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Materiais Dielétricos
Correlação: Propriedades e
Defeitos
LaCCeF
Versão 1
Presidente Prudente
2006
______________________________________Materiais Dielétricos − Correlação: Propriedades e Defeitos
Sumário
1 Materiais Dielétricos.......................................................................... 1
1.1 Eletrocerâmicas............................................................................ 1
1.1.1.1.1 Aplicações…………………………………........................ 9
LaCCeF
1.1.1.2.1 Aplicações………………….………………........................ 13
1.1.2.1 Aplicações….....……………………………………............... 16
1.2.1Introdução.................................................................................... 17
1.2.6.1 Resistência............................................................................... 30
1.2.6.3 Envelhecimento........................................................................ 35
Referências Bibliográficas............................................................................ 39
LaCCeF
2.3.1 Padrão Visual externo................................................................. 46
3.1 Introdução..................................................................................... 52
LaCCeF
3.6.3 Polarização de Carga Espacial ................................................... 98
LaCCeF
4.8.3.1.1 ThO2 e CeO2 dopado com CaO............................................. 145
Glossário......................................................................................................... 166
Lista de Figuras
LaCCeF
tetragonal, porém ocorre mudança para o estado monoclínico
semicondutor abaixo de 80 °C............................................................. 05
FIGURA 1.5 - Termistores de óxido de níquel dopado. (a) O cristal consiste em
íons Ni2+, Ni3+ e Li+ em solução sólida semelhante ao sal de rocha.
(b) A resistividade elétrica diminui com o aumento do conteúdo de 07
lítio......................................................................................................
FIGURA 1.6 - Resistência em função da temperatura para termistores NTC. Onde a
resistência decresce em aproximadamente 4% para cada grau de
elevação da temperatura. ..................................................................... 08
FIGURA 1.7 - Foto de um Termistor NTC.................................................................. 09
FIGURA 1.8 - (a) Resistividade elétrica do titanato de bário dopado com cério,
Ba1-x CexTiO3, plotada em função da composição. (b) Resistividade
de três cerâmicas de titanato de bário dopadas com cério, medida
em função da temperatura. Uma grande anomalia do tipo PTC
ocorre próxima à temperatura de Curie, que para este material é 130
ºC......................................................................................................... 11
FIGURA 1.9 - Visão esquemática da estrutura do Ba1-xLaxTiO3 próxima à
superfície de um contorno de grão. A atmosfera de oxigênio difunde
e dissocia–se rapidamente ao longo de um contorno de grão, onde
os átomos atraem os elétrons, formando barreiras
12
isolantes...............................................................................................
FIGURA 1.11: Foto de um termistor PTC.................................................................... 14
FIGURA 1.12 - Relação I versus V para ZnO. A corrente aumenta de forma abrupta
na voltagem e ruptura VB..................................................................... 14
FIGURA 1.13 - Célula unitária hexagonal da estrutura de ZnO utilizada em
varistores. Os parâmetros de rede são a = 3,24 Ǻ e c =5,19 Ǻ............ 15
FIGURA 1.14 - (a) Barreira de Schottky gerada pela dupla camada em varistores de 16
ZnO. (b) Em baixas voltagens, a condução ocorre por ativação
térmica. (c) Para a voltagem de ruptura, inicia-se o tunelamento, o
qual gera um aumento considerável na corrente.tunelamento, o qual
gera um aumento considerável na corrente.........................................
FIGURA 1.15 - Os varistores são utilizados para proteger contatos elétricos e
carregar de forma oposta os osciladores indutivos.............................. 17
FIGURA 1.16 - Placa de um capacitor simples............................................................. 19
FIGURA 1.17 - Capacitor de “Multi-Camada”............................................................. 22
FIGURA 1.18 - Polarização versus Freqüência............................................................ 26
FIGURA 1.19 - Tangente de perda em um capacitor ideal........................................... 28
FIGURA 1.20 - Efeitos de relaxação sobre a constante dielétrica e perda dielétrica.... 30
FIGURA 1.21 - Força dielétrica versus densidade dielétrica........................................ 35
FIGURA 1.22 -Envelhecimento ferroelétrico. (a) taxa de envelhecimento = -5% /5
décadas. (b) Taxa de envelhecimento = -15% /6 décadas................. 36
FIGURA 2.1 - Coeficiente de Temperatura (C.T) para dielétricos lineares................. 42
FIGURA 2.2 - Tolerância para o coeficiente de temperatura ...................................... 43
LaCCeF
FIGURA 2.3 - Coeficiente de temperatura (C.T) para dielétricos de classe II............ 45
FIGURA 3.1 - Representação esquemática da polarização por cadeia dipolar e salto
de cargas............................................................................................ 59
FIGURA 3.2 - Polarização P designada em ambas densidades das cargas e
excedendo o momento dipolar por unidade de volume....................... 60
FIGURA 3.3 - Modelo para o cálculo do campo interno........................................... 62
FIGURA 3.4 - Representação esquemática dos diferentes mecanismos de
polarização........................................................................................... 63
FIGURA 3.5 - Dependência da freqüência em vários intervalos de polarizabilidade. 64
FIGURA 3.6 - Comportamento do movimento de formação de cargas e o fluxo da
corrente em (a) um dielétrico ideal e (b) um dielétrico....................... 65
FIGURA 3.7 - Corrente de carregamento e corrente de perda em um capacitor........ 68
FIGURA 3.8 - Espectro de relaxação da constante dielétrica, condutividade e fator
de perda para um processo de relaxação simples com um único
tempo de relaxação.............................................................................. 70
FIGURA 3.9 - Reorientação de pares de vacância na rede cristalina. Outros pares
de defeitos em cristais fornecem resultados similares......................... 76
FIGURA 3.10 - Fonte de potencial em estrutura vítria................................................. 77
FIGURA 3.11 - Efeito da freqüência e da temperatura sobre a constante dielétrica no
cristal de Al2O3 com o campo elétrico normal ao longo do eixo c..... 78
FIGURA 3.12 - Efeitos da freqüência e da temperatura na constante dielétrica no
sistema carbonato de sódio – óxido de cálcio – silicato vítreo............ 79
FIGURA 3.13 -Efeito de diferentes mecanismos de perdas dielétricas sobre a tg δ
em intervalos de temperatura de temperatura...................................... 82
FIGURA 3.14 - Aumento da tg δ com o aumento da temperatura para o sistema
carbonato de sódio–óxido de cálcio–silicato vítreo e para silicatos 84
vítreos fundidos...................................................................................
LaCCeF - Laboratório de Compósitos e Cerâmicas Funcionais VI
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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FIGURA 3.15 - (a) tg δ versus freqüência em diferentes temperaturas e (b) log ωmax 85
versus 1 / T...........................................................................................
FIGURA 3.16 - Variação dos parâmetros tg δ e k’ em função da substituição de 86
MgO e Na2O no silicato vítreo............................................................
FIGURA 3.17 - Variação da tg δ em função da freqüência para alguns silicatos 87
vítreos..................................................................................................
FIGURA 3.18 - Dispersão dielétrica e curva de absorção, correspondendo à
condutividade em corrente contínua c.c., para em sistema composto
tipicamente por carbonato de sódio–oxido de cálcio–silicato 88
vítreo....................................................................................................
FIGURA 3.19 - Curva de perda dielétrica reduzida para alguns materiais vítreos.
Vidro 1: 0,12 Na2O,88SiO2; vidro 4: 0,24Na2O.0,76SiO2; vidro 18:
0,10Na2O.0,20CaO.0,70SiO2; vidro 19: 0,18Na2O.
0,10CaO.0,72SiO2....................................................................................................................... 89
FIGURA 3.20 -Resistividade para um sistema de composição carbonato de sódio–
óxido de cálcio– silicato vítreo medida por diversos métodos............. 90
FIGURA 3.21 - Configuração de camadas contendo dielétricos am capacitores.......... 92
LaCCeF
FIGURA 3.22-Expressões para a constante dielétrica resultante em diversas
misturas e dois dielétricos................................................................... 93
FIGURA 3.23 - Comparação entre dados experimentais e expressões teóricas para
constantes dielétricas de misturas com duas fases de misturas de 94
duas fases............................................................................................
FIGURA 3.24 - Efeito da porosidade na constante dielétrica de TiO2 policristalino.... 95
FIGURA 3.25 - Constante dielétrica e tg δ para uma cerâmica esteatita em extensões
superiores de temperatura e freqüência............................................... 96
FIGURA 3.26 -Constante dielétrica e tg δ para uma porcelana alumina em função da
temperatura e da freqüência.................................................................. 97
FIGURA 3.27-Circuito equivalente para (a) um capacitor de duas camadas e (b)
para observação macroscópica . .......................................................... 98
FIGURA 3.28 - Variação da polarização interfacial em valores relativos de contorno
em camada característicos................................................................... 99
FIGURA 3.29 - Constante dielétrica, resistividade e tg δ para Ni0,4Zn0,6Fe2O4 ........... 102
FIGURA 3.30 - Efeito da temperatura e duração dos testes sobre a rigidez dielétrica
em vidros tipo “pyrex”........................................................................ 105
FIGURA 3.31-Rigidez dielétrica em dois dióxidos de titânio excitado para
diferentes densidades e testado em eletrodos...................................... 106
FIGURA 3.32 - Curva de histerese típica de materiais ferroelétricos........................... 109
FIGURA 3.33 - Histerese ferroelétrica para a cerâmica titanato de bário
ferroelétrico em diversas temperaturas............................................... 110
FIGURA 3.34 - Lei de Curie-Weiss para uma composição de titanato de bário e
estrôncio.............................................................................................. 111
FIGURA 3.35 - Posição dos íons em uma estrutura perovskita ideal........................... 112
FIGURA 3.36 - (a) Parâmetro de rede para a célula unitária do BaTiO3. (b)
Dependência da constante dielétrica em função da 113
temperatura..........................................................................................
LaCCeF - Laboratório de Compósitos e Cerâmicas Funcionais VII
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FIGURA 3.37 - Estrutura tetragonal para o BaTiO3, mostrando o íon Ti4+ deslocado
da posição de equilíbrio....................................................................... 114
FIGURA 4.1 - (a) Uma discordância espiral no interior de um cristal. (b) A
discordância espiral em (a) vista por cima. A linha de discordância
se estende ao longo da linha AB. As posições atômicas acima do
plano de deslizamento são designadas por “Círculos abertos.
Enquanto aquelas abaixo do plano são designadas por círculos
preenchidos.......................................................................................... 120
FIGURA 4.2 - (a) Representação esquemática de uma discordância que possui
caracteres de discordância aresta, espiral e mista. (b) Vista superior,
onde os círculos abertos representam posições atômicas acima do
plano de deslizamento. Os círculos pretos representam átomos
abaixo do plano. No ponto A, a discordância é puramente espiral,
enquanto no ponto B ela é puramente aresta. Para as regiões
localizadas entre esses pontos, onde existe uma curvatura na linha
da discordância, o caráter é de uma discordância mista entre aresta e
LaCCeF
espiral................................................................................................... 121
FIGURA 4.3 - As posições atômicas em torno de uma discordância aresta. Semi-
planos atômicos adicionais estão mostrados em 122
perspectiva...........................................................................................
