Você está na página 1de 48

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO PREPARO PARA PINOS INTRA-


RADICULARES NA ESPESSURA DENTINÁRIA DE RAÍZES
PALATINAS DE MOLARES SUPERIORES.
Estudo “in vitro”

LUCIANO MAURÍCIO DO NASCIMENTO

São Luís – MA
2010
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

LUCIANO MAURÍCIO DO NASCIMENTO

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO PREPARO PARA PINOS INTRA-


RADICULARES NA ESPESSURA DENTINÁRIA DE RAÍZES
PALATINAS DE MOLARES SUPERIORES.
Estudo “in vitro”

São Luís – MA
2010
Nascimento, Luciano Maurício do
Avaliação do impacto do preparo para pinos intra-radiculares na
espessura dentinária de raízes palatinas de molares superiores.
Estudo in vitro / Luciano Maurício do Nascimento. – São Luís, 2010.
49 f: il
Impresso por computador (fotocópia).
Orientadora: Cláudia Maria Coêlho Alves.
Co-orientador: Erick Miranda Souza.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Maranhão,


Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2010.

1. Prótese dental 2. Preparo de canal radicular 3. Pinos de


retenção dentária 4. Raiz dentária I. Título
CDU 616.314 -77
LUCIANO MAURÍCIO DO NASCIMENTO

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO PREPARO PARA PINOS INTRA-


RADICULARES NA ESPESSURA DENTINÁRIA DE RAÍZES
PALATINAS DE MOLARES SUPERIORES -
Estudo “in vitro”

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Ciências da Saúde da
Universidade Federal do Maranhão – Mestrado,
para obtenção do grau de Mestre em Ciências da
Saúde.

Orientador(a): Profa. Dra. Cláudia Maria Coêlho


Alves

Co-orientador: Prof. Dr. Erick Miranda Souza

São Luís – MA
2010
LUCIANO MAURÍCIO DO NASCIMENTO

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO PREPARO PARA PINOS INTRA-


RADICULARES NA ESPESSURA DENTINÁRIA DE RAÍZES
PALATINAS DE MOLARES SUPERIORES -
Estudo “in vitro”

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Ciências da Saúde da
Universidade Federal do Maranhão – Mestrado,
para obtenção do grau de Mestre em Ciências da
Saúde.

Aprovada em: ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________
Profª Drª Cláudia Maria Coêlho Alves - Orientadora
Universidade Federal do Maranhão - UFMA

_____________________________________________
Profª Drº José Ferreira Costa
Universidade Federal do Maranhão - UFMA

_____________________________________________
Profª Drª Soraia de Fátima Carvalho Souza
Universidade Federal do Maranhão - UFMA

_____________________________________________
Profº Drº Rudys Rodolfo de Jesus Tavarez
Centro Universitário do Maranhão - UNICEUMA
Dedico aos meus pais Nogueira (in memorian) e
Dulce, por suas presenças constantes em todos
os momentos da minha vida. Ontem, hoje e
sempre.
AGRADECIMENTOS

À minha Orientadora, Profª Cláudia, pela dedicação e disposição nas tarefas de


orientação e norteio das etapas no trabalho. Obrigado pela orientação segura e pela
compreensão nos momentos difíceis;

Ao meu Co-orientador, Profº Erick, pela amizade e exemplo de dedicação e amor a


pesquisa em odontologia. Obrigado pela orientação indispensável e
acompanhamento em todas as etapas do trabalho;

Ao colega, Profº Etevaldo, pela amizade e disponibilidade em todos os momentos


requisitados. Obrigado pelo grande auxílio e dedicação na realização da análise
estatística e preparo dos dentes;

Ao amigo, Rafael Soares, acadêmico de odontologia, pela amizade e auxílio em


todas as etapas de preparação dos dentes.
RESUMO

Avaliou-se o impacto do preparo para pinos intra-radiculares pré-fabricados do


sistema Parapost XP na espessura dentinária da raiz palatina de molares
superiores. O objetivo do presente estudo foi verificar, in vitro, a redução dentinária
nas paredes mesial, distal, vestibular e palatina da raiz palatina de molares
superiores e avaliar o risco de perfuração/enfraquecimento após sucessivas etapas
de preparação endodôntica para colocação de pino intra-radicular. Foram utilizados
para esta pesquisa 15 dentes entre 1º e 2º molares superiores humanos, extraídos
por motivos diversos. Todos os elementos dentários foram incluídos em resina
acrílica por meio de uma mufla metálica e depois seccionados em dois níveis: 1 mm
abaixo da região de furca (terço cervical) e 1 mm acima do limite apical do preparo
para pino na raiz palatina (terço apical). Os blocos foram fotografados e remontados
após cada uma das sucessivas etapas de preparo dos canais radiculares. As
imagens capturadas foram analisadas por meio do software ImageJ onde foram
medidas as espessuras dentinárias remanescentes das paredes mesial, distal,
palatina e vestibular em quatro momentos: inicial (sem preparo), após
instrumentação com lima 50, após alargamento com broca Largo 4 e após preparo
com broca nº 5.0 do sistema Parapost XP, nos dois níveis de corte. Os dados foram
submetidos à análise estatística utilizando o teste ANOVA/GLM para medidas
repetidas e ANOVA one-way com nível de significância de 5%. Foi atribuído risco de
perfuração/enfraquecimento aquelas paredes que apresentaram espessura residual
de dentina (ERD) inferior a 1 mm após cada fase do preparo e em ambos os níveis
de corte. Os resultados mostraram que houve diferença estatisticamente significante
na espessura dentinária entre as fases do preparo para pino intra-radicular (GLM,
p<0,05). A espessura dentinária foi significativamente menor na região apical, após o
preparo com a broca Parapost 5.0, quando comparada a região cervical (GLM,
p<0,05). As paredes vestibular e palatina apresentaram menor espessura residual
em todas as fases do preparo intracanal quando comparadas às paredes mesial e
distal em ambos os níveis de corte (ANOVA one-way, p<0,05). Concluiu-se portanto
que o preparo do canal para pino intra-radicular até a broca Parapost 5.0 aumentou
o risco de perfuração/enfraquecimento da raiz palatina de molares superiores nas
paredes vestibular e palatina, principalmente na região apical(ERD<1 mm).

Palavras-chave: Preparo de canal radicular. Pinos de retenção dentária. Raiz


dentária.
ABSTRACT

We evaluated the impact of intracanal preparation using Parapost XP system on the


dentin thickness of palatal root of maxillary molars. The aims were to verify the dentin
thickness reduction after each of the phases of root canal preparation for post
placement as well as to investigate which canal wall and the root level where the
reduction was more significant. Fifteen 1st and 2nd maxillary molars, extracted for
various reasons, were used in this study. All the teeth were embedded in acrylic resin
using a metallic muffle and then cross-sectioned at two levels: 1 mm below the
furcation area and 1 mm above the apical limit for post preparation on the palatal
root. The blocks were sequentially photographed and reassembled after each of the
successive steps of root canal preparation. ImageJ software was used in each of the
captured images to measure the remaining dentin thickness of the mesial, distal,
palatal and vestibular walls after four stages: initial (pre-preparation) after
instrumentation with file 50, after enlargement with Largo 4 drill and, after preparation
with Parapost bur 5.0. Data was statistically analyzed by ANOVA / GLM for repeated
measures and ANOVA one-way at significance level of 5%. A perforation/weakening
risk was assigned to those walls where the residual dentin thickness (RDT) displayed
less than 1 mm after each stage of preparation at both levels. The results showed a
statistically significant difference in dentin thickness among the phases of root canal
preparation for post placement (GLM, p <0.05). Dentin thickness was significantly
lower at the apical level than at the cervical, after preparation with Parapost 5.0 drill
(GLM, p <0.05). The buccal and palatal walls displayed lower residual thickness at all
stages of intracanal preparation compared to mesial and distal walls on both levels
(one-way ANOVA, p <0.05). The buccal and lingual walls at apical level showed a
higher risk of perforation / weakning after the use of Parapost 5.0 drill (RDT <1 mm).

