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500 Anos de Brasil - Biblioteca Nacional PDF
500 Anos de Brasil - Biblioteca Nacional PDF
na Biblioteca Nacional
GOVERNO |
I FEDERAL I
T r a b a l h a n d o e m t o d o o Brasil
nMINISTÉRIO
DA CULTURA
na Biblioteca Nacional
Catálogo da Exposição em comemoração aos 500 Anos do Brasil e aos 190 anos
da Biblioteca Nacional - 13 de dezembro de 2000 a 20 de abril de 2001.
Presidente da República
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Cultura
Francisco Weffort
Chefe de Gabinete
Graça Coutinho de Cóes
Diretora do Departamento de
Processos Técnicos
Célia Zaher
y n
J
O Brasil tem orgulho da Biblioteca
Nacional. Ela é, sem dúvida, uma das
mais importantes instituições culturais
do país. Seu esplêndido acervo (...) é
uma inestimável concentração de livros,
jornais, revistas, manuscritos, precioso
documentário de nossa história e de
nossa cultura. Quem a conhece por
dentro sabe avaliar a grandeza da
instituição (...), um órgão público
brasileiro dos mais prestantes e
respeitáveis, por isso gozando de posto
alto no juízo dos estudiosos e
pesquisadores.
AFRÂNIO COUTINHO
3 n
ove de Outubro de mil novecentos e dez, achando<
{
'cio que o Soverno cFederaí mandar construir para
ional do Jiio cie Janeiro c em aue esta fá se acha h
Maria Cristina Gioseffi
Prefácio Francisco Weffort S
Irmandades e ordens religiosas
Unidade Nacional e
A Cidade do Livro e seus Rio/ando Azzi Abolição 4s
Arredores Eduardo Portelia 10 A Inquisição e o cristão-novo
Ronaldo Vainfas IV. A TRANSIÇÃO: DE COLÔNIA À
Introdução: a semente, CORTE 50
III. A PRESENÇA ESTRANGEIRA D. João VI no Brasil
a árvore e o fruto
NO BRASIL COLONIAL 38 Ismênia de Lima Martins
da brasiliana
A França Antártica, a França A documentação política, 1808 a
Paulo Roberto Pereira 12
Equinocial e os corsários franceses do 1840: a Independência (1808-1822),
século XV1I1 o Primeiro Reinado (1822-1831), o
Sob o signo do éden Paulo Knauss período regencial (1831-1840)
Brasil e Espanha: do descobrimento ao José Murilo de Carvalho
tropical i6 governo dos Felipes, rumo às novas Lúcia Maria Bastos P. das Neves
fronteiras sul-americanas Marcello Basile
I. BRASIL DOS VIAJANTES Roseli Santaella Stella Da Real Biblioteca à Biblioteca
Viajantes do século XVI / S 0 Brasil holandês Nacional
Paulo Roberto Pereira Heloísa Meireles Gesteira Ana Virgínia Pinheiro
Viagens e história natural dos séculos
XVII e XVIII
V. O BRASIL IMPERIAL DE D.
Ronald Raminelli
PEDRO II E O SÉCULO XIX 60
Viajantes e naturalistas do século XIX
Lília Moritz Schwarcz
Lorelai Kury
0 Brasil visto pelos artistas viajantes
VI. O NEGRO NO BRASIL
oitocentistas
ESCRAVISTA 63
Vera Beatriz Siqueira
Mariza de Carvalho Soares
Viajantes estrangeiros no século XX
Guillermo Giucci
Beatriz Jaguaribe
Karl Erik Schollhammer
Ministro de E s t a d o da Cultura
Com o projeto 500 Anos de Brasil sequer suspeitasse das possibilidades conhecimento do modo como foram
na Biblioteca Nacionalessa que esse acervo oferece para se sendo construídas representações da
instituição, a mais antiga entidade conhecer o Brasil. terra, dos habitantes, dos costumes,
vinculada ao Ministério da Cultura, Este catálogo vem portanto das criações científicas e artísticas, e
que agora completa 190 anos de cumprir um duplo objetivo: revelar do processo histórico de formação da
existência, traz uma contribuição aos brasileiros a importância da nação.
inestimável às comemorações do V brasiliana guardada em sua O papel dos consultores, todos
Centenário do Descobrimento do biblioteca nacional, facilitando, ao altamente qualificados, foi
Brasil. A exposição fechará com mesmo tempo, a consulta a suas fundamental no sentido de
chave de ouro a programação do obras mais significativas. Nesse resguardar essa abertura para a
Ministério da Cultura para o evento, sentido, a idealização do evento foi diversidade e a complexidade de
mas o catálogo e o livro que a extremamente feliz: ao optar por olhares a que temos acesso a partir
acompanham ficarão como uma proposta abrangente o desse conjunto de referências. Além
referências indispensáveis para todos bastante para incluir, ao lado do da seleção criteriosa das obras,
os que desejarem conhecer o Brasil a recorte histórico, temas como a contribuem com um texto, no início
partir das obras que compõem o seu mulher, a comunicação impressa, as de cada portal, em que apresentam
acervo. ciências, as artes e a paixão, com notável poder de síntese o pano
Situada desde 1910 no belo apresenta o Brasil a partir da de fundo necessário para que
prédio de estilo eclético em plena cultura que aqui se produziu desde a possamos compreender as condições
Cinelândia, no centro do Kio de chegada dos portugueses, recorrendo de produção daquele conjunto de
Janeiro, a Biblioteca Nacional é ao para isso à diversidade de documentos e de cada um em
mesmo tempo muito e pouco documentos disponíveis, sem a particular.
conhecida pelos brasileiros. Muitos preocupação de hierarquizar sua Este projeto está em perfeita
passam por ela, freqüentam suas importância. Edições raras de obras sintonia com a orientação adotada
salas de consulta, têm conhecimento seiscentistas podem ser tão pelo Ministério da Cultura na
das raridades existentes em seu reveladoras quanto desenhos de programação que organizou para as
acervo, mas poucos avaliam a viajantes, partituras, fotos e recortes comemorações do V Centenário do
diversidade e a riqueza de suas de jornais recentes, desde que Descobrimento do Brasil. A opção
coleções. E talvez nenhum de nós contribuam para ampliar o foi de investir em trabalhos menos
visíveis em seus efeitos imediatos, evento; os consultores, especialistas da mais alta qualidade, desde que se
mas que possam trazer uma do mais alto nível, e as instituições possa contar com o empenho dos
contribuição definitiva para o a que pertencem, pela qualidade de funcionários, uma curadoria
conhecimento do país. Esse tipo de suas contribuições e pela disposição competente e uma rede de parceiros
trabalho só pode ser realizado por ern atuarem num projeto de disposta a trabalhar em conjunto. São
meio de pesquisa paciente e iniciativa do poder público que tem realizações como essa, motivada por
contínua, de longa duração, que como objetivo o interesse de toda a duas datas importantes na agenda do
demanda o esforço e a determinação sociedade brasileira; a Sociedade de país, que mostram o quanto
de inúmeros especialistas, Amigos da Biblioteca Nacional, caminhamos nesses quinhentos anos
instituições e patrocinadores, o que SABIN, sempre atuante para no sentido de produzir, conhecer e
fica evidenciado no processo de cooperar na viabilização dos valorizar nossa cultura.
realização do projeto 500 Anos de projetos da instituição; e,
Brasil na Biblioteca Nacional. finalmente, o curador e organizador
Por tudo o que fizeram e ainda se do projeto, que alia à competência
propõem a fazer, merecem os nossos acadêmica dedicação e entusiasmo,
sinceros agradecimentos todos os ingredientes indispensáveis para STADEN, Hans. Warhftige be scheribung eyner landschafft
deer wilden nacketen grimmigen menschenfressserieuthen in
que colaboraram nessa empreitada: conduzir um trabalho tão
der newen welt America gelegen.
o Presidente da Biblioteca Nacional, ambicioso.
professor Eduardo Portella, que, Para finalizar, não poderia deixar
como pesquisador e estudioso da de ressaltar uma característica dessa
cultura brasileira, soube proposta que, como Ministro da
compreender a importância deste Cultura do Brasil, me é especialmente
projeto e dar todo apoio à sua cara. Considero que este projeto é
realização; os funcionários da exemplar no sentido de mostrar, aos
instituição, que mesmo longe de brasileiros e aos estrangeiros, que
contarem com as condições ideais nossas instituições culturais guardam
<le trabalho, não mediram esforços verdadeiros tesouros, ainda pouco
para prestar sua inestimável explorados, e que é possível, mesmo
colaboração para o sucesso do com poucos recursos, realizar projetos
A Cidade do Livro e seus arredores
EDUARDO PORTELLA
O Brasil e a Biblioteca Nacional sob os auspícios do príncipe Ao que tudo indica o mundo da
decidiram festejar, de comum acordo D. João, trouxe-nos a que seria a biblioteca consegue ser a uma só
e no mesmo ano em curso, dois nossa Biblioteca Nacional. Parecia vez transparente e cifrado,
aniversários afins, ü primeiro fez nômade a princípio; mudava de misterioso e evidente. Guarda
500 anos, e a segunda está endereço sem maiores tesouros desconhecidos e, em cada
completando os seus 190 bem constrangimentos. Até que se página do livro que se abre, nos
vividos. Os dois registros têm algo instalou neste edifício sede, oferece a lição previsível ou
de familiar. O Brasil nasceu da confluente e eclético, imprevisível, e nos aponta
civilização escrita, em tempo paradoxalmente monumental e caminhos a serem percorridos. Mais
controvertido, todo entrecortado acolhedor. do que apontar caminhos, o livro
pelos ventos elísios do renascimento, Hoje a nossa Biblioteca expõe, na nos conduz, nos leva a continentes
da reforma, do maneirismo, da seleção cuidadosa que o seu acervo até então desconhecidos. Conviver
contra-reforma, do barroco. Vinham autoriza, o percurso nacional em com o livro significa predispor-se e
a ser correntes de ar que forma de livros, manuscritos, habilitar-se para a invenção.
oxigenavam, e não raro sufocavam a fotografias, partituras, imagens A nossa Biblioteca guarda
respiração. A mais certeira dessas diversas. Talvez seja uma história relíquias, sem que as esconda.
correntes mudou a rota da nau do mais literária que política ou, se Somos um serviço público, um
capitão-mor Pedro Alvares Cabral. preferirem, tão literária quanto espaço cidadão. As suas duas
Aí, quando o Brasil foi achado, Pêro política. Mas remetida para adiante. dimensões constitutivas andam
Vaz de Caminha, o escrivão da frota, Nenhum imobilismo bloqueia a juntas: preservar e propiciar,
lavrou, com a sua Carta, a certidão sua caminhada. A nossa Biblioteca proteger e facilitar. Por isso, agora
de nascimento da terra nova. É bom não vive apenas de recordações, mais do que nunca, recorremos às
que se diga, conforme o astrolábio nem, nesta hipótese, escravizada ciências da informatização para
da gente lusitana, que o oceano pela memória parasitária das coisas ampliar a recepção e atender a
tinha os pés na terra. Desde esses ou dos signos extraviados na poeira necessidades coletivas. Já não há
primeiros dias, ou essas primeiras dos tempos. Ela se nutre de lugar para bibliotecas sedentárias,
letras, estabeleceu-se uma sólida vontades jamais enfraquecidas e da porque imobilizadas, e artesanais,
cumplicidade entre o mar, a terra, e calorosa arqueologia do futuro, porque indiferentes às conquistas
a escrita. mistura história e vida cotidiana, tecnológicas — essas redes que
Muitos anos depois, uma outra como herdeira e agente do nosso tornam ainda mais públicos os
embarcação portuguesa, desta vez patrimônio cultural. saberes impressos e digitalizados.
Ler, interpretar e traduzir sempre A biblioteca é a cidade do livro mesmo modo a comunidade
(oram tarefas correlatas; sempre que, guiada pela leitura, nos intelectual e científica acolhendo e
trabalharam em regime de prepara para decifrar a peripécia transmitindo as novas exigências
escrupulosa parceria. Por elas humana. E uma cidade antiga e da pesquisa. A jovem senhora de
passa, ou é convocado, o nova — simultaneamente 190 anos não tem nada contra o
interminável cortejo mítico que vem sacralizada e secularizada. Pelas novo. Pelo contrário. Chega mesmo
de Babel, da Alexandria, até chegar suas artérias e pelos seus arredores a supor, a afirmar, que o novo é o
ao coração de Buenos Aires, e transitam sonhos não de todo renovado. E que sem a renovação,
encontrar-se, em algum canto da desfeitos, por vezes reembalados e, a Biblioteca, a cidade do livro e
sua Biblioteca, com o enigmático apesar do desvario generalizado, seus arredores, perderiam todo o
diretor, o inventor de linguagens, teimosamente confiantes. Os livros seu fascínio.
Jorge Luis Borges. Babel foi o inais se cruzam nos armazéns, nas
engenhoso compêndio de tradução estantes, nas prateleiras, como as
que nos foi possível escrever. Babel, pessoas se entreolham nas ruas e
a maldição do isolamento e o lugar nos corredores. Há entre eles e elas
SISSON, Sebastião Augusto. Álbum do
do reconhecimento do outro. Esta um intercâmbio afetuoso, não raro
Rio de Janeiro moderno.
tensão fundadora desde cedo silencioso, de saberes e de prazeres.
conferiu força vital e, como se não Na cidade do livro se pode
bastasse, desenhou imprevisíveis encontrar um ensinamento em
cartografias para a aventura cada esquina. Enquanto
humana. E justo falar de uma cidade, polis, civitas, res
Babel proscríta? Certamente não. publica, ela se sabe
Ou de uma Alexandria neste minuto biblioteca cidadã,
incendiada pela digitalização? destinada a informar,
Menos ainda. Uma nos ensinou a formar e implementar
desvelar, mesmo que ou até porque as condições da escolha
perigosamente, os ruídos da livre. Confia assim 110
convivência. A outra porque nos fez papel formador da leitura.
atravessar o labirinto, em meio a E o leitor, são os usuários que
chamas mortíferas, e alcançar o conferem legitimidade e
saber carregado de vida. conseqüência às bibliotecas. Do
A semente., a árvore e o fruto da brasiliana
^ PAULO ROBERTO PEREIRA
Curador da exposição
Em que medida 500 anos importantes estudiosos da cultura 1881. Não se propôs fazer um
depois das caravelas portuguesas brasileira, pertencentes às mais levantamento exaustivo de toda
terem encontrado um porto seguro, representativas instituições brasiliana existente no acervo da
num local paradisíaco abaixo do acadêmicas, científicas e culturais nossa principal Biblioteca, mas
Equador, se pode avaliar o legado do Brasil, como a UFRJ, a FBN, a expor peças que marcaram a
de civilização construído pelo povo UFF, a ABL, a UERJ, o IHGB, a trajetória da civilização brasileira
multirracial que aqui se formou? PUC/RJ, o Instituto Osvaldo Cruz nos últimos 500 anos. Para isso foi
Essa é a questão que se deparou a (Manguinhos), o CPDOC/FGV, a fundamental a colaboração do
Fundação Biblioteca Nacional com FAPERJ, a USP, a IJnB. "Colégio de Consultores" na
o projeto acalentado de exibir parte Essa exposição bibliográfica e seleção e comentário sobre as peças
dos seus tesouros bibliográficos e iconográfica, enfocando meio escolhidas, formando um conjunto
iconográficos, que moldaram a face milênio de produção documental de de módulos que abrangem as
do Brasil no transcorrer de meio e sobre o Brasil, com algumas principais manifestações da cultura
milênio, visando a integrar suas peças mais relevantes do precioso brasileira. Colocou-se na entrada
atividades nas comemorações do V acervo da Biblioteca Nacional, tem de cada módulo temático um
Centenário do Descobrimento do o intuito de revelar ao nosso país o portal, que é uma síntese do
Brasil e dos 190 anos de criação da que de mais representativo da assunto que compõe o conjunto
principal instituição da guarda da cultura brasileira, do Período estudado sobre o Brasil. Além
memória nacional. Colonial à Época Contemporânea, disso, cada peça traz sua descrição
Realizar o vasto evento em se encontra sob sua guarda. catalográfica e uma legenda
torno da brasiliana da Biblioteca Juntamente com essa mostra se explicativa, facilitando a pesquisa,
Nacional foi, sem dúvida, um apresenta o Catálogo da Exposição o que torna o Catálogo da
desafio que a excepcional equipe de da Brasiliana da Biblioteca Brasiliana um instrumento de
funcionários da Fundação Nacional, que já nasce como obra trabalho imprescindível para quem
Biblioteca Nacional soube singular, tendo como modelo o deseja conhecer algumas das obras
enfrentar, associando-se a um Catálogo da Exposição de História fundamentais da civilização
"Colégio de Consultores", formado do Brasil, que Ramiz Galvão e seus brasileira. Mas não é só isso. A
por cerca de quarenta dos mais colaboradores publicaram em Curadoria do evento, com o apoio
da Direção da Fundação Biblioteca conjuntos cartográfico e fotográfico, país nas artes plásticas, na
Nacional, idealizou o livro os desenhos dos artistas viajantes literatura, na música. Sem esquecer
Brasiliana da Biblioteca Nacional do século XIX. As principais obras a contribuição dos brasileiros para
- Cuia das fontes sobre o Brasil, que procuram interpretar e explicar a ciência e, ao mesmo tempo,
que complementará o Catálogo da o Brasil também estão presentes contextualizando aquilo que nos
Brasiliana. juntamente com os preciosos singulariza ante outras culturas
Este livro, com cerca de cimélios da literatura de viagens, através da música popular, do
quarenta capítulos, acompanhado do século XVI ao XX, em edições carnaval e do futebol, nessa afeição
de um expressivo conjunto de únicas que fazem a alegria dos generosa e cordial. Mas esse
imagens que complementam os bibliófilos. Todo o legado da vida componente do caráter nacional
textos, foi escrito pelos colonial brasileira está não impediu que o brasileiro
componentes do "Colégio de representado: das instituições questionasse a caminhada histórica
Consultores", e será lançado, em religiosas à presença de franceses, do seu país desde as inconfidências
abril de 2001, no encerramento da espanhóis, holandeses, dos quais a coloniais. Daí o destaque dado à
exposição e das comemorações dos Biblioteca Nacional possui peças de utopia republicana e sua luta pela
500 anos do descobrimento do extraordinário valor documental. modernização do país que vem
Brasil. A finalidade dessa obra é Deu-se grande ênfase ao Brasil do sendo refeita no transcorrer do
diferente, mas complementar ao século XIX, período rico em século XX, conforme se pode
Catálogo da Brasiliana da transformações que vai da chegada constatar com a "Era Vargas" e os
Exposição, pois conterá um do Príncipe Regente ao advento da "Anos JK ". Portanto, cada peça
conjunto de ensaios que resultaram República. A criação da Biblioteca dessa brasiliana tem um pouco do
da pesquisa realizada no acervo, Nacional e o aparecimento da Brasil dos sonhos de tantas
visando a oferecer um maior tipografia vieram mudar o gerações. Buscou-se enfatizar a
conhecimento sobre a brasiliana panorama mental do Brasil contribuição do negro e da mulher
nela existente. Portanto, trata-se de refletido nas preciosas peças agora brasileiros nesse anseio de um país
obras complementares que se exibidas, como jornais, revistas e do futuro que não esteja tão
integram com intuito de dar maior manuscritos, que relatam o distante para os nossos filhos e
visibilidade sobre a preservação do percurso de algumas figuras netos. E, como era natural, por
acervo a refletir a trajetória da fundadoras da unidade nacional e tudo o que a Cidade do Rio de
principal civilização do extremo da conquista da cidadania. Entre Janeiro representa para o Brasil,
ocidente nos trópicos. tantos originais preciosos merecem dedicou-se um olhar estrangeiro
A Exposição da Brasiliana da referência o da Abolição da com espírito de brasilidade à
Biblioteca Nacional traz a público Escravatura e o do I lino Nacional Cidade Maravilhosa.
algumas de suas principais Brasileiro; além, é claro, de
Dizia Ramiz Galvão, em 1881,
coleções, como o acervo manuscritos autógrafos de alguns
que a "Exposição de História do
iconográfico, com destaque para os dos principais artistas do nosso
Brasil", feita pela Biblioteca
Nacional, era a execução do pelo constante incentivo. Aos onde quer que estejam Maria do
pensamento patriótico do barão componentes do "Colégio de Carmo e Juvenal Alves Pereira,
Homem de Mello. Não tem sido Consultores", intelectuais certamente saberão entender por
outra a nossa intenção. Agora que brasileiros que aceitaram participar que carregamos 110 fundo <la alma
entregamos ao público brasileiro o de um projeto que parecia uma a utopia de mostrar o Brasil aos
fruto do trabalho gigantesco que aventura em torno do Brasil, nunca brasileiros.
íoi idealizar e preparar a exposição, será demais ressaltar a generosa
o catálogo e o livro a ela dedicação com que se envolveram
pertencentes, sentimos ter nele. Naturalmente que sem a
cumprido com a missão que nos foi colaboração eficiente e sempre
outorgada. Já que não se pode prestimosa do excelente corpo de
esquecer de que este é um dos funcionários da Fundação
principais eventos realizados pela Biblioteca Nacional não poderíamos
Biblioteca Nacional neste século. transformar em realidade o sonho
Gostaríamos de fazer um que nos acompanha 11a crença do
OUSELEY, William Gore. Views in South America from
agradecimento especial ao futuro do nosso país. Mas sei que, Original Drawings Made in Brazil, the River Plate, the Parana
'5
na
Sob o Signo do Éden Tropical
I ^T Brasil dos Viajantes
Viajantes do Século XVI
Paulo Roberto Pereira
As narrativas de viagens José de Anchieta André Thevet, Hans A imagem do Brasil, construída
ao Brasil quinhentista Staden, Jean de Léry, Ulrich pelos viajantes do século XVI entre o
encerram o ciclo de Schmidel, Anthony Knivet, nascidas edênico e o selvagem, tornou o
procura da ilha Brazil, pois, "Ho da convivência na Terra tio Brasil. indígena o elemento fundador do
Brazil", em celta, quer dizer Terra da Então o Novo Mundo emblematizado processo de formação da identidade
Felicidade, que fora pressentida, na em Terra da Promissão viraria Terra nacional. É, pois, a partir dos
lenda e cartografia antigas. A dos Canibais. depoimentos de Hans Staden e de
primeira visão da Terra de Santa Esse conjunto de relatos André Thevet, publicados em 1557,
Cruz surge com Pero Vaz de quinhentistas, semente do Brasil na Alemanha e na França, com
Caminha, Mestre João Faras e o contemporâneo, revelador desse numerosas vinhetas e gravuras, que o
Piloto Anônimo. A seguir é Binot encontro com o outro através da homem do Novo Mundo se tornou
Paulmier de Conneville que descreve linguagem simbólica do maravilhoso, objeto de conhecimento generalizado.
esse encontro paradisíaco. No deve sua plena divulgação, logo no Assim, o Brasil surge, dentro do
entanto, é pela mão de Américo início do século XVI, à primeira imaginário da Renascença, como uma
Vespúcio que as gentes brancas e coletânea moderna de viagens Paesi idéia ou invenção da busca das ilhas
nuas, bondosas e pacíficas, foram nuovamente retrovati e Novo Mondo paradisíacas posta em circulação pelas
apresentadas aos europeus curiosos da Alberico Vesputio Florentino utopias do Humanismo de Erasmo,
de relatos fantásticos. intitula to, organizada por Fracanzano Morus, Bacon e Montaigne, que
0 retrato edênico inicialmente da Montalboddo, 1507, que serviu de entrelaça o mito da terra da promissão
traçado foi sendo substituído pelas modelo às coleções de viagens que com o Éden e o Eldorado.
narrativas de Pero de Magalhães de surgiram a partir daí, como a de
Gândavo, Gabriel Soares de Sousa, Giovanni Battista Ramusio, de 1550-
Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim, 1559.
1. Carta de Pero Vaz de Caminha. descobrimento do Brasil escrita por Primeira edição do mais antigo 8. SCHMIDEL, Ulrich. Newe welt: das
1.1 In: CASAL, Padre Manuel Aires de. um dos integrantes da armada de documento francês sobre o Brasil. A ist warhafftige beschreibunge aller
Corografia brasilica, ou relação Cabral. O relato saiu anônimo e em viagem de Gonneville a Santa schonen historien von erfindung viler
histórico-geográfica do reino do Brasil. dialeto italiano, mas o autor é Catarina relata o primeiro encontro de unbekanten konigreichen,
Rio de janeiro: Imprensa Régia, 1817, português e, provavelmente, o franceses com índios americanos, landschafften insulen unnd stedten ....
págs. 12-34. escrivão João de Sá. precursor das narrativas de Thevet, Franckfurts: 1567. 1v. 9[6],
Léry, Abbeville e D'Evreux. 110,59,[1]f.; [4],exlii, [1]f.); 33cm.
1.2 In: DENIS, Ferdinand. Lettre de
4. SOUSA, Pero Lopes de. Diário da (foi.).
Pedro Vas de Caminha, sur Ia
navegação da armada que foi á Terra
découverte du Brésil. In: Journal des S & a M t l g t r furgct 6c Primeira edição do relato do
do Brazil em 1530 sob a capitania-mor nrffc jwníxlStsbftcccito?uppm
voyages. Paris: Verneur, 1821, págs. aventureiro alemão que percorreu a
de Martim Affonso de Souza. Lisboa: UwfctOTgífangwr id? go»fftH bin/ttW., ,„
157/189. rica/ire bnòtfòftflt tiflt «'.in t?. graí*» uff frr bacia do Rio da Prata e o Grande
t/CMÍxn(m 8 limai y^Kfw^sl-ji (lofla
1839, in-8.°. «II cjm wfiffí Xío gmam.
Chaco, entre 1534-1554. As
São as duas primeiras edições da
Primeira edição do Diário que relata o aventuras de Schmidel no Novo
Carta de Caminha, em português e
inicio da colonização do Brasil pela Mundo, entre o Brasil, Paraguai,
em francês. Principal documento
frota comandada por Martim Afonso Peru, Bolívia e Argentina, é um
sobre a estada da frota de Pedro
de Sousa. Este roteiro, escrito por testemunho direto e valioso dessa
Álvares Cabral na Terra de Santa Cruz,
Pero Lopes de Sousa, irmão mais novo região no século XVI.
também conhecida como a certidão
do comandante da armada, descreve
de descobrimento do Brasil porque
a viagem pela costa brasileira, a 9. KNIVET, Anthony. The admirable
contém dia, mês, ano e até as horas
fundação da primeira vila no Brasil, adventures and strange fortunes of
em que a região foi avistada e dela se
São Vicente, em 1532, o contacto master Anthony Knivet, which went
tomou posse.
com degredados e a expulsão de with master Thomas Cavendish in his
/ O viajante do século
a XIX - o naturalista em
particular - parece ter
encarnado o observador exemplar do
Brasil. Portador de um olhar civilizador
dirigido aos trópicos e capaz de
classificar e hierarquizar o que vê, o
naturalista estrangeiro inspirou parte
da elite local em sua tarefa de forjar
uma identidade para a Nação. Nas
artes, na literatura e na história não é
difícil perceber a presença do ponto de
vista do naturalista.
