll(H1S, 011IH 1111.1111111di I1 11111II
,.. ;/Ilc/ behavior. Essays in honour of "Villiam H. Sewell (New York, Acadcl11i· PI "",
111111111 tI':1I álisc para nos int rrogarmos SO!l1' ,I 1" I1 11111dll IIldl Idllll
C

19H2), p. 124-201; A. P. M. Coxon & P. M. Davies, Images ofsocial striltif/ciltion. (). '111',/
I 1""1"1110, sol r' as molali lacl st\' 'OIISIIIl'.IOd" 11111111111111 IIIIt1" I I1
lional strucwres ;wd c1ass (Lonclon-Beverly I-lills, Sage, 1986).
,I Uma renexão aprofuntlada sobre essa alternativa metodológica p ti, ser 'n 'Ol1ll'illhl I /1111111('liSO, a :ll1ális das r~ I s d' r '1:1,'ll( ,I podl I 11111111 11111 1111I
I 1I1111i1111
'1l1B. I,epetit, La storia urbana in Francia. Scenografia di uno spazi di ricer 'a, ,'i o ,i '( c di 11111.11 rina1m' nt "'1""1 n 'i I\I ('I)111 ( 111.
li II 11111
I li 11 'li I d dli 11li
S(orill, 5:6 9-66, 1984. O autor sublinha o momento da passagem da 'idad '. 'Or1\'XIII .1 I' ,p,II,1 d 'Iillir s 'IIS il t 'r 'ss 's \1\11.1.i1ll\\ lil 1111"1111 1111111lil
('id.ltI, alOr 'omo lima importante virad<l entre as primciras mon granas IIrbanas (a" dI. I'. 111I d 1',11\,'III11a, 'ssa an:ílis' poli' 1111 Ir 1 1 1i11 1'\11 li ti
••'11111
(;llIti) 'li, IlCillll';II'S 'C I, br..:;/IIv;,isis Ir..:1600;; 17 O . onrribucion;) I'his(!)ir' ,\lJ('i.t1, c /c 1./ 111111II IlIliivílillO 'o "1'111o '1" . o '0111 II 11111I111li 1 I II "11111 111111 1 111111
l'IlII/I'(' c/li .\'I'//,' si' '1 . (Paris, Sevpen, 1960), 011de P . I eyon, Allli 'IIS '11 fi ÍI 11 I , 1)/(11'111
/1111111
:,' 111111','1110I '1l1pO 111)1l':llIdllilll 1lill,I 111/111 111111.11111 111111'11111 qlll
I 111ft· I' (/lI!' ,"11 111soei ~c~ IIrl)aill ' ;11/ XVII" si ,c/ ' (paris-I ,a I III Y " MUlllOlI, IIII,?, 1'111 I" 1111111 l ',' li ','10 'al\\ 'lHO: ol 110,,)0 til 111\1I1 11111111111111 lill I \1 1,1
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111111I 11111111111111 1 , 1"1"11111101 de' Ilhlllrllol hll'id,I, (:1. 111('IP' llid (:, 1'llVlhllll1 '1111I' 1111'I I1 \ I 'I
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li' 'ntre o indivíduo e o grupo e que torn a portanto plausível a classif icação bo luem na produção de grupos para uso dos historiadores ou dos SC H 1111111'11
'nqllanto instrumento de representação da sociedade. (1 \ própria noção de média, segundo A. Desrosieres, cumpre exalal1\('liI( I I
Num livro célebre, Albert Hirschmann reconstituiu o processo pelo tarefa: como exprime um valor q ue não é própri o de nenhum elcm '11(0 11"111II
qllal, emre os séculos XVII e XVIII, a noção de inte resse, que remetia a um lar, ela nos c onfirma na id éia da existência do grupo enquanto reali I:\d '0111"I
vast leque de significações, foi reduzida apenas à vantagem material e eco- in lividual.)32 Sob um m esmo rótulo profissional são assim reunidos VIIIill" IlId,
Vduos. O compartilhamento de um ofício ou de um estatuto so 'ia I '1111'111111
11 mi a.27 Esse deslocamento semântico permitiu ao dinheiro adquirir uma
111 denominador comum, pois remete a uma experiência social qu ' s '111 ,11
I 'gitimidade nova: "Logo que a ocupação de ganhar dinheiro passou a usar o
pc e comum; e, por conseguinte, aos interesses desenvolvidos pelo pr()lul-\llIiI
I' ltltiO de 'interesses' e, assim disfarçada, reentrou na competição com o utras
taS. O lugar ocupa do na hierarquia social- da qua l a or ganização profissiOilill (
paix-es, foi inesperadamente aclamada e recebeu mesmo a tarefa de refrear
Illna expressão - é portanto considerado determinante da experiên 'iu illllivi
aqll 'Ias paixões que por mu ito tempo haviam sido consideradas bem menos
dll<t1tanto quanto da reflexão sobre essa experiência. A força desse pOSllllllll1
I' ,pl' cnsíveis". 28 Mas o entusiasmo suscitado pelo in teresse enquanto instru-
I 'side no fato de que ele apresenta sólidas unidades de análise prontas pal,1 c
111 'nt de interpretação das ações humanas apoiava-se sobr etudo no efeito I 'I) usadas. Se, nesse momento, a palavra "interesse" desaparece dos r ' 'to,
, Ir tl rdinariamente reassegurador que lh e foi conferido: "Finalmente fora I'ti· fato sua utilização se torna cada vez mais rara -, é precisament' pOlqlll'
'11'onerada uma b ase re a IIsta · para uma d'01' em socla
I" I" VIave. 29 Essa 01'd em se
(,Ia se tornou implícita na classificação: advogado, funcionário, comer ial1,t. , III
bas ava na previsibilidade dos atores, ancorada por sua vez num a suposta l'Il'gorias que por si só rem etem à s experiências,que podem ter aproxlllllltllI
('{)ilscân ia de seus comportamentos. Contra a desordem das pai xões que tor- IlIdiví luos, e portanto a seus próprios interesses, E evidente que uma 1iI1.I', I
na os indivíduos ingovernáveis - "Se um po vo s e tornasse completamente Illila 'ão entre experiência profissional, experiência v ivida, interesse' 'a 'XIIII
li 'sinrcressado, não haveria possibilidade de governá-Io", escrevia James I o ti· uma interpretação bastante precisa da vida social e da relaçao I11\11
•'I '1lare:lO- a idéia de que eram os interesses que dirigiam as ações estava fa- IlIlI'llHISc comportamentos. Ela postula a ex istência de estruturas nOfl\\.I1IVI
dlllla a S carnal' um p aradigma de sucesso, Os homens pareciam finalmente os grupos profissionais ou os est atutos sociais - nos quais os ~ndiv d,lIl11l,I
( '( )('i' "IH 's metódicos na busca de se us próp rios interesses. Nada mais efi- 111,CI' 'vem e pelos quais são em s eguida determinados. A ~x~erJ 'n '1:111I,d1,1' I
(' 11".,pois "a incerteza, de um mod o geral, e a inconstância do homem, em par- "11,ti, '11 suma, torna-se a t radução subjetiva da condição obJeClvam 'nl' I Itlll
til'ldlll', tOrnaram-se portanto o arquiinimigo que era necessário exorcizar".31 I (()Illpartilhada p elos membros do mesmo grupo.
I\s idéias de constância e de previsibilidade dos comportamentos estive-
11 111 1 portanca na base do êxito qu e obteve a noção de interesse entre os séculos S. I~ssa é a imagem elaborada, poder-se-ia dizer, por aqll " 's l" IlltllI
" II 'XVIII. Esses mesmos conceitos explicam, a meu ver, o sucesso das clas- qlll 1 'Ild 'm a assumir como dada a ex istência objetiva do grupo:> ,'(11,1.11 I'
i li '[lÇC 's sócio-profissionais junto aos historiadores, ao meno s no caso em que 1111,1110IIl11a abordagem "processual" como a proposta por I~.p, '1'11111111' I1 I
,111,S' IOr! am objeto de uma utilização ampla e pouco re fletida. A c lassificação 1I11ti 1 'slã fortemente impregnada por ela.
plOi'i,'sional é - parece-me - um b om exemplo de reificação do interesse e Wi 11ia111Sewell, num artigo extremamente rico, moserOll [11. li II( 1'1111
POli 1I1lO I 'ss' deslo amemo dos indivíduos para os g rupos sociais que acabo 111,('11\ { c)rm aç[í o /rI classe tr abalhador a inglesa, o desenvolvim '1\111,1111"
ti ' '11'ional'.
11\ grupo é um objeto de análise bem mais manejável que o indi- '1 " 1 •.1 d ·SI11·nt· alguns dos pressupostos fundamentais da intl(ldllC;ólll
1"10; 11o '. I, 'spantar, ness sentid , que muitas operações analíticas desem- 111111',11 dll I . '(O, a 'Iasse reapare e amo uma "coisa":

\ f\Lt I .1111111'11111', IIIIIYIIIIII LI 1IIII'oIIqlll'IIII.11i1111'I I'1111", 1 /1 /1 1 1 \, "'11 ('"


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de classe, antes q ue qualque r outr o ti po de co nsciência, é porque sua e x- na idéia de uma exper iência úni ca com partilh ada que Thomp son pod e pos tu-
pl:riência é uma exp er iência de classe" .33 . lar aí a ex istência de um a cultur a moral espe cíf ica e pr ó pria das classes pop u-
Itlr es. O povo reage aos preços de term inados pelos grandes comerci antes,
o pondo-Ihes um a cultura mor al do " preço justo" cuj a existência at es ta um a
Sem dúvida T hom pso n dedica à agency - aos com portam entos dos
'x periê nci a difu sa da subor dinação. Mais uma v ez, estr utur a e compo rt amen-
111111 'S - um a pa rte import ante de s ua an álise; o ator soci al q ue ele des enha é
tos situam -se em p lanos dif erentes. A prime ir a, sendo pr eex istente , está apta
I'11I1111l10um su jeito ati vo, q ue pode interpr eta r· o mund o que o cerca e é ca -
1 determ inar os último s. Para a lém das pr opos içõe s téoricas que Thomp son
1',1/, d ' articular um a consc iência de grupo . Ma s é a conce pção daquilo qu e faz
,'x prim iu na in tr odução de A formação da classe operária inglesa (mas não so -
I Jl 'r i{;ncia que parece re dut or a. Como sublinh a aind a uma vez Sewe ll ne-
111'nte aí), o mode lo estrut ur a/su per -estrutur a perman ece rigidament e pr ede-
llilllll\ 'Iemento de o r dem extra-econômica é intr oduzido pa r a dar cont~ do
1 'rm i nado, E isso porqu e a aná lise process ual não f oi seg uida até o f im , ou
I'" '11\\ 'nto de uma consc iência de classe. A ex per iência vivida pelo s indiví-
'.ia, não resultou num a tom ada em co nsideraçã o da noção de ex periênc ia.
dllll\ ~ línica, e é ditada pelas relações de prod ução que eles inevitave lm ente
"li I proc edime nto só teri a sido poss ível à custa de um a análise das inter-r ela-
I llIlil ' '(;r am. A classe ex iste por tanto em si mesma; el a está pr ese nte n a es tru-
~'o '5 das q uais os indi víduos são os prot ago nistas. Uma análise, portanto , que
1111I1 "onômica e es tá latent e nos indivídu os, poi s es tes últimos conh ecem
'(' dever ia ter vo ltado par a a articulação da experiência nos diferente s campos
II1l'I\ilS lim a Lll1iea for ma de r elação. O determini smo econômieo eontra o qual
'1'llIill1pSOn lutou res ulta ap enas um pouco m enos rígido; ele certame nte não ,lil vi Ia socia l e par a a influ ênci a desse embaralhamento d e experiênci as na
111\m ação das próp r ias estrutu ras .
1111111t ra pass ado na s ua anál ise . A posição n a hierarquia soc ial e econômi ca, a
I li' 1i 'n 'ia, os interesse s, ainda uma vez, es tão es treitamente assoei ados uns Um exe m plo dos m ais ex pr essivos desse pro cedim ento de análise
111',1I111 1'OS.A estrutur a se s itua num pl ano di stinto em r elação a os comp orta- Ilod ' ser enco ntrado num tra balho que tr ata de um assunto pró ximo d a eco -
111 1IIIOS individuais; ela é a o mesmo tempo externa e pre existente, e a r aciona- IIlIlIlia mo ral de Thom pso n. Trata-se de um estudo qu e se pr o põe ex pliei ta-
Ild 1111'dos ator es não co nsiste em inter agir com e la, mas ape nas em reag ir I.I,'nl ' testar o mod e lo de r elações ela borado por esse a utor , embor a num
111 1111" '1:1, tr ansforman do-se em consciênci a de c lass e. 111 11l'xto dif er ente. R enata Ago a nalisou o fun cionamento do m er cado de
1':,'1' não é um q uadro conceitual espec ífic o do gran d e livr o de Thomp- ".11os 'n Ro ma no séc ulo XVIII, a partir de um a per gunta es pecíf ic a: a polí-
1111 1':11'oncr amo-Io ta mbém em trab alhos ma i s tardios d edic ados à sociedade 11,',1 IInonária realizada pela autorid ade pontifíci a se conf orma va ao m odelo
1III 111i '0 R egim e, em que o p r o blem a cent r al era o d e estudar os me cani s- dll (' 'onomia moral das clas ses popu lar es? E, inversamente, o liberali smo co -
11111 '111' I' 'guiavam um a socied ade dominada p or relàçõ es paternalistas, Pe n- 1IIt'I('i:t1 pr omovido pe lo Estado pontific al a partir do séc ulo XIX remeti a à
I1 I' !lct'ialmente n um do s artigos mai s conh eci dos do hi storiador in glês, 1110,', o le um modelo capitalista?35 Par a enf rentar esp ecialmente o prim eir o
""'11' IIloral economy of the English crowd in t h e 18th centur y".34 É apoiado d, 's pr o blemas R . Ago decidiu acomp anhar os prot agonistas dessa s troca
I IlIlil'\ 'iais; r eco nstituiu a fisio nomia social e a atividade dos co mer ciantes e
dll', (,olnprad or es; e, finalmente, re lacionou os comport ame ntos no m er ea 10
II \ . 1 1 . S 'wt:II.lr ., How classes are made : cr irical ref lec tions on E. P . Thomp son's theory di ('S atores 50 iais com os interesses e as r e laçõe s sociais tec idas nos cam-
"I 1\'1111 111 1','I;ISSf orm ation, in I-L J . K aye &K . McC lelland (eds.), E. P. Thompson. Criti- 1111 t liaS grandes pro pr iedades. Em suma, r econstituiu a ex periência dos
1 li /11/1/1(' 'Iil/' (Philadclphia, Temp le University Pre ss, 1990), p. 56. I"111,tl',OI1iSI as nos diversos planos da vida soc ial. Os resultados dessa análise
I I I ,111 11,: I J ' 'onomic morale de Ia fonte da ns l'Angleterr e du XVlIIc siecle, in F Gau- 11, \ Ii t'1I1a m 'n te i nteressantes. R . Ago per ce beu que, na situação a nalisa-
11111 1 \ ' H, H, li, i (t:ds.), LI guerrc du b/é:lU XVIlIc sii:c/e. La cr itique populaire concre le d,l, "11 Illidor pa rr e Ia populaçã o pod ia se encontrar, em momentos difer en-
11/11'''/1111/' 'I!IlOllliljIlC:/1/ XV JI l c sii;c1c (l'V[ontreuil, Pa ssion, 1988), p. 31-92. Esse e nsaio I1 ,110 1 1 1 '1 ) 'I I,vt.:n ledor, de autoconsur nidor o u de co mpr ador; e er a esse
11" 111111,11l)ti "01'1"1' dos anos, um animado de bate. Entre os co mentár ios mais inter essa n-
1 1 ,I I I':. 1"0 (; '110V'S', 'I'11t: m<lny f a . 's f mor al t:con my. A . mri buti n tO a dt:hate,
I' til' I ,'ollling 'llI ' 'lU', pr' 'isam nc , sug 'ria a cada ator uma conduta pe-
I', , 'li/ti /I,{",I' '1/1, ,H:161· H, 1'73;.f . SI 'V'l1son, Th' "moral' 'Ol1o/llY" IIl1d I h' 1~11 p;lish 111 111 I'lIil'l 'lido. :0!110 II:tO havia pa p 'is pr -(\ 'c rm inados, r eeo nhecido de
11111 '11IIIYlh ,11li1 I ',di! , ill A. FI 'I 'h 'r ~ J. SI 'v 'I1S011('tis.), ( 1(/('1 Illlt l tliwl1'I/'1' ill ':lr/)'

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lima vez por todas e p or todo s, nã o se po de p ortanto f alar de u ma adesão a pregnou no Oc ident e a teoria social com o um todo .37 A um a ilTla '111 Iill \ llil I

11m sistema ideológ ico preciso; o pa pel de com pra do r ou de vended or indu z .. ) ial governada por norm as ex teriores (e port anto a uma visã 10 '(11111""1 I
a r ivindicação de um contr ole sob re a defini ção do ' preç o justo' ou então a rnento indi vidu al co mo ex pressão de um a adesão ou de uma r' 'li ,I Iil I
r 'ivindicação de um dir eito ao lucro. A mesma mi stura de po sições se encon - normas), op ôs-se um a conc e pçã o mu ito meno s linear ma s bem 11111i,I11 I li I
lrn ta nto no fazendeiro do Es tad o de Castro qu anto no p obr e cam po nês de ,"Iação exis tente entre os ind ivíduos e o mun do circu nda n te. ( illtliv 111111
Monteroma no" .36 pode ser visto co m o um ser ra ci onal e soc ial qu e per seg ue ob j 't ivo.; I I
No ca s o romano, a eco nomia moral não é portan to a exp ressão da ex- l'ras e os lim ites im po stos às suas pró prias ca pacida des de esc lha 'sI. (I
P 'riência vivida po r um grup o social, mas antes um a f orma de re ivind icação , 'ncialme nte inscrit os nas relaçõ es sociais que ele m antém, Eles S' ,'1111111 11
I 'gitimada pela po sição ocup ada, de mo do contin gente, no mercado. A dif e- portanto na rede de o brigaçõ es, d e ex pec tativ as, de r ec ipr ocida I s, ti 11' (' 1
r 'nça em relação à inter pretação de Thompson é evidentem ente mui to im - liI ·teriza a vid a socia l. Num a tal per spe ctiva, o centro d a análise 'r á '011,'11
porta nte: no ex emp lo inglês, o discurso moral é revelador da coe são e da tllí 10 pelo pr ó pri o pro cesso soc ial- e portanto pel as interaçõe s ind ivi 111,11,
'on iência de um grup o; no exe m plo rom ano, ele de sve nd a a existência d 1I0 S diferentes cont ex tos sociais - e não apenas pelas instituiçõe s. I 11,
JIf :ír icas realizadas por pe ssoa s variadas ao longo de sua vida , ou até m es mo, IllIt u ras e das institui ções, a a ten ção se d es loca para os proces so' as i!ll I li

110 limite, de seu dia. Além disso, o estud o de Re nata Ag o pr op õe um a pers- \'( 's.3R Dissolve -se ass im o qu e Greg ory Ba teso n co nsiderava O prill , jl"t1
p , ,tiva prof undament e dif erente s o bre a relaçã o ex isten te en tre est rutura ' ('lJllívoco da ciênc ia ocident al, qual se ja, sua tend ência a individll:lli~:I1 1,11
comp ortamentos. As "leis do mercado" não ex istem para além da ex periên- ,1S 11n idades de análise: unidad es individu ais, em lugar de sistem:ls tI( 111
'ia I mercado. Elas são determin adas pelas relações - mutáve is e instáveis !t'I:\ções que envolvem os indi vídu os; ou ainda agregados humanos li, I1
entre comp radores e ve nde dores, ain da qu e os efeito s de tais relaçõ 's 1,'\ 'I as de relações entre seus co m po nentes e en tre es tes e o mu ndo '1\\ I(
1\ 'IT\ S mp re se jam buscados ou pr ev istos. tlOI,'W
É legítimo nos perg untarm os se int erpret açõ es tão diferentes não assi. I~s' a pers pec tiva relacion al permit e ref ormul ar a relação e xiSI '111(' 11
1\l\llIm a penas a ex istência de rea lidades soc iais na verdade irr edu tíveis UI as 11( IIS normas e os co m po rtamentos, Em pri me iro lugar, ela enri lU' , . 1111',• •1
S Olltras. Penso, a ntes, que os métodos de análise influ íram aqui f ortem '11 1111\. 'pçã das normas, pois estas não são def inidas de um a vez por I(ld,t" .1
1 ' sol r os resultados. Os proc edime ntos de a nálise seguido s por R . A O s, O 11,111il'da I o'ição f orm al ocupada pelos indivíd uos na escala so ial, 1l\i1í., II
d' ti po " process ual"; o o bjeto - o merca do de grãos - é ana lisado em s 'lI, Jlllltlll:.r.idas c negociadas nas relaçõe s que eles mantêm. Ela permil " til I1 1
'ornp nentes e suas relações recíprocas. A análise seg ue esse ncialmcl 1(' di ,'1 (1, d 'finir a noção de ex periência. O fat o de reco nstituir as inl "-, 1,1'fll
do is 'aminhos: de um lado , a individualizaçã o dos sujeitos que atuam 110 IllI plir:l til' ' não sc pode delim itar a pr iori os planos da pe (1'Ii s:I lillll"l II1
(,limp o social; de outro, a reco nstitui ção, a mais pontual poss ível, de sua pl ) I pl 11.1,': S reh Õ s de produção, ou às relações de mercado eL '.); o ('(IIII! III
pl ill ',periência nos dif erentes cont extos. O resultado é - como aca bal lO. Iil 11 111is ' s 'rá def i n ido pelos percursos individuais nas d if cr 111's (', II 1,1 d,1
ti ' v 'r - uma reform ulação da relaçã o entre conditioning e agcncy ( pri \ IIlit NO 'ia i (o tra balho, mercado, mas tam bém a família 011 ti ,'(I( 11ti 1111
1\1 'in d sses dois term os não é nem ex terior nem preexistent à ativ i Ia I Ii,d( ..,)
do s alor 's; as o brigaçõe s - ou, melhor dizendo , as reg ras do jo O - SI o d '
lil\id as p ,Ias [ r6 prias relações sociais, mesmo que seu d it muil;ls V'i',('
1I111'IIP :lSS'm a vontade ou a consciência dada indivíduo. I I hilll 'IHlod', CI1ISS 'I C )I1l7i1's c/c '/:1.1'.1".1' c/:II1S 1 :1 .'o· i r' incl/lsrri'II
'0 1 ' . (Pill i N 1.1\ II,IYI ,

(~ justamente essa evidência f undamental C/U ' 'onstitlli a 'ol1lrilllli 111/ : I ('(I.: Slllnl'ol'd, I ()S9); A, (;idd N, ;'/III'11I/ IC OIJI'/IIS
1111111111, 'I in S C i ·il//I" '111\': '"11 1 /1,
1

\'\ (I Illllis im portante hs análises pI'O essuais; e f oi pr . 'isam '111 ' n 'ss ' pOI\ 111111111 11I I1/I'U IIII.lllicl;OIl ill ,'1)(';1111111." ',li", (n'd ('I'y·l,os Anf.!.'I'N, Univ 'ISilY 111' : 1111111

10 <111' o " para ligma inl'r pr'lalivo" S ' o'pôs ao "~Iaradigma norl11t1li o" IUI IIII 1'11 ,1 1)/11)

d '1>111(','O 'iol) i 'o ' al1lro pol )gi'o a partir los al10s SO, H, l)al1l 'l1dor! ( 1'1111\111 1111111111111'~(' solll ' II~ ,1I11i1I'" (1111 1~ old~, \ 1', I, I., :OllIIIIOIT\~ ,', 1(ldll 11 ,
1111 /' 11111/II/UI'(',\\ ',I (:1111'1/'0 1.1111111111,
IIIIII'II"IIY 01 (:1111'11/'0 ,I I/HI , !l' "1 I. 11'11111\111
(:id(kl\,' ch('I',ortllll a S\II', 'I'ir <1" '11 'old'I'()I1I:1C;IO '1\11 \' 'S ,'('S doi" 1I10t l('lo N II1 I
1111 1111111'11111111di '11 !lll" (dllllllllll, I1 11 1 11 111111 III IIIt I IV I~'n N Il'I'lI I'II N1111111 '11111111
1I '1111 11111 11111',( 111 1I' 11111111, /'11111 1111 1 11111111111/llllIltll 1,111111011, 1(II 11111dl'I I

I I 1II l'IIt1, I'IH I 1,1 1"1 hl lllll 11111111 '1'"11 1111\1 11111
I I 111 111111111'11'1 ,1111111 I, I' \' I~
"1.1111, 1111,\1/1111 11111/11"1 ",/, 1'/111 1'111 • 1III ,IIIIIHO,lld r~III \lId,i1 j ')
, Ness e sentido - pa ra volt ar às consideraçõe s qu e a bri ram esta seçã o-,
10 não tenh a de fat o pa ssa do de um f enômeno limit ado, as co rpol I~'t t 11 11 1
d 1111'nção de rec on stituir os grupos sociais a partir d as relaçõ es realm ente es ta-
'nham afetad o senã o um a pequen a parte da pop ul ação d os of í 'ios I', 111lIi
h :! ' 'idas entre os indi vídu os não po d eria se redu zir à con statação de compati-
t
disso, nem todo s os ofícios tenh am c onh ecido um a or ga ni zação orpol 11 11'11
hlll.la les soc iais. A aten ção vo lta d a para as relaçõe s press upõe um a ambição
Mas mesm o sem po st ular um a ligação tão di r eta en tr e diviso ~,' I 111
11111110maior : é preciso reform ular as no çõ e s de nor m a e de exper i ênci a; e con-
I ' 'llIalizar, f inalmente, a n oção de in ter ess e. CtlS e divisões sociais, somos mu itas v ez es for çad os a recusar às COI'P!1I11" , '
análises mais articuladas . Elas per m anecem muitas vezes confin adas: ',I( 11\
dlls relações econômica s e produti va s. Uma vez isoladas das grandes 'rolllllll
6. Po r que, duran te um lon go períod o, os ha bit antes de T urim n ão reco - pias suge rid as pela hi stória política e tid as co mo re s po nsáv eis p ela fisiollOllll,1
Ill lt' . 'ram na prática de um of ício um crit ério d a orga nização s oci al? Po r que os dos or po s e comunid ades - a idade de ouro d a Id ade Mé dia , a d ti I 'neiol
ill( 'r< ; cs liga dos a o tra balho só s e traduziram bastante tardiam ente - num da é po ca moderna -, es tes último s são reintrodu zidos, ou até m esmo (ill 'li
Ill Om 'nt preciso, datáv el - por in vestim entos em suas in stituiçõ es? dos a entrar num qu adro de anális e es pec ífico , o das relações de pro 11 1': o,
Para res ponder a essas pergunt as, escolhi acom p anhar a hist ória das cor- )'.SS proce diment o mu it as ve zes se choca com as ca racterísticas qu po I '111
porações de of ício de Tur im , qu e foi su cess ivament e caracterizada , com o dis- IIlar ar um a corporação . O ace sso mai s ou m enos f ácil ao cor po , o mono pt'llill
S('lllOS , I ar um longo silên cio e depois po r um sú bito su cesso. O pro blema Ia 1111,ao contrário, a circulaç ão do s c argo s etc. remet em, para além da 'SI' 'ili
111',1'I' aç::í soc ial em torno do ofíci o este v e port anto no cent ro da ~inh a análi '. I'ida I do of ício, às po ssibilidades de mov im en to e de mob i lid ade o 'ial:II I
N aso de Turim , as co rpor ações a parecem co mo um ob j eto f ugid io, I 1 ,' na outras institui ções urba na s ao s mesm os grup os sociais. Às V"',', I1
11 11 (' s 'onsegue emergir po r a pro xim ação ou por op osiçã o às outras f ormas Il'llç< o é suge rid a e intr odu zida ; ma s a análise pára nas front eiras da '0'1 01 li
d(' organ iza ão social e às outras instituições urban as. O longo silêncio das ," 's, no universo técn ico e produti vo ao qual est as se refe rem, sem ' p 1111"I
('1I1poraçõ s durante o séc ulo XV II suscita ind agaç ões so bre suas pr erro ali 1Il,lis além as relações com as outr as institui ções urb anas. 41
1',1 ; slI br ' suas relações co m as outras institui ções urbanas; sob re a ex ist'\n As características do cas o de Turim me sugeriram um a outra l1\all 'li I
'11, '''rir''n, de lugares onde os comercia ntes e os artesãos p udesse m S'I dI llal alhar. A evo lução irre gular do s corpo s de ofíc io - fe nômeno I' ('1111
I 'pl ',' '11lados. Escolher essa a bordag em com parativa , qu e enf atiza o aSf ) , . illlH O qu e diz res peito a tod os os corp os e parece ser re lativament in lir'lllI
III IL'S( 'iarivo dos cor po s de ofício, j,'í im plica qu e nos afastemos da tr a liç: o 11 ,IOS riemos do des e nvo lvim ento prod utivo - es tá na origem de li 111 [1" 'I i t
Ili Ioriogr:'í f i a pró pria das co r po rações. E nq uanto in stituições eco nôm i ·tlS I' d, indagações sob re qu e esc olh as pod eriam ser as do s co merciant 's "do N 111
P Hld111 iva s por ex elência, em ge ral es per amos delas qu e encarnem aráll'l Ii .(OS ti· 'Jlirim nos séc ulos XV II e XVI II. Era neces sário reconsrrllil a, 1"1
"lIll\llral" Ia lig'~çã o enne as divisões téc nicas e as divisões soc iais. Por isso , illilida I 's il stitucionais e inf orm ais de agregação , de ge stão' '011 1.1i,' I, di
I (,li 1po r'lç'õ 's 'seão entre as in stituiçõe s cujo proce sso de f ormação fO Í, S ' 11\ 11 pll'S "IHa·ã so cial que a cidade havia of erec id o a esses g ru pos so ·iliÍ\ J,
dllvida, 1)1 'I OS analisado. Sua pres ença, sua função soc ial pare iam ól Vi:l, I IH'I,'P' 'liva , as c orporaçõe s dev iam ser reint eg radas na g og rall:1 dll" 11 11
(:11 '/',1111-, 'm 'smo a af irm ar re entemente qu e, na P aris do sé ulo I VIII, I1 1"1 til !lanos, 'sua prerrogativa s a prox imadas da s dos outros grtlpO 11111
(1.1~siri 'a 'o 's q rativas as clas if i ações so iais se so bre pul ham na p 'I 111I1i,1I11form a) na ida de, para além do es tatuto funcional '11 1' ,I ',' Iilll
( p~': o los atOr 's so iais; qu e a i le logia r p rativa ra a cx pr 'ss: 'o d,1 11111i1 l1. ,,:ss' I ro' dimel to im[lico u uma reformul ação das perglllll:I,'. 1111111
"III I,lIid,\l I' das as pira'5 s so 'iais os m 'mb ros d~IS juran Ias". A ord '111 '01
Plll'lliva .' 'Iiil, S 'gllntio 'ssa ine 'r pr'ea ,o, lima "rllxonomia so 'i:d" , IHlI
I l 'llll IlllIi! 11:1l11I~':'o ~ ", b .i 'I i VII ela 'srrar if i 'ti ,0."0 Nllma r:tI p 'rsl TI iVil, " 11 I' I pllll' 'dilll 'lHO, Jlor "X 'I11Jllo, " o :1<1rad o p '!as I t:squisas, ali:'ís 1111J1I illll'l 'O '~IIIIII ,
1IIIIIIi 'd,\, 11 1111 i il,'(Jl'S tI" ' I 'varam il1tiiv!till os as" 'ol1stilllir '111 '1I1po 11,111 I' I ,'II('pll 1IlI, S o · j:1I illI<I "0 '1':11hi 'ai l11ohilil)' 01' til' ·i/.(hl' '11Ih -c "111111)'1'llIld 11
I 111 11 f tll 11111.11111'( I ia, ' isso 'lllb Or ;I, uo ((li ' II1 10 illd i 'a, o t 1':II1,IIIIlI j lll I I1 111 " 11 IlIlirly~ i\ 01' ).\lIil dI'• 'plilllh i,\ I)ijoll, 1700 1790, ibid ., I . ( 7· UO: 011 dI (: ~ I
1111111 1,11111 I' 1111"H IlIlli illNOI 11111011111 )'111 11,"1 11li> ,i, ",jICS" i,) 111, old '(I' illl II'lltI
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as semelhança s e as dif erenç as en tre os ob jeto s de análi se e a ma neira de Illa s de privilégios provav elment e tin ha com o obj etivo asse lIr:11 1111 \011 111111
compar-los . O result ado é um a refl ex ão sob re os cont eú do s pre sentes no in- ~':lO idea l e dar acesso a ca mp os de recursos div ersif ica dos, I\S:illl 111/'111 11
terior d a lingu agem do traba lho e, ao mesm o temp o, um a refle xão sobre o s I'ru pos espec íficos - invisí veis quando ad otamos a s catego ri:ls plllll 'lilllll t
contextos de análise que é nec essário intr odu zir para acompanh ar a históri a vomo quadro de análise -, gru pos espec ifi camente urb anos, rilldo 11"1 111 111
dessa s organ izaç ões. I ·itura comu m do s rec ursos da cid ade.
Re corri a um a per specti va biográfica,. esp ecialment e na prim eira part e Essa nov a vari ável que em ergia da pes qui sa - ou se ja, II pn', ,,1Iill 11
da minh a pesquis a. Ten tei po rtanto re constituir , com o m á ximo de p rec isão 11, e a ca pacidad e de te r a ces so aos recu rso s - pareceu -me mllilo illil 11111 1I1
poss ível, um a séri e de percur sos indi vidu ais na cida de, A lin guagem do tr a- I ': ela con stitu i um a chav e de leitura da es tratificaç ão soci al qu' , 1.1 111 111111
balho e stand o ausente d as rep resen tações da cidade, ass im como as corp ora- II\ :lis próx ima da ex periência do s con temp orâneos do que categOli:1 1.11 111
çõe s est avam ausen tes da c ena urba na du r ante a ma ior p arte d o sécu lo 1110 li riq uez a ou a profi ssão .43 Me lhor: comp arad a a essas cat egori~,s, I1 f 1 t
XVII, o pro blema er a entend er o lu gar qu e o ofíc io podi a ocu par na d efin i - Iljlla a dar , concr etam ente, um a signif icação ao qu e ch amam os I, illIlIllll
"
I