Keywords: Intracanal preparation. Intracanal post. Tooth root.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Mufla metálica para montagem e remontagem dos blocos de resina... 24


Figura 2 – Registro fotográfico dos cortes cervical e apical de uma das raízes
palatinas ................................................................................................ 25
Tabela 1 – Média e desvio-padrão de espessura dentinária em cada parede do canal
radicular nos diferentes terços após cada fase do preparo para pino
intra-radicular ........................................................................................ 26
Figura 3 – Comparação da redução dentinária entre os terços após cada fase do
preparo para pino intra-radicular............................................................ 27
Figura 4 – Comparação entre as espessuras médias residuais das paredes do canal
radicular em cada terço.......................................................................... 28
Figura 5 – Análise descritiva do risco de perfuração/enfraquecimento das paredes
dentinárias após cada fase do preparo para pino intra-radicular nos
terços cervical e apical........................................................................... 29
SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ..................................................................................7


1 INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................9
2 METODOLOGIA ...............................................................................................14
2.1 Tipo de estudo e local da pesquisa ...................................................................14
2.2 Aquisição e seleção dos dentes ........................................................................14
2.3 Descontaminação e armazenamento dos dentes .............................................14
2.4 Análise radiográfica para seleção das raízes a serem preparadas com a broca
Parapost 5.0 ......................................................................................................15
2.5 Marcação das linhas de corte cervical e apical dos dentes ..............................15
2.6 Inclusão dos dentes em resina acrílica e mufla metálica ..................................15
2.7 Sistema de preparo para pinos intra-radiculares utilizado na pesquisa ............16
2.8 Etapas seqüenciais do preparo do canal para pino intra-radicular....................16
2.9 Registro fotográfico e leitura das imagens ........................................................16
2.10 Análise estatística ..............................................................................................17
3 CAPÍTULO I (Artigo Científico) .......................................................................18
4 CONCLUSÃO GERAL ......................................................................................35
REFERÊNCIAS..................................................................................................38
ANEXOS.............................................................................................................40
1 INTRODUÇÃO GERAL

A reabilitação protética de dentes tratados endodonticamente visa


primordialmente o restabelecimento da forma, função e estética dos elementos
dentais; e para que estes objetivos sejam atingidos, freqüentemente é necessário
lançar mão de artifícios que possibilitem a retenção de uma restauração, prevenindo
a recorrência de cáries e a ocorrência de fraturas da estrutura dentária
remanescente (NASCIMENTO; MOCHEL FILHO, 2001; GALLO et al., 2002).
O somatório da destruição da estrutura coronária decorrente do avanço
da cárie aliado às manobras da terapia endodôntica, como a cirurgia de acesso e a
manipulação e alargamento dos canais, resultam em um elemento dental cuja
estrutura coronária não permite a retenção de uma restauração (DI CREDDO, 1990).
Desta forma o uso de pinos intra-radiculares fixados à raiz dental possibilita a
confecção da restauração relativa à porção coronária perdida (ZIEBERT, 1990).
A tendência atual de se preservar cada vez mais a estrutura dentária,
aliada ao advento de novas técnicas e materiais, como os pinos intra-radiculares
pré-fabricados, ampliou as opções restauradoras, proporcionando melhor
aproveitamento do remanescente dentário, tornando o tratamento mais conservador
e possibilitando a recuperação de dentes extremamente destruídos em uma única
sessão, pois o procedimento é realizado de forma imediata (BRAGA, 2005). Em
dentes submetidos à terapia endodôntica que apresentam coroa clínica parcial ou
totalmente destruída e conseqüentemente não possuem suficiente estrutura
coronária rígida para reter a restauração, os pinos intra-radiculares são uma
alternativa largamente utilizada na odontologia atual. Para tanto, diferentes técnicas
de uso de pinos intra-radiculares são indicadas, todas baseadas na idéia de um
preparo adicional da raiz para inserção do pino protético (GUIMARAES et al., 1999;
ALBUQUERQUE et al., 2003), sendo que a principal razão para se fazer uso do
retentor intra-radicular, é obter a união e retenção entre a coroa protética e o
remanescente da estrutura radicular (CHRISTENSEN, 1996; GUIMARAES et al.,
1999; GALLO et al., 2002; BATERN et al., 2003; IGLESIA-PUIG; ARELLANO-
CABORNERO, 2004; SCHWARTZ; ROBBINS, 2004).
A utilização de sistemas de pinos intra-radiculares pré-fabricados
associados a núcleos de preenchimento na restauração de dentes submetidos a
tratamento endodôntico é fator que ainda gera discussões. Uma das indicações para
o uso dos pinos intra-radiculares está relacionada ao reforço da estrutura dentária
remanescente, sendo causa de controvérsias e constituindo objetivo de várias
pesquisas (CAPUTO; STANDLEE, 1976; ALBUQUERQUE, 1999, ALBUQUERQUE
et al., 1998, SHILLINGBURG, 1998, STANDLEE; CAPUTO, 1992).
Um fator importante que vem sendo negligenciado por muitos clínicos e
que deve ser levado em consideração é o comprimento ideal do pino intra-radicular
para permitir uma retenção adequada, respeitando os 4 mm de material obturador,
necessários a manutenção da integridade do selamento apical dos dentes tratados
endodonticamente (JONHSON et al., 1976; GOERIG; MUENINGHOFF, 1983;
RAIDEN; GENDELMAN, 1994; WU et al., 1998; STOCKTON, 1999). Alguns autores
consideram que a profundidade ideal para os pinos é de 2/3 do comprimento da raiz
com implantação óssea e, quando essa profundidade não puder ser obtida, o pino
deve ter, no mínimo, o comprimento da coroa clínica do dente a ser restaurado
(SHILLINGBURG JR. et al., 1970; GOERIG; MUENINGHOFF, 1983; SOKOL, 1984;
LOPES et al., 1997; BONFANTE, 2000).
A grande divergência de opiniões encontradas na literatura sobre a
utilização ou não de pinos como fator de reforço da estrutura dentária remanescente,
foi a justificativa usada por STOCKTON (1999) para descrever um guia de auxílio
aos clínicos para a seleção de um sistema de pinos intra-radiculares. O tamanho,
diâmetro e formato dos pinos, o agente de cimentação, os métodos de cimentação,
a forma do canal, o preparo do conduto e a localização do dente na arcada são os
meios de orientação do clínico, no momento da escolha, de acordo com o autor.
Além da retenção, a resistência à fratura do pino é citada como essencial nos
tratamentos de reconstrução protética do dente. O autor orienta o clínico a
diagnosticar cada caso isoladamente através de exames clínicos e radiográficos
minuciosos.
Por muitos anos, os núcleos metálicos moldados e fundidos foram
considerados a escolha para restaurar dentes tratados endodonticamente, sem
considerar a quantidade de dentina radicular remanescente (CHRISTENSEN, 2004;
KIMMEL, 2000; GONÇALVES et al., 2006). Apesar desses dispositivos resultarem
em boa adaptação no canal radicular, são altamente rígidos e induzem a
concentração de tensões nas paredes do canal, promovendo efeito de cunha e
resultando em fraturas radiculares irreparáveis (LERTCHIRAKARN et al., 1999;
SATHORN et al., 2005; LANZA et al., 2005; LUI, 1999; TAIT et al., 2005).
Christensen (1996) afirma ainda que os núcleos moldados e fundidos vêm
sendo gradativamente substituídos pelos pinos pré-fabricados, e o uso de retentores
intra-radiculares não se justifica em dentes com pequena perda de estrutura
dentária, e sim quando mais da metade da porção coronária foi perdida.
Outro problema freqüentemente reportado durante a preparação para
pino intra-radicular é o risco de ocorrer perfurações radiculares, o que compromete a
viabilidade da raiz dentária para uso protético, pois se constituem em fator de
comprometimento do prognóstico sendo assim um desafio para os mais
experimentados endodontistas e clínicos (GONDIM JR. et al., 1999; KATZ et al.,
2006). Segundo Ingle (1985) e Pitt Ford et al., (1995) este tipo de acidente técnico
ocupa o segundo lugar nas causas mais comuns dos insucessos do tratamento
endodôntico. Além disso, deve-se garantir uma adequada retenção do pino via
preparo do canal e ao mesmo tempo não diminuir a resistência à fratura do elemento
dental já fragilizado, pois um preparo excessivo, com o objetivo de aumentar a
retenção intra-canal, pode levar à falência do conjunto por meio do enfraquecimento
da estrutura dental (PILO; TAMSE, 2000; KATZ; TAMSE, 2003).
Além das trepanações produzidas acidentalmente no transcorrer do
tratamento endodôntico propriamente dito existem, e em freqüência considerável, as
perfurações ocorridas durante o preparo do espaço intra-radicular para pinos
protéticos, com prognóstico até mais adverso (KVINNSLAND et al., 1985). O
alargamento ou ampliação resulta em paredes dentinárias delgadas e,
conseqüentemente, torna os dentes fragilizados para suportarem as forças
mastigatórias normais, potencializando a ocorrência de fraturas (LUI, 1999; KISHEN
et al., 2004; TAIT et al., 2005). Apesar desse problema clínico ter sido mencionado
no início deste século por Peeso (1903), o seu estudo foi intensificado nas duas
últimas décadas contribuindo para aumentar a expectativa de se encontrar alguma
orientação mais consistente para os clínicos.
A seleção correta do pino intra-radicular é determinante para o sucesso
do procedimento restaurador. Nesta escolha devem ser considerados fatores
relacionados tanto ao elemento que será restaurado como: oclusão, posição de
dente no arco, remanescente dentário, configuração e diâmetro do canal; quanto às
características dos pinos como: comprimento, diâmetro, formato, configuração
superficial e material (BURGUESS; XU, 1999).
Diversos estudos demonstram diferentes princípios de preparo da raiz
que receberá um pino intra-radicular. Alguns pesquisadores afirmam que o diâmetro
do pino deve ser o mais delgado possível para não enfraquecer a raiz, não devendo
ultrapassar 1/3 da menor largura da dentina radicular e preservando no mínimo 1
mm de dentina ao redor do mesmo. Porém o comprimento do pino deveria ser o
maior possível, deixando 5,0 mm de obturação radicular de guta-percha para não
perder o selamento apical (STANDLEE; CAPUTO, 1992; LLOYD; PALIK, 1993).
Outros estudos enfatizam que o diâmetro do pino deve ser compatível com a
espessura da raiz, de forma a possibilitar um desgaste mínimo de estrutura dental,
devendo portanto, preservar pelo menos 1,5 mm de remanescente dentinário ao
redor do mesmo (BURGUES; XU,1999).
Kuttler et al., (2004) encontraram um percentual de 7,3% de perfuração
na região de furca de molares inferiores durante o preparo para pinos intra-
radiculares, enquanto Pilo et al., (2007) alertaram para o risco de perfuração e
enfraquecimento das paredes dentinárias após preparo para pino intra-radicular
tanto na raiz palatina como na raiz vestibular de pré-molares superiores. Em outro
estudo Pilo e Tamse (2003) observaram redução de 41% nas paredes proximais
(com achatamento) de pré-molares inferiores comparadas a 65% de redução nas
paredes sem achatamento.
Clinicamente o método utilizado para evitar o risco de
perfuração/enfraquecimento radicular durante o preparo para pinos, baseia-se na
mensuração radiográfica da espessura residual de dentina onde se determina a
broca ideal, resultando em um preparo mais seguro. No entanto, radiografias
periapicais distorcem a real espessura dentinária (RAIDEN et al., 2001) e
superestimam a espessura dentinária em aproximadamente 25% em pré-molares
inferiores (SOUZA et al., 2008). Desta forma, seria possível se corrigir a distorção
radiográfica, resultando em menor risco de perfuração/enfraquecimento da estrutura
dental. No entanto, em algumas raízes dentais candidatas a receber pinos intra-
radiculares não é possível prevenir o risco de perfuração via correção radiográfica
uma vez que as paredes de maior risco encontram-se voltadas para vestibular e/ou
lingual, como é o caso de pré-molares superiores e raízes palatinas de molares
superiores, cujas raízes, de formato cônico, apresentam em sua maioria, secção de
forma ovalada (DELLA SERRA; FERREIRA, 1981; FIGÚN; GARINO, 1986; PUCCI;
REIG, 1994; WU, 2000; LEMOS, 2010).
Standlee e Caputo (1992) considerando características anatômicas como
maior comprimento e largura da raiz, menor risco de perfuração e melhor padrão de
distribuição de tensões, sugerem a colocação dos pinos no canal palatino de
molares superiores e no canal distal dos molares inferiores.
A raiz palatina dos molares superiores por apresentar maior comprimento
constitui a raiz eleita para servir de retenção para pinos intra-radiculares, porém a
literatura é escassa em estudos que demonstrem a segurança de preparos na
mesma.
Devido à limitação do exame radiográfico para estudo do preparo para
pino em raízes palatinas de molares superiores e em virtude de seu maior
achatamento no sentido vestíbulo-palatino (DELLA SERRA; FERREIRA, 1981;
FIGÚN; GARINO, 1986; PUCCI; REIG, 1994; WU, 2000; LEMOS, 2010), dimensão
não visualizável radiograficamente, há um risco de perfuração durante o preparo
com posterior fratura durante a fase de colocação do pino intra-radicular.
Embora não haja na literatura relatos sobre a incidência de perfuração ou
fratura de raízes palatinas de molares superiores causadas pelos procedimentos de
preparo e alargamento do canal radicular, é justificável a necessidade de se
conhecer o nível de segurança nos preparos para pinos nesta raiz, visto que os
dentes molares representam os elementos com uma prevalência maior de perda
precoce na população e que, quando existentes encontram-se com restaurações
extensas ou com as coroas parcialmente comprometidas, conseqüências de história
de acometimento pela cárie e intervenção endodôntica, o que torna sua recuperação
possível somente com o uso de pinos intra-radiculares.
Considerando os aspectos aqui abordados, pode-se levantar as seguintes
hipóteses: Será que os procedimentos de preparo e alargamento do canal radicular
com o uso de brocas seqüenciais podem causar perfurações nas raízes ou as tornar
susceptíveis à fratura? Os procedimentos de preparo e alargamento levam a uma
maior redução na espessura dentinária de uma parede em detrimento de outra? Os
procedimentos de preparo e alargamento levam a uma maior redução na espessura
dentinária em diferentes níveis da raiz? Será que padronização de um diâmetro ideal
para pinos a serem cimentados na raiz palatina de molares superiores pode diminuir
consideravelmente o risco de fratura e perfuração na mesma durante os
procedimentos de preparo ou mesmo após a colocação do pino intra-radicular?
A partir da problemática exposta, este trabalho teve como objetivo
verificar, in vitro, a redução dentinária nas paredes mesial, distal, vestibular e
palatina da raiz palatina de molares superiores, com o propósito de identificar a(s)
parede(s) com maior redução dentinária, bem como, maior risco de
perfuração/enfraquecimento após sucessivas etapas de preparação endodôntica
para colocação de pino intra-radicular.