FIGURA 4.4 - Uma micrografia eletrônica de transmissão de uma liga de titânio na
qual as linhas escuras são discordâncias. Ampliação de
51.450X............................................................................................... 122
FIGURA 4.5 - Demonstração de como um contorno inclinado que possui um
ângulo de desorientação e resulta de um alinhamento de
discordância em cunha......................................................................... 125
FIGURA 4.6 - Diagrama esquemático mostrando contornos de grão de baixo e de
alto ângulos e as posições atômicas adjacentes................................... 126
FIGURA 4.7 - Diagrama esquemático mostrando um plano ou contorno de macla e
as posições atômicas adjacentes (círculos escuros)............................. 127
FIGURA 4.8 - Campo elétrico em função da densidade de corrente para o sistema
Zn4MnCoCrSb2O12±δ sinterizado por 2 h ao ar e 3 resfriado sob
diversas taxas...................................................................................... 135
FIGURA 4.9 - Micrografia (MEV) do varistor composto ZnO-10% em peso de
Zn4MnCoCrSb2O12±δ sinterizado a 1160 ºC; (a) e resfriado
rapidamente até a temperatura ambiente (800x de aumento); grão de
ZnO selecionado com macla (b) (30.000x de aumento)...................... 136
FIGURA 4.10 - Imagem digital da micrografia MEV do grão de ZnO contendo uma
macla mostrada na Figura 4.9b: (a) análise do contraste topográfico
envolvendo um pequeno aumento no plano de rotação xy, (b)
análise do contraste topológico com alto grau de rotação do plano
xy......................................................................................................... 137
FIGURA 4.11 - (a) pêndulo de torção invertido; (b) determinação de Q-1 de livre
LaCCeF - Laboratório de Compósitos e Cerâmicas Funcionais VIII
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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FIGURA 4.20 - Modelo para o defeito de vacância do ítrio-oxigênio dois com o par
Y-Y na configuração (1,0,0). Menciona esses único segundo
oxigênio cúbico na estrutura fluorita contendo um cátion no centro,
como demonstrado na Figura 4.12...................................................... 154
.
..
FIGURA 4.21 - Arranjo de dipolos Y' V (+) e defeitos Y’ (-) em um estrutura do
tipo – NaCl em um par inapropriado................................................... 155
FIGURA 4.22 - Medidas de perda mecânica (Q-1 versus. T) para ZrO2 – 3 mol %
Y2O3 (ZPT e Y). (a) Oscilação torsional, f = 2,7 Hz. (b) Oscilações
de flexão, f = 3,06 kHz. ...................................................................... 156
FIGURA 4.23 - Medidas de perda dielétrica (tg φ versus T) para ZrO2 – 3 % mol
Y2O3 com diferentes medidas de freqüência....................................... 157
FIGURA 4.24 - Gráfico de Arrhenius para o tempo de relaxação (lnτ vresus. 1/T)
proveniente das medidas de perda mecânica e dielétrica de ZrO2 – 3
% mol Y2O3......................................................................................... 158
FIGURA 4.25 - Perda mecânica espectral da cerâmica zirconia tetragonal com
varias quantidades de Y2O3 (2-4 % mol) e um cristal cúbico (10%
mol Y2O3)............................................................................................ 159
FIGURA 4.26 - Perda mecânica no espectro do ZrO2 cúbico (10% mol Y2O3) para a
oscilação torcional (f = 3 Hz) com diferentes orientações no eixo
longitudinal.......................................................................................... 160
FIGURA 4.27 - Espectro de perdas mecânicas para o ZrO2 cúbico (10 % mol Y2O3)
para oscilações de flexão (f = 3 kHz) e diferentes
orientações........................................................................................... 161
FIGURA 4.28 - Variação da amplitude de relaxação δG-1 e δE-1 de máxima I em
ZrO2 – 10% mol Y2O3 com parâmetros de orientação Γ..................... 162
Lista de Tabelas
TABELA 1.1 - Constantes Dielétricas para vários materiais.................................... 20
TABELA 1.2 - Padrão mínimo IR versus Capacitância........................................... 34
TABELA 2.1 - Designação EIA (Eletronic Industries Association) para
Dielétricos de Classe I...................................................................... 42
TABELA 2.2- Designação EIA (Eletronic Industries Association) para
Dielétricos de Classe II.................................................................... 44
TABELA 3.1 - Valores de Constante Dielétrica em alguns gases............................ 75
TABELA 3.2 - Relação entre colapso térmico e resistividade elétrica..................... 105
TABELA 4.1 - Relação de produtos e regentes envolvendo as reações parciais
dos sistemas de varistor tradicional considerando-se as várias
relações Sb2O3/Bi2O3....................................................................... 133
TABELA 4.2 - Características físicas e químicas de alguns óxidos.......................... 134
LaCCeF
1
Materiais Dielétricos
1.1 Eletrocerâmicas
LaCCeF
Neste capítulo serão discutidas as propriedades estruturais relacionadas aos
termistores, varistores e transformadores de energia. Em adição, as propriedades de
capacitores de multicamadas serão abordadas. Os materiais eletrocerâmicos de aplicação
tecnológica incluem ferrita, substratos eletrônicos para capacitores de multicamadas,
transdutores piezoelétricos e uma variedade de termistores. A compreensão dos fenômenos
em cristais de ferrita é de grande relevância, bem como dentro do campo da
ferroeletricidade, onde podem ser utilizados como capacitores e transformadores de
energia piezoelétrica. Nos termistores com coeficiente de temperatura negativo NTC (da
sigla em inglês Negative Temperature Coefficient), a resistência diminui com o aumento da
temperatura. Em sensores de zircônia, a condutividade elétrica é controlada pelos grãos,
sendo o contorno de grãos determinante nas propriedades dos termistores com coeficiente
de temperatura positivo PTC (da sigla em inglês Positive Temperature Coefficient), para os
quais o coeficiente de variação da resistência com a temperatura é positivo, isto é, a
resistência aumenta com o aumento da temperatura. Camadas superficiais são de grande
importância para sensores de umidade e catalisadores cerâmicos.
Alguns tipos de sensores cerâmicos como o de temperatura (termistores), pressão,
eletricidade, magnetismo, atmosfera, aplicações eletroquímicas e troca – iônica são pouco
estudados na maioria dos países.
1
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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108
107
103
102
LaCCeF
0 100
Umidade (%)
Figura 1.1 - Variação da resistência elétrica dos sensores óxidos em função da umidade.
Substratos (ZnO, TiO2, Fe3O4) com área superficial elevada e com adsorção de sais
possuem em particular camadas sensíveis à umidade. O mecanismo físico para o processo
de condução superficial é mostrado na equação (1.1).
→
2 H2O ←
(H 3O) + + (OH) - (1.1)
2
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Cadeia Grotthus
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Oxigênio ( O ) Fósforo ( P )
Cálcio ( Ca ) Hidrogênio ( H )
1.1.1 Termistores
3
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O íon V4+ na estrutura do VO2 possui uma configuração eletrônica com camada
eletrônica externa 3d e estrutura de empacotamento compacto. Em baixas temperaturas, os
íons adjacentes V4+ formam ligações, gerando um band gap* e comportamento
semicondutor. Uma transição de fase ocorre em torno de 80 ºC, para a qual os elétrons do
orbital 3d são liberados da ligação, tornando-se livres para condução da eletricidade. Como
mostra a Figura 1.4, variações na estrutura dos cristais acompanham a transição de fase. A
estrutura do tipo rutilo para o VO2, encontrada em altas temperaturas, transforma-se numa
estrutura monoclínica distorcida abaixo de 80 ºC.
Temperatura Termistores
6
10 Crítica de PTC
Termistores
5
10
4
10
R( Ω )
LaCCeF
3
10
2
10
Termistores
10 NTC
4 8 12 16
Temperatura ( C)
o
4
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par de
o elétrons
2.7 A
ligados
o
2.9A
3.1 Ao elétrons de
condução
estrutura
vanádio
rutílo
oxigênio
LaCCeF
Figura 1.4 – Variação estrutural nas posições atômicas da cerâmica de VO2. Na
transição de metálico-semicondutor, a resistência varia em diversas ordens
de grandeza na extensão das ligações químicas. Em alta temperatura, a
estrutura metálica é isomórfica do tipo rutilo tetragonal, porém ocorre
mudança para o estado monoclínico semicondutor abaixo de 80 °C.
5
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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3+
Fe + e- Fe 2+ (1.3)
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(1-x) NiO + _
x Li O Ni2+1-x NiO3+x Li+x O
2 2 (1.4)
2+ +
Ni +h Ni 3+ (1.5)
5
Ni2+ O2- Ni2+ O2- Ni2+ O2- 10
4
10
O2- Ni2+ O2- Li+ O2- Ni2+
3
10
Ni2+ O2- Ni2+ O2- Ni2+ O2- ρ ( Ω.cm) 2
10
O2- Ni2+ O2- Li+ O2- Ni2+
10
0.1
O2- Ni2+ O2- Ni2+ -5 -4 -3 -2 -1
O2- Ni2+
10 10 10 10 10 0
Fração Molar do Lix Ni1-xO
(a) (b)
Figura 1.5 - Termistores de óxido de níquel dopado. (a) O cristal consiste em íons Ni2+,
LaCCeF
Ni3+ e Li+ em solução sólida semelhante ao sal de rocha. (b) A resistividade
elétrica diminui com o aumento do conteúdo de lítio.
σ = nqµ (1.6)
7
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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σ (T ) ≅ T −b e −
( E + E' ) / KT
= T −b e − E" / KT (1.7)
R = Ae β / T (1.8)
1 dR 1 d β
α= = ( Ae B / T ) = 2 (1.9)
R dT R dT T
LaCCeF
Em que B = 3600 K e T = 273 K, sendo α aproximadamente 4 % / ºC [3].
5
10
4 15.000 (Ohms)
10
3
10
R (Ω ) 400
2
10 50 ( Ohms)
50
10
10
2
1
0 40 80 120 160
o
T ( C)
8
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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1.1.1.1.1.1 Aplicações
Termistores NTC [4,2] são utilizados como fluxômetro, para os quais a velocidade
de fluxo é medida por monitoramento de diferentes temperaturas entre dois termistores.
Um aquecedor posicionado entre os dois termistores determinam diferentes temperaturas.