ção e na iden tidade do s indi víd uos e na constru ção das alia nças e dos gr u- o 'ia I", poi s abr e um espa ço a os elemen tos de poder de que é r 'il" ,I 1 11 I
pos. Do nd e a de cisão de ob serva r de pe rto os co mp ortamentos de um" I d'i 'ação so cial e que são res po nsáveis por sua variação, mesmo '111 1 t 11111111
peq uen a part e da po p ulação urb ana, os ha bitantes de do is ba irros d e Turim 1II\IiLO curtos, A o me smo temp o, es sa variáv el f azia em ergir a relaç. o "1 111 IIII
en tre o fim d o sécul o XVI e as prim eira s décadas do XVII. Acompanh ei sua I 'isl -lHe entre o níve l do s com portam ento s soc iais e o das din :tmi 'I, ill I1
chega da à cid ade des de seu lugar de orige m; prestei atenção à sua esco lha 111'jonais. Nã o ape nas os prim eiros eram um a ex pressão - indir 'l;\ til
de res idência e às alianças por casa mento ou co m padrio; às rede s de dívidas II~ t'lIrimas, ma s es táv amos diante de um a verdadeira inter-r 'Iaç:ío, 1'111I
e de créditos e aos in ves timentos econ ôm icos; tent ei confront ar seus pró- 1111 -11 ler as carac terí sticas do c onf lito qu e, na prim eira metad' do " '1IilII
prios compo rtament os e os de seu s fi lhos, As fontes no tariais - mu ito ri as VII, o pôs a munici palid ade à corte, era necessá rio lev ar em c nsid '111'11(1 I
em Turim e suscetí ve is de pe rmitir análises biog ráf icas 42 -, assim co mo os dillIS.IO los compo rtame ntos obse rvados . A med iação entre Os lir'H 1111
reg istro s paroq uiais, for am tratadas de maneira int ensiva; a pesquisa t '\Il' ,"ti pOS I,privi lég io s rea lizada pe las famíl ias não e ra apenas o eS I ·1ho 11,1', I
co ntud o de se rest ringir a um nú m ero li mitad o de pe ssoas, cerca d LI11\l i \ 11 ti ' lIlT'Ia conf iguração de pod er distante e es tranha, ma s 0111ri \)11 :1 1111111
cent ena, til Il'IIl1in ar suas carac~erísticas. E la teve de ag ir ativa mente e 'onsl il tlil 1111 11
Ne ssa primei ra f ase do tr a balho, uma im a gem pa rticular da e tratifi ';I I P ri, de reg ulação, de limitação dos co nf litos de juris li ões ' dt, 1'11111
ção ur bana se es boço u. As a lianças e a co muni cação e ntre os indiví luas 0:10 1" I 1l('Í.1S, De fato, es ses conf litos iri am eclod ir algum as d6 'ad:ls dI 111 11,
segu iam lógicas ligada s à ho mog en eida de pr of issio nal, mas antes rcf l 'I i:llll '1t1 ,"l(lo a peste des truiu as conf igurações fa miliares hí bri Ias <111~ 'li Ilill'lll
um a leitura d os recur sos of erecidos pel a cid ade nu m mo mento prc iso I, SII:I I II1 11111 1 ':110.
história. Ne ssa amo stra da popul ação urb ana, o idea l per seguido era o I,1111111 1'.ss:1 'srratifi ação social es p.ec ificamente urb ana ex pli 'av:l ,I 11.1'1111/1
dif eren ciaçã o profi ssion al no int erior de ca da fam ília; ma is ainda, a 'OOSIII I di l'tllpora çõ 's: um a dif erenciação prof issional tão dif usa linha di 1.1111di
ção de conf igur açõ es fami liar es on de coexistissem orientações prof issiol1 li, 111111 111 illl jll'ováv 'is investimentos continu ados em instituiçõ S '01\ NoIl',111i11 1111
não apenas dif erent es, mas antagô nicas na escala da cida I', ,onf rOlllildo' Itlh III f\ltls ,Ia I's 'nh ava tamb ém um novo camp o de pertin J1 'i:l 11,1,I11111 i ,I,
com o grave conf lito qu e naqu eles anos marco u as relaçõ es enlr' o 'OVt'lIl l1 I IlItilt"IV,1 111\1 novo ',tl1 inh o a seg uir: o es tudo dos sisten as li' jllll'ill 1'11"
'ntral as in stitu içõe s locais, os gru pos f amili ares qu xamin 'i 'sl()I\':I :111 \ 111 '11 1,ti~ 'Ia 'Slava li 'a Ia, ' -m parti ular O es tudo da rnllni 'ipalid,ld '1111,
IH
S' p:lr:l~ 'ios
pl ivil r '1Inir m seu'man'~dos
dll 'lIis, int erior da
of ícios
autori qu Ia eram
le sol f ormalmcnt'
'rana, 'ol! pr()1<1"'
'ins "ido,''O í'.11 111
111',\ Il jllllllln " vig()ros~lm los
II1 d i I 1I',olllol'kial 'l1tt;iJ11ao'r 'ssI's 's'nvolvirnenro
' da i I '111i ladIas. so or'i:1I
poraçõ 'S, IIIVO
dos '0111 IIIV,l (I
'j,lllIl' '
I

do~ plivilt~l'.io: Illlll1i 'il ais, I\ql l ,I 's hal iranr 's d' 'lllrim iltlslnl 1111111 1111 \ 111 ,1111 110, '("01 ·i P '1(' o \) -r IIS Ill o(i II\'O'S d' 11111 :11 :11il1 '0I11 P:I(iililill.ld li
1011111'11111',n tlo~ pod 'r'S III'b;ll10S , SII:I bIIS"" d ' li) '<\i:l\':lo 'llIr' o,' dni. ,i~1

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tr e corpos de of ício e governo urbano, assim como as proposições apresenta- rilade. É assim que o nascimen to das corp or açõe s parece estar li lado 111 I11
das po r es te último no interesse da população de Turim. Por que, em su ma, a gimento, contemporâneo, de ou tros grupos sociais aparen tem< .:nl 'd I' 111
instituição mu nicipal e os corpos de of ício pareciam ser irr edutíveis? Qu e os soldado s do d uque de Savóia e o cor po de forn ecedor es da '()I'I(', 11"1 111
tipo de cl assificação urbana se desenhava nos ri tuais urbanos em que ess a s 111m dotados de privi légi os <lná logos . A análise do proc esso de f01'l1l 1 'I o di
duas organizações sociais se sucediam no t empo? , 's grup os sugere portanto uma npva de finição dos "c amp os dc p ' l ii I1 111111"
Ten tei ent end er , em primei r o lugar, qual poderia ser a significação d a da comp aração . Se não nos limitarmos a constatar as d if erenças 'x i I 1II
ideologia da "unidade urban a" proposta pela m unicipalidade, na qual se b a- 'r llr e o estatuto funcional de cada obj eto (que remete a ca mp os' a di'l 'Itil
seava sua pre tensão de r epresentar toda a população da cidade. Analisei os IIIIS es pecíficas: a história econômi c a, a história militar etc .), mas elO ('( 11111 1111 11
discursos dos me mbros dessa elite, mas re constituí també m seus per cur sos Illlalisarmos as modalidades de seu na scimento, surgem com patibili\liltl(
biog ráfi cos, iden tific ando as alian ças e os inter esses econ ômi cos para veri fi- Illlrcntescos que m e par ecem ser for temen te exp licat ivos. 44
car como um c erto núme ro de indivíduos, freqiientemente muito diferent es As pre rrogativas oferecidas à população de Turim por in term 'd io 1111
uns dos ou tros, podiam viver juntos dentro da mesma instituição. A per gun- tlir ' 'itos de cidadania, assim como a composição da elite ur bana, for n ' "11111111
ta que me col oquei, na verdade, não se referia apenas ao que os membro s da IIIIS' para interpretar as razões do c onsenso de q u e a muni cipal ida "S' 111I1i11
municipalidade reivindicavam, mas tamb ém a como lhes era possível a pr - 111'11'ficiado durante grande parte do s éculo XVII, e tamb ém par a 'nl 'Ild( I 11
sentar reivindicações às ve zes contraditórias com sua pró pria experiênci a. II !l'asso do pro jeto ducal de cria ção das cor por ações. Ma s é a mu lança d(, I
cruzamento continuado entre biografias e ideologia da instituição foi útil , a IIlt'smf lS condições e , em especial, são as impo rtant es modifica õ s ) '011 id,I"
meu ver, pa ra esclarecer alguns dos pro blemas colocados. IIII \'ompo sição do gov erno municipal que pod em ex plicar o SLlbilO Sll('( il
O discurso d a "unidade urbana" ganhava sentido um a vez co n sider a- 1111 'orpor ações na s décadas post erio res. À progr essiv a exclusão Ia 'liI( i li
da a c oesão, no in terior do Co ns elho Mu nicipal, entre os conselh eir os. Si- 1lll'l('iante e artesã dos cen tros de p ode r urbanos cor r es pondeu, ele modo '1"1
multaneamente , tornava-se possível medir a gravidade das am eaças i nscri li\" illlldtâneo, um novo inv estimen to desse s grupo s soc iais IHS 'or pOI:l~'11I i
na introdução do sistema corporativo proposto pelo gov erno central: ou s 'ja, \ 111\1lisc desse processo de ex clusão ocupa um a par te imp ortanl ' do 111111
as mu danças que ele teria introduzido no i nterior de um a elit e sem dúv ida II Illlllho. 101' me io do estudo de u m a corpor ação - a dos alfaiat 'S, 1111 1111
compó sita (reunindo advogados, funcioná r ios e comerciantes), m as estr 'illl 11111 1das prim ei"ras a ex perimentar um ver dadeiro renascimenco 110 l'illl dll
mente unida por la ços de p arentesco e pelo co mpartilhamento d e inter 'ss " I Ido XVI.I - tentei med ir sua im por tânci a na determin ação Ias Ca lil\'ll I I
econômicos . A int rod ução das c orp o raç õ es de of ício teria suscitado novas hi ' I I I1 dils novas organizaçõe s. Compa rei os co mportamentos sacia is do ('( 111/1 111
rarquias no c orpo dos co nselheiros; teria criado novas di visões internas, 1)0 1111111po plda 'ão que, no início do sé c ulo XVIII, se dedicava ao 01' 'io, i'lIll1 II
vos pertencim ent os juríd icos e institucionais . Em suma, teria fr agmentado 111.I1Iid :\ I - social da elite ela corporação. A so br e posição entre ol'ício (' ('( '11111
um co rpo que se pensava - e devia apresentar-se - c omo um cor po 111 ,il:l II 1111,o 'ar{tt 'r "natural" da associação for am, no caso dos alfailll ',' d(' '1111111,
rio. E ssa análise permitiu-me refletir sobre a e xistência d e fornlas cI ' sol id I I 111111
O('1l(. I -smentielos. D ur ante um longo períod o de sua li ist )I i I, I1 ( 1111"1
riedade cuja base não é u ma homogeneidad e, mas um a coesão pI'O I11Zid11 1111\11 I 'olli 'U 'm scu seio indivíduos que não estavam dir 'tarll '1111 111'11111
pelas inte raçõe s socia is. Em segu id a, eu q ui s per corr er todos os nfv 'is al"l:1 1I1 Itlf toio, ' ·1I.ia es o lha ele se associar se baseava em mútivllyfk , 11" 111111
dos por es sa co mp etição em to rno d a classificação social. Analis i as 1J"l'II0 r llll i 'idllsiv:lm 'ntc c 'o nômicas. 1\0 contrário, for am exata m '01' pH 11111',1111
gativas e os privilégios a que davam aces so os dir eitos dc 'i Ia lallia dOI! 1 1'011 i(,lIs <1"' i1lraf ram parei iI corpor a ão g rand es om -I' 'j:III('S; 1111 1111
q uais a muni cipalid ade era a de positária; a seguir , as c Iscq ü n ·i:l,' d' (11 111111('1:1, d ' I'ato, li poss ibilida I' Ic s' f ur tar aos novos or ganiSI1lOS d ' ('1)111111
dem fisca l, econômica, e statutár ia, q ue a nova class ificação bas 'ada IlO 01' ('10 II 111 111 IIli\'o . políl i 'o iI 'iona los p ·10 gov orno . 'nem!.
iria impli ar para O comer iantes ch i lad '.
e os artesãos illdll IIlllil v'/" o nív 'I do,' ('Olllp Ol'lillll 'lHos so 'iais 'o dos dI', ('I 11'1ti
!\ parri r d 'ssa an5lise, pu I, ins rc'ver as vi 'issit I1 I 's lus 'OI\)(IIII~' 1111 11I11)'jill$tilll 'iolluis pll1' '('Í 1111('SIIII ('Sll 'ilalll '111' ligados, NI O ('I 1111(' 1
no s' 'Iilo XVII r lllm pr o j '10 mais amp lo, formola 10 por \111\ IloV '1'110 (' '111IltI 1IIIIIIIIi ',illlt-Ili('o,', Illll, llilldll 11, illl ('011(', pOlldilllll 1s dil"r 'llI ',' !'tIl'('111 d
1('l:lIivlllIl('III(' 1('('('1\1(', '1)'lllilva-s' d' Ilnl Ill'oj 'to d(' I'r llp,IlI('IlII~' o do ('01\111
1i0cl ti 11111111111111'
0 vi IIV I, por I\\('io dll Iltl'iillli~' (I d(' ptiviICoI',io, 1('( 1111', (10
1(' di p011l11l1 111,11 (Iilll III~'O" d(' lid( li lad' p.rIIil'lillll, i, Ilil 111I'jl11l1 I 111 1"'. 11 1I1 t il li 11111', ,11 I II'II~I I 111111111111
111,11 ,,1111I I ,I 111I I" dll 111 I111'1tllI~
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1111 1111( 11 111111 I '1111 I 1/1 1//111/1I 1/1 ~fll /11//1/1
11111111'sn, b jeto, S ão as diferentes rela ções de esca las qu e gera m deca la - meno s no p roc esso de s ua f i xação e na s s olida riedad es qu e po I '111 1 I I' 1 f I
/' 'ns kinforma çõe s en tre in divídu os qu e oc up am po sições diferent es na em seu in ter ior. 47 Em torno d esses tem as, as in terpr etaçõ es le <lll t til 1
l1i 'rarqui'l soc ial, assim como en tre ind ivídu os e gr u po s ou ins tituições. A po mo s são a u m só t emp o pol ariza da s e in su ficien t es, De um 111dll, 1111
di("rcl ça de es ca la, po rtan to , nã o é a pena s resultado de u m proc esso de defron tamo s co m r espo stas d e tipo no rma tivo - de m at ri z durkh 'illlill
'Ol\serução do o bjeto pelo his tor iad or (a esco lha de o bjetos de di mens ões na - , em que a sol idari eda de é fu nç ão de u ma p rofun da co mu ni dad' I, 11 1 I1
ti i r 'rentes ); ela é tam bém "uma pre rroga tiva do p róprio ob jeto" .4 5 Es ca las sa me nto en tre os memb ros do grup o e um a in terioriz ação d e suas IHl lllliI ,
di ("rcl1tes im plicam in form aç ões diferent es, po ss i bil ida des div e rsa s de i nt er- de o ut ro, são-no s prop ostas respos tas in dividu ali stas, que sublinh an\ () ('111I
pr 'l'ação e de ação. Essa leitura est ratifica da da realidad e social co nt ribu i pa - ter in stru ment al da s estratégias pessoa is e, po r con se qüência, o as pe(:lo I
I'U r 'sticuir a plur alidade das voz es qu e a co mp õem. Ma s ela te m um a ou tra mero do s co mp romissos co leti vos . Nesta última per s pec tiv a, a f orm,lç: o til
t'OllS 'qüência qu e se revelou imp ort ant e, A ad oção de um a pluralidade de so lidaried ad es e de iden tida des cole tivas é um processo qu e pel'l 1111'('(
11 v 'is de análise ilum in a laço s en t re processo s qu e per tenc em a ca mp os de po r exp lor ar. 48 Essa ins uficiên cia na a ná lise é a prov a, a meu v er, de (11 1' 11:
1\:lllII'eza dif erente: o po lítico e o ec on ôm ico , por exempl o. A nova vita lida de an álises da s r edes sociais, assim como as an álises interacion i stas de ins pi, 1
1)$ 'orpos de ofício, qu e não se cal ca exatam en te na cron olog ia da s relaçõ es çã o go ffma nian a, perma neceram prision eiras do ob jetivo fu nd amel ('aI, 1\111'
d' produção, parece ao co ntrá rio estritame nte liga da a proc essos qu e se po - ao me sm o temp o limit ado , que s e tin ham atr ibuí do. El as co nt ri bu f l'lll\l 11"
d[ornam,
-ria qualif icar os de
para comp erciolítico
ant ess. El e osa artesã
se m os,
an ifestaim po rtan
no tesmo me nto
sedes emde qu
go e verno
eles sepo - ra pô r em qu estão o co nc eito de "p ap el social", en qu anto d ef ini ção Illrillll
da ao in divídu o e d itad a po r su a po siçã o na h i era rquia soci al e I rotillliv I
I [i .( ) c e 'onâmico , em f ac e de u m enc olhiment o efet ivo da s o ut ra s po ssibi- P ara E. Goffm an , o ho mem pertenc e a situ ações, an tes qu e a gl'l'l)!) ,'1 'f I
lida I's insticucionai s. ciais . 49 Mas o processo pelo qu al ind ivíduo s co m his tória s e estral ')' i" til
1\ ex periê ncia vivida nu ma pl ur alida de de ca mp os socia is ex pli ca por- f erentes podem forma r um gr upo soci al e co m partilhar l ealdad 'S IIIHI I111
I II\tO '55a,' escolhas de associação qu e de o utra for ma teriam sido definida s ex plo rad o. O ca rá ter instru ment al da s estratég ias pessoa i s, que su b '1\1 ('11111
1'011\0 'x press ões naturais da divisã o do t raba lh o so cial. a ausênc ia de qua lqu er co esão r eal de gr up o, op õe-se à hi pótcs' d ' 1111 1I
Fi nalmente, uma vez indi vidu alizados os domí nios nos qu ais s e tradu - ve rdad eira co erên ci a de s eu s m embros m as nã o abre no va s perSI "I iy I, di
/,ill o "1' ' baixamento so cial" sofrido pe los co merciant es e o s artesãos a partir leitura,
do rilll 10 séc ulo XVII, tentei m edir sua import ância e suas con seqü ências É nessa ina dequ ação da s aná lises da s re des so ciais e Ins 1 1 Il Ii (
IIIL ' p 'r 'ursos individuai s dess es ator es. M ais um a vez, ado tei po rtanto uma
i nteracionistas qu e se bas ei a, ao m en os em par t e, creio, o sueess o d:1 11111111
l!>ordug 'm biog ráf ica; e, mais um a vez , as es colhas op eradas pelos dif eren-
po log ia cultu ral en tre mu itos historiado res, Diante da dis perSe o dll, ( til
[t's p 'rso nagens - nesse caso uma amos tra de um a centena de comercian-
tégias e do s com portamentos i ndividuai s, a abordagem h tlllll "11111111'iI
I ',' P 're 'nce ntes a urna conf raria de 11 1ri m - es clareceram a signif icaç ão do
('01\( 'xt:o instituciona!. Um pro blema, em particular, es teve no ce ntro da mi-
i nter pretativa lhes parec e forn ecer instru m entos teór ico s I' r '('OIlIJ 111' li, 11
da s dif erenças no inte rior de um m esmo univ er so culcura!. (';,',11 idl 111til
1\1111aM ílise: a naturez a e as características da nova solidariedade que, a partir
tio,' anos 1730, se manif es ta entre os mem bros desse gru po socia!. oerência e de co esão - in ter pretada numa acep ção que 'onsid('11l 111 11 I
Tr aea-se de um tema a pro pós ito do qual as análises in teracionistas
qll' f oram ss 'nciais para minha pesqu isa - mostram seus limit s, Elas
'on "nrraram no m mento d'l f orm aça , - Ios gru pos soela1S,, 46 e n U IC' O
' 47 s tra balh s de S , E, Eisenstadt, ainda que f orcemente marca dos pelas '01\(' 'P 'I I 11 111
'ic)I1;disws, es tão entre os que trataram mais diretamente desses pro bl '11i:l N,1':1111 1."1111
prodllç: O :l bllndante, cl'. Essa)'s 011 'olll/>lI('aci\l1,; illsLÍcuLÍolls ( New Yor! -I ,0ndOII, .I, WIIt v ,
I\)(lS),
II I'~ 1\ 11til {tod, , S( 'III· 1I1lc/ so6 111 (i/:lflllli7.lIrioll « ( slo·Bel'g 'n, IlJ 7H ), I IHP il1'lI Ilmil 'I'!tie: l d:ls dll:lS \11Ol'dill', 'I\S. slIl lli'lhilnclo sells r 's pe 'Iivo ,' lilllil ~s, 1-1',1 1111
11,11 11, . 'IVil\1 's 11· M, 1 1 '('hl 'I', l'l'ill/'ifll's 01'/'/(11//; ,\'o/i(/II/'il)' (l\'rI 'I'Y, Ilniv('lsily (11'( :lilill 1
11, litlllltlllll 1I11 1'llill'II' ,II'11
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111'1"1 11111111111IIdlllllll 1'111111111111 11~IIIIIII 1111'1IIIIIIIIIIIII~1111 1I L I 1111,11 I I, I':, I\III\ VII, t\11,tlll, 111/10/1),I' 11. ":'11111111(1'1\ 1 111111111 111I1Idlll 1111'1"1 (/11111111111 l'lltil'll 11111/I I'lh
1:1111"11 111111111111111,1111"
11 11I11Iillll,(:111/1lIf 1 1 1 1 " ' / 1 / ' / 1 1 1 , \ , I I ( I) 'I) ',1'1/1 1111111 111111111 11111111 111 "1'1'1" 1 ~1I11 ,11"(I' tU 'I)
litl ItI ' r 'c.Iutora em relação à proposição de C. Geertz - explica o renas- 11Ição a eles. Pode ser út il voltar ao assunto. Para analisar a f orm:ly:lo dll
I illl 'lHO 10 tema do consenso entre os atores sociais em torno da es trati- 'rupo social dos comerciantes e dos artesãos de Turim, esforcei-m' P,II,I
o ~o j.~l. A idéia de um universo cultural no qual se inscreve toda forma
111':1(,:1 a 'ompanhar os protagonistas em suas escolhas no interior da cidade; I:11;11
d' 'xpr 'SS10 (os comportamentos, as ideologias ...) abafou, nas análises, o pa- 'onstituir, em suma, sua experiência , antes que postulá-Ia a partir ela posi " o
I' ,I do~ onflitos e das dissonâncias. Estes, mais uma vez, são evocados pel IIlle ocupavam na hierarqui a econômica e social. Seus itinerários, as r 'laço "
itisloria I r mas não são jamais explorados enquanto partes integrantes des e qlle estabeleceram, tornaram-se sinais da amplitude e das ca raeterísti as I,
dis '1lr~o omum. No final, o que é produzido é a imagem de uma participação 'us horizontes sociais, assim como das limitações que podiam influir 'llI
1111nin: e no universo cultural; quase não nos afastamos, no fundo, da imagem lias escolhas. Nesse sentido, as relações sociais tornaram-se um e ontexlO no
C'(1I1S'nsual Ias hierarquias sociais outrora propostas por R. Mousnier.50 lI"al inscrever as biografias.
Parece-me que o verdadeiro problema é, ao contrário, compreend 'r No caso dos comerciantes de Turim, a experiência das relações . '0-
'lllllO in livíduos, c ujas histórias e experiências são diferentes, podem de 'i- 11micas e produti vas não foi uma condição suficiente para a emergên ia I'
dil s' r 'unir e, mais ainda, se reconhecer por intermédio de uma identidad ' lima consciência de grupo. Sua experiência social era muito mais vasta '
',ll 'illl 'omum. Em resumo, trata-se de se interrogar sobre a relação entr' 11 1I11liscontraditória. Eles já tinham compartilhado, durante grande Ial'l' dll
'ltlO uma certa fraqueza em relação a outros grupos mais bem Silll1l"
l.Il'joll:di
dll,' 'OllrraIa Ics
I individual e a de
- e portanto identidad
sua erelação
coleti
va. aA família
com análise dos testamenLOS
, com a parenrc!:l, XVII,
dos na escala social (os funcionários do Estado piemontês, os nobres); 'nll('
(1I1l 11'ol11uniciade de ofício - introduziu-me nesse entrelaçamento de s lli I.llItO, eles gozavam de um pr estígio e de u m a condição de preemin l\ 'i,1
d.1Ii 'dll I' 'ele hierarquia social. 111\ lima variedade de instituições, principalmente as instituições polfli(':\',
t Illla onsciência do grupo só se manifestou diante do encolhimcnw, '011
I I\\porâneo, de vá rias frentes. Ela não foi portanto solicitada pela xp 'I i 11
7, ~ níveis de análise foram portanto múltiplos: à proporção C ju ' ,'I' 11,1('ompartilhada de uma condição estrutural, mas pela constata ão I' 111\\
dI ,dll!ll :11'11111, a pesq uisa foi orientada para problemas diversos, objeLO.' I
I lI\pol reeimento contingente elas possibilidades de ação numa plurali lad '
1,lIil.' dil' 'r 'n es. Po ler-se-ia objetar que essa multiplicidade d . nfv 'i~
til t'ampos sociais, A estratifieação urbana não apare e portanto 'omo IlIlIa
1111.1li :I ori 'il ali Ia le do caso de Turim em relação a contextos em qu a lill
I I' tia 'uja estrutura seria definida de uma vez por to Ias, mas 'omo 1111\lI
1',11 I)', '111do trabalho e suas organizações tiveram uma história mais lin ':tI'. Irl
1IIIIlp 'lição incessante para negociar sua forma sua '()lllposiç:IO, POI Ollllll
Ilillll IlI' 'onlll 10 a uma outra interpretação. A variedade dos obje os, dll'
I 111.1.,das 's ':II:I~ de observação remete sobretudo, a meu ver, a un"la r ,li ' I Ido, o~ pro essos sociais que desembo aram no 'mpol>r ,t'in\t'lIlo do, 1','IlIl
II llhl' os lir'rcnlc~ -ontextos que é necessário explorar para nl'nd '1,1 I)'j instilU ionais não foram produto l' forças ',I 'rilll '~ilO 1I10Iil)',IIIII'd.I,
II/tl's ti' IlIlI r'n >111 'no so -ia I. Durante muito tempo, as divisões li~ 'ipli1lil 1111111r1'sultado - nem totalment· pr 'ViSIO, 11'Ill 1011111111111 iJ ll'llIdll
11' 1'111("'1:lm nos di~p 'n~"r c.I'ssa rarcfa. Mas a lif renciação Ias r -ali Iildl d'l I'lllllp 'li ão entre esses mesmos indiv 1110,'111", '" 1'1111,'I 1111111111111 11
111.11111l'.I', a pallir Ias runç< 's <lU' 'Ias s atribllíram, ou qu Ih'~ ror:llll ,1111 I I' 1iI\\as.
111Itil • V I('ila 11011)()11)'lHO '11)qu' as olhamos de perco; c, prin 'ip:1I11I '1111, /\ int 'r \'p 'n \':.n ia ' ist 'nt' '11111'tI 111\'1I dll 1111111"11101111111111
111111
11111111"11111111 '1111111' 'nrr 'nlaI1)O~ o prol 1 'ma ti, SII<l formaç: >. S : II I" ,I , lellI li' 'o Ias r 'I:lçõ'~ inslilll 'ioll;li "1I""I' 1111111111111111111111'd
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111111I 11, I plllc 1I('i.llid:ld'~ in~ 'rila~ na~ anális'~ pro "ssuais. I 11 I', 1IIllo, S lbl"llIdo, O 1I11t'li\(, 11"111' I \1111 1I I 11111111I 1111\111111111I 1

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11111
li, (\11111 Irlll

" 11111IV 111.lIdl I " 111I 111,11111111


111I 11 Illllllill 1 11,1111IIIIIlIIIIII dll 1111111 t 1111111111111111111II1 11\'11111 1111 1
« 111111dl~1 I 1111111 11'1lll I I 11, 1111111111\"I1 I 1 11,11111 I di IIIlIlIlllllllltll
'vi lente entre, de um lado, as formas de consciência, as motivações e a s in- te, esse exemplo mostra, a meu ver, que apenas a adoção dos 11\ "1111
t '11'ões que estão na base das ações individuais e, de outro, as c onseqüên- instrumentos de análise pode permitir explicar os dois momentos, 11111
I
,ias " umulativas" dessas mesmas ações, É entre esses dois níve is que as lima vez, é a decodificação da experiência52 individual que pod 1os i 111111
listâncias podem, evidentemente, ser muito grandes. Mas é preciso evitar a duzir nas características das agregações sociais, Indivíduos e instieuil;n 1I
'ol1fusão, Para F . Barth,51 é a co nstatação dessa descontinuidade que muitas r 'itos, em suma, da mesma matéria.
v 'zes legitima entre os pesquisadores a utilização de categorias e de instru-
111'lHOS de análise distintos, uns considerados próprios de objetos "micro" e
os outros, de objetos "macro". Essa separação oculta, na realidade, as rela-
c;( 's existentes entre os dois momentos: e la transforma em propriedade d o
ohj 'to as etapas de sua formação.
Gostaria de propor um exemplo concreto do qu e acaba de ser dito, ti-
1'lIdo ainda uma vez da minha pesquisa. E le se r efere à análise da formação
ti' lima identidade de grupo entre os comerciantes de Turim na primeira
111'r<I le do século XVIII. O empobrecimento dos espaços insticucionais
IÇ 'ss!v is a esses atores teve como efeito criar uma nova hoÍnogeneida I
110 inl 'rior das famílias; tornou-se então menos freqüente encontrar n Ias
111'mbros que não estivessem envolvidos no comércio. As carreiras nas ins
I i( II i '( '$ statais, particularmente, to rnaram-se cada vez mais raras 'Il\
('Oll\ para ão com a geração precedente, A essa homogeneidade, que uni fOi
1111'I,llvaos percursos das famílias e dos indivíduos, foram contrapostas eSlI:l
I 'j'ias ti, distinção social. Estratégias que, do po nto de v ista de 'ad,1
illtli dllo, visavam a distinguir sua própria linhagem (em geral mai pr 'sti
I"jo ':1) los ramos menos honoráveis da parentela, aproximados contu 1 0 1\(1
IIH ', 1110mom ntO pela prática do mesmo ofício. Essa vontade de dislillc;lo
,( 1llll 11ir 'SLOlI, m várias famíl ias, por uma "verticalização" da sucessão 011
( j", p 'Ia opçã( de restringir as linhagens sucessórias); pelo a ionam '1110d('
,I'"'lll:\S I, patronagem destinados aos membros mais frágeis Ia par '/11,LI
I' 11001' ·jo; p 'Ios investimentos de prestígio maciços nas institui 'õ 's ti ' ('"
I ill,III(' 11:1'I Ia I,.
( 1I, 10 los 'SS'S 'omportal lHOs leviam assumir signil'i 'f1ÇÕ 's ll11dlo
di"'" 111', 'qIHIS' ')ntl'<1 lit6rias: vistos 10 'xr 'rior, slla pr 's 'nçll 'm Illldtl'.
di 1""1 ILI'. d' '0111'I'eillnl's I 'viII 'onfirmar a 'xist '\n 'ia I' um p;rupo ,'O( li"

111111,1111111111'1111)10,' osl '1I1:IVIIl1\ lIma 1'01'1' 'o 'r 'n ,ia, Mas vivi los 11, 111'11
1111.I I 111111111'('IIIII\101t:1I11'llIOs d' dislinç: O 'xprimiarn, ao 'Ol\ll'iído, I1ill
1I II 111dll 11I1I1I'ldllllll 11' 1\:o S('I 'Ill i I 'Illil'i 'lIdos '0111l'SS' glupo,'o 'i:d, , tJII 11111111
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Comport ament os, recu rso s , pr o ce ssos :
an tes da "r ev olu ç ão " do co nsu mo:l( '