2 METODOLOGIA

2.1 Tipo de estudo e local da pesquisa

A pesquisa constou de um estudo “in vitro” cujos ensaios foram realizados


no Laboratório de Pesquisas Clínicas em Odontologia do Centro Universitário do
Maranhão – UNICEUMA. A mesma teve aprovação pelo Comitê de Ética em
Pesquisa – UNICEUMA sob o nº 00795/08 conforme parecer anexo.

2.2 Aquisição e seleção dos dentes

Foram utilizados 33 dentes entre 1º e 2º molares superiores humanos


extraídos e com raízes íntegras que foram doados pelo Prof. Silvan Corrêa
(Professor das Disciplinas de Cirurgia I e II do Centro Universitário do Maranhão
(UNICEUMA) – Especialista em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial) conforme Termo de
Doação de Dentes em anexo.

2.3 Descontaminação e armazenamento dos dentes

Todos os dentes foram mantidos em solução de timol a 0,1% e


submetidos a uma limpeza com escova e detergente em água corrente e posterior
raspagem com remoção de restos orgânicos e de qualquer material aderido à
superfície. Para a esterilização, os elementos foram colocados em um envelope
auto-selante e autoclavados em autoclave (Autoclave Vertical Phoenix
Equipamentos Científicos Ltda.) a 120ºC com pressão de trabalho de 1Kgf/cm²
durante 20 minutos e posteriormente armazenados em recipiente plástico
hermeticamente fechado.
2.4 Análise radiográfica para seleção das raízes a serem preparadas com Broca
Parapost 5.0

Foram realizadas radiografias periapicais em todos os elementos. As


radiografias foram digitalizadas e realizadas as medições do diâmetro mésio-distal
da raiz palatina a uma distância de 4 mm do ápice radicular através do “software”
Kodak Imaging. Foram selecionados para a pesquisa aqueles dentes em que o
diâmetro mésio-distal da raiz palatina estivesse entre 3,8 e 4,2 mm, critério que o
indicava a ser preparado com a broca Parapost 5.0, cujo diâmetro representa 1/3 do
diâmetro das raízes.
Como critérios de exclusão foram considerados os elementos cujo
diâmetro estavam abaixo de 3,8 mm ou acima de 4,2 mm e aqueles cujos canais
encontravam-se calcificados ou que já tinham sido submetidos a tratamento
endodôntico, resultando em uma amostra final composta por 15 dentes.

2.5 Marcação das linhas de corte cervical e corte apical dos dentes

Na face palatina da raiz palatina de todos os dentes foram realizadas


duas marcações com caneta demarcadora para tecido (Acrilex Tintas Especiais
S/A): uma 1 mm abaixo da região de furca e a outra 1 mm aquém do limite apical do
preparo para pino intra-radicular correspondente a 2/3 do comprimento radicular
e/ou a 5 mm do ápice.

2.6 Inclusão dos dentes em resina acrílica e mufla metálica

Os dentes foram incluídos, individualmente, em um bloco de resina


acrílica incolor (Dencrilon – Dencril Com. e Ind. de Plásticos LTDA) através de uma
mufla metálica, a qual permitiu que os dentes após serem realizados os cortes
cervical e apical das raízes, pudessem ser montados e remontados para se proceder
com as etapas seqüenciais dos preparos intra-radiculares.