Assim, termistores são utilizados como controlador de fluxo para proteger diodos, fusíveis,
interruptores e lâmpadas elétricas. A corrente altera-se repentinamente, a qual ocorre
quando a intensidade da luz em uma lâmpada elétrica é alterada com freqüentes rupturas
do filamento. Em um termistor NTC ligado em série com uma lâmpada elétrica, a energia
de oscilação da corrente inicial é dissipada com o aquecimento no termistor.
LaCCeF
Figura 1.7: Foto de um Termistor NTC [6].
9
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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Ba 1− x La x TiO 3 = Ba 2 + 1− x La 3+ x Ti 4 + 1− x Ti 3+ x O 2 − 3 (1.10)
LaCCeF
Se um excesso de oxigênio (y) é adicionado por unidade de fórmula, a região de contorno
de grão pode ser descrita como segue:
(Ba 2+
1− x )( )
La 3+ x Ti 4+ 1− x + 2y Ti 3+ x − 2y O 2− 3+ y (1.11)
10
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1010 1010
Ba1-x Cex TiO3 Ba1-x Cex TiO3
0.05%
108 108
0.1%
106 106
0.3%
104 104
102 102
1 1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0 40 80 120 160
Conteúdo de Cério (at %) Temperatura (oC)
(a) (b)
Figura 1.8 - (a) Resistividade elétrica do titanato de bário dopado com cério, Ba1-x
LaCCeF
CexTiO3, plotada em função da composição. (b) Resistividade de três
cerâmicas de titanato de bário dopadas com cério, medida em função da
temperatura. Uma grande anomalia do tipo PTC ocorre próxima à
temperatura de Curie, que para este material é 130 ºC.
O titanato de bário é cúbico e paraelétrico acima de 130 °C, isto é, acima de sua
temperatura de Curie. Abaixo desta temperatura, a estrutura perovskita é distorcida para
um estado ferroelétrico tetragonal, para o qual ocorre o desenvolvimento de grande
polarização espontânea (Ps) ao longo da direção (001). A constante dielétrica atinge um
ponto máximo na temperatura de Curie (Tc), a partir da qual diminui com a transição para
o estado paraelétrico. Em altas temperaturas, o comportamento de relaxação em cerâmicas
pode ser representado de acordo com a lei Curie–Weiss:
C
K= (1.12)
T − Tc
11
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Grão de BaTiO3
Contorno de grão
O2
LaCCeF
Figura 1.9 - Visão esquemática da estrutura do Ba1-xLaxTiO3 próxima à superfície de um
contorno de grão. A atmosfera de oxigênio difunde e dissocia–se
rapidamente ao longo de um contorno de grão, onde os átomos atraem os
elétrons, formando barreiras isolantes.
12
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+
+
+ - - Tc T
(a) (b)
LaCCeF
Acima da Tc, a polarização espontânea extingue-se e a resistividade aumenta,
gerando o efeito do tipo PTC. Um primeiro aumento é muito lento devido à elevada
constante dielétrica na temperatura de Curie. A altura da barreira é inversamente
proporcional a constante dielétrica do meio; um meio altamente polarizável blinda a
camada externa do contorno de grão, reduzindo a altura da barreira e a resistência elétrica.
Como o aumento da temperatura favorece Tc; a constante dielétrica κ decresce rapidamente
de acordo com a lei Curie–Weiss. Um decréscimo no valor de κ gera um aumento da
extensão da barreira entre os grãos e na resistência elétrica. Em geral, a resistência aumenta
a níveis mais elevados, de modo que esse aumento na constante dielétrica gera uma
diminuição na intensidade do efeito em termistores do tipo PTC nos grãos semicondutores.
1.1.1.2.1 Aplicações
13
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LaCCeF
de modo semelhante aos termistores NTC, com pequena dependência da corrente em
relação à temperatura. Porém, em uma determinada voltagem crítica (de ruptura) VB, a
resistência diminui de forma repentina e a corrente aumenta de forma abrupta. O fenômeno
difere da ruptura elétrica normal, de modo que as características de I versus V são
reversíveis e controladas pela estrutura da cerâmica. Semelhante ao termistor PTC, as
propriedades elétricas são controladas através de estreitas barreiras isolantes nos contornos
de grãos.
103
I (A) 10
-3
90 ºC
10-6
VB
10-9 25 ºC
10-12
10 100 1000
V (V)
Figura 1.12 - Relação I versus V para ZnO. A corrente aumenta de forma abrupta na
voltagem e ruptura VB.
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15
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V=O Bi2O
Faixa de
condução
Ativação
ZnO Térmica Ajustamento
ZnO
Faixa de
LaCCeF
valência
(a) (b) (c)
Figura 1.14 - (a) Barreira de Schottky gerada pela dupla camada em varistores de ZnO.
(b) Em baixas voltagens, a condução ocorre por ativação térmica. (c) Para
a voltagem de ruptura, inicia-se o tunelamento, o qual gera um aumento
considerável na corrente.
1.1.2.1 Aplicações
16
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Primário
Secundário
Carga
Figura 1.15 - Os varistores são utilizados para proteger contatos elétricos e carregar de
forma oposta os osciladores indutivos.
1.2.1 Introdução
LaCCeF
A tecnologia de capacitores cerâmicos compreende variedade de produtos baseados
em materiais dielétricos e configurações físicas, porém, todos são destinados a
armazenagem de energia elétrica, utilizados em diversas aplicações nas indústrias
eletrônica, incluindo as que se seguem:
17
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LaCCeF
Para capacitores em circuitos de c.a., o fluxo de corrente aumenta com a freqüência,
isto é, a resistência flui alternando a corrente, que é inversamente proporcional aos
valores da capacitância. No modo de menor oposição, a corrente flui para o sinal de
freqüência elevada em um espaço de tempo, onde oferece um aumento na oposição na
corrente de baixa freqüência. Este modo pode ser usado para discriminar e filtrar a
extensão da freqüência desejada.
O modelo básico de um capacitor consiste em uma única placa plana com dois
condutores, ou eletrodos, separados por um material dielétrico (como ilustrado na Figura
1.16). O dielétrico deve ser um material puro, sendo esta a propriedade básica que
determina o comportamento elétrico do aparelho.
18
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eletrodo
dielétrico
LaCCeF
elétrica (elevada capacitância) e suas respostas inertes em relação a um campo elétrico, isto
é, variação da capacitância, características de perda, resistência ao isolamento, força
dielétrica, taxa de envelhecimento e dependência da temperatura em relação às
propriedades mencionadas.
Em geral, os capacitores utilizam o ar como material dielétrico (possui constante
dielétrica próxima a do vácuo, definida como 1) ou naturalmente dielétricos, como mica,
com uma constante dielétrica (κ) de 4-8, ou materiais preparados, como os grupos
cerâmicos, com valores de κ constante (κ = 9), para valores elevados como κ = 18000,
como ilustrado na Tabela 1.1. Os materiais cerâmicos, baseados em titanatos e niobatos,
exibem altas constantes dielétricas e assim podem ser formulados com características
elétricas adequadas, sendo deste modo a base da tecnologia dos capacitores em forma de
chip. Todo processamento e materiais utilizados na fabricação dos capacitores em forma de
chip são orientados rumo a otimização das propriedades elétricas desses dielétricos.
19
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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LaCCeF
1.2.3 Capacitância
Q = CV (1.14)
dQ CdV
I= = (1.15)
dt dt
Q
C= = Coulomb/Volt = Farad (2.16)
V
20
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LaCCeF
kA
C= (1.17)
f (t )
21
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cerâmica dielétrica
eletrodo (interno)
Terminal
LaCCeF
Figura 1.17 - Capacitor de “multicamadas”.
KA' N
C= (1.18)
4, 452 (t')
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LaCCeF
1.2.4.1 Polarização Dielétrica
23
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P = ε o (K − 1 )E (1.19)
P = Pe + Pi + Pd + Ps (1.20)
• Deslocamento elétrico: Este efeito é comum para todos os materiais, pois envolve
distorções no centro de cargas dos átomos. A influência de um campo aplicado no
núcleo de um átomo e no centro de carga dos elétrons gera um pequeno dipolo. Este
LaCCeF
efeito de polarização é pequeno, apesar do vasto número de átomos dentro do material,
devido ao momento de dipolo ser muito breve, sendo o deslocamento da ordem de
Angstrom (1Å = 10-10 m).
24
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LaCCeF
acima de 1017 Hz. Como esperado, os íons que são grandes dentro da estrutura do cristal,
são menos móveis, possuindo um tempo de resposta menor. O efeito da polarização por
deslocamento iônico decresce em torno de 1013 Hz. Em tal freqüência, o deslocamento
iônico inicia-se, sendo o campo elétrico de elevada intensidade, aumentando o fator de
perda e contribuindo para a menor constante dielétrica. Em altas freqüências, os campos
reversos são tais que os íons não deslocam-se em relação ao campo (a freqüência de
oscilação dos íons é menor que a freqüência do campo), e a contribuição do fator de perda
ocorre através de deslocamentos iônicos. A orientação dipolar e a polarização de cargas
espaciais diminuem em resposta a freqüência do campo aplicado. O efeito total da rede de
polarização é ilustrado na Figura 1.18. Os picos de polarização iônica e eletrônica que
ocorrem próximo às mudanças de freqüência devem-se a pontos de ressonância, para os
quais a freqüência aplicada iguala-se a freqüência de oscilação do material.
25
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P
o Carga Espacial
l
a Dipolo
r
i
z Iônico
a
ç
ã Eletrônico
o
10 -4 1010 1014 1017 Hz
LaCCeF
A variação da freqüência durante o mecanismo de polarização é refletida em
medidas da constante dielétrica do capacitor. Em geral, os valores da capacitância e da
constante dielétrica decrescem com o aumento da freqüência para todos os materiais
cerâmicos, embora tal diminuição dependa do tipo de mecanismo de polarização.
Q = CV (1.21)
26
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d
I = dQ/dt = (CVo sen ωt) (1.24)
dt
Assim:
LaCCeF
A equação que descreve a variação periódica é dada por:
Dessa forma, o fluxo da corrente é 90º fora de fase em relação à voltagem. Porém,
dielétricos reais não são dispositivos perfeitos, uma vez que a resistividade do material é
finita e o retardo ou “tempo de relaxação” do mecanismo da polarização com a freqüência
gera perdas. Um modelo prático de capacitor real pode ser considerado como um capacitor
ideal ligado em paralelo com um resistor ideal.
Novamente, para o capacitor, a voltagem pode ser considerada como:
V = Vo sen ωt (1.27)
27
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As duas porções da corrente que flui indica que alguma corrente (contribuída por
uma porção da resistência do capacitor) não estará 90º fora de fase com a voltagem. O
ângulo em que a corrente sai de fase para um capacitor ideal pode ser determinada e a
tangente deste ângulo é definida como a tangente de perda ou fator de dispersão, como
ilustrado na Figura 1.19.