A história natural foi uma espécie
de guia a orientar as idas e vindas dos
viajantes pelo território brasileiro. Seu
objeto consistia na descrição dos
fenômenos naturais e de suas inter-
MAXIMIUAM ALEXANDER PHILIP, relações. Esse campo de saber incluía
Prinz Von Wied-Neuwied
também a antropologia, definida como
(1782-1867). Reise nach brasilien in der
jarhen 1815 bis 1817 ... Frankfurt: E. H. sendo a descrição dos costumes dos
Brõnner, 1820-1821. diferentes povos e da constituição
física das "raças" humanas.
I -2.V. 9, A i '
kWJÍ*^^
FREIRE ALEMÃO, Francisco. Carta da No século XIX, os viajantes- topografia, presença de animais,
viagem que fiz do Crato ao Exu. Jardim e naturalistas buscavam descrever a agricultura, doenças reinantes,
Barbalha. Crato: 15 fev. 1860 (nanquim).
realidade de forma global, seguindo a costumes dos habitantes, instituições
tradição romântica, cujo paradigma administrativas etc. Desse modo, a
são as viagens de Humboldt. Para história natural não pode ser
grande paite dos viajantes que vieram entendida como uma especialidade
ao Brasil, naturalistas ou não, desvinculada dos demais campos de
compreender o país significava buscar conhecimento. História, filosofia,
a unidade subjacente à aparente estética e antropologia concorrem para
diversidade dos animais, vegetais, dar coerência à totalidade dos
minerais e populações que fenômenos observados.
encontravam. Assim, um relato de
viagem podia incluir considerações
sobre a biogeografia, climas,
23
1. CHORIS, Louis de. Vues et
paysages des régions equinoxiales,
pouvant servir de suite au voyage
pítoresque autour du monde. Paris:
s.d. [ 1822] ile de ste. Catherine -
gravura.
curiosas e tipos exóticos. Outros desses viajantes não pode ser tomada
ancoram-se na prática taxinômica e como simples registro desse Brasil quase
organizam verdadeiros glossários de desconhecido. Documentam,
gentes, costumes e paisagens. I lá certamente, a vida brasileira do sécido
também os <pie pressentem a XIX, mas só por documentar, antes, as
necessidade de adaptar antigos mais variadas atitudes diante desse
esquemas plásticos, ou quando muito Mundo Novo, da aversão ao encanto, do
usa-los com certa parcimônia. E ainda espanto à fria descrição da diferença.
há os que decidem compartilhar com
esse mundo diverso a sua característica
mabordável, e nos apresentam obras
que arcam com a impossibilidade da
Grünwedel, C. Baie de Rio de Janeiro prise du
conversão do novo ao velho.
Morro do Castello. Litografia colorida e guache.
Embora extremamente
convencionada, a narrativa pictórica Rugendas, Johann Moritz. Escravo tatuado
- -
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A*
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vf-Z
V
fl
V
\ \
' ' \ • V.:;
Sm
\ I | 1 w
S \ (fWi J
/ ^ I 't /
/
1. LE CLERCQ, Joannus Henrikus 2. DEBRET, Jean-Baptiste (1768- 3, 4, 5. RUGENDAS, Johann Moritz VISTA DO RIO DE JANEIRO
YW w w
ENTRADA DA FAZENDA CONCEIÇÃO, A
Grafite
7. 8, ENDER, Thomas (1793-1875)
Artista italiano, Righini chega ao
ASPECTO TIRADO A BORDO DA FRAGATA
Recife, em 1856, como cenógrafo da
ÁUSTRIA EM SUA VIAGEM PARA o R i o DE
companhia de ópera de José
JANEIRO EM 9 / 4 / 1 8 1 7 , VENDO-SE ENTRE
Ramonda. Sua obra mostra paisagens
OUTROS PASSAGEIROS SPIX E MARTIUS.
de Pernambuco, Maranhão e,
1817.
sobretudo, de Belém do Pará,
Aquarela
marcadas pela destreza em articular
INTERIOR DA RESIDÊNCIA (QUARTO DE DORMIR) áreas de luz e sombra, equilibrando
DO B A R Ã O V O N HUGUEL NO RIO DE JANEIRO. detalhes descritivos e visão É p
Aquarela, 1817. panorâmica da paisagem.
29
30
9
1. BASTIDE, Roger. Brésil, terre des articuladores do Tratado de Versalhes 8. KIPLING, Rudyard. Brazilian
contrasts. Paris: Hachette, 1957. que deu fim à Segunda Guerra. Sketches.A presença de Kipling no
Clemenceau esteve no Brasil em Brasil. Rio de Janeiro: Record, 1977
Roger Bastide (1889-1974) chegou ao
1910, após uma viagem à Argentina.
Brasil em 1939. Foi professor de Primeiro inglês a ganhar o Prêmio
sociologia da Universidade de São Nobel de Literatura. Escritor, poeta e
Paulo. Permaneceu no país até 1954. 5. Gibson, Hugh. Rio. New York:
jornalista, se colocou a sen/iço da
Sua extensa obra representa um Doubleday, Doran & Co., 1937. mística do imperialismo inglês numa
marco na fundação da sociologia Entre 1933 e 1937, o norte-americano série de romances que têm por
nacional e abrange diversos títulos - Hugh Gibson foi embaixador dos cenário a índia. Esteve no Brasil em
entre livros, ensaios e resenhas -sobre Estados Unidos no Brasil. Ao final 1927.
a sociedade e a cultura brasileira. deste período, publicou nos Estados
Unidos um livro de impressões sobre a 9. LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes
2- Bell, Alured Gray. The Beautiful capital brasileira: Rio. Trata-se de um tropiques. Paris: Plon, 1955.
Rio de Janeiro. London: William relato detalhado e rico em descrições
Trata-se, provavelmente, do livro de
Heinemann, 1914. do Rio de Janeiro. Gibson conhecia a
viagem mais conhecido do Brasil
cidade com profundidade e
Viajante inglês que se interessou pela moderno. O antropólogo francês,
curiosidade pouco freqüentes neste
América do Sul, mais membro da missão universitária
tipo de obra.
especificamente, pela cidade do Rio francesa, foi professor da USP entre
de Janeiro. 0 livro é um registro 1935 e 1938. Tristes trópicos é um
6. Girondo, Oliverio. Veinte poemas relato de suas reflexões sobre as
importante para a construção de um
para ser leidos en el tranvía. In: Obra. expedições que realizou no pais
retrato pitoresco do Rio de Janeiro
Buenos Aires: Losada, 1966. (Mato Grosso e Amazonas).
do começo do século. Bell é muito
citado nos estudos sobre o Rio de Poeta argentino de vanguarda que
Janeiro desta época. Trata-se, esteve no Rio de Janeiro em 1920. 10. ZWEIG, Stefan. Brasil, pais do
fundamentalmente, de um texto de Pertenceu ao grupo Martin Fierro. futuro. Rio de Janeiro: Guanabara,
divulgação das maravilhas da capital Escreveu, em 1924, o manifesto de 1941.
do Brasil. propagação nacional da revista Martin
Polêmica obra de um dos maiores
Fierro. Em seus poemas, há elementos
autores de íingua alemã do período
3. BISHOP, Elizabeth. Brazil. Time- dadaistas e surrealistas. Obras: Veinte
entreguerra. A visão positiva presente
Life. México: Offset, 1962. poemas para ser leidos en el tranvía,
em Brasil, país do futuro foi
Espantapájaros, Interlunio, En Ia
Durante os quase 20 anos em que contestada dramaticamente por sua
masmédula.
esteve no Brasil, a poetisa norte- morte trágica. Atordoado pelos
americana Elizabeth Bishop (1911- acontecimentos políticos da época,
7. PASSOS, John dos. Brasil on the Zweig suicidou-se em 1942, quando
1979) escreveu numerosos poemas
Move. New York: Paragon House, se encontrava exilado no Brasil.
dedicados ao pais e ao tema da
1991 (1963).
viagem. 0 livro de viagem, Brazil,
reúne reportagens realizadas para a Conhecido romancista norte-
revista Time-life. americano. Famoso pela trilogia
anticapitalista USA. Visitou o pais
4. Clemenceau, Georges. Notes de várias vezes, entre 1948 e 1968,
voyage: dans 1'Amérique du Sud. como repórter da revista Life. deixou
Paris: Unesco, 1991. um testemunho entusiasta, mas
também critico, de um período
Importante político e jornalista
otimista do Brasil.
francês, cuja atuação foi fundamental
para a vitória dos aliados na Primeira
Guerra. Foi também um dos
II ^r A Igreja no Brasil Colonial
A Companhia de Jesus
Luiz Felipe Baeta Neves
Original. Manuscrito. 226 f. Antônio Andreoni). Cultura e Manuscrito guarani da Biblioteca notas). Cartas jesuiticas (De Nóbrega
São cerca de 70 cartas. Anchieta, Opulência do Brazil por suas drogas e Nacional do Rio de Janeiro, sobre a a Vieira).São Paulo: Nacional, 1940.
Nóbrega, Blásquez, Luís de Gran são primitiva catechese dos Índios das Cartas dispostas cronologicamente
minas, (...) Lisboa: na Officina Real
alguns dos principais missivistas. Estão missões. Rio de Janeiro: typ. G. pelo autor, onde cada padre de
Deslandiana, 1711.
hoje todas publicadas. N° 7 do Leuzinger e Filhos, 1879, v. VI. Nóbrega a Vieira, "do primeiro
Este famoso livro de Antonil, quase estadista missionário ao primeiro
Catálogo de cimélios. N° 58 do
tornado inacessível pela perseguição escritor do Brasil", enuncia um
Catálogo de pergaminhos iluminados. Esta obra que se oferece aos
colonial, guarda grandes méritos pela pouco da história dessa terra, em
N° 9.112 do CEHB. pesquisadores é um estudo
abundância e riqueza das informações uma seqüência de memória, história
sistemático sobre a "Língua Geral do
São cartas que foram escritas do Brasil que contém. Esta obra preciosa e conquista espiritual.
Brasil". A obra divide-se em três
pelos missionários, dirigidas á Casa de constitui um importante repositário
partes. A primeira contém a descrição
São Roque de Lisboa, residência dos sobre a vida econômica do Brasil em 11. Cópia de vnas cartas de
das obras impressas sobre a língua. A
jesuítas, e logo passadas para o livro princípios do século XVIII.
segunda reúne as noções gramaticais, algunos padres y hermanos dela
de registro. vocabulário e fragmentos da língua, Compania de Jesus que escrivieron
5. CARDIM, Fernão. Tratados da que estão dispersas em várias dela índia, lapon, y Brasil a los
2. VIEIRA, Antônio. Advertências Terra e gente do Brasil. Rio de Janeiro: coleções, obras de viajantes e outros padres y hermanos dela misma
para alguns cazos que podem J. Leite e Cia., 1925. autores. Na terceira parte, encontra-se compania / en Portugal
succeder acerca do cativeiro dos a resenha dos manuscritos relativos à transladadas de portugueses en
Esta obra precursora da nossa história
índios do Maranhão. Caza do Pará 29 língua.
retrata, pela narrativa de Cardim, o castellano ...[S.l.]: Por loan Aluarez,
de Septembro de 1655.
imaginário missionário relativo às 13 deziember [sic] 1555.[33]f.; 31cm.
Neste manuscrito Vieira escreve ao rei terras e gentes do Brasil primitivo. 8. VASCONCELOS, Simão de. (4to)
.o n,
Irmandades e Ordens Religiosas
Riolando Azzi
.'•*. y w.í
Penitência. ordens religiosas no movimento tISBO
»1 ornem» DAAUU5I
OCCJ.CDIIRD EGNC.'
A1X T.A"ROTf
L CCAÒ
Cl».-Aí",/„,»,.. ,-tffmim.
membros dessas ordens exerceram uma participação expressiva no
importante papel supletivo aos desenvolvimento científico do país.
encargos paroquiais confiados ao Essa nova perspectiva cultural abriu
clero diocesano, sobretudo em espaço para uma presença mais ativa
1. Constituições primeiras do Catarina Alves Paraguaçu, e das
arcebispado da Bahia. Coimbra: No terras circunvizinhas, e o mais que
Real Collegio das Artes da Companhia 1,1 ' CÔNSTITUIÇOfeN^ H
,V^ PRIME YR AS
nela constará, a qual doação foi
de Jesus, 1720. feita na era de 1586 (16 de julho)
As Constituições primeiras do
Traslado de doação da igreja de Nossa J . ARCEBISPADO DA BAHIA
arcebispado da Bahia, publicadas em
Senhora da Graça, construída por ^ Feytas , & ordenadas
1707, constituem a primeira legislação PELO 1LLUSTRISS1M0, B REVERENDISSIMO SENHOR
Catarina Paraguaçu, esposa de
eclesiástica do Brasil, regulamentando j D.SEBASTÍAÕ M O N T E Y R O
a situação das ordens e irmandades Caramuru, para os beneditinos, a fim DA VIDE, |
Arccbiíjpo do dito Arcebifpado , 8c do Confelho .
religiosas. de exercerem o culto litúrgico. dc Sua Mageftadc,
PROPOSTAS, E ACEITAS
EM O STXODO BIECESANO, 0 D/TO SENHOR
Franciscanos: celebrou em 12. deJunho do amo dc i 7 0 7 .
2. O triunfo Eucarístico. Lisboa
Occidental: Na Officina de Musica, 6. JABOATÃO, Antônio de Santa
Franceses e portugueses representou um tios maiores sucessos e na submissão forçada dos nativos da
na disputa colonial militares dos portugueses no século terra. Além disso, a disputa colonial
XVI. No Maranhão, no início do serviu para legitimar os mecanismos
Franceses e século XVII, o empreendimento da de controle social da vida dos colonos,
portugueses forain França Equinocial, amparada pela recorrendo à perseguição religiosa
rivais na colonização colaboração espiritual dos frades através da Inquisição.
da América. Os navegantes da França capuchinhos, antecipava o período das
LES S [N
foram os agentes mais importantes da companhias monopolistas coloniais.
defesa da liberdade dos mares. Desse No início do século XVIII, o fracasso
modo, contestaram a pretensão ibérica da expedição de Duclerc de ataque à
de exclusividade dos mares, expressa cidade do Rio de Janeiro, seguida pelo
no Tratado de Tordesilhas de 14(H. A sucesso da tomada da cidade em
partir disso, o quadro internacional da 1711, sob o comando de Duguay-
disputa colonial constituiu-se em um Trouin, representa o período do corso
dos pilares do desenvolvimento do baseado no saque e no butim.
colonialismo. Finalmente, os Tratados de Paz de
No contexto da disputa dos IJtrecht encerrariam a era da disputa
mares, os franceses estabeleceram a de terras, demarcando as fronteiras
colônia da França Antártica, na baía continentais dos impérios coloniais.
de Guanabara, em meados do século O medo dos franceses serviu
XVI, com base na permuta de como justificativa para que o domínio
produtos com os nativos da terra. A colonial português na América se
vitória na batalha de 1560 afirmasse com base 110 aparato militar
3
1- DENIS, Ferdinand. Une fête correspondência do comandante advenus en Maragnan, és années de Janeiro, que resultou no
bresilienne celebrée à Rouen en 1550. Villegagnon. 1613 & 1614, Second Traité. Paris, pagamento de um resgate pesado
Paris, J. Technes, 1850. Imprimerie de François Huby, 1615.] para os habitantes da cidade.
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Quando se trata de Tais ensaios materializaram-se com
abordar os laços entre o reconhecimento de Felipe II como rei
o Brasil e a Espanha, de Portugal, em 1581, representando a
há que se considerar o conjunto de posse do espólio deixado por d. Manuel,
transcenclentes circunstâncias seu avô materno, ao legítimo herdeiro
originadas na raia de largada da da Coroa lusa. Portugal e suas colônias
expansão ultramarina pela disputa das foram inseridas no sistema de governo
'"ias Afortunadas entre os Reinos polissinodal, através do qual a Espanha
Ibéricos. Pelo Tratado de Alcaçovas, gerenciava os destinos do seu vasto
ein 1479, as Canárias ficariam unidas território, tendo o Brasil papel de
a
Castela, enquanto os desconhecidos destaque no conjunto americano e no
territórios e rotas marítimas situadas contexto econômico euro-africano.
ao sul delas seriam de Portugal. Tal A emergente Colônia situada no
Pacto desdobrou-se no Tratado de flanco Atlântico representava o escudo
lordesilhas, em 1494, quando o Brasil natural para frear as investidas
recebeu a sua primitiva configuração inimigas sobre as ricas possessões de
na "genética" do Novo Mundo. Desse Castela no Novo Mundo. No entanto,
acordo não pactuaram os demais o mesmo escudo movia-se contra tais
filhos de Adão", contra os quais territórios, desde a zona platina até a
ainda pesavam os ensaios promovidos amazônica, cujo avanço seria freado
por ambas as coroas visando unir a face aos vários tratados de limites que
Península para triunfar no cenário alteraram o perfil das atuais nações
europeu e mediterrâneo. sul-americanas.
a) Do descobrimento ao governo dos impressões a respeito desta parte do sessenta anos de governo filipino no espanhola no processo de
Felipes Novo Mundo. Brasil. reconhecimento da independência
1. PINZÓN, Vicente Yanez. lusa, concluído em 1668.
Inquirição de testemunhas que foram b) 0 Brasil sob o governo espanhol: 7. ALBERNAZ, João Teixeira. Planta
com Vicente Yanes Pinzon e 1580-1640 da Restituição da Bahia. Século XVII. 10. MELHOR. Marqueses de
descobriram a ponta de Santa Cruz e 4. Capitanias dei govierno dei original Castelo. Códice da Coleção
Santo Agostinho. Cópia literal das Brasil. Descrição anônima, em Marqueses de Castelo Melhor.
Albernaz foi além da representação
perguntas sexta e sétima. espanhol, início do séc. XVII.
do sistema de ataque conjunto que Dentre as várias coleções da Biblioteca
Esta capitulação concedida por Nas raras descrições do gênero, esse restaurou Salvador dos holandeses em Nacional esta é a mais significativa
Fernando e Isabel é o primeiro manuscrito é pouco conhecido. No 1625. Sua planta é um raro para o exame da gestão filipina no
contrato para o governo do Brasil. acervo da Biblioteca Nacional destaca- documento da cidade ao tempo dos Brasil. E formada por documentação
Resultou da expedição de Pinzón que se por conter curiosos registros em Felipes, com suas igrejas, o palácio de original, na maior parte inexistente
descobriu terras situadas no atual castelhano, a respeito da divisão governo, as fortificações, o colégio e em Portugal e na Espanha. Além de
Ceará, em janeiro de 1500, quando se administrativa do Brasil sob o governo a olaria dos jesuítas, suas hortas, guardar manuscritos ou impressos
desconhecia que pertenciam a da Espanha. praças, ruas, casarios e as antigas que testemunham o empenho dos
Portugal pelo Tratado de 1494. portas que davam acesso à cidade. marqueses de Castelo Melhor para
5. MORENO, Diogo de Campos. recolher documentos em prol da
2. VACA, Alvar Nunez Cabeza de Jornada do Maranhão por ordem de 8. MARTINEZ, Francisco. Relación de restauração portuguesa, encerra
La relación y comentários dei 5. Majestade feita Felipe III no ano de Ia vitoria que alcanzaron Ias armas muitos outros de particular interesse
governador Alvar Nuhez Cabeza de 1614, por Diogo de Campos Moreno. Católicas en Ia Baia de Todos os para a Espanha a partir do final dos
Vaca, de Io acaescido en Ias dos Santos, contra Olandeses, que fueron Reis Católicos.
A empresa de Campos Moreno visava
jornadas que hizo a Ias índias. a sitiar aquella Plaça... Impressa com
reconhecer o norte do Brasil para
Valladolid, 1555. licença do Real Consejo de Castilla, 11. MASCARENHAS, Fernando,
salvaguardar por vias indiretas as
em Madrid: 1638. conde da Torre. Relação do subcesso
A obra de Cabeça de Vaca constitui riquezas do Alto Peru, principalmente,
que tewe no Brazil a Armada que S.
um dos primeiros relatos de viagem ao alcance dos franceses estabelecidos Este exemplar da Biblioteca Nacional
Magde. Mandou a cargo de Dom
no Brasil, reconstituindo a expedição em São Luís entre 1612 e 1615. destaca-se por ter sido impresso em
Fernando Maz Conde da Torre no anno
iniciada em Santa Catarina em 1541, Agregando-se a outros relatos Madri, com a autorização dos
de 1638 eloqo q chegou aquelle
rumo ao Paraguai, contendo a semelhantes depositados na Biblioteca Conselhos de Castela e de Estado de
estado pollos principios do anno de
primeira descrição sobre a hidrografia Nacional é peça fundamental para o Portugal e no mesmo ano em que a
639. [S.I., não antes de jan. 1639], 7 p.
e relevo da região do Pantanal. A exame da contribuição filipina no relação foi apresentada. Tais
mss. Original.
Biblioteca Nacional possui um dos processo de ocupação do extremo particularidades conferem outro valor
raros exemplares impressos em norte do Brasil. a obra, pois indicam a campanha Ao lado dos demais registros
Valladolid, em 1555, dessa que é a espanhola para promover as ações de manuscritos, impressos e iconográficos
obra mais antiga sobre a Flórida e o 6. OLIVEIRA, Diego Luis de. Felipe IV em defesa do Brasil, face aos que integram o conjunto da brasiliana
Rio da Prata. Provision dei Virrey dei Brasil D.' indícios de rejeição lusa ao domínio na Biblioteca Nacional, este relato
Diego Luis de Oliveira en que manda da Espanha. sobre a armada combinada para
3. APIANO, Pedro. "Libro dela hacer información de los danos que restaurar o nordeste forma o mais
Cosmographia de Pedro Apiano, el los Portugueses hacian en Ias 9. COELHO, Duarte Albuquerque. completo acervo sobre a resistência
qual trata Ia descripción dei Reducciones de índios, fecha en 4 Memórias Diarias de Ia guerra dei luso-espanhola contra a presença
mundo...". Envers: en Casa de deciembre de 1629. original Brasil por discurso de neve anos... holandesa no Brasil.
Gregório Bontio, 1548. Impresso em Madri, por Diego Dias de
Estando sob o mesmo cetro, ainda
Ia Carrera, 1654. c) A expansão geográfica do Brasil na
Esta Cosmografia traduzida para o que se tentassem coibir as investidas
Bacia do Prata
castelhano em 1548, ainda que desferidas desde o Brasil às reduções As memórias oferecidas a Felipe IV
12. Disposiciones dei Gobernador
apresente noticias incompletas sobre indígenas, segundo documentam foram impressas em Madri, em 1654,
de Buenos Aires contra los
o Brasil, destaca-se por ter sido vários manuscritos da Biblioteca após a restauração de Portugal. Mais
portugueses que estan en Ia
elaborada antes de 1524, ano em que Nacional, era impossível deter o que um mero relato de guerra, esta
Colonia. 1680
veio ã luz a primeira edição escrita em oportunista avanço português sobre o rara publicação revela o papel do
original
latim e quando eram raras as vagas território espanhol durante os Brasil como instrumento da relutância
Não há episódio mais trágico em d) Do Tratado de Madri ao de Santo
nossa história militar do que o dessa lldefonso
colônia. As palavras de Américo 15. Respuestas a Ia memória que
Jacobina Lacombe encerram a presentó en 15 de Enero de 1776
importância desse manuscrito sobre a el Exmo Senor. Don Francisco
reação espanhola frente ao antigo e Inoncencio de Sousa Coutiho" ...
persistente propósito luso de estender relativa á Ia negociacion entablada
o sul do Brasil até o estuário do Prata. para tratar dei arreglo y
sehalamiento de Limites de Ias
13. Manifesto legal, cosmografico, Possessiones Espaholas y
y histórico, en defesa dei derecho Portuguesas en América
de Ia Magestad Católica dei muy Meridional.
Soberano rey de Ias Espahas Don
Carlos Segundo .... para decision Este manuscrito é peça fundamental
Desde o início do século direção aos Países Baixos. A Biblioteca Maurício de Nassau-Siegen, esteve no
XVÜ os holandeses Nacional possui uma mostra Brasil a primeira missão propriamente
faziam incursões à costa significativa deste material. científica. Uma das marcas da
americana. Dessas viagens resultaram E curioso notar que a coleta de administração nassoviana foi a
descrições dos vários lugares visitados. informações sobre o Brasil não se construção da Cidade Maurícia
A fundação da Companhia das índias, limitou às estratégias militares e à (Mauritstadt) para sede do governo
em 1621, aumentou ainda mais a produção açucareira. Em 1624, mesmo batavo no Brasil. Dentro dos limites da
curiosidade sobre o continente ano da malograda tentativa de ocupar a cidade, mais precisamente ao redor do
americano. Cidade de São Salvador, foi publicado palácio Vrijburg, residência do conde,
O Brasil aparece com destaque nos nos Países Baixos o Reys boeck van het existiu um jardim que reunia espécies
escritos neerlandeses. Folhetos, mapas e rijk Brasilien, Rio de Ia Plata ende da fauna e du flora do Brasil e de
roteiros deixam transparecer os motivos Magalhaes, daer in te sien is de outras regiões dominadas pelos
que direcionaram os colonizadores gheleghentheyt van hare landen ende neerlandeses. O jardim atesta para o
batavos para a região dominada pelos steden liaren (Diário de viagem e interesse na realização de estudos
portugueses, mais precisamente as descrição t/as riquezas do Brasil, Rio minuciosos sobre a natureza americana,
Capitanias da Bahia e Pernambuco. O da Prata e Magalhães, onde se registra o que pode ser comprovado pelo
interesse no comércio do açúcar e a a situação dos países e cidades, bem belíssimo livro Historia Naturalis
guerra contra o império espanhol como dos usos e costumes). Este Brasiliae (1(>48), de Guilherme Piso e
figuram entre as principais justificativas folheto, hoje guardado pela Biblioteca Jorge Marcgrave. Este momento do
para o ataque. O açúcar brasileiro, Nacional, é fonte preciosa para estudos Brasil holandês foi registrado dentro do
tirado do rei de Espanha, seria mais históricos e etnográficos. estilo literário do século XV'11 por
uma fonte para suprir os gastos da Entre os anos de 1637/644, Gaspar Barléus no seu Rerum per
guerra contra o avanço espanhol em período do governo do conde João octenium in Brasília, de 1 (>47.