2.7 Sistema de preparo para pinos intra-radiculares utilizado na pesquisa


Para a realização dos preparos intra-radiculares foi eleito o sistema de
pinos intra-radiculares Parapost XP (Coltène/Whaledent), de aço inoxidável,
serrilhados e de formato cilíndrico, sendo determinada para o preparo final, de
acordo com o diâmetro mésio-distal das raízes, a broca Parapost nº 5.0 com
diâmetro de 1,25 mm.

2.8 Etapas seqüenciais do preparo do canal para pino intra-radicular

Para o preparo e alargamento dos canais radiculares obedeceu-se a


seguinte sequência:

1. Realização dos cortes cervical e apical das raízes de todos os


elementos (blocos de resina), aos níveis de 1 mm abaixo da região de
furca e a 5 mm do ápice radicular, previamente a qualquer tipo de
preparo, utilizando-se um disco diamantado de 0,3 mm montado em
um motor manual Multi Pro Dremel com mesa niveladora (Bosch);
2. Remontagem dos elementos nas muflas e realização de
instrumentação dos canais radiculares com instrumento manual tipo K
nº 50 (Mailleffer);
3. Alargamento sequencial dos canais palatinos com brocas Largo nº 3 e
4 em baixa rotação;
4. Alargamento e preparo sequencial dos canais palatinos com brocas
Parapost 4.5, 5.0 em baixa rotação.

2.9 Registro fotográfico e leitura das imagens

Após cada etapa seqüencial do preparo (sem preparo, após lima nº 50,
após broca Largo 4 e após Parapost 5.0) foi realizado o registro fotográfico dos dois
níveis de cortes de todos os elementos dentários, utilizando-se uma câmera
fotográfica digital Sony de 10 megapixels acoplada a um microscópio clínico DF
Vasconcellos com uma objetiva com capacidade de aumento da imagem em 20
vezes. Foi colocado ao lado de cada amostra a ser registrada uma régua
milimetrada para que se pudesse realizar uma calibração das medidas de todas as
paredes de dentina. Foram realizadas as medições das espessuras de dentina das
paredes mesial, distal, palatina e vestibular em todas as etapas do preparo dos
cortes cervical e apical. Todas as fotografias realizadas foram armazenadas em
formato “TIFF” e lidas através do “software” ImageJ (National Institute of Health,
Maryland, USA; http://rsb.info.mih.gov/ij/).

2.10 Análise estatística

Os dados foram submetidos a análise estatística através do teste


ANOVA/GLM para medidas repetidas e one-way (SPSS 17.0) que permitiu avaliar o
efeito das subseqüentes fases do preparo (sem preparo, lima 50, Largo 4 e Parapost
5.0) na espessura residual das paredes dentinárias (mesial, distal, palatina e
vestibular) e nos dois diferentes níveis de cortes (cervical e apical). Foi atribuído
risco de perfuração/enfraquecimento aquelas paredes que apresentaram espessura
residual de dentina (ERD) inferior a 1 mm após cada fase do preparo e em ambos os
níveis de corte. Foi adotado um nível de significância de 5% (p<0,05).
3 CAPÍTULO I (Artigo Científico)

Este trabalho foi realizado no formato alternativo, conforme deliberação


do Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde – Mestrado
em Ciências da Saúde e seguiu as normas do periódico Journal of Prosthetic
Dentistry.
Avaliação do impacto do preparo para pinos intra-radiculares na
espessura dentinária de raízes palatinas de molares superiores. Estudo
“in vitro”.

Luciano Maurício do Nascimento1; Cláudia Maria Coelho Alves1;2 Erick Miranda


Souza3

Definição do problema: Os procedimentos de preparo e alargamento do canal


radicular com o uso de brocas seqüenciais para a retenção de pinos intra-radiculares
podem causar perfurações ou deixar o remanescente radicular susceptível à fratura.
Considerando que raízes palatinas de molares superiores apresentam maior
achatamento no sentido vestíbulo-palatino e que o controle clínico do desgaste
dentinário baseia-se na mensuração da espessura radiográfica das paredes mesial e
distal da raiz, é possível que a redução dentinária durante o preparo intra-canal seja
mais intensa nas paredes vestibular e/ou palatina não controladas
radiograficamente. Porém não existem investigações sobre a redução dentinária
após vários procedimentos intra-canais e seus impactos nas diferentes paredes da
raiz palatina de molares superiores.

Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar, in vitro, a espessura de dentina


remanescente nas paredes da raiz palatina de molares superiores, bem como, o
risco de perfuração/enfraquecimento das mesmas após as sucessivas etapas de
preparação do canal para recebimento de pino intra-radicular.

Material e métodos: Trinta e três dentes molares superiores humanos foram


radiografados no sentido vestíbulo-lingual para determinar os dentes em que o
diâmetro mésio-distal da raiz palatina estivesse entre 3,8 e 4,2 mm, diâmetro ideal
para que fossem preparados com a broca Parapost 5.0. De acordo com esse
critério, 15 dentes foram selecionados e incluídos em resina acrílica por meio de

1
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde – UFMA
2
Programa de Pós-Graduação em Odontologia – UFMA
3
Pro-reitoria de Pós-Graduação - UNICEUMA
uma mufla metálica e seccionados horizontalmente em dois níveis: 1 mm abaixo da
região de furca (cervical) e 1 mm aquém do limite apical do preparo para pino intra-
radicular (apical). Cada secção horizontal foi fotografada. Remontadas as partes na
mufla, os canais palatinos foram seqüencialmente preparados para pino intra-
radicular seguindo-se as fases de instrumentação endodôntica manual com lima K-
file 50, preparo com broca Largo 4, e preparo final com broca Parapost 5.0. Após
cada etapa do preparo as secções foram novamente fotografadas. O software
ImageJ foi utilizado para medir a espessura de dentina residual nas paredes mesial,
distal, palatina e vestibular nos dois níveis, após as sucessivas etapas do preparo. O
teste ANOVA/GLM para medidas repetidas foi utilizado para verificar o efeito de
cada fase do preparo na espessura residual de dentina nas diferentes paredes do
canal radicular e nos diferentes níveis de corte (SPSS 17.0). O teste ANOVA one-
way foi utilizado para verificar a diferença entre as espessuras dentinárias das 4
paredes em cada terço. O risco de perfuração/enfraquecimento foi descrito em cada
parede do canal após cada fase do preparo endodôntico em ambos os níveis,
considerando uma espessura mínima ideal de 1 mm. O nível de significância
adotado foi de 5%.

Resultados: Houve diferença estatisticamente significante na espessura dentinária


entre as fases do preparo para pino intra-radicular (GLM, p<0,05). A espessura
dentinária foi significativamente menor na região apical, após o preparo com a broca
Parapost 5.0, quando comparada à região cervical (GLM, p<0,05). As paredes
vestibular e palatina apresentaram menor espessura residual em todas as fases do
preparo intracanal quando comparadas às paredes mesial e distal em ambos os
níveis de corte (ANOVA one-way, p<0,05). As paredes vestibular e palatina no nível
apical apresentaram maior risco de perfuração/enfraquecimento após o uso da broca
Parapost 5.0 (espessura residual de dentina menor que 1 mm).

Conclusão: O preparo do canal para pino intra-radicular até a broca Parapost 5.0
aumentou o risco de perfuração/enfraquecimento da raiz palatina de molares
superiores nas paredes vestibular e palatina, principalmente na região apical.

Relevância clínica: O presente estudo demonstra o risco de desgastes excessivos


nos procedimentos de preparo para colocação de pinos intra-radiculares na raiz
palatina de molares superiores quando se utiliza a broca Parapost 5.0,
especialmente nas paredes vestibular e palatina da porção apical do preparo. Este
fato indica que o critério radiográfico de seleção da broca Parapost, baseado no
diâmetro mésio-distal da raiz não é suficiente para diminuir o risco de
perfuração/enfraquecimento da mesma.