1. Não considero que todo problema histórico ganhe 'rn s' 11111 11111
num nível microanalítico. De toda forma, o debate que há alguns 1IIIIl I'
frente a frente os pes quisadores em torno da micro-história 'onlrilwill p I1II
torná-Ios conscientes do fato de que escolher uma escala I 01 S'r il\' Ii .I)'
nifica escolher um instrumento analítico que não é n eutro, , I'<111 ' 1( l'ldll
dos fenômenos não está inscrita na realidade. A escala não . 11md Id o pl I I
tabelecido, mas resulta de uma escolha estratégica qu' 'nvolv' 11plllplll
significação da pesquisa: o q ue vemos é aquilo que es 'olh -mo, /11. I \ I I
Obter (e fornecer) a visão global de um problema passa n" 'ssalillllll 11111"11
simplificações que podem dar origem a verdadeiras ilusõ 'S ti' 'pl il'll I li 111
terpretações inconscientemente - ou mesmo cons i 'nl '1\1'111" 1111'I I 1I
menos defensáveis - er rôneas.
O trabalho do hi storiador apresenta duas cara t rísli '11.'<111 111111111 I1
te são objeto de uma conceituação específica qu' no '111IIIHI 111111 11111
graves problema. Elc lida, em primeiro lugar, om f,l(oS passlldll 11111 11111
seqüências presume-se que 'onhcçamos. Resulta daí < 1 " 'o,' '1I1'lllil 11111 11111
1
a Isais I va los elTl anta na Icscriçi.ío 'na CXlli 'a'lo do,' r'lI 111(1111111\11
s: () invali Ia los - 'OITlO 11'onr ri" num r 'se' I' l:tI)Oral lrill 1)('11 11I1
ÇIO 'lIl1SlIS!'OJ 1S'qO 'I) 'ias (j1l1lJ 110:1 I 'I -rmina Ias '1IIIsas 11:o '1111',IH111111 111
as 'OI)S 'qO '1) 'ias logi 'am 'l)I ' 'sp 'radas, ( qll' 11'(1)1' ,- d -POI, polil' 1 II
'ilm 'lIl' 'onsid -r:ldo III1\il 'OIlS 'q neia do <111' -1\\ 1111( 'S, '0111.11110(1111Ii
'1I('IId '111\\'1IlO 1110 pill ','il dl'lIlll, illdo til! IlIdo, lil'.ll,';lo 'Ollsllll li I lllfll

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I I 1I1111 11111'111\, 1
IIIIl ralO e outr o é, pode -se dizer , de tipo voluntarista: é criada pelo historia- 2, Fernand Braud el cons truiu so bre bases sólidas um a imag '111 dol),ti
dor S 'gundo as regr as do bom senso e da plausibilidade, e não a part ir de do mundo mediterr ânico na época moderna, ao me smo tem po "li 111'
III~\[,I v 'rr flcação su sce tível de ser inv alidad a, Qualquer que seja a causa ad- pr opunha um a série de ponto s fundam entais a par tir dos quais pod 1111111
11111,'~a, as conseqüências não mu dam, Estamos na s ituação de um inqu érito tentar estabelecer um a comp aração e m escala mundial.! No nlalllo, til I11
polI 'I:ti so br e um cr im e cu jo autor se ria conh ecido desde o iní cio, de O Mediterrâneo, algum as das sínteses em qu e cora josam enL' s' 1,111,011
o
se~unda característica liga-se à relação equív oca qu e existe entre a pro põem um a versão fortem ente
dif usão e a t ransmi ssão dos elementos
funcionalista dos processos
da cul tur a mater ial, por'
'vo llll ivo
'1IIplll,
\
11
('OI,I)lInl 'açao dos result ados do inquér ito - que requ er um a expo sição clara
, slmp l 's - e a co m plexidade da real idade estudada, O trabalho d o historia- analisadas, e m sua lenta transform ação, como f enômenos mui to POII('O ('oldll
dOI ~ r'ito le fases suces sivas e ligadas entr e si, mas que obede cem a técni- tuosos, e con seqü entem ente as modific ações que elas induz m no 10111'.I 1" I
('IIS ' a lógicas cu ja coe rência não é autom ática: a pesquisa e a escr ita dos zo são en tend idas e m termo s exage radamente me cânieos , S ll',' Olllllll
1(', ,11lI,a los s~~uem tem pos de realização, modos de o per ação, e per se guem de Civilização material, economia e capitalismo,2 es pecialmenl " di, ;11111
o!ll '1IVO~ pr a,tleos dIferentes, Existe as sim um a contr adição en tre a sempiter - Iam, por trás de um imp r essionan te acümu lo de leituras e d ' il1r Ollll1
1 1 I oh -d,' 'n Ia ~ L,lma descrição que se p retende a mais realista possível _ um a visão que me parece demasiado sim plif icada do mun do O 'i'lI 1(' '(III( 11
('li ' pll '<) o habIto que o s hist or iador es têm de voltar ao s mesmo s t emas do, por exemp lo, à oposição entre ricos e pobr es) e um a con p ':to d '111I 1I1
do, <Illais 'semp re possível dar um a inter pretação nova, porque mais com ~ do mecânica dos fe nômenos de difus ão cultur al entr e país s, h '111 ,'11111 11
pl(' li ' mais realista, mai s pr óxima dos fatos - e a re lação que um autor entre camadas ou grup os sociais,
1I1""( ~II 'om seu leitor - a qual, por defini ção, deve recorrer a uma retórica Esse s volum es, que visam um pübl ico a ber to aos não-es p' 'i:"i t", I1
III H' 1'11'ilil' a om preensão, e deve portanto simp lif icar, eliminar os det alhes gerem q ue a comp lexid ade social af inal quase não pesa no IlI' c I i~, I H 1111
tlp 'I/'IIIOS, sintetizar o longo trabalho da pesqui sa em algumas centenas de às transformações lentas do mun d o, Essa e r a, no fundo, a filosof'i:1 d,' 111111
I'I ',1 11 .1 , dei e a razão de seu gos to pela história: "Sim, entregar -s ao pra~ 'I I I11
do tempo estreit o, com sua trama fechada, em virtud do <111' o ili,llllIlIllll
o ill~istir nesse ponto, não pretendo pri vilegiar exc lusivamente o pa-
perceb e mais as aparências que as r ealidad es do passadc, ",1 :0111lido, 1111
IIt 1 ti I , " )I" 'a nas form as de com unicação dos resultados, já que a escala de
mo que o mundo assim evoc ado se ja bastante real, m 'Sl1l0 <1"(' 11 1 '111itl (I
1111" I 1(;1 o ~ I'finida desde o nível da pesquisa, Mas a retóri ca eonstitui um
das transf orm açõ es da cultur a mater ial se ja tal que "o t ' mp o, 1\[1 V('I Iltll , I
I I' 1111 11\11orlante: o leitor pode o bter a inf orma ção por meio de sínteses
a bolido",4 ainda assim é por me io de diferenças mín imas nos '(11111)(111111111
ti" t ,llIlpli:ll1\ a p 'r spee tiva tem poral e es pacial, ma s trazem o risco da sim-
tos cotid ianos que são construídas a comp lexidade so 'i~11, lIS di!'('I' 11('111(I'
plilit'II,'ljo t/ll - 1"0 le falsear as coisas; o u pod e, ao contrário, se r sensibilizado
locais nas quais se e nr aízam histórias que são elas n "sl11a s i" 'dlll iVI I1I1 1111
I'llliI I1 '(1)11"1 'xi lade ele um pro blema por meio de proce dimentos de gene-
diferentes e nas quais se ex pr imem as capacidad 's inv '11Ii ll~ do' 1111111 111
I i11/.,I"liO I>as -;I los em o bservações minuciosas, em que a amp liação no mi-
Não o ponho aqui termo a termo macro e micro-história, 11\[1,' '(111 Idl 11111111 1
1111 '()pio P 'J'mic' su blinhar a mu ltiplici lade dos elementos em jogo, Pens
variação de escala de o bservação dos fenômenos '(lIlSlillli 1111\ill'lllllIll 11111
tlllt' ho 1 pal'l' 10 I bate "mi r o"/"ma 1'0" pode ser entendida nessa per s-
li 11 i I. l\IIil1ha I)I'Ó' ria 's 'olha de IITla an,ílis minuciosa ela eom plexidade
11 1ti 1.1 1:111)1)- , I Ia onstaração d' 'lU' os 11'0 e limentos de en ralização
I F. 131':11 1(1<.;1, L:/ f\Il{c/ir 'rr :lI1é' 'r /(; 1I1011c/<; m '(fi r 'ml/1 < '/I:) /'</l(I(/I/{, (/ /'/1//11'/" / I (I' I
ltillllldo .. 1111hisl )ria - nas ,i n ias so 'iais não apcl as I monsrr an slla fra- I'is, A, ;olin, 1949) I N. do '1:: tr ad, por !'.: tI'/'c/il 'rnll1r.:1I 'li 11/111/(/11 /1/1'11i11 ",1//111 11·1
11111/,11 (l (/11 ',af'inal I, 'Ol1las, ni () s 'r ia r i o gr av '-, mas Si o I"aml) '11) r 's- })Ii 'li c/ ' Vi/i}) • lI, I,is boll, J'v brrins FOl1l 'S, II)HJ I,
I'tlll.l ,i .. pOI' si/.!,IliI'i 'al;< 's I I' 'nh 's I' 'ons 'qU n 'ias i 1 'ol6gi 'as ' aI' I': Brlllld -I, :illi/islllillll 11/:11 ri '/I', ('(IlIlIlIli(', ('IIJlilll/i,I'III " XII' X\III/" ,ir 1 /' / /1
111 111 0 polli " .., I\s 1'1I1SilSi1llulogillS PIOI oSlas 'In 110111' 10 'ol11p aralivismo SIII/('(III 's (/11 1/IIIHil/i-II: /, /)(),~"i/)/c 'I i'illillllssi/l/C 1':I1i"A, :olill, 1'1/11, :1 1111 ' 111
1" "I Id,'I(OJiol',1 di 1 I 'vi ..iolli.11 1\11 1\/'111111111:1..: O 111\1 h0111 (', 'Illplo disso, ('illl n, ('IIJ l, ,.1\' IIN, do 'I:: 11,1(1.J lOII.: :il'ilil.IÇilllllllll 'Iill/, ('('IIIIIIIIIi" (' ('I'/!IIII/IIIII" I
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.tlll 1,1 111111 111111111 1IIIIIdl 111 11dll 111 11111 11/1, I Illid, I' 1'1
1111I1 ,I k'o 'ss 'n 'ial - po r exe mp lo na an álise da cu ltura materia l qu e no s 4. Partamos port anto da relação e ntre produ ção, di stri buição ' '11 11', 11
111 111's, I IHI"i , Lal 'omo pode mos apreendê- Ia po r intermé dio de um a hi stó- mo. A co nvicção de qu e a s oc iedade se es trutur a em fun ção d as r lar,' , d,
11 I1do, ' '0I1SlII110S. produ ção em sua dim ensão ec on ômica, mas tamb ém no nível polf l i '0, 1I 1
I~;'sI' 'ialm ente el11 As es truturas do cot idiano que a leitu ra de Br a u- mi no u po r sub ordinar a di stribuiç ão da rend a e o co nsum o à Ire 11 1' li,
d I 111' par'" menos convinc ente, qu and o, em ve z de pr o cura r defini r as pro du çã o nã o constitui, a meu ver, um a pr elimi na r ob r iga tór i'a da anrtlis ' 111 111
I 11 111 'iI\ IIra< :< 's mu táveis das trans formaçõ es socia is e das tra nsfo rma ções cu l- xista em term os de class es, e f oi aliás am plamente com pa rtilh ada p ,Ias I '11t i 11
11 11iÍ~, ,I, pr ,(' ' re privil eg iar a tran smi ssão e a dif usão, a ino va ção e a evolu- fun cion alistas: de qu alqu er maneira , f oi sufi cientem ente f orte para <111' W J 111
, li, 1';s siI uma das ,lrea s e m que, co mo tent arei mos tr ar, as ciência s soc iais tori ado res durant e mu ito t em po se des int eressass em do co mp ortam '1110 do
111 111 ',P 'lIara m para analisar em co n junt o os da do s a gregad os, os comp o rta- co nsumid ores, q ue er a de facto co nsid erado um a co nseq üência "01\ lllil.l
11\l 11 111,'i 11 I ivi IlIais, as transform açõe s o bje tivamen te me nsuráveis e as estra- psicoló gica das va riações da produ ção. Esse es qu ema simp lista fe i po 111 , 11 1
11 /',111 11 11os ti 'se jos do s ind ivíduos. Suger irei qu e um a mod ificação da e scala ques tão com a c rise das ec o nomi as "co muni stas" , e os historiad r 's 'O IlH,' I
di (11) 'I a 'rio tOrn a po ss ível um a leitura ma is dens a e m ai s rica do que a de ram então a se intere ssa r pelos probl emas de di stribui ção. Fiz rlll11 IIl) d,
1111/11Illordag '111 glo balizant e da lo ng a d uração e do que um co mp arativism o duas ma neir as, prin cip alme nte. A prim eir a consistiu em estudar a lisllilllli . I1
111I', 'ld:1 111 11 nc.lial, qu e oscil a entre a cons ta tação de pe rmanênc ias mon óto- da rend a nu m a perspe ctiva histórica. Um de ba te im portante e f rucrl' 'ro 1'11 I'
1111'I' 1 d 's 'O i) 'rta de questioname ntos radicais. sim tra vad o em tor no da l ei dit a de K uznets e da cu rv a hom ônima:' 1111 11111 1
fas e mod ern a do crescim ent o ec onômic o, a c urva das de sigualda I 's dt, I 11111
ass umiri a a f orm a de um U in ve rtid o; a desig ualdade teria aum I1la 10 di 111 1
J. I';sl'olhi 'xa mi nar aqu i o co nsum o na socied ade do Ant igo R eg im e, ma es petacular durante a prim eira f ase da indu strialização , e as -gllil ! 'I" 111
'I 11" {-' d' 11 111Lema f artamente doc umentado , mas que foi o b jet o de um
fo rtement e redu zido dur ant e a primeira metade do século XX.
\111 11111 ('111 0amb íguo e in certo po r parte não só do s hi stori adores como t am-
Devemos co meça r rec onhecendo q ue praticamente não lis pOlll1l d,
1111 1 rllI '( 'of )omi st'ls, dos so ciólogos e dos antropó logos.
me did as par a o per ío do que ant ece de o séc ulo XVIII . O nível 'xi lido dI' 1/',11
1I1 v:íl'ias razões para estudar o co nsum o, o co m po rtame nto do s co nsu- gaçã o de dados, o c aráter muito lacu nar de nossa in f ormaç10 so br' o 11 · 1 dil,
11 111111 11 . o <1" 'se hamou de "rev olução" do co n sum o. O s histor iadore s fo rtun as e dos rendimento s na ép oc a mod e rn a tiveram com o 'ons 'li ( IIl'1 I I 1
I II1 I t1l'di 'a 10 'a da vez mais a es sa taref a desd e o iní cio dos anos 70. O s mi tar a an álise aos séc ul os XIX e XX , co m a lgumas raras t 'IHativils d '111 11'1i
I 1'lllIlll IiÍHI IS il1l 'r 'ssam-se por ela há muito mais tempo , desd e qu e K eyne s
ra çã o a penas para os s é cu los XV II e XV I II (co mo as estimarivas 1 '1I1 11d I' plll
I Idlll 11 11 11 11 "!llro de sua análise o dif ícil pr o blema do pap e l da função de Greg or y K in g). A ênf ase dada à E urop a indu strial e às sllas lraf )s/()IIIIII,' 11' di
1'111 111110, 1,'10 pOS IO, a be pergun tar por qu e o tema fez tanto suc ess o sem
f ormou nosso pont o de vista. As sociada a um a per pe Liv" d' IOIl/',i l dlll I,. o,
'1 111 (' 1I'IIhal11 produzido resultados sistemáticos co nvin centes; por que, ela cont ribu iu para es v aziar o pa pel das organi zações' los 'o1111illl'/ 1111Il,dll
I 1I1 t11l 11 1, 'I' P 'rma n - ce in v stid o de um a carga ideológica e po lític a tão pe-
lho, as s im co mo a imp ortância das es c olhas políticas lis '1Iis, NIIIl I I d I '111 1
\Ill.\, '111 'Ol1lrllsl" s pec ialment e, co m a ênfase tradicionalmente dada pe-
111 lti 1li! iado ·s ma rxistas à produção.
ma , contam a penas as f orças econômicas, qu e sã o res pons: v ,j" P 'li '" 1
11'. 11 1
de um sistema do minado pela agricultura para um utr o '111 <111' 1 111ti 111111\
'11 " plOhl 'mas I'v 'm ser pr ioritariamcnte a bordados : a) a relação e ntre I redomi nante, ou então a transiçã o de um regim I mo "dli 'o "1l1I1 11',1I"pllll
1" lIt lll '10 , di .'!lil)ll j '1 0 ' 'onSlImo; b)'( af ir mação ele qu e o co nsum o só se torn a 11m outrO que é qualificado co n"'lO "novo" , Ess as f or as 'S llll'i 11 111'I',illtlll 111 1\
1IIIIil I 'did I I, "on n i 'a lin âmi 'a 'om () in í 'in Ia R volução Ind ustrial, se ja b 'm por trás das poifti as 011 Ias açõ s ins ricas no '11 1'10 pI'IIY,~), ()I I, 11 111 1
I I1 1 111'lIdid ll 'omo IlI l1a '1 III sa 011 '01110 lIl"'I of 'ito; c) o f ato le qu e 'Ia falar ti 1 IIzn 'rs n 'm os hisco ria lor's qu ' 'I' ins pirO Il f oram 'a paz ',' d' d '111 011 11 11111
111111"I('VO ItII;: o" do 'Of )S11 l11 0 (011 d' 'onslImi sl11 o,OIl I' mar 'rialismo n o 1'1'- 'ar{tl 'r in 'vil ':ív ,I d' 11 I11aral 'volllç. o, I': mais,: l 10 '111 11'11 111,':o ti '111 1. illIllI 111
11 11, ll'I'Í1111 110,' il1lpli 'ilal11 '111 'a is: o I, lim a so ,i, I:td ' il1t ' 'r<I Ia, ;\0 a bordar "na na <l11:d s' b:IS ,ia 11h i, lt 's' "011 mi 'a d ' IOf )/'a dlll':lr,'1 o ti ' , ' '1\l'OI 11 1111o
I I1 ~ '111',11) '" 'lllP('lIhlll 111('- 'j '111" 'ssld!al' Slll\ :111li i '!li da " I'IIIldam '!l-
I ti, 1111 1IIIhi ti lI('i I, '11 1' 1 ' 111 111111 11 111
Il'illllll 11111 ilOid 'ldol',il'll d,,','o 'j 'dllll's
11111"ti, 1\IlI.I' '1\1111111I, 111 11 11,1I111il11'1i1l1.\d il('I('11I1 d, " I 11 I1I '1I0~ I JlllllÍl I,' 1'11 /11 I ,1'.11 11111 11 111
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I III VI III II I1111 11 1 11 111 11 VII \ 111 , 1111/111//"1 1 "' 'l i, ( 1',11 1, ~1't11/~ ,111ri11dI"
1 , 1'; 1111"1 1111 1111\I I 11 \' 1'11 ,11)'11)
es tudo das mud anç as indu zida s no cur to prazo p ela ação pol ítica, assim como vém tamb ém ma rcar nitid amente que as es trat égias de con sum o I11IIlIld I
a mensuração co mp arada das dif erenças n acionai s em matéri a de de siguald a- aí as d as classes populare s) são produtos de um a cultura comp l' 'li 11111 1I 11
de da renda - exc et o pa r a a é po ca mais recent e. Ora, os comport ament os dos poderi a ser reduzid a a uma lóg ica da subsistênci a, da necessida I, ,'11 1 I1I
consum idore s são afetados por essas variações de c ur to prazo de um a ma neir a lha: do con tr ário, a s form as passa das de co ns um o co rr eriam () Iis '(I di I r
diferent e da s e Voluções de l on ga du ra ção .6 a pre end ida s for a de qualqu er con texto.
O deb ate histórico sobr e a distribui ção da rend a centr ou-se assim no Duas id éias domin am, de f ato, a leitura com um qu e ):; !li, 101l1ldllll
períod o da Re vol ução Indu strial , e me smo as raras t entati va s de remont ar f azem da história d o con sumo em suas diver sas in terp retaç( ': ;. !lllllll I I
ma is atrás no ternp o in scre veram-se clar amente, tamb ém elas , ness a pers pec- po stula que antes do sécul o XVIII o co nsumo d as classes po pul:II" I I II
tiva teleológica . É ess a, co mo iremo s ver , a refer ênc ia esse nc ial na conc e pção tado sub met id o de mo do qu ase ex clusiv o às impos ições ela :;1I1 l,'lsl 11\ 11 I
omu m do c on sumo qu e os hist or iad ores prod uziram : o co nsumo de massa que, por con se guin te, as pos sibi lidades d e esco lha nã o t eriam nlll ilo ('111Idll,
f oi, ele também , um a revol ução cu jo iní cio ter ia est ado liga do à int en s if i- não mais do que as signifi caçõ es simbólic as ligadas às esrrat 'g i:ls dI' 111111
ação da comercializa ção . Nã o exi stiu p ortanto con sum o de mas sa ant es da mo ou os ef eitos de hierarqu ização e de pr es tígio ligados a oP(,( ':; 1111" ,I I 11
R ev olução In du stri al? Pen so, ao con trário, qu e a ma neira pel a qual a d esi - da rend a fami liar, que perm anecem pou co visí veis para nós . I 'SI d i a 1.1 11111I
gualdade da rend a va riou é uma r ealidade deter m inante para quem qu er atenç ão inte ira mente vol tada para a nece ssidad e de assegurar um li 1,1 11I 11
'om preender a dinâmi ca soc ial da s so ciedad es m ed iev ais e mo der nas. Prec i- mo de subsi stência p ara as classes popul ares , enq uanto se m Id I I"I 1('\ 1111,I 11 1
:;amos po rtanto de i nd ica do res qu e to rnem po ssível um a me nsuração de ssa co mpen sação, os estudos d edic ados às form as op ulentas de '011,'1111111d.!
ti ': ;i rualdade, não apenas p or int ermédio de um a op osição e stática ent re ri - aristocracias. A segun da idéia cor rente é de qu e a estrita hi 'rarqlli I d,1 I1II
'o:; , po bres, mas nu ma per s pec tiva din âmica : a da dif erença relativa e mu tá-
nIn as e das rend as era a úni ca a frea r, até mes mo a bloquea r, a illlilil,',ll1 I 11
v'l los níve is de rend a como ela foi perceb ida pe los at or es so ciais.
tre os diferen tes grupos s oc iais. Supõ e-se ass im uma eo ncinllidnd 1111 1
mode los de comport amento s, com o se a sociedad e in teira tiv 's:; ' '111 'I idll
o S. A scg unda a borda gem centra-se no co nsum o, mais do qu e n a distri - supond o-se qu e isso f osse possível - se ni velar pelo on:;lIn1O ('011 fi 11111
11Id,'lo Ia renda - a não ser na medida em que um a tal distribuiç ão pr odu z das classes s u perior es. As pró prias leis suntu,hias f oram assim 'Il[ '1l\lid,I' I I1
I I 'ilo,' o bs 'rváveis so bre as f orm as econ ômicas , soc iai s e culturai s de con su- mo ob stáculo s destin ado s a prot ege r barreiras sociais, eI : ;1 r ':t.alldo 11 II1I11 di
11111,(:h 'g alos aqui ao c eme do nos so prob lema. Se partim os da idéia de que el as tamb ém tinh am a f unção de co ntrolar o consumo, o Iil, o 'o dI 'l f ll I
1111\I I ', '11 'r,dizaçã o da emu lação soc ial no in t erior de uma soc iedad e diferen- díci o aristocrático s.7
1IIIdll S ' !'"ndo os nív eis de f ortuna ou em classes, mas que partilh aria a mes- O res ultado de um a tal leitura é um a visão maL 'ri:disl I dl'II111 1.1111
11 111 'Idl ura do eo nsum o, os res ultados não pod em ser senão paradox ais. A mente vulgar dos fenômenos de consu,mo, que en ontramo:; i S V'/I 1I1 t 111
I', 'li 'ntli:t.a,'ão dos modos de consumo de uma elite para gru pos progressiva - análises menos elaboradas de realidades concemp or:'ln ';IS, 1)111\1 IltI I I 1II
111 1'111. rn:lis num rosos no in terior le um a po pu lação é um f enômeno relati- seria ao mes mo telTl po su perf icial e errônea. Em SI1 <1inll 'odll' (I \ l'ltll 11111I1
1'1111\'l1t ' 1" "nt· , mas se ri'l f ala ioso querer atri buir-lhe um in ício prec iso- onsumptíon ill1 I che world of 7oods/,' Brewer e PorL 'r al'írllllllll '111 ,111111 11
11" 1 " 'Illp l), () Séc ulo XVIII. IVlclhor seria lev ar em conta o longo [eríodo mos traram os re entes aco ntec imentO s na Euro pa' 'nlral '0111'111,11,11 11 II
'1 11 JlI 'PlilOIl 'SSa lI'ansf orm açu) , fa'l.{;r dei o o b jeto le nosso 'Stll 10. on- d isiva I, viabili dad ' d' um r 'g il no mundo 'onl 'llll)(l I, 1110 11I I I
p,)'i Ia I',no S 'ntido mais lil 'ral, ti, "disrrib lli r b 'ns".'1 \11111\ lltl 111/1111111, I1

" I I Y "('/' li III1Vi:1SlI hlinl1ado os I'lIl1d,1I11'lHOS psi '01 )I! :i'os


I1 111\111111' I'lId ,l, . 1\11/,11'I N j. II!lN'I I1 111 'NII' I( li <1"' 'S~ I I'1i1~'1 1I'/,1 111 11 i, 1111111', ,1111 7 < :, I ,Ow 'li IllIgl1 '~, SllIl lllIlI .11 1,1\\1 111111 '"l 'i,1I I '1,IIill1l' ill H '11.li ,111'I Il.tly, 111I 1\11 I
11 1111111/',11P' II/,II 1111'1\" 1111p'l 111111illl 'dlollollll'I1(' (tlll 'Iilll , 1',11'1111 {I,\(,,\ 01 ' 1111;01/11/;11 ('11,), [);,'{H/I 's 1I1t1 ,IC U/CIIlCII(,I./'1/'\ ' IIIII//II//IIJ/I/ I I'/I/Iil/III ;" Ij, , 11 '<'11(:lIlIl illlll/" (:'1111
111 1// 1 1/I ' '111'1'Ill/tI \1'11/,N \ )'11", N 111111 I I 'I 1111'11,1 1 1 0 1 ,01'1'11
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11 \' parece ser fr ut o de uma es pa nto sa ceguei ra historio gráfica. O f racasso Vej am os um exe mplo . Pa ra ente nder o I'in la:ll illld ' I ' 011 1 'ioll Il li1
los regim es comu nis tas cer tamente não deve ser bus ca do em sua inc ap ac i- da classe ope r ária n a Europ a (m as a o bserv ação v ai 'ria lLIlnl '/lI plllll 1i 11111"
d:\ I' de ga rant ir um det erm inado ní vel qua nti tat ivo de con sum o, e sim no guesia em s ua co mp etiç ão com a aristocra cia), um mon 'nto ti "isi o III ' P ,I
1',110 le que eles nã o for am cap azes de garan tir a qualidade do c onsumo, rece ser aq u ele em que ela renun ci a a imp or seu pró, rio /ll O I 'ltI dI
co ns um o e s e atribu i co mo projet o a r eivind icação de poder ai in ,ir' 'Olllp ,1I
IlIl1:1 maior igua ldade na di stribui ção de renda , um co nt ro le soci al dos me ios
tilhar o mod e lo bu rguês de co ns um o. P odemos situar esse n 0111 'nl o (
d ' pro lução. Vem os no vam ente com o um viés ideo lógico leva a co nfund ir
gundo Viuorio Foa - entre a Re vol ução R ussa de 1917, o I>i 'Jlllio 1(1\\11
I', ':!llsas c os efeitos a pa rtir d e uma leitu ra neo clássic a do s com portame n- 12
ita lian o e o fra cass o da grev e gera l na In glaterra em 1926. No 11 111 11ItI '; 11 '1
Iti ' Ia relaçã o en tre pr odu çã o , distribu içã o e co ns um o ori ent ada para a
talista , foi ent r e as du as guerra s que o consumo co meç u a a b ·tI ' "I I 1111 1
hlp II 's ' de um a maximi zação qu antitat iva. A pa rt ir d e tais hipó teses, a mode lo uni fic ado . É pr ec iso po rtanto re petir: a im agem da r 'vo lll ': o ItI ('1111
.t!l,dis' histórica pa rece m o ver -se no e s paç o da science fiction: num dado sum o co mo um fe li z acontec im ento imp ede qu e se entenda pro ' 's 'ti ( 111
111I IIll '11 l0 - a é po ca da Revolução Ind ustrial -, os homen s ter iam sido s u- tura l su b jacente aos co mp or tam en to s do s co nsum i lores .
1II IIIIll 'nte tomados p el a paixão de adq uirir e ao mes mo tempo liber ados das
1lllI ila~õ 's tecnológi cas do pass ado .
1\ mes ma matriz int erpre t ativa propõe u m seg un do ar gu me nt o a o faz er
6. O terce iro pon to que deve nos ocupar é a hi póres ' lil'usiolli I1 I, I
dtl 'ollSlln o uma revol ução à q ual p od emo s a trib uir um mom en to or iginá rio: que c ons iste em i m agin ar um a d e scida socia l do co nsum o 10 IOp O '111 dl ll
ção à ba se da es ca la so ci al. Ela é i n se parável da co nvi çã( \' <11 1' 111 11 11f i
( I1 ~ 111 11"/wppy ellenc". Essas sã o, ma is um a ve z, pa lav ras de B rew er e Po r-
ciedad e es tá pro nt a para consumi r a partir do momento '111 li 11 , "/ lI 1 111 11
1I I, 11 \tIS Olltro s histor iado res as ut ili zaram. N. McKendr ick fala assim em u m
reuni das as cond içõ es ma teriai s (da mes ma maneira que 1111 '11111'1I1llilll 1 111
"11,1',l'Illl 'IlLO" da so cieda de de co ns um o, que e le vi ncula à inten sif icação da s
po se co nsiderou qu e tod o at or es tava pr onto para entrar, 111 111\1 '\11 '\111 doi
I ItH'I I~ t'Olll 'r 'iais na Inglaterr a do século XV III . 10 J ulgo, ao con t rário, ser ne- ria I, ou pa r a inter vir no me rc ado , a partir do mom nro '111 1l 1 ':1 ol'( 11 I \11 1
I lido i 1'l1lif i 'ar o pr ocess o que pr ep arou essa v irad a quantit ativa. Poderí a- f oss e apr es en tada).13
111 11,l,d:1I assim , por analogia, em um a lon ga f ase de acumu lação - ou em um Or a, um a tal unif ormid ade do s compo rtamentO s, assim '011 10 1\ I /',1,\ dll
P" IlIIl 'OII,'llIl1ismo -, du rant e a qu al as fo rças produti va s não fo ram as única s im itação social, não é a bso lut ament e po nto pa cíf i '0. (~ pr ' 'iso li 11 ' 01, IIl lll1 , Ii
, '\'Idldl , 'SI i l11ulando um cresc im ento d as troc as, mas tamb ém ev oluíram as nh am razõ es p ara imit ar. As soc iedade s mediev ais c mod 'I'n;\s li,o (" 11 11I III1
Iltllll o' ('\ dlll ra is relacionadas ao co nsum o e às re pr ese ntações soc iais do uso tif icadas apenas em fu n ção dos nív eis de f ortun a 011 Ias b:II'I' 'illl' jlll dl (" '1 11 1
I I li' I' 'III.'OS. 1 1 I"~ neeess ano, ' su b"stltulr um m o d elo estrItament . e qu antitativo def ini am es tatutos. Sua segment açã o se baseav a tamb 'm 11:1 'x i,1 11 ('101di 111 1
111 111111\I llO I '10 qu alitativo , partin do da hi pó tese de qu e a cultura de co nsu- turas, de es tratég ias de so br evivência, de formas \c '( nSUl 11 0 dil '11 1I1I ' 11
11 111(' ill,' ' p:lriív 'I da rea lidade cujas transf orm aç ões no temp o proc uramos en- devemos im agin ar a bu rgues ia em busca do mo I 10 al'isl()" til O, o' 1I1t11011111
11 11 11'I. N:lo ~ verdad e que tenh a existido um ún i co mo delo de consum o , dores do modelo burguês, os mendigo s do modelo 10 ,ISS:i1:lli,1I111I II I II
t 1111 11 11 11 : s 'Iir 's c às mas sa s, e u ja homog eneizaçã o teria sido det ermin ada pena ele nos in ,pedirm os de enten I r os f el ômenos d ' 11)01 ilid 111 11111 1
''1 u 1 \ I,' P ·10 pro gr 'sso e 'onômi o c tecnoló lico, É ncce ssário, em eo mp ensa-
, 11 , ('III ~'II I 'r 'orno 'S $ mo 1"10 POII'O a pOIl CO se un if icou. 7. O interesse b'ísi 'o le um CS tll 10 do 'onSllmO I\l' P III('I" I Idll 11 11
fato de qu e Ic nos o briga a I 'vaI' '11) 'onla 'lel11 ·nt OS '111iIIl':d,' lIlIl 111 1111 '\1
'an nos sa ima g '11) 1 :\ 'stralif i 'i lÇ;() so 'i:d. 1\ I'rll "/lI 'Ill:\~': () ('011 \ IIIJ III I 111I1
N, I\h'l(l'lIdl'i 'I,
111 1 1 1 1 I'()ti 11'Iion, in N. M ,I( 'ndri 'I, J . 1 1 1 ' 'W 'I' " J. 11. !lI 1111 1 b, '1 '1 / ' I)il'-
/iI 11111 ('/11181111/('1 8111'i '/ ~ '1'1/ ' 1'lIlIlIllt'lrillli'/,lIlieJII 111' 'ilJ,llI{'('III/1 "111111')' 1\'Il/~iJllle/ (1,011-
dllll, ":11 111 1111, 1 11 7 ,p, I H; (" 11111 111 11 1.1,'I'ltil,,1 , /Ú'flIlIIIOil' /lIJ!i ')' 1I11e//llli ,(,18, '1'''('
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II (:1,111 11 I 11111110,1\1 ,VII 1'11\1,111 111'11 1111111 11,11 111111011
11 1111 11 1111 ,111 U U llIlIllllll I \ )o, I1 11 111 '111 111'111\oI~lllIl 1 jll l 11 '11111 11111111\1\11'11111111 11111111 (1:1 1\11 1 1111'111 \V I 1111 ,
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do 1IIIIIIdo , ,'o '1:11HO menos tem o mérito de nos obrigar a refletir sobre corno crescimento dos rendimentos, a parte relativa das despesas com alim 'Ilil '1111
« ('(111,til 11'Ill llS solidariedades sociais. Os mecanismos da distribuição ro _
moradia diminui, a parte destinada a vestuário e equipamento dom ~sli('(l " I
111I111I 1IIIl/()I'I,11ida le social engendrada pela produção, As relações entre ;_
maneceria estável, enquanto a correspondente a educação, sa(ld' t' 11 I I
1111,' ,(':, Os 'su los, le Vida, os pertencimentos étnicos e culturais, as tradições
aumentaria,', 15 P "esqUlsas posteriores mostraram que, na ver d ade, H 11.'('11111111
11111111:11 's I: O ol'lg 'm_ a formas de solid~riedade que não se sobrepõem àque-
IIIS hll,'t'lIdas nas rela oes de produção. E nessa perspectiva que o estudo dos sões coneernentes ao primeiro item, alimentação e moradia, se suSC'1111111\ 111
11HltI '1(IS ~', 'onsumo 6 deeisivo: ele pode nos permitir entender em que cIusive para os períodos mais recentes.16 Mas os historiadores 11'iI1i' 111\1llil
p,i1~'o, ,'o 'llIlS atllam a inveja, a imitação, a solidariedade e o conflito, Numa não se interessaram pelo problema, Não procuraram estabelec r a ('IOlllllilj',i11
IIl'I '<IlId 's',gm nl'a Ia, m corpos, os conflitos e as solidariedades freqüente- dessa evolução, nem determinar se ela valia tanto para uma sacie "1t1' S I')',IIII 1i
11lt'1\1(' O('OI'I'I:lm 'ntre IgWlJ S; estes competiam no interior de um segmento tada juridicamente em ordens sociais distintas quanto para uma so 'i 'dlllll 111/
dlldo 1,111 ' S· ,'ara 'tenzava pela existência de formas de consumo organiza- de as barreiras sociais existem de fato sem estarem explicitam nt' ill,lIllI 1111
d,IS, ',li 'I'HI'<I'II~a Ias e Intensamente investidas de valores simbólicos; que Meus dados sobre Veneza sugerem reformular a pergunta nos s 'gllillll', I1 I
I'IIIISIII 11111:I,I11b'm uma ligação de solidariedade diante dos outros corpos ou mos: como as despesas com o consumo variam, em função da ren IlI, 110i111111111
1'11<10,', 1{1II'1SSlm:1I11entepensava-se e agia-se em termos de uma transforma- de segmentos culturalmente homogêneos da sociedade? Como SHa ','1111111111
" (I (lil 'Sll'lIlllra so 'ial 'omo um todo. As modificações eram lentas e muitas se deformou com o tempo? Consideremos as pesquisas já realizada,' ,'0/111 1i
V I f,( S , 'sl",avan , sem que se tivesse consciência disso, de uma imensa va- orçamentos familiares, Esses estudos, surgidos no século XIX e mllll illlil' 11111
I 111ItI' I: l1ii 'romudanças no interior dessa sociedade fragmentada, Para no século XX, em ligação com a Lei de Engel, foram amplam '11' <Iil'llllIllIllI
11 II 11111:1 1Il1llg 'm, 11m mendigo aspirava antes a tornar-se o rei dos mendi- e recebidos como verificações empíricas da formulação kcynesiana: a i(/ {i I I', 11
',111<111 <111'11111 'oll1erciantc pobre. traI era que o consumo é função da renda e que a propensão n til' 'il1:1111('1111'111
() ','11110 10 onsumo não se c oloca portanto como uma alternativa ao es- mir é positiva mas inferior a um; e que a propensão marginal :l ('()I\,'llIldl I
IIldll 1111,S I' -/:1<,:<
'S d' produção para quem quiser caracterizar formas de estrati- inferior à propensão média (de fato, se o valor marginal é in~'ri()I' 110lililll 1111
II 111,o, I)('i:", () qu 'onta aqui não é a introdução de novos bens de consumo dio, este último é decrescente, o que significa que a propenso o m 'dill 11('111111
111111\'1-(/110n~I,lit~ nas abordagens que, como a de WeatherhilI, 14se propõel~ mir tende a decrescer quando a renda aumenta). As famílias I, I '11(/I 11111
IH'IIIIII'III"'III' li, I"IIS'~O progressiva de produtos como ochá ou o açúcar; o impor- baixa tendem portanto a gastar uma parte mais important' d 'Ia, '1Iqlllllllll I
11111' (' I1 '(I: '~t'n I'~ de esferas separadas de consumo nas quais a presença de que dispõem de rendimentos elevados gastam relativam '111" m '110" (lll, 111I
1111IS (','P 'CIIII'I:IS po le não ter tido senão uma importânc ia totalmente limita- outros termos: o consumo médio aumenta com o aumente da r 'ntlll, 11111'1 11111111
di: (I ''',I 'OIl1,IIÇIÍ 'ar que bebiam os trabalhadores manuais para complementar proporção inferior a esse a umento; a propensão marginal 1\ 'onSIII1\i, I{ 1"1 li 1I01,
I 111('/',11\1' IIIIm 'nl'lIr 'ertam ncc não teve a mesma significação daquele que, inferior à unidade e decrescente em relação ao aum nco 1;1r 'nll I,
IHI 11\','1110rllom 'lHO, 'ra toma 10 pelos aristocratas em seus salões. Como medir a validade dessa hipótese? E ncontramos :lIpti 111111 lilll'"1 d
ficuldade. A primeira é que a hipótese po Ic ser váli Ia 'm 11'1'1111lI Ii, 1111 d 1
mas não quando se trata de orçamentos familiares parei 'Idar 's: "i, Ii lli 11111
H, I~,1111111 :11)01lag
,' '111positivista ' neo 'Iássiea que nos sU1erc a imag m
uma grande dispersão dos comportamentos m corno Ia m "(lill, 1\ '(')',11111111 lill
111 11('11li, 1111111 ,so'I 'da I l1a qllal o 'onsumo s 'ria unifi'a 10. I 'ns"mos na
culdade prende-se ao fato ele que a anális d' K yn 's r 'f'r '·S(' 1 1'1111 '1111',11111 ti
I ,I I d(' 1 1:11';'I, <Il1' (ili proposta a pllI'lir I, uma r nex:ío sobr uma so ,i' lad'
I li) '(' /1('I, 11tio li,,, 10 ,'~clIl() fI, mas 'm s 'gui III foi apli '(I 1:1 I, modo de onsumo,
- emas
nãotan bém
mpor~s variaçõ
'MOS's d <.;
Ia r'onsumo
'nda globalindivi~
- lilalli,',
IIIII()I',()'I,I}',I111111,11
)',dd'l ,
IIllIilll 1I111i,I': 'r:t1 'Ill div 'I'SOSJ l1011l'lHOS '1"'
portanto a 'o Tam
Ia hiSl6ria do mllndo l1lol! 'rno: '0111O