LaCCeF δ
Vetor corrente para
um capacitor real
Voltagem
28
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LaCCeF
(a) tempo de relaxação >> freqüência do campo: a perda é pequena
(b) tempo de relaxação << freqüência do campo: a perda é pequena
(c) tempo de relaxação = freqüência do campo: a perda é máxima
A situação (a) gera uma pequena perda, como o mecanismo de polarização é muito
reduzido durante a inversão do campo, e os íons não se alinham com o campo em sua
totalidade, estes não geram mecanismos de perda por aquecimento. O inverso ocorre na
situação (b), onde o processo de polarização pode seguir a freqüência do campo, que não
atrasa. No caso (c), de qualquer modo, os íons podem seguir o campo, mas limitado por
seu tempo de relaxação, deste modo gerando uma alta perda com a freqüência.
As formulações das cerâmicas dielétricas sempre demonstram uma extensão no
tempo de relaxação superior ao espectro de freqüência, uma vez que estes materiais exibem
aspecto policristalino. A variação da perda dielétrica em função da freqüência coincide
com a variação da constante dielétrica, de forma que os dois associam-se aos mecanismos
de polarização, como demonstrado na Figura 1.20. Em altas aplicações da freqüência, uma
figura de informação de “fator Q” é freqüentemente utilizada, em que é recíproco a
tangente de perda:
1
Q= (1.31)
tgδ
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Constante Perda
dielétrica dielétrica
1.2.6.1 Resistência
LaCCeF
A resistência é definida como uma grandeza que mede a capacidade de um
determinado material em resistir à passagem de corrente abaixo de um potencial limite
Vc.c.. Os isolantes são materiais que possuem elétrons livres na estrutura atômica e que
estão livres para deslocarem-se, em algumas intensidades baixas de campo aplicado. Os
elétrons estão unidos através de ligações iônicas e covalentes entre os átomos, sendo que
por definição, tais materiais possuem resistividade elétrica quase infinita.
Na realidade, de qualquer modo, os isolantes não exibem infinitas, mas limites de
resistividade, como estes são impuros e o defeito na estrutura da rede atômica possibilita
uma elevada carga.
Em óxidos cerâmicos, assim como os titanatos, o portador da carga pode elevar a
imperfeição para estequiometria dois, isto é, a razão de íons para cátions não é balanceada,
e a rede cristalina do material poderá ter vacâncias (orifício) na posição da rede e dos íons
intersticiais. Estas imperfeições podem ocorrer devido a substâncias impuras substituídas
por outros cátions fora do balanceamento suficiente das cargas. Como exemplo, um cátion
Al3+ repõe um cátion Ti4+, partindo de uma carga de rede negativa. Também, a razão do
oxigênio para outros íons pode ser insuficiente para manter a valência ideal, criando uma
rede de carga positiva. Isto pode ocorrer facilmente na pressão parcial do oxigênio durante
o aquecimento do material que é insuficiente, existindo assim a condição de “redução”. A
redução severa, em fato, abaixará a resistividade dos titanatos no ponto onde as
propriedades dos semicondutores tornam–se evidentes.
30
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LaCCeF
diretamente proporcionais para um corrente adicional, como pode ser demonstrado usando
a lei de Ohm e a relação da capacitância geométrica. A lei Ohm no estado em que a
corrente (I) em um condutor está associada a aplicação da voltagem (V) e a resistência (R)
do condutor é representada como:
V
I= (1.32)
R
ρL
R = (1.33)
A
onde, L é o comprimento do condutor e A a área seccional cruzada do condutor.
A corrente (I), portanto, pode ser expressa, como:
VA
I= (1.34)
ρL
31
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VA'
I= (1.35)
ρt
A'
iα
t
LaCCeF
De modo similar, a capacitância (C) é diretamente proporcional a área de atividade
do eletrodo e inversamente proporcional à densidade dielétrica, para:
KA'
C= (1.36)
4,452t
A'
Cα eI αC
t
IR α 1/C
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VA' ρt
I= /, ou IR = (1.37)
ρt VA'
LaCCeF
125oC, (10% dos valores da Tabela 1.2).De maneira geral, os dielétricos possuem uma
resistência elétrica alevada e as medidas são associadas em vários múltiplos de Ohm:
33
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LaCCeF
1.2.6.2 Intensidade Dielétrica
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Volts/Mil
pequena unidade
1200
600
grande unidade
LaCCeF
De maneira similar, a intensidade dielétrica é inversamente proporcional à soma da
camada do eletrodo de um capacitor chip e a área deste capacitor.
Capacitores chip são designados em uma margem de proteção baseada em
considerações que possa impedir o uso e o teste de voltagem da resistência.
1.2.6.3 Envelhecimento
35
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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K = K o − m log t (1.38)
LaCCeF
linha plana (uma reta) como mostrado na Figura 1.22.
A variação percentual de K (ou capacitância) por série de dez pode ser calculada e
utilizada como um diagrama no valor da formulação dielétrica.
Os detalhes da microestrutura que afetam a polarização (material puro, tamanho do
grão, sinterização, limites–áreas de grãos, porosidade, tensão interna) também determinam
a independência dos domínios, a dificuldade dos movimentos e reorientação. Ele é
fundamentado por medidas de envelhecimento, cuja composição é dependente do processo,
que é sensível para variáveis que também influenciam na constante dielétrica do material.
∆C %
-5 (a)
-10
-15 (b)
36
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LaCCeF
ponto Curie.
A fabricação do capacitor compensa a perda da capacitância de dielétricos
ferroelétricos por ajustamento testando os limites. Semelhante às unidades de não
oposição, de tolerância superior ao longo de um período de tempo. Como exemplo, para
um dielétrico com taxa de envelhecimento de 1,5 % /década, os limites de testes são
elevados 3 % , isto é, duas décadas. Unidades de teste de 100 horas depois das últimas
exposições da temperatura de Curie, conseqüentemente permanecerá na tolerância interior
para duas décadas adicionais ou 10.000 horas.
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LaCCeF
Quando aquecido antes da temperatura Curie, a rede cristalina muda de tetragonal
para uma configuração cúbica, que possui um centro de simetria e efeitos piezoelétricos
que não são longamente observados.
38
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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Referências Bibliográficas
[3] DU, H.; YAO, X.; WANG, H. Dielectric properties of pyrochlore (Bi1,5Zn0,5 )O7
(Nb0,5M1,5)O7 (M = Ti, Sn, Zr, e Ce) dielectrics, Applied Physics Letters, v. 88, p. 1-3,
2006.
LaCCeF
[4] S, LANFREDI; NOBRE, M.A.L. Conductivity mechanism analysis at high temperature
in bismuth titanate: A single crystal with sillenite-type structure, Applied Physics
Letters, v.86, p. 1-3, 2005.
[6] www.thermistor.com
[7] www.itm.com.cn
[8] NEWMAN, R.E, Eletroceramics, Rep. Prog. Phys 52, pág. 123 –156 (1989).
39
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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2
Dielétricos Lineares
2.1 Introdução
LaCCeF
perdas dielétricas e o não envelhecimento da capacitância com o tempo. Estas propriedades
possuem uma dependência desprezível da capacitância com voltagem ou freqüência.
Estes modelos dielétricos são úteis para aplicações em capacitores, onde é
necessária rigorosa tolerância e alta estabilidade.
Dielétricos lineares são também referidos como materiais de temperatura
Compensada (C.T), uma vez que o coeficiente de temperatura pode ser modificado para
predizer a inclinação da temperatura (C.T.) excedendo o intervalo de - 55oC a 125oC. Esta
inclinação varia de aproximadamente em 100 partes por milhão por grau C (ppm/ºC) para
uma inclinação tipicamente negativa 750 ppm/oC. Estes valores são relacionados com o
P100 ou N750, respectivamente. Uma série de dielétricos lineares conhecidos como o tipo
de extensão C.T. varia de N750 tão negativo quanto N5600. Estes valores são obtidos por
uso de dielétricos em que a temperatura de Curie será abaixo a -55oC em baixos limites de
especificação MIL. Assim, a porção C.T. entre -55oC para 125oC é aproximadamente
linear.
40
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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LaCCeF
2.2.1 Dielétricos de Classe I
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Tabela 2.1 - Designação EIA (Eletronic Industries Association) para Dielétricos de Classe
I.
0.0 C -1.0 0 30 G
1.0 M -10 1 60 H
1.5 P -100 2 120 J
2.2 R -1000 3 250 K
3.3 S -10000 4 500 L
4.7 T +1 5 1000 M
LaCCeF
7.5 U +10 6 2500 N
__ __ +100 7 __ __
__ __ +1000 8 __ __
__ __ +10000 9 __ __
%∆C
6.0
4.0
2.0 MG7
0 COG
-2.0 R2G
-4.0 S2H
-6.0
-8.0 U2H
- 50 -25 0 25 50 75 100 125
Temperatura,0 C
42
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%∆C
0.3
0.2 +/- 30 ppm/o C
tolerância
0.1
envolvida
COG
0
-0.1
-0.2
-0.3
LaCCeF
-50 -25 0 25 50 75 100 125
Temperatura,o C
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A Tabela 2.2 mostra as descrições EIA 198 para estes dielétricos. A característica
mais comum de K médios utilizada na fabricação de capacitores “chip” é a designação
X7R (máximo de ±15% ∆C de -55 oC a 125 oC). Na categoria com elevado K, as
características Z5U (+22% para -56% máxima ∆C de +10 oC a +85 oC) e Y5V (+22% a -
82% máxima ∆C em 30 oC a 85 oC) são comuns.
Tabela 2.2- Designação EIA (Eletronic Industries Association) para Dielétricos de Classe
II.
LaCCeF
Designação EIA para Dielétricos de Classe II
(a) (b) (c) (d) (e) (f)
Máxima
Condição a Condição a código (+/-)% oC Código
baixas Código de (a) altas numérico para Sobre de letra
Temperaturas Temperaturas a coluna (c) Temperatura para a
coluna
(e)
44
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LaCCeF
-10
-20 BX TVC relacionado
-30
-40 Z5U
-50
-60
Y5V
-70
45
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LaCCeF
2.3.2 Padrão da Microestrutura Interna
46
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• Qualquer laminação na área ativa (envolvida pelo eletrodo), de extensão maior de 20%
do comprimento do eletrodo, ou excedendo 0,254 mm, quaisquer que seja o tamanho;
• Algumas separações em laminas maiores que 0,127mm, dentro da área envolvida pelo
eletrodo e associado com o deslocamento dos eletrodos adjacentes e a redução da
camada dielétrica por 50% maior da sua espessura;
• Duas ou mais separações entre laminas excedem 0,010” que envolve as outra na área do
eletrodo ativo e as camadas adjacentes.