1. CALADO, Manuel. O Valeroso Espanha). T'Amsterdam, C. Nassau-Siegen o material necessário
Lucideno e triunpho da liberdade: Lodewijsksz, 1624. para escrever este livro enaltecendo os
primeira parte. Lisboa: 1648. feitos do conde durante o seu
Panfleto publicado a partir de um
governo no Brasil. Além dos mapas
Calado pertenceu a Ordem dos Padres discurso feito por Moerbeeck, aos
das capitanias conquistadas pelos
de São Paulo e foi defensor da Estados-Gerais dos Países Baixos
neerlandeses desenhados por Jorge
retomada do trono português pela Unidos, em defesa da expansão
Marcgrave, esta obra reúne belíssimos
Casa de Bragança. Viveu no Recife neerlandesa para o Atlântico. Neste
quadros feitos por Frans Post.
durante o governo do conde João texto encontram-se as razões politicas
Maurício de Nassau-Siegen. Escreveu e econômicas que sustentam a
8. BLAEU, Willem Janszoon, Novus
este livro em homenagem a João investida da Companhia das índias
Brasiliae typus, Amsterdam.
Fernandes Vieira, herói da expulsão Ocidentais contra Pernambuco e
dos neerlandeses do nordeste. Esta Bahia. Nesta carta podem ser vistas cenas da
obra é de grande valor para observar vida indígena, como um ritual de
a situação dos portugueses que 4. NIEUHOF, Johan. Gedenkwaerdige canibalismo e animais que
permaneceram na região dominada zee em lantreizen door de representam a natureza americana.
pelos batavos. voornaemste landschappen van West
en Oostindien. (Memorável viagem 9. BLAEU, Joan Brasília generís
marítima e terrestre às índias 5 nobilitate armorum et lettterarum
2. LA ET, Johannes. Beschrijvinghe
van West-lndien. (Novo Mundo, sua Ocidentais e Orientais). T'Amsterdam, scientia prestantmo.
6. Reys boeck van het rijk
descrição). Tot Leyden, bij Elzeviers, 1682.
Brasilien, Rio de la Plata ende Situada em Amsterdam, a oficina
1630.
Soldado da Companhia, esteve no Magalhaes, daer in te sien is de Blaeu transformou-se no principal
Johannes de Laet, diretor da Brasil de 1640 até 1649. Os assuntos gheleghentheyt van hare landen centro da edição cartográfica durante
Companhia das índias Ocidentais pela deste livro são variados, desde a ende steden haren... (Diário de o século XVII. Nesta carta, a costa
câmara de Amsterdam. Foi nesta obra administração de Nassau até os viagem das riquezas do Brasil, Rio da brasileira aparece toda demarcada.
que pela primeira vez este intelectual motivos da revolta dos portugueses Prata e Magalhães, onde se registra a Como instrumento politico
de renome das Províncias Unidas fez contra o governo neerlandês. situação dos países e cidades, bem importante, os mapas são mais um
referência ao Brasil, que ocupa parte como dos usos e costumes). Canin, mecanismo de tentativa de tomar
significativa do texto. É uma 5. PISO, Willem & MARCGRAVIUS, 1624. posse do território.
referência importante para os estudos Georgius. Historia naturalis Brasiliae.
Contemporâneo ao ataque à cidade
da natureza, da geografia, da história (História Natural do Brasil). Lud., 10. T'Neemen van de suyker
de Salvador, este panfleto descreve a
e dos costumes dos povos Elzevirium, 1648. prysen inde Bay de Todos los
costa do continente americano desde
americanos. Laet é também autor da Santos, 1629. (Tomada e apreensão
Este livro foi resultado dos trabalhos Magalhães até o Maranhão,
História ou Anais da privilegiada de um carregamento de açúcar na
da primeira missão propriamente realçando as principais cidades, portos
Companhia das índias Ocidentais, Bahia de Todos os Santos).
científica ao Brasil. Além das e fortificações. As gravuras que
desde a sua fundação até o ano de
informações sobra a fauna, a flora e acompanham o texto são de grande Os mapas também contam uma
1636, uma das principais fontes para
os habitantes naturais da terra, esta valor para as observações históricas e história. A Bahia de Todos os Santos
o estudo dos primeiros anos do
obra apresenta um estudo importante etnográficas. aparece como palco das guerras entre
dominio batavo na América.
das doenças tropicais e os os espanhóis e os neerlandeses.
tratamentos então conhecidos. Este 7. BARLAEUS, IGaspar, Rerum per
3. MOERBEECK, Jan Andries
livro permaneceu até o século XIX octenium in Brasília (História dos
Redenen Vvaeromme de West-
como uma das principais referências feitos recentemente praticados no
Indische Compagnie dient te
para os estudos de história natural do Brasil durante oito anos). Amsterdam:
trachtgen het Landt van Brasil ia den
Brasil. Ex typographeio loannis Blaev, 1647.
Coninck van Spangien te
ontmachtgen. (Razões por que a Ilustre humanista e poeta que escrevia
Companhia das índias Ocidentais deve na língua latina, Barlaeus recebeu das
tomar as terras do Brasil do rei de mãos do conde João Maurício de
5 S
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VJJ<J,( Van \ overgaen van
KIEUW-NEDERLANDT
op den 27. ojugujli, Qude-Stijl\ aJnno 1664-
j | Y m o n G i l d e v a n R a r o p , S c h i p p e r o p ' t S c h i p d e G i d e o n , k o m e n d e v a n d e M e n a t e s , o f N i e u w - A m í t e r d a m i n N i E U vi
IJJfioainAND
„ T* ,, rr aa pp pp oo rr tt ee eerrtt ddaat t N i E U W - N E D E R L A N D T , m e t a c c o o r t , f o n d e r e e n i g h e t e g e n w e e r , dcn 8.Septembt
Nl
e u \ v e - S t i j l , a e n d e E n g e l í ê n is o v e r g e g e v e n ^ o p C o n d i t i e n ais v o l g h t :
ípc '
ujíumbifio òa a i i ^ r u c í ã o _
j ^ a r a n c i \ i v l n \ r o iicorçtífirçkMjto n v u j t a u o t 1 r.
nVi òa j u s t i ç a £ i n t e r i o r e s l a v r a r o prtMijte uría
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Íi4ioil\\\\ [T]aCÍOV:v\f
t o u t rta o u t rqa quu í èj u j, l m i í í n l í f t ^ ^ " » ^
Personagem central
de capítulos da maior
importância para a
I listória do Brasil, d. João VI não tem
sido objeto considerável da
historiografia brasileira
contemporânea. O estudo clássico de
Oliveira Lima, publicado pela primeira para outros tinha uma visão de para a emancipação política. A coleção
vez em 1()()8, mereceu uma segunda estadista. Teria sido o agente de manuscritos da Biblioteca Nacional
edição apenas em 1944. Resguardado fundamental de uma inteligente pode, sem dúvida alguma, colaborar na
todo mérito desta obra, de tão grande manobra política que vibrara forte produção de novos conhecimentos,
fôlego, restam muitas questões golpe à hegemonia napoleônica, e que sobretudo com respeito aos esforços do
colocadas por revisões recentes da resguardara a Coroa Portuguesa das monarca na propulsão de novas
historiografia sobre o antigo sistema humilhações sofridas por outras atividades manufatureiras e comerciais,
colonial, a dinâmica intenta da colônia monarquias européias. Aléin disso, como também sobre suas intervenções
e a transição para a independência. Se garantira a integridade do território 11a administração e na adequação
existe uma concordância de todos os ultramarino português, mantendo-se urbana do Rio de janeiro às novas
autores, que se basearam no 11a plenitude de seus direitos, com a necessidades ditadas pela condição de
depoimento daqueles que o trasladação da Côrte. As sede do Reino Unido.
conheceram de perto, com relação à transformações políticas e econômicas
sua bondade e afabilidade, todo resto é ocorridas 110 Brasil de então, onde as
BERTICHEN, Pedro Godofredo.
controvérsia. Para uns era inteiramente marcas «los grilhões coloniais eram O Brasil pitoresco e monumental.
despreparado para governar, e covarde; muito visíveis, prepararam o terreno A Praça do Comércio.
M A N U S C R I T O S RELATIVOS A O 3. Carta Régia ao príncipe regente esperar, com esta disposição, ao processo ou devassa original
PRÍNCIPE REGENTE E REI DE D. João, dirigida a Pedro Maria restabelecer-se do estado contra os insurgentes de 1817. São
PORTUGAL D. J O Ã O VI ( 1 7 6 7 - 1 8 2 6 ) Xavier de Ataide e Melo, decadente em que se encontra. mencionados os nomes de: José Luís
governador de Minas Gerais, Paranaguá (1812). da Rocha, Francisco de Paula de
Carta de d. João príncipe ordenando que forme um corpo Acompanham representação das Albuquerque Maranhão, Bernardo
regente, estabelecendo na cidade de soldados pedestres para lutar autoridades de Paranaguá ao Senado Luís Ferreira Portugal, Antônio
do Rio de Janeiro uma Academia contra os índios botocudos. Rio de solicitando levar ao conhecimento de Joaquim de Melo, José Mariano de
Real Militar, dando-lhe os Janeiro, 13/maio/1808 S.A.R. com a respectiva informação o Albuquerque, José de Barros Falcão,
respectivos estatutos e criando Impresso. 8 p. ofício da Câmara Municipal da citada Francisco Xavier Monteiro de Franca,
Uma
Í u n t a militar para dirigi-la. Rio A carta tem anotações manuscritas à vila e certidão passada por Luís João VI, Alexandre Dias de Carvalho,
de Janeiro, 21 dez. 1810. Cópia. 78p. margem. Col. Martins Ignácio de Oliveira Cercai relativa à o conde da Barca e outros.
Seguem-se: "Estatutos da Escola entrada da farinha de mandioca na
Militar. 1845", "Regulamento interno. Os botocudos induiam-se entre os referida localidade. 6.3 "Petição do frei Joaquim do
1848", "Fórmula do diploma de selvagens bravios vítimas de guerras
Amor Divino Rabelo e Caneca e de
Bacharel" e um projeto de novos de extermínios. Neste aspecto o A presença do rei no Rio de Janeiro
frei José Maria do Sacramento
estatutos para a Escola Militar. governo de d. João VI não trouxe estimulou o caráter reivindicatório de
Braine S.M.d. João VI suplicando
alterações registrãveis. certos grupos locais ou regionais que
que 'sejão soltos sem mais
A transferência da sede do reino e a se sentiam preteridos em relação a
delongas, declarando deverem ser
instalação da corte para o Rio de 4. Carta de d. João, príncipe outros.
Janeiro exigiram a promoção de uma incluídos no mencionado Decreto
regente, ao conde da Ponte,
série de iniciativas visando à criação de 6 de fevereiro de 1818." S I. n.d.
admitindo nas alfândegas do Brasil 6.1 "Documentos relativos à
de equipamentos sociais necessários à Inclusa: "Defeza dos Padres Fr.
toda e qualquer mercadoria Revolução de Pernambuco,
boa administração e â segurança do Joaquim d Amor Divino e Fr. José
estrangeira, ao mesmo tempo que Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio
reino
- Tal foi o caso da Academia Real Maria do Sacramento Braine."
permitia a exportação de produtos Grande do Norte de 1817."
Militar.
da terra à exceção do pau-brasil, Pernambuco, 1812/1818. Aos descontentamentos ligados à
para os países que se conservaram 254 doe. originais e cópias. 680p. crise da economia açucareira vão-se
2. Representação dos chineses em paz com a Coroa Portuguesa. formatos diversos. juntando: o ideário da Revolução
domiciliados no Rio de Janeiro e Bahia, 28/01/1808 Valiosa coleção contendo avultado Francesa, o modelo da Independência
s
eu distrito pedindo a S. M. Original, com a assinatura do Príncipe número de documentos e papéis per- dos Estados Unidos, os ônus da
nomeasse a seu compatriota Regente. 2 fls. tencentes ao processo ou devassa tributação e sobretudo os efeitos de
Domingos Manuel Antônio para Conhecida geralmente como "Carta original contra os revoltosos de 1817. uma grande seca que criaram um
servir-lhes de intérprete. Rio de São citados os seguintes nomes: d. clima favorável para chamada
de abertura dos portos"
Janeiro, 6/set/1819. João VI, José Pereira de Lima Gondim, Revolução Pernambucana de 1817.
2 doe originais 3p. formatos diversos Ainda na Bahia d. João, abriu os Antônio Ferreira de Albuquerque Apesar da ampliada configuração
assinaturas em caracteres chineses e portos do Brasil às Nações Amigas, Melo, João Francisco Fernandes, social do movimento, o mesmo foi
latinos pondo fim ao exclusivo comercial Francisco Xavier Monteiro de Franca, facilmente reprimido. Os condenados
ditado pelo pacto colonial, que Francisco de Assis Pereira da Rocha e foram anistiados, por decreto, na
O. João VI preocupou-se com vigorava há três séculos e atingindo o outros. ocasião da aclamação de D. João VI,
alternativas ao trabalho escravo bloqueio decretado pela França à
com exceção dos freis Joaquim
africano. Além da introdução de Inglaterra.
6.2 "Documentos relativos à d'Amor Divino - Frei Caneca, e o frei
colonos SUÍÇOS em Nova Friburgo,
facilitou a instalação de súditos de revolução de Pernambuco, José Maria do Sacramento que
5. Ofício da Câmara Municipal de solicitam a inclusão de seus nomes
outras partes do reino, como os Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio
Paranaguá a S.A.R. lembrando a naquele decreto.
chineses. Grande do Norte de 1817."
representação que fizera em 6 de
Pernambuco, 1817/1818.
julho de 1811 pedindo para a sua
216 doe. originais e cópias. 845p.
comarca um governador distinto
formatos diversos.
do de São Paulo, constituindo-a
Valiosa coleção contendo avultado
em nova província e declarando
número de documentos e papéis
pertencentes na sua quase totalidade
7. Decreto de 22 de abril de 1821, Vigésimo sétimo rei de Portugal, d. 10. Manuel de Oliveira Lima. D.
pelo qual d. João VI nomeia seu João VI foi o único monarca europeu João VI no Brasil (1809-1821). Rio de
filho, d. Pedro de Alcântara para aclamado na América. As grandes Janeiro: Jornal do Comércio, 1908.
regente, e seu lugar-tenente no festividades do Rio de Janeiro Estudo clássico e fundamental sobre
Brasil, tendo incluso as instruções destacaram-se mas em todas as d. João VI no Brasil, em três volumes.
a que se refere o decreto. Rio de províncias, sob diferentes formas, Publicado pela primeira vez em 1908
Janeiro, 22 de abril de 1821. ocorreram manifestações somente reeditado em 1945 na
comemorativas. coleção "Documentos Brasileiros"
Retomando a Portugal sob a pressão
pela Editora José Olympio e,
das cortes de Lisboa d. João VI
9. Retorno de d. JoãoVI a Portugal: recentemente pela Topbooks Editora,
nomeou para regente, em seu lugar-
9.1 D. João VI, rei de Portugal 1996.
tenente no Brasil, o herdeiro da Coroa
(1767-1826). Carta anônima dirigida
Portuguesa, seu filho d. Pedro de 11. Memorável aclamação do
a d. João VI, mostrando-lhe os
Alcântara. senhor D. João VI. Litogravura
inconvenientes do seu regresso ao
atribuída a Hyppolite Taunay.
reino. S.l. s.d. Original. 5p.
8.1. D. João VI, rei de Portugal
Carta anônima e sem data
(1767-1826) - aclamação Oficio do
Col. Aug. de Lima
governador da capitania de São
Paulo, conde da Palma, ao
9.2 D. João VI, rei de Portugal
marquês de Aguiar com a
(1767-1826) Proposta autografada
afirmação de que será
sobre o regresso da corte para
grandemente festejado nesta
Portugal e providências
capitania o dia 6 de abril, quando
convenientes para prevenir a
haverá a cerimônia da aclamação
revolução e tomar a iniciativa na
de S. M. D. João VI. São Paulo,
reforma política. Pelo conselheiro
10/jan/1817. Original. 2 p. N° 169 Cat
Silvestre Pinheiro Ferreira. Original
Mss São Paulo
com a assign. Autogr. Do auctor. In-
8.2 D. João VI, rei de Portugal fol. 3ff.
(1767-1826) - aclamação Discurso N° 6.705 do Cat. Exp. De Hist. Do
na Felicíssima Aclamação de Brasil
Augustíssimo Senhor D. João Sexto N° 999 do extrato
Rei Fidelissimo do Reino Unido de
Portugal, Brasil e Algarves. Recitado 9.3 D. João VI, rei de Portugal
na presença do limo e Exmo Senhor (1767-1826) Representações
Fernando Delgado Freire de dirigidas a d. João VI, pedindo a sua
Castilho, governador e capitão permanência no Brasil, pela Câmara
general da Capitania de Goiás, Municipal da Corte, Negociantes
assistindo todas as autoridades e Proprietários, Corporação dos
nobreza na sala do docel de Vila Ouríveis e Habitantes do Rio de
Boa a 6 de abril de 1817. Janeiro. Rio de Janeiro, março/1821
Original ? sem nome de autor. 6 f. n- 8 does. originais. 61 p. formatos
num. 1.Castilho, Fernando Delgado diversos.
Freire de. 2.Goiás (Capitania) -
O retorno de d. João VI a Portugal
Discurso. I.TÍtulo
provocou intenso debate. Aos
N° 6.894 do CEHB
conselheiros políticos opunham-se
N° 1.070 do extrato
vários seguimentos da sociedade local
que temiam a perda das vantagens
decorrentes da condição de sede do
reino.
Do cumentação Política, 1808 a Í840
José Murilo de Carvalho, Lúcia Maria Bastos P. Neves
e Marcello Basile
Os anos que vão de O comportamento das Cortes de encarada pelos contemporâneos como
1808 a 1840 Lisboa forçaram a segunda opção. o início de nossa existência nacional.
constituem um Proclamada a independência em O governo do país por si mesmo,
período crucial para a constituição do 1822, foi necessário construir o novo levado a efeito pelas regências então,
Brasil como país e para a definição de império, a começar por três tarefas revelou-se difícil e conturbado.
"ma nação brasileira. Com a chegada inadiáveis: a negociação do Rebeliões e revoltas pipocaram por
da Corte Real portuguesa, o Brasil reconhecimento internacional do país, todo o país, algumas lideradas por
tornara-se a sede da monarquia, a manutenção da unidade territorial grupos de elite, outras pela população
reduzido Portugal a simples colônia. país em torno do governo do Rio de tanto urbana como rural, outras ainda
Operava-se desse modo a inversão Janeiro e a organização política por escravos. O interesse das elites
colonial, fato único na história nacional. Essas foram as tarefas de prevaleceu, no entanto, com o golpe
moderna. A presença de d. João que se ocupou o Primeiro Reinado. da maioridade de 1840, que colocou
acompanhado de todo o aparato A rivalidade entre brasileiros e d. Pedro 11 no trono, inaugurando o
governamental demonstrou na prática naturais de Portugal acirrou-se à Segundo Reinado. Estava estruturado
<|ue o país podia governar-se a si medida que d. Pedro I cada vez mais o Império do Brasil com base na
mesmo. Daí em diante, a decisão a ser se aproximava da antiga metrópole, unidade nacional, na centralização
tomada não era mais sobre se haveria envolvido nas vicissitudes da guerra política e na preservação do trabalho
independência e sim sobre como seria civil que privara sua filha do direito escravo. Restava, contudo, definir a
a independência, em união ou em ao trono português. Para agravar a nova nação e criar os cidadãos.
divórcio com a metrópole. situação, a relutância do imperador
para cumprir os rituais e as exigências
do sistema representativo de governo
conduziu à sua abdicação, em 1831,
1. Sentinella da Liberdade na
Guarita de Pernambuco. Recife:
Typographia Cavalcante e Cia. 23/4 a
19/11/1823. (Periódico redigido por
Cipriano Barata de Almeida.)
13. A Liberdade das Republicas. 15. Preciso dos sucessos que DEBRET, Jean-Baptiste. Aclamação de
11. Abdicação de Sua Magestade
o
Obra do deputado Montezuma tiverão lugar em Pernambuco D. Pedro I no Paço Imperial
o Senhor Dom Pedro 1 . em favor
(Francisco Gê Acaiaba de desde a faustissima e gloriozissima
de seo filho ... Dom Pedro
Montezuma). Rio de Janeiro: Typ. do Revolução operada felizmente na
d'Alcantara. Rio de Janeiro:
Diário de N. L. Vianna, 1834. VI + Praça do Recife aos 6 do
Seignot-Plancher, 7/4/1831. 1 p.
correspondente mes de Março em
374 pp.
Carta de abdicação, dita voluntária, que o generozo esforço de nossos
de d. Pedro I, em favor de seu filho Obra do deputado Montezuma bravos Patriotas exterminou
d. Pedro de Alcântara. (Francisco Gê Acaiaba de daquela parte do Brasil o monstro
Montezuma), possivelmente a infernal da Tirania Real. 1817.
primeira a discutir detidamente, Impresso. Manifesto revolucionário da
12. Proclamação Diregida pela
refutando-o, o regime republicano junta do Governo Provisório de
Reunião dos Representantes da
de governo. Pernambuco que, em 1817, ali
Nação aos Brasileiros. Assinada
Por Luiz Francisco de Paula instaurou o primeiro governo
Cavalcante de Albuquerque. Rio de 14. Explicações Breves e Síngellas republicano do Brasil.
Janeiro: Typographia de T. B. Hunt e sobre o que he Federação.
Manifesto revolucionário da junta do
C., 1831. 1 p. Opusculo dividido em 7 capítulos, e
Governo Provisório de Pernambuco
oferecido aos Brasileiros em Geral
Proclamação oficial assinada por Luiz que, em 1817, ali instaurou o primeiro
por Hum seu Amigo. Rio de Janeiro:
Francisco de Paula Cavalcante de governo republicano do Brasil.
Typographia Nacional, 1831. 41 p.
Albuquerque, comunicando a
instalação da Regência Trina Provavelmente a primeira obra 16 .A Campainha e o Cujo.
Provisória, em decorrência da específica, publicada no Brasil, sobre Litogravura número 1, de Victor Larée.
abdicação de Pedro I e devido à a questão do Federalismo, tratado
menoridade do novo imperador. aqui de maneira critica.
55
Da Real Biblioteca à Biblioteca Nacional
Ana Virgínia Pinheiro
z
n
a.
2
o.
governante e seu Império. Por isso Bragança, Bourbon e I labsburgo; de lituciunai . DrFníMr Pn.ielii.. do Jboui, ha lieclaindo Maior
deade j i .
t i ç . <Ui Senado 1S .Ir M*w i . 4141. — Autaaio Fraaciare
mesmo, na construção do Estado, u outro, a relevância econômica do tráfico .Ia Paula a Malhada Cavalcanti ffAlfaemcvW». ~ J W Marli-
maim d' Alcuror. - Franriaeo da ('aula Cavalcanti d' Albuquerque.
— Joad Beuto Ce,Io Peneira de hl.11.. - Aulonio Pedra da ( W .
I Ifia,,.. de Mello a Saaaa.
imagem do imperador viu-se amarrada de escravos e desse tipo de mão-de-obra
à representação da própria nação. É que se espalhava por todo o território.
assim que o cálculo político se utiliza Dessa maneira, e diante de tantas A i i . » . Unieo. oaa a Senhor D. Pedro Segundo for
- " oe Nonward kua. Cooartho. que ae daniinaid Coa-
do Coroa , comporto ila ilea Meiubroa , que teria
também da "imaginação" e da ambivalências, o próprio processo de Paro do Senado i a de Maio de I U t . — Aolunia Fre.ieiare
de Paula e llollanda Cavalcanti d' Albuifernue. - Pianciaeo de
representação popular para garantir sua emancipação nacional, ficava marcado de Paula Cavalcei.li d' Albuquerque. - Jaad Benta Leito Ferreira
Nos primeiros anos de diferentes proporções e dependendo tia do Brasil assistiram ao desembarque
ocupação da colônia atividade e da região, a escravidão de aproximadamente quatro milhões
do Brasil os engenhos africana conviveu com a escravidão de africanos. Distribuídos pelos
de cana-de-açúcar de Pernambuco e (ilegal) indígena. engenhos, plantações de tabaco e café,
Bahia combinaram o uso de escravos Na primeira metade do século lavras de ouro e diamantes; vivendo
índios e africanos. Desde então, juntos XVIII, a extração do ouro em senzalas ou trabalhando ao ganho
°u separados, enfrentaram a sociedade redimensionou o tráfico de escravos nas cidades, fugindo de seus senhores,
escravista promovendo fugas, ataques, entre a África e o Brasil, levando ao freqüentando calundus, batuques,
°u optando pelo difíc il aprendizado da desembarque de 1.700.000 africanos rezando nas irmandades ou
negociação com seus algozes. No final vindos, principalmente, de Angola, defendendo ideais liberais esses
do século XVI, a população africana e Congo, Benguela e Ajndá. No século africanos e afrodescendentes -fossem
a
f ' odescendente da colônia não devia XIX o tráfico, extinto em 1850, eles escravos, forros ou mesmo livres -
passar de 15 mil indivíduos. No século atingiu suas maiores cifras. Nesses construíram variados caminhos para
W II, especialmente nos engenhos, o cinqüenta anos entraram no Brasil sua inserção na sociedade escravista.
trabalho indígena começou a ser pelo menos 1.350.000 africanos. Em A documentação da Biblioteca
progressivamente substituído pelo sua quase totalidade, os africanos aqui Nacional ora exposta nos permite
trabalho dos escravos africanos. Em desembarcados se destinavam às entrever uma pequena mostra desses
1640, finda a União das Coroas, a fazendas de café do Vale do Paraíba, percursos, cujo traçado é tarefa do
dinastia de Bragança teve como uma na Província do Rio de Janeiro. historiador reconstituir.
de suas maiores preocupações Somadas as importações regulares
abastecer de africanos a colônia do ao tráfico clandestino e ao
Brasil que recebeu, ao longo do século, contrabando posterior a 1850, a
e
'n torno de 400 mil escravos. Em sociedade colonial e depois o Império
a) A ESCRAVIDÃO E M OBRAS D O SÉCULO tratamento dos escravos. Fala sobre as 6. CRUZ E SOUSA. Poema últimos românticos, mas sua obra, de
XVIII AO XIX: ações de liberdade movidas pelos "Emparedado". In: Evocações. Rio de difícil enquadramento, inaugura a
1. ROCHA, Manuel Ribeiro da. escravos contra seus senhores e Janeiro, Aldina, 1898. ficção e o realismo brasileiro. Em seus
Etiope resgatado... Lisboa: Officina também sobre as normas jurídicas e romances retrata a cidade do Rio de
João da Cruz e Sousa (1861-1898),
Patriarcal de Francisco Luís Ameno, religiosas relativas a casamentos entre Janeiro nas últimas décadas da
filho de africanos alforriados, nasceu
1758. escravos, abandono de escravos por escravidão. Conhecido como autor de
na vila do Desterro, hoje Florianópolis,
seus senhores, sociedades de Dom Casmurro e Memórias póstumas
Resgatar as almas dos povos gentios e inaugurou a escola simbolista no
emancipação e outros temas da de Brás Cubas, escreveu também
foi uma das justificativas mais aceitas Brasil. Negro, arrojado em suas idéias
época. Relíquias de casa velha, do qual faz
para a escravidão e o tráfico negreiro, escritas em prosa e verso, foi muito
parte o texto aqui apresentado.
fazendo do tema alvo de interesse perseguido no meio literário da
4. MALHEIRO, Perdigão. A
para muitos religiosos. No Brasil, antes época. 0 livro Evocações no qual está
escravidão no Brasil. Ensaio histórico, 10. GUIMARÃES, Bernardo. A
de Manuel Ribeiro da Rocha o grupo incluído o poema "Emparedado" está
jurídico, social. Rio de Janeiro: escrava Isaura. Rio de Janeiro: B. L.
dos jesuítas Antonil e Jorge Benci já entre suas obras póstumas.