I, C, J , ,"ltij.,It", '1'lIt, '1111Id:oIIIIY 111' IIllpitil'l" 11111111, 111','1111,11111'I 11Iill illl, ','1 /1 ' ,/ 1 1 / 1 / 1 1 1 1 1
11I " \VI 1111," 111111, (:/1//'\///111'/1II'i/lll'l/ll/I lI/ltI /1111/1'//111 1'/1111/11' //1 1Ii/111///,IM O 17(d ) 1 / 1 1 1 1
"I'I'/lIiIl!'II//i'I'IIIIIi/II\\ (, ':11, I1 I, I11,I V II 11111""111(:, ,', ,'1""1111,'I 'I \{,III1111111P I 1111111 111
111111 NI li' 111111, 1(1111111 111\1 I 11',1111
I' 1'11111, I'IHH, \'1'1 11111"1/111 I1ItllIll 1IIIIIIIIIIIIIIIwlllll 1dI
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\1',110111,,1111IIIIJ lI111I d 1111111111 11111. ,i 11/111111111111, 1111111111111 IlIlitl,"lIqlll '1\111 111"1I11~111I"1I I 1111111111111 1'11111111
(J IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII'i1llllllllllllll'IIII'II/'"I' 1'111\,1"111/111/1/1"'1'111'1/, 1/,11 1'1/
ANTES DA "REVOLUÇÃO" DO CONSUMO

1111'1110,'
1:lll1iliar 's registram como o consumo varia em função de diferentes ti- tada,19 Duesenberry,20 em compensação, avançou a hipótese I'qll' I1 1"1
po,' d ' I 'l1dim 'MOS, e não da evolução da renda global. ferências dos consumidores são interdependentes e de qu e, por '011 )'1111111.
, P:lra (l historiador, parece-me necessário levar em conta a variação re- as variações do consumo global dependem dos rendimentos r 'I:li iVII I 11,111
I.IIIV;~ los I' 'n limentos familiares em relação a outros rendimentos familia- absolutos: seria isso que tornaria, segundo ele, o crescimento 10 '011 1111111 11
11", I,: 'Ia IUt:, como sugeriu Duesenberry,17 contribui para determinar de reversível, pois que o efeito de imitação atua mesmo quando (111t'llli(II/'l11J 111
Llln os 'ol11portarnentos dos consumidores: a variação dos comportament os vê sua renda aumentar, e não todos, Em 1954 , novamentc, rvI( di/,Ii,1I11 1'1"
d ' ,'Oll:;umo não é conscqüência da variação da renda absoluta mas antes da pôs, junto com Brumberg,21 um novo el emento de e xplicação; 's j"dl\ dllll
\';I,i:l~':l() da r 'nela relativa, ou seja, da relação com o s rendime~tos das outras inclinam-se a igualar seu consumo ao longo da vida mesmo IU:lIHIII 11 /I 11
1,1111 lias, Essa es tratégia de pesquisa não é importante apenas porque n s dimentos tendem a crescer na parte central do ciclo de vida p:lla d I 11 I I I
1o~lvida ,:1r 'introduzir na análise comportamentos dos fatores sociológico depois. A propensão média a co nsumir seria portanto relativam '111('1IIIIi I I
p 11'01Igl 'os, mas porquc nos obriga a nos interrogarmos sobre o tamanho a ca (e inferior à renda) no primeiro caso, e mais forte (chegan 10:1,'('1 '1II1U1II11
1111111 'í",a d:l 'sf ra social no interior da qual ocorre essa confrontação entr' à renda) no segundo, Esse fenômeno daria conta da inércia r '1:1/i 11,11\1tli I
/l'lldas, 'lhtt<l-sC da socicdade em seu conjunto ou apenas de um segmenro como na baixa, do consumo em face das variações da renda. !Cri 'dllllll, 1IIIItI
d 'sSlI so, 'j 'da le, definido pcla existência de um modelo cU ltural distinto , rnente,22 em 1957, distinguiu uma parte permanente da ren Ia CJ II' ('1111111111111
"OIlIP11I'lll!lado, que podc envolver os atores em relações de solidariedad ' ria o consumo e uma parte aleatória: as quedas de renda s 'ri:11I1 '1111',1I ti
dI I'Oltlp 'liç< )? 'onsideradas transitórias e não afetariam imediatamente o nív ·1do ('OIl,illlIlIl
Obviamente não é fácil pôr à prova essas diversas hi, 6t 's 's Il"
il 11111/

sociedade do Antigo Regime, assim como não é fácil medir O nfv ',I do, 111111/
I), Na r 'ali lade, esses modelos sofisticados muitas vezes foram ons
mentos, suas variações, a evolução dos consumos ao lon o do I '1111", III 111\11
1111d o li punir I uma constatação empírica: os dados relativos ao comporl:i
mo ao longo do ciclo de vida, a partir de uma documelHaç< O f'ra '111('111 11111, I)
111111111 dos' )I1S1111 idores não são fáceis de interpretar no quadro das t 'ori I,
I 11111IlIi('IIS, A relação cntre consumo e renda é muito mais complexa do '1 " ' qu' acontece é que essas questões nem mesmo foram '010 'adas, '<1,111I I1
1111I l"illl! os k -ynesianos.
IR
O aumento do consumo no século XX 10 '011 s: O essenciais tanto para os historiadores sociais como para os "011111111I I
1'1111111111.1,' l'ompkxos - quc de modo geral remetem a uma Ici psicológi ';1
/11/111.1111 'Ilwl 'voea Ia por Keyncs. O problema central foi registrado IlIlI
J O . Se nos eolocamos na interseção desses dois ponlos d' i. 11, Il dlllll
I 11~III'I,': 1 f' 'Ia('ão entre renda e eonsumo é mais forte no longo prazo IOIIlIl
Illriador e o do eeonomista, chegamos a uma certa 0'1' '11'ill apc'l, 111111 1111/1'
I
110('1/110, 011ain Ia, a propensão margi nal ao consumo é mais fra a no s '14 1111
, 'qllên 'ia de simplifieações decepcionantes. Tanto par:1 111\\<111:111111 11111/1111
ti" I ,ISO do 1111' no primeiro. Essa difercnça de comportamenL) -nt r' r '11 Iil,
110,o 'onsumo - quando sc tenta perccbê-Io em sua 'VOlll\I~O IIi, Illlil 1 11/
Ilhll', ('I:í,'lil'a, ' 'onsumo, mai' inerte, coloca 1 roblcmas imporWl11 's (/11- S
10'a probl 'mas d ifí 'eis c contraditórios na me Ii Ia '111q 11~.. ' Pl I 11til 11111
1III dI', 'j V" r 'lonnr a propósito duma so eiedade do Antigo R 'gim " sollll
III '01110urna reali lade IIniform c homo rên 'a. ~Ol v '(11, pOli 11111/,11111til 111
111110,'" s' li' 'ilar, I, a '01' 10 '0111a minha hipótese, a xistêl) 'ia " '"r II1
1\(1plurali Ia I' 'omplexa los mo I -Ios CllltLlI"li' 'da:; pl',lÍei" ,11('1\11 1)111111
dI l'OIl,'llIllO S 'para Ias. Para aLia Ill11a klas, po ler-se-ia pôr i) prova ilS tlil
11\01','I' I's 'l11p 'nha UI11pai I I'r 'rminal1t· na lIf'irl11ill';: o di" IIII11I1I111 I 1\
11111(','1',pli '11('( ':; propostas para l:lr 'OlHa I 'sses fCl1ôl11'nos, 1';11111'11), I\IIl
dl)',lhlliÍ Ili>:; 'rv:lVlI 'lU" 'om o :111111 'lHO da r 'nda, O 'OnSUl110 'I' ','(", (' II 11l' I)ld 'ns '/!;rllpos:;o 'iais.
111'1I I1Iilll',itlo I 'Ild' 11:;' torllar irr 'v 'rsfv 'I; 110 'aso I, <111'(/11 da I '11dll, 1/
\1111.111110 J l '1'1ll1111
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11\a proporç: o nlllllO Ill\li~1 lillll
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\ " I 1 \ 1 '1 1 I, I' '; 11
1 '1 1 ,1'1, /)
I~ i;
sso qlle, a ITleu ver, deve nos estimular a deslocar nosso ponto de ob- peração recíproca, Quanto mais importantes eram e sses fw)l' 's. 111I cll I II
\., Vil,': O, r '11un 'iando à hipótese de uma dicotomia entre duas fases nitida- distância que constatamos em nossas fontes entre as despcsas qu' '11'111/',1
11H'1I1' S 'pilrnuas por uma revolução dos consumos, Mais vale nos atermos ao tram e o consumo real; e esse fato, é preciso enfatizar, vale tanto pai' I 11('Itlltil
IlItlgo pl'O' 'sso, ainda inacabado - se é que ele deve acabar algum dia, de uni- quanto para o campo. E ele tem importantes conseqüências nUllll1 i/O li tllllr
IIIIIlIi'/'OÇlO progressiva das práticas de consumo e dos modos de gestão da ren- em que as trocas mercantis se tornavam cada vez mais intcnsilS. M IS 11"1111I
dll rlllllili~lr, assim orno das relações com os bens e as mercadorias, Importa crescente dos bens de mercado não tem um efeito unf vo 'o no ,'('lllitill til
11111111111 I 's
0 'obrir a rclação entre as formas de consumo e a segmentação d,1 uma melhoria global: ele traduz, em geral, a disponibiliz'aç, o d' 111111 /'111111
c,'JIItIIIIl'11 so 'ial: as lógicas que comandam os comportam entos têm valências mais ampla de bens entre os quais escolher; é acompanhado talllll Iil till 1111
dir,l' 'ill '1'1l1i O apenas em contextos diferentes, mas também em meios sociais recimento de bens de qualidade inferior que podem subsl'illdl 11111111lil
dil It"ill 's no intcl'ior da mesma sociedade, As coisas são investidas de uma qualidade superior antes obtidos por meio de práticas não m 'r ,tlllli" 1',111111111
pllll IIida I, d ' significações,2,l e os elementos subjetivos que governam as es- tante, mais uma vez, não tirar uma conclusão mecanicamenl" jlo, lilVI dll
('111111,',tiS >pol'cuni Ia les e as expectativas contribu em para diferenciar a vaIo- multiplicação e da diversificação dos recursos disponíveis, p is o qti' I' tlc 11I
i/,II~'to sO 'ial dos bens das diversas esferas sociais e cultura is,24 minante são as formas da apropriação nos diferentes meios sO 'iais.
I'lII'll illlsl'l'al' 'sscs problemas, utilizarei alguns resultados de uma p 's- Um exemplo significativo disso é dado pela difusão do millH 111Iilillll 11
1J 11i,I litl' 'stOlI realizando sobrc os orçamentos familiares em Veneza enll" tação popular na Venécia,25 A introdução maciça da nova cultllrll ,"!lI dlll'llill
C\ ,~'Ii/OS V, XVIII, T rata-se mais de intuições e de hipóteses do CJ u d' provocou um crescimento quantitativo da disponibilidade alim '11(:11'dllli 1'\1111
('1111,1111'1'1'11 " 'hauas, Elas mc parecem, contudo, suficientemente conclu 1 'li poneses; mas, inversamente, estes se viram - graças a uma rl'lInSfOlllll1 '111J lIII
il'r p 11'11 1'1'r '/11 apresentadas aqui, Sua base documental é uma fonte pou 'li grcssiva dos contrato s de exploração da terra - privados de umll 1'111'( 'til (11
II l!lil II~", I~ ;'omllm encontrar balanços familiares concernentes, na maiol'ill r 'cursos em grãos, que iria dali em diante engordar a 10 propri 'llÍrio " ,'11111
cilt' VI'I', '1'1,il I'al'nflias aristocráticas quc conservam seus livros de cont'lS 'il\ qüentemente, as quantidades em circulação no mercado, r' rilll 'Iililll 111111
Ili' illqllivos, I~m Veneza, cm compcnsação, dispomos de uma série origillal, I, uma grande parcela da população iria basear-se dali 'm lianl' llillll I" 11,i1
I 1IIIIIdiil:tI'iail1 'nte rica e coerentc: algumas centcnas de balanço", bastanll' :\0 qual faltavam várias vitaminas essenciais (com a difusão 'ons' 'lItiVlI di J I
di 111I'III'i Ido,' do ponto de vista social, que foram reunidos e vcrifica los pOI lagra~, Um outro exemplo poderia ser o da difusão, na Ingllll: '1'1'11, do ('1111'/1111111
11111 11I1'I',i.'ll'tI 10 (o gil/C/i" li pcc izio n), Cabia-lhe, entre outras tarefas, 'OnllO do há e do açúcar em detrimento do pão: ele revela uma m 'Ihori 1 lu (1'1i11111
Iill 11.1pl 'SIII\,Õ 's I, 'OlHas de tutor s que 'eriam os patrim6ni s I pupilo" d' I vi Ia caracterizada pelo progresso rápido de novos prod 111 o,'; 11111.' 111'11111
tic' IH'" o IS jlll'idi 'lllTIentc incapazes (os loucos, por excmplo) ou aus nl 's, ( , Illmbém quc, no século XVIII, o regime alimentar d vários 'rllpOIJ illllltill
111'111,d' ('ontas 11'Ili','m informa 'ões em "ral diárias sobr as I'sp 'sas ('0111 lia ',IITlacla inferior da escala social se dcgradou, na lngllll '1'1':'('01110I11 V I1
IIilll '111U;I () , v 'sl'ullrio, a aquisição le bens ullráv 'is, a 10 ação ou g 'SI: o dll' 'ill, ranto em varicdade quanto em qualidade, mcsmo qu' a pllll ' di tll 111
1llIlIlldill." so!>r' os gasros liga los ~ instrução' à qualifi ',IÇ: o profissional, 111\ SlIS 'om alil entação fosse I'clativamcnte 1T1aislimit,\ Ia no 01''11I1\('lltCI1111111111
Iil/,('I ,"Ill 'sll"" 'r os inv 'stim 'nros ' il g 'stão los n 'g >'ios, a loju ',11 os novos produtOs eram mais I aratos e eCJ uiv,t1ent 's 'Jl) pod 'I' I' tillIilll, 1111
IIl1ldo IlIlis g 'I'al, u alividlld' "Oll )111i 'U, II\i1is I obr 's 'n vitl\1 inas do qu o pão le tri'o e 1 "nl 'io,
11:1I('OlllrllllOs 11111"prim ,ira lislinylO 'nlr' '0l1S111110' d 'sp 'SII.', NII ~onv 'm notar tlIml ém qlle a import'1n ia Ia 'ari lat i' 11'11
111111'11
lI\od\'lIlil, nlll)) 'rosos b 'nS I, (:onSllIlIO l1i o '1'<1111 adquiri 10,' POI 1111ill ('i', ',' signifi 'ava alirn 'nco 011 'nl'l () abrigo - na "ononlia d011l ,\1'11 lill
lil 1111111111111,'11,'10 11\'I' 'ullIil, illll,' P '!o IlIlIOpl'ovinl 'illO, Viii P WIIII\ '1110d(', i11 1I111i,'pohr '1'1il1lrO IIIi'.ia 1111'sCrutllrll Ias U 'SI 'sas 11m ,1'11\ '11(0 d' illl 1',11111
liol 1111111'1 '1lllodllS, viu ('illid"d' 011lIindll pOI illl 'I'll1~dio d' 1'011111,' di' ('1111 dlld ' 1111' 111o ~ 'ollsid '1':ldo na 1'1'01'1''SSI o 1 'sfas S ''lIndo 111 ,i ti ' 1';111',I,1 li.
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) 11/\,li/I 1/1 I' 1111111111 rll I 'tIO (),~ /1"'/111111"11111/, //II!,I' 100, IIJ /'I
dos, onstantemente confrontados com o subemprego ou o desemprego, a ca- da sobrevivência baseava-se para muitos na 'apa 'itlad ' ti, ,', I"(H '/',"1 ('1111
11m ' a mesa eram asseguradas mais ou menos bem por instituições de tra a ameaça permanente das flutuações co njuntllrais ou das 'V('nllllllid:ldl'
(' lI'i lade como os hospitais ou as Scuole grandi (as poderosas confrarias vene- ligadas ao c iclo de vida, Donde essas estranhas d s ob 'rt':1s 110~illv 'nl dll
:I,illl1as). Os que mendigavam nas ruas podiam também dispor de rendimentos dos bens dos pobres,
o(,lIsionais, que por sua vez davam lugar a despesas ocasionais, a respeito das Os exemplos dados referem-se apenas a grup s situa los na 'llltt ItI 1 In
!Ill:1is seria difícil extrair uma lei. Isto para dizer que a estrutura dos orçamen- ferior da hierarquia social. Eles visam a mostrar que é difícil 'slildar o .'isl '1111
IOS familiares numa sociedade do Antigo Regime, em seu nível mais baixo, do consumo, a organização dos patrimôni os e a lógica das desp(,;~ils uil ('1111111
I 'fl) provavelmente um caráter aleatório muito diferente da estrutura do con- aparecem nos balanços familiares na ausência de uma contextualiza 'I o PI'\'l'I I
111110I lima sociedade mais mercantil e mais homogênea. numa sociedade dada, no interior de um grupo e numa situação pal'li '111111.
I~nfim, a predominância de um sistema difuso de crédito informal ' Não poderíamos portanto aplicar a Lei de Engel tal e qual I1IlIttll ,(H'ii
ti ' p 'qu 'na escala, baseado na possibilida de de se obter empréstimos el11 dade global. Isso não significa que seja preciso recusá-Ia em blo '0: '1;1d( v,
110' I I, um penhor ou de uma garantia qualquer, sugere que pode ter exis- ser posta à prova para cada segmento social, sendo os ,cgm 'nlos ti ,l'illidil
como os grupos que, no interior de um conjunto social, tên 'm 'Olttlllll 11111
I ido, 11:1f:ltia relativamente pobre da população veneziana, razões p ara adCJ lli-
di I>'IIS duráveis de boa qualidade, não para seu próprio consumo, mas para mesmo estilo de vida e uma mesma estratégia de consun o, 1':Sla " '1)( I11I
"11'11) 'mpenhados em tempos difíceis, É isso sem dú vida o que expli '(I uma hipótese de trabalho, mas ela p ode nos ajudar, p nso 'tt, 11 I'~'11 111",I
l j!1 ' ," 'n 'ontrem nos inventários ou nas contas de venezianas pobres t' ,j análises mais pertinentes,
dllN li, !Iualida Ic, lençóis, jóias de va lor, em q uantidad es que parecem I 'I
IHIII(,II I '1:ly~O com o que constitui seu estilo de vida quanto ao resto. Pod ' 11. Passemos ao estudo de um caso concreto a parti r I' tloi~ Il:d 111,f i
IllIlI illHlginar que os dotes pudessem ser parcialmente utilizados para Cl, familiares feitos em t orno de 1620. Os livros te contas 1111' ,I" 11"1111)(111,
111 'Il\Cl, l'il1s, 'l'édito em pequena escala é um dos aspectos menos estlldll simplificando os dados, co brem em ambos os casos mai~ I' 1011IIOSti, I"
tio, dI! 1'('ol1omia dos séculos modernos,26 mas dispomos de testemlll1ll(1, r; o diária das despesas com cada um cios filhos. 1I'ata-s' I' I'anl lills (,Iljll I' li
1IIIIIIId 1111 'S, of'r cidos pelas mais diversas fontes, da existência de umll ti 'li 111rreu quando os f ilhos ainda eram pequenos. As 'ont'lIs rOI'111I1\111(11 lilll
r 1 I('dl' d' 11'1 i 'roem préstimos contra penhor e conhecemos igualm '111 P ,Ias tutores legais encarregados de velar sobre SU'I '<..hl';í '[ O ' di' F ,( II1 til
I I IIlplo, ,'lIrr)l'eendentes de trabalhadores pobres que, no século Xl , UI ili 111'Ihor forma possível o patrimônio familiar. NOluadro < 1 11' 1I','IIII\( " \
I,IIV 1111 ('0111 frllncle habilidade ob jetos de valor para obter crédito. Quan 10 o', dlldos (cf. p, 221), lemos horizontalmente O tOtal Ias d 'sp 'Sll~ '()Itt \'1111 \ II
( 1I1llH)lt('S 's da regi'ío de Biella, no Piemonte, se tornaram oper'Íri si' \111111 lho; lida verticalmente, a última c luna recapitula ti pal'li 'ipa '110dI ('11111I 111
I lI)li('11 n ~ss' "ntro industrial prcc ce, mantiveram a propri 'd'ld' ti, ,"11' li 'I 's na lcspesa ylobal, ou, se se preferir, o inv stim '1110 ('011,i('11 I tllI II1II I
111'''11\'0,'d' r 'rrll 'm suas aldei;)s de orig n , que esp 'ravam po I 'I' l'llIl" ('1I(\a ttm com o objetivo ele asse YLWU sell lestino prof'issiolllll,
lI!till pllri! ohl 'I' 'r6dito, 7 Assim tlln b6m, a pes(l'lisa I Bill "Villi,lIt1s ,'0111( . primeiro caso di/ respeitO a lois m 'ninos - 1I11\anl 'nillll, () 1"111111111
(I' op 'li l'ios ju I 'us I' Man ,h 'SI' 'I' mostra orno, no iní io 10 s' '1110 lilho ' 1 stinil 10 a L I 111'1'arreira de comer i~lI te 'iI r 'IOI1WI' 11, 1111,,1i111111 1I1
IIIV Id('il I,' IWllhllm Os I 'nç6is IIU' Ih 's hilviilm sido 'nrrep;1I 's para laval 1111 11\'r 'iais 1" - s 'u pai mantinha '(lm AI 'xandria, no I~gilo, ond(' II 'i( hdll
IH ,,1101'dlll'lIl1l ' ;tI fllns lias ant 's d' I' 'slilll(-105 11S 'IIS propri 'l~rios, 1 lilll 1('(' 'I' aOs O anos d ' i Ia I', segllndo' ti 'stina 10 ~s finnll 'li.': 1011111' 11111
ti, 111I11H'111:II' Sllll li(lIiÍ 1 'Z, H 1';111SIII11I1, 'SSIlS 'I'am so 'i 'datl 's '111(111('11:III! 'X/l 'I'/ '111mar ria ti, 'fiml io 'nl'l" V'n 'za 'a f' -ira d' 1\01:1,11110, A 11111111111,

.10!lU ' par" " ,ti 'SI il1l1da ao ':ISal11'lHO (n1l1s S'II 101' 1110ap:lI 'I'(' 1111 IlIillllI
"O p()Iqll' O 'IISIII)\ '1\10 (\ 'V' ( 'r sido pOS( 'rior [10 p 'r ollo li' o!>.'('IVII\, o ,
'I, (:1. I1 IIllil',lIN d' V, 1'1'1:.1
'I" I', ,'pld'l'flld, I" )llIlIll"II(', 1',,'t'1 lti" (:, 1\ 11111 '(:, I h /1111 , 1)0,' tI:ulo,' I' '('\Ipillillldos no !I"lldl'O, poli 'lHO,' I iral li.' , '/',Ititll I 'ill\
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I di I" I1 1111111111111 11III \11(\111 1'1I' di 11111111111
ptll'lIt1am 'nte, já que os dois meninos foram internados em dois conven- tema econômico e das estruturas sociais aumentaram aind a mais a i"'1HIII 11
tos dif 'r 'ntes) são co mparáveis. O mesmo não acontece com as roupas cia relativa da parte transmitida pelas gerações sucessivas. (Mas '11) <1"11111111'/
1l11li() IWlis caras para o f uturo comerciante) nem com a educação
difícil avaliar, já que mesmo para os dados contemporâneos prati '1IIlH'illI 110111
I))ais disp ndi osa para o cam bista, q ue faz es tudos de matemática mui-
se consegue refinar as hipóteses). Não foi somente por razõ s Im'llJ 1li "1111
10 mais intensivos e para o q ual é preciso comprar mais livros, á bacos
que os historiadores dedicaram maior atenção .
ao s sistemas d 'I I I
'11111,,1\1 1 111
'I '.). usta do J azer e o di nheiro para despesas miúdas também são
ti 'sigll:tis. que à ac umulação realizada durante o ciclo de vida. O probJ '111[1, ('Olltllllll,
permanece a berto, e podemos esperar tirar do estudo d os ba lanços 1':1I11i111111
• I'asla-:; menos co m a alimentação da filha; o item roup as apresenta um venezianos alguns elementos de resposta.
\I:dor int rmedi,írio; o investimento na educação e o dinheiro de que ela
poli, lispor livremente situam-se num nível niti damente inferior àquel '
d' q(l s beneficiam seus irmãos. PERCENTAGEM DE CADA TIpo DE DESPESA > li <

Alimentação
P llrlamos da hipótese que nos s ugere o s enso comum h oje em dia - li e moradia R oupas E ducação Ouln.N '1\/11.1 "li "I
dI' 1111111 ( 'J ') I'n ia à igualação das condições o ferecidas aos filhos: na soci ,_
d.!tI, IllIlIl, I () I mos dizer que os pais inclinam-se a eo nceder-Ihes oportl lni-
Família A filho mais ve lho 270 (5 2%) 130 (2S%) 7 0 (40%) 50 M'6) , ~ll /'1
11111(', ini 'inis ' p ssibilidades comparáveis, e q ue, c onseqüentemente, a
dI ',p 's \ ' O inv'stimento em capital humano que autorizam também SI (I segundo filho 270 (óO%) 60 (13%) 90 (20%) 30 (7%) /1 II 11
I <1" i Id '/lI 's. Sab mos, no entanto, que essa q uestão recentemente foi (lI .i '
10 11' 11111ti 'b:lt, le run 10, o chamado debate dos "20%-80%". A forrnaçllo filha 230 (ÓO%) 90 (23%) 40 (11%) 20 ((/j,) .IHO ' li