Introdução

A reabilitação protética de dentes tratados endodonticamente visa


primordialmente o restabelecimento da forma, função e estética. Considerando a
destruição da estrutura coronária decorrente da cárie e das manobras da terapia
endodôntica, freqüentemente é necessário lançar mão de artifícios que possibilitem
a retenção desta restauração protética 1.
Apesar dos inúmeros avanços na odontologia estética adesiva, o uso de
pinos intra-radiculares cimentados à raiz dental ainda se constitui no mecanismo
mais utilizado para possibilitar a retenção intra-canal para a restauração da porção
coronária perdida1,2,3,4. Inúmeras técnicas com pinos intra-radiculares de variados
formatos, dimensões e materiais têm sido indicadas na literatura odontológica 5,
porém todas se baseiam na idéia de um preparo adicional da raiz com o objetivo de
propiciar as condições internas ideais para a retenção do pino intra-radicular. Em
sistemas de pinos pré-fabricados, por exemplo, o profissional deve preparar
comprimento e diâmetro do canal radicular utilizando brocas recomendadas pelo
fabricante para permitir a adequada colocação do pino selecionado para o caso.
Sabe-se, no entanto, que subseqüentes preparos conduzidos na raiz
dental resultam em significante redução do remanescente dentinário 6,7,8. Alguns
estudos laboratoriais e ensaios clínicos realizados em dentes portadores de pinos
intra-radiculares têm relacionado a ocorrência de fraturas radiculares ao volume final
do remanescente dentinário9,10. Dessa forma, pode-se afirmar que o preparo para
pino intra-radicular, apesar de necessário, é um procedimento crítico, pois pode
resultar em enfraquecimento radicular, tornando o elemento dental mais susceptível
à fratura9,11,12. Além do risco de enfraquecimento radicular decorrente da
preparação intra-canal, têm sido demonstrado também o risco de perfuração
radicular durante o procedimento clínico 7.
Clinicamente, seguindo-se parâmetros estabelecidos na literatura
13
objetiva-se diminuir o risco de enfraquecimento/perfuração radicular . Assim, o
diâmetro do preparo não deveria ser superior a 1/3 do diâmetro da raiz 14,15 e o
remanescente dentinário mínimo igual a 1 mm16,17. O método clínico universalmente
utilizado para a determinação destes limites baseia-se na mensuração da espessura
residual de dentina em radiografias periapicais ortoradiais do elemento dental
candidato a receber a restauração protética. No entanto, alguns autores têm
reportado a imprecisão das radiografias periapicais na determinação da anatomia
radicular16,18. Souza et al. (2008) demonstraram que radiografias periapicais
superestimam a espessura dentinária das paredes mesial e distal de pré-molares
inferiores em aproximadamente 25% e propuseram uma fórmula para correção
clínica desta distorção radiográfica, minimizando o risco de
perfuração/enfraquecimento dental.
Este método proposto de correção clínica 18 é bem aplicável para raízes
com achatamento mésio-distal, pois as paredes críticas, mesial e distal, são
estimadas radiograficamente, e, em seguida aplicada a fórmula de correção. Porém,
raízes candidatas a receber pino intra-radicular com achatamento vestíbulo-lingual,
tais como as palatinas de molares superiores 19,20,21,22 não se beneficiam deste
artifício de correção, pois as paredes críticas não são estimadas na imagem
bidimensional do exame radiográfico. Na dentição humana, várias raízes
apresentam algum grau de achatamento e conseqüentemente canais de formato
ovalado23.
Em 2008, Pilo et al. realizaram um estudo para verificar o impacto da
preparação subseqüente para pino nas paredes vestibular e palatina da raiz palatina
de pré-molares superiores e verificaram o grande risco de perfuração nestas
paredes não controladas radiograficamente. No entanto, nenhum estudo até o
presente se dedicou a verificar o risco de perfuração/enfraquecimento das paredes
dentinárias no preparo para pino em raízes palatinas de molares superiores.
Desta forma, o objetivo do presente estudo foi verificar, in vitro, a redução
dentinária nas paredes mesial, distal, vestibular e palatina da raiz palatina de
molares superiores, com o propósito de identificar a(s) parede(s) com maior redução
dentinária, bem como, maior risco de perfuração/enfraquecimento após sucessivas
etapas de preparação endodôntica para colocação de pino intra-radicular.
Material e métodos

Análise radiográfica das raízes e seleção dos dentes

Foram utilizados 33 dentes entre 1ºs e 2ºs molares superiores humanos


extraídos e com raízes íntegras. Todos os elementos foram radiografados no sentido
vestíbulo-lingual (RVG 6100 Kodak) e em cada radiografia foram medidos o
diâmetro mésio-distal da raiz palatina a uma distância de 4 mm do ápice radicular
por meio do “software” Kodak Imaging. Apenas os dentes cujo diâmetro mésio-distal
encontrava-se entre 3,8 e 4,2 mm foram selecionados, uma vez que possuem uma
espessura mésio-distal adequada para o uso da broca Parapost 5.0, conforme
preconiza o fabricante (Parapost XP/Coltène/Whaledent). Foram adotados ainda
como critérios de exclusão dentes cujos canais encontravam-se calcificados ou que
já tinham sido submetidos a tratamento endodôntico. Desta maneira foram excluídos
18 elementos resultando em uma amostra de 15 dentes a serem preparados.
Foram realizadas duas marcações com caneta demarcadora para tecido
(Acrilex Tintas Especiais S/A) na face palatina da raiz palatina de todos os dentes:
uma a 1 mm abaixo da região de furca (terço cervical) e a outra a 1 mm aquém do
limite apical do preparo para pino intra-radicular correspondente a 2/3 do
comprimento radicular ou no mínimo 5 mm do ápice (terço apical.

Inclusão dos dentes em resina acrílica e mufla metálica

Todos dentes foram incluídos, individualmente, em um bloco de resina


acrílica incolor (Dencrilon – Dencril Com. e Ind. de Plásticos LTDA) por meio de uma
mufla metálica (Figura 1). Este aparato permitiu que mesmo após a secção
transversal das raízes nos níveis cervical e apical, as partes pudessem ser
remontadas para a realização das etapas seqüenciais do preparo intracanal.
Figura 1 - Mufla metálica para montagem e remontagem dos blocos de resina

Sistema de preparo para pinos intra-radiculares

Para a realização dos preparos intra-radiculares foi eleito o sistema de


pinos intra-radiculares Parapost XP (Coltène/Whaledent), de aço inoxidável,
serrilhados e de formato cilíndrico, sendo determinada para o preparo final das
raízes a broca Parapost nº 5.0 com diâmetro de 1,25 mm e que, conforme o
fabricante, está indicada para o preparo de raízes com diâmetro mésio-distal entre
3,8 e 4,2 mm.

Etapas seqüenciais do preparo do canal para pino intra-radicular

1. Realização dos cortes cervical e apical das raízes de todos os


elementos (blocos de resina), nos níveis de 1 mm abaixo da região de
furca e a 5 mm do ápice radicular, previamente a qualquer tipo de
preparo, utilizando-se um disco diamantado de 0,3 milímetros montado
em um motor manual Multi Pro Dremel com mesa niveladora (Bosch);
2. Remontagem dos elementos na mufla e realização de instrumentação
dos canais radiculares até o instrumento manual tipo K nº 50
(Mailleffer);
3. Alargamento seqüencial dos canais palatinos com brocas Largo nº 3 e
4 em baixa rotação;
4. Alargamento e preparo seqüencial dos canais palatinos com brocas
Parapost 4.5 e 5.0 em baixa rotação.

Registro fotográfico e leitura das imagens

Após cada etapa seqüencial do preparo (sem preparo, após lima nº 50,
após broca Largo 4 e após Parapost 5.0) foi realizado o registro fotográfico dos dois
níveis de cortes de todos os elementos dentários, utilizando-se uma câmera
fotográfica digital Sony de 12 megapixels acoplada a um microscópio clínico DF
Vasconcelos com uma objetiva com capacidade de aumento da imagem em 20
vezes (Figura 2). Foi colocada ao lado de cada amostra a ser registrada uma régua
milimetrada para permitir a calibração das imagens. Foram realizadas as medições
das espessuras de dentina das paredes mesial, distal, palatina e vestibular em todas
as etapas do preparo nos cortes cervical e apical. Todas as fotografias realizadas
foram armazenadas em formato “TIFF” e mensuradas por meio do “software” Image
J (National Institute of Health, Maryland, USA; http://rsb.info.mih.gov/ij/).

Figura 2 – Registro fotográfico dos cortes cervical e apical de uma das raízes palatinas
Análise estatística

Os dados foram submetidos à análise estatística por meio do teste


ANOVA/GLM (General Linear Model, SPSS, 17.0) para medidas repetidas no qual
se avaliou o efeito das subseqüentes fases do preparo (sem preparo, lima 50, Largo
4 e Parapost 5.0) na espessura residual das paredes dentinárias (mesial, distal,
palatina e vestibular) nos dois níveis de cortes (cervical e apical). O teste ANOVA
one-way foi utilizado para verificar a diferença entre as espessuras dentinárias das 4
paredes em cada terço. Foi adotado um nível de significância de 5% (p<0,05). Risco
de perfuração/enfraquecimento foi atribuído às paredes que apresentaram
espessura residual de dentina (ERD) inferior a 1 mm após cada fase do preparo e
em ambos os níveis de corte.

Resultados

A tabela 1 contém os valores médios e desvio padrão das espessuras


dentinárias residuais em cada parede e terço após cada fase do preparo para pino
intra-radicular.