Tipografia Nacional, 1866-1867. Garnier, 1875.
havia-se dedicado a ele. Enquanto os
primeiros tratam da conversão Agostinho Marques Perdigão Malheiro 7. GOMES, Carlos. Partitura da ópera Bernardo Joaquim da Silva Guimarães
associada a outros temas da (1824-1881), jurista, político é O escravo. (1825-1844) escreveu este romance
sociedade colonial, esta obra se considerado o primeiro historiador da em 1875. A personagem Isaura foi
Antônio Carlos Gomes (1836-1896),
dedica exclusivamente à escravidão, escravidão no Brasil. No ano de 1866, internacionalmente notabilizada numa
compositor e maestro, o maior nome
dando-lhe ainda uma abordagem quando da publicação do primeiro novela da TV Globo. A jovem escrava
do romantismo musical brasileiro foi
juridica, constituindo esta sua volume desta obra, foi eleito branca e educada que sofria nas mãos
autor de várias óperas onde destaca
novidade em relação às anteriores. presidente do Instituto Histórico e de seu cruel senhor conquistou os
os temas nacionais, entre elas, 0
Geográfico Brasileiro. 0 ensaio está telespectadores, reavivando o debate
Guarani, sobre os primeiros anos da
2. DUARTE, José Rodrigues de dividido em três partes que eqüivalem sobre a escravidão e o racismo em
presença portuguesa no Brasil. Em
Lima. Ensaio sobre a hygiene da a três volumes. A primeira é referente amplas camadas da população
1889 compôs 0 escravo, onde deu
escravatura no Brasil. Rio de Janeiro: ao Direito do Império sobre escravos e brasileira.
destaque ã problemática da
Laemmert, 1849. libertos de procedência africana
escravidão.
(1866), a segunda trata da escravidão 11. RODRIGUES, Nina. Os africanos
Tese baseada na teoria das raças e
e catequese dos indigenas do Brasil no Brasil. Sào Paulo: Comp. Ed.
apresentada â Faculdade de Medicina 8. ALVES, Castro. Poesia "Navio
(1867) e a terceira da escravidão Nacional, 1932.
do Rio de Janeiro em 1849. 0 autor negreiro". Publicada em 0 Myosote.
africana, do tráfico atlântico e da
divide sua argumentação em duas RJ, n° 1. 1869. pp. 19-28 Raimundo Nina Rodrigues (1862-
extinção da escravidão (1867).
partes. Na primeira trata da higiene 1906) era médico-legista, professor da
Antônio Frederico de Castro Alves
física, argumentando, por exemplo, Faculdade de Medicina da Bahia onde
b) A ESCRAVIDÃO NAS LETRAS E ARTES D O (1847-1871), poeta da fase final do
sobre a necessidade de adaptação dos ocupou a cátedra de medicina legal.
SÉCULO X I X : romantismo, foi um abolicionista
africanos antes de serem usados nos Ao lado de Silvio Romero foi um dos
5. GAMA, Luís. Trovas burlescas. Rio devotado, chamado "cantor dos
trabalhos pesados; na segunda trata primeiros estudiosos das populações
de Janeiro: Pinheiro & C., 1861. escravos". Seu poema "Navio
da higiene moral onde, entre outros africanas no Brasil. Defendia a
negreiro" foi publicado pela primeira
temas, adverte sobre os motivos que Luís Gonzaga Pinto da Gama (1830- superioridade da raça branca e a
vez no primeiro número do O
levam muitos escravos ao suicídio. 1882) foi jornalista, poeta e escritor impossibilidade da civilização dos
Myosote, no Rio de Janeiro, em 1869.
romântico. Nasceu na Bahia, filho de negros, o que o levou ao estudo dos
O longo poema - com a narrativa do
3. PESSOA, Miguel Tomás. Manual uma africana. Nunca revelou o nome africanos na cidade de Salvador,
transporte de escravos da África para
do elemento servil. Rio de Janeiro: do pai, homem de posses que o dando origem á presente obra. O
o Brasil - foi publicado na integra e
Laemmert, 1875. vendeu como escravo quando ainda trabalho - realizado entre 1890 e
ocupou dez páginas do periódico.
menino. Trazido para São Paulo, 1905 - só veio a público em 1932,
O autor é bacharel em Ciências por iniciativa de Homero Pires que
acabou formado em Direito, vindo a
Jurídicas e Sociais pela Faculdade de 9. ASSIS, Machado de. "Pai contra reuniu e publicou os originais na
ser importante liderança do
Direito de São Paulo e advogado na màe" In: Relíquias de casa velha. Rio Coleção Brasiliana.
movimento abolicionista. Foi
cidade de Vitória. 0 texto apresenta de Janeiro: H. Garnier, 1906.
diretamente responsável pela
de forma simplificada os principais
libertação de mais de quinhentos Joaquim Maria Machado de Assis
temas da legislação referente ao
escravos. (1839-1908) foi contemporâneo dos
B) O universo da escravidão nos rica hoje disponível, incluindo 15. a - Rei negro escravista criou uma série de
documentos manuscritos descrições detalhadas e mapas. Ao mecanismos de controle da população
15. b - Batuques
b) 1. Tráfico de escravos lado dos quilombos merecem também escrava. As cartas régias foram
destaque as revoltas escravas que já instrumento usual na administração
12.a - Relação de escravos da As folias são conhecidas como
são freqüentes no século XVIII e se do modo de vida dos escravos. Como
Costa da Mina (1791)- cortejos de rei e rainhas que saem às
estendem ao longo do XIX. A revolta mostra esta carta, já no final do
ruas cantando e dançando sendo,
12.b - Mapa com escravos de de 1807 é a primeira de uma série século XVII proibe-se aos escravos o
com freqüência, tomadas como
Angola 1795 - delas ocorridas na Bahia até 1835. uso de ouro e prata. Destacam-se
simples festejos. Na verdade estão
ainda entre outros instrumentos de
12.C - Tráfico ilegal em previstas pela legislação eclesiástica
b) 3. Formas de organização de controle os passaportes usados para
Mangaratiba (1851) desde o século XVIII e são organizadas
autorizar deslocamentos de escravos
escravos, forros e livres: irmandades, no interior das irmandades para
de um lugar a outro e os recibos de
folias e batuques coletar esmolas para a realização das
Os dois primeiros documentos compra e venda. Merecem destaque
mostram o controle do tráfico legal festas anuais em honra dos santos.
as chamadas cartas de liberdade,
14. Regra ou estatutos por modo Também os batuques - onde a música
na década de 1790. Anteriormente a adquiridas pelos escravos por doação
de hum dialogo onde, se dá e a dança aparentemente profana são
esta década são escassas ou pouco ou compra.
noticia das Caridades e sua face mais conhecida - muitas
estudadas as fontes que permitem a
Sufragaçoes das Almas que uzam vezes encobrem grupos religiosos que
quantificação das importações. 0
os pretos Minnas, com seus exprimem sua crença através da
tráfico de africanos perdurou até
Nacionaes no Estado do Brazil, dança. Como não estavam ETHIOPE
1850, quando foi proibido em todo
Império do Brasil. A partir de então,
expecialmente no Rio de Janeiro, regulamentados e tiveram existência RESGATADO.
EMPENHADO , SUSTENTADO,
por onde se hao de regerem e num universo pouco letrado foram
apenas desembarques ilegais foram Correndo, inftruido, e libertado.
governarem fora de todo oabuzo DISCURSO
realizados, boa parte deles no litoral menos registrados. THEOLOGICO-JURIDICO,
gentilico e supersticiozo; E \ 1 Q U E SE P R O P Õ E NI O M O D O
cicromcrcar, h»vcr, e poiluir validuncfitc, uuanto
sul do Rio de Janeiro, especialmente alium, ciHiirotcro, oi Preto»cativos Africano»,
c a» principie» obriiMcóct, que correm •quem
composto por Francisco Alves de ' .4.11?. í, C
em Mangaratiba, de onde se tinha b) 4. Instrumentos de controle da
Souza pretto e natural do Reino
fácil acesso ã área de maior atração sociedade escravista SANTÍSSIMA VIRGEM
de Makim, hum dos mais
de mão-de-obra escrava da época: as
plantações de café do vale do Paraiba.
excelentes e potentados daquêla A existência de um livro próprio para M A R Í i
NOSSA SEN1IORÁ..
Pelo Pvlrc
oriunda Costa da Minna. o assentamento dos batismos de
MANOEL RIBEIRO ROCHA,
Lhhmnft, Diniútiu»J* CL- * " itjhiié, r *M< M-
escravos indica que além de conferir njiA, eBackud fumai* « UtrQtrfiJédt Ut Ct-
b)2. Formas de organização de Ao lado de iniciativas arrojadas como ao escravo a possibilidade de
escravos, forros e livres: quilombos e quilombos e revoltas, uma parcela salvação, o batismo é também um L IS BOA:
rebeliões considerável dos escravos permanece NaOflkma Patriarcal J : F
mecanismo de inserção diferenciada M. Dt C. I.VIII,
m !*/••» mIí-^Jii utttjciui.
sob controle de seus senhores, sem do escravo no universo católico. Este
13.a - Quilombo de Jaguaribe/BA
por isso abrir mão de formas próprias livro é o mais antigo livro de batismo
(1771)
de organização. Dentre as mais de escravo do Rio de Janeiro hoje
13.b - Quilombo de São Gonçalo conhecidas estão as irmandades disponível. Devido ã sua importância,
1
católicas freqüentadas por escravos e foi transcrito e publicado nos Anais da
3.c - Rebelião escrava de
forros. O estatuto da devoção das Biblioteca Nacional.
1807/Bahia
Almas dos pretos minas do reino de
O quilombo foi a forma de Makim mostra como grupos étnicos
17.a - Carta régia (1696)
organização escrava mais divulgada africanos se reuniam nas igrejas para,
Pela historiografia e pode ser através da devoção aos santos, 17.b - Passaporte de escravo
encontrado ao longo de toda a fortalecerem seus laços de identidade (1860)
vigência da escravidão. Parte étnica.
17. c - Compra e venda de
integrante da correspondência do
escravos
conde de Valadares, governador da
Capitania de Minas Gerais a
17. d - Carta de liberdade (1814)
documentação sobre a expedição ao
quilombo de São Gonçalo é a mais Ao longo dos séculos, para além dos
atos de violência, a sociedade
A Utopia Republicana
VII ^ r A Primeira República
Américo Freire e Lincoln Penna
P R I M E I R A E D I Ç Ã O
O M P A N H I A E D I T O R A N A C I O N A L
U A D O S O U S M O E S . S O S X O P A U L O
I X ^ A Era Vargas: dos Anos 30 aos Anos 50
Maria Celina D'Araujo A REMISSÃO DO CAUDILHO
Cuimi n u vida não foi de paz. não podia icr dc paz a H>a morta.
A cana de Varia, e um do, miuore, doeumcnlo, de no,u Hivó-
ru polrlica contemporânea. É um IcMcmunhodaellmozdinnna habdi-
dade decie coodolor dc tiomen» Da um |.»r* ala fona a Hóiória a
propõe a redenção de Ioda, aa Hiaa po„i-ei, falia, e pccado,
Um
Omld it Andrade
das liberdades públicas, corporativismo e ojeriza ao mercado. típica da exaltação a Getúlio. Repleto de
citações de terceiros, visa a mostrar as
desenvolvimento econômico, controle A era largas caracterizou-se
qualidades intelectuais de Getúlio
sobre trabalhadores e sindicatos e, ainda pela presença dos militares na Vargas associadas a sua bondade
principalmente, pelo papel atribuído política. Com Vargas, os militares pessoal e a seu talento de estadista.
ao Estado como agente econômico e ganharam notoriedade inédita e se 1.2 Getúlio Vargas, história de um
social. tornaram atores políticos de todas as menino de São Borja. Rio de Janeiro:
Esta minuciosa pesquisa na literatura de O livro, um dos clássicos da literatura Um dos principais assessores do
cordel evidencia uma imagem popular brasileira, retrata o inicio da repressão governo Vargas em assuntos
positiva construída em torno de Vargas policial e militar ao comunismo depois trabalhistas, o autor dedica este livro a
e especialmente dedicada a elogiar sua do Levante de 1935. Adaptado para o descrever e explicar os direitos sindicais
"obra social". Sintomaticamente a cinema, tornou-se paradigmático da e o funcionamento dos sindicatos. Nele
o Presidente Vargas ouvindo Heitor Villa-Lobos
maior parte dessa literatura aborda sua descrição das prisões políticas, seus se descrevem os direitos dos
1-3 SILVA, José Pereira da. Getúlio morte e seus assassinos e fala de seu horrores e nonsenses. sindicalizados e se faz a defesa da
largas, as melhores páginas... leituras "encontro" com Deus. política sindical corporativa no Brasil.
6. BALDESSARINI, Hugo. Crônica de
cívicas: problemas sociais, militares,
2. La Razon, mayo de 1935, uma época (de 1950 ao atentado 10. CAÓ, José. Dutra, o presidente e a
econômicos, educacionais, evocação
Homenaje al Brasil. contra Carlos Lacerda), Getúlio Vargas restauração. São Paulo: Instituto
histórica etc. Rio de Janeiro: A. Marçal,
e o crime de Toneleros. São Paulo: Progresso Editorial, 1949.
1940.
Este número especial do jornal Companhia Editora Nacional, 1957.
argentino La Razon faz a propaganda Em meio à vasta literatura sobre
Este livro é classificado como obra
do esforço de cooperação entre Brasil, Explicando a liderança de Vargas em Getúlio Vargas, pouco se escreveu
educativa e didática voltada para
Uruguai e Argentina numa época em meio às transformações estruturais do sobre o governo Dutra (1946-1951)
professores e mestres. Está dividida em
que as rivalidades entre esses países país, dois terços do livro é dedicado ao que foi um interregno em meio à Era
Pequenos capitulos abordando temas
eram mais conhecidas do que suas segundo governo Vargas (1951-1954) Vargas. Esta obra faz a biografia de
variados como educação, indústria,
amizades recíprocas. principalmente a seus escândalos Dutra até chegar à Presidência,
religião, pátria etc. sempre
policiais e políticos. Em tom jornalístico, biografia essa construída com a
reproduzindo o que seriam as opiniões
3. A revolução de 1930 e seus reproduz grande parte do que a montagem do poder getuliano.
de Getúlio.
antecedentes: Coletânia de imprensa publicou sobre a crise do
1 fotografias, org. pelo Centro de governo. 11. VARGAS, Getúlio. Ao ódio
-4 SILVA, Gastão Pereira da. Getúlio
Pesquisa e Documentação de História respondo com perdão. Rio de Janeiro:
Vargas e a psicanálise das multidões.
Contemporânea do Brasil, FGV; coord. 7. ALMEIDA, José Américo de MLG Editora & Distribuidora Ltda.,
Rio de Janeiro: Zélio Valverde, 1941.
a
Ana M Brandão Murakami. Rio de Ocasos de sangue. Rio de Janeiro: José 1983.
Baseado em Le Bom, Freud e em Janeiro: Nova Fronteira, 1980. Olympio, 1954.
Este pequeno livro contém quatro dos
conceitos como "libido", "inconsciente
Este álbum inova ao reproduzir uma No calor do noticiário acerca da morte mais importantes documentos relativos
das massas", "Édipo social" e outros, o
iconografia pouco conhecida sobre o de Getúlio, o autor, ex-ministro e ex- ao segundo governo Vargas (1951-
livro justifica a legitimidade de Getúlio
movimento civil-militar que levou á opositor de Vargas, reúne relatos sobre 1954): o Memorial dos Coronéis e o
como "chefe" e compara-o a outros
Revolução de 1930. Aqui populares e a morte violenta de três políticos Manifesto dos Generais, de 1954, são
lideres como Mussolini, Hitler, Salazar,
soldados voluntários malvestidos brasileiros: Getúlio Vargas, Virgílio de as principais evidências das tensões
Mustafá Kemal e Roosevelt.
dividem a cena com tropas regulares. Mello Franco e João Pessoa, todos entre o governo e os militares. A Carta
Vencedores e vencidos são retratados diretamente vinculados à Revolução de Testamento e O Legado da Morte são
1-5 QUEIROZ JR„ José. 222 anedotas
sem os tons glamorosos ou caricatos 1930. os dois escritos finais de Vargas que
sobre Getúlio Vargas, anedotario
que a Era Vargas lhes imputou. selaram a versão que Getúlio construiu
Popular, irreverente e pitoresco. Rio de
8. LIMA, Hermes. Lições da crise. Rio sobre sua morte e seus inimigos.
Janeiro: Civilização Brasileira de Artes,
4. REALE, Miguel. Perspectivas de Janeiro: José Olympio, 1954.
1955.
integralistas. São Paulo: Odeon, 1933.
Escrito por um socialista, o livro invoca
Organizada logo após a morte Getúlio
O autoritarismo contou com a a crise do governo Vargas para
Por um jornalista amigo seu, esta obra
colaboração teórica e doutrinária de defender algumas teses em defesa da
é uma coletânea de piadas sobre
alguns expoentes da intelectualidade política nacionalista do petróleo, do
Vargas que quase sempre enaltecem
nacional que fizeram, a exemplo deste nacionalismo de Vargas, e sobre a
sua habilidade para preservar o poder,
livro, a crítica ao liberalismo e ao exaustão do presidencialismo e do voto
dissimular intenções, simular objetivos e
comunismo e justificaram a emergência proporcional no Brasil.
isolar inimigos.
do integralismo como uma via
adequada ao Brasil e a suas tradições.
X ^ r Brasil Contemporâneo
Os Anos JK
Marieta de Moraes Ferreira e Cláudia Mesquita
3.2 Novo Distrito Federal. Desenho da capital ganha novo fôlego através e os movimentos de vanguarda
D
E Clóvis Magalhães sobre o PLANO do espirito empreendedor de JK que, 10. Comissão de Exploração do artística. Possuía uma respeitável
PILOTO de Lúcio Costa. com o apoio da emergente Planalto Central - Artigos equipe de colaboradores, entre os
industrialização do pais, reuniu as Publicados na Imprensa. Rio de quais, Clarice Lispector, Anísio Teixeira,
O plano-piloto de Lúcio Costa, junto à condições para a mais importante Paulo Francis e Darcy Ribeiro.
Janeiro: H. Lobaerts & C„ 1894.
arquitetura de Niemeyer, é o marco realização de seu governo,
principal do projeto urbanístico de considerada uma das principais obras A publicação traz a repercussão do
12.3 Revista Maquis. No. 21. Ano III.
Brasília, projetada para refletir, com do século XX. relatório Cruls em diversos órgãos da
9randiosidade, o entusiasmo e o imprensa nacional e publicações Órgão de feroz oposição ao governo
arrojo dos Anos JK. cientificas estrangeiras, demonstrando de Juscelino, Maquis era o veiculo dos
7. CONY, Carlos Heitor. JK-
a boa aceitação da iniciativa da udenistas em sua combativa
Memorial do exílio. Rio de Janeiro:
Comissão e o desejo, por parte da campanha contra o que consideravam
Atlas da Comissão de Estudos Bloch, 1982. maioria da imprensa, pela ser o "Sindicato de Ladrões" presente
do Planalto Central. 1894.
A trajetória de uma das principais transferência da capital nos no Executivo. Suas principais criticas
Parte integrante do Relatório da personalidades de nossa vida política, conturbados primeiros anos da se dirigiam a supostos esquemas de
Comissão de Estudos do Planalto escrita durante os últimos anos de República. favorecimento e corrupção dentro do
Central, o atlas reúne os principais vida de Juscelino, ganha registro governo.
trabalhos topográficos na demarcação nessa obra de quatro volumes, co- 11. Manifesto Neoconcreto. Jornal
de terras circunvizinhas ao escrita por Carlos Heitor Cony. A do Brasil, Suplemento Dominical. 21 e
quadrilátero central, além de evocação de um passado glorioso e o 22/03/59.
12.4 Revista Alterosa. espírito de modernidade e, através do
Ektracrome - técnica de fotografia
A revista mineira de variedades é um
que realçava suas cores - detinha um
exemplo do tipo de publicação que
glamor que seduzia seus leitores.
sucumbiu ao processo de
reformulação da imprensa nos anos
50. De cunho regional e 13. Revista Status. Entrevista.
FOLHA DF S. PAULO
São Paulo faz o maior comício
A redemocratização e a imprensa
livre tornariam freqüentes as S T A D O S U N I D O S D O B R A S I L ,
denúncias de corrupção ensejando
um processo traumático de
depuração da vida politica brasileira. DIÁRIO OFICIAL
SEÇÃO I - PARTE I
20. Foto de leilão de empresas de DECRETO N.' 4 6 . 2 3 7 — D E 1 8 CE J U N H O D E 1959
telecomunicações na Bolsa de
Valores do Rio de Janeiro (1998) ASO cm - N.° a» CAPITAL FKDERAL QUARTA-FEIRA. 27 DE OUTtJBRO DE 196S
Si
82
•o
O Golpe da Maioridade.
XII ^ A Mulher na Sociedade Brasileira
Mary dei Priore
Beja de Araxá, Iracema, Maria lenda do Ceará. Rio de Janeiro: Typ. Anita Ribeiro da Silva conheceu o
Anarquista e feminista de classe Quitéria, Capitu, Anita Garibaldi, de Vianna, 1865. célebre guerrilheiro italiano Garibaldi,
média, professora e escritora mineira, Carmen Miranda, Leila Diniz, Zuzu por ocasião da Revolução Farroupilha.
ativista política radical. Nascida em Angel. Personagem central do romance de Na primeira batalha naval contra os
1877, Maria Lacerda escreveu livros 19.1 ABREU, Francisco Bonifácio José de Alencar publicado em 1860. "Farrapos", tomou parte na luta e
polêmicos como A mulher é uma Sacerdotisa dos tabajaras, filha do manobrou canhões. Acompanhou
de. Barão da Villa da Barra: Moema e
degenerada? (1924), Religião do amor pajé Araquém, cujas mãos tanto Garibaldi à Itália, que veio a adotar
Paraguaçu. Rio de Janeiro: Typ.
e da beleza (1926), Amai e não vos feriam quanto curavam, apaixonou-se como sua segunda pátria.
Regenerador de Just. J. da Rocha,
multipliqueis (1932), Hans Ryner e o pelo guerreiro branco Martim.
1860.
amor plural (1933), entre outros; Abandonando seu grupo, passa a 19.10 MIRANDA, Carmen. Foto. Rev.
publicou também a revista
Concubina de Diogo Álvarez, o
viver com ele, o que a faz perder Paratodos. Ano 12, n° 600, p. 21. 14
Renascença em 1932, e fez inúmeras gradativamente seus poderes. Morre jun 1930.
Caramuru, com quem se casou na
palestras nos meios intelectuais e nos ao dar à luz ao filho Moacir, emblema
França, na corte de Catarina de
círculos operários da época. Foi uma do nascimento da nova nação 19.11 SAIA, Luiz Henrique. Carmen
Médicis, depois de ter sido batizada
das raras pontes entre o mundo brasileira. Miranda (caricatura - Emilio Damiani)
com o nome de Luíza.
operário e o mundo das elites São Paulo: Brasiliense, 1984.
intelectuais e artísticas do país. 19.6 GONÇALVES, Osvaldo de
19.2 NUNES, Carlos Alberto da
Sales. Honra e glória a Maria Costumava cantar com as irmãs, na
Costa. Moema. São Paulo: Atena,
17.6 CAMPOS. Narcisa Amália de. Quitéria. Feira de Santana: Radami, pensão da mãe, sempre freqüentada
1950.
Nebulosas. Rio de Janeiro: B. L. 1995. por músicos. Foi levada, em 1929,
Garnier, 1872 para a Rádio Sociedade. Gravou
Retratada por Vítor Meirelles, Moema
Heroína do movimento de inúmeras marchas de carnaval, entre
é personagem do livro Caramuru, de
"Guiava-se por idéias européias Independência, Maria Quitéria de as quais Taí. Participou de revistas
frei José de Santa Rita Durão.
liberais, como as do escritor francês Jesus disfarçou-se de homem e foi musicais no Brasil e exterior,
Victor Hugo que colocara sua pena a combater os portugueses na Bahia. participou em filmes (Voz do
19.3 FRANCO, Affonso Arinos de
serviço de idéias democráticas e Vestia-se como um soldado de um carnaval), apresentou-se no cassino da
Mello. Dirceu e Marília. São Paulo:
progressistas. Lutou pela República e dos batalhões do imperador com a Urca. Seguiu para os EUA em 1939,
Martins, 1942.