1111p 11t i III ni o do q ua I provém a renda destinada ao co nsumo ou à p 'pIl11(,' I


1111I tlllil~ l()Ill 's 'sscn iais: a ac umulação realizada ao longo de uma vida ' 1 total 77 0 (S7%) 2HO (21%) 200 (lS%) 100 (7' /) t..\ d)
11111 1I1i,',':'o ti' 11m onjunto de bens de geração para geração, Du rante mlli(o
11IIlpO, I I 'oria Ia distribuição consi lerou que a riqueza herdada r pr ~ 'nl"
\'11 Ip 'Ill~ 111;1:1part· limitada dos patrimônios. Seriam portanto - segun 1011 I,'amflia n filho mais velho t40 (S4%) 3.1 (13%) 70 (27%) I. (li' ,) ~/iI)
1IIIItI '10 proposto por M ocligliani em 1954 - a poupança e os r ursos 'riadl),
111111111('o ,i '10 < J ' vi h til" 'omporiam sua parte mais substar ial: liglllllO' sL:gllnc\o filho 120 (ÓO%) 30 (lS%) 40 ( 0%) 10 (, / , 'llll '1
HO"t, ('Ollll'lI 0%. EITlI9tll, I otlikoff ' , umtner29 inv<.:rtcnm ssa r 'Iaçl o, 11
tL:1"'L:iro filho 11.1(64%) 30 (17%) 30 (l7~{,) '" IIUI (I
"I I illtlo '111 ' 1i I ollpança 'on~ritllfda dlll'anr o i 10 I vi Ia r 'spon lin IIp "li (

1'01 11111qllilllO Ia riqll 'í',a 'xisl 'nl', Est, ':> 'J n IClvida um pr ol 1 -11111"llllld, 40 (I.l~{,) O (I,',.)
quano f ilho lHO (Sr,%) 1'0 (_S%) I '(l 11
1:11111)('11\1\1i ~I Ol'a 1110 I 'rna. IV' 'li S 'nlirn 'lHO' f' 'lu - a I11:lior ri 'i I 'Z tio 01
101:11 SSS (5H%) 175 (111%) lHO (1/ ~(,) ,O ') 'ltill

"I I, I, !'ollilol'l' '. I" 11. .'11111\111", 'I'hl' I()le 01' 1111 ','/\ 'li '1'IIliOIl:d I"IIII,I'("~ 111"1'1\111"111 • () 11111111:1',~II,,"IlIlIl(l,~ SI () "li dll('lldos •
1111'1111/ 1II'I'lllIllIllIlioll, .111/11/1//1 (11' 1111/i,i('lI/ 1':('(III(I(lI\~ <'N/OI/ \ , I')HI: II I '~llíl'llll di I\llIdl ··1'('11'("1111/'.1'111
1111 1I('~Ill',~1I '"!llIIlI'II.1n 11'Si' 1,111",
"'"1,,11111
/dhllllllllllld\1 "I I,il ('Yí 1(', 1,"IiI/llil,.1I Ihlil'lllllíllh' WI IIlh 01'1111111111'" '\/II'lil'I/I/ /<r 1111111/111
I', \ 11li, 1'" '11/ 1i \, IIIHI"II li 111111 il'" '1'1\1111111 V OIIIIlI! dlllldll il"l I I ••dI 11 1\11
1111, 1111/1 (//1/' r ! ll 1/111/111///011111/ 1/1lr1 1"'/11/1/11/1111 1 11 ' li I'I I/r" () IlIld, (:lIl1ll1dllll 1'1
I'IW. , 111111 11I1I11111I1I~nldi I' I\llIdl/'llll/lI, 1\11111111111' 1111111111111111111111 11111111'/'1111 II 11111111 11111'111 I'lIdl I 'VII 1'11111 11 111111111I (:llIlIly, I '1'111,,11i' I,:, I', '1'11111111' 11111d ),
111111 d 111111 11I 111IlIl>rI 1\'1111111 1'"11 I 1'111111 11/ 111111 11'11'lil li 111111 "1 ,I' 'I ',I 1 / , /"II/lI/II'/I//I/III/lIl/r'/I/lI, 1 ' / 1 11 1 / 1/1/11\ 11 1\\~ /lIIi 1 ' :1 1 1 1 11 " ' , / ' ( )( ) It\()() (: IIllhrldl'" (:11111
I 111111111 I I" 11 .' 111111111 I, 'I'1111111111 1111111111 111I1111'/'1 11111/11'11 "li 111111 Ii I 111111111/ I Ililill IlIld/'1 I !tdl'II'''I\' 1'11 ,11///.) (lll 111 I~II 111111111 11111 1I 1111/1 111111. I'lil 11' 11111\\'11,
II 1 1 /,1", I' 1\ r ,/ /, '0/111111111/\11/ J i/II[ 1 ft , "'/1 11111111/"/ 1/1,'(1/111/\ () IllId, :1111IIdllll 1'11i 1 IIIHH)
ANTES DA "REVOLUÇÃO" DO CONSUMO

(:OIlV '1)1nos determos ainda num aspecto particular surgido no decor-


ga que leva de uma estrategla não-igualitária, e que conc 1'11' :I 11111111 li I
1(" d ssa lis 'IIS 'ã , J\. diferença de recursos entre os fi lhos está estreitamen- mulheres, a um modelo igualitário,
II liga Ia ; nawreza das regras de transmissão dos bens: os sistemas de
A segunda família presente no quadro é ma is pobre e L '1111111111111111 11I
111, 111\'"in livisível, que beneficiam um linico filho pelo princípio da primo-
maior de meninos, Ela confirma o que foi dito acima: uma di/' 'I '11' I lllilll 1
1',111i( 11li, I 1'0luzem, é claro, uma maior desigualdade entre os filhos diante
da entre os filhos, Os três primeiros se tornarão frades e t 'r' ~il() di qlllll di
tio ('olljunto 10 patrimônio, Mas uma tal hipótese em geral não leva em con- um cargo público (que, ao que tudo indica, não exercerá 'I, pi'('lpdll) '1"1
1,1il 'Sll'Illllra Ias patrimônios em toda a sua complexidade, Alguns indícios é o quarto filho que é destinado a se r o herdeiro único e para ) qll,tI I' dI
IIIO~lln')l qll(;', gestão pessoal do patrimônio nem sempre coincide, para o f i- pesas com alimentação e roupas - mas não com educação - ,'('11111 1111/ "
111(1lIII ' ~ S 'u herdeiro principal, com uma preeminência efetiva sobre esse tas durante a adolescência, É interessante notar a diferença 'J lII' .11I 11
J lIII i'l1 nio, Não é CCrto tampouco que a exclusão das filhas da herança por irmãos mais velhos: eles se destinam a três ordens religios:ls di/' I 1111,11
Ill('i(l do dot, s mpre signifique um valor menor deste em relação à parte rc- que implica uma diferenciação marcada das relações e d'l trad i ' I' 1111 111
I 'vada nos herdci ros homens, de uma estratégia familiar de diversificação, mesmo que seu d 'SI i111111t 11111
11,)) asp , 'to do debate me parece ser particularmente importante, Se- te pareça ser comum, Eles implicam também custos e co nsumos dll, I 1111
1'.I(lltlO 1\ ' 'k 'r e Tomes,31 ao longo da v ida os pais intervêm para igualar o conforme se trate de um elegante convento de agostinianos, U111:1'li I tlllIlll
((lII,lllnO 'n r 'nda dos filhos; ao morrer, eles se utilizam da herança para ate- nicana um pouco menos prestigiosa ou um mosteiro francis 'ano; li,' til '111 11
1111111 1I,~dif"I' 'nças xistentes entre os filhos quanto à capacidade de obt er r _ com os livros e as lições são elas também muito diversas,
( 111 ~(I: 'SI' S 'ria O efeito, ou ao menos a intenção, das partes desiguais da Estamos aqui diante de uma herança indivisa c de uma 'SIIi\l 1'1'111
11(,,111\'1,";SSlI igualação das oportunidades seria hoje a prática mais d ifu n- gorosamente não-igualitária, Todos os itens de consumo são ri '0111,111111111
'
dltlll, ,"111 pI'O 'lIrar penetrar mais nessa discussão, extraio dela a seguinr' hierarquizados no interior do grupo familiar em função de 1111111 ','11111",111111
((111(111,'110:lia longa duração parece que passamos de uma estratégia de li~'- mum, como o eram para a primeira família - mas aqui a h '1'1111\'11 IH'III1IIII1
I1 111'1"' o dlls I 'spesas entre os herdeiros homens de uma mesma família pa- eerá indivisa graças à exclusão dos que entrarão para a Igr 'ja. AllllÍ, 1"'1"11 111,
I I IlIllil I 'nd -n ia i uaJ itária (ou para uma diferenciação compensatória), nos encontramos num momento intermediário de urna longa IllIjelllll,l Ipll
111111 1I vOlltad ' de asse urar aos filhos condições de início de v ida eompar:'!- - em virtude da obrigação de dividir a herança entr os 11" '11 '1111 111tllIl I
I' IN o,' pllis 'onsi leram essas condições desiguais e procuram portanto '()I'- to clue será instituída pelo código Napoleão, mas tamb "11 1 ('I/"/'I til 1II11I
, e profunda mutação das mentalidades
I'nta - levar'í a IlIlla "I' I'1111111',1111
, III
111', 1 li" ,

"l'/"lInda 'on 'Iusão: a igualação das condições e das possibilida I 's 01" ção dos destinos individuais.
111'It1,1~IIOS 111-ninos ',S meninas é um processo de duração ainda mais 1011 Em resumo, trata-se de processos long s ' '1"'III'a"/\ 'li\( 1'lIlllpll 11,
I ', '" IIlli. Ilcio s' tr·lta ,q enas de uma realidade jurídica, c não s' d' I' 1111' nã passam por uma ruptura definitiva mas 101' P 'r odo, dI I' I I I
illl '/',illllJ qll' 'Ia r "1'1'te à generali/,ação de um sistema de herançn qll ' 11'1/1 1 ~S'olhas misturam aí as preo upações patrimoniais ' o P" ',I ",ill 1111ti11111I
1/',lIlillll('1I1 ' os dois S 'xos, L e fato, o problema é duplo: é preciso I 'V:II' ('111 P , "OS psi 016 ri os, tais corno a pr 'o 'upação d ' prnl" ,,' o,' l'illllIl 111111, til
111111".til' 11I11lado, n c1if'r 'n aios onsumos para a Ia setor - Ia alin1 '111.1 provi los, t raços ulturais e so iais <)IIC r m 't 'm a 11111:1 ('IHII I p,'11 ti,
1I111n10 ou d 'I 'rminam O 'staruto das J 11ulh 'r 's ' los IHJ I)l '11\, NI ,I 111111111,
,'\tI) il1,llIl\'1 o ,1111' P 'rman" 'u muito force até um perío 10 I>ailal\ll
IOIlIlI-S' lil'r 'i/ abor lar 11I'li l ',.' 'iro asp' '10 ql1 ' foi v; I'ia,' 1/,1 'I 1111111111111
1II/\lIIlIIHII,II1 'o; ti' 01111'0Ia 10, a lransformação mllilo lenra ( 11"' "'I:í 1(111
II:IS p: ginas p,.." I '111'S: s' 'XiSLil1 11mpro' 'sso d ' i IlIlila\'lio ('1\11(' /111111111
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'01 servam sua lmportancla. - Resta o fato de que os consumos tendem a se
igll:dar e de que as barreiras entre os grupos sociais progressivamente desa-
par' eram, Par a e ntender esta última transformação, se rá preciso nos dedi-
l'armos ao estudo das modalidades do consumo b em como à evolução dos
'stilos de vida e d os valores sociais. Ex istiu realmente um "momento feliz"
qll' seria o da revolução do c onsumo? A biogr afi a c o mo pr oblem a

"Numa verdadeira trag'\<.liil, d ' I'lilll, 111111


o herói IUC n ()rr', ','il" 11111111"

1, A apo sta biogr á fica

A fronteira que separa a b iografia da h istóri''J s '11pr' foi !lil, 1I111 111\
pr 'cisa. E m relação a esse ponto, assistimos re enten nt· i\ 111\\I 1 i V II\I\IIII I
rll li aI. Após um longo período elc desgraça, durante O qlli\1 (l,' lIi 11111,1111111
s' interessaram pelos destinos co letivos, o indivíduo VO IIO II IlliÍl ,I 1111'1111
11m lugar central elTI suas preocupações.
A 'reelescoberta Ia biografia remcte principalm 'nl ' :\ (' pl I i 1I1 lil 11II
'i11)\IO da história atentas ao " o tidiano", a " subj 'Iivid:ld 'H 01111\ 11 1'111
, '1Y l1 10, a história ralos studos sobre a ultura P O P Ullll' , 1I 111111111111I
Il\lilh 'r 's. ( i's 'jo d' estender o ampo da hisl6ria, d' Il'a:l, '11'1111 \ 1i 1"11111I
10 plano os 'x '!tlf los hm 'm6ria, r 'abriu o ti '\)al ' sol r' o idol 110 11111111111
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111'1111di! :llivida<.le conômica e política do camponês ou do operário para ço ('uma estréia na vida'), etapas e um fim, no duplo s ntitlo d 1i 111111 I di
1111, ul>j '( ivi Ia le c se u "vivido". objetivo".6 E, num a rtigo em que transparece uma "1'1'111111\1111',111.1, 1I II1
I ,iga 1 ::l
às pesquisas sobre as culturas subalternas ou dominadas a re- Claude Passeron sublinhou os p erigos metodológicos '()Il1ido 111111111111
li X.lo sobl' ' a subj tividade logo se estendeu a toda a disciplina his~órica. conversão biográfica: "A superação [...] das formas n'l'lis 111" Itil.1 111111 111
1',1.1I 'spond 'u nesse ponto a motivações profundas. Como o sugeriu Law- abstratas de um naturalismo determinista constitui incJ is '111j 110111111 [1111
II Ul' SlOn " levemos ver aí uma conseqüência da crise da "história científi- avanço teórico; mas sob a c ondição de que se faça melhor 10 lIlll 1111111111 11"'
I I", I)[IS 'lI Ia nos conceitos totaJizantes de classe social ou de mentalidade se superou, ou seja, de que se acrescente regras e limit 's: illll 11'" I I 1\11
não que se volte atrás, ou seja, que se as s ubtraia". 7
Ifll(' I 'Iil/iam a reduzir o sentido das ações humanas apenas a um subprodu~
111d ' 1()l'ças produtivas e de meios culturais.2 A crise, de gravidade e de im- Estamos aí diante de objeções complexas às qllais r '101111111 I 1111I Idl
pllll. II ,ia I 'siguais, da interpretação marxista, do modelo estrutural e da ante, Parece-me porém importante ass inalar desde já qll' ,1 :1 : - 11111111 \ 1'11
11111 li. ' 'liol1 6trica estimulou a estender e a aprofundar a noção histórica d se alimentaram d e argumentações utilizadas em favor 111I 10)'.1t i 111, d 11 I

illdl dlIO. I ' epcionados e insatisfeitos com o uso de categorias interpreta- raras exceções, as razões profundas (mais ou menos Ol1s ,i 'nt', qlll 11I 1\
I iVII I'" I 'r 'I'minadas, os próprios historiadores sociais, tradicionalmente temente reconduziram à frente do palco os destinos in lividlllli 11111111 I

111li, I1 'lHOS à limensão coletiva da experiência histórica, começaram a re- quecidas em benefício de uma retórica ligada unicam 'nL' :to "vi idll"," I,
Illlil ,'O!>I" os destinos individuais.~ história sem a biografia seria algo como um r epouso 'm r ,Ia 1111\(11111, 11111I
I 'sp 'it dessas motivações profundas, a redescoberta recente Ia comida sem gosto, quase como uma história de amor s 'm III)\()I", 111\'1I
IlIt 11',1,11 li! rlli por vezes vista como uma capitulação. Alguns historiadores assi- Victor Albjerg em 1947.9 Quase 40 anos depois, por asi,o" 11111 ('11111'111I
II d,lllllIl '1" ' s' estava correndo o risco de abandonar a "história-problem')" na Sorbonne, a biografia foi apresentada corno algo q LI S' po Iia "ti 1111111 111
111111 oltlll' a lima história cronológica, baseada numa conceituação frágil ' falta de coisa melhor, como o sinal de um cansaço, e h 'goll-s' 1id('11111!tI \ li
111'1li ('\111(ullla 'on cituação dissimulada, além do mais, em meio à finali la- mo "uma modesta ferrament a, que ajuda a melhor 01, 'rVllr 0\1 ti i"l 11111I
d( I IIlpol':d '1 " ' estrutura a narrativa).4 Fo i sem dúvida por essas razões (íll ' t'cndências longas, as estruturas, as forças de peso; em hip)1 's' :d",111111I 1 I
1I('lfll ',' I,'C io rr 'xprimiu recentemente, e nquanto ele próprio escrevi'l UIllI 'o d·ena preten
'd er tornar-se uma aI'avanca Inte Iect Ia.I" tO N's s I pl'l III I 11 ",
\'Id I ti' S: o I ,llís, sua perplexidade diante do novo furor biográfico." '111' a história de v ida teria simplesmente uma função s Ig 'si iva d (, pltll H. 11
1111t1','oli! na atllal proliferação de biografias", cscreve ele, "é que muitas d' preliminar do problema) ou ilustrativa (nes e ca so as hi, 61 'S', I '11111I III
11' I" o IlIlia vol a pura e simples à biografia tradicional superficial, an ' III i 'I, 'stabelecidas graças a outros procedimentos Ic p s luisl1, • i! .IIlI 11111.1 1'1
111111111 '111' 'I'olológi a, quc se sacrifica a uma psicologia ultrapassa Ia, illl'i! 80'11seria de alguma mal)eira um enfeite coroando Q I'odo .
p 1 1 ' , li' IllOs[l'ar a signifi ação histórica geral le uma vida indivi luaJ .'" 1\111.'
loi 11P:lllil do 'ampo Ia so iolo ia lU' foram formuladas as ríti as mais, '
VI I I '. I'i '11" BOIII' li 'u a 'usou 'om 1111 'za
' as ,i 'n 'ias so iais d ' s 'I' '111111 i (, j1i 'ITC 130llrdit.:lI, L'illllsion biographiqllt.:, Acres de /:/ n ··Ii '1'('"'' t'lJ ,<""1
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111111 1111,'d ' UI11i1illlsão 'ara 't 'rísti 'a 10 s ns( 'omul1, qu' "d 's 'I"V' li id,l () -6 ):69, 1986.
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SIIt'Ílllof.:j" . 1(1):4,190, I'·t.:tiit:ttio t.:111L, r:liso oo'IJJ'nr so';olll/:;I'tt' 1'1111,r~111t111
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P ar a a br aç ar os Welt-plan, tant as ve ze s evoc ados pelos lil ),'011)', Idl',1I11
II ,~, lli:ill) 'l1l' n< ac ontec e o qu e é ver ossímil ", Co m o ac onte ceri a um pou-
histori ad or es tam b ém d eixa ram d e lado os destin os in divi IlI ai" 1'111111 1 1I
Il
I 1I1,ds ll\r < .. \' no quad r os de Davi d ou de Gé ric ault , a pe nas o r os to do
hi stori ador es po sitivist as qu e se re ve laram os m ais di s postos" S I 'I iII I11 11 I
II ( loi , '111 'r gindo da mu ltid ão anônim a qu e ocu pa o fund o, ex pri mi a o Zeit-
rát er fini t o e pes so al da vida hum an a em n om e d a co ntin lli lati d,1 I1 1 If llll
: ';,\'1, o 's pf rico da é po ca,lR
Com o int uito de est abe l ecer a s lei s do desenvolvim ento IIl \iv('1 ti, 11 111 1 '
() f osso - ntr c biografia e histór ia s e a pro fun do u ao lon go do sé cu lo
Buckl e af irm ava, em 1857, qu er er ar r anc ar a histór i a das m ,()s 10. "I) 01 ',1 tl ll ,
I,' ('111r ' os f ilóso f os, quand o se co m eç ou a procur ar o sen tido d a história
ge ne alo gistas e colec ion ad ore s d?e a~ edotas, croni s~a s de ·~ )J't .• ("/,I ( I 11 11 d
I IIIJl I i 'i1 I a histór ia f ilosóf ica. Uma ce rta r eduç ão do lu gar do in di vídu o já
vulgad or es de mundanid ade s",2 - Tnn ta anos dep OI S, LO lllS I\o lllli 111 I 111 111 1
I,IVI I pr 's 'nte nu m br eve es tudo so br e a finalid ade da históri a escr ito em Fiske faz iam-lh e eco, O primeiro am eaçav a a fa star d 'na "\ I 1111111 \I 1 1, I
I IH ,I por 111 m anu el K ant, que re pr esentav a o ho m em co m o u m m eio, pa ra a da glóri a", e nq ua nto o seg u ndo e sc r ev ia, po r o ca sião I
'1111111plll li 11 1 1 I11 11 1
11 ,1/1 11'Z lI, I' r 'alizar se us pró pr ios fin s: a história de via mud ar de es ca la para W illi am Ja mes , qu e a hi stória er a "algo mais qu e a biog r af ia": I,HI I ,11 "" 111' 1 11 11
11 ,ti ~1I1 10 '"so in dividual, pois aquil o qu e, em in di vídu os sin gular es , se re- tante qu e se ja o ho m em , "se us pe nsam ento s ~ suas aç~ 's I,"dl Id llill 11 11
\ ( 1.1 '011 f i ISO ' irr eg ular , a par eci a na tot alid ade da es péc ie com o um a su-
:t
têm qu alqu er intere sse ", A defini çã o da histón a co m ~~ I n". 1 d,Il': 1111 1,\"
I ( : 10 hO l1 )o g'\nea c coer ente de ac ontecimento s.1 9 A dime ns ão bio gr áfica cia is rel egav a a seg un do pl ano "a ob ser va ção das cons lcn 'Ias II ldl Idll\l I
1)( Id -li :Iin Ia mais se u in ter ess e com a pre fer ên cia d ada a u ma vis ão pr ovi - crít ica soci ológi ca ati ngi a até mesmo P lutarco: o gr and e m '~ t1' , di" 01' ,1 1I 1 I,
lil I\('i " d:\ liÍsc >ria. Quando os ac on tec iment os do mu nd o, do s m ais di versos tão adm ir ado por Mon t aign e, Pascal, R ou sseau e Goeth , V I,I-S ' 1\ '11 Ild ll di
11 1 o,' 1I 11lis a b 'r r antcs , f or am int eg r ados di aletic am ente nu ma pe r s pe cti va não te r entendido a s "r az õe s qu e tinh am im p edi do os g r 'f .(os d' 1'011'1 11 11111
I I' 11 01 ) · i -a (a Ic um des envo lvim ento infinito e necessá rio do gê nero um co njun,to I''
po Itl CO coe r en te ", 23
11 1111 1.1110, os il livíd uos a par ec er am como in strum entos da r az ão , qu e cum - _ O sacrifício d a dim ensão in di vidu al torn ou-sc as sim um a ('11 11 1/1//11\"11
-
1"11 111 :t Igo (1'1 ' e Ies nao po dIam' nem m esm o compr ee n der. 20
qua non, o pr elúdio a um a "grand e r ev oluçã o ~i ,s t,oriogr áf i a" :O lll\lll,t\' \ II 11
NIII )) ;\ on ep ão teleológica do dev ir , em que a hu manid ade, nu m volu ção da r w ini ana, Pa r a os hi storiad or es pO SltlVlstas , as ,qllalttlad' IlI' 11111,
I'111 0 Il'iIb alhoso, r ea lizava se us f in s su perior es , o indi vídu o era es m aga do pe- inclu sive as dos gr and es hom ens, não bastava m par a cxpiJ ';Ir o '11 1',o ~111 1111111
I I I ,i, llllla I 'i dr am ática e imp lac ável, porq ue ise nta de toda contin gência. tec im entos, e e r a pr ec iso lev ar em co nsider ação as instituiç( 'S 'o ~IH III ( I 1 0\ I,
( ) I sqll . 'il11 'nco Ia pc soa c oin cidia quase se mp re com a neg açã o do aca so a nação, a ger aç ão etc,), Sua atitud e tev e por ém outra 'ons 'qO 11'111('Il lt\ I111111
llll, 10 11 \ -IIO S, '01,..) sua I ar cial de pr ec iação: o r esult ado da ba talh a de vVa ter - im po rtante qu e f oi a de purifi ca r o pass ado, Co m o ~ bs 'r va,v,a 11('111 1 \11 1I \1 ,
1(11 1ro i t' '11:11 )) 'nl ' -01 dicionad o pela chu va que ca iu na noite de 17 par a 18 nu m enf oque evo lu cionista er a in dis pensável r enu n 'tar 1 s dtl 'I 'II~'I I , \' 11I1
1\1 iIIllho ti . I H l:i, m as "CiU les pi n os d 'ág ua ti n ham sido enviados pe ja pr o- çõe s, aos cortes m orf ológicos: o hi storia~o~ ~Ievia es 'olh 'r 111 '111 I 1,1\ 111"
I'ld 1I('i I hist )r i · tI... As palavr as de Victor r -Jugo , a lgun s anos m ais tar de, Jcm - a prim or ar am a or ganizaç ão soc ial e as Ini Ciativas C,IU ' ,f iZ -n~ lll 1i 1III III IIII Id td l
11111111's s' pontO d' vi::; ta: "Deus I r ma nece ca lm o e f az sua o br a" m es m (ou a es péc ie) avança r na dir eç ão de se u \rerdadc~ro .f ll.l1, I' : (' . I 11 1 1 11111 111d
V, I I\, I ,10 \l'lIS0, " por il1l r lTI 'dio I S5 ru íd o da f ala hum ana que f ala ao m cs- limp ez a não ter m in av a aí. Me sm o as dif er enç,a s II1 dlVI \1 1111,'I'I 11 11 1111,1/'11\1
11 \11 li II\P O todas as I nguàs por t Ias as b cas ".21 P r um cur ioso d slo amento voc a bu lar , os Sll1alS Ia alm a I-I 111 11111 1,II 1I dll
I,id $ por IJ ' 'e l a "ninh arias", wr n.a v~m -~~ "idios sin 'ra sias p'" o,li " 11" 1 I I I
pr ' 'iso pr in -ir a niv -lar e I ' pO IS 'itn lI1ar . .
111 (:1 1,'llldd ('ill\l-ill'('I', /)i'/IIl(SIUlillllt:(/-sllisr ol'isIJJII S, -d, P)I' ;: lr lllinri 'hs( M fln- M as a r r Hlioria los hiswr ia 101' -s 10 s' ' Id o I, 1110 a ' '111\ \11'11\'1111'111
111111,H Olli 'lill(lllI /'" 1i ú,), I:llp . : Vn lillir -, ' 'lI p. f i *1: 1111 111(; ('irn l() f i pllr r ir dll Il'IIdll - lIS 11 I1i( 'nr mj 11I I 'S '11") d 'lI'in) 'lHO Ias par ti 'Id ari lall's \0 Pilo,
lido, 111111'11'd
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11\'nre das especificidades nacionais. Leopold von Ranke lembrava a "ação Se designamos por A tudo o que um homem 6, posslli ,1'111"I \ I Iill
mado de a + x, onde a representa tudo o que lhe v '111do, 11111\111111I
'1\ "r rica dos povos e dos E stados devida à sua especificidade" e Barthold
teriores, a saber, de seu país, de seu povo, I' SII:I 11111111 I 1I , I 1I
Ni 'buhr afirmava: "Cada povo recebeu de Deus sua própria voeação e sua pequenino x constitui sua contribu ição pessoal, fi obr:1 dt, '0111111111 1111I
l\iar 'a particular, ligada a seu destino" .2S Do l ado de cá do Reno , Micheler '1111
vre. Por menor que seja esse x, ele tem um valor infinilo 1 • . , 1 r-.I1 111111
, alcava o elemento egotista, o "vigoroso trabalho de si sobre si' realizado as estatísticas mostrem que num determinado país h:'! 11\1\10 I" 1111"I "111
11'Ia~ nações, e declarava que "o homem é seu próprio Prometeu" .26 Era mos, mesmo que nessa fórmula, A =a + x, o a c nt 'nl1:1 1(ldll'l I1 11\1111\1 11
I1'~sa perspectiva que eram afirmadas as particularidades pessoais, aquelas tos que explicam como, em mil mães, 20, no máxin () :W , \('1111Itlllll 1111 I
do casamento - cada caso tem sua história, cada LI111:1'OIIIIIVI 111I I 11Ij'l
11" • Ilcgel tinha desdenhosamente chamado de "ninharias": o homem era
ca, e entre essas 20 ou 30 infelizes, será difícil que POSS:II\\tHI,111(1111111111 I
IlIli 'ri'ldor dinâmico, uma potência animadora, uma força viva da hisrória. uma delas, imaginar a explicação de seu caso pelas I 'i~ 111t'sllll f III( 11,~~II
P:lnl 'I'homas Babington Macaulay e para muitos outros menos conhecido remorsos e nas lágrimas de suas noites, cada uma 'Slar(1 !lIOl'llIldllllll 1111
('omo J ames Gairdner ou J ohn Morley), o espírito de uma época ou de uma convencida de que, na fórmula A =a + x, o minús ulo x ( '11111111 11 (I dt
'ivili~ação não podia ser entendido a não ser por intermédio da realização medido, que contém todo o valor moral da pessoa ..'I1
p 'ssoal Ias grandes protagonistas.27 Mesmo qualificando Macaulay de "jo-
'111 'xtremamente refinado, desesperadamente c onvencional", 2R Thomas Ainda no começo do século XX, os herdeiros I Lcopold VOII I 11ti I ,
(:i11'i I, 'ompartilhava seu ponto de vista e, e m 1830, observava que "a vida reunidos em torno da Historische Zeitschrift (e da a '\111' I lis/IIJ 11/1/1 111
~o 'i:i1 r sulcado de todas as vidas individuais qu e compõem a soeieda- França), sublinhavam a importância dos acontecimenlos 'Sl~' 'lIi 'o I tlll
d •••. Ii I [Ira ele, "a história é a essência de inúmeras biografias": a única ma- feitos dos homens célebres. A periodização, quas sempr' arll'ld:1(1,1 11111111
Ilt'il I ti' p nerrar na intimidade do passado era se interessar pelos hom 'n~; no dos reinados, era uma das numerosas maneiras d' p 'rsollldiY,\I II1I IllIill
11(1 '1Impo~ le baralha, no parlamento ou nas antecâmaras reais produziam- nacional: os 18 volumes da Histoire de France d p llis I 's uri t(ill 's //1 ·. 1/1 1 " /1
Révolution, publicados so b a direção de E rnesr Laviss' 'nll" I t)() ~ ( 11)1 1,
t' ,Ip 'nas li onteeimentos fortuitos e superficiais.:lO
são assim pontuados pelas figuras imponentes de ully I i ,h ,li '111111 (:01111I1
I\~ações individuais constituíam a base da hisrória principalm nc' no
1111
IlIdo anglo-~axão, po voado pelos heróis de Percy Shclley, de lV I anh 'W
11\11I 'li' !\Ifred Tennyson, mas continuaram a ser igualmenre celebra Ia.'
1111'Olllro~ país 's da Europa. Numa eélebre página do seu H isc ori k , .!ohal\
:11,ttl I roysl:n insistia no "peso lesmedido do minús ulo x": As tonalidades heróicas, ar6 mesmo tirânicas, lOI'IHII:1I11 1 1'11111111111
ri, 'nrc vivas na merade do século XIX. Por opasi ,~o a 1111111 ('011", 111111 11" I
IIVIS a Ia história, baseada n princípio I:, n" '~~i lati', .I 111111111111 tllI
. 1,1IIpoll von 1{i1l1k" I\I/S 1-11.'1'1\:un c / :1 'hlass. /\~ \I(}fI'sl/l1~s 'ilJl'iuI/IM '1/. 'd. 1'111 "i~tOriadores obsrinou-se em valorizar no hom '111SlIaS ';lp;l 'idlld ~I 1111111' 1
'l1s (1'vlilll'li ·11.\vi'11,H. ( 1(1'l1bolll'g, 1975), p. H7: Il.\Ill 11
VII1\ I Doll 'IIV 'j'l1 'W. 1'. 10'11
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I III1I1 I ( 111111\11 li, II Illdllillllllll', 1 I1\/). 11 \0/1 I
11\ 'nsão histórica un iversa l" .32 Mas o i n térprete mais ap aixo na do da biog ra- seriam retoma da s algu ma s déc ada s depo is no ca mp o lit ed rio 1)(11 ;1111,1 11 11
f 'ill heróica foi Ca rlyle, qu e, op on do -se àq ueles qu e "tom am as medida s do exemp lo, em Les faLlx-monnayems):
"ornem" e faze m dele "um pr od ut o d a su a ép oc a" ( Helvécio à fren te), afir-
Illava qu e a penas o gran de ho m em, expressã o do livre-arbít rio, se mostr ava
':I paz le enfr entar a multidã o passi va, pr isioneira da nec es sidade: " Tud o o Um his toriad or d eve escr ever , por ass im diz er, em linhl/s; 11 lllr \' t il I 1III Iil I I I
111 1' o bserva mo s de firmem ente esta belecido nã o é senã o [0 0 .] a encarna ção ment o é u ma superfície; na ver dad e mes mo , se pI'O '11 I'1I11 11W 1I11 11111I ,
dos pensa me ntos n ascidos no es pírito dos gran des ho mens ". 33 um volume: don de um def eit o fun dame nta l e incuráv ·11111111 1(lil rJ, 11 1 1,111,
Ho je, a pó s a polêmica co ntra "a história historiza nt e" qu e fez da bi o- qu e o melh or dentre todo s po de ap en as rem e d"lar maiS 01\ 1111'111'I11 111 \
I,ruria um emb lema da história tra d icional e événementielle,34 po de no s p a-
I ' ,'r es tranh o qu e algu ns hi storiado res do século XIX tenham podido v er
R ecusan do -se a ca ir na a rm ad ilha da hi stó ria rol1ol 1 1 ',1 (' I, li 'Iv1I11 11 II
Ilil biografia um instr umento p ara esc ap ar da f a scinaç ão do s f atos . Mas assim
pu rita no " (co mo o cha ma va m seu s con tem porâneo s) a 'I' 'di! I Ii 111 11 I 1"
I()i. úlrlyle descon fiava daqueles qu e pretend iam co mp reend er o pa ss ado
meira qu alidade do historiado r er a a compaixã o. Tomara 'Oj)IO 11)(lllt III 1111 II
"('01 tando os fa tos c om o se f oss em as pé rolas de um co lar" ,35 e vis av a ao
tauro Quiron: o historia do r devi a "cho rar, rir , amar, I 's ','pl'l 111 I", 111
"IOS su b jacente, pr ofund o e obs cur o do d evi r: 38
mesmo tem po qu e seus pers onagen s. Ness e po nto ao rn 'no,', (:1111 11 11 111
cordav a co m Michel et, qu e algu ns an os depo i s iria de 'Iarar alto' IIlIIII 11111
homem ma is bem do tad o n ão po de senã o or ganiz ar em sé ri e suas pr ó- ter exum ad o "m uitos mo rtos, esqu ecidos d e pressa demais", ( " 1)(111 )(11 tllI
pria s im pres sões , e é po r is so que sua observa ção ten de a ser cronológi '1 1 pas sad o for nec iam um a oc asi ão privil egiada de int ervir n a hisl )I i 1 I1 I I
1 0 0 .1 cnq uanto o qu e aco ntec eu, freq üent emen te acontec eu de m ane ira si· mo lda do po r el a : "A hist ória ", escr evia Mich elet, e "o hisrorilld()I: 111111 1
mil/nine,): os f atos não se encadeiam nu ma seqü ên cia, ma s se agrupam. rám nesse co n f ronto [ 0 0 . ] É que a hi stóri a, na prog ressão \0 I 'l\íPO, 11/, 11 I I'
N:I história escrita, não é co mo na história vivid a: os acontecimento s rc,tis tor iador , mu ito mais do qu e é feita por ele. Me u livro I 'ri< 11 . 1 1 :11( '1 111 111 1
n: () < .:stão simp lesmente ligados uns ao s o utros co mo o est ão pai s e f ill Os; ob ra del e".39 Semelh ant e at itud e , no ex trem o o postO Ia 'Ol\ípr ' ll\, 11 IIIIJI
':1 1 :1 ::t ontecim ento é f ruto nã o d e um aco ntec im ento par ticu lar, mas ti . tiv a defendida na me sma époc a po r Ranke , na Alemanh a, iria I 'VIII ~IIIII
lodos os a c ontecimento s prece dentes ou co ntemp orâneos , e se co mb ina- let a definir a hi stória c omo um a po de rosa qu ímica moral, "'1\\ 111 1 1'Iltlldl ll'
rrt por sua vez co m todo s os o utros para dar origem a um f ato novo. É 11 11) paixõ es in dividu ais v iram generalidad es, em que min has g '11 'I'ldid Itll 1111
(:aos 10 Ser, perpetuamente ativo [' 00 ] que se rep rod uz a partir d e inúm '.
nam-s e paixões , em que meus po vo s tornam -se eu; em JII' (l 1\1 'li III VIIIIII 1
I'OS ,i<.; m < .:n tos" ..'\6
anim ar os povos" .40 Me nos inclin ado que o hist riador {'rllI1C, I 111111111 I I
inev itáve is troc as de id entid ade em todo tra balho h ist ri 'o, ( : 111 Ii 1'1 1'1111
:ol1sid 'rava a 01' lem cronológ ica L) ma sim pl s a parência c tinh n 'OIIW zava ain da ass im qu e "não devemos a penas julg'lr O h '1' li, 11111,11111\1111 111 1
l Iili<I ivo Iran smitir O volum da história. Da í brot'llYI ai ]um as c nsid 'raç( " nele nosso pró prio ser".41 A simp atia Ih par 'ia ser, <J . {'alO, \ \'1111'11111111
illl 'I''ssalll' 's so bre a narração hist6ri a, enqu' lnt es rita triclimensiOl1al, q llt ra ele não confund ir o o bjetivo de urna vid a eom "a qu ilo <11 1' {'Oi /('11 1111 II I
seu ponto de partid a" .42 arlyle nu n 'a leixav'a I I'mb rllr (l J i,'('o d I \il l 1\1/