LaCCeF
2.3.4 Vácuo
O vácuo que pode ser considerado danoso para a integridade elétrica e física dos
capacitores e classificado como defeitos, que geralmente envolve os seguintes:
47
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2.3.5 Ruptura
LaCCeF
2.3.6 Não-uniformidades
• Um lado ou extremidade com dimensão menor que 0,076 mm, compreendendo valores
superiores ou iguais a 90% das dimensões dos eletrodos e da superfície exterior do
dielétrico;
48
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LaCCeF
anteriores. Este procedimento minimizará a ocorrências de máximas seções de defeitos
induzidos.
Os seguintes critérios são utilizados para características dos defeitos em métodos
secionados:
• Padrão linear de defeitos no vácuo, isto é, eles são induzidos por atração de grãos fora
do material durante a moagem da cerâmica, conseqüentemente maior polimento é
necessário. Nas formações do vácuo em uma linha paralela para a camada estrutural do
aparelho, como assim chamado “knit line” (união de linha), pode não estar dentro desta
categoria.
49
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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LaCCeF
e demonstram ser indiferentes.
A avaliação visual e microscópica qualitativa dos capacitores chip é muito subjetiva
e surge uma dificuldade na correlação das opiniões entre os observadores, especialmente
onde se considera a menor categoria dos defeitos descritos acima. Em adição, diferentes
imagens podem ocorrer num produto de visão inferior diferindo a origem do brilho em um
microscópio. Luzes fluorescentes podem ser encontradas, estando superiores a
incandescência da luz exterior em detalhes de defeitos.
A aceitação ou rejeição dos capacitores em alguns recursos visuais ou defeitos na
microestrutura é usualmente especificado ou determinado por um chip, baseado na
aplicação do produto. Deve-se encontrar no modelo da corrente, elevada confiabilidade ou
altas voltagens [1].
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Referências Bibliográficas
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3
Propriedades Dielétricas
3.1 Introdução
LaCCeF
disponíveis do material que são freqüentemente previstas pelas condições que retardam um
melhor progresso. Além disso, a confiança no componente é de grande importância para
muitas aplicações; a falta de um componente pode causar um decréscimo no custo total do
projétil, por exemplo. Ao mesmo tempo estes realizam um extensivo esforço para reduzir o
tamanho da comunicação total do aparelho. Todos estes fatores possuem indicações para
um aumento da atração em cerâmicas isoladoras e semicondutores.
A principal aplicação para cerâmicas dielétricas é como elementos capacitivos em
circuitos de eletrodos e como isolantes elétricos. Para essas aplicações, as propriedades da
maioria de interesse são as constantes dielétricas, perda do fator dielétrico e da intensidade
dielétrica. Novos aparelhos e novas aplicações aumentam continuamente com uma faixa de
freqüência e em uma faixa circundante de condições em temperaturas particularmente, pois
são de interesses práticos. Conseqüentemente, essas variáveis aproximam-se com uma
pequena extensão no ponto de vista das forças “requeridas” para tecnologias isoladas
presentes. A resistividade depende da freqüência de isolantes e semicondutores. Muitos
estão relacionados em aplicações em alta freqüência e com propriedades elétricas, que são
utilizados em dielétricos, sendo este aspecto de condutividade adaptado naturalmente.
Para aplicações em capacitores e em isolantes elétricos, são avaliados plásticos
orgânicos, onde eles são usualmente reduzidos e podem ser fabricados em dimensões
superiores em cerâmicas.
52
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LaCCeF
53
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3.2.1 Capacitância
LaCCeF
Em geral, materiais dielétricos são abordados principalmente considerando-se a
atuação de capacitores em circuitos elétricos. Uma das principais características de um
capacitor é a carga elétrica armazenada (Q), a qual pode ser representada pela equação
abaixo:
Q = CV (3.1)
Q ∫ I dt
V= = (3.2a)
C C
dV
I =C (3.2b)
dt
54
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Ic = iωCV (3.4)
LaCCeF
Para uma placa de capacitor de área A e densidade d, a capacitância geométrica no vácuo é
dado por:
A
Co = εo (3.5)
d
ε'
C = Co = Co k ' (3.6)
εo
55
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3.2.2 Indutância
dI
V =L (3.7)
dt
LaCCeF
V
Im = (3.8)
i ωL
Esta é uma diferença direta para capacitância, onde a carga da corrente avança em
um ângulo de 90o da voltagem aplicada. A indutância L, de forma semelhante à
capacitância, contém ambos um fator geométrico e um fator material. Este fator pode ser
escrito como:
µ'
L = Lo = Lok 'm (3.9)
µo
Combinando esta com a equação (3.9), obtemos para uma indutância em uma longa espira
com material real:
A
L = N2 µ' (3.10)
d
56
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3.2.3 Unidades
LaCCeF
equações dimensionais; este pode ser eliminado por ganhos de carga elétrica como uma
unidade de quarta dimensão. Este é feito em um sistema de racionalidade para unidades
práticas em metros (m), quilograma (kg), segundos (s), e Coulomb (C), que são usadas
como unidades primárias. Este é mencionado em mks ou sistema Georgi. Várias unidades
derivadas, desta maneira como Ampéres e Ohms são utilizados por conveniência. Neste
sistema a constante dielétrica no vácuo vem a ser εo = 36π-1 x 10 -9 = 8.854 x 10-12 F/m; a
permissividade no vácuo é µo= 4π x 10-7 = 1.257 x 10 –6 H/m.
3.2.4 Polarização
As reações dos materiais dielétricos sob um campo elétrico aplicado são diferentes
para a aplicação no vácuo, devido à presença de cargas portadoras que podem ser
deslocadas e cargas com deslocamento dielétrico que podem neutralizar uma parte do
campo aplicado, de forma que V = Q / C e C = k ' Co : Pode-se escrever para um capacitor
contendo um dielétrico:
Q / k'
V= (3.11)
Co
57
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Esta é uma única fração da carga total, a carga livre Q/k, onde eleva-se o campo
elétrico e a voltagem exterior. O excesso de cargas é neutralizado pela polarização do
dielétrico. Na Figura 3.1 é representada esquematicamente a densidade do fluxo elétrico
total D como a soma do campo elétrico E e a carga de dipolo P, como:
P = Nµ (3.13)
LaCCeF
separadas por uma distância d é dado como:
µ = Qd (3.14)
P
χ = k' 1 = (3.16)
εoE
58
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-
- -
- -
+
LaCCeF
O momento dipolar µ das partículas elementares é proporcional ao campo elétrico
local E’:
µ = αE ' (3.7)
P = Nα E ' (3.18)
59
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+ + +
+ + +
+
+ ++ ++
1
-
Eletrodos Metálicos -
-
-
- - - Unidade Cúbica do Dielétrico
Limite P
da carga por
unidade de P
P área 1
LaCCeF
momento dipolar por unidade de volume.
E ' = E + E1 + E2 + E3 (3.19)
60
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P (k '−1) E
E1 = = (3.20)
3ε o 3
P E
E' = E + = (k '+2) (3.21)
3ε o 3
Por inserção este campo local de Mosotti na equação (3.16) e (3.18), obtemos uma
relação entre a polaridade por unidade de volume Nα e a constante dielétrica relativa k’,
LaCCeF
que é dada como:
Nα k '−1
= (3.22)
3ε o k '+2
3ε o k '−1 M 3ε o
α= = Pm (3.23)
N o k '+2 ρ No
61
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+
+ + +
+ +
- -
-
- -
-
LaCCeF
relação a um outro qualquer, demonstrado pela polarização iônica ou atômica. Uma
terceira classe de polarização, incomum em cerâmicas, está associada à presença de
dipolos elétricos permanentes que existem para compensar a ausência de um campo
elétrico.
Uma distribuição de carga desigual entre as associações em uma molécula ou íon
complexo não é muito comum, onde um campo é aplicado e tende para um movimento de
alinhamento dos dipolos elétricos em direção ao campo, elevando a orientação da
polarização. Uma origem importante da polarização é a movimentação das cargas que
estão presentes devido ao impedimento por interfaces, por esta razão elas não são
fornecedoras em um eletrodo ou descarregadas, ou presas no material. O espaço de cargas
resultante neste fenômeno mostra um aumento na participação da capacitância distante do
circuito exterior. A polarização total do dielétrico pode ser representada como a soma:
α = αe + αi + αo + α s (3.24)
62
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Polarização Eletrônica
+
+
E=0 E
Polarização Atômica
+ +
E=0 E
Orientação da Polarização
E=0
E
Polarização de Espaço de Cargas
+ + + + +
LaCCeF
+ + + + +
+ + + + +
+ + + +
E=0 E
63
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LaCCeF
Figura 3.5 – Dependência da freqüência em vários intervalos de polarizabilidade.
d (Pt − P∞ ) 1
= [(Ps − P∞ ) − (Pt − P∞ )] (3.25)
dt τ
64
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Assim:
(
Pt − P∞ = (Ps − P∞ ) 1 − e − t / τ ) (3.26)
Q I
V
LaCCeF
Tempo Tempo Tempo
(a)
V I
Q
(b)
65
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E = E o e iω t (3.27)
D = Do ei (ωt −δ ) (3.28)
Usando a relação
D =κ *E (3.29)
Obtém-se:
κ* = κ se iδ
= κ s (cosδ i senδ ) (3.30)
LaCCeF
onde, κs = Do/Eo é a constante dielétrica estática. Em termos de uma constante dielétrica
complexa:
ε* 1
κ * = κ '−iκ " = = (ε '−iε ") (3.31)
εo εo
66
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Co
I = (iωε '+ωε ") V = iωCoκ *V (3.35)
εo
Vo2
W = 2πε ' tg δ por ciclo (3.36)
LaCCeF
2
Vo2 Vo 2 Vo 2 Vo 2
P =σ = ωε ' = ωε ' tg δ = 2πfε ' tg δ (3.37)
2 2 2 2
Como indicado na equação (3.36) e (3.37), o fator que determina a perda da energia
do material em um dielétrico é o produto da constante dielétrica e o ângulo da tangente de
perda. Este é o fator de perda ou fator de perda relativo indicado na equação (3.34).
O fator de perda é o critério principal para a utilidade do dielétrico como um
material isolante. Para este propósito é importante devido a sua baixa constante dielétrica e
particularmente um ângulo de perda muito pequeno. Uma outra aplicação importante é
para a obtenção em alta capacitância em um pequeno espaço físico, onde a alta constante
dielétrica do material deve ser utilizada. Para esta aplicação é um importante por possuir
um baixo valor no fator de dissipação, tg δ.
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Co
Ic iωCV = iωε '
εo
δ
θ
Co
I l = GC = ωε " V
εo
LaCCeF
I l = I c tg δ
Como uma alternativa para esta expressão, a situação ilustrada na Figura 3.7 é
equivalente a uma capacitância paralela e a resistência do circuito que pode ser
representada em termos de permissividade dielétrica ε ' e da condutividade dielétrica σ.