Abolição, acreditando que essa era adição de um saiote escocês. estreando com o bando da Lua no
uma condição ética para o literato". musical Streets of Paris, na Broadway,
Maria Dorotéia Joaquina de Seixas,
19.7 ASSIS, Machado. Dom onde cantava Mamãe eu quero.. Em
musa, amada e destinatária da obra
Casmurro. Rio de Janeiro: H. Garnier, 1941, assinou contrato para trabalhar
18. FLORESTA, Nisia. Conselhos ã Marília de Dirceu, publicada em
1899. em Hollywood onde veio a falecer aos
minha filha. Rio de Janeiro: F. de Paula Lisboa 1792, de autoria de Tomás
46 anos. Era a Pequena Notável:
Brito, 1845. Antônio Gonzaga, poeta pertencente
Capitu: Era mulher por dentro e por turbante á cabeça, tamancos
á plêiade mineira representante do
fora, mulher à direita e à esquerda, altíssimos e muitos balangandãs.
Nisia Floresta Brasileira Augusta era o Arcadismo no Brasil Colonial.
mulher por todos os lados. Assim a
pseudônimo adotado por Dionisia de
19.14 LACERDA, Luiz Carlos. Leila
para sempre Diniz. Rio de Janeiro:
Record, 1987.
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Retrato da Invenção do Brasil
XIII A Tipografia, o Livro, o Jornal,
a Revista, a Charge
Cybelle de Ipanema
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U r fliiüj 1 X Í L
D E J Â - ^ ' N E 1 R O
Q U A R T A FEIRA 2 DE J A N E I R O DE f8u.
H E pena que y ã o decorrendo Buns dias apõz outros , e não tenhamos o gosto
de apresentar ao Público noticias verídicas e exactas sobre a grande crise l
<]ue provavelmente decidio a sorte do Reino de Portugal. Rodeados de h u m t t o p e i
de incertezas 'onere a esperança e t e m o r , perdem o-nos em conjecturas , abandona-
mo-nòs a cálculos 3 e hum qualquer vislumbre de noticia, mesmo destituído de ve-
risimilhança , nüs parece huma verdade demonstrada : repetimo-la b o n s aos o u t r o s ,
e em hum instante apparece com seu a y g m e n t o , com outras feições * eexaggera^»
da. N ã o deixa comtudô de nos causar hum grande prazer o observar , que estes
boatos quási todos são huma sentença de ruina , e morte aos nossos, a g g r e s s o r e s
despiedados j o que prova quanto e q i u o grande seja o Patriotismo oeste íiei P o v o 5
e ò ã p e - o sincero que o tem aíFerrado ao interesse da F a t r i a f honra do P r i n ç i p e ,
e manutenção do Culto.
Enire as noticias que vogão tem alguma possibilidade a seguinte v que veio da
Ma Grande.
C h e c o u aií no dia 2.4 do mez passado huma ' E m b a r c a ç ã o vinda de Jt amara-
cA , donde sahío no dia 8 do memo me/,. El ia dá por norteia, que no dia 6 ti-
nha entrado em Pernambuco hum Navio1 vindo
* ' •
de Lisbmi com breve» virf^em* , o -> j
d) Almanaques
Olympio, 1963.
B1BLIOTHECA.
17. Almanaque Laemmert José Carlos de Brito Cunha principiou a*"
MANDADOS ORDENAR POR SUA .MAGESTADE.
no Tagarela, em 1902. Colaborou em * - • .. * ,
I
No último quartel do século XV, L.N k-r
I E U W E CA E R . T F
MXfktr nkjMbyh U/r IJUU«V*.
I — mir i- U AfvwW.^U*
a escola cartográfica lusa Rn mrnnik kfikrírSrli*rr MJ^
L.fcyWr.• Ujmvt* tt L
«* JMj^J" « jftr frrmm A-
tornou-se a primeira da Europa, U fakfémikjd. h.Jt.mk r-w—r. j
k£i i *£r mi rm
notadamente porque as viagens
Wiktn Pro
pioneiras da Carreira da índia e a
ação dos nautas portugueses no Alftwai P
97
1. PTOLOMEU. In: Johann Scholtus. Em 1570, Abraham Ortelius publicou,
Tabula Terre Nove. Publicada no em Antuérpia, o Theatrum Orbis
Suplementum da edição de 1513. Terrarum, que pode ser considerado o
primeiro atlas moderno. Contendo 53
No inicio do século XV a Geografia foi
cartas, obteve retumbante sucesso em
conhecida no Ocidente e impressa,
sucessivas edições, atualizadas pelos
com mapas, pela primeira vez, em
Additamentum; o mapa das Américas
Bolonha, 1477. O Descobrimento da
aqui apresentado foi introduzido nos
América tornou a obra
de 1587.
momentaneamente desatualizada,
pelo que só em 1507 foi feita nova
5. HONDIUS, Jodocus (1563 -
edição, com introdução de seis
1612). Nieuwe Caerte van het
tabulae modernae; outra notável
wanderbaer ende gondrijcke landt
edição é esta de 1513 (Estrasburgo,
Guiana, 1598.
Johann Scholtus, com 20 novas cartas
no suppIementurrU entre elas a Esta carta evidencia os novos
Tabula Terre Nove. conhecimentos geográficos adquiridos
pela (fracassada) expedição de Sir
2. Typus cosmographius Walter Raleigh (1595) ao reino da
universalis, publicado no Novus orbis Guiana, em busca do Eldorado, e
9
regionum, Basilea. ampliados nos dois anos imediatos
por viagens de Laurence Keymis e Jornada do Pará, visando a também demonstra os importantes
Publicado no Novus Orbis Regionum
Leonard Berry. expulsar da região amazônica conhecimentos náutico-geográficos
ac Insularum veteribus Incognitarum,
holandeses e franceses que ali se obtidos pelos portugueses com a
editado em Basiléia, 1532, por J.
6. LASSO, Bartolomeu e LANGREN, haviam estabelecido. Antonio Vicente Jornada do Maranhão (expulsão dos
Hervagium, com a colaboração de J.
Henricus F. van. Delineatio omnium Cochado foi o piloto da expedição, franceses) e ações portuguesas na
Huttich e do célebre Simon Grynaeus,
orarum totius Australis partis tornando-se profundo conhecedor da Amazônia após a fundação do forte
que redigiu o prefácio desta coleção
Americae, 1599, publicado na obra de navegação das águas equatoriais, que do Presépio, que daria origem á
de mapas das novas terras
Linschoten Navigatio ac itinerarium utilizou na Descripção aqui mostrada. cidade de Belém.
descobertas.
etc. Haia, 1599. Notável é, também, a estrada
8. GERRITZ, Hessel. Tlandt van Brasil mandada abrir por Bento Maciel
3. GASTALDI, Giacomo. Brasil. 1544, Este belo mapa, de autoria do
met aengelegene Provincien. Publi. no Parente do Pará até o Maranhão para
Veneza: publicado em Ramusio, cartógrafo português Bartolomeu
Nieuwe Wereldt, de Johannes de Laet, assegurar as comunicações entre
Raccolta di Navigationi et viaggi, Lasso, foi gravado por Henricus
de 1625. ambos.
1550-9, Florentius van Langren para a primeira
edição (holandesa) da notável obra de Desenhada pelo notável roteirista e
Foi publicado na célebre raccolta de 10. ALBERNAZ, João Teixeira
Jan Huygen van Linschhoten cartógrafo Hessel Gerritsz, autor deste
Giambattista (Giovanni) Ramusio (oficina). Atlas universal. Anônimo - I,
Itinerário. Voyage ofte Schipvaert etc. e mais nove mapas que loann/s de
Navigationi et Viaggi (Veneza, 1550- c. 1632.
(Cornelis Claes, Amsterdam, 1596); Laet incluiu na sua obra Niewe
1559), importantíssimo marco nas
traduzida para o latim, foi publicada, Wereldt ofte Beschrinjvinghe van Este atlas universal (truncado) é,
relações de viagens e navegações.
em Amsterdam, 1599, também por West-lndien, ou seja, Novo Mundo ou seguramente, de autoria de João
Este mapa ilustra o Terzo volume,
Cornelis Claes, com o titulo Navigatio Descrição das índias Ocidentais, Leide, Teixeira Albernaz I; desenhado em
sendo interessantes as cenas com
aa Itinerarium etc. 1625. pergaminho, é aberto por
costumes indigenas.
importantíssimo planisfério no qual
7. COCHADO, Antonio Vicente. 9. ALBERNAZ, João Teixeira o Brasil aparece em posição central,
4. ORTELIUS, Abraham (1527 -
Descripção dos Rios Para Curupa e (oficina). Pequeno atlas do Maranhão estendendo-se do equador ao rio da
1598). Americae Sive Novi Orbis, Nova
Mazonas, c. 1623-24. e Grão-Pará, I, c. 1629. Prata.
Descriptio, 1570, publicado num dos
Additamentum que, a partir de 1573, Após a expulsão dos franceses da Esta seqüência de três cartas náuticas,
foram feitos ao Theatrum Orbis França Equinocial (1615), foi enviado de autor anônimo, mas seguramente
Terra rum. Francisco Caldeira de Castelo Branco á da oficina de João Teixeira Albernaz I,
11. VISSCHER [Piscator] ( 1 6 1 8 - 14. WIT, Frederick de ( 1 6 1 0 - 1698). O mapa de Nicolas de 1650 foi revisto 20. FRITZ, Samuel (1656 - 1725). El
1679), NICOLAS (1618 - 1679) Nova Totius Americae Descriptio, por seu filho Guillaume "levando em Gran Rio Marahon o Amazonas Con
PHARNAMBUCI, c. 1640 Frederick de Wit, 1660. conta" as memórias mais recentes, Ia Mission de Ia Compania de Jesus.
segundo afirmou; o território Quito: 1707.
Incluído em belíssima estampa (mapa, Embora o delineamento não difira
brasileiro, a exemplo de Blaeu e Wit, é
vista panorâmica e texto), o mapa de muito do mostrado no mapa de Esta importantíssima carta do rio
extremamente reduzido em latitude,
Visscher, gravado por seu pai Claes Janssonius c. 1646-7, deve ser notado Solimóes-Amazonas e seus
de pouco ultrapassando, na costa, o
Jansz. Visscher, retrata o ataque e o alargamento longitudinal do formadores foi desenhada em 1691,
trópico de Capricórnio.
tomada de Pernambuco pela território brasileiro e o enriquecimento após o jesuíta Fritz haver descido a
esquadra da Companhia das Índias da sua rede hidrográfica. imensa caudal até Belém (1689), onde
18. FERNÁNDEZ DE MEDRANO,
Ocidentais (W.I.C.), em fevereiro de Notáveis são as seis vistas de cidades teve contato com seu colega padre A.
Sebastian e MENDOZA SANDOVAL,
1630, após heróica mas inútil e vilas americanas da parte superior Conrado Pfeil, autor de mapa do
Joseph de. Carta Geographica de una
resistência de Matias de Albuquerque. (inclusive Olinda) e a representação de "Grande rio das Amazonas" hoje
nueva Descripcion dei gran rio y
É, provavelmente, baseado em planta indígenas americanos. desaparecido, que deve ter dado
império de Ias Amazonas Americanas,
do cartografo português Cristóvão preciosas informações a Fritz.
Bruxelas: c. 1700.
Alvares e levantamentos do auxiliar de 15. ALBERNAZ, João Teixeira II O mapa foi gravado em Quito e
engenheiro Pieter van Beuren. (anônimo). Atlas do Brasil cJ 29 cartas, Fernández de Medrano (1646-1704), alcançou tal êxito que voltou a ser
12. JANSSONIUS. Joannes. Academia Real Militar de Bruxelas anos depois; o original manuscrito
Este atlas do Brasil (truncado, com 29 (Países Baixos espanhóis, onde foi está na Biblioteca Nacional de Paris,
Accuratissima Brasilae Tabula.
cartas) do qual falta a folha de rosto e impressa a CARTA), chegando ao para onde foi levado pelo célebre La
Amsterdam: s.d (?).
as duas primeiras cartas parciais, è posto de general de batalha; foi Condamine.
Incluída no Novus atlas sive theatrum seguramente de autoria de João excelente geógrafo e especialista em
orbis terrarum (quatro volumes), Teixeira Albemaz II, cosmógrafo-mor e fortificaçóes; a CARTA GEOGRAPHICA 21. L'ISLE, Guillaume de (1675 -
impresso, em Amsterdam, na prolífico cartógrafo atuante em ê muito rica em relação aos territórios 1726). Carte D'Amerique. Paris: 1733.
seqüência dos atlas da firma Portugal na segunda metade do espanhóis da América do Sul, mas
Mercator-Hondius. São mostradas, em século XVII. Deve ter aprendido o inferior às do conde de Pagan e Trata-se de edição póstuma da mais
insertos, a "Baya de Todos Santos" e a oficio com o avô Albemaz I, embora Samuel Fritz no que concerne à bacia importante e fiel carta do continente
"Villa d'Olinda" de Pernambuco, de sua obra seja bem menos cuidada que Solimões / Amazonas. americano até então desenhada;
grande interesse para os holandeses, a do mestre. repete a de 1722, que acompanhou a
em face da ocupação batava do dissertação que fez sobre a
19. L'ISLE, Guillaume de
Nordeste. 16. BLAEU, Joane (1596 - 1673). "Determination géographique de Ia
(1675-1726). L'Amerique Meridionale
Nova e Accurata Brasilaes totius situation et de 1'etendue des
- c . 1700.
13. GOLIATH, Cornelis e SCHUT, Tabula, p. 1.650. differentes parties de Ia Terre", ambos
Pieter H. Perfecte Caerte der Desenhada "para uso do sereníssimo golpes mortais nas falsificações
Na vastíssima obra deste ilustre
gelegentheyt van OLINDA de duque de Borgonha" a carta foi, cartográficas portuguesas visando a
cartógrafo, editor do Atlas Major, um
Pharnambuco MAVRITS STADT ende t' posteriormente, gravada em colocar a foz do rio da Prata na parte
dos mais importantes monumentos da
RECIFFO, por Cornelis Goliath, 1648. Amsterdam por I. Covens e C. lusa da divisória de Tordesilhas. Em
geografia do século XVII, esta carta
Mortier. conseqüência, a Coroa portuguesa
Trata-se da versão gravada de mapa BRASÍLIA tem o mérito de apresentar
É bastante superior aos mapas teve que reformular os estudos
manuscrito, hoje na Biblioteca a divisão de nosso território em
holandeses e franceses que a matemáticos, geográficos e
Nacional de Viena, de autoria Cornelis capitanias do Pará a São Vicente,
antecederam, embora mantendo os astronômicos nas suas academias
Goliath, cartógrafo de Maurício de onde, a exemplo dos espanhóis, os
limites usuais para o território militares, com gigantesco beneficio
Nassau quando governava o Brasil holandeses consideravam findar a
brasileiro, não obstante decorridos 20 para o melhor mapeamento do
Holandês; apresenta duas vistas, uma jurisdição portuguesa. Notável é a
anos desde a fundação de Paranaguá, território brasileiro (Tratados de Madri
da cidade Mauricia e Recife, outra de distribuição da população indígena.
da Colônia do Sacramento e do e Santo lldefonso).
Friburgo, corte do conde.
avanço dos luso-brasileiros no
Gravura em cobre de Pieter H. Schut, 17. SANSON, Nicolas (1600 - 1667) chamado Continente do Rio Grande
impressa por Claes Jansz. Visscher. e SANSON, Guillaume (1633(?) - (Rio Grande do Sul).
1703). Amerique Meridionale, 1679.
22. GUSMÃO, Alexandre de e Faria. Produziu valiosas peças ao preparar-se o de Santo lldefonso A região aqui cartografada era de
(coord.). Mapa das cortes. 1749. cartográficas, entre elas a Tabula (1777) já dispunham as autoridades capital importância em razão das
nova, atque accurata America espanholas de notável peça minas auriferas do Mato Grosso,
Para as negociações do tratado de
Australis etc., 1772, também do cartográfica, o mapa de Cano y alcançadas navegando-se pelos rios
limites entre o Brasil e os territórios
acervo da Biblioteca Nacional. Olmedilla, gravado em 1775 representados.
espanhóis vizinhos iniciadas no final de
Concluídas as demarcações da especialmente para as negociações.
1746 e, a partir de 1747, instruídas
Comissão do Sul regressou a Lisboa, Trata-se, indubitavelmente, do melhor 30. FERREIRA, João da Costa (1750
pela brilhante inteligência do brasileiro
onde foi lente da Academia Real de mapa geral da América do Sul até - 1822). Carta náutica do litoral
Alexandre de Gusmão, secretário de d.
Marinha até seu falecimento. então produzido, embora os brasileiro entre as proximidades da
João V, fez-se necessária a elaboração
pequenos erros que apresenta, baía da ilha Grande e ilha de Santa
de um mapa dos territórios em litígio,
25. BLASCO, Michelangelo (c. 1710 obrigando a correções nas chapas e Catarina (c. 23° 20' S e 28° 00' S), p.
pois o interior do continente era
- c. 1772). Documento 1°. Treslado de originando segunda tiragem. 1793.
precarissimamente conhecido.
húa parte do Mappa Geral etc c. A Biblioteca Nacional, em seu
Coube a coordenação da elaboração Costa Ferreira, engenheiro militar, veio
1758, Mssl, 28, 24, 14 riquíssimo acervo, possui exemplares
deste mapa a Gusmão que, para o Brasil, em 1788, para participar
de ambas, rarissimas, diga-se.
aproveitando-se daquele Natural de Gênova, Blasco foi das demarcações dos limites do
desconhecimento, fê-lo da forma mais contratado para a demarcação de Tratado de Santo lldefonso; mandado
28. CARVALHO, José Simões de.
favorável às pretensões portuguesas, limites do Tratado de Madri; trabalhou servir em São Paulo, ali adquiriu
Carta do Rio Branco e suas
conseguindo com isto a assinatura do na Comissão do Sul a partir de 1752 e grande fama elaborando, com seu
confluentes, 1787.
Tratado de Madri, em 13 de janeiro produziu importante obra ajudante A. Rodrigues Montesinho, a
(aliás, 14) de 1750. cartográfica; o mapa aqui Para as demarcações de limites do carta "Corographica e Hidrographica
apresentado serviu para apresentar as Tratado de Santo lldefonso (1777) de toda a Costa do mar da Capitania
23. FARIA, José Custódio de Sá dúvidas dos geógrafos demarcadores. foram criadas quatro comissões de São Paulo", com latitudes e
(1710 - 1792). Demonstração do Tal era a capacidade de Blasco que, ao conjuntas luso-espanholas. A quarta e longitudes observadas pelo astrônomo
curso do Rio Ygatemy e terreno regressar definitivamente a Portugal, última delas trabalhou no rio Negro e real Francisco d'Oliveira Barbosa; além
adjacente, José Custódio de Sá e foi nomeado engenheiro-mor do afluentes do norte do rio Solimões; desta, executou cartas dos portos de
Faria, s. I., c. 1754. reino. chefiou a parte portuguesa o Santos, Cananéia, Paranaguá e
governador de Mato Grosso João Guaratuba.
Para demarcação dos gigantescos
26. GALLUZI, Henrique Antonio. Pereira Caldas, sendo um dos A carta mostrada é de excelente
limites do Tratado de Madri foram
Mappa geral do Pará etc., 1759. astrônomos o doutor José Simões de elaboração e foi básica para os
criadas duas comissões, a do Sul e a
Carvalho. levantamentos do barão de Roussin,
do Norte, das quais participaram uma Galluzi, de origem italiana, foi
Esta quarta comissão produziu quase três décadas mais tarde.
plêiade de notáveis astrônomos, contratado para as demarcações do
abundante cartografia, notadamente
engenheiros, geógrafos e Tratado de Madri, chegando ao Brasil
dos rios Negro, Branco e Japurá, em 31. NIEMEYER, Jacob Conrado de
desenhadores; dela fez parte o na frota do Maranhão (1753), para
busca das ligações entre eles. (1788 - 1862). Carta Corographica do
sargento-mor José Custódio de Sá e trabalhar na Comissão do Norte; as
Império do Brazil dedicada ao Instituto
Faria, encarregado de uma das três comissões espanhola e portuguesa
29. Anônimo e SERRA, Ricardo Histórico e Geográfico brazileiro. Rio
partidas da Comissão do Sul, que jamais se encontraram, mas os
Franco de Almeida (? - 1798). de Janeiro: Heaton e Rensburg, 1846.
levaria a fronteira até o rio Jauru; o demarcadores portugueses não
Mappa da parte do rio Guaporê, e
mapa apresentado é um dentre ficaram inativos, produzindo valiosos Litografado no Rio de Janeiro por
dos rios Sararé, Galera, S. João e
centenas então produzidos. mapas da região amazônica; um Heaton 8i Rensburg, o mapa do entáo
Branco, c. 1795.
deles, de autoria de Galluzi, é aqui coronel Niemeyer constituiu notável
24. CIERA, Miguel (Michele) mostrado. Almeida Serra, notável astrônomo e esforço, se considerados os recursos
Antônio engenheiro militar brasileiro, foi da época; dela já constam os limites
(? - 1782). [Rio da Prata I], Miguel 27. CANO y OLMEDILLA, Juan de designado para trabalhar na terceira brasileiros àquela data e os entre as
Ciera, 1758. Ia Cruz (1734-1790). Mapa comissão, havendo chegado à Vila várias províncias do Império.
Geográfico de America Meridional, s. Bela em 1782, tornando-se notável Nada menos de 10 insertos mostram
C/era, nascido em Pádova (República
I. [Madri], 1775. conhecedor de toda a região as plantas do Rio de Janeiro, ilha do
de Veneza) foi contratado para
percorrida desde o rio Madeira até o Maranháo e oito capitais de
astrônomo das demarcações do Ao contrário do que ocorrera quando
Jauru e baia Negra. províncias.
Tratado de Madri, trabalhando com Sá das negociações do Tratado de Madri,
32. Comissão da Carta Geral (1864 atividade; planejada para ser feita em
- 1878). Carta do Império do Brasil 42 folhas, o número jamais foi
organizado pela Comissão da Carta alcançado; em 1871 estavam prontas
Geral sob a presidência do General 31, mas foram consideradas
Henrique de Beaurepaire Rohan, [Rio insatisfatórias; novo planejamento,
de Janeiro], Inst. Heliographico A. reduzindo aquele número para 30,
Henschel, 1875. jamais foi cumprido, o que levou o
ministro Cansansão de Sinimbu a
Gravada no Rio de Janeiro pelo
extinguir a comissão, em razão dos
Instituto Heliographico A. Henschel,
gastos que acarretava.
foi o resultado prático dos
demorados trabalhos da Comissão da
Carta Geral nos seus 14 anos de
27
[V '.k\v\i.n
v m i)
D i\ i
A fotografia foi o resultado de por conquistar, também - já no século Fotografias originais do século XIX
1. CALCAGNO, Luiz Bartolomeu.
um processo que se XX - um papel preponderante com o
Tiradores de esmolas para a festa do
desenvolveu durante séculos e advento da reportagem fotográfica. Divino, na paroquia de N. 5. da
recebeu impulso decisivo à época do Tomando como ponto de partida Abadia de Bom Sucesso. Minas Gerais,
Renascimento italiano, quando tomou o acervo fotográfico histórico da 1875. 1 foto.
forma a camera obscura, logo provida Biblioteca Nacional, onde destacamos Típica cena do interior do Brasil no
período, dentre muitas realizadas por
de lentes que vieram amplificar o algümas imagens marcantes,
Luiz Calcagno, este grupo musical
desejo humano de reproduzir pertencentes em sua maior parte à tinha participantes de diversas faixas
visualmente sua própria realidade. Coleção d. Thereza Christina Maria, etárias e cumpria importante função
Pouco depois de sua descoberta, já 110 formada pelo imperador d. Pedro II nas festas religiosas. 0 longo tempo
de exposição, necessário para a
século XIX, a fotografia logo começa a no século XIX e consistindo no melhor realização da fotografia, justifica a
ser apropriada pelos mais diversos testemunho do período inicial da postura pouco natural dos retratados.
do livro impresso. Surgem então os brasileiro e/ou acerca do Brasil, desde É bastante provável que Christiano
Urros fotográficos, onde a imagem suas origens até os nossos dias. Júnior tenha realizado a mais extensa
série de retratos de escravos dos anos
deixa de ser um elemento meramente
1860, no Rio de Janeiro, trazendo-os
ilustrativo e passa a ocupar o lugar ao seu estúdio e fotografando-os em
principal, ficando o texto a ela frente a cenários nem sempre
condizentes com a realidade. Há
subordinado. Posteriormente, a
imagens de caráter puramente
fotografia é incorporada às etnográfico e outras onde os negros
publicações periódicas, onde termina de ganho demonstram suas
7. FIDANZA & Cia. Arco da artistas de Paris, (...) e acompanhados
Companhia do Amazonas, visto da de três volumes in-4o, sobre a
terra e do rio. In: . Festejos no historia, as instituições, as cidades, as
Pará por ocasião da visita de D. Pedro fazendas, a cultura, a colonisação,
II. Belém, 7 set. 1867. 3 fotos, fotos 1 etc., do Brazil, por Charles
e 2. Ribeyrolles".