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lÍ\ido '111IIn' o; 'illldll I pllllll :\7 T arlyll,;, 'fI,vo 110(' '.Iwo! 8 (N 'Vo' Y nd , C, I,:, N(lI',011, 1H'J H), lp, I' k
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li, I' !:1111,,11 I' 1 111 111 111 (: 111v ii, 11/1 /11111 1,/11 /" 1111/I lI / ' ,11 "I ()
ti 111I : ('OIl\O o bs 'rvav a em 1841, podia parec er que Oli ver Crom w ell tinh a soa, fazer da blO · gra fIa'" um c o I'mo. par a Iaval' os lh o d '
os o egotlsl\\O, " ,0 III1I1111
dI Idi<!o IOl'lwr-sc I rde prote tor da I nglaterra assim que começara a lavrar cult o dos heróis baseava-se na renún cia a si mesmo, no 'Sl lll 'I 111 111II 11 d \
li' I '1IilS pantanosas da província de Ca mbrid ge; mas tratava -se de um a alte- pessoa, e vis ava à univ ersalidade, a essa part e do espelho 1111 ' I ,li 111i 11 1111I
II ',o latli 'ai los fato s, realizada ex pose facto por um histori ador pouco sério nito. 51 O paradoxo, a penas a parent e, era clarament e exp r 'sso plll 1'.1111I 111\
d' 'jos o ti ' a pagar do passado as espe ran ças, as co n jec turas e as inc ertezas.43 quando ele conf essava admirar acim a de tudo o h erói "capa !', I" ( 1111111 .11"
() nllXO caótico e aleatório da v ida, desve ndado por suas reflexões so bre As sim des personalizado e desenca rnado, o her ói não S ' 01 111tllll 111I 11 II
I', hiografias, I vav a arlyle a limitar o princí pio de necess idad e: era sem dúvi- to da filos ofia clás sica al emã, A ntes propu nh a um a nov a verSi O d -k: : Ill vll II I1
di 1\ 'ss 'ponto lue seu herói mais se a fastava do homem prov iden cial dos fi- nia no heroí sm o os elementos es parsos q ue Hege l tinh a sul nlcl ;(\11 \ li I N I I

IOSld()s, his!' riador inglês não se perg untava c omo o espí rito uni versal podia hist ória, e ssa é um a tentação r ecorrente. A biografi a proniet ilnllll pilll I 1111tlldl
11Iilil.ll' os indi víduos, e sim como o homem singular podi a transce nder o m un- de: e mesmo quand o não se a póia no prin cí pio da nece ssidad' ,,,(\1111 11 111111 11
do ' I 'S 'lI1p 'nhal' um pa pel cós mico. En quanto o grande indivídu o histórico- caótic o e aleatório da vida , ela pressu põe a unid ade indiv isív'l di civil 11 I!, I1
Ill\i 'I'sal ti ' II 'gel (Césa r ou Napo leão, imo rtalizado no cam po de batalha de
I 11\ I ':lIizava inconscientemente um o bjetivo geral,4 4 os per son age ns de Car-
I " ,'(' distinguiam todos por uma intensa ca pacida de de discer nim en to: não
4. O home m pat ológ ico
(d,I(I(',
1111\1o,'
S 'rsimp
's l's'ons mensageiros de uma deidéiaforçauni versal,
ientes das relações e de suamasculpo as (coprofet
moas nasda tragé
reali--
Ess as celebra ções heróicas do pass ado co ntrastavam 'o m o 11'11 11111 1111
di I~ d - 1~,s(l'l ilo). "Q ue catarse para um povo de pigmeus!", comenta va Ralph
\ ,lido 1':111 rson 45 dur ante sua seg und a viage m à Inglaterra, em 1847 ... cia, mais ou menos na m esma é poca , no campo da litcralllra. CO III II I" I til
,"111 'Ihant argum entações e m favor da bio grafia, a pare ntemente in- via Lo renzo Da Pont e, para os grand es romancistas euro p 'IIS li 111011111,\t il
111111.il', 'I\I'S ram de fato ba stante ambíguas. Aq ueles pouco s personage ns um velho a bandon ado pel a sorte não era "m enos inter ssanl' 1 11 ' 11d,l di 1111
dll Illl.',' a<io IIU gozavam de uma dignidade pessoa l tinh am de fato muit o ta de um grand e ge ner al, e o destino de um a tri pulação nlllll'r:ll', II\'I 1\111 II I
meno s imp ortante que o d e seu almir ante,,:'i 4 Enqu antO a lIisl "i I ', PI 1,1' I
Iltlll 'I hlllllllnid ad ': mais que hom ens, pa reciam ser alm as, ve rdadeir as a pa-
ainda poder m anter um a dupl a conta bilid ade dos homens, :I lit 'I 111 11" I 1" 1
11 li(' divil\as, arlyle o tinha concretamente ex pli citado: os grandes ho-
111 11\ 'li 'ilrnaV ,lIn a "essência enorm e, desmed ida, do pensament o".46 Para voava ca da vez mais de figuras comuns, talvez mesmo mais in,'l(j t'i , 11\11111
I 11, II V 'I <!llcl 'ira art d'~ biog raf ia ia muito além daq uilo que é particular da ligada s a um único o bjetivo metaf ísico (do Frédéric MoI' 'a li I' 1"\'11111 1I 111
\,1 '011, pa!'o iluminar a relação existente entre a imaginação individu al e o hom em do subterrâneo de Dos toiev ski). O atraso de lio f oi i1l11H1 111111 1 I1
111111 '(1 ,'0,'17 I':m sum'), mesmo que a vid a humana lhe pareces se algo insigni- heroísmo aind a ho je continua a influenciar, mais ou menos 'OIlS 'it'lIl( 11111111 I

1"'111\li" o,' as p "('OS 'o r porais pod iam, ou melhor, deviam ser postos à parte o trab alho dos historiadores. Ma s nem todo s foram ti'ío 'ons 'rvndoll' 1'.1111111
1'11111'Xillla!' o t 'n1Cl ar lU ,típi o do herói ( Na poleão em Santa Helena re pre- tramos aq ui e ali sinais interessa ntes, que mere 'e m ar 'nç, o,
'I 1\I,Ido '01110 un Pr m 't u a orrentado).4R Penso, em prime iro lugar, nas ref lexões d ']a o b Bur ,I 11111111(I 1II 111
)lor m 'io "lIn m ,ti uloso tra balho de purif icação, de eliminação de riador originário da Basiléia ironizava a pr tenS10 I,vários d' , '\I 1111111III
IIH lo " I ,io '(ll'poral, arlylc dese java atin ir esse uni verso esse ncial do es- porâneos de se terem li berta 10 do heroísmo onf i!'ma li 1111' o' 1',1111111
I' lilll 1111<1' ")S I 'nS~lIn 'l)toS os s ' ntim entos n10 podem ser encerrado no
( 1111 1111f' '''li
10 1:1 p 'rsonali Ia 1,,,.4lJ, u o b j ,tivo ra ultra passa r a lei da pe -
50 Ibid., p, 168,
51 So bre:l n.:oria d) 'SI' 'lho'l11 :arlyl', -r . .I11'qll's (::11)1111 , 'f'h()lIl,I,1
:,11/ 1'/1/lll /1 /'111/11'
1\ li, d" 11, ,,c)O I, C /I "n'h:lfn~ .."p,9,· \O <>, 14.,1.\,1),
II (:1 1.1,11, \wilh, fllcllllil1l( i" h isc(JI> ~ .. , "llp. .l. 5 Ibl,)h W 1I1(io 1';111'I'SOI1, /i/l/l/i"h IIllic", 1('/11 ',' '/Il 1l1il'(' /lI 'li" •• p, 1(1·170
I 1(1111'''\V,lIdo 1',111'IMII!, 1'; "I:/ish (1IIi(~, 1('/)/ 'S t'/Ic l/(i,)(' 111'11I//Ic/ m h'/ (',\SII 's (1,011<1011, \ <:1 ', Ili, polYl' 'Ihill', /:il/ " h " /I 1/11 1:1111" h'c/lc/c' \/" ,'1/"1 '1' 1""1'/, (:11111 1111,11111li,
, 1 \1 I), 1 1 1, '1 ,< 1 , IIIIO H I , p, 1 1 1 ,\, 1(,'), 1 7 • •, IH 111), p, 1),\ 110,
lI, 1'111111111:111 >\1, ()II hl'II)("I, hl'lII 11111,11111'"'' li, 1(1. I, '1I1l1( 111•. 111d., !,tll( 11/111),11'111111, /111111//1 II/CII 111111/ 1\111.11111,1.11111"1111 1,1'111 I,
1/ (:1 111,!II : 111111,1 ' / 11 1 1 1 11 1 1 ,'ai/1'11 /111/, 1'/IIIIlI '/1 I 1111/11/1/11
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111I111('IlSs: o in lispcnsáveis para que "o movimento da história possa periodi- À história do espírito (e da liberdade), que de enrolavll 1tlll'.t.11111 1111
1,ltll '111. s' libcrtar das formas de v ida puramente exteriores e mortas, assim mistas da evolução do mundo, opunha-se portanto para ,1, li l1i'lllIll tlll 1111
«IIl\l) do palavr6ri raciocinante" ,55A exemplo de Carlyle, ele também defi- mem uma história concreta enraizada na existência, I 'i[1 I,(111111,1 I1I 1I ,
1\111,\ )'l'[ln I 'za histórica como um "enfrentamento final entre o homem e o de a~orias e de paradoxos: ;'nossa própria vida". As vi"issilllti , dll 11111111hi,
II IIlpO", SlI ri 'j ntemente misterioso para evocar o icros gamo s (o casamento inexplicáveis à luz dos projetos metafísicos, eram enten li Ias plll 111[111111 tllll
1II'IIIdo), ' 1" nhecia no herói uma força vital e uma tensão capazes de re- dos destinos individuais, marcados pela angústia da lib 'rdlld ' (' di Idll I I'
( 11,11o lilllndo em redor, mais que a expressão ou a encarnação de uma épo- ta é a intuição fundamental do método patológico. Para I1lll' 'I 11111
di (/111\11I'1II
1'\1," •'11:1 d 'f'sa da grandeza permanecia contudo incerta e a pa rente, A Soren Kierkegaard, o ce ntro permanente da história era () 110111 '1111111111
,d, I1
11)',111 I do h 'r6i lhe I arecia inatual (a cultura moderna não podia produzir se- ralmente sofredor, "o homem com suas dores, suas ambiç( 's ','111.1IIhlll • I ti
I1 o 1111111 "Iíí 'c\"IOCI'I"\ ade mc
. Iia d"a )S7" e as
' vezes mesmo uma Impo ., stura Ideo- como ele foi, é e será sempre".61 Não o homem da provi I Ilcill do,' lilll'Hdl
10/'.i1'I l'lljos dramáticos limites humanos eram forçados ao silêncio: era um e nem mesmo essa impostura romântica que é o herói, mas tini 's o illtliv t11111
1 Ii1 1 i p:lI:t lrarar os "sofrimentos de inúmeros indivíduos [...) com uma fria in- independente, livre em seu ser limitado, que conhece a Imil 'slll\ li1'111
tl l I 'lIy:t, 'onsid rados como uma 'desgraça passageira",.58 dência em relação aos acontecimentos ge rais do mundo. I01' inl '1111dto di 11,
Burckhardt e sperava ir além dos fatos consumados c des 'obrir o,' li, pc 1111'
:(1)) :1 noção de exceção, tentação mortal da decadência, era a idéia
d 1'1o!',\' 'sso que estava sob acusação, Um dos traços destacados da reflexão emocionais do s acontecimentos, Num momento da sua vi h, li '0111'('t 11 1111
"um fenômeno muito estranho": tinha tomado consciên ia da S(II>IIII d""ldll
d 1\111" !lllr It, que detestava "o orgulhoso nariz torcido dos filósofos",59 era
ção de todos os dados históricos puros e simples e enten lido '011\0 '1,1111111111
lIlI 1' 'II,'~I das c odi éias (em especial a de Hegel), às quais ele opunha seu
tante trabalhar com os desejos e as imaginações dos hom ns.('
III( lodo p~1101)gi ,baseado no sofrimento dos homens, As existências indi-
Tratava-se aí de uma etapa realmente decisiva m 'smo 10 1)()lllt' lil VI'lhl
\'ltlll li, d 'lí1onscravam o quanto a "teoria da perfectibilidade cr escente",
narrativo: o homem patológico poderia se tornar um obstá 'ulo :1 I' 'I liÍt'l ( 1111111
'111/ id '111iri 'li va o presente com o progresso, era ridícula e pretensiosa:
duzir ao menos alguns elementos de sensações concretas. N: o ' L'I ' IlIlIdqlll I
indicação explícita a esse respeito, mas as o bservações d' Bur 'I 11111 di IIhll I
1\1'111' hun ana não esperou o passar dos anos para conhecer a plenicu- pintura italiana do século XV I são esclarecedoras no qu' '011' 'li\(' I1I 1111 1I1t111
di" lI;1n[() l pt:sCjuisa sobre os moral progresses, deixamo-Ia de bom gra- de pesquisa histórica.6~ Refiro-me especialmente às páginas d 'di 'Id'lll 11111111111
do I1 1111 '1<1" qllC se cspanta ingenuamente de não constatá-Ias, já qu' o ção do uso da metáfora na arte do século cio Renas im '11(0, '1\111'11'\I I 1'11111 I
J lIOJ '''''sso moral n10 p dcria se aplicar a um período, mas somente à vida neidade da Estância da Ass inat ur a é contrapo ta 'IOS ' "s,'o, ,tlt ",1111111ti I
ti' 1111)in livfduo, J á na Anti üidade, a ontecia de um homem se sa riri- paisagem da Giocond a e aos efeitos sublimes cla ,lP 'Ia ,S' isr illll" '1'1',11111111111111\
('111por ()lIrr 'm; não onseguimos fazer melhor em no sos dias,60 hardt, Leonardo ainda estava profundamente impr 'gnlltio 111' I' 11111tli "1111111,
c Miguel Ângelo, o " homem do lestino", clava muito 'Sp:I\O :111.illlllll\1I11 11/11/
% 0 final era um tema demasiado prometeano para s 'I' ti :,' '.I: I. 11II', 1111111111
111101,1111 '1IliIrdl, :lInsi(/~l'IIli()//s Slll' 1'!J;sroil" "j!;rande (efeitO" ligava-se sobrerud à ausên ,ia de tlif"r 'I\ça vi v( II 1\1ti I 111
t\lillllllld I'I';~, 1'0 Ol, I( 71), p. 75 (I 'd.: 1(06), lividualidades dos santOs, dos b m-av 'ntllrados ou dos lll\llIldi '(),Idll' Ilt 11111
I, 111111 ,11, ,I, 7" 1 0 inverso, Rnfa I rinha inv 'nC'110 11m pomo ti, '(1I1i1\liÍo lli d e 1111111111
I (:1 11111 I, willi, S (1//1 (iel/(' SeI/I'if)e", \ 1/1 , .loco / ) IJ"r e/dl/m (l . I '1' /\If '/I,'i(.!J ;/lII"iIlC'" simbolismo' hisc6rill; pintav:1 'om um r 'alisli\() 'x' 'P 'iOlllll, 110 ',11 '11101'1"1'\lI
,!lI (,'I\ldlidilC' .'lllllg:If'I,.I,II.M,tzl'I'~'I1',I(J HI), '1'1" (I 'd.: 19,11:'irnc;dos'/',llIlIlo da vldj!;l\ri Ia I' 1111' '01 sisti:1 'Iii "1(11'1)1\1' \,..tI til 10 O 1111' ',L'l' , IlltlO II 11111
I I 111111\'111 Illtl lilllll, 1,111 '1/,\1,11)1)I, lI, " ,,'11ill' , o pl01''I iS1\1Of i 's~il\l iS111 ti ' 1\II1'I li 11di,
1\'olll" ,", I ()I'lI\1 ' ,"p~III1VII 'Ol\l jl t. H'I"I o' t '1\1:1.'ri: ssico,,, 't'lI to t'lll i 1,101111
I I (li 111111111 ,'II~~II, '1/,11111111111 di '1 11 1 1 Iilll, I :i!1 'li di "(1/11/:''S.III" f i.1 )(((1(' '''111 (' NOI'!'('("""
11111111\1111,11 t\ildll\lI, liIH'I), 1,71 H'I; I: IIx (:t111li, lli"'II/)': IlIililil'l (11 ',J il"'(', /( II"'I/om
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11111111111.11 11 11 / ,,\ 111//1 /1 1 1 /'/'11 (" 111" I )111, 1 11/,d, 1I1'1111 11111Ilu H1 11 1/ \ , I 'I' I
Id)I)I(III~ '111in livi lua!. Com esse procedimento, "o detalhe ganha uma tal força
1111'IlpIII" ". omo. a I~rte essencial; no entanto, o encanto do conjunto reside
1'11\,'tI:I <Illall lade mfll1J tamente mais ca racterística",64 Encontramos igualmente algumas considerações intcr 'SSI1I1I('/ '1111111I
A I)()st:li ladc cm relação aos excessos alegóricos e simbólicos impregna biografia histórica na obra de Hippolyte Taine que, entrc S 'IIS !,Ioi( I11 dr
11)(11\i \ ~',/1')(ao de . 13urckhardt, e tudo indica que mesmo no campo histórico estudo, incluía em 1878 Alexandria, no Egito, no século lU, U 1'['PIII>l1I11til
'1111s 111-':11I':lSIn IIVI luais que ele atribuía a capacidade de diluir ou, ao menos, Veneza entre 1520 e 1576, o Século de Ouro espanhol e um r '( ra!o ,'I 11111li.
di' ('()1I1'I':lS 'ara terizações metafóricas do mundo,65 Como na arte do R enas- Voltaire - em relação ao séc ulo XVIII, este era o único cema qll( 1111111
('illl '111,0,11:1reeonstituição do passado as formas humanas permitiriam não tra- teressava, por suas "aptidões desconhecidas e profundas",70 (:()Ill() (11 !,III
I 11()~ 1:lIos hlstóncos como se fossem manifestações de forças morais dirigindo prio havia sublinhado alguns anos antes, os sentimentos c as id ti\l, di \'1\111
ll, 11I1IV'rso, S 'parar e individualizar a matéria histórica não significava necessa- ser observados, em sua variedade, "nos indivíduos, atrav6s Ias d i I 1\ 1111
r 11111 '/lI' rn '~' u/.har no efêmero. Numa época que se caracterizava pelo "ser- épocas e raças, seguindo o exemplo do verdadeiro zoólogo ou 10 Ili II 1IIIr li,
IOllll(lo-provlsóno", em que triunfavam os aggiomamentos, Burckhardt pro- que passam a vida construindo monografias", Para Taine, a úni 'a li/, 1111111 \I
l'IIIIIVI~ lIS " 'c 'rnizações": naquilo que os homens, como indivíduos e como po- lida devia basear-se na psicologia, e não existia contradição cntr ' o Pllllil I t i 111
O', 11I1/}'lm pensado, desejado e sofrido, ele visava ao que é durável e se e o geral. Seu ponto de partida, confessava ele em 19 de sccemhl'fl dl' IH'II,
!t'II"•! • ,(1(' ()I I S. ,J',I, o "'d
I ea I dI'e pessoa ocu to no mais fundo de cada um" ,"'7 Re- não era uma idéia a priori ou uma hipótese sobre a naturcza, Inas 'I (1)11( 1\11
( Ill'lllllrar 'mos essa mesma ambição, alguns anos mais tarde, na obra de Mar- ção experimental: toda noção abstrata devia ser separada c analislld I I1 P 11II1
I' " "('/I,W ;>I>, 'mp nhado em apreender o indi~íduo num princípio unificador de uma situação particular ou de um indivíduo concreto,71
I (11,1111'1-/0 sobrc II.n pano de fundo ideal.6R Apoiando-se sempre em suas O historiador "científico" admirado por Stefan Zwcig n, o 'S!II 11 I 111
11111,I I '111 'o 'S sobre a pintura, como exemplo de sua concepção historiográfi- cum de um herói, menos ainda de Prometeu, Ao contrário, '1'11o III<Iiv <11111
I I, IlIHI('1l1oS IlTIagln<u que o objetivo de Burckhardt visava à capacidade de su- concreto que lhe interessava, Ele detestava o hábito que cinhall1 (III!O 111
1""1111,'11<d' ) H,lfaeJ (uma sublimaç~o existencial e não moral - diferença toriadores de transformar uma pessoa em missionária da p rovitl 11 t'I II oil ( 11\
1111111111\ 'li! 11 'm rehção a M iguel Angelo): "o que ele apresenta em suas símbolo de uma civilização , e estava bastante decidi 10 :J ir pro '111'111 o 1111
~IlIdollll,' , 'm seus Mcninos J esus é a mulher e a criança, pois sabe separar o mens em suas oficinas, seus escritórios, ao a r livre c à luz do sol, '11\, \lI Ii I
I1 I,'ll ('Ir 1('( 'rfsci 'o daquilo quc é acidental e o eterno do efêmero",69 ra e em suas casas, Convencido de que a história era um '1I1l1pOI1li il( I',i 11111
para analisar a pessoa, procurava nela decifrar o hom m 'lU' viv' •11/',1 , 111111
suas paixões, seus hábitos, sua voz e sua fisionomia, S' us g 'S!O, [' lI<\I 111'
tumes, como o indivíduo com quem acabamos de CfllZlIr 1111 1'I11.~
f,l lill'lIli 1\111 ,I 1i:ll'dl', I 'r i "'/'0/1", c 1g, zlIm C el1u b cI el' Jr\ ul1scwer I i:C I
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v v
rc/'/l"
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EJ 'Jl1 c'1,U/ .C;./-
/111/" I11(,' ""IIIIIIIIIIS~"b .. (SfliCCgllft, I l;lltSchl; Vl;r!a 'sanstalt, 1929-34), v. 3-4 (l cd.: 1855;
A dimensão antianedótica da pesquisa biográfi 'a, jlÍ r 'ivindi '11d" 1'111
11111,'1111 N '1',111)(111111'1':1<1. Ital., Libl'i & 'I'an li Pl;I'l;, 1994, p. 979). Carlyle e por Burckhardt (imaginando uma gigantes 'li 'sll'lIlij',llll'ill tllI ( I' li
I ('I '
' " 1'/ 11\1'I 'SSlIllI 'S obs 'I'V:IÇÕ'Ssobr' a lingllagl;01 tit; Burckhar Ir, sobrl; seu af"asl::i- to), era compartilhad'a por Taine, que, elTI 1878, durant' 11111 hllilljlll II 11111,1
111111111 "(llllpl'w dll I''lól'i ':1 l; SU:l Irl;dik:ç~o pl;I:ls l;xpr 'SSÕl;Sda vida pr{Irica in 1 al'I ceu Condorcet, declarava "adivinhar a verdadeira histJ ria, \ tll!'1 Idllllll, I1
,'/ 11'1111, ,/11('0/)11111' ('/ \/1 111 ' ( /( " " 'lIp, ('it:lç: ()s 'gllndo a tl':id. itHl., p, 51.84), profunda altcração quc sofrcm s oraçõcs c I enc s I'a '01'(10 ('(111111 11111
'; Ihlll .• 'IIP,'\ l'illlÇ os 'gllnelO:i trad, it:i1., p, I _ ,), danças do mcio físi 'o c n oral em q uc esc, o mcrgulha los", 7,\ Assi 111,1i 1111,11
f, 'liltl .•\'i!fl, 'I (('IIIII,'lí()S'1'lIndo :1Ir:id, it:1I" p, 17,-4), ' d fato sc transformllva (para '1" 1111'1 sonho ou uma falHasi" '1'\111dlldll' 111,
,,/I~IIIII'~'I ':"'IWlill, 1::11'1 d' 111 hioJ ;l'lIphi', pl' ,r: 'iO:l \li o s illltl,l!,'illtlil' 's (Paris, C, :hllrp 'n- jctivos e 'on 'retos), •() impoJ 'lllnf' n: o'ra mais a an:'ílis ' d[\ II~':o '111/ 1,11111
11II I'\: I'•. I,IISqll '11:, I H()(), Sobl" il I -ndCnci:1d' 11111' 'I h:II'dl' 11'1111)(11'111' "qlllldl'l)s" '111()
"I1111111 "I'"11!l1111I('O" I' tu 10 o <111' a h:lvia pr" '<lido, (:0Il10 'S('I' 'v 'li 1)11111:1
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Hnd re Dum as , pa ~a além d, as intr ig as palacia na s e do s deba tes id eológi co s, nú scu los e as anedotas, as "praerogative sentCIlLi:II'III1I, ('1111111dlil:ll 1i I ' 1 111
'I . procurava reumr os mo vime nto s da emoçã o: autênti co s fra gmento s de vid a, extraídos dirctam 'nl' \tI I( ,11 111.111,
" ",
No co meço do sécu lo XX , algum as dess as in t,dço ',' 1111,11111 11111\1 1\1
estudad as pe los histo riadores prosopó graf os , O prim 'iro I'I " ''', I I 1 I
Es tamos tentand o nes te mo mento f aze r na hi ~tória algo sem elhante ao que mier, p rocu rou desc ob ri r a verd ade ob jetiva por m 'io ti ' 11 11111 I pl I li ti, 1"' "
V. f az no teatro, ou se ja, psic olo gia apli ca da , E muit o mai s difícil do qu e a tilhismo, Co mo ob se rvou Isaiah Be rlin , o historia 101' :1111',1 01111 11111 11111111t I
antiga 11lStón a, muit o mais dif í cil de faz e r pa r a o autor e muit o mais difícil a históri a, "dividi a e redu zia realm en te se us dados a fru '11\ ('111(1'111 1II 11\11 d,
de ente nder p ara o p ú bli co , Ma s, e m sum a, os mec anismo s das idéias e do s po is os recom pu nha com um a rar a ca p acidade de im a p,il\\I\, 111I ti, 11 11"
sentim ~ntos s~o a verdade ira causa da s aç õe s hu manas, os espe táculos po lí- Seu em piri smo tinh a algo de prof undame nte in ov a l(lr: '1\1 11111111 I1111 11 1111
tiCOS sao mtelf amente sec un dários, Po r exemp lo, nes te mom ento se eu
as id éias rev olucionári as dos fil ós ofos do círculo de Vi 'na, li" IÍldllll ll I d,
conseg uir co nstru ir de modo qu e me sa tisf aça o est ado ment al de u:n Jaco-
lecido o prin cí pio de ve rifi caç ão co mo m eio de lutar 'ollll a i IIl dl [I 11 1111111\11
bmo, todo o meu vo lume es tará p ronto; mas é um tra balho di a bólico .?4
da metafísica, N am ier queria "elimin ar o elemcnco 's pititll,d d,l 11 1 111111",
Desconfiava da f iloso f ia da históri a e mes mo da hist )('i:1 d a, Idll.l I I I I I
Inf luen~i~do pe las pes qu isas de Ca banis e de Es q uirol so bre os laço s co nven cid o de qu e, p ara ex pli ca r os f atos sociais, '(';I pr' 'i.'o ', pllll 11 11,1 dlll
dament e as raízes do co m portam en to in dividu al- r:t:t,: (1)('1:11111 ti 11 11\ I1I1 I
qll ' Ilncm
('ollui O f lslco eda o p simoral,
õcs materiais cologia Ta in eindivid
est ual
ava pae rtqueria
icu larm ente
aplic ar inà ter es sado
históri a monralas a histó ria à pa rtir d a psico logi a e não da so ciologia, S 'li 11 \"\IIdll d 1111\11I
os 111,to~ los da história ,n at ural. O pro cesso de co m pr ee nsã o bio gráf ica lem - pontilhi sta pre via a se paração do s fenômenos so iais 'm [1111:1II\i l ,1111111 I I
hl'llva, af irmav a ele, a dissec ação do s cor pos , Ao "eu" sublim e e inf inito ev o- tênci as pa rticulare s que era prec iso reco mp or sucessiva l 1 'I\t ' 1'11\ 11 1111"111 11
('li 10 P 'I?s românticos , era con trapos ta lima peq uena parce la, um pro dut o, ma is am plos : o ob jetivo era "co nhec er bem a vida I,mi lh:1I ',' 11 il\lIl\' dllll
11I1\l\ r 'aIJzação, um af 1oram ento: um formi gu~iro em sua totalid ad e, ver as colunas I f ormi gll, 'p,dh ,lll 111 I
em dif erentes dir eções , entender suas articulações' S lItlS COII('!.Il;ll " 11 \1 1 I
va r cad a f orm iga e toda via jamais esquece r o f orm igll 'im",7'1
A 'a bo de reler Hugo, Vigny, La martin e, M usset, Ga utier, Sain te-Beuve, Ma s a idéi a de f ragmentar o real, de cstli lar Sllas 'Iiv a l' ,( 1\ • 111,1 II
'omo f i uras, da plêiade po ética de 1830, Co mo toda essa ge nte se enga - aprofund ada fora do camp o da história, A psicanális' roi :I pt illH'illl ,I '( \'1111 11
nou! uc ,de la f alsa eles têm do homem e da vid a! (.. ,] Com o a ed ucação pa ra um a a bo rda ge m detalhada e não maciça: re IlIzin t\o a 11li!',:tI I111',1i 11 1111 11
,i 'nrff i 'a c histórica mu da o ponto de vista! Ma terialm ente e moralm en- são do s sonh os, Fr eud con ce bia o in f initamcnt' p '(jll 'no 11 I) Ilpl 11 \1111 111 111
I " sou um átomo num inf init o de es pa ço e temp o , um br oto num b ao b'Í, um índice in dispen sáve l, urna pista qu e pcrm il' 'n 'Olllt'al I) 1'1i11 c111" ,I I ti
ullla ponta f lorida num poli pe iro prodigioso que ocu pa o Oce ano in teiro, c
I ' g 'f ;I 'ão em geração e merge , deixando suas inú meras bas es e ramif i a-
mas como um po nto nod al, "s o br edctcrm inado", P;II'H (l < i 11 il1 11 111 , 'I"
1111
mu itas motivações e pu lsões ,80 Na mesma 6 po a, a r ,:tlid:lll(' illl 11111111111I
!t< 's L i ~ baixo d'á ua; o qu e sou cheg ou-me e chega- me pelo tronco, O a- tada po r ce rtos romancistas como um cor po '\ s r allntonlÍzlldl) 111111 11111'1111 11
lho 111:11 $g ros o, O ramo, a haste da qu al sou a ex tremidade; sou por um
II10m 'nw O resultado, o af loramcnro de um mundo paleo ntol 'gico engoli-
10, ~Ia hllmanidad ' inf erior f ós il, lc tOdas as so ciedades so bre postas < jll'
s 'I'Vlf [111 I, I as' 1 ara a so ,i, lad mo Icrn a, Ia Fran~a de t d s os s~ 'u- 7( , [I. 'l~linc, iI vi' '1' S:I corr 'SJ'01l d:l 11 , ''
''1v,4, 'arrll a 1"l'l1lW1\, , '11111111/,
1 I \ 1HIII
Il)s, 10 s 'ltlO IX, tio 111'U gru po, Ia minha famí lia? 77 ISl1illh f) 'r\in , P '/'SOf):1! Ílllpr 'ssiaM, 'd, por 11'1 ry Illll'dy (I ,olldllll, IIII /'lillll I' I
19HZ), p, 8Z,
7Hl bitl,lp,H I,Sn bl" NiI1 l)i'I', 'f .r:llllb 'll1l,ind :1 ;oll'y, I"ll'i8N /I/I ';cI 1,llIltllllI,\ IliI'll
N 'SS :I P 'rSI "Iiva, 'Iilin' insisli:1 11:1iml OI'lGn ,ia '011' 'illl:ll I' IOt\:I,' r'ld ' Ni 'olsol1, 1<)1{9),
"'I I, 'wis 1\, Nilllli '," 'I'h~' Ilio l'"lph 111'o ldin,IIY 111'1\, il) 8 /')'8('1/1 /1('1' 1//11/111/11I 1 ~ 1/1
I lIillli tli:l.' illtiivitill ltiS d 'st! 'niladas pOl' II 'g, ,I " '111 IlI gal ti ' l);Is~'ar 11111 111
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A BIOGAAflA COMO PAOBLEMA