Como para a inelásticidade mecânica, podemos representar de várias maneiras o fato da
inércia do movimento das cargas que causa um tempo de atraso da corrente, seguindo o
campo aplicado e resulta em uma dissipação de energia. Tem havido grande interesse com
o poder da geração com a constante dielétrica ε ' e o fator de perda dielétrico, ε ' tg δ.
Freqüentemente, para aplicações a altas freqüências, trabalha-se com a constante dielétrica
ε ' e a tangente de perda, tg δ. Muitos também com o inverso da tangente de perda, Q = 1/
tg δ, que é utilizado como uma figura de mérito. Tais parâmetros, convenientes para
engenheiros na utilização de determinado material e referindo a alguns diferentes
fenômenos como o desenvolvimento de materiais.
68
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LaCCeF
pode ser expressa como:
εs − ε∞
ε* = ε + (3.38)
1 + iωτ
εs ε ‡
ε ' = ε ‡+ (3.39 a)
1 + iω 2τ 2
ε"=
(ε s − ε ∞ )ωτ (3.39 b)
1 + ω 2τ 2
Tem-se:
ε " (ε s − ε ∞ )ωτ
tg δ = = (3.40)
ε ' ε s + ε ∞ ω 2τ 2
69
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LaCCeF
Figura 3.8 – Espectro de relaxação da constante dielétrica, condutividade e fator de
perda para um processo de relaxação simples com um único tempo de
relaxação.
70
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Para a maioria dos materiais, os dados experimentais não são bem descritos pela
equação de Debye. Antes, a dispersão da constante dielétrica ocorria num intervalo de
freqüência superior e a curva de absorção apresentava-se estendida como mostrado na
Figura 3.8. Em geral, tais diferenças para o mesmo tempo de relaxação associam-se ao fato
de que as fases condensadas em um meio com diferentes íons não são idênticas. Mesmo no
cristal, a magnitude da interação entre íons e a variação térmica não são idênticas para
todas as fases ou tempos de relaxação. Como conseqüência, o cristal parece ressonante
numa propagação do tempo de relaxação, distribuído durante a maior parte do tempo de
relaxação.
A variação no meio de diferentes íons relativos a vidros e cristais pode ser utilizada
para explicar a extensão do tempo de relaxação, usualmente necessário para descrever o
fenômeno de relaxação em materiais amorfos.
Em cristais uma distribuição do alcance finito pode ser esperada em líquidos, onde
o comportamento finito é similar ao modelo predito observado por um único tempo de
LaCCeF
relaxação.
Para a distribuição do tempo de relaxação, a equação (3.38) torna-se:
ε* = ε ‡ + (ε s - ε )0 G
‡(τ)dτ
‡ ç1 + iωτ (3.41)
onde, G (τ) é a distribuição do tempo de relaxação, sendo G (τ) dτ a fração da espécie sob
relaxação para um determinado intervalo de tempo do relaxação entre τ e τ + dτ. Uma
função com simetria do tipo gaussiana pode ser assumida pelo parâmetro G (τ), sendo
representada como:
b
G (τ )dτ =
2 2
e −b z dz (3.42)
π
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LaCCeF
aumenta, tal condutividade c.c. também aumenta, alcançando valores suficientemente
elevados. No início da aplicação do campo, os eletrodos podem disponibilizar elétrons
suficientes para uma ruptura da corrente, que produzo canais de ruptura, vacâncias
dentadas, ou metal dendrite que atravessa o dielétrico. Diversos processos podem
contribuir para tais fenômenos de ruptura dielétrica, sendo que diferentes medidas induzem
a uma considerável dispersão nos resultados.
Para um cristal simples testados em eletrodos, valores acima de 10000 V/mm
(aproximadamente 4x106 V/cm) são observados. Para cerâmicas policristalinas polifásicas
testadas através de técnicas usuais fora das precauções extensivas, valores tão baixos
quanto 100 V/mm podem ser observados em intervalos de temperatura e
consideravelmente baixos valores em altas temperaturas. Para muitas aplicações,
particularmente em intervalos de altas temperaturas, baixos valores de força dielétrica são
observados.
72
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k 'e = n 2 (3.43)
Para um cristal do tipo silicato ou vítreo, n = 1,5, de modo que k’ seja igual a 2,25.
Em comparação, um típico valor de k’ a baixas freqüências compreende valores no
LaCCeF
intervalo de 5 a 10, indicando em aproximadamente um terço da polarizabilidade
correspondente a usuais processos dielétricos em estruturas de silicatos.
Para materiais que exibem altos índices de refração, a polarizabilidade eletrônica
aumenta. Um exemplo é o óxido de bário, para o qual k’e é equivalente a n2, assumindo
valores próximos a 4. Para materiais com altas constantes dielétricas, os quais contribuem
para proteção da parte eletrônica, os valores de constante dielétrica assumem valore
próximos a 34. Em contraste aos para cristais iônicos, estruturas covalentes não exibem
mecanismo para a polarizabilidade iônica. Este é ilustrado em germânio, por exemplo,
com k’e = n2 = 16.
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Para a estrutura do cloreto de sódio (NaCl), o volume por célula unitária é dado por
2a3, onde a é a dimensão da célula unitária. Isto pode ser demonstrado para a estrutura
cristalina do cloreto de sódio, para a qual um campo elétrico uniforme E induz a um
deslocamento iônico dado por:
zeE 1 1
δ '+ δ ' = (3.34)
vo 2 mCl m Na
LaCCeF
calculados considerando-se um modelo de esferas rígidas para o cloreto de sódio. Estas são
três das maiores partes dos silicatos e aluminatos de interesse em cerâmicas para a
constante dielétrica no intervalo de 5 a 15.
Para íons altamente polarizáveis, esta é uma contribuição adicional para os valores
de constante dielétrica, resultando em uma deformação na parte eletrônica externa
seguindo o deslocamento iônico. Tal contribuição é dificilmente calculada, porém pode ser
qualitativamente determinada, sendo de crescente importância para íons que são
polarizados e para estruturas para as quais é possível considerar a deformação gerada pelo
deslocamento dos íons. Deste modo, encontra-se a relação entre a constante dielétrica à
baixa freqüência e a constante dielétrica óptica. A razão k’/k’e, é próxima a 2,5 para o
cloreto de sódio e aproximadamente 8,5 para o óxido de bário (BaO). A constante
dielétrica depende da temperatura para um grande número de cristais sólidos, além de
gases de interesse em cerâmicas, as quais são listados na Tabela 3.1.
74
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LaCCeF
3.3.2 “Salto” na Polarização Iônica
75
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+ + + + + + + + +
+ + + +
+ + +
+ + + + +
Figura 3.9 – Reorientação de pares de vacância na rede cristalina. Outros pares de defeitos
em cristais fornecem resultados similares.
1 ( zed )
2
αj = (3.45)
1 + iωτ kT
LaCCeF
onde, d é a distancia entre as duas posições atômicas, ze é a carga do íon, e τ é o tempo de
relaxação para o processo de condução (“salto”).
Considerando a equação para a constante dielétrica complexa, (k* = k’ – ik”), tem-
se
k * −1 N n
= α e + α i + α j (3.46)
k * +2 3ε o N
76
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LaCCeF
dielétrica aumenta de 6,90 a 1 MHz para 8,30 a 100 MHz. Considerando a fusão do gás
sílica, a constante dielétrica de 3,78 é verificada independente da freqüência no intervalo
de 102 a 1010 Hz. O efeito é pronunciado em gases de silicato de sódio em que para uma
composição de 30Na2O-70SiO2 a constante dielétrica aumenta de 8,5 a 106 Hz para 18 a
102 Hz. Como pode ser esperado com base no tamanho do íon, para a razão da taxa de mol
constante, o efeito diminui na ordem Li+>Na+>K+>Rb+.
77
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LaCCeF
20
103 Hz
15
ε ' 10
k' = _
εo
106 Hz
5
0
0 100 20 300 400 500 600
Temperatura (º C)
78
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20
5 x 102 Hz
15
104 Hz
10
8 x 104 Hz
0
0 100 200 300 400
Temperatura ( C)
o
LaCCeF
Figura 3.12 – Efeitos da freqüência e da temperatura na constante dielétrica no sistema
carbonato de sódio – óxido de cálcio – silicato vítreo.
79
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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LaCCeF
3. Perda devido à polarização eletrônica.
σ σ
tg δ = = (3.48)
2πfk' ε o (8,85 ×10 −14 )(2πf )k'
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LaCCeF
átomos na direção do campo e a perda de energia são pequenos. De forma similar, a
freqüência do campo aplicado é muito grande no salto da freqüência, os átomos não estão
em disposição para o salto em sua totalidade, e as perdas são pequenas. As expressões
resultantes a em ε’, ε”, e tg δ são dadas nas equações (3.38) e (3.40).
Para um “salto” iônico (Figura 3.10) o salto de freqüência correspondente depende
da barreira de energia que separa as duas posições do íon. A título de simplificação
assume-se que o tempo de relaxação é dado por:
U
τ = τ o exp (3.49)
kT
81
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LaCCeF
temperatura. Como conseqüência, para este processo espera-se que a tg δ aumente
exponencialmente com a temperatura, como indicado na equação (3.48).
Total
tg δ Pico de relaxação do íon
Vibração e
deformação de íon
Condução
82
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A condutividade gera uma elevação na curva com um campo alternado (c.a.), o qual
está em fase com a voltagem e gera perdas dielétricas que são independentes de
mecanismos de absorção. Para uma compressão em um dielétrico vítreo, representado por
uma resistência R (equivalente a uma resistência do tipo c.c.) em paralelo com um
capacitor de capacitância C, a tg δ em um campo alternado é inversamente proporcional à
freqüência, a saber:
1
tg δ = (3.50)
ωRC
LaCCeF
resistividade próxima a 1012 Hz Ohm.cm e uma constante dielétrica de 9 para uma
freqüência de 103 Hz, sendo que a tg δ exibe valores abaixo de 2 x 10-5, o que é
considerado como um valor pequeno para a tg δ. Em contraste, para uma temperatura de
200 °C, onde a resistividade está abaixo de 2 x 107 Ohm.cm, a tg δ são unidades de perdas
por condução c.c. em unidades abaixo, quando comparada a extensão em perdas no
material. Em geral, as perdas por condução em vidros tornam-se importantes a
temperaturas elevadas, com o aumento da condutividade c.c. e em baixas freqüências.
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10
Sílicato vítreo fundida
5 x 10 2
5 x 10 3 10
4
102 103 104
1.0 8x 104
tg δ 0.1
0.01
0.0001
0 100 200 300 400 500
Temperatura (oC)
LaCCeF
Figura 3.14 – Aumento da tg δ com o aumento da temperatura para o sistema carbonato
de sódio–óxido de cálcio–silicato vítreo e para silicatos vítreos fundidos.