Saxe e seu augusto irmão D. Luis fotográficos, o fotógrafo paulistano panoramico do paiz e as
Orlando Azevedo documenta um
Philippe ao interior do Brasil no anno Valério Vieira era um profissional características ou peculiaridades que o
curioso aspecto da influência
assignalam." Assim inicia-se o A obra tem apresentações de Manuel Segundo o Barão do Rio Branco, "O 30. SLOMP, Vilma. Dor. São Paulo:
preâmbulo da obra, que é seguido de Bandeira e Cândido Portinari e Álbum de Vistas do Brasil se destina a DBA, 1998. [33] p.
um texto informativo, de cunho legendas de Orígenes Lessa. Segundo acompanhar o texto da segunda
históríco-geográfico e que tenta dar a pesquisadora Helouise Costa, o edição de Brésil, extrato da Grand Experimentando um dos possíveis
conta do pais em seis páginas. fotógrafo Jean Manzon, que Encyclopédie, trabalho com o qual eu territórios da expressão pessoal no livro
Impresso em rotogravura, os textos e trabalhou durante longos anos em tive a honra de colaborar, sob a fotográfico, Vilma Slomp expõe toda a
legendas estão em português, parceria com o jornalista David Nasser direção de M. E. Levasseur, do sua dor através de fotografias cuja
alemão, espanhol, inglês e francês. na revista 0 Cruzeiro, de Assis Instituto". Sob este aspecto, então, realização, segundo a crítica de arte
Chateaubriand, "deu concretude não se trata precisamente de um livro Angélica de Moraes, "coincidiu com
23. HESS, Erich Joachim. Isto ê o visual a um conjunto de idéias fotográfico, embora a obra se momentos pessoais especialmente
Brasil! [São Paulo]: Melhoramentos, preconcebidas sobre o Brasil, sustente como tal. O Barão compara-a difíceis da autora. Para exorcizá-los, a
[1959], [120] p. ao Brazil pittoresco, afirmando que "a fotógrafa se armou de sua câmara e,
provenientes de várias fontes: do
programa do Estado Novo, das presente coleção é a mais completa para além da terapia pessoal, construiu
A obra tem prefácio e legendas de
diretrizes da arte de cunho social e que foi publicada até aqui". um conjunto de trabalhos dotados de
Rachel de Queiroz, além de uma
introdução de Rodrigo M. F. de das idéias engendradas no seio da valor artístico. (...) Como na pintura
intelectualidade modernista". 28. RIO BRANCO, Miguel. Silent holandesa antiga, a luz é a grande
Andrade, amigo de Hess, que trabalhou
book. São Paulo: Cosac 8. Naify, 1997. protagonista de tudo, delineando com
como fotógrafo do IPHAN durante
26. RIBEYROLLES, Charles. Brazil precisão todas as formas. Uma luz-
longos anos. Traz uma visão do Brasil Silent Book é um livro de artista, que é
pittoresco: álbum de vistas, lucidez que, sob a aparência
tão em voga naquele período histórico. também um livro fotográfico. Neste
panoramas, paisagens, costumes, etc., falsamente agradável de uma foto
caso, como diz o titulo, não há texto
24. KLUMB, Revert Henrique. Doze com os retratos de Sua Magestade bonita, investiga e escava a ferida".
algum - sequer uma apresentação ou
horas em diligência: guia do viajante Imperador Don Pedro II et da familia
prefácio - o que representa o outro
de Petrópolis a Juiz de Fora ... Rio de imperial. Paris: Lemercier, 1861. 31. Traveis in Brazil. [Rio de
extremo da proposta do livro
Janeiro: J. J. da Costa Pereira Braga, Janeiro: s.n., 1939], 198 p.
Antes de Klumb, o fotógrafo francês fotográfico, aqui já liberto do texto.
1872.
Victor Frond, então radicado no Rio Idealizada e editada pela S.A. V.l.
de Janeiro, já editara aquele que é 29. SALGADO, Sebastião. Terra. São (Sociedade Anônima de Viagens
Entre outras iniciativas pioneiras,
considerado o primeiro livro de Paulo: Companhia das Letras, 1997. Internacionais), visava á propaganda
Klumb foi também o autor do
fotografias da América Latina, o Brazil 143 p. do Brasil, especialmente no sentido
primeiro livro ilustrado com
pittoresco. No entanto, as litografias Embora os livros fotográficos de turístico. Segundo o prefácio da obra,
fotografias inteiramente produzido,
que o ilustram não foram realizadas Sebastião Salgado - hoje, o fotógrafo o tráfego internacional de turistas
litografado e impresso no Brasil - nas
no Brasil e sim na França, na brasileiro de maior projeção naqueles anos indicava claramente
suas próprias palavras, "o primeiro
Imprimeríe Lemercier, a melhor oficina internacional - venham abordando uma preferência pela América do Sul,
guia do viajante, feito no pais".
gráfica parisiense da época. Além temáticas universais, com fotografias o que criava a necessidade de se
Segundo Pedro Vasquez, trata-se de
disso, não fazem parte do corpo do dos quatro cantos do planeta, este é produzir material de divulgação não
"um dos marcos maiores da história
livro propriamente dito, sendo inteiramente dedicado ao Brasil e trata apenas para seduzir o visitante, mas
da fotografia no Brasil. Livro que tem
apresentadas em separado num de um dos temas mais palpitantes de orientá-lo. Após situar o pais no globo
seu valor incrementado pelo fato de
portafólio de grande formato. nossa atualidade, tendo exercido forte terrestre, seguem dois breves textos:
documentar as condições de viagem
Ressalte-se que o texto de Ribeyrolles influência no recente processo de 'Historical sketch' e 'Some facts about
naquela que foi a primeira rodovia
foi produzido sob encomenda de conscientização nacional e internacional Brazil'. A seguir, as fotografias
brasileira, importante fator de
Victor Frond. acerca do problema dos sem-terra. legendadas, separadas por região e
integração e consolidação da
identidade nacional". Ressalte-se o diálogo estabelecido com sempre antecedidas por pequenos
27. RIO BRANCO, José Maria da mapas.
a prosa do escritor português José
Silva Paranhos, Barão do. Álbum de
25. MANZON, Jean. Flagrantes do Saramago e com a música do
vues du Brésil exécuté sous la
Brasil. Rio de Janeiro: Bloch, [1950], compositor Chico Buarque.
direction de J. M. da Silva-Paranhos
196 p.
Baron de Rio-Branco. Paris: Imp. A.
Lahure, 1889.
O Saber e o Sabor do Brasil
XV ^ r Letras e Artes no Brasil m MARÍLIA
DE
DIfRCEO.
A Po esia P O.R T. A. G.
Alexei Bueno
LISBOA:
NA TYPOGRAFIA NUNESIANA
ANNO M. DCC. xau_
Herdeiro, por seu amoroso, reencontramos essa plêiade Andrade, Vinícius de Moraes, João
descobrimento, de uma de artistas que, espantosamente Cabral de Melo Neto, para omitirmos
grande tradição lírica jovens, se inscreveram no mais fundo tantos nomes. Se a velha e geral idéia
vazada em uma admirável da alma brasileira: Álvares de de uma epopéia nacional acabou por
língua românica — que ainda em seu Azevedo, Casimiro de Abreu, não se materializar na nossa poesia,
primeiro século como país alcançaria o Fagundes Varela, entre outros. Após antes se cumprindo nesses dois
apogeu sob o gênio de Camões —, o um interregno parnasiano, onde monumentos que são como que a
Brasil não poderia deixar, através da alcançamos o requintado cuidado llíada e a Odisséia brasileiras, Os
sua história, de ser marcado pelo signo formal de um Raimundo Correia e de sertões e Ora/ide sertão:veredas,
da poesia. Cinco séculos dela se um Olavo Bilac, Alberto de Oliveira ambos em prosa; se esse quase poema
encontram nesta exposição. Das ou Vicente de Carvalho, mergulhamos nacional que é o Romanceiro da
primeiras tentativas diretamente novamente na essência profunda do Inconfidência se afirma na verdade,
ligadas à metrópole até o fenômeno poético com o Simholismo antes de tudo, como uni poema
aparecimento do elemento nacional no trágico de um Cruz e Sousa e a universal sobre a I listória e seus
barroco satírico ou religioso de uin altitude mística de um Alphonsus de mecanismos trágicos, não podemos
Gregório de Matos e nas cenografias Cuimaraens, chegando finalmente ao deixar de nos emocionarmos e
arcádicas dos poetas da Inconfidência estranho e apocalíptico expressionismo orgulharmos com esse fabuloso
Mineira, encaininhamo-nos de Augusto dos Anjos. Em plena patrimônio lírico criado ein nosso
lentamente para a plena eclosão da eclosão da modernidade, vemos o meio milênio de busca por uma nação,
alma nacional 110 Romantismo. Do surgimento desse extraordinário patrimônio a cada dia enriquecido, ein
Gonçalves Dias dos grandes poemas conjunto de poetas formado por meio à luta diária contra os equívocos
Manuel Bandeira. Jorge de Lima, e extravios estéticos, pela geração
indiauistas até o Castro Alves da
Cecília Meireles, Carlos Dniimnond de presente.
revolta abolicionista e do lirismo
1. TEIXEIRA, Bento. Prosopopéia. 1a 5. GONZAGA, Tomás Antônio. 9. FREIRE, Junqueira. Inspirações do último e maior nome da poesia
edição. Lisboa: Antônio Álvares, 1601. Marilia de Dirceu. 1a edição. Lisboa: claustro. Bahia: Typographia de Camilo romântica no Brasil.
Nunesiana 1792, 1799, 1802, 1811; de Llelis Masson & C. 1a edição. 1855.
Impressa em Lisboa em 1601, a 14. ASSIS, Machado de. Manuscritos
Impressão Régia, 1812.
Prosopopéia, de Bento Teixeira, é Em sua relação dramática com a vida
do poema "Mundo interior".
considerada a primeira produção religiosa, registrada nas Inspirações do
Primeiras edições de Marilia de Dirceu, Manuscrito autógrafo do poema
poética de um autor radicado no Brasil. claustro, de 1855, o baiano Junqueira
da princeps de 1792 até a primeira "Mundo interior", de Machado de
Nela o autor faz o elogio de Jorge de Freire consagrou-se como outro dos
brasileira, da Impressão Régia, em Assis. Embora a sua obra de poeta não
Albuquerque Coelho, governador de grandes nomes da poesia romântica no
1812. O célebre livro de Tomás Antônio se compare ã de prosador, o nosso
Pernambuco, em estilo camoniano. Brasil.
Gonzaga foi a mais popular obra maior ficcionista do século XIX compôs
poética desse período em nossa lingua. não poucos poemas admiráveis,
2. MATTOS, Gregório de & Guerra. 10. ABREU, Casimiro de. As
In: Manoel Pereira Rabello. Vida e primaveras. 1a edição. Rio de Janeiro: sobretudo em Ocidentais, onde se
6. GAMA, Basílio da. O Uraguai. Typ. de Paulo Brito, 1859. encontra este soneto.
morte do Doutor Gregório de Mattos &
Lisboa: Regia Officina Typographica, 1a
Guerra. Códices produzidos entre os
edição. 1769. Com As primaveras, publicadas aos
séculos XVII e XIX. 15. SOUSA, Cruz e. Broquéis. 1a
vinte anos, em 1859, livro de uma
edição. Rio de Janeiro: Magalhães,
Primeira edição de O Uraguai, de profunda e irrepetivel simplicidade,
Toda de publicação póstuma, a obra de 1893. (Versos)
Basilio da Gama, de 1769. Talvez, nos Casimiro de Abreu tornou-se um dos
Gregório de Matos, o maior poeta do
seus cinco cantos em decassílabos dois ou três poetas mais populares da
nosso período barroco, sobreviveu em
brancos, a mais original das tentativas nossa poesia em todos os tempos. Com a edição de Broquéis, em 1893,
numerosos códices apógrafos, como
épicas da nossa poesia colonial. Cruz e Sousa dá inicio ao Simbolismo
estes da Biblioteca Nacional. Pelo seu
11. VARELA, Fagundes. Cantos do no Brasil. Embora os seus maiores
número e dispersão, dão origem a um
7. DIAS, Gonçalves Primeiros cantos. ermo e da cidade. Rio de Janeiro: B. L. poemas se encontrem nos livros
dos maiores problemas textuais da
Últimos cantos. Rio de Janeiro: Eduardo Garnier, s/d. póstumos Faróis e Últimos sonetos,
poesia brasileira.
e Henrique Laemmert, 1846. 1a edição. pertence a Broquéis a posição de
Cantos do ermo e da cidade, de 1869,
grande marco histórico do movimento.
3. COSTA, Cláudio Manuel da. Se nos Primeiros cantos, de 1846, é o último livro publicado em vida por
o
Obras. I edição. Coimbra: Offina de Gonçalves Dias surge como o primeiro Fagundes Varela, o nosso romântico
16. GUIMARAENS, Alphonsus de.
Luiz Seco Ferreira, 1768. grande nome da nossa poesia com mais agudo sentimento da
Dona Mistica. Rio de Janeiro: Typ. de
romântica, nos Últimos cantos, de natureza e o autor da mais alta elegia
A primeira edição das Obras de Cláudio Leuxinger & C., 1899. 1a edição.
1851, ele alcança o apogeu de seu da poesia brasileira, "O cântico do
Manuel da Costa, um dos dois maiores
gênio, em poemas como o insuperável Calvário". Primeira edição de Dona Mística, 1899,
poetas do nosso período arcádico, foi
1-juca-pirama". de Alphonsus de Guimaraens, o outro
impressa em 1768, em Coimbra, e traz
12. ALVES, Castro. Manuscrito do grande nome da poesia simbolista no
no frontispicio uma das mais
8. AZEVEDO, Álvares de. Obras de poema "A cachoeira de Paulo Afonso". Brasil, um dos maiores sonetistas e um
espantosas gralhas da história da
Manuel Antônio Álvares de Azevedo. dos grandes misticos da lingua
tipografia em nossa língua, sendo por Manuscrito autógrafo de A cachoeira
Rio de Janeiro: Tip. Americana de J. J. portuguesa.
isso vulgarmente conhecida como de Paulo Afonso. Publicado
da Rocha. 1a edição, 2 vols., 1853 -
"Orbas". postumamente em 1876, este último
1855. Primeiro volume. 17. CORREIA, Raimundo. Versos e
ciclo de poemas de Castro Alves reúne
versões. Rio de Janeiro: Typ. e Lith.
4. DURÃO, Santa Rita. Caramuru. A primeira edição das Obras de Álvares vários dos maiores momentos da
Moreira Maximino & C. 1887. 1a
Lisboa: Régia officina typográfica, 1781. de Azevedo tornou-se, como é comum poesia brasileira.
edição.
Manuscrito autógrafo em livros que alcançaram grande
popularidade, uma raridade Em Versos e versões, de 1887,
13. ALVES, Castro. Espumas
Raro manuscrito do Caramuru, de bibliográfica. Com ela a poesia Raimundo Correia, o mais "artista" dos
flutuantes. Bahia: Camilo de Lellis
Santa Rita Durão, composto e impresso brasileira atingiu uma nova
Masson, 1870. 1a edição. nossos parnasianos, cria, entre
em Portugal, em 1781, representando sensibilidade, através de um poeta traduções e poemas próprios, um dos
uma tentativa de épica sobre modelo morto com apenas vinte anos de idade. Primeira edição das Espumas
títulos fundamentais da escola.
camoniano com assunto brasileiro. flutuantes, de 1870, único livro
publicado em vida por Castro Alves,
18. BILAC, Olavo. 21.2 Confissão sobre a obra poética irreverência iconoclasta do Modernismo
18.1 Poesias. Rio de Janeiro: São de Augusto dos Anjos escrita por no Brasil.
Paulo: Teixeira & Irmão, Porto, Typ. da Carlos Drummond de Andrade,
Empr. Litt. E Typographica, 1888. 1a especialmente para a Exposição 26. MELO NETO, J. Cabral de. Cão
edição. Comemorativa do Centenário de sem plumas. Barcelona: 0 Livro
Nascimento do mencionado poeta, Inconsútil, 1950.
18.2 Manuscrito original do poema
organizada pela Biblioteca
Na estrada da vida. Publicado em 1950, em Barcelona, pelo
Nacional. Original. 1 pág.
próprio autor, em sua oficina O Livro
Com a primeira edição das Poesias, em
Inconsútil, 0 cão sem plumas aponta
1888, Olavo Bilac se consagra como o 22. BANDEIRA, Manuel. Cinza das
para uma série de caminhos que
mais popular e admirado poeta horas. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do
levariam o seu autor para uma vertente
brasileiro da passagem do século XIX Commércio, 1917.
construtivista muito pessoal, abrindo
para o XX, exercendo uma
Em 1917, com A cinza das horas, livro uma nova fase na poesia brasileira
avassaladora influência que só
ainda basicamente neo-simbolista, dá- depois do Modernismo.
começará a ser abalada com o
se a estréia de Manuel Bandeira, uma
Movimento Modernista.
das maiores e mais amadas vozes da 27. RICARDO, Cassiano. Martim-
poesia modernista no Brasil. Cererê. São Paulo: Nacional, 1936.
19. OLIVEIRA, Alberto de. Manuscrito
do poema " 0 rio azul". Com Martim-Cererê, ou o Brasil dos
23. ANDRADE, Drummond de. Rosa
meninos dos poetas e dos heróis,
Manuscrito autógrafo do poema " 0 rio do povo. Rio de Janeiro: J. Olympio,
publicado 1928, Cassiano Ricardo, que
azul", de Alberto de Oliveira, o mais 1945.
depois passaria pelas mais variadas
longevo e o mais ortodoxo dos
Com A rosa do povo, de 1945, Cario vertentes poéticas, alcançou uma
membros da famosa Trindade
Drummond de Andrade se consagra imediata e consagradora presença
Parnasiana.
como a grande voz coletiva e social da dentro do Movimento Modernista.
poesia brasileira na metade do século
20. ESTRADA, Osório Duque.
XX, inclusive numa série de admiráveis 28. BOPP, Raul. Cobra Norato. São
Manuscrito original da letra do "Hino
poemas da Guerra. Paulo: Irmãos Ferraz, 1931.
Nacional Brasileiro".
Publicado em 1931, Cobra Norato, do
Poeta medíocre e critico intransigente, 24. MEIRELES, Cecília. Romanceiro da
gaúcho Raul Bopp, tornou-se, por seu
coube a Osório Duque Estrada a Inconfidência. Rio de Janeiro: Livros de
amazonismo e seu folclorismo, um dos
incancelável glória de ser o autor da Portugal, 1953.
livros icônicos do Modernismo brasileiro
letra do Hino Nacional brasileiro, da
Obra máxima de Cecilia Meireles, a em sua vertente nacionalista, ainda que
qual vemos aqui o manuscrito original.
maior poetisa brasileira de todos os de um autor irrealizado no resto de sua
tempos, o Romanceiro da obra.
21. ANJOS, Augusto dos.
Inconfidência, publicado em 1953,
21.1 Eu. Rio de Janeiro: s/d. 1912.
revela-se, para além do seu sentido de 29. LIMA, Jorge de. Invenção de
Aparecido em 1912, como uma bomba poema histórico e poema nacional, um Orfeu. Rio de Janeiro: 1952.
no meio da poesia da nossa belle magnífico poema sobre a própria
Monumental, barroca, hermética e
époque, o Eu de Augusto dos Anjos, História.
complexa, a Invenção de Orfeu, última
obra de um expressionismo torturado e
obra de Jorge de Lima, publicada em
extremamente original, tornou-se, após 25. MENDES, Murilo. História do
1952, traz, no seu tecido de poemas
ser ignorado por uma critica Brasil. Rio de Janeiro: Ariel, 1937.
de todas as formas, alguns dos grandes
esteticamente despreparada, o livro de
Apesar de depois repudiada pelo seu momentos da poesia brasileira
poemas mais reeditado da literatura
autor, a História do Brasil, de Murilo moderna.
brasileira.
Mendes, publicada em 1932, é uma
das obras mais exemplares da
Ficção em Prosa
Ivo Barbieri, Dau Basto
JOSE LINS DO REGO
e Marcus Vinícius Nogueira Soares
FOGO MORTO
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ROMANCE
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I
1. GÂNDAVO, Pero de Magalhães. nacional, da monarquia constitucional
História da província Santa Cruz. e do predomínio português na
Lisboa: Officina de A. Gonsalvez, colonização.
1576.
Carlos Gomes
0 Brasil pode orgulhar-se de Janeiro, até o regresso de d. João VI a em qualidade às suas melhores
haver produzido o maior Portugal, em 1821, atravessou um congêneres na Europa. Depois foi o
compositor das Américas no período de extraordinária atividade 110 silêncio, por falta absoluta de dinheiro
século XIX — Carlos Gomes setor da música sacra. As cidades após a Independência, até a
- e também o maior gênio musical do coloniais da Terra do Ouro Maioridade tle d. Pedro II e o
continente no século XX - Villa-Lobos. organizaram verdadeiros sindicatos de despontar tle Carlos Gomes.
No entanto, a partir dos anos sessenta músicos, as innandades, que atuavam I loje em dia oferecemos ao nosso
o Brasil se fez notar e aplaudir no intensamente nas numerosas igrejas da público e ao mundo musical as obras
exterior mais pela música popular. região e nas residências de ricos de uma centena de compositores que
Embora tenhamos hoje excelentes comerciantes tia época. No último trilham com sucesso os caminhos das
compositores clássicos, nenhum deles quartel do século XV III havia mais de mais avançadas experiências musicais
conseguiu o mesmo destaque mil músicos em atividades em Minas de vanguarda. Na entrada do século
internacional de Carlos Gomes e Villa- Gerais. Dois grandes nomes ressaltam XXI, nossos músicos clássicos estão
Lobos em suas respectivas épocas. nesse período: Emerico Lobo de rigorosamente atualizados e informados a
O curioso é que também no Mesquita e José Maurício Nunes de todas as novidades musicais que
século XVIII o Brasil teve notável Garcia. Viajantes estrangeiros de surgem na Europa e nos Estados
produção musical, das melhores nas passagem pelo Brasil elogiaram as Unidos da América e estão
Américas, embora ainda pouco atividades da Capela Real 110 Rio de participando com êxito nos mais
conhecida fora do Brasil. A música em Janeiro e as óperas encenadas no importantes festivais internacionais
Minas Gerais e depois no Rio de Teatro São João, como equivalentes com as suas obras.
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§
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3. NAZARETH, Ernesto. - Odeon. 8. GUARNIERI, Camargo. Ponteio
pE^NAMBUCO-1882- NUMERO ULTIMO n" 8.
Compositor essencialmente carioca,
era considerado por Villa-Lobos como Guarnieri foi o líder da segunda
"a verdadeira encarnarão da alma geração nacionalista, destacando-se
musical brasileira". Darius Milhaud pelo seu estilo autêntico e refinado. A
julgava "genial" o criador do tango série dos "Ponteios" é representativa
brasileiro Odeon. de sua obra pianistica.
hino, com versos de Olavo Bilac, para A presente edição é uma curiosidade
ser utilizado nas cerimônias de gráfica e histórica, a primeira obra de
hasteamento da bandeira nas escolas nossa musicologia após a
públicas do Rio de Janeiro. Foi depois Independência.
adotado pelas Forças Armadas como
o Hino à Bandeira.
10. SILVA, Francisco Manuel da.
Compêndio de música prática,
5. VILLA-LOBOS, Heitor. Choros n" publicado em 1832.
12.
O autor do nosso Hino Nacional foi
A série dos Choros, utilizando um bom compositor e notável
conjuntos instrumentais diferentes, foi professor. Esta obra parece ser a
a mais importante contribuição do primeira no gênero. Graças a ele foi
nosso maior compositor para a música fundado o primeiro conservatório de
moderna internacional. música no Brasil, em 1855.
123
124
>
§
XVI ^ A Ciência no Brasil
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão
A. . I
ELEMENTOS
DE
ASTRONOMIA'
PARA USO DOS ALUMNOS
A C A D E M I A R E A L M I L I T A R
O R D E N A D O
Durante o período colonial, brasileiros se destacaram no campo d* j*mrf an*o d* rtjctid* Academ*.
da astronomia
coletavam e classificavam os nossos encontram também na Biblioteca
recursos naturais. Todos os viajantes e Nacional.
exploradores que vieram pesquisar no No Segundo Império, as de Manguinhos e de uma plêiade de
Brasil, não deixaram seguidores nem iniciativas de d. Pedro II muito homens voltados à pesquisa científica,
modificaram a condição cultural do incentivaram as ciências. Em 1874, a dentre eles Oswaldo Cruz (1872-
país. Escola Central foi dividida em Escola 1 ( )17), Carlos Chagas (1879-1934) e
Com a vinda da família real em Politécnica e Escola Militar, Manuel de Abreu (1894-1962).
1808. foram tomadas uma série de possibilitando, assim, pela primeira lodavia, o ensino permaneceu
medidas que contribuíram para o vez que fosse conferido o grau de inteiramente afastado da renovação
nosso desenvolvimento científico: bacharel em ciências. científica que se operava nos países
ensino superior, museu de história No início do século XX, a industrializados. Em meados dos anos
natural e jardim botânico. Antes de situação crítica de saúde pública 1930, a criação das faculdades de
nossa Independência, poucos provocou o aparecimento do Instituto ciências, em São Paulo e no Bio de
a) Livros bioeletro-gênese - um minucioso
1. ALMEIDA, Francisco Antônio biógrafo.
de. A paralaxe do Sol e as passagens
de Vênus. Rio de Janeiro: Typ. do 4. Coleção Freire Alemão. Estudos
Apóstolo, 1878. botânicos.
pequeno balão cheio de ar quente, a de bombeiros (1748). No Rio de O paleontologista brasileiro Carlos
Passarola, cujo desenho original Janeiro, executou vários projetos que de Paula Couto (1910-1982) pioneiro
alteraram o panorama arquitetônico na descoberta da fauna de
encontra-se na Biblioteca Nacional. da capital do vice-reinado, como o mamíferos pré-históricos que viveram
Esta experiência que precedeu a Palácio dos Vice-Reis (atual Paço no Brasil.
utilização prática de um balão Imperial) e o famoso Arco do Teles.
7. GOELDI, Emil August. Álbum de
tripulado, pelos irmãos franceses
3. CHAGAS FILHO, Carlos. Meu aves amazônicas. Rio de Janeiro: Liv.
Joseph e Etienne Montgolfier (1740- pai. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Clássica de Aves, 1854-1900.
1810 e 1745-1799), em 1783, cuja Cruz, 1993.
O naturalista brasileiro de origem
dirigibilidade seria conseguida, em Médico brasileiro Carlos Ribeiro suíça Emil August Goeldi (1859-
1001, pelo brasileiro Alberto Santos- Justiniano das Chagas (1879-1934), 1917) descreveu e desenhou com
famoso pela descoberta da doença grande precisão e arte a fauna do
Dumont (1873-1932) que, em 1906,
que leva o seu nome. Teve em seu Brasil, em especial as aves da região
com uma nave mais pesada que o ar, filho, o cientista Carlos Chagas Filho amazônica.
daria início ao domínio do espaço. (1910-2000) - pioneiro no estudo da
8. GUIMARÃES, Manuel Ferreira 11.3 RUSCHI, Augusto. Orquídeas O astrônomo brasileiro de origem
de Araújo. Elementos da astronomia do Estado do Espirito Santo. Rio de belga Luís Ferdinando Cruls (1848-
(primeiro livro de astronomia Janeiro: Expressão e Cultura,1986. 1908), além de chefiar a comissão
publicado no Brasil). Rio de Janeiro: que delimitou a região onde seria
O naturalista brasileiro Augusto
Imprensa Régia, 1814. construída a cidade de Brasília,
Ruschi (1915-1986) - notável por
determinou as nascentes do rio
O militar, político, jornalista e seus estudos sobre os beija-flores e
Javari, cuja localização foi
astrônomo brasileiro Manuel Ferreira as orquídeas - foi um ardoroso
fundamental na solução da questão
de Araújo Guimarães (1777-1838) - defensor da natureza no Brasil.
acreana, disputa de fronteira entre o
professor da Academia Real da Transformou sua residência,
Brasil e a Bolívia.