1:IIIIIIIII'lI mole u!ar: André Gide relata a vida não "no comprimento", no sen-
Essa transformação democrática mostrou, e ainda mostra, S 'r 111"11111111
lido "'ollológICO, mas "na largura, em profundid ade", enq uanto Robert Mu-
sa, A biografia coral deveria empenhar-se em exprimir a mul ipli 'id,ltll ti I
1 1 iIl v 'lHa p'ua si próprio "o belo nome de o senhor vivisseccionista" 1 81
experiência reivindic
ada por Virginia Woolf quando caçoava \0 111111111 ti,
'11>1:1:l lil 'ratura contemporânea afirma a ausência de sentido unitário da vi-
biógrafos de "explicar seis ou sete 'eus', quando uma pessoa pod(' 1'"' '1Iil
dll, d, valor ao qual vincular a multiplicidade da experiência e descobre as-
milhares deles",84 A dupla mudança (para o homem comum ' pai I I1 1111
illl (/11' o h mem é um arquipélago, Um choque psí~uico introduz
mem múltiplo) foi claramente enunciada, há 40 anos, por Lewis rvlt 111illIlI I
11,111111111,' 'nte em cena as unidades mínimas: o personagem-homem, que ha-
"O novo sujeito", escrevia ele, "possui ao mesmo tempo sup rff 'j, 'pll ti 1111
VIII IIlflllo levava uma existência miserável, é obrigado a ceder lugar ao perso-
11,/' 'Ill-pal'tf 'ulaB2 didade: o indivíduo tal como era concebido outrora, um ser feito ti ' I I'" 111,'I
gor e reflexão, era como o universo newtoniano;, o n ovo [.. ,I, sol> ('I 1111
aspectos, se comporta como um corpúsculo em movlm~nto e, sob 011I IO~j,, 11
(J, N or m a e possibilidade mo uma onda",85 Ao longo deste século, numerosos historiador 's s,d,111I111
ram a importância dessa passagem, No entanto, suas proposiç •. ('11111
freqüência permaneceram letra morta: aceitar as incertezas do pa~slldll (' 1
j\ 'ris' 10 heroísmo, anunciada por Carlyle, atingiu desde então um
nunciar ao simulacro da integridade individual é um empreendllll '1110 1111

II'1I11!O 'XI I'lria,


'mo, não
Os são
i 111II Idsl
A1enschen dincentes,
mais convie Geschichte machen,
e talvez os homens
nem mesmo sejamquemaifa-
s mínimo complicado, Para Havelock Ellis, os artigos do DiccÍ(, nltl 0 1' 1/11
tional biography estavam povoados de personagens "lisos, de ol'alivo" ('1111
'I V( IS , j\ IlH)ltc cio herói não eliminou contudo a exigência de se estudar os
vencionais, bem penteados, e sobretudo cuidadosamente f1nlp~lllIdo dll
Illdi dllllS, Iloj a aposta não é mais no grande homem (conceito banido e
cintura para baixo", 86 Podemos, infelizmente, dirigir a mesma '~'rfl,'li 10 I
" ('Z '" ti 'sprczaclo), e sim no homem comum, Este último é o objetivo
critos biográficos de André Maurois, de Francis I-Iackett ou d ' I',mil I ","IIVI)!
1"lllI'i" 1 1 dos 'seu dos sobre a cultura popular, dos trabalhos de história oral
1111di "i.~t )I'i:l Ias mulheres, O caminho foi aberto, nos anos 60, por Edwar I (que; Benederro Croce comparava com Guido da Verona, "o, 1'j\'"11~"1'.1I1 11,
I','I '1IOIlIJ >.'on qll" em oposição tanto ao marxismo ortodoxo quanto ao estru- costureirinhas",87 em moda na Itália nos anos 20!), O próprio NlIílll ",1',1\111
1111iliNIlIO, ti 'volveu sua dignidade pessoal aos vencidos da história, às víti- de admirador de Freud, deixou-nos páginas muito ingênuas sobr' li lII/',1iI"",
1111'd" p I.'SII lo, Desde então, a noção de experiência começou a erodir a de a elegância e o individualismo do s pares ingleses,88
I IIIIIIII!!, ";11) 1976, Carlo Ginzburg invocava a c élebre pergunta de Bertolt Parece-me que o es tudo do passado continua a pl'ivil "i[ll 1111\11,"1111
1111('111(" 11'11) 'onstruiu Tebas das sete portas?") para dar a palavra a um cepção aritmética do indivíduo, pr é-psicanalítica, e m smo pl't- dw 11111 '"
1II/lI('i, o 1'1'ilIla no do sé u10 XV I; nos anos segui ntes, alguns historiadores fo- kiana - concepção que não oferece ao personagem-hom 'llI ,'('11\11 IIIII1
Iillll llilldll Ill:lis 101g ': seM 'nocchio ainda deixa transparecerem alguns si- alternativa: desempenhar o papel de um ser conscient' " 'oç, '111('011I 1111\11
11111d,' II '1'0 Sll)O, Marein Guerre, Giambattista Chiesa ou }acques Louis o de um peão no tabuleiro de xadrez da necessidacl ',H) OS S('I(', 1/11 1'11
1\11111(I I Silo v -r Ia I 'iramente hom ns comuns.8:1
VOam tantos livros de história deste século aparecem 'OlHO 1\\('111)/ 111111

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11\1(1/11111111I,,1i10Nilld/v dll",~ 'Nllldlldll, plll 011111(;ill~.II1I1/" I,t, Iillllll/I:<' 1'1 !c',1\'(",\, "l'lIplli 'N Illd 111'1111,11/1, 11111 1',/1 '/111 /1i'IIl,h'lIl U '/'''' '1 ', ,j~: ,I, I') (,: 1,1111111 1\1 (,( 1111 "
1'11111\' ,~ 11'1111 1I/I'11I1!t'11111 \'\'1" S;, I'!, (1'111 i'/, /111111111111/1111, IIIHO: I Id,: 1'1/(,: Nlllitll
IliNllllY 1\1It1lh' III'W hilll',llplty, /fI I11\ 1I 1111 1'1/ \', ,1/, III\(), ,
11111111 I llll'l'I, ',I' 11'111111 r t,'Alillll1l ( ,'/ 1 / '/1 ' PilIIN, 1,111111111, lI/H 'l: (11111'1111111 I, VI, "("'1 111 fII( :1',11('I 111'\1ti- 111", 1111111111111 IrI, (,'1 "'Ii( 1 /l1/f1 l/1/1 !' /1WfI/ 11 11. ',1111111 li, (,"11111,
\ 11/11111II/hl I /1111/1111 1/'11/11"1111'1111//1 1\ 11'1 '1 1 11111/11 1111 \ \ I/"~'I'I'/I (1'111/,( 1IIIIhll'IIII, III'I/), I 11'1di /111111 I Iillolrll'lilllll" '1'11111111111 I I" IlIilllIl, NI 11' 8 111;' mIJ IIl, /ti I11 I, /1)1111
IIIHII, I I d II/li),' 11'/"1 I 1.11111\111111111, 1"/1 111 11/11, 11111 I il hll l/lll I 1/1/ 11 /1fll /1,1
I1'1,'111111I: 1111111dll 1 1111111111111111, 1 1Illldi'IlIII, 1I ('llIrllIl 1\1 1)111111\' I, "llIlilll
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A BIOGAAFIA COMO PAOBLEMA

11\('1I0~ ilu stres qu e seus ancest rais do sécu lo XIX (E me rson os ch am aria de apen as so bre o que foi, s ob re o qu e acon teceu, ma s tam bém SO"I ':1 11111I
l'il',11 \ 'U:), ma s sã o, e les tamb ém , prisioneiro s de u ma un idad e de s e ntido fic - tezas do pas sa do e a s p o ssibilida des perdid as.
I ('ia., ,omp artilham o me smo de stino aritmé tico: pens ar com frases qu e Dev emo s pr ov av e lme nte proc urar em outra p arte as ,'a:l,( " I' 11
I '11I)ll 1am com um po nt o fina l , a diferenç a residind o em se u grau de n or ma -
quais os his tori ado res têm dific uldade s em elab orar a mul ti pli ,i Ia 11 illdl \ I
Ild Id '. Enquanto os per son agens celeb ra do s pOr Car 1 yle eram ex pre ssões
dual. Os pequ en os ho me ns coeren te s, im erso s nu ma norm a 'ólida I' ~I 111I1
plll as , Ia vontade, eles hoj e aparec em como com un s, pa ssivos , pr ev isíveis. A
lha, po dem às v ez es se i n screver num jul ga men to críti co so br' I I' 11111 \11
1111 ' 'f luade pessoa l nã o te m ma is nad a de ex cepc iona l, é ap en as um pr od u -
10 I·s-':rie. histórica (co mo na célebre "b iografia " de Pierre Ri vicr' ('mil '('iILI 111 11
M . FO llcault); ma s, na ma ioria da s vez es , eles sã o o simp les resull :\do d 11 111 11
Nesse senti do, as c ons ide raç õe s de Bo urdieu sobr e a ilusão b iográfica antiga regra do o fício que imp õe q ue se e nraíze a pess oa en s 'li llllll Ji 1111
,to ' (r 'mame nte pertin entes . Enclausurar a ex istênc ia (com o f reqüen te- Ao co ntrário da biografia , gênero literá rio sere namente b asea do l1a IIl1 i 'ltlll
1111'111' () f azem os historiadores) em bu sc a de um a imp rov áv el un ida de de de de uma existênc ia, a história de ve rec ons titu ir um tecido so 'ial 'l'ltllll
'11 1i 10 ,r ve la um a ing enu ida de imp erd oá ve l, aind a ma is po rqu e , neste sé- ral ma is vasto . Trata-se de u m p r incípio fu ndame ntal, qu e no '111:lIl lO 111 1
, Iilo, :1 111''ratura nã o se c ansou de r ev elar a na t urez a desco nt ínu a e provisó - muitas vezes confundi do com o da r epr esen tatividad e: o trabalho I, 1'011
1111do "'ai ("Re pu gna-me fazer o sumár io das m inh as im pressõ es", escrev ia
IH I I'' (,."uC. <)0 P arece-m e no en tan to qu e, mes mo send o fu nd am en tal, text
umaualização parece
atística .en tão,
A razãdeo prof
moduno dain qu ietan
dessate, o bsessão
co m a pela h molo r 'pl' '[I's '110 di
,
I )
essa amost ra est '11 1111
," 1 / '~':10 'orre o risco de no s at rair p ara uma armad ilha . E is so po r du as ra - vida de (defin ida po r Jean -Claude Pa sseron co mo " ex ce 1e~ nCla. I ) 'I. ':I ,,'11 I
I( ,Em prim eiro lugar, o p erigo d e ca ir na hi stóri a crono lógi ca, événemen- manifes ta claram en te nu m tex to célebre d e Max We ber, analisando II di
/I /I, , I)()ll o pro blemátic a, não es tá in scrito no gênero biog rá fico : co mo me tinç ão en tre person ag en s "operantes ", enqu anto "e lementOs 'ti11 , li d
I 1111(',j p:lra 'u blinh ar nas l inhas a cim a, as ciên cias sociais nã o pro duziram um a cadei a rea l", e "indivíd uos indiferent e s", co nsiderado s ai '111\, ('1111111
111 11I ,o ' (1I1i a f igura de indivíduo , e o enunci ado biog rá fico nã o te nd e sem- u~ locLIs de conhec imen to, que permite traçar a s caraeterf sti 'as I' 1111 11',111
11" , "1 11ol11:tticamente, par a a for ma tradi cion al da biog raf ia. <)1 Por outr o la- po so cial.<)4 Um a v ez pr iva do s de su a fa cu lda de de agir, le SU:I ('Ort,tI di 1111
tI'l, ,I I ,!' 'I' n ia à lit eratura tal co mo no s é a pre sen tad a me pa rec e po uco tiea a f im de s erem h istoric amente int eressa ntes, os " pigm 'IIS" n: o pIH I, 11I
li 11111('11 1., pois o caso pessoa l não tem a me sma fun ção na li terat ura e na ser ~e não ho men s típicos e próx im os da média es tatísti aY s
111 IlId,l " I'toda fo rm a, o camp o críti co de Bo urdi eu é profund amente di- Todo s os qu e tra balharam co m fontes biográf i 'a~ (di rtlio' lltilllll,
'1 II 11 1' 10 uos grandes rom ancistas do iní cio do século XX. Por int erm édio co rrespond ência, memó rias etc.) sabem o qu anto é fru s 1':101 ' 'SS :I !lll I' 1 til
111 li I 'I'li 'a, o sociólog o tende a homologa r as co ndut as in dividu ais e a re- norm alid ade. É sem dú vid a por isso q ue é tão te ncador 'm bo lar:l ', pl'l'illl HIII
1111\'1 I os laços nor mativo s, a f orça do habiws.n Ao contr ário, Gide, Mu siJ ou de dos dest in os pessoa is: de maneira aparentemente ioo~'nsivi\, 1)1111'11 1 1111111
Vd, I para 'ica r a penas os mais rep resentativ os) criciea vam a biografia com na prática histó rica limit ar, quando não co rrigir, sei n "' (OS -goli , 1.\ dlllllll
,I 1111'11,': o I,aprof undar as va riaç ões do eu: uma ve z admitid as a fragmenta- raf ia - proc dim ento qu e lemb ra a limin ação das i liossin '1,\'11 II ldl\ 1
'ilo do ,"I' , a divisão do olhar indivi lu al, eles pI'O uravam reve lar o virtual e duais pr po sca pelos pos itivistas. Em tod aso, os d I oim "11 0, pl IIIIl 11
11 IIIjUII 1i 'o, N 'ss ' ~ 'ncido , é possível tirar I suas ob ras um ensin amenc gllar lados no d 'urso da pesqu i a do umcnl'al c a 'citos '011\0 '11'1111111111111
IIH lllo di!"r '111 ' do pro posLO por Bourdi 'li: a sab r, utilizar O eu para romp r lI':ll'ivo s (, guisa I' , 'm plo d' lima argum 'ol'aç: ) g ·ral). Ma s 'I 01111llilll
11 I ('(', , o I, 'ti 'r '11 'ia 10 di~ 'ur~o hiscóri '0, ou s~ .ia, para se interrogar n: o ., I" I I" I I"
m 'nL' lIl'iliz:! los p:tl'a :tpl" 'n I 'I" os atos so 'I:II S, ,,o panll o 'o I o ,111 1111( 11

:;1 /' ,II I/Ii (11d', :\dli'l, d'I.II 'I·Ii(-I)'"II(', :lIhins/ll/rlf("r,'Í(/', 1 :7 " 1'/7\11(),1 1,1') 1 /. 11\ :1',' '111 :l.llli!' 1',1 ~111l1I,1 \IIII' ,iIpl\ll '1,1111 ,IIIIHI,III '" Illli('llliÍl 'I •• , P 1I
1,1 ()I"'I I, ',Ii"'"I1., 1,1 II.IIIHIII ' li - lIillj:l>lph i -~, 1,(',1 r:IIIJi('/I til l'hilu.'III,hh'o lI): 1 7.\ "11\", \ 1!lII,lli'lillhe ,'lIllillll'llIl 111111 (;\111I li 1 Iltl lllI 11 '111 1111Il\dll\l 11111 1.111,11,1 11
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I 111di 1 IIdll i 11 111111111111I'IIIIId ll li 1 1 1 1 1 " / 11 11111'111111
'111/1'I dll 11 I 11 111111 (11 11111111 1, I, 11 11(111 I (I d ,1 1 11 1 "' // 1 1 ""/11 ' / .1 1 /1 1 ,I' \H
(assim o ch amava CharIes Firth, o historiador da guerra civil inglesa): um pou- cial.100 Mais que o tipo , importa a verdade. Apenas um gran I, 1\111111111 lil
co de contexto, um po uco de existência individual e ou tra camada de contex- experiências permite levar em con sideração duas dimensões 1'111\(/1111\ 111111
to ... 96 O resultado desse trabalho cotidiano de censura é melancólico: o tempo da história: os conflitos e as potencialidades.
histórico aparece como um fun do de cena fixo, sem impressões digitais. En- Enquanto a biografia heróica coloca como ób via um a haFl1'Ollill 1111/11
contraremos um e xemplo particularmente significativo disso na experiência particular e o geral (e, poder -se-ia dizer, uma simples extensão, '()IHO11,1 111\
francesa da ego-história, que bane abertamente o eu d a reflexão sobre o passa- doque), a biografi a coral conce be o singular como um e lemen () ti ' I '11'.111I1
do. A discrição relativa à sua vida pessoal, adotada pelos historiad ores reunidos indivíduo não te m como m issão revelar a essência da humanidatl '; ao 1'111111
em torno de P ierre Nora - claramente expressa por Georges Duby quando rio, ele deve permanecer particular e fragmentado, Só assim, por m 'jo " 1111
ele declara de saída q ue esse "eu" não é "eu" _97 é sob certos aspectos lou- rentes movimentos individuais, é que se po de romp er as homog '11'1 1.1111
vável, mas reduz a existência individual a um curriculum vitae, "a força de um aparentes (por exemplo, a instituição, a comunidade ou o grupo so 'ial) 'I v~
espírito num resultado", escrevia Paul ValéryYs lar os con flitos que presidiram à formação e à edificação das prátl as ,, , 1 1 1 "" I
Trata-se aí de uma mutilação vio lenta, que acarreta não apenas a morte penso nas inércias e na ineficácia normativas, mas também nas il~ '()," III'LI
do h erói mas t ambém a do homem pato lógico (descoberto por Bu rckhardt), que existem entre as diferentes normas, e na man eira p ela qual os II\dlv 111111',
que esporadicamente transforma seu sofrimento em aç ão, Com o homem pa- , . " d'fi I - I' I' IIII
tológico desaparece o sentido mais pro fundo da biografia coral: o fato de re - "façam"As eles ou ndos
ão hom
a hlstona, moldam e não
mo IsãoIcam as er e açoe s danl
c I m',' I,, 1111
vozes ens patológicos sempr concor
pensar os laços entre as partes, assim como entre as par tes e o todo . Esse têm sempre uma estrutura melódica uniforme.102 Muitas vez s, S ''', ('()IIII I
gênero de bio grafia não tem (não de veria ter) senão um valor democrático: seu ponto contribui para desvendar todos esses atos evocados por TolslOl, 11tH 1I
verdadeiro objetivo é refletir sobre tudo o que a g eneralização não consegue epílogo da história go staria de r elegar para to do o sempre.1.O:\ Po 1 '11)0,,'; ",I
perceber. Wilhelm von Hum boldt fazia alu são a i sso quando declarava que se zes ir além dos fat os con sumados (a face e xplorada, consumlda, 10 I 'SIIlHIIII
sentia "atraído não para o Um, que seria um todo, novo conceito errôneo, mas
tó~ico) e nos int errogar sobre o que foi pos sív el ou, ao menos, so br,' '11'11 II
para uma unidade na qual se imbricariam as diferentes contribuições huma- entre o que ficou e o q ue foi im aginado. Esse é um passo ess ' n '1:111111"11111
nas".99 Suas palavras anunciavam um conflito r ecorrente na historiografia mo- no pl ano narrativo. Há mais de 20 an os , o discur so histórico roi '011'11,11111111
derna, quc opõe à totalidade a multiplicidade da experiência. Co ntrariamente
com o di scurso psicótico104 (todos os dois esquecem as ne ]'IÇÕ 'sl . (), !lI 11
a Carlyle, que visava o todo, uma minoria heterogênea de esc ritores do séc ulo
samentos provisórios, nebulosos, incertos, próprios dos. hom 'ns P;\I(~IO!,,1I11
XIX procurou, e alguns pro uram até hoje, Icscascar a rcalidadc históri 'a I ara podem talvez servir de obstáculo a essa tentação afirmativa qll' 'SI I '111 11/1'
examinar seus laços e e us a::q ect s parei uhlres. 1~les quer 'm ir ai m Ia on-
sa disciplina, à plenitude da lei que diz que só o que se reallzoll I,' " II 11
tinuidade aparente do devi r para rccuperar os d svios, as fissuras ' os a 'id 'n-
vamcnte lug~r, restituindo assim ao passado, ao menos como r '''1111ISI' 111I1I
tes, mas também as potencialidadcs do pas ado.
ou con.o motivo de nostalgia, um te mpo complexo, jamais lin 'ar,
Numa tal perspectiva, elaborada nos últimos anos pela mi ro-hiSl )ria,
não é necessário que o in div íduo represente um caso típico; ao c I rário,
vidas que se af astam da média levam talvez a refletir melhor sobrc O 'qui- \00Cf. Giovanni Levi, Les lIsages de Ia biographie, AllniJ/es ESC , 44(6): I J ~,\(1, II)HI)
líbrio entre a especificidade do destino pes soal e o conjunto do sistema so- 10\ Sobre esse problema ef. S . Loriga, SoldiJrs. Vil liJboracoire dis ipliIlIlÍt'C: /'1111'111
/1/1

moncaise ,lU XVIIF sic'::cJe(Paris, Mentha, 1991), p. 219-29. ,


\02 Cf. Mikha'il
(Lallsanne, Bakhtine,
L'Âge d'Homme, Problc'::mes de Ia poéeiqlle de Doscoi' 'vsky, 11':111.
1970); IlIrii Lotl11an,1'h' poccics 01' 'V'I <I1l pOI
I) '(" ':1111I
,"li 1111 111
9ó Cf. Codfrey Davies, Biography and hi story, Modern Lilngu:lge QII:/rcerl, 1:7 1 _1)11,
1940. Cf. também Oscar Handlin, The history in men's livcs, Vilf.:Ítl:l , 11:11'1 '1'1' U '\li '\I', 18th-century RlIssian Clllture, in 1urii M. LOCI11:ln,I,idi:l Ia, (;insllll'l' : x 1\0,'L ,11
30:534-41,1954. penskii The semioeics or RlIssiall clIlrlll'lll hi swr ( I\'SSII,I'S. 'd, por A, I), NII1"IIIIII\'~IY 1
97 Pierre Nora (ed.), E.~s:/is d' '~o-his/'Oir' (Paris, Gallilll:II'<I,I()H7),p, I(lI) I(l, A, Scon~ Nakhil110vsky (Itha 'a-London. (:om ·11lllliv', il PI '~s, IIIR ,p, (17 I)I
9R Paul Vai~ry, ,l / l1 i 'rs (I HCJ
I)(Paris, (;:dlim:II<1,1<7,1), ' I, p, \ \ 10\ , 'oi)r' ' I' IstOi, r. N i '01' :11i:II'OIlHlIlI
" :, 'r i "I' , /11111 (" 'til'" III1111/,,111
1I r-1,, 11"11111,
99Wilh 'Im VOIl1IIIIllilOltlI,1 /,, ' '/(', ('d, plll W, I{/~~I', JI, 'I \ '<lI (:1 11111111(
111\Villll I1111)11 11)1) I), p, /I,l-R ,
111 ", lI!' '11 r'l/WI '/11 ' //1'1/'1111 If w lllf' 1/11 11 1 "1 :, ,.,1 1 ,"r 11 /'1" hll1l1 l'", Iil "1'1111/1/111 // 1 11111(liIIIld 1\111111 '~, 1,1' di 1'1111"d i l'III~lllill (I'!I,/), 111/>'1\11/1 111111/111
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R ep e ns ar a m ic r o -h i s tó ri a? ' * '

o caráter col etivo da proposição m icroanalítica no seio Ia h iSlorilll'.lIi1lil


italiana baseo u-se inicialmente numa comunidade dc estilo: a his! li i\1 \'!IIIIII
prática, apoiada numa exigê ncia teórica forte e preocupa Ia 'ss '1\ 'ililllll 1III
com resultados a nalíticos. Essa vi são se o punha a uma 'on' 'P 'tO I 'I!IIIIII li \
profissão, tal como ela existia num país q ue durante muitO l '1111o '~I 'v liI,
metido ao re inado das ideologias ligadas à herança do idealismo' 1 11111
til 11ti I
mo pol ítico so lidamente enraizado, co m uma evident· ill 'lilll~,.I(I J lIIIII
história-síntese. Nesse se ntido, essa p roposição encontrou S'" 1111',11
1111111111111
lução mais ampla d a historiografia européia, cujo resulta In, <1"' ,'(' ('1111111111
til
"história em migalhas"',l se co locava de maneira explí ,ira 'llI 111111111
I 11111111
que se espera de uma síntese. Esta última tinha servi 1 0 I, P lIl'lilil',IIIII 11111111
dor, em perfeita coer ência com a definição retórica do hislOl'i I I()I 1111111
1111I
prete autorizado das evoluções seculares das socieclad 's h1l1\1111111 1111I" 111
das dinâmicas c ontemporâneas -, e~cluindo assim ao 11'1'Sl110 I '1111111
Ii I 1"
cialistas das ciências so ciais e os maí'cres à penser pres nl'S '11\ 0111li" 1111111
tos nacionais, O novo "estilo" n arnou-s na proposição d' 1111111 I tlll li