Para o processo de “salto” iônico com uma única energia de ativação, tal energia de
pode ser derivada de uma determinação simultânea com dependência da tg δ em
temperaturas ou freqüências, utilizando as equações (3.40) e (3.49). Esta afirmação foi
concluída para perdas dielétricas por J. Van Keymeullen e W. D. Dekeyser, onde
determinaram valores da tg δ em intervalos freqüências em diferentes temperaturas. Tais
valores são máximos em diferentes freqüências correspondendo a valores de ωτ = 1, onde
a energia de ativação descrita pela equação 3.49 pode ser determinada pelo gráfico log
ωmax x 1/T. Os resultados são ilustrados na Figura 3.15. Estes autores descobriram para um
par de íons formado por uma substituição de um íon de alumínio por um cátion bivalente,
formação de vacâncias em um sítio de hidróxido normalmente ocupado. Experimentos
similares podem ser descritos em cloreto de sódio dopado com diversos íons bivalentes
(M2+).
84
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(a) (b)
Figura 3.15 – (a) tg δ versus freqüência em diferentes temperaturas e (b) log ωmax
versus 1 / T .
LaCCeF
As perdas dielétricas em monocristais são pequenas e determinadas por impurezas
inferiores que não podem ser extensivamente ou satisfatoriamente investigadas, exceto
para casos especiais. Em contraste, as perdas dielétricas em materiais vítreos variam em
uma amplo intervalo, mostrando uma relação similar com a estrutura e composição vítrea.
A natureza das modificações dos cátions possui um efeito relevante na perda
dielétrica de vidros. Por exemplo, a magnitude da mobilidade dos íons alcalinos obedece a
ordem Li+ > Na+ > K+ > Rb+. Um exemplo é o vidro com composição 53,3 % de SiO2, 32
% de M2O, 10,2 % de PbO3 e 4,5 % de CaF2, com valores para a tg δ (em 1,5 x 106 Hz) de
0,0132 para o lítio, 0,0106 para o sódio e 0,0052 para o potássio. Em geral, a substituição
de íons bivalentes como o óxido de bário, admitem formulações alcalinas ressonantes com
baixa fusão dos vidros, possuindo baixos valores de tg δ. Vidros com 20 % a 30 % de BaO
ou de 30 % a 50 % de PbO possuem valores de tg δ abaixo de 0,0005.
Em adição, o uso de íons bivalentes apenas com modificadores, é efetivo em
pequenas quantidades, como série de íons; tais dopantes prevêem a mobilidade dos íons
alcalinos pela completa adição de sítios críticos, onde os íons alcalinos passam
normalmente.
85
Salmazo, L.O. e Nobre, M.A.L.
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LaCCeF
Figura 3.16 – Variação dos parâmetros tg δ e k’ em função da substituição de MgO e
Na2O no silicato vítreo.
86
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Carbonato de
0,1 sódio-sílica de
óxido de cálcio
hidróxido de potássio-chumbo´silicato
0,001
sílica fundida
0,0001
101 102 103 104 105 106 107 108 109 1010 1011 1012
Frequência (Hz)
87
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LaCCeF
Figura 3.18 – Dispersão dielétrica e curva de absorção, correspondendo à condutividade
em corrente contínua c.c., para em sistema composto tipicamente por
carbonato de sódio–oxido de cálcio–silicato vítreo.
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Figura 3.19 – Curva de perda dielétrica reduzida para alguns materiais vítreos. Vidro 1:
0,12 Na2O,88SiO2; vidro 4: 0,24Na2O.0,76SiO2; vidro 18:
0,10Na2O.0,20CaO.0,70SiO2; vidro 19: 0,18Na2O. 0,10CaO.0,72SiO2.
LaCCeF
empíricas na equação (3.38), de modo a obter uma constante dielétrica skewed
(destorcida):
ε s −ε ∞
ε* = ε∞ + (3.51)
(1 + iωτ )β
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LaCCeF
temperaturas, a fração de íons que contribuem para a condutividade c.c. torna-se próxima à
igualdade para a fração contribuída para a condutividade c.a., se não existir uma camada
bloqueada nos eletrodos. Como resultado, em temperaturas acima de 250o, as medidas de
condutividade c.a. e de condutividade c.c. são comparáveis. Tal efeito para um sistema de
composição carbonato de sódio–oxido de cálcio–silicato vítreo é mostrado na Figura 3.20.
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3.6.1 Misturas
LaCCeF
Quando as camadas estão em paralelo às placas do capacitor, a estrutura corresponde a
elementos capacitivos em série e o inverso das capacitâncias são aditivos, como ocorre
para o inverso da condutividade (σ = ωk”). Dessa forma:
1 υ1 υ 2
= + (3.52a)
k ' k '1 k '2
1 υ1 υ 2
= + (3.52b)
k " k "1 k "2
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k n = ∑ υ i kin (3.54)
i
onde, n (-1 na equações 3.52a e 3.52b e +1 nas equações 3.53a e 3.53b) e υi é a fração em
volume de fase i. Como n aproxima-se de zero, k” é igual a (1 + n log k), de modo que:
Onde são dados alguns valores intermediários entre os extremos ilustrado na equação
(3.52a e 3.52b) e (3.53a e3.53b).
LaCCeF
Eletrodos
Dielétrico
(a) (b)
2 k'
υ m k 'm + d + υ d k 'd
k'= 3 3k 'm (3.56)
2 k'
υ m + d
3 3k 'm
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Como mostra a Figura 3.22, se tal relação chip for precisa para a expressão
logarítmica, equação (3.55), a fase dispersa possui uma constante dielétrica mais elevada
do que a matriz da material.
A. Buchner obteve alguns dados para o TiO2, a qual possui uma alta constante
dielétrica, com uma mistura de diversos materiais com matrizes obtendo um bom teste para
a relação ship. Como mostrado na Figura 3.23, a configuração geométrica de partículas de
TiO2, em uma matriz contínua é aparentemente controlada. Para estas misturas e o
equilíbrio da maior parte da variação entre a constante dielétrica é pequeno, sendo
demonstrando resultados similares no logaritmo da ralação ship na equação (3.56). Para a
mistura TiO2, aparentemente com um resultado da microestrutura e porosidade, as quais
não são descritas, as equações (3.52) na maior parte descreve os resultados experimentais
de forma adequada. Se os dados da microestrutura são avaliados, estes são preferíveis para
interpretar a constante dielétrica em termos das estruturas observadas, (equação 3.56).
LaCCeF
Figura 3.22 – Expressões para a constante dielétrica resultante em diversas misturas e
dois dielétricos.
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Figura 3.23 – Comparação entre dados experimentais e expressões teóricas para
constantes dielétricas de misturas com duas fases.
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Figura 3.24 – Efeito da porosidade na constante dielétrica de TiO2 policristalino.
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LaCCeF
Figura 3.25 – Constante dielétrica e tg δ para uma cerâmica esteatita em extensões
superiores de temperatura e freqüência.
A maioria das cerâmicas podem ser classificada como (1) materiais isolantes, as
quais possuem uma constante dielétrica abaixo de 12, (2) capacitor dielétrico com
constante dielétrica acima de 12 e (3) cerâmicas ferroelétricas e ferromagnéticoas. Uma
parte do primeiro grupo consiste em isolantes de baixas e altas tensões elétricas compostas
principalmente por porcelanas de argila triaxiais e feldspato. Estes isolantes são baratos e
são facilmente manufaturados para aplicações de alta voltagem e absorção de água, sendo
de ordem zero para proteger a alta força dielétrica e também a alta força mecânica. Esta é
menos importante para aplicações de baixa tensão, embora verifica-se um aumento
vantajoso na qualidade. Um segundo grupo de materiais desta classe é a porcelana de alta
temperatura, utilizada como apoio para elementos de aquecimento elétrico; estes devem ser
livres de deformação de cargas mecânicas inferiores e possuírem uma alta resistividade
operando em altas temperaturas. Para estes, na fase vítrea devem ser protegida para um
mínimo, e na maior parte a perda dos produtos porosos são geralmente utilizados.
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LaCCeF
térmico.
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LaCCeF
ligado em série como ilustrado na Figura 3.27a, mas as propriedades dielétricas
macroscópicas são correlativas em diferentes circuitos equivalentes, como ilustrado na
Figura 3.27b.
R1 C1
R2
C2
(a) (b)
Figura 3.27 - Circuito equivalente para (a) um capacitor de duas camadas e (b) para
observação macroscópica .
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LaCCeF
Figura 3.28 – Variação da polarização interfacial em valores relativos de contorno em
camada característicos.
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ρo − ρ∞
ρ = ρo + (3.57a)
1 + τ ρ2ω 2
ρ∞ = (3.57b)
ρ1k1'2 + x1 ρ 2 k 2'2
ρ o = x1 ρ1 + ρ 2 (3.57c)
(
ρ1 ρ 2 ρ1k1'2 + x1 ρ 2 k 2'2
τo = εo
) 1/ 2
(3.57d)
x1 ρ1 + ρ 2
LaCCeF
ko' − k '
k ' = k∞' + (3.58a)
1 + τ k2'ω 2
k1' k 2'
k∞' = (3.58b)
k1' + x1k 2'
1/ 2
ρ
τ k ' = ∞ (3.58e)
ρo
100
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ρ∞ = ρ2 → ρ o = x1 ρ1 + ρ 2 (3.59a)
x1 ρ12 + ρ 22
k’1 = k’2 → ko' = k 2' (3.59b)
(x1 ρ1 + ρ 2 )2
ρ1 ρ 2
τ k ' = ε o k 2' (3.59c)
xρ1 + ρ 2
LaCCeF
resultados experimentais associados a equação (3.59) são ilustrados na Figura (3.29).
A constante de tempo para a polarização interfacial e a freqüência em que esta se
torna relevante, é proporcional ao produto da resistividade, como indicado nas equações
3.57d e 3.59c. Para muitos dielétricos em alguns intervalos de temperatura, este produto é
uma grande polarização interfacial que é desprezível mantendo-se equilíbrio em baixas
freqüências. Para semicondutores e semicondutores férricos tal resistividade gerada não é
grande e o efeito é importante em determinados intervalos de temperatura. Para outros
dielétricos, tal fator aumenta com a temperatura. Em alguns intervalos de tempos, a perda
por condução e a perda por salto iônico também aumentam. (este pode ser considerado
como uma polarização de espaço de carga local, resultante da mobilidade da barreira,
como ilustrado na Figura 3.10).
O resultado combinado é que, como a condutividade aumenta em altas
temperaturas, a constante dielétrica aparente também aumenta, a perda dielétrica aumenta
o equilíbrio rapidamente, e a efetividade do isolador diminuí. Para minimizar tal aumento,
é utilizada a baixa condutividade.
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LaCCeF
Figura 3.29 – Constante dielétrica, resistividade e tg δ para Ni0,4Zn0,6Fe2O4.