Marinha de Lisboa e da Academia construída no século XIX por seu avô
Real Militar no Rio de Janeiro - num terreno de 80 mil metros
15. AZEVEDO, Fernando de. As
escreveu o primeiro livro de quadrados da mata, em um museu
ciências no Brasil. [Rio de Janeiro]
astronomia publicado no Brasil. de história natural que doou ao
Melhoramentos [1956] 2 v. il.
governo federal.
9. IHERING, Rodolpho von. O sociólogo e educador brasileiro
Dicionário dos animais do Brasil. São 12.1. Santos-Dumont, Alberto. Fernando de Azevedo (1894-1974),
Paulo: Secretaria da Agricultura, Dans L'Air. Librairie Charpentier et além da obra-prima A cultura
Indústria e Comércio, diretoria de Fasquelle, Paris, 1904 brasileira (1956), coordenou a mais
Publicidade Agrícola, 1940. completa coletânea de ensaios sobre
12.2 Santos-Dumont, Alberto. O as ciências em nosso pais: As
O zoólogo brasileiro Rodolpho von
que eu vi, o que nós veremos. São ciências no Brasil (1955).
lhering (1883-1939) elaborou o mais
Paulo, 1918 (com dedicatória de
completo dicionário dos animais do
Santos-Dumont ao dr. Coelho Neto). 16. GUSMÃO, Bartolomeu
Brasil. Suas descrições são até hoje
Lourenço de. A Passarola. [1709]
fundamentais, haja vista a nova O aeronauta brasileiro Alberto
edição desta valiosa obra que deverá Santos-Dumont - pai da aviação -, O religioso e aeronauta brasileiro
sair ainda este ano. após assegurar a dirigibilidade dos Bartolomeu Lourenço de Gusmão
balões, em 1901, conseguiu, mais (1685-1724), um dos pioneiros da
10. RODRIGUES, João Barbosa. tarde, em 1906, realizar o primeiro aeronavegaçào, que em virtude de
Sertum palmarum brasiliensium. vôo documentado do mais pesado suas experiências com um balão de
Bruxelles: Imprimerie Typographique que o ar na história da aviação. ar quente - A Passarola - foi
veuve Monnom, 1903. apelidado de Padre Voador.
13. SICK, Helmut. Ornitologia
O botânico brasileiro João Barbosa
brasileira, cód.
Rodrigues (1842-1909) - pioneiro no
estudo sobre palmeiras e orquídeas O ornitólogo brasileiro de origem
no Brasil - escreveu várias obras- alemã Heinrich Maximiliam Friedrich
primas sobre a flora brasileira. Helmut Sick (1910-1991)- pioneiro
Deixou também valiosos relatos na descrição das aves brasileiras
sobre suas viagens às regiões ameaçadas de extinção - deixou os
amazônicas e às nações indigenas. mais belos livros sobre as aves
brasileiras editados no Brasil.
11.1 RUSCHI, Augusto. Aves do
Brasil. São Paulo: Ed. Rios, 1979. 14. CRULS, Luís. Carta de Luis Cruls
ao Imperador do Brasil, D. Pedro II,
11.2 RUSCHI, Augusto. Beija-flores
prestando informações para que este
do Estado do Espirito Santo. São
pudesse observar o aparecimento de
Paulo: Ed. Rios, 1982.
um cometa nos céus de Petrópolis.
Rio de Janeiro, 24 de janeiro de
1887.
£
£
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53
CQ
A Música Popular
Ricardo Cravo Albin
A história tia música renovação cultural que nos redimiu: a modesto patamar cultural. Por quê?
popular brasileira nasce 110 dramática ascensão e formalização da Porque a elas faltam as labaredas
exato momento em que, civilização mulata no Brasil. E com ela, rejuvenescedoras tanto da
numa senzala qualquer, os a consolidação de sua filha miscigenação, quanto as de um país
índios (quem sabe se os mesmos primogênita, a mais querida e a mais jovem, como o Brasil.
registrados por Jean de Léry, que os viu abrangente, a MPB.
cantando ao tempo da França Alias, a extraordinária capacitação
Antártica de Villegagnon?) começam a brasileira de incorporar, de deglutir, de £
oa
acompanhar as palmas dos negros ruminar as mais várias culturas — a
cativos, enquanto os colonizadores meu ver, de resto, a contribuição mais
brancos se deixam penetrar pela magia original do Brasil para a história das
do cantarolar das negras de formas civilizações, neste milênio - vai
curvilíneas. Esse almágama, maturado encontrar, justamente no nosso
sensual, lentamente, por mais de cancioneiro, seu espelho mais
quatro séculos, daria uma resultante veemente, provocador e estimulante.
definida há cerca de cem anos, quando Devo observar que as músicas
é criado, 110 Rio, o choro e quando populares de outros países como
surgem o maxixe, o frevo e o samba. Alemanha, França, Portugal, Rússia,
Daí para cá, o último século, Itália, toda Escandinávia e tantos
aberto tanto pela Abolição da outros (à exceção dos Estados Unidos,
Escravatura (1888) quanto pela onde o jazz se desenvolveu com vigor
Proclamação da República (1880), diferente) são muitíssimo mais
assistiu à consolidação de unia discretas e - aí sim - avaliadas em Chiquinha Gonzaga
1. BARBOSA, Domingos Caldas. e verdadeiro do termo, da história da
Viola de Lereno. Lisboa: Na Officina MPB. A marcha "O abre-aias"foi a
Nunesiana, Anno 1798. música mais cantada no carnaval que
abriu o século XX (1889-1900),
O modinheiro Domingos Caldas
enquanto a modinha "Lua branca",
Barbosa espalhou suas canções pelo
extra ida da peça "Forrobodó", é até
Rio colonial nas décadas derradeiras
hoje uma das modinhas mais
do século XVIII. As cantigas, no mais
marcantes do mesmo século.
das vezes de amor, estruturadas em
versalhada opulenta, quase sempre
5. BAHIA, Xisto. Isto é bom. Lundu.
exagerada, tinham ancestralidade
Disco 78 com Eduardo das Neves.
plantada nas fontes portuguesas das
canções medievais. Este disco é duplamente importante.
Primeiro, por conter a gravação do
2. GARCIA, Padre José Maurício lundu de Xisto Bahia (1838-1885), a
Nunes. Partitura "Beijo a mão que peça mais famosa do lunduzeiro
me condena".(edição organizada por mais reconhecido do pais no século
Pixinguinha e Copinha
Aluísio de A. Pinto) XIX. Eduardo das Neves, o célebre
Nego Dudu gravou o disco, para a 8. BARBOSA, Orestes. Samba, sua 10. SINHÔ. Partitura Jura.
Peça rarlssima, datada de 1830, esta
Odeon Talking Machine, que história, seus poetas, seus
modinha, cuja forma se enquadra Se Donga foi historicamente o
retomou nos anos 10 o pioneirismo manuscritos e seus cantores. Rio de
nos parâmetros do gênero musical primeiro sambista, o Sinhõ (José
de Fred Figner e sua Casa Edison, Janeiro: Livraria Educadora, 1933.
popular, é um derradeiro suspiro Barbosa da Silva) terá sido o pioneiro
que começaram a fabricar os discos
d'amore (sua última composição) do Orestes Barbosa não foi apenas o a profissionalizá-lo, embora em
iniciais (em 78 RPM) a partir de
nosso primeiro grande compositor, grande poeta da obra-prima "Chão torno do nome. 0 sucesso de Sinhõ
1902.
geralmente considerado o maior de estrelas". Foi jornalista qualificado (1920-1930) teve seu apogeu com o
autor de música sacra das Américas nas melhores redações do seu tempo samba "Jura", gravado quase
6. ROSA, Noel. Partituras originais
no século XVIII. e ainda autor deste belo livro, em simultaneamente por Aracy Cortes e
de "Com que roupa?".
que são passados em revista Mário Reis, que então iniciava
3. SILVA, Francisco Manuel da. Noel Rosa estreou com "Com que personagens e fatos relevantes carreira pelas mãos do autor,
Partitura "A Marrequinha de laiá" roupa", no carnaval de 1931. O ligados ao inicio do samba, também seu professor de violão.
(lundu). maior poeta da MPB, cognominado considerado hoje por muitos como o
"o filósofo do samba", faria, além gênero nacional, em música popular. 11. Partitura "Valsa de uma
O lundu é considerado, ao lado da
das músicas de referência biográfica, cidade" - Antônio Maria e Ismael
modinha, o gênero musical inicial em
algumas peças em que louvava a 9. BABO, Lamartine & IRMÃOS Neto (1954)
que foi vazado o inicio da MPB,
sedução do Rio de Janeiro, como a VALENÇA. Partitura de " 0 teu
justamente sua face miscigênica, em Se a marcha "Cidade Maravilhosa"
rara "Cidade mulher". cabelo não nega".
que o ritmo negro e a descontraçào (de André Filho, 1933) é o hino
literária são observadas. Esta Esta marchinha bem pode ser oficial da cidade do Rio de Janeiro, a
7. PINTO, Alexandre Gonçalves
partitura é, especialmente, considerada a mais célebre e valsa do poeta e cronista Antônio
(o Carteiro). Choro
significativa porque foi escrita pelo significativa da história do carnaval Maria e do músico e criador do
mesmo severo autor do Hino Considerado o primeiro livro sobre o brasileiro. Escrita por Lamartine Babo conjunto "Os cariocas", Ismael Neto,
Nacional Brasileiro, em 1840. gênero musical carioca, o choro, e pelos Irmãos Valença (autores de é o outro hino da cidade. Um terno,
criado pelo flautista J. A. da Silva frevo do Recife), ganhou os corações lirico hino-valsa, em que a
4. GONZAGA. Chiquinha. Partitura Callado a partir de 1870, este brasileiros a partir do carnaval de modernidade que seria introduzida
" 0 abre-alas". volume tem valor histórico 1932, sendo exaltada até hoje como pela bossa-nova já se antecipa.
qualificado Apesar da irregularidade abertura e encerramento dos bailes
A maestrina Chiquinha Gonzaga carnavalescos.
e até precariedade, por vezes, do
pode ser considerada o primeiro
texto.
grande autor, no sentido mais amplo
12. "Modinhas imperiais" - Mário 15. JOBIM, Tom & MORAES,
de Andrade - 1930 Vinícius de. Partitura original de
"Chega de saudade".
Esta primeira edição de Mário de
Andrade é fruto de exaustivo trabal- Esta música pode ser considerada
ho de pesquisas que lhe tomou "peça de ruptura" da MPB. A
vários anos. O resultado, contudo, é ruptura provocada pela bossa-nova
opulento, como informação e como de Tom Jobim e Vinícius de Moraes -
definição das modinhas por ele recol- sem, é claro - esquecer-se do violão
hidas. Trata-se do primeiro grande do seu principal intérprete, o baiano
livro editado no Brasil sobre tema lig- João Gilberto. Juntos eles três
ado à música popular brasileira, a fizeram a revolução da bossa-nova,
modinha. internacionalizando a música popular
do Brasil a partir de 1960. Um
13. DONGA. Partitura de "Pelo caminho hoje sem volta e que
telefone". qualifica a MPB como o mais bem-
sucedido produto de exportação
A partitura original de "Pelo
cultural de que dispõe o pais.
telefone" não representa apenas a
certidão de batismo do samba, em
1917, apesar da palavra já existir
muito antes, inclusive sendo ligada,
aqui e acolá, a algumas outras
músicas. Contudo, seu autor, Donga
(Ernesto dos Santos), correu ã
Biblioteca Nacional para registrá-la, o
que significava uma intenção muito
clara de preservar os direitos que
dela poderiam ser absorvidos
posteriormente.
12 9
A Imagem do Carnaval Brasileiro:
do Entrudo aos Nossos Dias
Fred Góes
fSL O carnaval é uma das infinidade de manifestações (jue "trieletrizado" com rock e samba duro
l'fm manifestações que melhor desvelam a fisionomia múltipla dos com reggae, denominada de axé.
expressam a pluralidade nossos caracteres regionais. Não Durante pelo menos trinta anos,
-"j*™ cultural da gente brasileira. comemoramos, portanto, um na era áurea do rádio, nossa música
Descendente das festas pagas de carnaval, mas muitos deles, e popular dividia-se entre a música de
tempos imemoriais, foi aqui diferenciados. Do Rio de Janeiro, as meio de ano e a de carnaval, momento
reinventado, ao miscigenar elementos Escolas de Samba se espalharam pelo em que a marchinha e o samba
sacros e profanos de diversas origens, Brasil, tornando-se a expressão mais reinavam absolutos. Com o advento
especialmente, portuguesa, negra e conhecida. Mas além delas, há as da televisão, o desfile das Escolas de
ameríndia. Escolas de Samba paulistas que se Samba cariocas tornou-se, junto com
E nesse período, em que a originam, muitas vezes, das torcidas o futebol, o produto cultural de
linearidade da cronologia cotidiana se organizadas dos clubes de futebol. Em exportação que melhor nos
redimensiona e a estratificação social Pernambuco, a festa destaca-se pelo identificava no exterior. Assistimos
se torna mais inaleável, que melhor vigor das orquestras de frevo, nas neste momento, tempo de
revelamos a exuberância de nossa suas diversas modalidades, pelas globalização, virtualidade e aceleradas
criatividade em vários campos troças c blocos, maracatus, transformações, ao carnaval
artísticos, por meio da música, da caboclinhos e pelos bonecos gigantes ultrapassar os limites dos dias
dança, da indumentária, de diferentes de Olinda. Na Bahia, contrastam os precedentes à quaresma, nas versões
expressões das artes plásticas e das afoxés percussivos, de origem carnas/folias fora de época, ao ano
artes cênicas. Somos, enfim, os religiosa, com a fúria sonora do Trio inteiro, por todo o país. A marchinha,
produtores da mais monumental festa Elétrico, caminhão da alegria, de o samba e o frevo tornam-se axé-
do planeta. Isso porque o conceito onde surge a sonoridade music e a fantasia é substituída pelo
genérico de carnaval abarca uma antropofágica, que mistura frevo abadá.
1. Dois croquis dos figurinos da 7. ALENCAR, Edigar de. O carnaval 1896. Diz a legenda: "Por uma arte 17. LIRA, Mariza. Relíquias cariocas:
Escola de Samba Estácio de Sá do carioca através da música. Rio de ainda mais diabólica do que a carnaval, as grandes sociedades,
carnaval de 1992, de autoria de Chico Janeiro: Freitas Bastos, 1965. carnavalesca, enorme quantidade de cordões e ranchos carnavalescos,
Feitosa (ala "os acadêmicos"). confetes e serpentinas caiu sobre este escolas de samba. Vamos Ler! Rio de
Obra panorâmica da evolução da
desenho que representava as proezas Janeiro, p. 51-53, 9 fev. 1939.
A Escola de Samba Estácio de Sá foi música carnavalesca, dos primórdios ao
do carnaval e os belos préstitos das três
campeã no ano de 1992 com enredo final dos anos 70, em sua 3' edição de Mansa Lira, musicóloga e foldorísta, foi
principais sociedades. Os Tenentes e
de autoria do carnavalesco Chico 1979. O autor indica os grandes uma das pioneiras dos estudos da
Democráticos ficaram completamente
Feitosa em homenagem à Semana de sucessos ano a ano. música popular urbana.
sacrificados! Todavia, é bom declarar:
Arte Moderna. Junto aos croquis das
Quem tiver curiosidade de querer vê- 18. J. CARLOS. Revista Paratodos
fantasias Graça Aranha e Guilherme de 8. Eneida. História de carnaval carioca.
los, poderá satisfazer seus desejos 23/02/23 (CAPA)
Almeida há um recorte de tecido usado Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
tirando, um por um, todos os
na confecção do figurino. 1958. Desenho caricatural de J. Carlos que
confetes".
O livro de Eneida de Morais, lançado retrata com fidelidade o clima de folia
2. PEDERNEIRAS, Raul. Carnaval de
em 1958, é referência básica para os 13. DOM QUIXOTE p.8 do carnaval, em que se vê um homem
outrora: cenas da Vida Carioca.
que estudam o universo carnavalesco. travestido de bailarina e a figura de
Caricaturas. Rio de Janeiro: Off. graph. Ângelo Agostini representa duas
Além de cronista, poetisa e contista, era Carlitos.
do Jornal do Brasil, 1924. situações de fim de festa: a 4' feira de
a promotora do Baile do Pierrot que se
cinzas na rua e num salão. 19. Revista Paratodos 23/02/23 (a
Obra doada ã FBN pelo autor em 1924. tomou uma tradição do carnaval
Estão representadas as fantasias carioca. mesma revista) pp. 22/23
14. AL [José de Alencar], Ao correr da
características dos carnavais de rua do Baile dos Artistas no ano de 1923,
penna (revista). Correio Mercantil. Rio
Rio que nos anos 20 já não eram mais 9. FONYAT, Bina. Carnaval. Rio de
de Janeiro, 14jan. 1855. realizado no Palácio Teatro.
usadas. Janeiro: Nova Fronteira, 1978.
José de Alencar noticia a grande 20. Revista Paratodos 23/02/23 (a
Homens solitários, fantasiados de Índio,
3. PEDERNEIRAS, Raul. Carnaval de novidade para o carnaval de 1855, a mesma revista) pp. 24/25
eram personagens comuns que foram
outrora. cenas da vida carioca. saída da Grande Sociedade Congresso
desaparecendo do carnaval de rua do Flagrantes do carnaval de 1923: Bailes
Desenho. Bigodinho: História das Sumidades Carnavalescas, da qual
Rio de Janeiro. de Clubes, o corso e préstitos da 3'
carnavalesca. Rio de Janeiro: Off. graph. foi um dos fundadores. O desfile
feira gorda em que se vêem os carros
do Jornal do Brasil, 1924. 10. PILÓ, Manuel. Quarteto. Figuras ocorreu no dia 18 de fevereiro de 1855,
alegóricos ou "carros de crítica" de
do Carnaval, ico - 48 cartas color. saindo às 15 horas do Largo D. Manuel
Obra doada à FBN pelo autor em 1935. algumas das mais famosas Grandes
Fantasia , recoíhendo-se no Teatro de S. Pedro.
História em quadrinhos que retrata uma Sociedades: Tenentes do Diabo,
cena do carnaval do passado. Carnaval
15. RIO, João do. Elogio do cordão. Fenianos e Democráticos.
Fantasias recorrentes nos carnavais dos Kosmos. Rio de Janeiro, fev. 1906. não
4. JULIÃO, Carlos prancha XXXVI 21. Foto de Alair Gomes: Carnaval
anos 50. paginado.
de Rua
5. JULIÃO, Carlos prancha XXXVII
Em seu Elogio do cordão de 1906, João
11. J. Carlos. Revista Paratodos
Festa de Reis em aquarelas de Carlos do Rio afirma: "O cordão é o carnaval, Fotografia do acervo de Alair Gomes
8/05/26. Desenho original.
Julião, século XVIII, em que são é o último elo das religiões pagãs, é doado à FNB em que o tema central é o
retratados o cortejo e a coroação de Desenho original de J. Carlos (arte final) bem o conservador do sagrado dia do amor mascarado, o amor fugaz de
uma rainha negra. Esta é uma das para a capa da Revista Paratodos de 8- Deboche ritual." Os desenhos que carnaval.
formas de expressão religiosa 05-1926. A melindrosa foi a ilustram o texto são de Kalisto. Há,
absorvidas pelo carnaval. protagonista do traço do autor, entre eles, um travesti, vestido de 22. Foto de Alair Gomes : Carnaval
tomando-se uma fantasia freqüente em baiana, cheio de tatuagens. de Rua
6. Partitura de "Mamãe Eu Quero". todos os carnavais.
Fotografia do acervo de Alair Gomes
16. ANDRADE, Carlos Drummond
Uma das músicas mais executadas no doado à FBN em que o Bloco Cacique
12. Dom Quixote ano 2 n.52 p.4/5 de de. Um homem e seu carnaval. Revista
carnaval, desde seu lançamento em de Ramos e flagrado em plena evolução
22/02/1896. leitura. Rio de Janeiro, n. 8, ano XVI,
1937. Marchinha exemplarmente na Av. Rio Branco no ano de 1971.
popular e carnavalesca tanto em termos Ângelo Agostini propõe uma fev. 1958. p.11
de música, quanto de letra da autoria brincadeira carnavalesca ao leitor, no O poeta revela sua perplexidade diante
de Vicente Paiva e Jararaca desenho que retrata o carnaval de da louca folia carnavalesca. Sente-se
(José Luiz Calazans). abandonado por Deus.
32
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1 Brasil do Futebol: a Produção de
Milh ões de Reis em utu Século de Paixão
Simoni Lahud Guedes
S. É quatro vezes centenária a se registram nestes quatros séculos as v iajar para conhecer e contemplar o
ímf atração que a região da mudanças ocorridas na região. exótico e o pitoresco de terras
baía de Guanabara e do Rio A expansão da cidade do Rio de distantes, canalizou para o Rio de
— de Janeiro sempre exercem Janeiro, de pequeno núcleo no morro Janeiro grande número desses
sobre os que a ela aportaram. Cara de Cão (1565), transferido dois aficionados , testemunhas oculares
Desde que a frota de Martim anos depois para o morro mais que, posteriormente, de volta a seus
Afonso de Souza, entre 1530-1532, protegido e a cavaleiro da baía - países legaram aos contemporâneos
passou pela região ainda desconhecida, morro do Castelo - em 1567 - e daí suas impressões. Conhece-se pela
que as manifestações entusiásticas avançando para a várzea e para o opulenta bibliografia o quanto de
sobre a paisagem com exuberante interior e circunvizinhanças, numa fascínio a paisagem e os costumes da
vegetação tropical enchem páginas e potente e visível conquista da terra, cidade do Rio de Janeiro exerceram
páginas de muitos dos mais conhecidos tomada paulatinamente aos charcos e sobre os europeus.
livros sobre a terra fluminense, pântanos; u instalação e Os testemunhos reunidos nesta
registrando impressões de franceses, desenvolvimento do núcleo urbano (de mostra dão a medida exata do
ingleses, alemães, suecos, arquitetura típica colonial) e o interesse pela cidade do Rio de
dinamarqueses, russos, além dos aumento populacional (com a Janeiro, através dos documentos
portugueses colonizadores. I)a simples variedade de raças e cores) estão iconográficos e cartográficos, bem
descrição textual às impressões fixados nos inúmeros documentos como os preciosos e profusamente
expressas com sensibilidade por artistas iconográficos e cartográficos que até ilustrados livros de viajantes que
ou amadores com formação nas hoje são objeto de interesse por parte atualmente fazem parte do acervo da
técnicas de pintura, desenho, aquarela de estudiosos e colecionadores. Biblioteca Nacional.
e gravura (não esquecendo a partir dos A visão romântica da paisagem
meados do século XIX a fotografia) que no século XIX, levando os europeus a ADALBERT, príncipe da Prússia. Skizzen zu den Tagebuch.
1. ADALBERT, príncipe da Prússia. século XIX por um inglês que serviu no CHAMBERLAIN, Henry, 1796-1844. de vários quadros a óleo, reuniu
Skizzen zu den Tagebuch. Berlim: exército em Lisboa e acompanhou a Oficial da marinha inglesa, sediado no valioso documentário social - tipos,
Dekersche Geheime Ober corte ao Brasil. Mordaz e satírico nas Rio de Janeiro entre 1815 e 1829. aspectos e costumes, acontecimentos
Hofuchdruckerei, 1847. 44 est. observações registradas e nos traços Artista amador, de seus esboços e históricos que ocorreram na cidade
caricaturais das estampas que, nas desenhos realizados foi editado na entre 1816 e 1831 editados em
ADALBERT, príncipe da Prússia, 1811-
peças referentes ao Brasil, enfocam Inglaterra um álbum de aguatinta - litografias que compõem três volumes.
1873. Alemão, o príncipe de Wied- tipos populares, panoramas, costumes
cenas: o beija-mão real no Palácio de Nomeado professor de Pintura
Neuwied viajou pelo Brasil na década locais. Fazem parte do documentário
São Cristóvão e uma cena de recepção Histórica na Imperial Academia de
de 1840, percorrendo a Bahia, Espirito que intitulou Vistas e costumes da
em residência particular, onde eram Belas-Artes, voltou ã França em 1831.
Santo. Chegando de navio à cidade, cidade do Rio de Janeiro que já
comum os saraus musicais sempre
desenhou algumas das mais belas mereceu neste século duas edições
com a presença dos castrati - 6. DESMONS. Panorama da cidade do
visões do Rio de Janeiro reproduzidas fac-similares.
rarissimos documentos da vida social Rio de Janeiro. Coleção de 13 vistas
a aguatinta no seu famoso álbum
no Rio de Janeiro entre 1808 e 1821. do Rio de Janeiro desenhadas por
intitulado "Do meu diário". O recorte
5. DEBRET, Jean-Baptiste. Voyage Desmons. Rio de Janeiro: Banco do
das montanhas, a luminosidade do
3. BERTICHEN, Pedro Godofredo. 0 pittoresque et historique au Brésil; ou Estado da Guanabara, 1963.
raiar do dia, a lua refletida nas águas
Brasil pitoresco e monumental. Sêjour d'un artiste français au Brésil Reprodução do original.
da baía de Botafogo ou a silhueta do
Publicado por Rensburg. Rio de Janeiro depuis 1816 jusqu 'en 1831
gigante adormecido visto do alto-mar DESMONS, lluchar, 1803-1858, post.
: Lith Imperial de Rensburg, 1856. 46 inclusivement. Paris : Firmin-Didot
tornam as aguatintas de seu álbum Francês, com formação artística, se
est. frères, 1834-39. 3 v. color.
um dos mais preciosos conjuntos transfere para o Rio de Janeiro em
iconográficos publicados no século BERTICHEN, Pedro Godofredo, 1796- DEBRET, Jean-Batiste, 1768-1848. 1840 tendo fixado aspectos da cidade
XIX. 1866. Artista holandês radicado no Francês, com formação acadêmica na que compõem o álbum editado por
Rio de Janeiro na segunda metade do Academie des Beaux-Arts de Paris, Lemercier em 1855 com treze
2. A.P.D.G. Sketchs of Portuguese Life, século XIX. Além de quadros a óleo, aluno do famoso pintor David de aspectos paisagísticos.
Manners and Costume and Character. dedicou-se á litografia preparando um quem recebeu influências marcantes.
Illustrated by twenty coloured plates conjunto de 45 pranchas de aspecto Veio para o Brasil como membro da 7. ENDER, Thomas. Zeichnungen von
by A.P.D.G. London : B. Withaker, arquitetônicos da cidade, editado em Missão Artística Francesa. Colaborou Schiffer...und figuren mit 71 Seiten.