'" l~sl . t 'XI'O, IlIbli ':Ido 11:1I 'vi, I1I itlllillllil 1111(/'/'11; Slor ;ci. H 11,,\1./11),11)1)1,1'111 11111111
or·I"'·1' 11111 p01110d' iS11illlllllll,1I11 . ~1I1l1('11 'slildll 11\lIld dll IIli '111lIillllltill IltlllllIllI .1
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d' S 'IIS pl'illl~'illl, • 11""1111111'1 1'11I111'lIl1iI11,l"lIi ','1\'11111 1111111 111'111'1111111111\11111 11
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111111111111111 li 1'1111111'1\1 \ 1'1111111111111 11,1111111 Idllllll Illtllilllll 1"11 I HI 1'11
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I 1 di 11'1111111111I1'"lhllll 1til 11111
11" lIi,' "mi 'ro", O U sc ja, mu ito ampliad a -, qu e, enq uanto ta l e de mod o aspecto ma is conforme ao g osto d a époc a pela pr op os i ': o Illil'l 111 1ti 11f i 11 I1
111 11 1,', provo 'a lar, ratif icav a a disso lução da hist ória -síntes e e ca us av a ao me s- ao enco nt ro de um a "história vista de bai xo ": história fr 'q( '111 '111 111 1 '111
1110 I 'IllPO uma cs péc ie de e scâ ndalo n a co rpora ção . Em con seqüênci a, até ca da naq ueles an os ,' qu e pa rtiria em bu sc a do nom e pró prio 1\ ) I 111 11111 "lliI'I
1111pl ) pria ' ' plosão institucion al e talve z mesmo p ara além dela, os "micro - das font es, qu e se dedic aria à "reco nstruç ão do vivido"." ' pi, IIdlll, 11 I I "
111 lori~ld Hes " dcsco brir am que f orm ava m, a desp eito de sua vontade , um a - tant o mai s ri co na medid a em qu e se for n ecia a crôni -<I( jlltlit'lld 11 11"1 111 1 I
" p ~ 'j , li, 'scudc ria, Es se traço é em parte parado xa l, se o bservarm os que que p ermi tia r ec onstruí -Io - era proj eta d o sob re um conl', 10 ti 11111111 I
til' ' '110 11 1's faltava o conjunt o d e po ntos d e acordo (bases te óricas , um pro - histór ico -cu ltural . E, nes se ponto, su a pertin ência era pelo m '1lU N dlllllll ,I,
i '10 Jrlo b:1i -tc.) qu c teria po dido lhes dar o s en tim ento de cons tit ui , um a serv ia p ara ilustrar, de u m lado , um probl ema historiográf i 'o J lIo I i 'I li 11 1'11 1
(' ('0111 '111', Ic f ato, é im po ss ível id entific ar po r trás desse rótu lo. Po r i sso é exemplo , as relações en tr e cu ltura de elite e cultura po pullll' " ti 11 111111 ,1
tlil 'il -n 'onu ar os "tcxtos fund adores " da micro-hi stória, quer se tr ate de cul tura de uma é poc a (m ais qu e a de um grupo soc ial cs p (fi 'o , I', 111 11,1111
1(' 'IOS I' )ri 'os ou de pes qui sas exe mp lares _ O "discurso micro-histórico " dindo aqui , evid entem ente, ao tra balho de Ca do G in z burg ( ) 1" "/11 "
11 11 ' 'om 'ço u a ircular de modo inf orm al no me ado da déca da de 70 in scre- vermes f oi pu b licado em 1976), qu e ent ão ela borava sc u pr ) prio 1I 1jl 111 111
l'i:1 ," 'ons 'i 'ntcmc nte num a evo lução temá t ica pró pria da his tori ografia pes qui sa . Evid entement e a anál ise de ca sos h istóricos po Iia pI'O , 'di I di
il tli Ill a, fr 'nl"<': ~ qu al cle se s itua va ; a pro fun dav a o dia gnó st ico of erecido so - ma neiras difer entes, por e xem plo relacion and o seg m ntos I' Vitlll I di
111' I 'volllçã o em curso com a pr o pos içã o, inovad ora, de um a m ud anç a ra- ex per iênci a a f im de r ec on strui r a ex istênc ia histór ico -instilll 'ioll ti dI' 11111
tli(' li dll 's 'ala de o bscrva ção . Mais que qu alquer outro , esse procediment o det erminado grup o soci al. 5 Na ou tr a vert ente da microanális . l1iSl('1Ii 'I 1
11\(" I1 ava -s' 'a paz dc to rnar ope racional, no tra bal ho do hi stori ador , a lição da cont ex tuali zaçã o soci al, pa ra distingui- Ia da contcx tualizllç: o 'lilllIl ti di
tlll 11l11() pologia social; ou seja , de ir bu sca r ne sta últim a os in strum entos Ginzbur g -, seri am outros tipo s de pro ce dime nto analíti '() 11II - S ' 11 11111 11
111 1' P '1I1li l iriam sca pa r da lóg ica es sencia lista das categor ias cost um eiras riam op erac ion ais ; eles se inter essa riam pela reconstrução I, r'tI o ,' di 11 Iil
110 tiL' 'IIrso l1istóri () gcral, tais como, po r exe m plo, o Estado , o merc ado, a ções e pela iden tificaç ão de escol h as es pecíficas (indivi itlllis 011 ('01 I 1'1 1 ),
I 1111(ii' j '1 1~':() so 'ial, a f amília, A escolha, de ca ráter muit o ge ral, da s r elaçõe s dond e o destin o ambígu o do term o "es traté gia" , que s m 1(lvid I ~ 111111111111 1
illf ('1 P 's ,'oais 'on o O vcr ladciro o bjeto da análise histórica implica va, prec i- de um conteúd o hiper -rac ionalista mas, po r outro Ia 10, inl rotl 11;',11111I i 1111ti,
11'\ '111 ', 'SS a mu lança dcli berada de esca la. situ ação que a historio grafia cláss ica rese rvava ap cnas às -lil -s, 1': 11\ l(ltill I I
'l1i1v S' li 's onh ça qu c o local historian in glês W. G. I-Ios kin s já ha-
''I. so, tratava -se de um a inf erência lógica basea da no rc onh' 'illl '11(11 dll 1"1 1111
\' I P 'I\S 1 10 no I -rm o micfohisCOf)', ant es de a band oná-Io em nome de um a do da s relaçõe s int er pes soa is. E era nes sa vcrtcntc <111' s ' pod i 11 11 lt II11 1I
ilO, I ililiad ' d ' 'lara Ia às f órmulas; ma s, na sua pe rspect iv a, o o bjeto visa 10 proce dim ento s an alític os da antro pologia social I' 111 1111,iril 111 ti' 11/\11 11 1
I1I II ('Ollllll1id lld', ins 'rita na dctcrmin açã o top og ráfica e eco nôm ica quc Era, aliás, ex atamente a csco lha de um "mcio" so ial p:ll'li 'Ilillo '1111 1,11 1111
III II~' illtl I '11'1\'( 'r f SI i '11 origin al Ia local hisWfY in glcs a. 2 !\ ce ntralidadc das rizava mais fortemente a pesquisa micro-hist6ri a, " pOlI lu \1 111 11 11 11111
Ii 1.1,' " ,'o('iais, '111 'nd i Ia 'omo uma pr iorid adc imp rcsc ritívcl, corrcs pon Ic temp o a um a críti a signif icativa cx pressa p Ia hisc6rill-sflll ','" 11 '1111 plll llll
1''11 11 111'I'" C, PII l ial1 lam s '-fin ill, ror ocasião prccisamcntc
0
dc uma r - m q Icstão a r pr s nt:ltivida Ic 10 aso stu lado.
I1I II 11111(' 1 l1i,'1 )ria 10 'ai in gl 'sa, 'orno o " ponto Ic vista so ,i tal", aqll ,I ' 'Iorno ll-S - IIssim, li, saíd a, 'vid nr' qu ' as pro posi 'I ',' ,,1i" 111 111 111111
'1"1 1111
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I'I' I IIIHlI 1'1, I//t/'I/I/ ••••'111/' r, I/ 1 '1 1 I', li)1 I1 I
1111;1divisória fosse fu gidi a e perm anecess e impr ec isa), Não é por acas o que , vo qu e a in s pir ação m i eroa nalítica tenh a sido mais j'. '\llI lill, 1111 11 111 111111 1
11 11in trodução do númer o esp ecial do s QUéldemi Storici6 dedicad o ao tema çã o, no camp o da hi stóri a políti ca , Ne sse ca so pa rli '\Ilill, II 1111 11 1II1 111
"f llm ília e eom un ida de" , lem os ( p, 891) es ta o bservação: "A so ciab ilidad e de vinh a tam bém de um a confront açã o cont in uada 01 11 1 1 l1i tOIII//',1 dll 11111 111
lIll . I artici pa M en occh io [o molei ro do Queijo e os vermes], os cerca de 10 e de um deb ate muit o antigo so bre a fo rm ação do I\S III 1 0, 1'111 (1 \11 111Ildl', 1
UII)i go s e conh ec idos que ele eita em s eu s de po im entos , rem et em a um a re- ref erê nci as ant rop oló gica s (em term os de clientelas, li ' (,itl ", d 1.1 i11'ldllll
d . so 'ial qu e ser ia prec iso con hecer m elhor pa ra av a lia r sua ave ntur a indivi- etc.) eram de ce rta m aneira de uso mais f lexív el, rcqll 'ri lill 1 I1 11I1 \1 11/ 1" "
dlllil", De ma neira m ais ge ra l, punha- se em qu es tão aí a escolha de cas os cedime nto d emonstr ativo rigor oso, e nq uanto a o pção 11 i 'ro-Iti (011 1i ( 1 111111
, " pciona is qu e, de ixa nd o de lad o o "i nd ivídu o cotidian o" , limit a o "es pa - naturalm ente a se exprimi r n o pri vilég io dado ao esC LI 1 0 1 11"('O Illilllld lld l "
,' O I' 'onh ec im ento do his toria do r", M uito s jov en s m icro-hi storiadores po diam se se rvir do me ) 1 '10 pl ')'Il,IIlI(
Va le a pe na ob se rva r qu e a o po siçã o elem entar que acab a de ser for - m uito na m oda) dos f enôme nos de co muni ca ção , ass Ll ' ind o 'O lH O IIlll' 111 I
II1Iila Ia entre o "so ci al" e o "c ultur al" te ve de se nv olvim entos aut ônom os rec ons truç ão do s "idi oma s pol ític os", entendid os co m o O I' 'S ldl lldo ti 11111 11
( 11\ virul le da im po rtante i nflu ência que f oi a d a a ntro polog ia cultur al: es - int eração entr e cultur as loc ais e in stâncias de leg itim açãoY A 11)i CI'O ('1I1l11 1l1 l1 1
I I, 'l1l 'ndid a com o an tro polo gia simb ólica e interpr etativa, aca bou por i n- lid ade loca l e as int erve nçõ es co nsec utivas das aucorid ad 's "lIlll1i~, di 11 1'1
I(lir lima boa part e da historiog raf ia recent e, É prec iso rec onh ec er além ori ge m a um a acumul aç ão no táv el da s f ontes, Esta, p r sua V''/" P '11 I1hl 1I
t1i,'so lJlI . o pro jeto m icroanalítico , que se c o nf igurou por se u lado a ntes con stru ir os di s pos itivo s loca is, as frentes de co nf lito 's 'IIS d 'slo '11111 1111 11,
('111 1',ln 'i:io das pro pos ições e da s tentativas da a ntr op ologia soc ial , de u lu - rec ortando aliás outr os testemunh os - sem fa lar da rôni ';1 plllll I ,llIlp ll ,
}'.III I <. I 's 'nvo lvim entos bas tant e dive rsific ad os. Qual foi o eco , em ter mos qu e, ne ss e cont ex to, pode im ed iata mente se r in vest idn " v d011 I 1111111 1
111 11111i 'os, da intuição já antiga de Ka r l Po lanyi, de seu sub stantiv ism o licos,
(' '011 111 i 'o, qu c no entanto constituiu um p onto de re fer ência im po rtante A pe squ isa foi ela borada, com o já f oi dito, 01 on lo-s(' di 11 1111 1 111
i10 pro j '1'0 m icroa nalítico? Pode mos se m dúv id a citar os tra balho s sob re o mente à visã o etnoc êntrica de uma co nstru ção progr 'ssi VII til! I': 1111111l.tI
111 'I 'a 10 Ia terra de G, Lev i, que exp licitamente se pro pôs ve rifi ca r a im - com o a co nce bia a históri a-s ínt ese. M a s há um a f órmula li 1 1" 11 I1 111111 1 11
111i '\ 1\10 social da troc a ec o nôm ic a - m as dev em os rec o nh ece r que eles do s Quaderni Storici dedic ado ao s "idi om as políti os" , r 'li11 'I 1 111 1111 111 1 1
1)('111 1111 "'ram1 prat ica m ente iso lados ,? Tem as his tori og ráf ic os com o o lu- tár io: trata-se da exp ressão "p rática s so ciais" , Exist 'n Ipr~ I i '\S III 1I I pll
/',1 11 do m "r 'ado, a ex istência de c ircuit os de t roca d istin tos , da "moeda líti ca s, ac ionadas pelas comu nidad es , qu e são de nal.\l r ''/,:1 f illlld 1111 1,1'" 1
('()I11 f llnçl o 's pec íf ica " etc" não susci tara m prolonga m entos d ignos de no- isso, particip am plenam ente da cultura loca l ao m 'S nlO t '11 11111II1 1 11111
I I, ,"111 Ilív i 1 :1, nesse ínte rim , a história eco nômi ca sofre u um re flu xo , constitu em uma fo rm a de com unicaçã o: sã o as f orm as I' 1111 1\ 1111 /1111'1111
11111,'1 111 111 >'m (; ve rdade qu e essas tem ática s permanece ram exte rior es a gera l. 10
III S' I ,ixarm os de lado um a orientaçã o m ais in stitucionalista des sa Deter-m e-e i aqui so bre a dif usã o ace lerada d 'ssa r 111 I1Iill, I1 1 11 11 1 1
JlI odlli,'; O ,H
lizaç ão e, por fim , sua ev entual co e rên 'ia com a prn posiçlío 1I III'IIIIIIIIilII I 1
1':s slI pa ssag 'm , le um a Iro blem átiea da produção e da troc a para a da De iníeio, a palavra " práticas" Irovave lm ente est v :1ss ()c illu I 11 I 1 11111d ll
li "/',11 11' 'li) •1:1 r 'prL:s 'ntaçiio, 6 provavelm nte um elem ento decisivo da céc nicas, d ntm do 'lua 11 '0 d lima histó ria do cra ba lh o tlll' plllllll 11'I I1
( 1H'li 11
'ill hisloriogrH i 'a da ( tlri, a d' 'ad a, I~,n sse se nti 10, (; sigl ifi 'ari- onStnll f , s LISOS f.' 'CIVO
, S, (111 S j:J,
" pr' 'Isam 'n c' :IS "' I'" li 'IS, "Nl II1 I11II'1 I I
fi asa < lU o t 'rm o IIp :\r' "11 pri l)) 'iro nOS I ' (O S I, hiSlorill(!OIl' I!II ( di 11

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1'11 111 11,I 1I 1/1 , 1ti li , II 11 11 11
vldv 'Inll1, ao m esm o tempo , um a not áv el ca pa c ida de de observação e a lin- f orm as dive rsa s da possess ão de be ns; aqu elas por m ,in d 11 '1"11 I I I"

1'Iln/' '111 tlllL: 'onvinha a esse tipo de pe sq uisa e m histór ia socia l. É ev ide nte me m ao me smo tem po o " pertencime nto" e a m i ro 'ol1llillllll!d 1111 11 1I
qll ' 1I ob s 'rvação de um vest íg io ou d e uma fo rma cultu ral co nstitui inici al- toriais etc, E va le a pen a notar até q ue po nto tod as 's s 1,' I'llllll ll di I 11
11 1'11l ' il pi sc a, pontua l e particu lariza da, de u m tra balho. Faze r de la um ob- ex plícit as, que pos tu lam esquema s e va lores so cialm '111' 'llllll' 11 1111 111111
i '10 ti' hisrória po de, é clar o, pass a r pel a ins e rçã o de ta is rea lida des em (d onde a im portânc ia de não red uzir o "cultur al" ao "m 11 111", I 11 I II I I
( pl atlros ma is Tcrais, de tipo clas sificató rio ; ma s e las po dem tam bé m se r o b- tam ente asso ciadas ao espaço , ao lu ga r, ao te rr itório, ou s '.ia, I I '11I1t/11I11 11
i '10 I, 'ontex tualizaçõ es locai s, part icu lares - ou se ja, m icr oanalít icas . Isso qüen tem ente des pr ez adas pe la trad ição historiogr áf ica . Par" , 11 11 I !dl 11 11
vII' par a a ex pe riência camp onesa ass im com o par a as pr áticas dos a rtesãos. qu e esse ti po de análise é in se paráv el de um a pe rcep ção da :111'dtlld dll
1'. 11 1q ualqu er do s cas os, fa z-se ref erên cia a um g r u po ou a um a com un idade: periência histór ica, de uma ab or da ge m do pa ssa do co m o "r -ri' I ',11 li' ! I1 I ",
II pm " lim ento se c ontrapõe c laram ente a cer tos pr es s up os tos da histór ia que pode s er a ga ranti a de um a pr ática ex eg é tica correta.
1/;1' rill Ou da geo g raf ia da pa isa ge m, e a re co ns tr uçã o topog ráf ica torna-se Pa rec e-m e portanto útil reg istrar a ex istência de p 'rs p 'I i I: ti i II I1 11
11 1\1 J n 'io de af in ar sua dimens ão cr ític a.ll Po dem os not ar , a lém di sso, q ue teso A rec onstru çã o das pr ática s de t ra ba lho, m uitas ve zes f ,iw il Pllllil dll 11 11

1111111
II IIn-s'p 's quisa
portantodesse de tipo
uma, freqüen
pe sq uisatem ente
po ntual, assoc
sobiada
re umao es"sítio")
tud o earqueo
às lógico
pr ática s jet
simos,bólicaap, arecepor comamiso naumam odopa e ração
q ue est iteja,
pica m ente
a cresce nterea list a,mu itas ' n 'ois;l;
ql; 1I 11I\\1
'(
1 11111 11
11111Ili
ti' I ' 'onsrrução histórica qu e ele su põ e, em ge ral imp lica que se ja dada um a çã o de o utr as pr áticas s ociais, co m f req üência ef etuada a pa ri i I' ti 'I I 1111 1
!lI iO I'i lad à análise das relaçõ es so c iais na r est i tuição de um co ntex to. Nes- nh as, s up õe em co m pensação um a leitur a sim bólica qll' , n ,(' '" : "I P,II I II
" ' S '111i 10, fa lar em "s abere s ca m po neses" é sem d úvida de ma s iad o alusivo , inte r pretação das co ndut as rea is. Co ns ta to q ue es ta p d' s 'r 1I1 l1,I till', 11'"1 I
III 's t)) o qu e se ja um a ma neira de reivind icar a ex istê ncia de u m a cu ltur a ir- cações do oxí moro excep ci onal/n orm al: o testemunh o-do 'IInW llIII Plltll II
I '(1111 v ,I ~orto lox ia agronômi ca. excepcio nal po rque ev oc a um a norma lid ade, um a rea li Ia I, Id( 11 11111 1111 ti1 1i
Sll blinh ,i h,) pouco a ge neraliza ção da e x pressão, significat iva m ente ela per m ane ce hab itualme nte ca lada. 12 M as enco ntramos 1:lIl\h ~lll, ( I , I
('lll 'Iiv:l, " pr áticas soc iais". Na des ordem de um a cr ônica (po licial, ju dici al), um ca so f re qü ente, prát icas a rquido cum entadas . I\lém liss o, () plll' 11111 1111 11
ql l 1," " 'mp re basta nte alusiva , po dem os de tect ar os vest ígios ou as lóg ica s nã o é tão dif erente daque le que consistiu em retom ar () m :1I 'rilll 1'11 1('1(1 11 111 1111
ti ' pn 1 i 'as o/et iva s cuj a not<ível pertinência simb ólica perm ire carac rerizar ma pe rspec tiva histórica, de sem baraça ndo- o do se I 'xor isnw p 1 1 I I( 'flll I1 li 111
I ,il'. llil'i 'açi o cu/tural. N es se se nrido, a palavra " co stum es" evoca es po nta- no se u contexto relac ional e soc ia l. Se um a tal o peraçf ío sup (' 1111 111I1I 1 11 111
I1 .tlll '111 ' :IS pdr icas jurídi ca s m ais ca nônic as (na me dida em que fo ram re- vista "de ba ixo " (pe nsem os e m E. P. Thomp so n no 1 '111 11 lil \\'il' l/I ,'\

1',isll I IlIs ' rrans rira s), m as ta m bém os valor es culturais do ce rim onial , rão não po deremo s neg ar qu e a tom ada em co nsideraç;: jo d' 1:1i .' pl ri(' I1 plIlI
1', 11 ,illll11 '11 1' liga dos à ex pr cssão política (e não a penas a e la). É evident a pr es entada co m o um res ultado es pec íf i o d a a o rda).!;'11\ Illj '1(1 111 ti1 11 1 I
re onhec erem os se m dif iculdade qu e, co ncenrrand o-nos 11111 \\ I( 11 111111111 11
qll ' 1 1 p' s p , 'riva tiu se dc senha aqu i é bem dif erente daqu ela na qu al s
t 'stcmunh os literário pr odu zidos p r um gru po sO 'ial dll(l O, 'Iu/'. li \1111 11
11 ('I 'v' () indi vi 11 1:1li,mo 1T1er odológico, que parte da s relaçõe s int q 's -
r 's ultados comp aráv 'is. I ara rom arm os um 'x 'n pio, C. W til ('I II 11 11 11111 11
1111 . I ,ti 'S , I'r 'nl 's, n diaçõ es 't c.). I rm an' em os em rodo asa nu m
'n )nrrou t sour IS do '11 01 'nwis n) I''orr r I, sua p 'sql li,' I; '1, I( illl 11(1)',I ,
I' IllI pO "lIl1t ro pol )gi o" : a r' 'o nsrrllção de uma 'ultura por meio 10 inv 'nd-
IIlI d 111 pdli 'as so 'iai s. (~ possível assim , por l,;. 'mp lo, apr n I 'r as f orm as 'om uma a 'uida I ' sin J.( lliar, f ()I11 's hasllll1l' onh ' 'ida s,lll
( PI " ,~iV :IS da 'on '(lrr n 'in 1 'rrilori:1I (, 'Ia 1I IIa 'm lom ( t i' I'ro nl 'iras ; 11,'
I~ I';" . 11 , 111 01'0,qll' 1'11 11 11 11111 11 111 11I1 11 11\ 11 ,1 \11('1111 11 I1tI, (' I11t i 1 (li' lil, //11" 1111/
,'((lIil'i, ,1,:,0(, ,.0, I'JII/, 1'11 1111 1" 11 11111 "1" 1'11111 ' 111 Il 1II IIIIlh
II I) 1\111 111 11"'I 11ti I I 11 1'11'1I 111p ,111 1'1I 1(~ lltll', 1111 1/" '111 1(", 11,111I) 1\1111111 11,1',1'111~I ," I \ I';, I', ' 1'1111 11 11'
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II 1\IlilIIIO, I'H I ' l, I I" I 1 1 1'
I IIillll 11I 11 I. 11 11 //11/1 I" ti li 1,1111 11 1 IrI' 111(,dlllllll 11'11 I'H U
qu e ac ab a de se r dito pode se rvir pa ra esclarecer min ha próp ri a po- ticula res ( "as re ligi ões po pu lares") q ue faze m a pa r •. 'I 1I ", 11 \11 li I1\ I
,'iç: () so bre a matéria: a micr oanáli se re pre se ntou um a espéci e de "v ia ita li a- va ried ade das re laçõ es existentes, na Europa do A ntigo I{'1' 1111 ti 111I I II
11I" para um a histór ia soc ial m ais ela bor ada (e m ais bem fund am entad a ses dom in antes e c las ses s ub alternas no terren o rei igil)l'() ,i'j 11 11 I 11 11 111
ti,

I 'ori 'amente) num co ntex to particular , fechado às c iênci as soc iais e domin a- . sslma
nqul , . ga ma d e pOSS 'b'l'd I I I a d"es as soc d.ia a a essa s r' I:l') '/ I)1'1 I '.1 I I1 I1
do por uma ortodoxia histori og ráfica que h i erarqui za va de m aneira rí gida a rou tam bém a pro po sição de um grup o de historiadoras - ti 1 1• , 11111 11 1 I
jmp ortância do s o bjetos. ram delib era dam ente à mar gem da rev ista - d 'S ltlei:11 "11\1 111 11 111 11
Num tex to rec en te, Ca do Gi nz bu rg m e pa rece confirm ar a análise histór ico s da biog rafi a f em ini na", da nd o luga r a um a. 'ri ' d . ('S i 11 1111 I li I I
<111' faço da sua "vocação " para a m icr o-hi stóri a:15 trata-se para ele d e um a so de dica do s à se du ção -in ic iaç ão , à grav id ez e ao parto, ~ pl illl 11 I IltI 11111
.'Im pl 's indi caçã o de tra balho, de um a fórmul a que ele enc ontrou no ca m i- e ao a leitam ento, ou se ja, aos mo me ntos mais signifi iltivo l' I' lillll 1 111 til
nho, qlle lh e agrad ou e que e stava em har moni a com a sua próp ria direç ão pol ític a e sim bólica em torn o do co ntro le da sex uali Ia I, 'dll "li' 11111 111
I' P squisa, mas à q ual , afin al, talvez nã o se deva c onf erir uma im p ortân- dade" fe mini nas?2 0 Po deríamos m ulti plica r os exe mp los. !\ 011 I I I1I 11 11
'ia ti· isiva . A versão q ue dela pro pôs G iov anni L ev i ao evoc a r sua pró pri a teri a co ntud o muit o se ntido , precisa m ente porqu e pro 11 :1" 11111 11'1I I1 1 \ 11
" biograf ia científ ica" 16 é muit o difer ente e mu ito ma i s idio ssincr átic a: tra- post ular por trás dessas propos ições um a ins pir ação un f vo' I, I1 tlllI I
I a-s' U um histor iador ex periment ador por voca çã o, qu e nã o se sent e mais, co mo f oi dito, na ausê ncia de um par adigma ex plf 'ilo • 11I1'1I lil di
'ollsrra ngid o pela tra jetó ria lon ga de um tem a de pe s qu isa. O pró prio C ar- pes quisas modelos.
10 Poni, ujos interesses c ru zava m (e co ntinu am a cr uza r) com a s tem áticas Co nvém, em c o m pe nsação, in sistir no caráter du plo qllt' I 1'1 IIlfl I1 1I1
tlll' a ':l bo te evoca r (co mo a reflex ão so bre as prátic as so ciai s), preferiu mic ro-hi stórica a pres en ta de s de o in ício. Ela tradu z, d um IlIdo, 111 111 I1 1 11
'.'1 'n I r analog icam ente a a bordage m a temas ca racterístic os da história çã o c ontinu ada à s cond içõ es teóricas dos proce dirn ntos 111p ','tlld \ I 11 \ 1I I
"(1 ) mi a, como os e m pree ndiment os ag ríco las se nh oriai s ou a proto- tória, por an alog ia co m os es qu emas op erac ionais da a nrr o polol',i I 1111 t'lli, I I1
111 1t'lstria. 17 Encontraremo s aí um a co nfirma ção s uplement ar da het ero- in duz po rtanto urn a ate nção p articular às 111 0dalida I S U: l l'rllOI\' Ir,l '1 0 I'I1
I'.'11 ,ida I, do ca ráter prof un da mente inf orm al do grup o dos "m icro- es tá, de o utro lado , assoc iad a a abo rdage ns e a té cni as '1"' r()l,1I11 '1IdlO l ttll
lIil'l Iria lores" . Podem os , de maneira m ais ge ral, re co nh ece r a influ ência da em ou tros co ntex tos e estão m eno s liga das à " s p' 'iri· j IlId ' Illil'l lIllIllIlll
11\i 'I'o-h istória na s pá gin as da rev ista Quademi Storici, es pec ialm ente nos ca" : por exe m plo, a ate nção dada ao s "e pisó dios iluSlrlllÍvo. ",1 111' Ill tllI l
i

,('111' a I1(lS rad iosos, diga mo s entre 19 76 e 19 83? Po de ríam os adia ntar qu e de ca so", cu j a im po rtância analítica é ce rta mas r'm 'I' a 011111 111\\111 I I~ I

'111 S 'rvill Iara rein ter pretar os sistemas de a ssistência da E uropa pr é- outro s parad igm as histo riog ráf icos. Essa dualidad' n: o irl1 pl" lill, 111111,1111 1
IlldllSI rial 'm termos políticos, ou se ja, co mo um a relação de d u plo sentido existisse toda um a dialética de em préstimo' , d' lroC:\" 1(" pro I I I'
\'111 1" b 'nr'itores e benef iciários da ca ridade: "E sses ca s os podem se r to- m os, aliás, com o a alternativa origin al entr 'onl" 'xIII:tli/',I,'i 1Il'111 1 li.! I 11 1111 1
11 \Id ol' 'omo 'xe mp los de uma prática in ter pesso al da carida de que f oi () tualização c ultural havia [erm anecido rclativam 'lIl ' d),~11 11 \1 I 1I 1t11 1
IIp orl ' in lis p 'nsá vel e a pró pna . rea lida . d d e a ca nc. Ia d e Instltuclona
. . . I". IR !\
s 'g uir ce lido lugar a Lim a sLl peraçã , ao rn nos 1 ar .j:t1. I " 111111 1'11 ti 1 1\1 1I
illl '1I'Ogl1 " o m i ro-histórica serviu Iara pôr m qu estão a noç ão an bígua sã o Ia I ro pos i ão, n 'ontram os o 'f'ito, prog r~s sivllm '11 1' ,11 111'1111 l1eill
I ", 'ligiU J po pu lar", vin ul and -a a um a sé rie d aso s de situa Õ 'S par -

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('11\ d(lvida devemo s nos reg ozi jar por isso -, na seg und a ini ciativa dos mi- ção à antol ogia de tr a balhos mic r o-históricos qu e pu blico u com G. Ru ggi '111,
I 10 11i:;tor iado r es: a coleção "M icros tori e", publ icada pela Ed itora Einaudi. 22 o histori ador no rte-am ericano E dward Muir no s pro põe uma es pécie d' "
I'" I' , b '10 m pr eendim ento, que ho je cont a 22 título s, co nstitui um exem- le bra ção de Cado Ginzbu r g, histor iador e teór ico d o of ício de hi stor iado l', ill
plo r llf 'O, talvez único, no mun do editori al italiano: um a ope ra ção inteir amen- dividuali zando ao me smo temp o, me p ar ece , um a "m icro-hist ória cu\w li"
1(' I r 'ra Ia no plano ci entífic o por tr ês histori adores p r of ission ais, e qu e q uase cujos tr aços se riam esp ecífi cos. 23 As pr o pos içõe s teó ri cas e met od ológ i 'as I,
WllI pr ' 'onseg uiu p ro po r itine r ários de pesq uisa ori ginais. Trat a-se em ger al Ginzbur g - com sua tensão ca r acterística e sua f or mu laçã o su gestivam '111 '
dI' Ila balhos peq ueno s ou de tamanho m édi o, centr ados ca da um num t ema alternativa - semp re m e pa r ecer am estar estreit am ente ligada s ao seu tr aba
pllll i 'Idar : a biog r afi a de um a f rei r a ou de um jovem pintor ; as tr ansfo rma- lho pr óp rio, q ue se inscr eve int eir ame nt e nu pr o blema hi stórico e hisr or io
, ':; il1 IIlstr iais ou as din âm icas sóc io- políticas de um vale; um caso crimin al; gr áfico d as "f orma s cultu r ais". So m os sensíveis, nele, à afirm açã o ineq uívo 'li
,I ('1111,ir a ele um ex or cista; uma fes ta política ca rna valesca etc. O qu e co ntou de um a rigo r osa hon estid ade ex egét ica: a coe r ênci a co nsigo m esmo c a • P'
II'I11i r oi () onvite implí cito a uma per ce pção mais a berta da históri a, baseada riênci a da "auto-re velação". N ão ac r edito, em co m pe nsaçã o, qu e in;r ,1 " 11 ',
111 'x 'mp los com va lor d e ilustr açã o e ca paz de atingir um pú bli co amplo , tenha estado pessoalm ente int er ess ado num a a bordagem an alítica \;lS 111'
1 1 II I ai ~m 10 q uadro de es pecialistas, liber ada sobretud o das tem át icas tr adi- dia ções com o "soci al", com as "rela ções i nterpesso ais": se u di scur so 1 r lllllH'
l,illlilriS . da velha hi erarqui a da impo r tância. Uma idé ia d a his tória cer tamen- ce inter no às for mas exp r essivas, à r elação comp l exa e ntr e cul tur a J ' 'Iil I
li' lIova par a a Itália, e qu e autorizou a conv icção, e ntr e os hist or iadores cultura p o pular , à anál ise e à recon strução da s articu la çõe s entr e 'sS II.' rOI
111' 'pll s, de q ue a escolha m icroa nalítica er a um a o pção pesa da, ex ige nte, mas e a qu elas q ue elas engend r am . Um a das tend ências mais visív 'is II 111
I ('('liam 'I1U; não um atalh o anacrô ni co pa r a a r econ str ução do "vivido". toriogra f ia atual é o int er ess e q ue ela ex ibe pela ex pr ess ividad' - III 11 '
I';.'s:l ' co lha se inscr evia, com o já disse, num a co n junt ur a historiogr á- repr esent açõ es: a ve r são e xtr ema disso é a a pre ensão da f ont e com e "i 'XiO"
l\lll ('IIIOP ia. Tính amos adq uiri do o há bi to de diagnos ticar os atr asos da hi s- a per ce pção da realidade hi stórica como ilusão. 24 Nã o poder íamos no.' 11 101
IIl1ill/',lld'ia ir aliana neste ou naq uele setor de e st ud os , que em ou tros lugar es ger cont r a esse r elativismo ambient e ignor and o as f or m as ex pr ssi li,' 'o
1111 11 11
, id() gr Hnde portad or de inovaçõe s. Eis que a lament ação podi a ter pr o blem as de inte r pr etação hi stóri ca qu e elas co locam. Entr t;11111l, !,It'lo
11 111, ,O pÇ('S e as estr atégias de pesqui sa viam-s e de ago ra e m di ant e defi - qu e a melhor defesa an alítica da re alida de históri ca poder ia I:.ISS ;lr p ,111illl!
Itld I liv/' '11 1- nte a partir de esco lha s analític as esp ecífi ca s. Essa lib ertação gr ação d essas formas n a análise d e pr ocess os soci ais dos q ua is IIS Iy " ( II
1111 I '11\': () :I)s r ituais ac adêmicos e ideológ icos conf eriu à ex pe r iênci a italia- expressões s ão asp ectos esse nci ais: uma im age m não é a penas o plO! lll\l1 di ~
111 di IIli 'r o-hi stória sua signi f icação pa r ticular. uma outr a im agem , está tam bém asso ciada a um a situação 'lU ' -I I ',pllllll
'mos b -m po r q ue não ter ia f eito mu ito sentido es per ar tr a jetos de e or ganiza ao mesmo temp o. O hi stor iador pode, co m pr ov'ilo, IIIIII/',illlll I

1'1 ',(llli,' I lIolTlog0 neos : o título "M icr os torie" dese m penh ou seu pa pel de de pois pôr à pr ova esq uem as inter pr etativo s por m eio los q Ulli.' NI' -100 1
I 11d i, Idor f az 'nelo a pelo a temáticas c ir cun stanciadas, a co nf igur açõe s e pisó- par a tor nar esses pr oces sos int eligíveis. Ele o f ar á tanto m -1Il()1 , ' 11 11111
I I

dilll' ' alam 'nte aqu elas qu e evoca va a pr o posição de um a escala par r i- a poiar , par a f azê-Io, na tr adição das ciências soc iais: é pr -ci,'o 11 11111111I,1"
111 111 I, o bs · r vaç eo. Um tal diag nó tico pode par ecer r ed utor , mas n ada ptar , inventar tam bém pr ocedim entos de an~lise, e 11:o n ' ", .111 1111111
111 1
111111'1"dllr '(lnca Ia lefini ção m ínim" que I 'i, no 'om 'ço d 'sta anális , d s· . nstrui r tod o um itinedr io le p squi sa unívoco e esta nq ll " 1';.'.'11('11111 111 111
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11 "1 ('011 " C jll ' /111/ 1'a f oi lim a 's '01:'1, q ll . n: () pr o luzill n 'nhllm In-lnif 'sr o
11111 \ 11I11 1'lI [ra çoll pmgr aJ11a I, P'sq llisll. N: O po I 'r íamos por -m r ,tl1I ;!,ir
Illdo I IIlIl ti 'slo 'am 'nto ma 'iyo los oh j '(Os li - p 'sC jllisa: i1',11a 1 11 1'11 1 ' inl po r - 'lIll\jlll,'llll1l1 'SS 'li 'illl '1\1 IOf I1l1d' I 'XIOI<d (:111/111 1'1
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ção não ocorre entre os micro-historiadores; ela teria sido importante não
para definir uma ortodoxia mas par a esboçar uma verdadeira dialética. É fi-
naLnente paradoxál que a dupla inspiração desse movimento historiográfico,
evidente desde o início , não tenha dado lugar a uma clarificação, e menos
ainda a um debate. Como acontece com f r eqüência, é o fato de ter renuncia-
do a um compromisso exigente que pode explicar por que uma experiência
coletiva chegou ao fim.
Mas felizmente, não se trata de "repensar" nem de relançar o que
quer que seja. "Repensar a micro-história", hoje, é fazer a sua história, e
parece-me insuficiente, nesse sentido, reduzi-Ia apenas ao movimento da his-
toriografia geral, sem levar em conta o contexto it aliano, a história dos micro-
historiadores. Quanto ao mais, parece-me evidente que a prática micro-histó-

rica é hoje uma das mais vivas e uma das mais fecundas do po nto d e vista
analítico: a escolha essencial de um a escala de observação se baseia na convic-
ção central de qu e ela oferece a possibilidade de enriquecer as significações
dos processos históricos por meio de uma renovação radical das categorias
interpretativas e de sua verificação experimental. É mais que pro vável que os
micro-historiadores tenham, nesse sentido, numerosos irmãos através do
mundo que ainda ignoramos. A passagem determinante, na experiência ita-
liana, terá sido a da historiografia para uma prática historiográfica combinada
a uma forte ex igência teórica. Nesse campo, o debate pode continuar: a histó-
ria s . torna uma ciência social que se constrói no tempo e no espaço.

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