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LaCCeF
equilíbrio do campo são moderadamente baixas. Os efeitos das extremidades também são
importantes, como no exemplo de densidade. Em geral, como exemplo de aumento na
densidade, as medidas de intensidade dielétrica aumentam. De forma similar, testes com
eletrodos esféricos inferiores ou semicondutores líquidos inferiores dão uma alta medida
da intensidade dielétrica. (a intensidade dielétrica é calculada em termos de volts por
centímetro ou volts por metros).
As medidas de intensidade do colapso intrínseco são determinadas em condições do
eletrodo designadas e com valores aproximados de 107 V/cm.
No colapso eletrônico, ocorre uma deficiência quando um gradiente de voltagem
atinge alguns valores correspondentes para o colapso elétrico intrínseco. Elétrons no
interior da estrutura são acelerados pelo campo em uma certa velocidade ocasionando
colisões, permitindo assim a liberação adicional de elétrons. Em baixas temperaturas a
força do colapso intrínseco de materiais cristalinos aumenta com a temperatura,
correspondendo a um aumento da vibração da rede cristalina e resultando em um aumento
da dispersão pela rede. O aumento da força do campo é necessário para acelerar os elétrons
em um ponto instituído em que eles se deslocam. Em contraste, a força dielétrica intrínseca
dos gases é independente da temperatura em baixas temperaturas, correspondendo a uma
rede cristalina aleatória, onde os elétrons de dispersam independentes da temperatura.
Estas características das estruturas vítreas são similares ao comportamento de
condutividade térmica (relacionado com uma dispersão de fônon).
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LaCCeF
Os efeitos do tempo de duração temperatura no colapso dos vidros dependem das
características de condução, e conseqüentemente da composição. Em geral, a forma
intrínseca é usualmente verificada abaixo de -50 oC, considerando a ocorrência de um
colapso térmico em temperaturas acima de 150 oC. Em temperaturas intermediárias, o
colapso depende das características da voltagem aplicada, do tempo de aplicação da
voltagem, e das condições dos testes como mostrada na Figura 3.30. Resultados para
alguns vidros com diferentes quantidades de carbonato de sódio são listados na Tabela 3.2.
O comportamento intrínseco da rigidez dielétrica pode ser analisado em baixas
temperaturas e possui composições aproximadamente independentes, considerando a
temperatura em que o colapso térmico inicia-se, sendo fortemente dependente da
resistividade e do conteúdo alcalino dos vidros. Alguns autores verificaram que a
intensidade do colapso dielétrico em vidros diminui com a freqüência, e como rigidez
dielétrica de 1000 V/m é verificada a 60 Hz.
Para algumas das condições testadas, o esquema de eletrodos é importante para a
determinação da rigidez dielétrica, heterogeneidade em uma composição cerâmica, onde
pode ser considerada uma diminuição na rigidez dielétrica. O mais comum é a porosidade,
a qual tende a gerar variações no campo elétrico local e na orientação. Isto é ilustrado para
cerâmicas de dióxido de titânio na Figura 3.31. Uma amostra que exibe porosidade de
14% possui rigidez dielétrica de aproximadamente metade do valor para uma amostra com
porosidade de 5%.
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Figura 3.30 – Efeito da temperatura e duração dos testes sobre a rigidez dielétrica em
vidros tipo “pyrex”.
LaCCeF
dielétrica de um terço da densidade da porcelana vítrea. Além dos efeitos de porosidade, o
fator que afeta a rigidez dielétrica em cerâmicas é o colapso térmico gerado por perdas
dielétricas devido à condutividade. Tais fatores favorecem valores elevados de
condutividade ou de perda dielétrica, como já discutido. Em geral, cerâmicas de alta
densidade e baixas perdas, possuem forças de colapso dielétrico adequadas para as
aplicações dielétricas.
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LaCCeF
Figura 3.31 – Rigidez dielétrica em dois dióxidos de titânio excitado para diferentes
densidades e testado em eletrodos .
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LaCCeF
P = (k '−1)ε o E = Nα E' (3.60)
P
E' = E + (3.61)
3ε o
Onde, E’ é o ampo local.
A polarização e a suscetibilidade elétrica podem ser definidas como:
Nα E
P= (3.62)
1 - Nα / 3ε o
P Nα /ε o
χ = k '−1 = = (3.63)
ε o E 1 - Nα /3ε o
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Nα N C
= = 1 (3.65)
3ε o 3ε o kTc
LaCCeF
NC Nα oT
Tc = = (3.66)
3ε o 3ε o
P 3Tc
χ = k '−1 = = (3.67)
ε o E T − Tc
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LaCCeF
Figura 3.32 – Curva de histerese típica de materiais ferroelétricos.
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______________________________________Materiais Dielétricos − Correlação: Propriedades e Defeitos
P P P
Ec Ec Ec
E E E
-175 ºC -65 ºC 0 ºC
(a) (b) (c)
LaCCeF
P P P
Ec Ec Ec
E E E
30 ºC 90 ºC 120 ºC
(d) (e) (f)
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Figura 3.34 – Lei de Curie-Weiss para uma composição de titanato de bário e estrôncio.
LaCCeF
Cada íon bário é envolvido por aproximadamente doze íons de oxigênio, cada íon de titânio
é circundado por seis íons oxigênio em coordenação octaédrica. Os íons bário e oxigênio
formam uma estrutura cúbica de face centrada, com íons titânios encaixados nos
interstícios octaedros. A característica estrutural do titanato de bário e chumbo, em
contraste com diferentes perovskita, constituem em uma grande extensão de íons bário e
íons chumbo, aumentando a área da célula cúbica de face centrada do BaO3, assim a
estabilidade dos átomos de titânio são reduzidos nos interstícios octaedros. A hipótese
proposta da qualidade do titânio é em posições mínimas de energia para o íon titânio que
se encontra no centro e conseqüentemente elevam dipolo elétrico.
Em altas temperaturas a energia térmica, onde o íon titânio possui uma posição
simétrica, a posição do octaedro permite que o íon titânio desenvolva um grande momento
dipolar quando sob a ação de um campo elétrico aplicado. A partir do resfriamento em
baixa temperatura de Curie, ocorre uma variação na posição do íon titânio e na estrutura
octaédrica, mudando de uma simetria cúbica para uma simetria tetragonal, onde o íon
titânio se encontra na posição de centro livre, correspondendo a um dipolo elétrico
permanente. Estes dipolos são ordenados, gerando um domínio na estrutura, como visto
anteriormente. A transição do estado paraelétrico para o estado ferroelétrico pode ser
ilustrada em termos de variações cristalográficas e de constante dielétrica (Figura 3.36). A
análise do deslocamento relativo dos íons na fase tetragonal do titanato de bário como
determinado por raio-X são ilustradas na Figura 3.37.
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A O B
LaCCeF
A elevada constante dielétrica do titanato de bário e outros materiais ferroelétricos
permite a obtenção de alta capacitância em capacitores de tamanhos pequenos. A variação
na polarização com o campo aplicado requer uma orientação de nos domínios, sendo que
como ilustrado na Figura 3.33, a medida da constante dielétrica depende do campo
aplicado. Para alta intensidade do campo, os domínios são totalmente orientados,
resultando em altos valores de constante dielétrica. Em alguns intervalos de tempo, há uma
forte de dependência da constante dielétrica com a temperatura e a variação das
características do circuito equilibra-se com o intervalo de temperatura moderado.
A dependência com a temperatura da constante dielétrica e de propriedades
relacionadas pode ser modificada em soluções sólidas. A substituição de Ba2+ por Pb2+,
Sr2+, Ca2+ e Cd2+ na estrutura perovskita, pode ser feita, mantendo a característica
ferroelétrica. De forma similar, o íon Ti4+ pode ser substituído por Sn4+, Hf4+, Zr4+, Ce4+ e
Th4+. As possibilidades de formar soluções sólidas em todas estas estruturas oferecem uma
enorme extensão de composições, constantes dielétricas, dependência da temperatura, e
outras características para o desenvolvimento.
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Figura 3.36 – (a) Parâmetro de rede para a célula unitária do BaTiO3. (b) Dependência da
constante dielétrica em função da temperatura.
LaCCeF
O deslocamento dos domínios em ferroelétricos chumbo possui dificuldades na
produção de materiais uniformes e consistentes. A intensidade de energia introduzida no
completo resfriamento e diminuição da temperatura de Curie, onde há variações nas
orientações dos domínios em relação a outros, causam uma constante dielétrica conhecida
como envelhecidas, que depende do tempo.
A constante dielétrica em função do tempo, segue a relação; k ' = ko' − m log t , onde
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º
0,03 A
º
0,06 A
Ti4+
O2- º
0,12 A
Ba2+
Figura 3.37 – Estrutura tetragonal para o BaTiO3, mostrando o íon Ti4+ deslocado da
posição de equilíbrio.
LaCCeF
uma alta constante dielétrica. Como conseqüência, a presença de outras fases, como
vítreos, que contribuem para a perda, é indesejável. O titanato de bário e outras cerâmicas
ferroelétricas são produzidos por técnicas de sinterização no estado sólido.
O titanato de bário é extensivamente utilizado devido à sua característica
piezelétrica. O titanato de bário assemelha-se a outros cristais assimétricos, desenvolvendo
uma diferença de potencial em direções cristalográficas especificas. A aplicação de uma
voltagem elétrica gera uma deformação mecânica.
Esta origina-se da natureza anisotrópica e das características dielétricas (Figura
3.36b). Na prática, o titanato de bário policristalinos é produzido por resfriamento
completo a partir da temperatura de Curie na presença de um campo elétrico de intensidade
elevada que gera uma orientação permanente dos dipolos, em cerâmicas, combinados ao
acaso de diferentes maneiras. A eficiência dos piezelétricos é medida em termos do
coeficiente de acoplamento eletromecânico, a qual indica a eficiência da conversão entre
energia mecânica e elétrica.
A vantagem do uso de titanato de bário está no alto coeficiente de acoplamento
(aproximadamente 0,5 quando comparado com o valor de 0,1 para o quartzo), e na
estabilidade térmica e mecânica. Outros ferroelétricos que possuem alto coeficiente de
acoplamento, como o sal de rocha, exibem propriedades mecânicas e térmicas
relativamente pobres. O titanato de bário pode ser produzido de diversas formas e
subseqüentemente polarizado para obter eficiência ideal como elemento piezelétrico.
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Referências Bibliográficas
[2] NOBRE, M. A. L.; LANFREDI, S. Dielectric loss and phase transition of sodium
potassium niobate ceramic investigated by impedance spectroscopy, Catalysis Today,
v. 78, p. 529-538, 2003.
[3] KINGERY, W.D.; BOWEN, H.K.; WHLMANN, D.R., John Wiley & Sons,
Introduction to Ceramic, 2 ed.,capitulo 18, pág. 913-972, (1975).
LaCCeF
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