1826. 346 pr. aguatinta color. 1856. em 1816 na ornamentação da cidade 1817. 244 des. originais.
por ocasião dos festejos da coroação
A. P. D. G. Sob estas iniciais se ENDER, Thomas, 1793-1875.
4. CHAMBERLAIN. Views and de d. João V! rei de Portugal e
esconde o autor de uma das mais Austríaco de formação acadêmica, foi
Costumes of City and Neighbourhood também da recepção á princesa
interessantes obras que retrata em aluno da Escola de Belas-Artes de
of Rio de Janeiro, Brazil, 1819-1820. Leopoldina, princesa austríaca e
estampas e textos costumes Viena. Participou da Missão Cientifica
London : Mowlet and Brinner, 1822. esposa do príncipe real d. Pedro. Além
portugueses. Escrito nos prímórdios do Austríaca que acompanhou em 1817
36 est. aguatinta color.
12
9. JULIÃO, Carlos. Riscos illuminados MARTINET, J. Alfred, 1821-post. 1872.
de figurinhos de brancos e negros dos De família francesa dedicada às artes
uzos de Rio de Janeiro e Serro do Frio. gráficas por várias gerações, desde o
Aquarelas. século XVII - veio para o Brasil na
década de 1840, trabalhando como
JULIÃO, Carlos, 1740-? Italiano de
pintor e lítógrafo deixando óleos e
Turim, contratado pelo exército
litografias de pontos pitorescos da
português, participou de viagens às
cidade, reunidas em álbum
colônias - índia e Brasil. Além de
acompanhado de descrição. Sua
mapas de fortalezas, reuniu num atuação foi estudada e publicada nos
álbum de aquarelas testemunhos de Anais da Biblioteca Nacional, vol. 98,
costumes do Rio de Janeiro e Serro do onde está levantada toda sua obra
Frio em número de 43 folhas. 0 gráfica que inclui também registros de
conjunto compreende também vários santos.
desenhos de deuses da índia,
acompanhados de explicações e
12. MOREAUX, Louis Auguste. Rio
desenhos de objetos da prata do Peru
de Janeiro pitoresco, por L. Buvelot e
encontrados num navio naufragado
Auguste Moreaux. Rio de Janeiro :
nas costas de Perriche (em Portugal).
Lith. de Heaton e Rensburg, 1845. 18
Todo álbum é de propriedade da
litog.
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro,
tendo merecido edição fac-similar em MOREAUX, Louis Auguste, 1818-
1960. 1877. De origem francesa, veio com
seu irmão François René, viajaram por
10. LUDWIG AND BRIGGS, Brazilian várias regiões do Brasil e participaram
Souvenir, a Selection of the Most da Exposição Geral de Belas-Artes em
Peculiar Costumes of the Brazils. Rio 1841, obtendo medalhas de ouro.
de Janeiro : Lith. Ludwig e Briggs, Pintaram temas religiosos e desenhos
1845. 30 lit. aquar. de festas populares. Destaca-se na
obra de Louis Auguste o álbum de
LUDWIG, Pedro & BRIGGS, Frederico
litografias preparado em colaboração
Guilherme. Sócios da firma que no Rio
com Louis Buvelot, artista que partiu
de Janeiro se dedicou a trabalhos de
para Austrália onde se radicou.
caráter comercial de reprodução
litográfica.
13. FERREZ, Gilberto (Texto e
Briggs estudou na Imperial Academia
organização). A muito leal e heróica
de Belas-Artes e se aperfeiçoou em
cidade de S. Sebastião do Rio de
a princesa Leopoldina, recèm- 8. HASTREL, Adolfo d'. Rio de litografia na oficina da Day and Haghe
Janeiro. Rio de Janeiro : Ed. por R. de
esposada do príncipe real d. Pedro. Janeiro ou Souvenirs du Brésil dessinés em Londres. Ê deles o álbum de
Castro Maya, C. Guinle de Paula
Permaneceu um ano no Brasil d'après nature. Paris : F. Delarue; costumes do Brasil editado naquela
Machado, F. Machado Portella e Banco
produzindo cerca de 800 aquarelas London : Hambart Júnior L. Co., 1859. firma e que mereceu edição fac-similar
Boavista, 1965.
que levadas para a Áustria, HASTREL, Adolphe d', 1802-1870. pela Biblioteca Nacional,
t
atualmente enriquecem a Biblioteca da Artista francês que visitou a cidade na acompanhado de estudo histórico A muito leal e heróica cidade de São
Academia de Belas-Artes. A Biblioteca década de 1840-1850, fixando em sobre o artista e sua oficina. Sebastião do Rio de Janeiro,
Nacional do Rio de Janeiro possui um litografias de espírito romântico organizada para marcar as
precioso conjunto de esboços a lápis e aspectos da paisagem, o pitoresco da 11. MARTINET, J. Alfred. O Brasil comemorações dos quatrocentos anos
aquarelas de sua autoria, onde estão arquitetura com pequenas figuras de pittoresco, histórico e monumental. de fundação da cidade, a obra se
fixados aspectos da cidade, costumes costumes em seu álbum impresso Rio de Janeiro : Typ. Laemmert, 1847. constitui num dos marcos dos festejos
de escravos e panoramas. depois de sua volta. 21 p., 4 lit. aquar. que se realizaram no ano de 1965.
Síntese histórica dos quatros séculos RUGENDAS, Johann Moritz, 1802- aperfeiçoou-se em litografia com dos assuntos comerciais. Além das
através de textos eruditos valorizados 1858. Natural da Alemanha, pintor e Engelmann na Alsácia e com atividades inerentes ao cargo,
pelas inúmeras ilustrações a cores desenhista com formação acadêmica Senenfelder em Paris. Contratado para participou da Sociedade Filantrópica
selecionadas em livros, peças avulsas na Academia de Belas-Artes de lecionar esta técnica aplicada â Beneficente, ligada aos SUÍÇOS alemães
raras e preciosas. É importante obra Munique, sendo influenciado também reprodução cartográfica no Arquivo e foi ativo participante da praça do
de referência para os estudiosos do por seu pai e tios, também artistas. Militar, chegou no ano de 1825. comércio. Desenhista amador, levou
Rio de Janeiro. Veio ao Brasil em 1821 participando Trabalhou cinco anos para o governo para a Alemanha desenhos do Rio que
da Missão Científica russa, dirigida imperial, desligando-se de seus foram editados em Berlim com o titulo
14. OUSELEY, William Gore. Views pelo barão de Langsdorff, porém compromissos, após o que deu Saudades do Rio de Janeiro.
in South America from Original desistiu de acompanhar o roteiro da continuidade aos trabalhos em oficina
Drawings Made in Brazil, the River expedição e independentemente própria. De volta à Suíça, levou 20. VIDAL, Emeric Essex. Picturesque
Plate, the Parana. London : T. produziu grande número de desenhos desenhos de vistas e aspectos do Brasil lllustrations of Rio de Janeiro. Texto de
MacLean, 1852. 26 est. color. de regiões brasileiras. De volta a que foram gravados á aguatinta por G. Ferrez e E. Martins. Buenos Aires :
Europa editou na litografia de Friederich Salathé e que ocorrem em Libreria L'Amateur, 1961. 24 aquar.
OUSELEY, William Gore, 1797-1866,
Engelmann com texto bilingüe o álbum, cujas folhas são enquadradas
inglês, veio para o Brasil em 1834- VIDAL, Emeric Essex, 1791-1861.
álbum Viagem de um pintor ao Brasil. em litografias de decoração
1835, exercendo cargos na diplomacia Membro da marinha inglesa, prestou
Em 1831 volta ã América - ao México naturalista. Este álbum, editado três
da legação britânica. Viajou também à serviços na esquadra do Atlântico Sul,
e Chile; em 1847 retorna ao Brasil vezes em fac-símile, teve no publicado
Argentina. Deixou-nos um álbum de ocasião em que fixou em desenhos
sempre documentando os aspectos da em 1967 um estudo informativo sobre
litografias coloridas que inclui várias aspectos do Uruguai, Argentina e
paisagem, usos e costumes cujos os litógrafos Steinmann e Salathé.
pranchas do Rio de Janeiro, impressa Brasil, entre os anos 1836-1837. Suas
desenhos atualmente enriquecem
na Inglaterra em 1852. magníficas aquarelas estão reunidas
várias coleções brasileiras. Deixou 19. THEREMIN, Wilhelm Karl.
ainda quadros a óleo e retratos de em álbum impresso au pochoir;
Saudades do Rio de Janeiro. Berlim: L.
15. PLANITZ, Carlos Roberto, barão membros da Família Imperial Brasileira. conhecem-se aspectos inusitados dos
Sachs e comp., 1835. 6 litogr. aquar.
de. 12 vistas do Rio de Janeiro, arrabaldes da cidade - Tijuca,
desenhadas por C.B. de Planitz e THEREMIN, Karl Wilhelm, 1784-1852. Botafogo, Laranjeiras e uma
17. SISSON, Sebastião Augusto.
lithographadas por Speckter e Cia. De origem alemã, chega ao Brasil como excepcional festa a bordo da fragata
Álbum do Rio de Janeiro moderno. Rio
Hamburgo : Roberto Kitter; Rio de cônsul-geral da Prússia encarregado inglesa ancorada no porto do Rio.
de Janeiro : Lith. de A. Sisson, [18—].
Janeiro : Ed. Laemmert [circa 1840). 12 est.
12 litogr.
SISSON, Sebastien Auguste, 1829-
CARLOS ROBERTO, barão de Planitz, 1898. Pintor, desenhista, caricaturista
1806-1847. Alemão de origem e litógrafo, veio ao Brasil em 1852,
radicou-se no Brasil exercendo cargo participando dos trabalhos litográficos
de professor do Colégio D. Pedro II de caráter satírico, publicados no Brasil
tendo-se naturalizado brasileiro. Ilustrado e retratos de brasileiros
Conhecem-se de sua autoria os ilustres ligados â política. Editou na
desenhos litografados de 12 aspectos sua Litografia Imperial de A. Sisson o
da cidade e um panorama tirado da álbum citado nesta exposição e
ilha das Cobras, em 4 partes. Homem também uma revista de caráter
de grande cultura, desenhou também satírico: A comédia social.
um Atlas Genealógico da Família
Imperial e textos elaborados em latim,
18. STEINMANN, Johann. Souvenirs
italiano e alemão.
do Rio de Janeiro, dessinés d'après
nature & publiés par J. Steinmann,
16. RUGENDAS, Johann Moritz.
1839. 12 est. color.
Malerische Reise in Brasilien. Paris :
Engelmann & Cia., 1835. 100 est. STEINMANN, Johann Jacob, 1800-
1844. Natural de Basiléia (Suiça)
Karl Erik Schellhammer III. A PRESENÇA ESTRANGEIRA NO BRASIL
PREFÁCIO Fluminense. Autor de Imagens da colonização. autor do livro As linguagens da violência. Rio Paulo Knauss
Francisco Weffort Rio/São Paulo: Jorge Zahar Ed./Edusp, 1996. de Janeiro: Rocco, 2000. Doutor em História (UFF), professor do
Filosofia. Ciências e Letras da Universidade de C) Viajantes e naturalistas do século XIX II. A IGREJA NO BRASIL COLONIAL Setor de Iconografia do Laboratório de
São Paulo. Foi professor convidado da Lorelai Kury A) A Companhia de Jesus História Oral e Iconografia/LABHOI da
Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Doutora em Histoire et Civilisations. Ecole des Luiz Felipe Baèta Neves Universidade Federal Fluminense. Entre outras
Atualmente, é o Ministro da Cultura. Hautes Etudes en Sciences Sociales, EHESS, Professor da Universidade do Estado do Rio de publicações, é autor de Rio de Janeiro da
França. Atuação profissional na Universidade Janeiro/UERJ. Doutor em Antropologia Social pacificação; franceses e portugueses na
APRESENTAÇÃO do Estado do Rio de Janeiro/UERJ; Fundação pelo Museu Nacional/UFRJ. Curador no Centro disputa colonial (1991).
Eduardo Portella Oswaldo Cruz/FIOCRUZ. Autora de La Nature Cultural Banco do Brasil em agosto de 1998.
É ensaísta, diretor da Revista Tempo Brasileiro. des Voyages. Utopies, méthodes, collections Autor de Vieira e a imaginação social jesuitica: B) Brasil e Espanha: do descobrimento ao
Professor Emérito da Universidade Federal do (France, 1780-1830). Paris: L'Harmattan, Maranhão e Grão-Pará no século XVIII. Rio de governo dos Felipes, rumo ás novas
Rio de Janeiro, diretor de pesquisa do Colégio 2000. Janeiro: Topbooks, 1998. fronteiras sul-americanas
quais, Dimensões I, Teoria da comunicação D) O Brasil visto pelos artistas viajantes Maria Cristina Oioseffi Doutora em História pela Universidade de São
literária e O intelectual e o poder. Tem oitocentistas Mestrado em Psicologia e Práticas Sócio- Paulo, secretária-geral da Associação
exercido diversas funções públicas, nacionais e Vera Beatriz Siqueira Culturais pela Universidade do Estado do Rio Internacional Anchieta (AIA). Desde 1983,
internacionais, sempre nos campos da Doutora em História Social pelo Instituto de de Janeiro/UERJ. Autora de Cotidiano é um dedica-se ao tema do Brasil Filipino e seus
educação, ciência, cultura e comunicação. Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. mito ou a precariedade da existência. desdobramentos. Coordenadora cientifica do
Atualmente preside a Fundação Biblioteca Especialista em História da Arte e da Pesquisadora: FAPERJ/DNL, Fundação Projeto Resgate Barão do Rio Branco - Seção
Nacional. Arquitetura no Brasil pela PUC/RJ. Principais Biblioteca Nacional. Espanha, autora de O domínio Espanhol no
atividades profissionais: professora adjunta de Brasil durante a monarquia dos Felipes. São
História da Arte, UERJ, e curadora do módulo B) Irmandades e ordens religiosas Paulo, UNIBERO/2000.
INTRODUÇÃO
"Escritas de viagem", da exposição "A Riolando Azzi
Paulo Roberto Pereira
Paisagem Carioca", Museu de Arte Moderna Doutor em Filosofia pela Universidade Federal C) O Brasil holandês
Curador do evento "500 Anos de Brasil na
- Rio de Janeiro. do Rio de Janeiro/UFRJ e em História pela Heloísa Meireles Oesteira
Biblioteca Nacional", em comemoração dos
Universidade Federal Fluminense/UFF Mestre em História Social da Cultura pela
190 anos de criação da Biblioteca Nacional e
E) Viajantes estrangeiros no século XX Pesquisador do Centro João XXIII, Rio de PUC/RJ. Doutoranda em História pela
do V centenário do descobrimento do Brasil.
Ouillermo Oiucci Janeiro, Membro da Comissão de Estudos de Universidade Federal Fluminense Autora de O
Doutor pela Universidade de Stanford (USA), é História da Igreja Latino-Americana (CEHILA). jardim Maurício: conhecimento e colonização
I. BRASIL DOS VIAJANTES
autor de Viajantes do maravilhoso: o Novo Autor, entre outros, de A cristandade colonial da América durante o domínio batavo no Brasil.
A) Viajantes do século XVI
Mundo (Companhia das Letras, 1992). Foi Mito e ideologia. Petrópolis, Vozes, 1987.
Paulo Roberto Pereira
Doutor em Letras pela UFRJ. Professor de professor visitante na Albert-Ludwigs
Universitat (Freiburg, Alemanha) e na C) A Inquisição e o cristão-novo IV. A TRANSIÇÃO: DE COLÔNIA A CORTE
Literatura Brasileira na Universidade Federal
Universidade de Stanford. Ronaldo Vainfas A) D. João VI no Brasil
Fluminense. Curador Associado do módulo
Doutor em História Social pela Universidade Ismênia de Lima Martins
"Carta de Caminha" na "Mostra do
de São Paulo. Professor Titular em História Doutora em História pela Universidade de São
Redescobrimento", da Associação Brasil 500 Beatriz Jaguaribe
Moderna na Universidade Federal Paulo. Professora do Curso de Pós-Graduação
Anos Artes Visuais. Entre outras publicações, é É formada em Literatura Comparada pela
Fluminense/UFF Membro do Comitê Assessor em História da Universidade Federal
autor de Os três únicos testemunhos do Universidade de Stanford (1986). Foi
de História da CAPES, desde 1997. Fluminense. Na UFF foi coordenadora de pós-
descobrimento do Brasil (1999). professora visitante nos departamentos de
Pesquisador do CNPq, desde 1990. Com graduação e Pró-Reitora de Extensão Foi
espanhol e português de Dartmouth College e
vários livros publicados. membro de comissões do MEC relativas á
B) Viagens e história natural dos séculos Stanford University. Desde 1988 leciona na
XVII e XVIII Escola de Comunicação da UFRJ. Em 1998 extensão universitária e à memória nacional.
Ronald Raminelli publicou o livro Fins de século: cidade e Atualmente é presidente da Sociedade de
Doutor em História pela Universidade de São cultura no Rio de Janeiro (Rocco). Amigos do Museu do Ingá e do Centro de
professor convidado das Universidades de um monarca nos trópicos (São Paulo, ministro da Cultura no Rio de Janeiro, de Ibase: usina de idéias e cidadania (Garamond,
Londres. Oxford, Leiden, Califórnia, Stanford e Companhia das Letras, 1998, Prêmio 1996 a abril de 1998, dirigindo a Delegacia 2000).
da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Jabuti/Livro do Ano). Regional do MINC/RJ. Publicou Cronistas do
Federal do Rio de Janeiro Premiação: Prêmio CPDOC da Fundação Getúlio Vargas. Professor A) Os anos JK XII. A MULHER NA SOCIEDADE
de Melhor Trabalho (1° lugar) da XVII Jornada do Mestrado em História da Universidade Maríeta de Moraes Ferreira BRASILEIRA
Interna de Iniciado Cientifica do Centro de Severino Sombra, Vassouras/RJ. Professor do É doutora em História pela Universidade Mary Del Priore
Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Colégio de Aplicação da UFRJ. Autor do livro Federal Fluminense; pós-doutorado na Ecole Formada em História pela PUC/SP. Pós-
Federal do Rio de Janeiro, 1995. Uma capital para a República. Rio de Janeiro: des Hautes Etudes em Sciences Sociales-EHSS, graduada pela USP, onde leciona História do
Revan, 2000 Paris, É diretora do CPDOC/FGV; professora de Brasil Colonial desde 1989. Autora de vários
D) Da Real Biblioteca à Biblioteca Nacional História do IFCS/UFRJ; presidente da livros sobre o período, foi vencedora do
Ana Virgínia Pinheiro Lincoln Penna Associação Internacional de História prêmio "Casa Grande & Senzala", por duas
É bibliotecária da Fundação Biblioteca Doutor em História Social (USP). Autor de OraWOHA, desde junho/2000. vezes seguidas, além de ter sido agraciada
Nacional e professora da Escola de Uma história da República, Rio, Nova com o Prêmio Jabuti em 1998. Como
Biblioteconomia da Universidade do Rio de Fronteira, 1989. República brasileira, Rio, Nova Cláudia Mesquita professora e escritora, colabora para jornais e
Janeiro (UNI-RIO); mestre em Administração Fronteira, 1999. Atividades docentes: Ê mestre em História da Cultura pelo Instituto periódicos no país.
Publica (FGV/EBAP). Em 1986, ganhou o coordenador-geral de Pós-Graduação da de Filosofia da Universidade Federal do Rio de
Prêmio Biblioteconomia e Documentação, do USS/Vassouras-RJ. Professor do Programa de Janeiro. Desde 1989 exerce a função de
Instituto Nacional do Livro pela obra Que é Pós-Graduação em História Social do pesquisadora e coordenadora do Núcleo de XIII. A TIPOGRAFIA, O LIVRO, O JORNAL,
livro raro? (Rio de Janeiro: Editora Presença). IFCS/UFRJ. História Oral da Fundação Museu da Imagem A REVISTA, A CHARGE
e do Som, instituição da qual atualmente ê Cybelle de Ipanema
vice-presidente. Tem apresentado trabalhos
Livre-docente e doutora pela UFRJ. Presidente
em encontros de história oral e museologia.
do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de
Janeiro. Primeira secretária do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro; Acadêmica organizado a obra completa de vários autores for Social Research. Doutor em ciência política Brasil. Foi o estruturador e o primeiro diretor
de Número da Academia Portuguesa da brasileiros e portugueses. Colabora em pela Universidade de São Paulo (USP), 1980. do Museu da Imagem e do Som. Autor, entre
História, Principais trabalhos com Marcello de diversos órgãos de imprensa no Brasil e no Membro da Academia Brasileira de Letras. outros, de "MPB - A história de um século",
Ipanema: A imprense na Bahia. Rio de Janeiro: exterior. É atualmente diretor do Instituto Diplomata de carreira, foi embaixador em edição trillngüe da FUNARTE (1998); ocupou a
1977; Imprensa fluminense. Rio de Janeiro: Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Copenhague e Praga. Autor da lei de presidência da Embrafilme e do Instituto
1985. Janeiro (INEPAC). incentivo à cultura que leva seu nome. Nacional de Cinema (1970 - 1971), e criou
vários prêmios culturais, como Golfinho de
B) Ficção em prosa E) A historiografia da história do Brasil Ouro, Estácio de Sá e a Coruja de Ouro.
XIV. A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DO Ivo Barbieri Amo Wehling
PAÍS: Livre-docente em Literatura Brasileira (UFF, Professor titular de Teoria da História da UFRJ B) A imagem do carnaval brasileiro: do
1975). Professor Titular de Literatura Brasileira e diretor do Curso de História da Universidade entrudo aos nossos dias
A) A cartografia: a constituição do pais
na UERJ desde 1995. Foi vice-reitor (1984-87) Gama Filho. Professor titular de História do Fred Góes
como território
e Reitor (1988-92) da UERJ. É editor da Direito Luso-Brasileiro da UNI-RIO. Pesquisador É compositor, dramaturgo e professor/doutor
Max Justo Guedes
EdUERJ desde 1994 e presidente do conselho do CNPq. Presidente do Instituto Histórico e em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras
Titular da diretoria do Patrimônio Histórico e
Superior da FAPERJ desde 1996. Livros Geográfico Brasileiro. Com publicações nas da UFRJ. É membro do Conselho de Cultura
Cultural da Marinha, e contra-almirante em
publicados: Oficina da palavra. Rio de Janeiro, áreas de Teoria da História/Historiografia e do Estado do Rio de Janeiro. É autor dos
1998. Autor de O descobrimento do Brasil e
Achiamê, 1980. Geometria da composição. Instituição/História do Direito. seguintes livros: O país do carnaval elétrico.
Brasil costa norte, cartografia portuguesa
Rio de Janeiro, Sete Letras, 1997. Salvador, Corrupio,1982; Gilberto Gil, São
vetustissima, IHGB. É membro da Academia
F) A música clássica Paulo, Brasiliense,1984, O que é geração beat,
Portuguesa de História, da Academia de
Marcus Vinícius Nogueira Soares Vasco Mariz com André Bueno, e 50 anos de trio elétrico.
Marinha (Portugal) e da Real Academia de Ia
Doutor em Literatura Comparada pela UERJ. Representante junto à OEA e embaixador do Salvador, Corrupio, 2000.
História (Espanha). Atualmente é presidente
Atualmente, trabalha como professor Brasil no Equador, Israel, Chipre, Peru e
de honra do Comitê Internacional de História
substituto de Literatura Brasileira na UERJ. A Alemanha. Como musicólogo, historiador e C) Brasil do futebol: a produção de
da Náutica e da Hidrografia.
mais recente publicação é o ensaio Memórias ensaísta, foi presidente do Conselho milhões de reis em um século de paixão
B) Do nascimento da fotografia ao livro de um sargento de milícias: um romance Interamericano de Música; Chefe do Simoni Lahud Guedes
fotográfico: um retrato da formação do único, publicado na revista Portuguese Literary Departamento Cultural do Itamaraty, titular da Mestre em Antropologia Social, Museu
and Cultural Studies. 4, University of Academia Brasileira de Música (que presidiu de Nacional, UFRJ, com a dissertação "0 Futebol
Brasil
Massachusetts Dartmouth, 2000. I99I a I993). Obras: Heitor Villa-Lobos, Brasileiro: instituição zero". Doutora em
Joaquim Marçal Ferreira de Andrade
compositor brasileiro (I948-I989), onze edições; Antropologia Social, Museu Nacional, UFRJ.
Mestrando em Design do Departamento de
Dau Bastos História da música no Brasil, cinco edições, Professora do Departamento de Antropologia,
Artes e Design da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro. Professor adjunto Doutor em Literatura Comparada pela UERJ, UFF Pesquisadora do CNPq Membro do
de Fotografia no Departamento de Artes e onde leciona Literatura Brasileira. Escreveu Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisas,
artigos para publicações acadêmicas e XVI. A CIÊNCIA NO BRASIL UFF Autora de O Brasil no campo de futebol:
Design da PUC/RI. Chefe da Divisão de
periódicos como Jornal do Brasil e O Globo. Ronaldo Rogério de Freitas Mourâo estudos antropológicos sobre os significados
Iconografia da Biblioteca Nacional, a partir de
Publicou sete livros, entre eles, o romance Das Doutor pela Universidade de Paris, astrônomo do futebol brasileiro Niterói: 1998.
1996. Curador da exposição "A coleção do
tripas, coração. Traduz das línguas inglesa e no Observatório Nacional e pesquisador no
imperador - fotografia brasileira e estrangeira
francesa. CNPq. Já publicou mais de sessenta livros entre
no século XIX" - Rio de Janeiro, Sâo Paulo,
eles Dicionãrio enciclopédico de astronomia e XVIII. OLHARES SOBRE O RIO DE JANEIRO
Buenos Aires, Porto e Lisboa.
C) O teatro astronáutica, com cerca de 20 mil verbetes, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha
Décio de Almeida Prado único em seu gênero no mundo, editado pela Bibliotecária e museóloga trabalhando
Késiah Pinheiro Viana
Principal estudioso do teatro brasileiro, com Nova Fronteira. Pertence a inúmeras durante 50 anos na Biblioteca Nacional.
Bacharel em Biblioteconomia e Documentação
vasta obra publicada sobre a dramaturgia associações astronômicas internacionais. Dirigiu as Divisões de Iconografia de 1950 a
na Universidade Federal Fluminense.
nacional. Falecido recentemente. Idealizou e fundou, em março de 1984, o 1976 e de Acervos Especiais entre 1976 e
Bibliotecária na Divisão de Iconografia da FBN.
Museu de Astronomia e Ciências Afins. 1990. Autora de, entre outros. Riscos
Pratica veis
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H i s t o r i a f A
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