Hodiernamente temos registrado uma tendência dos Estados em reconhecer
os direitos das mulheres como fator basilar para uma sociedade mais justa e igualitária. Em face a isso, o alinhamento aos mais diversos princípios norteadores dos Direitos Humanos tem guiado ao embate à problemática da Violência Obstétrica. Trata a Violência Obstétrica de uma patologia social, que tem sido amplamente guerreada junto a instrumentos internacionais, com o rogo de diversos Estados, visando alinhamento de políticas para combate dos maus procedimentos que assolam gestantes/parturientes. Desta feita, procura o presente trabalho abordar o que vem a ser a violência obstétrica, fazendo análise acerca de sua ocorrência em mais diversos âmbitos, seja hospitalar, público e privada, bem como a ocorrência da questão junto a penitenciárias femininas. Embasada em princípios constitucionais fundamentais, bem como em ditames impostos por tratados e convenções internacionais que versam sobre os Direitos Humanos, quer o combate à violência obstétrica fazer a prevalência da dignidade da pessoa humana, acima de tudo. Não diferente, relatamos ainda a preocupação do tema a demais princípios norteadores, como integridade, igualdade, diversidade e liberdade. Todos eivados do espírito protetivo trazido desde as primordiais cartas internacionais de Direitos Humanos. Notamos ainda a forte tendência dos Estados em reforçarem legislação interna acerca do tema da violência obstétrica. Com nascimento dado junto a Declaração Universal de Direitos Humanos, deu-se primeiro passo para a criação do senso protetivo humanitário. Corroborou ao tema protetivo tratado o pacto firmado junto a ONU pela proteção da mulher em meados dos anos 70. A OEA seguiu tendência e reforçou por diversos instrumentos a proteção à mulher. Desta feita, surgiu a necessidade da abordagem mais precisa ao tema, que infelizmente tão corriqueiro e tão agressivo às mulheres. Motivo ao qual julgaram os Estados pela necessidade de se rogar tratado específico. Deste, se deu a Convenção de Belém do Pará, versando precisamente ao tema. Legislações de países integrantes da OEA seguiram os termos rogados em supracitada Convenção, alinhando-se aos anseios protetivos e combatentes do problema da violência obstétrica. Nesta esteira, trataremos igualmente do problema da violência obstétrica no Brasil. Em ampla abordagem, será retratado o panorama da responsabilidade civil e criminal, inclusive com seus efeitos. Ausente um estatuto específico, apesar da existência de projetos de lei no sentido, abarcaremos a legislação relativa ao tema, fazendo uma colenda.