Tabela 1 – Média e desvio-padrão de espessura dentinária em cada parede


do canal radicular nos diferentes terços após cada fase do
preparo para pino intra-radicular
Fases do preparo
TERÇOS PAREDES Sem preparo Preparo Largo 4 Parapost 5.0
endodôntico
Mesial 1,83 (±0,248) 1,76 (±0,219) 1,59 (±0,283) 1,48 (±0,313)
Cervical Distal 1,81 (±0,225) 1,75 (±0,245) 1,65(±0,252) 1,58 (±0,260)
Palatina 1,49 (±0,206) 1,39 (±0,168) 1,26 (±0,209) 1,21 (±0,239)
Vestibular 1,52 (±0,366) 1,38 (±0,360) 1,25 (±0,392) 1,13 (±0,315)
Mesial 1,49 (±0,197) 1,46 (±0,196) 1,34 (±0,197) 1,15 (±0,214)
Apical Distal 1,55 (±0,198) 1,50 (±0,165) 1,26 (±0,232) 1,11 (±0,253)
Palatina 1,10 (±0,210) 0,97 (±0,190) 0,82 (±0,210) 0,64 (±0,275)
vestibular 1,27 (±0,363) 1,18 (±0,377) 0,95(±0,322) 0,87 (±0,316)

O teste GLM indicou que houve uma redução significativa na espessura


de dentina residual após cada fase do preparo para pino intra-canal em ambos os
terços testados (p<0,05). Na comparação entre os terços, a redução dentinária
proporcionada pela broca Parapost 5.0 no terço apical foi significativamente maior
que a redução no terço cervical (p<0,05). Para as outras fases não houve diferença
entre os terços (p>0,05) (Figura 3).

Figura 3 - Comparação da redução dentinária entre os terços após cada fase do preparo
para pino intra-radicular. O sinal (*) indica diferença estatisticamente significante no padrão
de redução dentinária entre os terços após a fase do preparo (Teste GLM, p<0,05)

Na comparação entre as espessuras dentinárias das paredes em cada


terço (ANOVA one-way) foi observado que as paredes vestibular e palatina
apresentaram menor espessura dentinária que as paredes mesial e distal em todas
as fases do preparo em ambos os terços estudados (p<0,05). Comparando as
paredes mesial e distal e em seguida as paredes vestibular e palatina em ambos os
terços, o teste indicou que não houve diferença significativa na espessura dentinária
(p>0,05) (Figura 4).
*
*

Figura 4 – Comparação entre as espessuras médias residuais das paredes do canal


radicular em cada terço. O sinal (*) indica diferença estatisticamente significante (Teste
ANOVA one way, p<0,05)

Na análise descritiva quanto ao risco de perfuração/enfraquecimento das


paredes dentinárias (ERD<1mm) após cada fase de preparação para pinos intra-
radiculares, observou-se que as paredes vestibular e palatina no terço apical
apresentaram ERD menores que 1mm após o uso das brocas Largo 4 e Parapost
5.0 (Figura 5).
Figura 5 – Análise descritiva do risco de perfuração/enfraquecimento das paredes
dentinárias após cada fase do preparo para pino intra-radicular nos terços cervical e apical.
O sinal ( ) representa a espessura residual de dentina mínima aceitável (1 mm)

Discussão

Diversos grupos dentários apresentam raízes com algum grau de


achatamento, o que se reflete no elevado índice de canais ovalados observados na
dentição humana23. Incisivos inferiores, incisivos laterais superiores, caninos, pré-
molares, raízes mesiais e distais de molares inferiores e raízes palatinas de molares
superiores apresentam achatamento radicular quer no sentido mésio-distal ou no
vestíbulo-palatino, resultando em canais predominantemente ovalados19,20,21,22,23.
Durante o preparo para pino intra-radicular usando sistemas de pinos pré-fabricados,
há uma tendência à retificação da forma ovalada do canal, considerando o formato
cilíndrico/arredondado das brocas de preparo, o que pode resultar em maior risco de
perfuração/enfraquecimento nas paredes radiculares envolvidas no
achatamento11,12.
Com o objetivo de identificar, estimar ou mesmo quantificar o risco de
perfuração/enfraquecimento radicular durante o preparo para pino intra-radicular,
diferentes estudos têm sido conduzidos na literatura odontológica 6,7,8,11,18. Em sua
maioria, estes estudos são conduzidos em raízes com achatamento no sentido
mésio-distal, tais como pré-molares6,8,18, incisivos inferiores12 e molares inferiores7.
Em raízes achatadas mesio-distalmente a espessura proximal pode ser estimada
radiograficamente e em seguida corrigida para diminuir o risco de
8,18
perfuração/enfraquecimento das raízes durante o preparo para pino . Não há
relatos na literatura sobre o efeito do preparo intra-canal para pino em raízes
achatadas no sentido vestíbulo-palatino cuja estimativa radiográfica não pode ser
conduzida em virtude do ângulo de incidência clínica dos raios x.
O presente estudo utilizou raízes palatinas de molares superiores, que
apresentam um formato predominantemente achatado no sentido vestíbulo-
palatino19,20,21,22, para verificar o efeito de subseqüentes fases do preparo para pino
sobre as paredes radiculares, nos terços cervical e palatino. O sistema de mufla
utilizado permite a avaliação subseqüente do preparo para pino utilizando a mesma
raiz como seu próprio controle, e se constitui em um modelo largamente utilizado em
diferentes estudos de avaliação dos impactos do preparo dental sobre a raiz 6,11,12,18.
Considerando que os dados de espessura dentinária obtidos provêm da mesma
amostra, um teste para medidas repetidas é o mais indicado. Adicionalmente, o teste
GLM foi escolhido por permitir a avaliação simultânea de diferentes variáveis
independentes (fases do preparo, paredes e terço) no mesmo procedimento.
De acordo com os resultados do presente estudo, houve diferenças na
espessura residual de dentina entre as subseqüentes fases do preparo intra-canal
para pino em raízes palatinas de molares superiores nos terços cervical e apical
(p<0,05). Este resultado está de acordo com a literatura que têm demonstrado a
significativa redução dentinária após cada preparo para pino usando brocas do
Sistema Parapost6,11,12.
Foi também observado no presente estudo que a redução dentinária após
o uso de broca Parapost 5.0 foi significativamente maior no nível apical do que no
nível cervical (p<0,05, Figura 3). Isto indica claramente que o uso de broca Parapost
no preparo para pino em raízes palatinas de molares superiores pode levar a um
sobrepreparo na região apical, aumentando o risco de perfuração/enfraquecimento
radicular. Pilo e Tamse (2003) também identificaram maior redução dentinária no
nível apical do preparo para pino em pré-molares inferiores após o uso de broca
Parapost e não recomendaram o uso deste sistema nestas raízes.
Clinicamente a determinação da broca do sistema para pino é feita por
meio da medição radiográfica da espessura mésio-distal da raiz a receber o preparo.
O diâmetro da broca deve representar 1/3 do diâmetro mesio-distal da raiz14. Desta
forma, foram incluídos neste estudo somente dentes com espessura mésio-distal
entre 3,8 e 4,2 mm a uma distância de 4 mm do ápice que, segundo o fabricante, é o
diâmetro mesio-distal indicado para uso da broca Parapost 5.0. Considerando o
maior achatamento da raiz estudada no sentido vestíbulo-palatino, os resultados do
teste ANOVA one-way indicaram que o controle radiográfico da espessura da broca
Parapost não foi suficiente para evitar o maior desgaste nas paredes vestibular e
palatina em ambos os terços (p<0,05, Figura 3) e especialmente no terço apical
(Figura 5). Quando foram comparadas as paredes mesial e distal com as paredes
vestibular e palatina nos dois terços, estas últimas apresentaram menor espessura
residual de dentina durante as subseqüentes fases do preparo para pino nesta
raízes. Pilo & Tamse (2003) observaram redução de 41% nas paredes proximais
(com achatamento) de pré-molares inferiores comparadas a 6% de redução nas
paredes sem achatamento após o uso de broca Parapost 5.0.
O limite de 1 mm é universalmente aceito como a menor espessura
residual de dentina após o preparo para pino capaz de evitar o risco de
perfuração/enfraquecimento13,17. Na análise descritiva realizada no presente estudo
observamos que após o uso de brocas Largo e Parapost 5.0, as paredes vestibular e
palatina, no terço apical do preparo, apresentaram espessura residual média menor
que 1 mm, indicando o severo risco de perfuração/enfraquecimento após o preparo
para pino nas raízes palatinas de molares superiores.
De acordo com os resultados do presente estudo, a realização de
subseqüentes preparos para colocação de pino Parapost em raízes palatinas de
molares superiores pode resultar em perfuração/enfraquecimento das raízes,
especialmente no terço apical do canal radicular. Diferentes técnicas de preparo do
canal radicular para uso de pino na raiz palatina de molares superiores devem ser
testadas a fim de reduzir o risco de acidentes trans e pós-operatórios durante a
reabilitação protética destes elementos dentais.
Conclusão

Baseado nos resultados deste estudo in vitro é possível concluir que:

1. O preparo do canal para pino intra-radicular até a broca Parapost 5.0 aumentou
o risco de perfuração/enfraquecimento da raiz palatina de molares superiores
nas paredes vestibular e palatina, principalmente na região apical.

