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O Brasileirão não pode parar

O calendário apertado do Campeonato Brasileiro provoca discórdias sobre


sua estrutura e o desgaste provocado nos jogadores com tantos jogos ao
longo de oito meses

Considerado um campeonato bastante competitivo, o Brasileirão obriga que as


equipes disputem 38 jogos em pouco mais de 8 meses, com muitos desses jogos
disputados entre quarta e domingo.

O desgaste provocado nos jogadores é evidente e gera reclamações de diversos


treinadores, mesmo dos clubes grandes, que possuem plantéis teoricamente
suficientes para suportar tais maratonas.

Além de lidarem com um calendário apertado, algumas equipes ainda têm de


disputar competições paralelas, como a Copa do Brasil, Libertadores ou Sul-
Americana, afora as convocatórias para a Seleção Brasileira, que provocou um
grande descontentamento recentemente.

Os estaduais no começo da temporada

Diferente do calendário europeu, onde as competições nacionais e continentais se


iniciam a partir de julho, no Brasil os clubes começam a competir em janeiro, com os
estaduais.

São competições que servem muito mais para dar ritmo aos jogadores e acirrar as
disputas regionais entre rivais, do que realmente provar algum valor dos plantéis
montados por equipes de grande porte.

Ainda, a receita angariada pelos clubes grandes pode ser considerada ínfima e é
significativa apenas para os clubes do interior dos estados, além de muitos
jogadores reclamarem por terem de jogar em gramados desgastados e mal
preparados.

Competições paralelas
No Brasil, existem no mínimo três competições paralelas ao Campeonato Brasileiro,
duas no início, Copa do Brasil e Libertadores, e uma na segunda metade, Sul-
Americana.

Sem dúvida a que possuí maior importância das três citadas é a Libertadores da
América, pois premia o vencedor com o tão sonhado Mundial de Clubes da FIFA.
Mas o que une as três competições é o fato de que a maioria dos clubes que a
disputam acabam tendo de optar por priorizar uma competição em detrimento de
outra.

Poucos clubes conseguem colocar em campo seus times titulares em qualquer


dessas disputas durante a semana e, no final de semana, no Brasileirão. Isso torna
quase sempre os jogos do campeonato nacional um tanto previsíveis quando uma
equipe enfrenta o adversário com times reservas.

Convocações ao longo da competição

Mesmo que a maioria dos jogadores convocados para a seleção brasileira sejam de
fora do país, alguns clubes ainda são obrigados a ceder jogadores importantes de
seus plantéis em meio a competições.

As maiores reclamações sobre tal fato, recentemente, foram proferidas por


Luxemburgo, Muricy, Dorival Jr. e Tite, já que suas equipes estão na disputa direta
pelo título nacional.

Mano Menezes refutou tais críticas, afirmando que a competição não é decidida em
uma ou duas rodadas, apesar dos exemplos dos últimos anos.

Novamente no exemplo europeu, campeonatos como o inglês, espanhol e o italiano


são suspensos em razão das partidas de seleções nacionais, mas isso só pode ser
feito pela acomodação das datas, já que as equipes disputam bem menos jogos que
no Brasil.

Um calendário humanamente possível


Existem críticas duras que acreditam que o futebol nacional e sul-americano não
deveria seguir o modelo europeu, mesmo que seja com relação a um calendário
mais flexível e menos desgastante.

Porém, a adequação de um calendário menos apertado, que elimine ou reduza os


jogos dos estaduais para as equipes da primeira e/ou segunda divisão, já seria um
ótimo começo.

Ainda, a diminuição das ‘datas FIFA’ ou mesmo a paralisação do campeonato


durante os jogos da seleção, seria um pouco mais justa com as equipes que têm
jogadores convocados frequentemente.

O certo é que, em breve, alguma forma de evitar o desgaste frequente dos


jogadores com tantos jogos e viajens terá de ser encontrada em breve, seja pelos
clubes, CBF ou FIFA.

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