Referências

1. Gallo Jr, Miller T, Xu X, Burgess JO. In vitro evaluation of the retention of


composite fiber and stainless steel posts. J Prosthodont 2002; 11: 25-9.

2. Batern G, Ricketts DNJ, Saunders WP. Fibre-based post systems: a review. Br


Dent J 2003; 195: 43-8.

3. Iglesia-Puig MA, Arellano-Cabornero A. Fiber-reinforced post and core adapted to


a previous metal ceramic crown. J Prosthet Dent 2004; 91: 191-4.

4. Schwartz RS, Robbins JW. Post placement and restoration of Endodontically


treated teeth: A literature review. J Endod. 2004; 30: 289- 301.

5. Burgess JO, Xu X. Intracanal post. Dental Advisor 1999; 6: 1-6.

6. Pilo R, Shapenco E, Lewinstein I. Residual dentin thickness in bifurcated


maxillary first premolars after root canal and post space preparation with parallel-
sided drills. J Prosthet Dent 2008; 99: 268-74.

7. Kuttler S, McLean A, Dorn S, Fischzang A. The impact of post space preparation


with Gates-Glidden drills on residual dentin thickness in distal roots of mandibular
molars. J Am Dent Assoc 2004; 135: 903-9.

8. Raiden G, Koss S, Costa L, Hernandez JL. Radiographic measurement of


residual root thickness in premolars with post preparation. J Endod 2001; 27: 296-
8.

9. Sathorn C, Palamara JE, Palamara JD, Messer HH. Effect of root canal size and
external root surface morphology on fracture susceptibility and pattern: a finite
element analysis. J Endod. 2005; 31: 288-92.

10. Lertchirakarn V, Palamara J. E, Messer HH. Load and strain during lateral
condensation and vertical root fracture. J Endod 1999; 25: 99-104.

11. Pilo R, Tamse A. Residual dentin thickness in mandibular premolar prepared with
gates glidden and ParaPost drills. J Prosthet Dent 2000; 83: 617-23.
12. Katz A, Tamse A. A combined radiogralphic and computerized scanning method
to evaluate remaining dentine thickness in mandibular incisors after various
intracanal procedures. Int Endod J 2003; 36: 682-6

13. Katz A, Wasenstein-Kohn S, Tamse A, Zuckerman O. Residual dentin thickness


in bifurcated maxillary premolars after root canal and dowel space preparation. J
Endod 2006; 32: 202-5.

14. Johnson JK, Schwartz NL, Black Well RT. Evaluation and restoration of
endodontically treated posterior teeth. J Am Dent Assoc 1976; 93: 587-605.

15. Standlee JP, Caputo AA. Endodontic dowel retention with resinous cements. J
Prosthet Dent 1992; 68: 913-7.

16. Raiden GC, Gendelman H. Effect of dowel space preparation on the apical seal of
root canal fillings. Endod Dent Traumatol 1994; 10: 109-12.

17. Caputo AA, Standlee JP. Pins and posts – why, when and how. Dent Clin North
Am 1976; 20: 299-311.

18. Souza EM, Bretas RT, Cenci MS, Maia-Filho EM, Bonetti- Filho I. Periapical
radiographs overestimate root canal wall thickness during post space preparation.
Int Endod J 2008; 41: 658-63.

19. Figún ME, Garino RR. Sistema Dental. In: FIGÚN ME, GARINO RR. Anatomia
Odontológica Funcional e Aplicada. Guanabara Koogan, 2th ed. Rio de Janeiro;
1986. p. 308/572.

20. Della Serra O, Ferreira FV. Anatomia Dental. Artes Médicas; 3th ed. São Paulo;
1981. p.129

21. Lemos EM. Anatomia dentária, 2010. Disponível em:


<http://www.endoline.com.br/>. Acesso em: 11/03/2010.

22. Pucci FM, Reig R. Conductos radiculares. Montevidéo: Casa Barreiro y Ramos
1994; 1: 200-7.

23. Wu MK, R'oris A, Barkis D, Wesselink PR. Prevalence and extent of long oval
canals in the apical third. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod.
2000; 89: 739-43.
4 CONCLUSÃO GERAL

Com base neste estudo pode-se concluir que:

1. O preparo do canal para pino intra-radicular até a broca Parapost 5.0 aumentou
o risco de perfuração/enfraquecimento da raiz palatina de molares superiores
nas paredes vestibular e palatina, principalmente na região apical.
REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, R. C.; VASCONCELOS, W. A.; PEREIRA, A. L. M. S. Sistema de


pinos pré-fabricados intra-radiculares: sistemas e técnicas. Anais do 15º Conclave
Odontológico Internacional de Campinas. n.104, 2003.

ALBUQUERQUE, R. C. Estudo da distribuição de tensões em um incisivo central


superior reconstruído com diferentes pinos intra-radiculares analisado pelo método
dos elementos finitos. Araraquara, 1999. 175p. Tese (Doutorado em Dentística
Restauradora) Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista.

ALBUQUERQUE, R. C.; DUTRA, R. A.; VASCONCELLOS, W. A. Pinos intra-


radiculares de fibras de carbono em restaurações de dentes tratados
endodonticamente. Anais do 15º Conclave Odontológico Internacional de Campinas.
n. 104, mar-abril, 1998.

ASSIF, D.; GORFIL, C. Biomechanical considerations in restoring endodonticamente


treated teeth. J. Prosthet. Dent . v.71, n.6, p. 565-567, jun. 1994.

BATERN, G.; RICKETTS, D. N. J.; SAUNDERS, W. P. Fibre-based post systems: a


review. Br. Dent. J. v. 195, n. 1, p. 43-48, 2003.

BONFANTE, G.; FAGNANI, C. M.; MIRAGLIA, S. S.; SILVA-JUNIOR, W. Avaliação


radiográfica de núcleos metálicos fundidos intra-radiculares. RGO. v. 48, n. 3, p.
170-174, 2000.

BRAGA, N. M. A. Avaliação in vitro da retenção de pinos metálicos fundidos e de


fibra de vidro com diferentes comprimentos, por meio do teste de tração. Dissertação
mestrado. UNAERP. 2005. 131p.

BURGESS, J. O.; XU, X. Intracanal post. Dental Advisor. v. 6, p. 1-6. 1999.

CAPUTO, A. A.; STANDLEE, J.P. Pins and posts – why, when and how. Dent. Clin.
North Am. v. 20, n. 2, p. 299-311, apr. 1976.

CHRISTENSEN, G. J. Post concepts are changing. J. Am. Dent. Assoc. v. 135, n.


9, p.1308-1310, 2004.

DELLA SERRA, O.; FERREIRA F.V. Anatomia Dental. Artes Médicas; 3ª ed. São
Paulo, 1981. p.129.

DI CREDDO, R. C. Avaliação da resistência à remoção por tração de núcleos


metálicos fundidos com e sem retenção, fixados com cimento de fosfato de zinco em
condutos lisos e com retenções. Rev. Odont. São Paulo.USP, v. 4, n. 4, p. 299-303,
out/dez. 1990.

FERNANDES, A. S.; DESSAI, G.S. Factors affecting the fracture resistance of post-
core reconstructed teeth: a review. Int. J. Prosthodont. v. 14, n. 4, p.355-363. 2001.
FIGÚN, M. E.; GARINO, R. R. Anatomia Odontológica Funcional e Aplicada. Ed.
Guanabara Koogan, 2ª ed. Rio de Janeiro, p. 308/572, 1986.

GALLO, J. R.; MILLER, T.; XU, X.; BURGESS, J. O. In vitro evaluation of the
retention of composite fiber and stainless steel posts. J. Prosthodont. v. 11, n. 1, p.
25-29, 2002.

GOERIG, A. C.; MUENINGHOFF, L. A. Management of the endodontically treated


tooth. Part I: Concept for restorative designs. J. Prosthet. Dent. v. 49, n. 3, p. 340-
345, 1983.

GONÇALVES, L. A.; VANSAN, L. P.; PAULINO, S. M.; SOUSA NETO M. D. Fracture


resistance of weakened roots restored with a transilluminating post and adhesive
restorative materials. J. Prosthet. Dent. v. 96: p. 339-344. 2006.

GONDIM JÚNIOR, E.; GOMES FILHO, J. E.; YOSHINARI, G. H.; VELASCO, J. O.;
PEDROSO, J. A.; SOUZA FILHO, F. J. Tratamento de perfuração em furca de molar
inferior com o uso de microscópio odontológico: apresentação de caso clínico. Rev.
Fac. Odont. Lins/ Universidade Metodista de Piracicaba. v. 11, n. 2, p. 31-35, jan-
jun. 1999.

GUIMARAES, C. S.; RIBEIRO, S. C.; BIFFI, J. C. G.; MOTA, A. S. Analise


comparativa da retenção de pinos intra-radiculares pré-fabricados e fixos com
diferentes agentes de cimentação. Rev. Pos-Grad. v. 6, n. 4, p. 354-360. 1999.

IGLESIA-PUIG, M. A.; ARELLANO-CABORNERO, A. Fiber-reinforced post and core


adapted to a previous metal ceramic crown. J. Prosthet. Dent. v. 91, n. 2, p. 191-
194. 2004.

INGLE, I. I.; BEVERIDGE, E. Endodontics. 3ª ed. Philadelphia, Lea e Febiger, p.776-


781, 1985.

JOHNSON, J. K. et al., Evaluation and restoration of endodontically treated posterior


teeth. J. Am. Dent. Assoc. v. 3, n. 93, p. 587-605. 1976.

KATZ, A.; TAMSE, A. A. combined radiographic and computerized scanning method


to evaluate remaining dentine thickness in mandibular incisors after various
intracanal procedures. Int. Endod. J. v. 36, p. 682-686, 2003.

KATZ, A.; WASENSTEIN-KOHN, S.; TAMSE, A.; ZUCKERMAN, O. Residual dentin


thickness in bifurcated maxillary premolars after root canal and dowel space
preparation. J Endod. v. 3 n. 32, p. 202-205, 2006.

KIMMEL, S. S. Restoration of endodonticamente treated tooth containing wide or


flared canal. N. Y. State Dent. J. v. 10, n. 66, p. 36-40, 2000.

KISHEN, A.; KUMAR G. V.; CHEN, N. N. Tensões-strain response in human dentine:


rethinking fracture predilection in postcore restored teeth. Dent. Traumatol. n. 20, p.
90-100, 2004.
KUTTLER, S.; MCLEAN, A.; DORN, S.; FISCHZANG, A. The impact of post space
preparation with Gates-Glidden drills on residual dentin thickness in distal roots of
mandibular molars. J. Am. Dent. Assoc. v. 7, n. 135; p. 903-909, jul. 2004.

KVINNSLAND, I.; OSWALD, R. J.; GRONNINGSAETER, A. G. Treatment of


endodontic perforations. J. Endod. v. 11, n. 2, p. 191-192, 1985.

LANZA, A.; AVERSA, R.; RENGO, S.; APICELLA, D.; APICELLA, A. 3D FEA of
cemented steel, glass and carbon posts in a maxillary incisor. Dent. Mater. v. 8, n.
21, p. 709-715. 2005.

LEMOS, E.M. Anatomia dentária, 2010. Disponível em:


<http://www.endoline.com.br/>. Acesso em: 11/03/2010.

LERTCHIRAKARN, V.; PALAMARA J. E.; MESSER H. H. Load and strain during


lateral condensation and vertical root fracture. .J. Endod . v. 25, n. 2, p. 99-
104.1999.

LOPES, H. L.; ESTRELA, C.; ROCHA, N. S. M; COSTA-FILHO, A. S.; SIQUEIRA


JUNIOR, J. F. Retentores intra-radiculares: analise radiográfica do comprimento do
pino e da obturação do canal radicular. Rev. Bras. Odontol. v. 54, n. 5, p. 277-280,
1977.

LLOYD, P.; PALIK, J. The philosophies of dowel diameter preparation: A literature


review. J. Prosthet. Dent. v. 64, n.1, p. 32-40, 1993.

LUI, J. L. Enhanced post crown retention in resin composite-reinforced,


compromised, rootfilled teeth: a case report. Quintessence Int. n. 30, p. 601-606,
1999.

NASCIMENTO, L. M.; MOCHEL FILHO, J. R. Influência da irrigação com EDTA na


resistência à remoção por tração de núcleos metálicos fundidos utilizando diversos
agentes cimentantes. Estudo “in vitro”. Revista de Ciências da Saúde – UFMA.
v.3, n.1, 2001.

PEESO, F. A. The treatment of perforated roots. Dent. Cosmos. v. 45, p. 277-280.


1903.

PILO, R.; SHAPENCO, E., LEWINSTEIN, I. Residual dentin thickness in bifurcated


maxillary first premolars after root canal and post space preparation with parallel-
sided drills. J. Prosthet. Dent. v. 99, n. 4, 2008, apr. 2008.

PILO, R.; TAMSE, A. Residual dentin thickness in mandibular premolar prepared with
gates glidden and ParaPost drills. J. Prosthet. Dent. v. 6, n. 83, p. 617-23, 2000.

PUCCI, F.M.; REIG, R. Conductos radiculares. Montevidéo: Casa Barreiro y Ramos.


n.1 , p. 200-207. 1994.
PITT FORD, T. R.; ANDREASEN, J. O.;DORN, S. O.; KARIYAWASAM, S. P. Effect
of super EBA as a root end filling on healing after replantation. J. Endod. v. 21, p.
13-15, 1995.

RAIDEN, G.; KOSS, S.; COSTA, L.; HERNANDEZ, J.L. Radiographic measurement
of residual root thickness in premolars with post preparation. J. Endod. v. 27, n. 4,
296-298, 2001.

RAIDEN, G. C.; GENDELMAN, H. Effect of dowel space preparation on the apical


seal of root canal fillings. Endod. Dent. Traumatol. v. 10, n. 3, p. 109-112. 1994.

SANTANA, J. C. F., SANTANA, C. S. D. Sistema pino-núcleo. Odontólogo


Moderno. v. 15, n. 9, p. 6-10, 1988.

SATHORN, C. et al. Effect of root canal size and external root surface morphology on
fracture susceptibility and pattern: a finite element analysis. J. Endod. v. 31, n. 4, p.
288-292, 2005.

SCHWARTZ, R. S.; ROBBINS, J. W. Post placement and restoration of


Endodontically treated teeth: A literature review. J. Endod. v. 30, n. 5, p. 289- 301,
2004.

SHILLINGBURG JR., H. T.; FISER, D. W.; DEWHIRST, R. B. Restoration of


endodontically treated posterior teeth. J. Prosthet. Dent. v. 24, n. 5, p. 401- 409,
1970.

SOUZA E. M. Periapical radiographs overestimate root canal wall thickness during


post space preparation. InternationaL Endodontic Journal. n. 41, p. 658-663,
2008.

STANDLEE, J.P.; CAPUTO, A.A. Endodontic dowel retention with resinous cements.
J. Prosthet. Dent. v. 68, n. 6, p. 913-917,1992.

STOCKTON, L. W.; WILLIAMS, P. T. Retention and shear bond strength of two post
systems. Oper. Dent. v. 24, n. 4, p. 210-216, Jul/Aug. 1999.

TAIT, C. M.; RICKETTS, D. N.; HIGGINS, A. J. Weakened anterior roots-


intraradicular rehabilitation. Br. Dent. J. n. 198, p. 609-617, 2005.

WU, M. K.; PEHLIVAN, Y.; KONTAKIOTIS, E. G.; WESSELINK, P. R. Microleakage


along apical root fillings and cemented posts. J. Prosthet. Dent. v. 79, n. 3, p. 264-
269, 1998.

WU, M.K.; BARKIS, D.; RORIS, A.; WESSELINK, P.R. Does the first file to bind
correspond to the diameter of the canal in the apical region? Int. Endod. J. v. 35. p.
264-267, 2000.

ZIEBERT, G. J. Restauração de dentes endodonticamente tratados. In: MALONE, N.


F. D., KOTH, D. L. Teoria e prática de prótese fixa de Tylman. São Paulo: Artes
Médicas, cap. 22, p. 453-463. 1990.
ANEXOS
ANEXO A – Termo de doação de dentes

TERMO DE DOAÇÃO DE DENTES

Ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Maranhão - UNICEUMA

Declaro que doei 33 (trinta e três) dentes humanos molares superiores ao pesquisador Luciano
Maurício do Nascimento, a fim de viabilizar a execução da pesquisa intitulada "Avaliação do
impacto do preparo para pinos intra-radiculares na espessura dentinária de raízes palatinas de
molares superiores. Igualmente declaro que estes dentes foram extraídos previamente ao meu
conhecimento da pesquisa supracitada, por indicação clínica e independente da mesma, sendo
armazenados em frasco único, o que impossibilita a identificação dos indivíduos dos quais os dentes
foram extraídos.

Local: São Luís - MA, 09 de março de 2009

Prof. Silvan Corrêa / Cirurgião-buco-maxilo-facial / CRO 903-MA / CPF 238570723-34

Endereço: Av. Prof. Carlos Cunha nº 200 – Jaracaty – São Luís – MA

Telefones: (98) 3221 6786 / (98) 88389308


ANEXO B – Parecer de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do UNICEUMA
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download:

Baixar livros de Administração


Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo

Você também pode gostar